• Nenhum resultado encontrado

AVALIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL E POSIÇÃO DA MANIVA NO PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PARÁ

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AVALIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL E POSIÇÃO DA MANIVA NO PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PARÁ"

Copied!
39
0
0

Texto

(1)

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CURSO DE AGRONOMIA

b

Altamira-Pará Agosto de 2009

AVALIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL E POSIÇÃO DA

MANIVA NO PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA NO

MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PARÁ

(2)

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CURSO DE AGRONOMIA

Altamira-Pará Agosto de 2009

AVALIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL E POSIÇÃO DA

MANIVA NO PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA NO

MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PARÁ

Flaviano Tontini

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito para obtenção do

título de graduação em Bacharelado em

Agronomia conduzido sob a orientação do

Prof. Dr. Rainério Meireles da Silva.

(3)

EPÍGRAFE

“Determinação coragem e auto confiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho”.

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, em especial, aos meus pais Marlene da Cruz Tontini e Hilario Tontini, aos meus irmãos Fabiano José Tontini e Viviane Tontini, pessoas as quais devo minha vida e são as grandes responsáveis pela realização de mais este trabalho.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido saúde e perseverança para chegar ao final deste trabalho.

Agradeço em especial aos meus pais Hilario Tontini e Marlene da Cruz Tontini que contribuíram de forma decisiva para a concretização desse sonho.

Aos meus irmãos Fabiano Jose Tontini e Viviane Tontini, que mesmo de forma indireta contribuíram significativamente para a realização do presente trabalho.

Ao Prof. Dr. Rainério Meireles da Silva ao qual me dirijo com muita gratidão pela significativa contribuição não somente pela orientação na construção do presente trabalho, mas também por ter cedido à área na qual foi implantado o experimento. Além disso, agradeço a dedicação e disponibilidade sempre quando solicitado ao longo da pesquisa.

A Universidade Federal do Pará (UFPA) por ter me concedido a ajuda e orientação de um dos seus Docentes.

A Faculdade de Engenharia Agronômica por ter disponibilizado material necessário para realização deste trabalho

Ao amigo e companheiro de pesquisa André Tambara de Camargo que ao longo da pesquisa foi companheiro e importante colaborador tanto na implantação e manutenção quanto na colheita do experimento. Agradeço também a colaboradora Katiana Camargo.

A minha namorada e amiga Kalila Pinheiro dos Santos pessoa com a qual compartilhei boa parte das minhas angustias e alegrias, foi importante colaboradora e teve presença significativa na realização da pesquisa.

Aos amigos Gleidson Santos, Jânio Almeida Damasceno, colegas de curso que também tiveram, significativa, parcela de contribuição na realização do presente trabalho.

(6)

SUMÁRIO Página 1-INTRODUÇÃO. ... 1 2-REVISÃO DE LITERATURA ... 3 2.1-Classificação Botânica ... 3 2.2-Fisiologia da Planta ... 3

2.2.1-Brotação da maniva (Fase 1) ... 3

2.2.2-Formação do sistema radicular (Fase 2) ... 4

2.2.3-Desenvolvimento da parte aérea (Fase 3) ... 4

2.2.4-Engrossamento das raízes de reservas (Fase 4) ... 4

2.2.5-Fase de repouso (Fase 5) ... 5

2.3-Importância econômica ... 5 2.4-Importância Nutricional ... 10 2.5-Toxidez ... 11 2.6-Importância social ... 12 2.7-Cultivo ... 13 3-MATERIAL E MÉTODOS ... 16 3.1-Material ... 16

3.1.1-Localização e caracterização da área experimental ... 16

3.1.2-Seleção e preparo das manivas ... 16

3.2-Métodos ... 17

3.2.1-Instalação e colheita do experimento ... 17

3.2.2-Análise estatística ... 19

4-RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 21

4.1- Produção de raiz ... 21

4.2- Avaliação dos Contrastes Ortogonais ... 22

5-CONCLUSÕES ... 26

(7)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA

Figura 01- Produção de mandioca por região fisiográfica de 1998 a 2005. 07 Figura 02: Segmentação do mercado de amido de mandioca em 2006. 09 Figura 03- Disposição das parcelas e blocos na área experimental. 18

Figura 04- Implantação do experimento. 18

Figura 05- Capina manual para eliminação da Brachiaria. 19

LISTA DE TABELAS

TABELA PÁGINA

Tabela 01- Área, produção, participação e rendimento na produção de mandioca dos cinco países de maior produção na América Latina em 2000.

06

Tabela 02- Municípios maiores produtores nacionais de mandioca. 06 Tabela 03. Composição nutricional da raiz e seus produtos e da folha da

mandioca.

10

Tabela 04- Principais vitaminas encontradas na raiz e seus produtos e na folha da mandioca

11 Tabela 05- Produtividade em kg/ha dos tratamentos aplicados no

experimento.

21 Tabela 06- Análise da variância obtida para a característica peso fresco

da raiz de mandioca.

22 Tabela 07- Contrastes ortogonais realizados no experimento. 22

LISTA DE QUADROS

QUADRO PÁGINA

(8)

AVALIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL E POSIÇÃO DA MANIVA NO PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA

PARÁ

RESUMO: A mandioca é cultura que apresenta significativa importância econômica, social e nutricional, e seu cultivo encontra-se difundido nos cinco continentes do mundo. Apesar das vantagens do plantio da mandioca o setor mandioqueiro tem sofrido estagnação na produtividade fator justificado principalmente pela não implementação de sistema produtivo técnificado que ofereça ao produtor maior rendimento e menor custo. Portanto o presente trabalho avaliou o sistema de produção que proporciona sintonia entre dois fatores considerados primordiais no sucesso de qualquer cultivo: aumento de produtividade e diminuição de custos de produção. Foram avaliados cinco diferentes espaçamentos entre plantas e duas posições de plantio da maniva da etnovariedade “Cacau” a fim de verificar qual apresenta maior produtividade de raízes. Além disso, o experimento testou o espaçamento 1,4m entre fileiras a fim de possibilitar o combate mecanizado das plantas daninhas. O experimento foi implantado em solo mecanizado no delineamento em Blocos Inteiramente Casualisados (BIC). Os resultados obtidos comprovaram que para essa variedade o espaçamento 0,30m x 1,40m na posição vertical de plantio, apresentou melhor produtividade aos 11 meses de idade, com rendimento de 25.637,75 kg/ha. Além disso, o espaçamento 1,40m entre fileiras também foi eficiente no combate as plantas invasoras, pois permitiu o uso de trator de pequeno porte na limpeza da área, proporcionando maior produtividade além de diminuir os custos de produção.

(9)
(10)

1-INTRODUÇÃO.

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é planta originária da América do Sul, atualmente cultivada nas diversas regiões do Mundo por apresentar tolerância às condições adversas de clima e solo. É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação variável de 600 à 1.200mm de chuvas bem distribuídas ao longo do ano, e temperatura média em torno de 25ºC (CEPLAC, 2007). Segundo Cardoso & Silva (2001), a cultura da mandioca assume elevada importância nutritiva, pois, tem sido a principal fonte de carboidratos para mais de 400 milhões de pessoas, principalmente, nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Da planta da mandioca aproveita-se tudo: as folhas, as ramas e as raízes contudo comercialmente, o enfoque é dado às raízes, grande reservatório de amido e principal matéria-prima de aproveitamento econômico dentro do agronegócio principalmente com a fabricação de farinha e fécula.

Martins et al. (2005), relatam que o cultivo da mandioca apresenta elevada importância social, pois além de alimentar milhares de pessoas, principalmente, das classes sociais mais baixas ao redor do mundo, demanda grande quantidade de mão-de-obra, principalmente, nas regiões de agricultura familiar. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005) para cada três hectares, empregam-se duas pessoas durante o ano, indicando que o cultivo da mandioca gera três milhões de empregos no Brasil, e aproximadamente duzentos mil desses trabalhadores compõem o setor mandioqueiro no Estado do Pará.

