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V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

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Academic year: 2021

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ATIVIDADES INVESTIGATIVAS SOBRE CARACTERÍSTICAS DOS

SERES VIVOS

Maurício Nagata Yoshida, Anne Caroline de Freitas, Marcelo Tadeu Motokane(Coordenador PIBID), Fabiana Maris Versute–Stoqui(Coordenadora PIBID), Michele Dayane Facioli

Medeiros (Supervisora PIBID) Universidade de São Paulo - FFCLRP

CAPES - PIBID Eixo: 5 – Ciências Biológicas

RESUMO

O ensino de ciências trabalha com diversos conceitos complexos que exigem mais do que a mera exposição para serem compreendidos. As propostas de ensino investigativo são uma alternativa para auxiliar o ensino de ciências, nas quais por meio da problematização e observação de fenômenos o aluno tem maior chance compreender tais conceitos. Este trabalho teve como objetivo a elaboração de uma sequência didática que substituísse a proposta de atividades do Estado de São Paulo referentes ao tema “Variedade de seres vivos” como parte das ações do PIBID - Subprojeto Interdisciplinar da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. A sequência foi desenvolvida para turmas do 7º ano de uma escola municipal do interior paulista, sendo embasada nos pressupostos teóricos da alfabetização científica e do ensino investigativo.

INTRODUÇÃO

O ensino baseado no método de alfabetização científica busca o entendimento e compreensão de assuntos da área de Ciências Naturais, por meio de práticas de leitura, escrita, discussão e observação, buscando apresentar e aproximar do aluno à linguagem e conceitos de ciência (DRIVER, NEWTON & OSBORNE, 2000). Para isso deve-se estimular o aluno a escrever textos ou produzir desenhos que carreguem formas de comunicação científica (MOTOKANE et al. 2013). Assim como proposto por FREIRE (1980), o aprendizado deve extrapolar o ensino mecânico e levar a um pensamento crítico e um uso inteligente e científico dos meios de comunicação usados no ensino de ciências.

A alfabetização científica pode ter caráter investigativo, neste caso a principal característica é levar o aluno a raciocinar e indagar a partir de um problema inicialmente apresentado

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(CARVALHO, 2008). O qual seria feito a partir de um conteúdo científico que levaria à construção do conhecimento. Diante de tal situação o professor seria o mediador dessas reflexões e instigaria a curiosidade do aluno incentivando sua criatividade e imaginação. Logo, a aula deixa de ser expositiva e busca uma participação e assim uma aproximação do aluno, o qual deixa de ser um mero expectador (CARVALHO, 2008). Dessa forma é possível, de acordo com as questões problematizadas no decorrer da aula, que o aluno use seu conhecimento prévio e o aplique de forma a construir um novo conhecimento (CARVALHO, 2008).

Sequências didáticas são um conjunto de aulas acuradamente planejadas e ordenadas previamente, baseadas em um conteúdo, contendo conexão entre cada assunto. Desta forma, apresenta propostas e atividades com a finalidade de atingir objetivos de ensino (ZABALA,1998). Logo, exige um estudo reflexivo e aprofundado do conteúdo a ser abordado, que busca a organização de idealizações de trabalho na sala de aula. Sendo assim uma ferramenta que diferencia a metolodologia educativa do professor.

Considerando o pressuposto teórico apresentado, o presente trabalho foi desenvolvido nas atividades de estágio do PIBID - Subprojeto Interdisciplinar da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, tendo como objetivo elaborar uma sequência didática que complementasse a proposta curricular do Estado de São Paulo nas aulas pertencentes ao tema “Variedade de seres vivos” para alunos do 7º ano de uma escola municipal do interior paulista. Serão apresentados apenas alguns recortes da sequência didática, principalmente os que dizem respeito às soluções propostas para sanar as demandas conceituais que os alunos possuíam.

DESENVOLVIMENTO

A construção das atividades teve início com a análise da proposta curricular e do material didático do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2009). A análise buscou averiguar a composição de conteúdos do currículo, a sequência em que estes conteúdos seriam abordados, as propostas de atividades em sala de aula, o tempo de trabalho proposto e o nível de abordagem de cada conceito envolvido.

Apesar das propostas conterem muitos momentos de diálogo exploratório e discussão, constatou-se a ausência de atividades que trouxessem manipulação de material biológico. Outro problema da proposta é que conceitos complexos, como o de seres vivos, são abordados somente em discussões e por meio de esquemas pouco explicativos. As

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atividades partem de descrições e caracterizações que exigem conhecimentos anteriores para que saiam da mera memorização.

A partir dessa análise, alguns conceitos foram selecionados para receber um tratamento didático diferenciado, dado a sua importância para o entendimento do conceito de vida e o alto grau de complexidade envolvido na sua compreensão. Atividades foram desenvolvidas e organizadas em uma sequência didática englobando os temas “classificação biológica” e “características básicas dos seres vivos”. Neste resumo apresentaremos somente as atividades relacionadas ao conceito de célula.

