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JOBIM, JOSÉ MARTINS DA CRUZ Outros nomes e/ou títulos:

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JOBIM, JOSÉ MARTINS DA CRUZ

Outros nomes e/ou títulos:

DADOS PESSOAIS TRAJETORIA PROFISSIONAL PRODUÇÃO INTELECTUAL FONTES FICHA TÉCNICA DADOS PESSOAIS

José Martins da Cruz Jobim nasceu na cidade do Rio Pardo, na então província do Rio Grande do Sul, em 26 de fevereiro de 1802. Era filho de José Martins da Cruz e Eugênia Fortes Jobim. Casado em 1830 com Maria Amélia Marcondes, era pai de Teófilo Clemente Jobim (1828-1868), também médico formado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1851, sendo este o primeiro cirurgião do Corpo de Saúde do Exército.

Por meio da lei nº 1.671, de 12 de setembro de 1952, o Departamento dos Correios e Telégrafos emitiu um selo comemorativo do 150º aniversário de nascimento de José Martins da Cruz Jobim. Foi homenageado, também, com uma rua com seu nome, a Rua Cruz Jobim, no bairro de Irajá, na cidade do Rio de Janeiro. Foi agraciado com as Comendas da Ordem da Rosa e de Cristo, e da Imperial Ordem Russiana de S. Estanislau,

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1878.

TRAJETORIA PROFISSIONAL

José Martins da Cruz Jobim viajou para a Europa, em 1821, ingressando na Faculdade de Medicina de Montpellier, transferindo-se mais tarde para a Faculdade de Medicina de Paris, onde diplomou-se como bacharel em ciências físicas (1826) e doutorou-se em medicina (1828).

Ao retornar ao Brasil, em 5 de março de 1828, foi admitido como médico no Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde chefiou uma de suas enfermarias. Teve presença marcante nesta instituição, exonerando-se de suas funções no ano de 1859, sendo lhe concedido o título de primeiro e único médico honorário do Hospital da Santa Casa.

Dedicou-se também às atividades clínicas em seu consultório particular, situado ao lado de sua casa, na rua do Lavradio nº 53, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

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Ainda em 1828, José Martins da Cruz Jobim ingressou na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, associação criada no Rio de Janeiro, em 1824, que destinava-se ao aperfeiçoamento dos estudos da agricultura, comércio e indústria.

Foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, criada em 1829 e posteriormente denominada Academia Imperial de Medicina, juntamente com Joaquim Cândido Soares de Meirelles, Luís Vicente De Simoni, José Francisco Xavier Sigaud e Jean Maurice Faivre, sendo nomeado arquivista-tesoureiro na eleição da primeira diretoria. José Martins da Cruz Jobim participou de várias comissões da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo sido, em 1830, relator da Comissão de Salubridade que protestava contra as péssimas condições a que eram submetidos os alienados no país. No mesmo ano compôs a comissão, encarregada pela Câmara dos Deputados, para elaborar um plano para as escolas médicas. O projeto elaborado, intitulou-se “Plano de Organização das Escolas Médicas do Império. Redigido pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, por Convite que a Augusta Câmara dos Deputados lhe dirigiu em 07 de outubro de 1830”, e foi apresentado por José Martins da Cruz Jobim à Câmara dos Deputados do Império, sendo votado e aprovado.

Foi nomeado, em 1831, por José Bonifácio de Andrada e Silva, como responsável por zelar pela saúde dos filhos de D. Pedro I, que naquela ocasião havia renunciado ao trono. Dispensou cuidados médicos à princesa D. Paula Mariana, que veio a falecer de varíola aos 10 anos de idade, e escreveu posteriormente um relatório sobre o ocorrido, intitulado “Relatório da moléstia de sua alteza a sereníssima Princesa D. Paula Marianna”.

Foi médico efetivo da Imperial Câmara (1840).

Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi lente de medicina legal e toxicologia (1833-1854), e diretor (1842-1872), sendo jubilado e aposentado como diretor em 1872.