A utilização da mandioca em várias partes do mundo ocorre, principalmente, pela rusticidade e adaptabilidade da planta aos mais diversos tipos de clima e solo, além do mais, se comparada a outros cultivos apresenta vantagens: fácil propagação, rendimento satisfatório, pouco exigente em insumos modernos, considerável resistência ou tolerância a pragas e doenças além de permitir consórcio com inúmeras culturas. No Brasil o cultivo de mandioca está difundido nos estados da federação por isso tem presença no cardápio do brasileiro, seja cozida, em forma de farinha, tapioca ou outro subproduto.

Apesar da importância que o cultivo de mandioca assume tanto na alimentação humana quanto na alimentação animal, o setor mandioqueiro tem sofrido no Brasil desde meados da década de noventa até os dias atuais redução na área plantada além do que constata-se estagnação da produtividade. Segundo a revista “Avaliando a conjuntura econômica” Fundação Getúlio Vargas (FGV, 1996), a mandioca na década de 70 e 80

(11)

apresentava produtividade média de 13,8 t/ha de modo que em 2000 a produtividade média da cultura no Brasil não ultrapassou a cifra de 13,5 t/ha. Essa regressão está relacionada a falta de incentivo governamental tanto no fomento do cultivo quanto nas instituições de pesquisa para que as mesmas desenvolvam tecnologia para a implementação de sistema de produção que propiciem a minimização dos custos e aumento de produtividade.

O trabalho aqui proposto visa, principalmente, implementar o sistema de produção capaz de reduzir custos proporcionando assim melhor produtividade e rentabilidade. A manutenção do plantio livre de plantas invasoras, principalmente nos primeiros meses após a implantação do plantio é uma das maiores dificuldades do cultivo. Peressi & Carvalho (2002) comentam que a presença das plantas daninhas ocasiona vários tipos de danos à mandiocultura, dentre os quais a redução da produtividade, que dependendo do índice de infestação da cultura as plantas invasoras acarretam em perdas que podem chegar a 90% na produção e o aumento nos custos de produção, podendo chegar a 40% do valor do cultivo, o que ocorre devido 50% da mão-de-obra destinada ao sistema de produção durante o ciclo da cultura é utilizada no controle das plantas invasoras.

Portanto, o objetivo do presente trabalho é avaliar o melhor arranjo, que levando em consideração a densidade populacional, apresenta maior produtividade de raízes, aliada a eficiência no controle de ervas daninhas, uma vez que o espaçamento utilizado na área experimental entre linhas apresenta distância de 1,40m a fim de descobrir se o mesmo permite o uso de tratores de pequeno porte, em detrimento da utilização da mão-de-obra humana na capina da área, uma vez que essa tem se tornado escassa e onerosa ao homem do campo.

A capina manual realizada com enxada é o meio, altamente, eficaz no controle de plantas daninhas e ainda amplamente utilizada na cultura da mandioca. Entretanto, com o alto custo da mão-de-obra braçal, a capina manual deixou de ser o método de controle mais econômico, apesar disso, é ainda de grande importância em várias regiões do Brasil. Segundo a EMBRAPA (2003), atualmente, o custo de duas capinas a enxada, para manter a cultura livre de competição por aproximadamente 100 dias (período crítico de interferência), está em torno de 19 % do custo do cultivo, reduzindo consideravelmente a renda líquida do produtor. No presente trabalho também foi avaliado a produtividade de raízes na utilização do posicionamento vertical no plantio das estacas de mandioca. Santos et al. (2007) comprovaram que o método de plantio da maniva na posição vertical no solo proporcionou melhor crescimento da planta e maior produção de raízes, com aumento de produtividade de

(12)

25% em relação ao plantio tradicional (plantio da maniva na horizontal), principal método de plantio praticado no Brasil.

2-REVISÃO DE LITERATURA

2.1-Classificação Botânica

A Mandioca é planta herbácea da família Euphorbiacea e gênero Manihot. O gênero compreende várias espécies, das quais se destaca, do ponto de vista econômico, a Manihot

esculenta Crantz.

2.2-Fisiologia da Planta

A mandioca é planta rústica devido a alta capacidade de adaptação aos mais diversos tipos de clima e solo, dessa forma torna-se importante conhecer algumas características fisiológicas da planta que contribuem para a produtividade.

Dalaqua & Coral (2002) descrevem a Manihot esculenta como sendo o arbusto de 2 a 3 metros de altura, com raiz tuberosa, comprida, espessa, com látex abundante, em regra venenosa, no entanto de alto valor alimentar, podendo ser utilizada como mandioca de mesa (uso na alimentação humana) ou como matéria-prima na indústria de farinha e fécula entre outras.

Para completar o ciclo de crescimento, a planta de mandioca passa por cinco fases fisiológicas, sendo quatro ativas e uma de repouso vegetativo. Ternes (2002) relata que é importante conhecer as fases fisiológicas para que se possa interferir positivamente na produção, através de manejo adequado que correspondam as necessidades da cultura em cada fase.

2.2.1-Brotação da maniva (Fase 1)

Com aproximadamente sete dias após o plantio, em condições favoráveis de umidade e temperatura, surgem às primeiras raízes que ficam situadas próximo às gemas e nas

(13)

extremidades das manivas. Após essas raízes alcançarem aproximadamente 8 cm de comprimento com 10 a 12 dias após o plantio, surgem as primeiras folhas, de forma que com 15 dias de implantada a planta finaliza essa fase.

2.2.2-Formação do sistema radicular (Fase 2)

A planta inicia a formação das raízes no sétimo dia após o plantio e num período de aproximadamente 70 dias formam o sistema radicular. Nessa fase são formadas tanto as raízes fibrosas (responsáveis pela absorção de nutrientes necessários a planta) quanto as raízes de reserva, estas responsáveis pelo acúmulo de amido. O autor explica que nessa fase a circulação da solução nutritiva do solo, ocorre inicialmente por dois caminhos: pelos espaços apolplásticos existentes entre as células da raiz e diretamente de célula a célula pelo interior das mesmas, processo denominado simplastos. Ao mesmo tempo as raízes fibrosas possuem os vasos denominados de floema que estão localizados dentro da casca grossa denominada de córtex, estes canais condutores são responsáveis por levar a seiva elaborada até as extremidades das raízes e órgãos em crescimento.

2.2.3-Desenvolvimento da parte aérea (Fase 3)

Esta fase dura aproximadamente 90 dias e cada cultivar desenvolve seu fenótipo característico apresentando arbustos de somente um caule ou com várias ramificações, nessa etapa de crescimento as folhas alcançam o desenvolvimento máximo aos 12 dias após o surgimento e permanecem na planta por um período que varia de 60 a 100 dias. Nessa fase ocorre também o engrossamento de algumas raízes fibrosas e de reserva devido ao acúmulo de amido alocado em forma de sacarose (monossacarídeo), produzida pela fotossíntese na parte aérea da planta.

2.2.4-Engrossamento das raízes de reservas (Fase 4)

A fase corresponde à migração das substâncias de reserva, na forma de sacarose, que estão armazenadas na parte aérea da planta para as raízes de armazenamento, fase essa que início-se na fase anterior e que apresenta ápice por volta do 5ª mês. Apartir dessa fase não há mais o crescimento das raízes em comprimento mas sim em diâmetro, pela deposição de amido. A definição do que será raiz fibrosa ou de reserva na planta só é possível entre o segundo e o terceiro mês após o plantio.

(14)

2.2.5-Fase de repouso (Fase 5)

A quinta e última fase fisiológica da mandioca apresenta como característica principal a queda natural da folhagem da planta encerrando assim sua atividade vegetativa, permanecendo apenas a deposição das substâncias nas raízes de armazenamento. É nessa fase que a planta de mandioca armazena o máximo de reserva de amido nas raízes devido a paralisação das atividades vegetativas. Após esse período de repouso a cultura passa ao novo ciclo de crescimento, quanto inicia a formação de novas ramas e folhas, que inicialmente ocorre a custa do amido armazenado nas raízes e ramas durante a fase anterior.

2.3-Importância econômica

Folegatti et al. (2005) comentam que mandioca pode ser considerada a quarta maior cultura do mundo, depois do arroz, trigo, e do milho, por sua contribuição à alimentação humana e encontra-se difundida nos continentes Africanos, Asiáticos e América do Sul.