A elaboração das atividades pautou-se em quatro pontos importantes enumerados por Sasseron (2011) para fundamentar o planejamento de Sequências de Ensino Investigativas (SEI): apresentar um problema para início da construção do conhecimento - fornecer um problema contextualiza a situação de aprendizado e fornece alicerce para construção do conhecimento; da ação manipulativa para ação intelectual – possibilitar que o aluno transite da ação manipulativa a intelectual para a construção de novas hipóteses; tomada de consciência para construção do conhecimento - cabe ao professor conduzir a tomada de consciência do que os alunos estão fazendo, através do levantamento de questões; as diferentes etapas das explicações científicas - as discussões com os alunos precisam chegar até a etapa das explicações do fenômeno que está sendo estudado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão descritas as atividades que trabalharam com o conceito de célula. Entendemos que tal conceito é de grande importância para a caracterização de um ser vivo. As propostas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo excluem as atividades com uso de equipamentos e não tratam do assunto de modo que o aluno possa ter uma compreensão melhor da dimensão, forma e estrutura de uma célula.

Diversidade de vida microscópica

O objetivo da atividade foi introduzir o uso do microscópio e levar o aluno a conhecer/reconhecer vida microscópica. Os alunos foram separados em grupo e cada grupo tinha um microscópio. A aula iniciou com a pergunta “Vocês conhecem esse equipamento? Para o que ele serve?”. Em seguida, foram dadas orientações sobre o funcionamento d o equipamento e discutida a dimensão do material que seria observado. Os alunos foram

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então questionados sobre o material que iriam observar “Nós vamos olhar essa água no microscópio, o que vocês acham que vão observar?”. Em seguida, lâminas foram preparadas e entregues aos grupos. Os alunos observaram o material e o professor deu o suporte, manuseando os microscópios de grupos com dificuldade, garantindo que todos conseguissem observar organismos microscópicos. Ao final da aula o professor mediou uma discussão sobre vida microscópica e averiguou o que os alunos observaram.

A célula e seu nível organizacional

Nessa aula os alunos compreenderam níveis organizacionais (do tecido a célula). Foram formados grupos que receberam folhas de Tradescantia sp, os alunos descreveram e desenharam a folha com o máximo de detalhes possível. Em seguida, o professor fez a pergunta “ Se observarmos essa folha no microscópio, conseguiríamos encontrar mais detalhes? Como vocês acham que é essa folha quando vista ao microscópio?” Depois do debate, os alunos descreveram e desenharam novamente como imaginam que a folha seria quando observada ao microscópio. Cada grupo recebeu um microscópio e lâminas da camada epidérmica da folha de Tradescantia sp. O professor preparou uma lâmina na frente dos alunos, para que eles entendessem de onde estava sendo extraído o tecido observado. Após a observação da lâmina, uma nova discussão foi mediada pelo professor para que fosse garantido que todos os alunos tivessem visto células. A discussão também foi importante para que cada aluno pudesse expressar suas ideias sobre o que viram.

A célula como unidade básica da vida

O objetivo foi auxiliar o aluno a reconhecer a célula como unidade funcional da vida. Foram distribuídas lâminas de tecidos provenientes de diversos reinos. O professor pediu aos alunos para que esquematizassem no caderno o que observavam. O professor fez as seguintes perguntas: “o que vocês observaram? Notaram algo em comum entre as lâminas que foram observadas? Vocês viram diversas lâminas de um mesmo ser vivo, elas possuíam células iguais? Existem seres de apenas uma célula?”. O professor encerrou a discussão pontuando a célula como característica básica da vida, e comentando sobre suas diferentes formas. Também comentou sobre seres uni- e pluricelulares.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino de ciências deve ir além de situações meramente expositivas, deve proporcionar ao aluno a chance de observar fenômenos, levantar hipóteses e poder testa-las. A introdução de questionamentos ou situações problema no início da aula é fundamental para captar a atenção do aluno, contextualizar o aprendizado e fornecer subsídio para a construção do conhecimento.

O uso de equipamentos como o microscópio é de grande relevância para a compreensão do conceito de célula. Visto que esse é um conceito central para a compreensão do que é vida. As atividades de microscopia são importantes para o aluno compreender a dimensão das células e oferecem a oportunidade de que os alunos façam generalizações a partir de observações.

As atividades propostas por este estudo podem ter sua aplicação limitada por falta de recursos, foram utilizados equipamentos e materiais que não são comuns em todas as escolas. Porém, vemos tal fato como argumento para discutir como e onde podem ser investidos recursos na educação. Além disso, nossa experiência mostrou que a parceria entre escolas e universidades pode ser muito interessante, muitos dos equipamentos e materiais utilizados em nossas atividades foram emprestados por laboratórios da universidade. Neste sentido, destaca-se a relevância de programas da natureza do PIBID.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, A.M.P. Ensino e aprendizagem de Ciências: referenciais teóricos e dados empíricos das sequências de ensino investigativas - (SEI). In: Lonhini, M.D. (Org). O uno e o diverso na educação. Uberlândia: EDUFU, 2011.

CARVALHO, A.M.P. O ensino de Ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: CARVALHO, A.M.P. (org) Ensino de Ciências por investigação: Condições para implementação em sala de aula. Editora: Cengage Learning, 2013.

DRIVER, R; NEWTON, P. & OSBORNE, J. (2000) - Estabilishing the norms of scientific argumentation in classroom. Science Education, 84(3), pp.287-312.

FREIRE, P. (1980) - Educação como prática da liberdade, São Paulo: Paz e Terra.

MOTOKANE, M.; VERSUTE-STOQUI, F. M.; TRIVELATO, S.L.F. Características de sequências didáticas promotoras da alfabetização científica no ensino de biologia , 2013. ZABALA, A. prática educativa. Porto Alegra: Artmed, 1998.

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