Em 1830, José Martins da Cruz Jobim, então relator da Comissão de Salubridade da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, designada para examinar a situação das prisões, hospitais, casa de expostos e hospícios, protestou contra as péssimas condições e a forma desumana de tratamento a que eram submetidos os alienados no Rio de Janeiro. E em novembro de 1842 foi o primeiro médico a ser nomeado pela mesa administrativa do Hospício de Pedro II com fins de visitar, prescrever e formular o tratamento aos alienados recolhidos.

José Martins da Cruz Jobim foi médico e diretor (1842-1872) da Casa de Saúde de Saco do Alferes, inaugurada em 1849 na rua do Saco do Alferes nº 253 (posteriormente rua de Santo Cristo dos Milagres), no centro do Rio de Janeiro. Nesta Casa de Saúde também fizeram parte do quadro de

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médicos José Francisco Xavier Sigaud, Joaquim Cândido Soares de Meirelles, Manoel do Valladão Pimentel, Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, Luís Vicente De Simoni.

José Martins da Cruz Jobim, em 1844, viajou a Nápoles (Itália), como emissário particular de Pedro II junto à Corte do Rei das Duas Sicílias, e no seu retorno foi designado médico da comitiva do Imperador que realizaria sua primeira visita às províncias do sul. Nesta ocasião, é nomeado, ainda em Porto Alegre, para o Conselho da Coroa. Na viagem de volta ao Rio de Janeiro, na passagem por Santa catarina, realiza a análise química das águas, da qual derivou sua monografia intitulada “Exame das águas minerais de Santa Catarina” (1845).

Foi deputado geral, nas 7a e 8a legislaturas, pela província do Rio Grande do Sul (1849-1851), e senador do Império pela província do Espírito Santo (01/03/1851), cargo este que assumiu em 6 de maio do mesmo ano e onde permaneceu até a data de sua morte.

José Martins da Cruz Jobim foi membro titular e presidente da Academia Imperial de Medicina nos anos de 1831, 1834, 1839-1840 e 1848-1851. Participou ainda em 1867 como conselheiro do quadro de membros honorários do Imperial Instituto Médico Fluminense. Foi membro correspondente da Real Academia de Ciências de Nápoles, da Academia de Lisboa e de outras associações científicas e literárias no Rio de Janeiro, em Paris, Roma, Lille e Hamburgo. Pertenceu à Sociedade Defensora da Independência Nacional, juntamente com Antônio Borges da Fonseca e Evaristo da Veiga.

Reginaldo Fernandes destaca que na reunião da Divisão Inter-Americana da Internacional Society of Hematology, realizada na Academia Nacional de Medicina (setembro/1977), foi atribuída a José Martins da Cruz Jobim a primazia de ter intuído em seu trabalho “As doenças que mais afligem a classe pobre do Rio de Janeiro” (1835), o fato de que era “notável que as nossas [febres] intermitentes sejam menos mortíferas nos pretos africanos nascidos no Brasil e nos brancos, o que pode ser devido ao hábito naqueles de sofrerem melhor as intempéries da atmosfera ou à circunstância de se acharem eles acostumados, por geração, às impressões miasmáticas que produzem, pois as febres da costa d´África, se não constituem as verdadeiras intermitentes perniciosas, tem com elas muita analogia” (Apud FERNANDES, 1982, p.59). Até aquela data atribuía-se ao americano Lobby (1846) a primeira referência a esse tipo de resistência à malária.

Teve o seu necrológio escrito por José Eduardo Teixeira de Souza, orador oficial da Academia Imperial de Medicina, em 30 de junho de 1879, na sessão comemorativa do cinqüentenário daquela associação (FERNANDES, 1982).

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PRODUÇÃO INTELECTUAL

- “Dissertation sur le vaccin”. Paris, 1828. Tese(Doutoramento em medicina) - Faculdade de Medicina de Paris, 1828.

- “Relatório da comissão de visita das prisões, cárceres de conventos e estabelecimentos de caridade, nomeada pela câmara municipal do Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1830.

- “Discurso inaugural que na sessão pública da instalação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro recitou José Martins da cruz Jobim”. Rio de Janeiro: Tip. do Diário, 1830.

- “Estatutos da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1830.