Segundo Cardoso & Souza. (2002), na década de 90 o cultivo da mandioca ocupou cerca de 16,5 milhões de hectares em todo o mundo. Dos dez países principais produtores de mandioca no mundo seis são africanos (Zaire, Nigéria, Tanzânia, Moçambique, Gana, Uganda) três são asiáticos (Indonésia, Índia e Vietnã) e um sul-americano (Brasil). Apesar da mandioca estar difundida nos três continentes acima citados, apenas na áfrica é usada principalmente para o consumo humano de modo que os países Africanos: República Democrática do Congo, República do Congo e Gana se destacaram no consumo humano da mandioca e derivados, apresentaram na década de 90, respectivamente, valores médios de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano (Embrapa 2008). Folegatti et al. (2005) relatam que o alto consumo é o principal motivo de apenas este continente apresentar aumento de 39% no consumo humano de mandioca, enquanto no continente sul-americano e asiático permaneceu estável ou com ligeira diminuição, na década de 90.

Atualmente a América Latina ocupa a terceira posição no ranking dos continentes produtores de mandioca, com participação de menos de 20% da produção mundial de raízes cabendo ao Brasil a maior parcela de contribuição com aproximadamente 70% do total produzido no continente no ano 2000. Juntamente com o Brasil os países: Paraguai, Colômbia, Peru e Bolívia responderam por quase que 95% da produção latino americana neste mesmo ano (Tabela 01).

(15)

Tabela 01- Área, produção, participação e rendimento na produção de mandioca dos cinco países de maior produção na América Latina em 2000.

Fonte: FAO 2001; apresentada por Silva et al. (2002).

De acordo com a Tabela 01, o Brasil ocupa o posto de maior produtor de mandioca na América Latina atingindo quase 23 milhões de toneladas em 2000, embora o rendimento da cultura neste mesmo ano não tenha sido o melhor no continente, de forma que, a produtividade brasileira é menor que a produtividade obtida no Paraguai.

No Brasil dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que em conjunto são responsáveis por 59% da produção do país. O Pará se destaca como o maior produtor entre os estados brasileiros com produção de 4,8 milhões de toneladas de raízes na safra 2005, além disso, como constata-se na Tabela 02, dentre os dez municípios com maior produção no Brasil seis estão no Estado da Pará incluído o município campeão nacional de produção posto que em 2005 foi ocupado pelo município de Acará, responsável por 2,8% da produção brasileira no ano.

Tabela 02- Municípios maiores produtores nacional de mandioca.

Fonte: IBGE (2006).

Países Área (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha) Participação (%)

Brasil 1.706.644 22.960.118 13,5 72,7

Paraguai 240.000 3.500.000 14,6 11,1

Colômbia 210.618 1.956.051 9,3 6,2

Peru 85.000 958.500 11,6 3,1

(16)

Na distribuição da produção pelas diferentes regiões fisiográficas do país, as Regiões Nordeste e Norte se sobressaem em relação as demais, com participação de 34,7% e 26,3% respectivamente, porém com rendimento médio de 10,6 t/ha. Nas demais regiões as participações na produção nacional são: Sul (23,0%), Sudeste (10,4%) e Centro-Oeste (6,0%). Na Figura 01, consta-se o resultado da pesquisa realizada entre os anos de 1998 e 2005 pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), ligado a Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujo objetivo foi acompanhar a produção de mandioca nas cinco regiões brasileiras.

Figura 01- Produção de mandioca por região fisiográfica de 1998 a 2005. Fonte: IBRE/FVG, (2005).

Como observa-se na Figura 01, ao longo de oito anos as regiões Norte e Nordeste destacaram-se como as principais produtoras, sendo que a produção nessas regiões é essencialmente utilizada na dieta alimentar, na forma de farinha. Nas Regiões Sul e Sudeste, em que os rendimentos médios são de 18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é orientada para a indústria, principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Se comparada a produtividade obtida nas regiões Sul e Sudeste com as regiões Norte e Nordeste constata-se que os produtores de mandioca do Norte e Nordeste detêm menor produtividade, isto pode ser justificado pelo baixo nível de tecnologia empregado no cultivo. Outro fator é que maioria da produção nas regiões Sul e Sudeste é destinada a industria, gerando grande demanda, agregando valor econômico ao produto, proporcionando aos agricultores maior renda, fator pelo qual a mandiocultura nessas regiões encontra-se bastante intensificada com sistemas de produção mecanizados e com significativo índice tecnológico. Nas regiões Norte e Nordeste o cultivo da mandioca a maioria é destinado à

(17)

alimentação humana e de pequenos animais em propriedades rurais de agricultura familiar onde os sistemas de produção são menos tecnificados. A adoção dos sistemas de produção justifica-se principalmente pelo fato que a maior parte da produção destina-se a comercialização das raízes in natura ou em forma de farinha produzida geralmente de forma artesanal sem a qualidade necessária a comercialização, o que não agrega valor ao produto, tornando a mandioca cultura de subsistência, de modo que os produtores não possuem condições financeiras que possibilitem aos mesmos a adoção de sistemas de produção mais tecnificados, necessários para o aumento da produtividade.

Segundo dados da EMBRAPA (2008), a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares a economia mundial, e uma contribuição tributária de 150 milhões de reais ao Brasil. A produção destinada à fabricação de farinha e fécula gera, respectivamente, uma receita anual bruta equivalente a 600 milhões e 150 milhões de reais ao país, demonstrando que a cultura apresenta contribuição significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) Brasileiro.

Mattos & Cardoso (2003), comentam que a mandioca apresenta várias formas de uso, que são definidas em função do tipo. Sendo ela de mesa, o uso é basicamente o consumo da raiz in natura, uma vez sendo classificada como mandioca industrial é utilizada de várias formas, das quais a farinha e a fécula são as mais comuns. A farinha além de apresentar diversos tipos regionais é encontrada em duas formas: farinha não temperada, que se destina à alimentação básica e consumida, principalmente, pelas classes de renda mais baixa da população; e farinha temperada (farofa), de mercado restrito, de valor comercial mais elevado, que se destina às classes de renda média e alta da população. A fécula e seus produtos derivados também têm apresentado competitividade crescente no mercado de produtos amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica.

De acordo com Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) dentre os principais seguimentos do mercado de amido de mandioca se destacam os setores de biscoitos e panificação, papel e papelão, atacadista e frigorífico. Na Figura 02, constata-se a segmentação do mercado no ano de 2006.

(18)

Figura 02: Segmentação do mercado de amido de mandioca em 2006 Fonte: ABAM (2006)

A produção de derivados alimentícios de mandioca no Brasil restringia-se a fabricação de farinha e fécula. Atualmente, observa-se na Figura 02, que há significativo aumento na diversificação, tanto de produtos a base de mandioca, ofertados no mercado, quanto nos seguimentos de mercado que utilizam o amido como matéria prima, o que acarretando em aumento de consumo, gerando assim, maior demanda pela cultura.

Com relação ao consumo per capita mundial de mandioca e derivados, em 1996, foi em média 17,40 kg/hab/ano, de modo que o Brasil apresentou valor de 50,6kg/hab/ano. Com relação ao consumo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) demonstram que no Brasil as regiões norte e nordeste se destacam como principais consumidoras de mandioca e derivados principalmente na alimentação humana.

Além da alimentação humana a mandioca tem apresentado utilização nos mais diversos segmentos da indústria, e também assume papel relevante na alimentação animal, principalmente para bovinos, suínos e aves. De acordo com Ludke et al. (2005), o aproveitamento integral da mandioca com uso tanto da parte subterrânea quanto da parte aérea (caule, talos e folhas) na alimentação tanto de suínos quanto das aves, é alternativa que oferece redução nos custos da produção animal uma vez que combina fonte energética (a Raiz) e fonte protéica (parte aérea).

Além de aves e suínos, a mandioca também apresenta-se como alternativa na alimentação de bovinos. A cerca deste assunto Lopes et al. (2005) comenta que o elevado teor

(19)

de carboidratos sob a forma de amido contido nos tubérculos da mandioca e nos seus subprodutos, caracterizam tais alimentos como mistura alternativa economicamente viável para adição de carboidratos na composição de suplementos concentrados utilizados comumente na dieta alimentar de ruminantes.

2.4-Importância Nutricional

Por ser fonte de alimento presente em alguns continentes do mundo, a mandioca e seus subprodutos são responsáveis pelo suprimento energético de boa parte da população mundial, principalmente nas regiões mais carentes, desta forma torna-se necessário conhecer algumas propriedades nutricionais da cultura.

Segundo Cereda (2005) a mandioca possui de 30% a 40% de matéria seca, quantidade que varia de acordo com fatores como variedade, idade da planta, solo, condições climáticas, e sanidade da planta, sendo que o carboidrato é o componente predominante representando cerca de 90% da matéria seca. Ainda segundo a autora, cada 1.000g de raiz contêm cerca de 1.460kcal, 625g de água, 347g de carboidratos, 12g de proteínas, 3g de gordura, 330mg de cálcio, 7mg de ferro e significativa quantidade de vitamina C (360mg).

Além das raízes, as folhas também apresentam teores significativos de nutrientes. Franco (1996) relata que as folhas da mandioca apresentam quantidades interessantes de ferro, zinco, manganês, magnésio, cálcio, e fósforo, sendo seus teores mais elevados quando comparados com hortaliças folhosas convencionais. De acordo com esse mesmo autor, o tipo de processamento pode levar a perda de alguns nutrientes. Na tabela 03 constatam-se os teores de proteína da raiz de mandioca submetida aos diversos tipos de processamento.

Tabela 03- Composição nutricional da raiz e seus produtos e da folha da mandioca.

Fonte: Franco (1996)

Produtos Calorias Glicídios Proteínas Lipídios Cálcio Fósforo Ferro (base fresca) Kcal/100g --- g/100g ---

Mandioca cozida 119,0 28,0 0,60 0,2 28 37 0,9 Mandioca frita 352,0 55,2 1,20 14,5 54 70 1,7 Farinha de mandioca 342,0 83,2 1,36 0,5 45 198 0,9 Fécula de mandioca 352,0 86,4 0,60 6,2 10 16 0,4 Folha de mandioca 91,0 18,3 7,00 1,0 303 119 7,6

(20)

Observa-se na Tabela 03, que as folhas concentram maior quantidade de proteínas que os derivados da raiz. A raiz cozida apresenta teor elevado de proteínas, isto ocorre devido à desidratação ocorrida no processo de cozimento. O aumento do número de calorias contido nos subprodutos: Mandioca frita, farinha de mandioca e fécula de mandioca, apresentados na tabela 03 é justificado pelo tipo de processamento, de modo que a mandioca cozida e a folha de mandioca são os produtos menos calóricos.

De acordo com Cereda (2005), a mandioca apresenta baixo teor de vitaminas, embora as variedades amarelas possam apresentar teores apreciáveis de caroteno, além de vitamina C que, em grande parte, perde-se no processamento. Entretanto o consumo de mandioca ou de seus derivados deve sempre ser acompanhado de alimentos ricos em proteínas, como carnes e peixes, por ser alimento essencialmente energético e com baixo teor proteico. Na Tabela 04 observa-se de acordo com dados apresentados por Franco (1996) os teores de vitamina contidos nas raízes e subprodutos e nas folhas da mandioca.

Tabela 04-Principais vitaminas encontradas na raiz e seus produtos e na folha da mandioca

Fonte: Franco (1996)

Com relação às vitaminas presentes na mandioca, observa-se na Tabela 04 que as folhas apresentam a maior concentração, de modo que todos os outros subprodutos apresentaram valores significativamente menores, o que comprova perdas de nutrientes, principalmente, as vitaminas no processamento.

2.5-Toxidez

A mandioca é classificada de duas formas: mandioca de mesa, destinada ao consumo humano, também conhecida como “macaxeira, aipim ou mandioca mansa”, e mandioca também conhecida como “mandioca Brava”, esta destinada aos mais diversos segmento da indústria. Esta classificação se dá de acordo com o índice de toxidez que por sua vez é Produtos Retinol Tiamina Riboflavina Niacina Ácido Ascórbico (base fresca) --- µg/100g --- --- mg/100g --- Mandioca cozida 2 50 30 0,6 31,0 Mandioca frita 3 90 60 1,1 66,0 Farinha de mandioca 0 80 70 1,6 14,0 Fécula de mandioca 0 10 20 0,5 0,0 Folha de mandioca 1.960 120 270 1,7 290,0

(21)

determinado pela quantidade de Ácido Cianídrico (HCN) presente na variedade, quantidade esta que é influenciada pelas condições de solo e clima.

Cagnon et al (2002), descrevem o processo de produção de HCN pela planta em que o mesmo ocorre dessa forma: a mandioca acumula dois glicosídeos cianogênicos nas raízes e folhas, a linamarina e a lotaustralina. Esses dois glicosídeos são capazes de gerar ácido cianídrico (HCN) desde que ocorra hidrólise. A enzima responsável pela hidrólise é a linamarase e quando o tecido é dilacerado a linamarina entra em contato com a enzima, a qual é separada do glicosídeo no tecido intacto, por ser localizada em lugar distinto da célula. A clivagem produz glicose e α-hidroxinitrilas. Esta última quando catalisada por uma hidroxinitrila liase transforma-se espontaneamente em HCN e nas cetonas correspondentes, é o processo de cianogênesis, ou seja, o processo de produção de acido cianídrico (HCN). É possível identificar se a mandioca é tóxica ou não somente coma a determinação do teor de HCN presente na variedade através de analise de laboratório, pois não existem características morfológicas ou mesmo fenotípica que se correlacionem com a toxidez.

Após a analise de laboratório a determinação da toxidez segue regra básica. Com relação a esta determinação, Cereda (2005) comenta que as variedades de mandioca para serem classificadas como “Mansas” devem conter teores abaixo de 100 mg de HCN/kg o que possibilita o consumo in natura das raízes, as variedades consideradas “Bravas” ou tóxicas possuem quantidade de HCN superior a 100 mg/kg o que impossibilita o consumo de raízes in

natura destas variedades.

2.6-Importância social

De acordo com Ramos (2005), o uso da mandioca foi herdado das culturas indígenas e apresenta-se como o traço marcante que atravessa gerações, pois registra o conhecimento acumulado pelas diversas etnias que povoaram o país, tornando a mandioca não somente importante pelo valor alimentar, mas por ser planta lendária e com importante valor cultural.

Não somente no Brasil, mas também em vários outros países a mandioca representa fonte de alimentação básica principalmente nos países Africanos tornando-se assim cultura em potencial para combater à subnutrição em diversas partes do mundo.

A cadeia de processamento da mandioca também assume elevada importância social a exemplo as casas-de-farinha ou “farinheiras” que são, em geral, construções simples, que trabalham, direta ou indiretamente familiares e vizinhos tornando-se em espaço de

(22)

sociabilidade, no plantio, na colheita, na fabricação da farinha, do tucupi, da goma da tapioca onde participam homens e mulheres, adultos, jovens e crianças que muitas vezes tranformam as atividades de trabalho em lazer. Ramos (2005) relata que as casas-de-farinha fazem parte do cenário regional rural, onde a presença está associada à colonização na Amazônia, por representar a base alimentar da população, situação propiciada pela facilidade de cultivo da planta, produzida em condições adversas a outras culturas.

De acordo com Mattos & Cardoso (2003), o sistema produtivo da cadeia de comercialização da mandioca apresenta três tipologias: Unidade doméstica caracterizada por usar mão-de-obra familiar, não utilizar tecnologia moderna, participar pouco do mercado e dispor de capital de exploração de baixa intensidade; Unidade familiar, ao contrário da doméstica, adota tecnologia moderna, tem participação significativa no mercado e dispõe de capital de exploração em nível mais elevado; Unidade empresarial caracterizada pela contratação de mão-de-obra de terceiros, adoção de tecnologia moderna e com grande participação no mercado.

2.7-Cultivo

Na instalação do cultivo da mandioca a primeira atividade a ser implementada é o preparo da área. Nas regiões de agricultura familiar o preparo é feito no sistema tradicional de corte e queima, geralmente no sistema de sucessão é a segunda cultura implantada na área após a abertura. Nos grandes plantios a implantação e manutenção da cultura são feita por meio do reviramento, calagem e adubação do solo. No preparo do solo deve ser realizada análise do solo com a finalidade de orientar a correção da acidez e a adubação de acordo com recomendações para o cultivo de mandioca, a fim de permitir rápido desenvolvimento das plantas, cobrindo o solo mais rapidamente.