- “Plano de Organização das Escolas Médicas do Império. Redigido pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, por Convite que a Augusta Câmara dos Deputados lhe dirigiu em 07 de outubro de 1830”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1830.

- “These sobre a hydrofobia”. Rio de Janeiro, 1831.Tese (Concurso para suplente em medicina) - Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typographia Imperial e Constitucional de E. Seignot-Plancher, 1831.

- “Elogio histórico de Francisco de Mello Franco”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, tomo 5º, 1831.

- “Insânia loquaz ocasionada por uma pneumonia crônica com tubérculos pulmonares”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1831.

- “Relatório da comissão de salubridade geral da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro sobre as causas da infecção da atmosfera”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1832.

- “Sobre as hidropsias em geral”. Rio de Janeiro, 1833. Tese (Concurso para a cátedra de medicina legal) - Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typographia Imperial e Constitucional de E. Seignot-Plancher e C.ª, 1833.

- “Relatório da moléstia de sua alteza a sereníssima Princesa D. Paula Marianna”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1833.

- “Discurso sobre as moléstias que mais affligem a classe pobre do Rio de Janeiro; lido na sessão pública da Sociedade de Medicina, a 30 de junho de 1835, pelo seu presidente José Martins da Cruz Jobim”. Rio de Janeiro: Typographia Fluminense de Brito e Comp.,1835.

- “Tentativa de restituir a vida aos enforcados”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1835. - “Exame das águas mineiras de Santa Catarina”. Santa Catarina: [s.n.], 1845.

- “Passatempo escolástico no qual procura-se dar em dois discursos, uma idéia exata do que deve ser o verdadeiro médico, trata-se de um caso julgado de ferimentos mortais e reflete-se a legislação do Brasil relativa ao exercício da medicina e da farmácia”. Rio de Janeiro: Typ. Imp. De F. de Paula Brito, 1847.

- “Discurso pronunciado pelo Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, o Cons. José Martins da Cruz Jobim, aos 27 de novembro de 1862”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1863.

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- “Discurso pronunciado na presença de Suas Majestades Imperiais pelo Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ato de conferir o grau de doutor aos 16 de dezembro de 1864”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1864.

- “Discurso pronunciado na presença de Suas Majestades Imperiais pelo Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, o Cons. José Martins da Cruz Jobim”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1865. - “Discurso pronunciado em 1868 no ato solene do doutoramento na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro pelo seu Diretor”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1868.

- “Discurso pronunciado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ato de doutoramento em 1871, pelo Cons. José Martins da Cruz Jobim”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1871.

- ”Asfixia”. Conferência Popular da Glória nº 134, em 01/08/1875. In: CONFERÊNCIAS Populares. Rio de Janeiro, n.5, maio 1876.

FONTES

- BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. v. 5 (BCOC)

- FERNANDES, Reginaldo. O Conselheiro Jobim e o espírito da medicina do seu tempo. Brasília: Ed. do Senado Federal, 1982. (BCOC)

- ÍNDICE de Leis – 1952 . Capturado em 3 jun. 2003. Online. Disponível na Internet:

http://www.soleis.adv.br/leis1952.htm

- LOGRADOURO-Irajá. Capturado em 28 abr. 2003. Online. Disponível na Internet:

http://sites.uol.com.br/agrocon/logradouro.htm

- MAGALHÃES, Fernando. Centenário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro 1832-1932. Rio de Janeiro: Typ. A. P. Barthel, 1932. (BN)

- RIBEIRO, Lourival. O Barão de Lavradio e a higiene no Rio de Janeiro Imperial. Rio de Janeiro: Editora Itatiaia Limitada, 1992. (BN)

- SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. História Geral da Medicina Brasileira. São Paulo: HUCITEC/EDUSP, 1991. v. 2. (BCCBB)

- VASCONCELOS, Vasco Joaquim Smith de. Médicos e cirurgiões da Imperial Câmara. Reinados de D. Pedro I e D. Pedro II. Campinas, São Paulo: [Academia Campinense de Letras], 1964. (BN)

FICHA TÉCNICA

Pesquisa – Rodrigo Borges Monteiro. Redação – Rodrigo Borges Monteiro. Revisão – Francisco José Chagas Madureira

Referências

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