O preparo do solo é um fator importante para o sucesso do cultivo, e consiste em melhorar suas condições físicas mediante ao aumento da aeração, infiltração de água e a redução de resistência do solo ao crescimento das raízes alem de ser um importante aliado ao combate a ervas invasoras. O correto preparo do solo também permite maior eficiência no uso de corretivos e fertilizante dentre outras praticas agronômicas. Mattos et al. (2005) comenta que as operações de preparo do solo devem ser as mínimas possíveis e sempre executadas seguindo as curvas de nível do terreno. No caso de preparo mecanizado recomenda-se efetuar

(23)

aração a de profundidade de 20 cm, 30 dias depois, realizar duas gradagens em sentido cruzado de modo que a segunda seja realizada em curva de nível deixando o solo destorroado e pronto para o plantio. No caso de agricultores cujo que não têm mecanização agrícola, o preparo da área restringe-se a limpeza de área, coveamento e plantio.

A escolha da variedade também pode ser fator considerado relevante para o cultivo da mandioca, de modo que a mesma deve ser orientada, principalmente, pelo objetivo da exploração, se para o consumo humano na forma de raízes frescas ou sob forma da farinha e/ou produtos industrializáveis ou forrageiros. A propagação da mandioca é comumente por meio vegetativo utilizando partes da planta também conhecidas como estacas ou manivas.

A seleção das manivas é fator importante para o aumento do rendimento agrícola agindo diretamente na produtividade da área cultivada. De Acordo com Mattos & Cardoso (2003), alguns aspectos devem ser observados na escolha das mesmas, sendo eles: posição destas nas plantas de origem (utilizar apenas o terço médio), a idade (provenientes de plantas com 10 a 12 meses de idade), sanidade das manivas (livre de pragas e doenças), além do comprimento (20 cm, com 5 a 7 gemas) e diâmetro (em torno de 2,5cm), eliminando-se a parte herbácea superior que possui poucas reservas, e a parte basal, muito lenhosa.

De acordo com Câmara et al. (1994), a seleção de ramas e a obtenção de manivas de boa qualidade constituem-se em mecanismos de manejo capazes de elevar significativamente o rendimento em raízes da cultura da mandioca. Ainda segundo o autor na seleção de ramas, deve-se considerar, a densidade, ou seja, a relação entre o peso e o volume das manivas, características que determinam a sua capacidade de brotação. Além desses aspectos, a idade da planta, o diâmetro da haste e a parte da planta a ser usada como material de plantio são de grande importância na escolha das ramas. Com relação a melhor parte da planta a ser usada como material de propagação, Correa & Rocha (1979), comentam que a utilização no plantio de manivas provenientes do terço superior da planta de origem não é aconselhável, por serem mais finas e herbáceas, apresentarem menor velocidade de brotação, possuir menor quantidade de reserva, ser mais suscetível a pragas e doenças, proporcionando maior número de falhas no campo e menor produtividade das raízes.

No Brasil a posição de plantio das manivas mais utilizada e a posição horizontal, porque facilita a colheita das raízes, mas as mesmas podem ser plantadas nas posições: vertical e inclinada . Segundo Silva et al. (2001), o plantio da maniva na posição vertical, deixando-se no interior do solo pelo menos quatro gemas para garantir um bom

(24)

desenvolvimento, as raízes tendem a formar-se na extremidade inferior distribuindo-se de forma radial com certa uniformidade alem de proporcionar aumento na produtividade. Silva

et al. (2007) comprovaram o que método de plantio da maniva na posição vertical no solo

proporcionou melhor crescimento da planta e maior produção de raízes, com aumento de produtividade de 25% em relação ao plantio tradicional (plantio da maniva na horizontal), principal método de plantio praticado no Brasil. O plantio na posição inclinada, as estacas são colocadas no solo fazendo com esse ângulo de 45º aproximadamente, as raízes tendem a se desenvolver no sentido da inclinação da estaca. O plantio na posição horizontal consiste na distribuição da maniva no solo horizontalmente, sendo coberta totalmente pelo mesmo.

Outro fator importante a ser levado em consideração é a definição do espaçamento, segundo EMBRAPA (2003) a definição de espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, da disponibilidade de água, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Quanto melhor for a fertilidade do solo recomenda-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados a produção de ramas para ração animal recomenda-se espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. A EMBRAPA (2003) recomenda ainda que para colheitas mecanizadas, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Quando a capina é realizada através do uso de maquinas, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas, nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. Nas pequenas plantações onde as capinas são realizadas basicamente por meio de enxada, deve-se usar espaçamento mais estreito, para que a cultura cubra mais rapidamente o solo e dificulte o desenvolvimento das ervas daninhas.

A época de colheita também é fator importante e que deve ser levado em consideração no cultivo da mandioca. De acordo com Mattos et al. (2002), a fase 5 (período de repouso) é a época mais indicada para a colheita ou arranquio das raízes, ou seja, quando, as plantas derrubaram as folhas, atingindo o máximo de produção de raízes e de reservas de amido. As porcentagens de amido presente nas raízes serão menor quanto mais precoce for à colheita. Normalmente a colheita não é realizada enquanto as plantas estiverem mantendo as folhas, pois as mesmas estarão elaborando produtos de reserva para as raízes. No entanto a colheita

(25)

precoce das raízes, não determina prejuízos diretamente, porém elimina a possibilidade de colheitas maiores uma vez que a planta não armazenou quantidade de amido da qual teria capacidade.

3-MATERIAL E MÉTODOS

3.1-Material

3.1.1-Localização e caracterização da área experimental

O experimento foi conduzido em área experimental na propriedade rural do senhor Rainério Meireles da Silva localizada a 12 km da cidade de Altamira com acesso pela estrada vicinal denominada estrada da “Princesa do Xingu”. A área em que foi instalado o experimento é oriunda de pastagem e apresenta pouca declividade com latossolo amarelo de textura arenosa.

3.1.2-Seleção e preparo das manivas

Foram selecionadas para o experimento apenas as manivas localizadas no terço médio da planta, onde foram cortadas em tamanhos iguais a 25 cm e selecionadas as que possuíam aproximadamente o mesmo diâmetro e com cinco a seis gemas vegetativas, conforme Câmara

et al. (1994).

A etnovariedade escolhida para a pesquisa foi a macaxeira conhecida popularmente como “cacau”. A escolha dessa variedade foi motivada devido a sua grande utilização na alimentação humana com o consumo, principalmente, das raízes in natura na região de Altamira, de modo que a mesma é facilmente encontrada nos mercados, supermercados e feiras livres da cidade.

As manivas foram coletadas na Área experimental da Secretaria de Estado de Agricultura (SAGRI), localizada próximo ao bairro Mutirão na cidade de Altamira. Foram obtidas de plantas sadias com idade variando entre 12 e 16 meses.

(26)

3.2-Métodos

3.2.1-Instalação e colheita do experimento

O experimento foi montado no delineamento em Blocos Inteiramente Casualisados (BIC) onde foram testados cinco diferentes espaçamentos: 0,30m x 1,40m; 0,50m x 1,40m; 0,70m x 1,40m; 0,90m x 1,40m; 1,10m x 1,40m apresentando densidade populacional de 23.809, 14.285, 10.204, 7.936 e 6.493 plantas/ha, respectivamente. Além do espaçamento foram testadas também duas diferentes posições de plantio: vertical (1) e horizontal (2). Dessa forma o experimento foi formado por dez tratamentos denominados A1, A2, B1, B2, C1, C2, D1, D2, E1 e E2, de modo que a letra indica o espaçamento e o número indica a posição da maniva no plantio. No Quadro 01, constatam-se os tratamentos avaliados, sendo que o espaçamento entre plantas variou de 0,30m a 1,10m sempre mantendo o mesmo espaçamento entre as fileiras.

Quadro 01: Composição dos dez tratamentos testados no experimento. Altamira Pará, agosto de 2009

Tratamentos Espaçamento Posição da estaca no Plantio

A1 0,30 x 1,40m Vertical A2 0,30 x 1,40m Horizontal B1 0,50 x 1,40m Vertical B2 0,50 x 1,40m Horizontal C1 0,70 x 1,40m Vertical C2 0,70 x 1,40m Horizontal D1 0,90 x 1,40m Vertical D2 0,90 x 1,40m Horizontal E1 1,10 x 1,40m Vertical E2 1,10 x 1,40m Horizontal

Cada tratamento foi repetido cinco vezes no campo experimental, como constata-se na Figura 03, portanto o experimento apresentou cinco blocos cada um com 10 parcelas totalizando cinqüenta parcelas experimentais. Cada parcela experimental continha 24 plantas sendo a área útil formada por 06 e o restante utilizadas como bordadura, logo o número total de plantas no experimento foi de 1.200.

(27)

Figura 03- Disposição das parcelas e blocos na área experimental. (*)-Plantas utilizadas como borda no experimento; (*)- Plantas utilizadas na avaliação do experimento. Altamira Pará, agosto de 2009

Na Figura 03, constata-se a dinâmica de montagem do experimento no campo, de modo que, os asteriscos em preto representam as plantas que serviram como borda tanto dos blocos quanto da parcelas experimentais, e os asteriscos destacados em vermelho representam as plantas que foram utilizadas para a avaliação do experimento. Os blocos foram dispostos na área experimental distanciados 2 metros, dessa forma o espaçamento utilizado entre as fileiras dentro dos blocos foram de 1,4m definido em virtude da retirada das plantas daninhas ser realizada com trator de pequeno porte. A implantação do experimento ocorreu entre os dias 24 e 27 de junho de 2008. Na Figura 04, observa-se a implantação do experimento.

Figura 04- Implantação do experimento. A- Maniva implantada na vertical; B- Maniva implantada na horizontal; C- Montagem do experimento. Altamira Pará, agosto de 2009

Durante o período do experimento em campo, os tratos culturais realizados foram: duas capinas mecanizadas realizadas por meio de trator de pequeno porte modelo Agralle 4.100 equipado com enchada rotativa, e uma capina manual, conforme observa-se na Figura 05, que por sua vez teve como objetivo a eliminação da Brachiaria (Brachiaria brizantha) presente em grande quantidade na área.

(28)

Figura 05- Capina manual para eliminação da Brachiaria. Altamira Pará, agosto de 2009.

A colheita foi realizada 11 meses após o plantio, no dia 13 de maio de 2009. Após a colheita as raízes foram limpas e pesadas ainda na área experimental e os respectivos valores anotados para posterior análise.

3.2.2-Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio da Análise de Variância (ANAVA), fazendo o uso do teste de contrastes ortogonais para a comparação das médias dos tratamentos. Foram utilizados nove contrastes ortogonais na análise e comparação das médias dos tratamentos, sendo eles: Y (1): A1; B1; C1; D1; E1 Vs A2; B2; C2; D2; E2, Y (2): A1 Vs B1; Y(3): A1; A2 Vs B1; B2; C1; C2; D1; D2; E1; E2, e Y(4): A1; E1 Vs A2; E2, Y(5): A1;B1 Vs A2; B2, Y(6): A1 Vs B1; C1; D1; E1, Y(7): A2 Vs B2; C2; D2; E2, Y(8):A1 Vs E1 Y(9): A2 Vs E2. Os referidos contrastes foram realizados por meio do Sistema de Análise Estatístico (SAS, 1998).

• Contraste Y(1): A1; B1; C1; D1; C1 Vs A2; B2; C2; D2; E2: foi realizado objetivando comparar se houve diferença na produtividade obtida nos cinco tratamentos que utilizaram a posição de plantio vertical em relação aos cinco tratamentos que utilizaram a posição horizontal no plantio.

• Contraste Y(2): A1 Vs A2: realizado com objetivo de comparar a produtividade obtida no espaçamento 30 cm na posição de plantio vertical com relação à produtividade obtida no espaçamento de 30 cm na posição de plantio horizontal.

(29)

• Contraste Y(3): A1 e A2 Vs B1; B2; C1; C2; D1; D2; E1; E2: este contraste teve como finalidade comparar a produtividade obtida pelos tratamentos que utilizaram o espaçamento 30cm com os demais tratamentos testados no experimento.

• Contraste Y(4): A1 e E1 Vs A2 e E2: realizado com o objetivo de comparar a produtividade obtida entre o menor e o maior espaçamento (0,30m e 1,10m) na posição de plantio vertical com o maior e o menor espaçamento (0,30m e 1,10m) na posição de plantio horizontal.

• Contraste Y(5): A1 e B1 Vs A2 e B2: feito com o intuito de contrastar a produtividade obtida pelos tratamentos que utilizaram espaçamento de 30cm e 50cm na posição de plantio vertical com os tratamentos que utilizaram espaçamento 30cm e 50cm na posição de plantio horizontal.

• Contraste Y(6): A1 Vs B1; C1; D1; E1: este contraste foi realizado com o objetivo de comparar a produtividade obtida pelo menor espaçamento na posição de plantio vertical com os demais tratamentos que utilizaram esta mesma posição de plantio.

• Contraste Y(7): A2 Vs B2; C2; D2; E2: a exemplo do contraste anterior, o contraste Y(7) foi realizado com o objetivo de comparar a produtividade obtida pelo menor espaçamento com os demais tratamentos só que dessa vez na posição de plantio horizontal. • Contraste Y(8): A1 Vs E1: neste contraste a comparação da produtividade foi feita entre o menor e o maior espaçamento (30 cm X 1,10 cm) ambos na posição de plantio vertical.

• Contraste Y(9): A2 Vs E2: realizado com objetivo de comparar a produtividade obtida entre o tratamento que utilizou o menor espaçamento na posição de plantio horizontal com o tratamento que utilizou o maior espaçamento na mesma posição de plantio.

A analise estatística foi realizada utilizando a Analise de Variância (ANAVA) com a aplicação do teste “T” e os dados brutos foram transformados pelo método da raiz quadrada.

(30)

4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1- Produção de raiz

Com relação à produtividade obtida por tratamento, como constata-se na Tabela 05, o Tratamento A1 apresentou a maior produtividade, ou seja, as parcelas que utilizaram espaçamento 0,30mx1,40m com posição de plantio vertical obteve média de produtividade de raízes de 25.637,75 kg/ha. A média de produtividade obtida neste tratamento é substancialmente maior que a média nacional divulgada pelo IBGE (2001) que foi de 13,5 t/ha. A produção nacional é quantificada em dois ciclos, portanto as plantas apresentam idade de 18 a 24 meses, enquanto o presente trabalho foi colhido com 11 meses. A maior produtividade do menor espaçamento possivelmente foi em decorrência do maior número de plantas por hectare.

Tabela 05- Produtividade em kg/ha dos tratamentos aplicados no experimento. Altamira Pará, agosto de 2009

Para a produção de raízes o resultado da Análise de Variância (ANAVA) comprovou que houve diferença altamente significativa entre as médias dos Blocos, comprovando a eficiência do Delineamento em blocos Inteiramente Casualisados (BIC) aplicado no experimento. Além disso, o resultado da ANAVA, como constata-se na Tabela 06, também detectou diferença altamente significativa entre as médias de produtividade obtidas nos tratamentos, ou seja, houve diferença significativa estatisticamente na produtividade das parcelas em função dos tratamentos aplicados.

Outro fator importante a ser observado no resultado da ANAVA é o Coeficiente de Variação (CV) que avalia a forma de condução da pesquisa, ou seja, através de CV é possível definir se o experimento foi bem conduzido ou não. Gomes (1990), relata que os C.V.’s obtidos comumente nos ensaios agrícolas de campo, caso da pesquisa aqui apresentada,

TRATAMENTO PRODUTIVIDADE (kg/ha)

V E R T IC A L A1 25.637,75 B1 16.809,52 C1 18.027,21 D1 11.793,65 E1 12.564,94 H O R IZ O N -T A L A2 18.968,25 B2 19.214,29 C2 15.683.67 D2 15.923,28 E2 11.764,07

(31)

podem ser considerados baixos, quando inferiores a 10%, médios quando de 10 a 20%, altos quando de 20 a 30 %, muito altos quando superiores a 30 %. Neste caso o CV Avaliado foi de 10,65% o que na escala supracitada qualifica este Coeficiente de Variação como sendo de valor médio significando assim boa condução do experimento.

Tabela 06-Análise da variância obtida para a característica peso fresco da raiz de mandioca. Altamira Pará agosto de 2009.

GL: graus de liberdade; SQ: soma de quadrados; QM: quadrado médio; F: teste F;*: significativo; PR: probabilidade de erro. O coeficiente de variação (CV) foi de 10,65%.

4.2- Avaliação dos Contrastes Ortogonais

Depois de realizada a Análise de Variância (ANAVA) para o parâmetro de avaliação produtividade de blocos e tratamentos, para comparação dos resultados obtidos nos contrastes realizados, foi utilizado o método estatístico de comparação de médias denominado “Contrastes Ortogonais” que tem como objetivo avaliar a diferença entre as médias na produtividade obtida entre os diferentes tratamentos ou grupo de tratamentos além de determinar se a diferença encontrada é ou não significativa. Os resultados desses contrastes estão relacionados na Tabela 07.

Tabela 07- Contrastes ortogonais realizados no experimento. Altamira Pará, Agosto de 2009.

GL: graus de liberdade; SQ: soma de quadrados; QM: quadrado médio; Pr.>F: Probabilidade maior que “F”; ns: não significativo; *: significativo; ** altamente Significativo.

FV GL SQ QM F PR Blocos 4 5612,847 1403,21184456 7,64 0.0001** Tratamentos 9 11735,00921346 1303.88991261 7,10 0.0001** Resíduo 36 6608,93997376 183,58166594 TOTAL 49 23956,79656545 CONTRASTE GL SQ QM Pr. > F Y(1) 1 14.03907894 14.03907894 0.8244ns Y(2) 1 1251.43515621 1251.43515621 0.0414* Y(3) 1 5333.56460625 5333.56460625 0.0001** Y(4) 1 7438.20123189 7438.20123189 0.0001** Y(5) 1 1077.10683633 1077.10683633 0.0576 ns Y(6) 1 6128.23866613 6128.23866613 0.0001** Y(7) 1 624.93638202 624.93638202 0.14442 ns Y(8) 1 5820.51701843 5820.51701843 0.0001** Y(9) 1 2086.34681897 2086.34681897 0.0096** Tratamentos 9 11735.00921346 1250.04731145

(32)

Para o contraste Y(1) A1; B1; C1; D1; C1 Vs A2; B2; C2; D2; E2 realizado com o objetivo de comparar a produtividade obtida nos tratamentos que utilizaram a posição de plantio vertical em relação à produtividade obtida na posição de plantio horizontal observa-se que não houve diferença significativa entre as médias, ou seja, quando levado em consideração todos os espaçamentos ao mesmo tempo, não foi constatado diferença significativa.

No contraste Y(2) A1 Vs A2 cujo objetivo foi comparar a posição de plantio (vertical-horizontal) para o espaçamento 0,30m x 1,40m, afim de definir para este espaçamento qual a melhor posição de plantio, de acordo com o teste de comparação de médias houve diferença significativa entre as médias de produtividade dos tratamentos uma vez que o tratamento A1 obteve produtividade superior ao A2 com média de 25.637,75 kg/ha e 18.968,25 kg/ha respectivamente, ou seja, a diferença de 6.669,50 kg/ha foi bastante estatisticamente significativa, portanto nessa variedade a posição de plantio que se destacou apresentando melhor produtividade foi a posição vertical. Essa maior produtividade obtida com o menor espaçamento na posição de plantio vertical possivelmente é em decorrência da etnovariedade “Cacau”, uma vez plantada na vertical, apresentar arquitetura com predominância de uma haste principal, o que não acontece na posição de plantio horizontal onde a planta lança maior número de brotos vegetativos aumentando assim a competição por nutrientes e luminosidade conforme Santos (2007).

O resultado do contraste Y(3) A1 e A2 Vs B1; B2; C1; C2; D1; D2; E1; E2, em que o objetivo foi comparar a produtividade obtida pelos tratamentos que utilizaram o espaçamento 0,30m x 1,40m independente da posição de plantio, com os demais tratamentos, apresentou diferença altamente significativa entre as médias de produtividade, ou seja, o espaçamento 0,30m x 1,40m independente da posição de plantio apresentou maior produtividade em relação aos demais espaçamentos aplicados o que de acordo com estes resultados permite constatar que este é o melhor espaçamento, para a produção de raízes, na variedade de mandioca avaliada.

O contraste Y(4) A1 e E1 Vs A2 e E2 que comparou o efeito da posição de plantio na produtividade dos tratamentos que utilizaram o menor e o maior espaçamento (0,30m; 1,10 x 1,40m) obteve diferença altamente significativa entre as médias. Ainda neste contraste comparando a produtividade obtida em função da posição de plantio constata-se ainda que a

(33)

posição vertical se sobressaiu apresentando maior produtividade com relação a posição de plantio horizontal nos dois espaçamentos.

No contraste Y(5) A1 e B1 Vs A2 e B2 feito com o intuito de contrastar a produtividade obtida pelos tratamentos que utilizaram espaçamento de 30cm e 50cm na posição de plantio vertical com os tratamentos que utilizaram os mesmos espaçamentos na posição de plantio horizontal, o resultado do teste de comparação de médias não detectou diferença significativa ou seja, quando comparado o efeito da posição de plantio nestes espaçamentos não se verificou diferença significativa entre os resultados obtidos. Esta diferença não significativa pode ser justificada pela baixa produtividade obtida pelo tratamento B1 que fez com que a média dos tratamentos (A2, B2) se aproximassem da média dos tratamentos (A1, B1) embora o tratamento A1 tendo apresentado média superior aos demais.

Com relação ao contraste Y(6) em que o mesmo comparou a produtividade obtida pelo tratamento cujo espaçamento entre plantas foi 0,30m na posição de plantio vertical (A1) em relação à produtividade obtida pelos demais tratamentos cujo plantio foi realizado nesta mesma posição. O resultado do teste de comparação de médias constatou diferença altamente significativa entre a produtividade obtida nesses tratamentos, ou seja, como nesse caso foi comparado o efeito do espaçamento na produtividade dos tratamentos que utilizaram a posição de plantio vertical, o espaçamento 0,30m entre plantas apresentou produtividade média superior aos demais, de modo que, a diferença foi altamente significativa, dessa forma esse contraste comprovou a superioridade produtiva desse espaçamento também em relação aos demais tratamentos que utilizaram a posição de plantio vertical.

No contraste Y(7) é quase idêntico ao contraste anterior só que desta vez foi contrastado a produtividades média do espaçamento 0,30m entre plantas em relação aos demais tratamentos que utilizaram a posição de plantio horizontal. Para o contraste o resultado obtido demonstrou que não houve diferença significativa entre essas produtividades médias, ou seja, para esta posição de plantio o espaçamento 0,30m não apresentou diferença significativa com relação a produtividade obtida nos demais espaçamentos na posição de plantio horizontal, o que comprova que para esta variedade o espaçamento 0,30m não é melhor que os demais testados se o plantio for realizado com a maniva na posição horizontal, o que possivelmente pode ser justificado em função de que na posição horizontal a maniva possui maior lançamento de brotação, conforme Santos et al. (2007), aumentando a

(34)

competição tanto por nutrientes quanto por luminosidade, o que acarreta a diminuição de produtividade, o que pode ter acontecido neste caso com o tratamento A2.

No contraste Y(8) A1 Vs E1 que comparou a produtividade obtida pelo menor espaçamento em relação ao maior espaçamento na posição de plantio vertical, o resultado obtido comprova diferença altamente significativa uma vez que a produtividade obtida pelo tratamento A1 foi superior a produtividade média obtida pelo tratamento E1, o que mais uma vez demonstra a eficiência do espaçamento 0,30m entre plantas no aumento da produtividade na posição vertical.

O contraste Y(9) A2 Vs E2 também contrastou o menor versus o maior espaçamento na posição de plantio na horizontal. Para esse contraste o resultado do teste de comparação de médias constatou que houve diferença altamente significativa entre as médias de produtividade dos tratamentos. A produtividade média obtida no tratamento A2 foi superior a produtividade obtida no tratamento E2 comprovando que o espaçamento de 0,30cm obteve melhor rendimento com relação ao espaçamento 1,10m também na posição de plantio horizontal. Neste caso a suposta competição existente no tratamento A2 foi compensada pelo aumento da densidade populacional de modo que a produtividade foi maior que no tratamento E2 que tem o menor número de planta por área.

(35)

5-CONCLUSÕES

A avaliação dos espaçamentos e posição da maniva no plantio da etnovariedade “Cacau” permitiu obter as seguintes conclusões:

 O tratamento A1(0,30m x 1,40m) com o plantio da maniva na posição vertical proporcionou maior produtividade de raízes, portanto este o espaçamento recomendado para a etnovariedade estudada.

 O espaçamento de 1,40m entre fileiras mostrou-se eficiente no combate a ervas daninhas proporcionando a utilização de trator Agralle 4.100 equipado com

enchada rotativa na capina mecanizada obtendo agilidade no combate as plantas invasoras diminuindo o esforço físico do trabalho e os custos de produção.

 É possível aumentar a produtividade da mandioca com o aumento da densidade populacional do cultivo aliado a posição vertical no plantio, o que não aumenta os custos se comparado ao sistema tradicional praticado pelos produtores.

(36)

6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABAM. Segmentação do mercado do amido de mandioca no Brasil, 2006. Disponível em

http://www.abam.com.br/. Acesso em 27/03/2009

CAGNON, J. R; CEREDA, M. P; PANTAROTTO, S. Série: Cultura de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol.2 – Cultura de tuberosas amiláceas latino-americanas. Fundação Cargill. Ago/2002.

CÂMARA, G. M. S.; OLIVEIRA, E. A. M.; RUIZ, S. T; PUZZO, R. B; FURLAN, N. M; MAULE, R. F. Quantificação de perdas de ramas e seu efeito sobre a produção de raízes. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz das Almas, v. 13, n.2, p. 100-109, 1994.

CARDOSO, C. E. L; SILVA, J. S. Importancia, potencialidades, e perspectivas do cultivo da mandioca na America Latina. Série: Cultura de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol 2. Fundação Cargill. Ago/2002.

CEPLAC. Mandioca, 2007. Disponível em. http://www.ceplac.gov.br. Acesso em 10/07/2008.

CEREDA, P. M. Produtos e subprodutos. Embrapa processamento e utilização da mandioca. Brasília. Embrapa mandioca e fruticultura tropical, 2005. 547pg.

CORREA, H.; ROCHA, B.V. Manejo da cultura da mandioca. Informe Agropecuário, v.5, n.59/60, pag.16-30, 1979.

DALLAQUA, M. A. M; CORAL, D. J. Morfo-anatomia. Série: Culturas de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol.2. Fundação Cargill. Ago/2002.

EMBRAPA. Sistemas de produção 2003; Cultivo da Mandioca para a Região dos Tabuleiros Costeiros. Disponível em. www.embrapa.gov.br/sistemasdeproducao. Acesso em 25 de março de 2009.

(37)

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Boletim de pesquisa e desenvolvimento; Comportamento de Variedades da Mandioca nos Municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália- BA. Cruz das Almas, Bahia, 2004. 15 p.

FOLEGATTI, I. S. M; MATSUURA, C. A. U. F; FILHO, R. F. J. A Industria da farinha de mandioca. Embrapa processamento e utilização da mandioca. Brasília. Embrapa mandioca e fruticultura tropical, 2005. 547pg.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9.ed. São Paulo: Atheneu, 1996. pág. 307.

GODOY, M; PASSOS, S; FILHO, C, V; JOSÉ, A. Principais Culturas 2.ed. Campinas-SP, 1973. 404 p.

GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 13. ed. Ver. amp. Piracicaba: Nobel, 1990.

IBGE. Produção Agrícola de Mandioca, 2004. Disponível em. http://www.ibge.gov.br. Acesso em 15/07/2008.

IEA/SP. Gráfico: Distribuição da produção de mandioca pelas cinco regiões fisiográficas do Brasil. Disponível em. http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php. Acesso em 10 de abril de 2009.

LOPES, F. C. F; ARCURI, B. P; CARNEIRO, da C. J. Mandioca na alimentação de bovinos. Embrapa processamento e utilização da mandioca. Brasília. Embrapa mandioca e fruticultura tropical, 2005. 547pg.

LUDKE, V. J; BERTOL, M. T; MAZZUCO, H; LUDKE, C. M. M. M. Uso racional da mandioca e subprodutos na alimentação de aves e suínos. Embrapa processamento e utilização da mandioca. Brasília. Embrapa mandioca e fruticultura tropical, 2005. 547pg.

(38)

MARTINS, C. F; VIANA, E. S. A; MATSUMOTO, N. S; CARDOSO, E. L. C; GOMES, R. I. Aspectos Sociofundiários do Cultivo da Mandioca em Treze Municípios da Região Sudoeste da Bahia. BA, 2005.

MATOS, P. L. P; CARDOSO, E. M. R. Cultivo da Mandioca para o Estado do Pará. Disponivel em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/ acessado em 15 de janeiro de 2008.

MATTOS, L. P. P; GOMES, C. J; FARIAS, R. N. A; FUKUDA, C. Cultivo da mandioca nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Culturas de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol.2. Fundação Cargill. Ago/2002.

PERESSIN, V.A; CARVALHO, J. E. B. Manejo integrado de plantas daninhas em mandioca. Série: Cultura de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol 2. Fundação Cargill. Ago/2002.

RAMOS, M. C. E. Tradição da produção da farinha de mandioca na Amazônia. Embrapa processamento e utilização da mandioca. Brasília. Embrapa mandioca e fruticultura tropical, 2005. 547pg.

ROEL, R. A; SILVA, J. M; MENEZES, P. G. Apontamentos dos Cursos: Cultivo da Mandioca e Derivados, Engorda de Frango Caipira. Campo Grande-MS, 2001.100 p.

SANTOS, J, C, dos; SANTOS, P, I, P, dos; AGUIAR, F, F, de; LACERDA, A, de L; SILVA, R, M. Desenvolvimento do cultivo da mandioca em função da posição da maniva no plantio. Anais da 7ª Semana de Integração das Ciências Agrárias. Universidade Federal do Pará- Altamira, PA: UFPA, 2007. 333p.

(39)

SILVA, M. J; ROEL, A. R.; MENEZES, G. P. APONTAMENTO DOS CURSOS - Cultivo da Mandioca e Derivados - Engorda de Frango Caipira. 2001. Disponível no site: http://www.unitins.br/ates/arquivos/Pecu%C3%A1ria/avicultura/Mandioca%20e%20Frango %20Caipira.pdf. Acessado em 08 de março de 2009.

TERNES, M. Fisiologia da Planta. Série: Culturas de tuberosas amiláceas latino-americanas. Vol.2. Fundação Cargill. Ago/2002.

THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. São Paulo, 1998. 108 p.

Referências

Documentos relacionados

Quando conheci o museu, em 2003, momento em foi reaberto, ele já se encontrava em condições precárias quanto à conservação de documentos, administração e organização do acervo,

The challenges of aging societies and the need to create strong and effective bonds of solidarity between generations lead us to develop an intergenerational

Bento Pereira apresenta uma lista de autores e obras em língua portuguesa, de vários pendores: religioso, enciclopédico, dicionarístico, e literário.A escolha destas obras

Submetidas a reavaliações práticas (Sahlins, 1999), as raves desdobraram-se em festas com discursos estéticos, comportamentais e ideológicos diferenciais, as festas

O capítulo I apresenta a política implantada pelo Choque de Gestão em Minas Gerais para a gestão do desempenho na Administração Pública estadual, descreve os tipos de

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Inicialmente, até que as ações estejam bem delineadas, a proposta é de que seja realizada apenas uma reunião geral (Ensino Fundamental e Educação Infantil)

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar