ISSN: 0021-7557
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Sociedade Brasileira de Pediatria Brasil
Corrêa Franca, Danielle; Moreira Camargos, Paulo Augusto; Jones, Marcus Herbert; Avelar Martins, Jocimar; da Silva Pinto Pinheiro Vieira, Bruna; Colosimo, Enrico Antônio; Pereira Pinto de Mendonca, Karla Morganna; de Oliveira Borja, Raíssa; Rodrigues Britto,
Raquel; Franco Parreira, Verônica
Equacões de predicão da espirometria em criancas de quatro a seis anos Jornal de Pediatria, vol. 92, núm. 4, julio-agosto, 2016, pp. 400-408
Sociedade Brasileira de Pediatria Porto Alegre, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=399746675012
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ARTIGO
ORIGINAL
Prediction
equations
for
spirometry
in
four-to
six-year-old
children
夽
Danielle
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Paulo
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Moreira
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Raíssa
de
Oliveira
Borja
g,
Raquel
Rodrigues
Britto
ee
Verônica
Franco
Parreira
e,∗aProgramadePós-Graduac¸ãoemCiênciasdaReabilitac¸ão,UniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG, Brasil
bUnidadedePneumologiaPediátrica,HospitalUniversitário,UniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG, Brasil
cDivisãodeRespirologiaPediátrica,HospitalSãoLucas,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS), PortoAlegre,RS,Brasil
dHospitalArnaldoGavazza,PonteNova,MG,Brasil
eDepartamentodeFisioterapia,UniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG,Brasil fDepartamentodeEstatística,UniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),BeloHorizonte,MG,Brasil gDepartamentodeFisioterapia,UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),Natal,RN,Brasil Recebidoem26demarçode2015;aceitoem19deoutubrode2015
KEYWORDS Spirometrychildren; Child; Predictionequations; Qualitycontrol; Preschool; Equipment Abstract
Objective: Togeneratepredictionequationsforspirometryin4-to6-year-oldchildren. Methods: Forcedvitalcapacity,forcedexpiratoryvolumein0.5s,forcedexpiratoryvolume inonesecond,peakexpiratoryflow,andforcedexpiratoryflowat25---75%oftheforcedvital capacitywereassessedin195healthychildrenresidinginthetownofSeteLagoas,stateofMinas Gerais,SoutheasternBrazil.Theleastmeansquaresmethodwasusedtoderivetheprediction equations.Thelevelofsignificancewasestablishedasp<0.05.
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.10.005
夽 Comocitaresteartigo:Franc¸aDC,CamargosPA,JonesMH,MartinsJA,VieiraBP,ColosimoEA,etal.Predictionequationsforspirometry infour-tosix-year-oldchildren.JPediatr(RioJ).2016;92:400---8.
∗Autorparacorrespondência.
E-mails:veronicaparreira@yahoo.com.br,veronica.parreira@pq.cnpq.br(V.F.Parreira).
2255-5536/©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este ´eumartigoOpenAccesssob umalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Predictionequationsforspirometricparameters 401 Results:Overall, 85% ofthe children succeededin performing the spirometric maneuvers. In the prediction equation, height was the single predictor of the spirometric variables as follows: forced vital capacity=exponential [(−2.255)+(0.022×height)], forced expira-tory volume in 0.5s=exponential [(−2.288)+(0.019×height)], forced expiratory volume inone second=exponential [(−2.767)+(0.026×height)], peak expiratory flow=exponential [(−2.908)+(0.019×height)], and forced expiratory flow at 25---75% of the forced vital capacity=exponential [(−1.404)+(0.016×height)]. Neither age nor weight influenced the regressionequations.Nosignificantdifferencesinthepredictedvaluesforboysandgirlswere observed.
Conclusion:Thepredictedvaluesobtainedinthepresentstudyarecomparabletothose repor-tedforpreschoolersfrombothBrazilandothercountries.
©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradePediatria.Thisis anopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/). PALAVRAS-CHAVE Espirometriainfantil; Crianc¸a; Equac¸õesde predic¸ão; Controlede qualidade; Pré-escola; Equipamentos
Equac¸õesdepredic¸ãodaespirometriaemcrianc¸asdequatroaseisanos
Resumo
Objetivo: Gerarequac¸õesdepredic¸ãodaespirometriaemcrianc¸asdequatroaseisanos. Métodos: Capacidadevitalforc¸ada,volumeexpiratórioforc¸adoem0,5segundo,volume expi-ratórioforc¸adoemumsegundo,picodefluxoexpiratórioefluxoexpiratórioforc¸adocom25-75% dacapacidadevitalforc¸adaforamavaliadosem195crianc¸assaudáveisqueresidememSete Lagoas,EstadodeMinasGerais,SudestedoBrasil.Ométododosmínimosquadradosfoiusado paraderivarasequac¸õesdepredic¸ão.Oníveldesignificânciafoiestabelecidocomop<0,05. Resultados: No geral, 85% dascrianc¸as forambem-sucedidas ao fazer as manobras espiro-métricas. Na equac¸ão de predic¸ão, a estatura foi a única variável preditora das variáveis espirométricas,daseguinteforma:capacidadevitalforc¸ada=exponencial[(-2,255)+(0,022 xestatura)], volumeexpiratórioforc¸ado em0,5segundo =exponencial[(-2,288)+(0,019x estatura)],volumeexpiratórioforc¸adoemumsegundo=exponencial[(-2,767)+(0,026x esta-tura)],picodofluxoexpiratório=exponencial[(-2,908)+(0,019xestatura)]efluxoexpiratório forc¸adocom25-75%dacapacidadevitalforc¸ada=exponencial[(-1,404)+(0,016xestatura)]. Nemaidadenemopesoinfluenciaramasequac¸õesderegressão.Nãofoiobservadadiferenc¸a significativanosvaloresprevistosemmeninosemeninas.
Conclusão:Osvalores previstosobtidosneste estudosãocomparáveisàqueles relatadosem crianc¸asemidadepré-escolartantodoBrasilquantodeoutrospaíses.
©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este ´
eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Ostestesdefunc¸ãopulmonarcomplementamoshistóricos clínicos e osexames físicos de indivíduos com problemas respiratórios e contribuem para os diagnósticos, prognós-ticos, monitoramento de doenc¸as respiratórias e para as avaliac¸õesdosefeitosterapêuticosdasintervenc¸ões.1
Aespirometriaéummétodouniversalmenteaceitopara avaliarafunc¸ãopulmonar,incluindovolumesefluxosdo pul-mão, eéométodomaisamplamenteusadoparadetectar alterac¸õesdasfunc¸õespulmonaresem adultos, adolescen-tesecrianc¸asemidadeescolar.1,2Contudo,aespirometria
aindanãofoiamplamenteestudadaempopulac¸õesemidade pré-escolarlatino-americanasnembrasileiras.1,3
Osprimeirosestudosqueavaliaramasmanobras espiro-métricasemcrianc¸asemidadepré-escolarforampublicados aproximadamente20anosatrás.4,5Atualmente,ébem
esta-belecido na literatura que 75-86% de crianc¸as em idade pré-escolarconseguemfazermanobrasespirométricas1,3,6---10
de formaaceitável e reprodutível, conforme comprovado peladisponibilidadedasequac¸õesdepredic¸ãodecrianc¸as emidadepré-escolardevários países.6,8,9,11---17 Alémdisso,
um recente estudo multicêntrico16 propôs equac¸ões de
predic¸ãoparavariáveisespirométricasdecrianc¸asemidade pré-escolarcom baseem dadoscoletadosdas crianc¸as de 11países(n=3.777),incluindooBrasil.Umaatualizac¸ãofoi publicadaem2012eincluiunovasequac¸õesmultiétnicas.18
Recentemente,Burityetal.19descreveramvaloresde
refe-rênciacombaseem135crianc¸asdoNordestebrasileiroem idadepré-escolareidentificaramaestaturaeosexocomo variáveis preditoras de parâmetros da func¸ão pulmonar. Contudo,essasequac¸õesnãonecessariamenterepresentam ascrianc¸asbrasileirasemidadepré-escolarcomoumtodo. Devidoà importância daespirometriaem todasas fai-xas etáriase à escassez deequac¸õesde predic¸ão paraas variáveisespirométricasem crianc¸asemidade pré-escolar noBrasil,oobjetivodesteestudoeradescreverasequac¸ões depredic¸ão deespirometriaem crianc¸as dequatroaseis
anos residentes em Sete Lagoas, Estadode Minas Gerais, SudestedoBrasil.
Métodos
Ambienteeamostragem
Osindivíduosforamrecrutadosemescolaspúblicase parti-cularesescolhidasaleatoriamenteemSeteLagoasdeacordo comosseguintescritériosdeinclusão:idadeentrequatroe seisanos(ouseja,de48a83meses);nenhumadoenc¸a res-piratóriacrônicadeacordocomoquestionáriodaSociedade TorácicaNorte-AmericanaeaDivisãodeDoenc¸aPulmonar --- ATS/DLD/78/C (ou seja, pontuac¸ão total igual ou infe-riora 6);6,20 índice de massa corporal (IMC) entre o 3◦ e o95◦percentisporidade;21pesoaonasceracimade2.500g
em umaidade gestacionalde37 a 42semanas;20 nenhum
episódiode gripenos sete dias anteriores; nenhum histó-ricodetabagismomaternoduranteagravidezouexposic¸ão ao tabaco ao longodos anos anteriores à avaliac¸ão espi-rométrica; nenhuma história anterior de cirurgiatorácica ouabdominal;nenhumamáformac¸ão,síndromegenética, disfunc¸ãometabólica,doenc¸acardiovascular,doenc¸a neuro-muscular,transtornomentaloudéficitcognitivo;enenhum usodemedicamentosdeformaregular.
O protocolo do estudo e o consentimento informado (fornecido pelos pais ou pelos responsáveis legais) foram aprovadospeloComitêdeÉticaemPesquisadaUniversidade FederaldeMinasGerais(ETICn◦0612.0.203.000-09).
Instrumentoseprocedimentosdemedic¸ão
O questionário ATS-DLD-78-C foi usado para descartar a presenc¸adedoenc¸asrespiratóriaseaexposic¸ãoapoluentes ambientais.Esse questionárioconsisteem perguntassobre ossintomaseoutrasdoenc¸as einternac¸õesrelacionadasa doenc¸asdotratorespiratórioefoipreenchidopelospaisou pelosresponsáveislegais.Aspontuac¸õesgeraisvariaramde 0a22easpontuac¸õesacimaouiguaisaseteeram indica-tivasdeumadoenc¸arespiratória crônica.6Também foram
incluídasperguntascomplementares,porexemplo, pergun-tassobreaidadegestacional,períodoneonataledoenc¸as concomitantes.
Um espirômetro Kokoportátil (Koko®, tipo PFT, nSpire Health Inc., CO, EUA) foi usadopara avaliar as variáveis espirométricasobtidasdasmanobrasdeexpirac¸ãoforc¸ada. EsseequipamentoatendeatodasasexigênciasdaATS/ERS1
eexibegráficosemtemporealdascurvasdefluxo/volumee devolume/tempo.Deacordocomasrecomendac¸õesdaATS, foramusadosumbocaldescartáveleumfiltro antibacteri-ano,que,juntos,resultamemumespac¸omortodemenos de2mL/kg.Aprecisãodosequipamentoseraverificada dia-riamentepormeiodecalibragemcomumaseringamanual detrêslitros(Cosmed,EquipamentosdeFunc¸ãoPulmonar, Itália). As seguintes variáveis espirométricas foram anali-sadas: capacidadevital forc¸ada (CVF),volumeexpiratório forc¸ado(VEF0.5),VEF1,fluxoexpiratórioforc¸ado(FEF25-75)e picodefluxoexpiratório(PEF).Osdadosdotempo expirató-rioforc¸ado(TEF)eovolumeretroextrapolado(BEV)foram coletadosparagarantirasqualidadesdascurvas.1
Osdadosde todosos questionários foramanalisados e ascrianc¸asqueatenderam aoscritériosdeinclusãoforam convidadasaparticipar.Ascrianc¸ascujospais/responsáveis autorizaramsuaparticipac¸ãoeassinaramumformuláriode consentimentoforamavaliadasduranteasatividades esco-laresregulares.
Os exames físicos foram iniciados com a medic¸ão dos pesos com uma única balanc¸a (Filizola, SP, Brasil) e das estaturascom umestadiômetroHarpenden® (Harpen-denSkinfold Caliper, Mediflex Surgical Products, NY, EUA) com faixa de medic¸ão de 60,0cm a 210,0cm, fixado na parede, com precisão de 0,1cm e com a crianc¸a de pé, descalc¸a,posicionadadeformaqueacabec¸a,osombros,as nádegaseoscalcanharestocassemligeiramenteasuperfície vertical dodispositivodemedic¸ão.Posteriormente,foram medidosapressãoarterial,frequênciacardíaca,frequência respiratória, saturac¸ão deoxigênio e auscultapulmonar e foramfeitasinspec¸õesestáticasedinâmicasdopadrãode respirac¸ãoparaconfirmaraausênciadequalqueranomalia clínica.
Para fazer a espirometria, seguimos os critérios reco-mendadosdeaceitabilidadeereprodutibilidade.1Antesdo
exame, cada crianc¸a recebeu instruc¸ões adequadas para a idade e, então, fez as manobras. As medic¸ões foram coletadascomoindivíduosentado,comumclipebucal des-cartável bemajustado(paraevitarvazamentos),umclipe nasaleprogramasdeanimac¸ãoporcomputadorque forne-ciaminstruc¸õeseestímulosaosparticipantes.2Foisolicitado
queosindivíduosrespirassemnovolumecorrentee,então, enchessemseuspulmõesomáximopossívelesoprassemda forma maisforte, rápidae longa possível. Oscritérios de aceitabilidadeforam:ascurvasdefluxo-volumee volume--tempo foram inspecionadas e as manobras visivelmente inadequadasforamexcluídas,ouseja,quandoacurva fluxo--volume não apresentava um aumento rápido até o pico de fluxo e umareduc¸ão calmasem evidência detosseou fechamento daglote;o BEV eraigual ouinferior a 80mL ou inferiora 12,5%da CVF;e TEF superiora 10% dataxa dopico defluxo expiratório. Oscritériosde reprodutibili-dadeforam:adiferenc¸aentreaCVFeoVEF1erainferiora 10%ou100mLpornomínimoduasmanobrasreprodutíveis.1
O examefoilimitadoa20 minutosparagarantira aplica-bilidade clínicaeosindivíduos puderamdescansarporum minutoentreduasmanobrasconsecutivasfeitaspelomesmo investigador(DCF)comtodososindivíduos.
As curvasdevolume-tempo e fluxo-volumeforam visu-almenteexaminadaspordoisobservadoresindependentes, que nãoconheciamascondic¸õesdesaúdeatuaise anteri-oresdascrianc¸as.Especificamente,osvaloresmáximosda CVF,VEF0,5,VEF1ePEFforamobtidoscomacurvaadequada ereprodutível(osvaloresmáximosdecadaumadas variá-veispoderiavirdecurvasdiferentes).OvalordeFEF25-75foi selecionadodacurvaqueapresentavaamaiorsomadeCVF eVEF1,eovalordeVEF0,5foiobtidodacurvacomomaior valordeVEF1ouomaiorVEF0,5,quandoTEFera<1s.1
Análiseestatística
De acordo com as faixas etárias (48-59, 60-71 e 72-83 meses)eosexo(meninosemeninas),predefinimos arbitrari-amente180crianc¸assaudáveisemidadepré-escolarnafaixa
Predictionequationsforspirometricparameters 403 etáriavisada como amínima a seravaliada nesteestudo.
Foi feita umarandomizac¸ão em blocos com base na lista oficialdasescolaspúblicase particularesemSete Lagoas. Foramselecionadas11escolasaleatoriamente(sete públi-casequatroprivadas),manteve-se,aomesmotempo,uma proporc¸ão de escolas públicas/particulares de 1,75, com basenasproporc¸õesdealunosmatriculados.Depois,todas as crianc¸as de quatro a seis anos matriculadas em cada escolaforamconvidadasparaparticipardoestudo.
OtestedeKolmogorov-Smirnovfoiusadoparaverificara normalidadedosdados.Ascomparac¸õesdosdados antropo-métricoseespirométricosentrecrianc¸asdosexomasculino e feminino foram feitas com testes t independentes das amostras.Uma análisedevariância(Anova)unidirecional, seguida de múltiplos testes de comparac¸ão post-hoc de Hochberg, foi usada para comparar os dados e as variá-veisantropométricos dostestesdefunc¸ãopulmonarentre crianc¸asdequatroaseisanos.
Paragerar asequac¸õesde predic¸ão dasvariáveis espi-rométricas, foi usado o método dos mínimos quadrados. Primeiro,astransformac¸õeslogarítmicasforamaplicadasàs variáveis espirométricas com análises de Box-Cox. Foram feitas regressões lineares entre as variáveis espirométri-cas(dependentes)eestatura,peso,sexoeidade(variáveis exploratórias). Depois,foi feita umaanálise de regressão múltipla. Após a avaliac¸ão da análise de regressão múl-tipla, anormalidade e ahomocedasticidade das variáveis residuais foramestabelecidascom gráficosquantil-quantil (Q-Q). As premissas residuais foram satisfeitas. Os resul-tadossãoexpressoscomoescores-Z,ouseja,múltiplosdo desviopadrãodamédia,egráficoscomascurvasde regres-sãoeosescores-Zforampreparadosparafacilitarousodas equac¸õesnapráticaepesquisaclínicas.
Todosos testes foram avaliadoscom um alfa de 0,05, sem ajustes paramúltiplas comparac¸ões.Os dadosforam analisados com a linguagem estatística R (Free Software Foundation, MA, EUA)e o SPSS(SPSS Inc. Released 2009. SPSSforWindows,Versão15.0,IL,EUA).
Resultados
Afigura1descreveofluxogramadoestudoeindicaque195
crianc¸asforamavaliadasinicialmenteeque131(67%)alunos deescolaspúblicase64(33%)deescolasparticularesforam inscritosnoestudodejunhode2010aagostode2011.
Atabela1apresentaoscoeficientesdedeterminac¸ão(r2)
dasequac¸õesderegressãoparaasvariáveisespirométricas comasvariáveisindependentesdeestatura,estatura+peso, estatura+idade e estatura+peso+idade. Osvalores der2 mostraram pouca variac¸ão (aproximadamente 1%) quando a estatura era usada como o único preditor das variáveis deespirometria,comestatura+peso+idadecomoas variá-veis independentesnasequac¸õesderegressão.Atabela 1
também apresentaas equac¸ões de regressão e os limites inferioresdonormal (ouseja,escores-Z de-1,64)paraas variáveisespirométricascomaestaturacomoaúnica variá-velpreditora.
A regressão linear entre os parâmetros espirométricos (variáveisdependentes)eestatura,pesoeidade(variáveis independentes) mostrou uma associac¸ão estatisticamente significativa. Contudo, as variáveis espirométricas não
Questionários enviados a todas as crianças de 4 a 6 anos de idade em
sete escolas públicas e quatro escolas particulares.
(n=983)
Questionários devolvidos (n=704)
Crianças que atenderam aos critérios de inclusão
(n=225)
Crianças cujos pais consentiram a participação
no estudo (n=212)
Crianças que não atenderam aos critérios de inclusão
(n=479) - 390: questionários (81,4%); - 67: presença de resfriado ou rinite alérgica (14,0%); - 22: procedimento cirúrgico (4,6%). Crianças excluídas: (n=17) - 4: mudaram de escola (23,5%); - 6: não foram à escola no dia do teste (35,3%);
- 7: apresentaram gripe junto com rinite alérgica (41,2%). Crianças avaliadas no
estudo (n=195)
Figura1 Fluxogramadoestudo.
mostraram uma associac¸ão estatisticamente significativa comosexo.
Osgráficosdas variáveisespirométricasdeacordocom a estatura em que osescores-Z são trac¸ados são
mostra-dosna figura2.Conformeilustrado,estaturasmaisbaixas
foram associadas a menos variabilidade em cada um dos parâmetrosespirométricosestudados.
Atabela2exibeaproporc¸ãodecrianc¸as quefizerama
espirometriacom sucesso, osdados antropométricos e os parâmetrosespirométricosporidadedas195crianc¸as.Em geral,85%dascrianc¸asfizeramasmanobrasdeespirometria comsucessoeataxadesucessoaumentouprogressivamente com aidade. A amostraa partir da qualas curvas foram geradas e asequac¸ões foramobtidas predominantemente de etniamista (134 de 166, ouseja, 80,7%), brancos (27 de166,ouseja,16,3%)edescendentesasiáticos/africanos (apenas cinco de 166, ou seja, 3%). Essas informac¸ões foram obtidas de relatos dos pais. As comparac¸ões dos dadosantropométricosedasvariáveisespirométricasentre os meninos e meninas não revelou diferenc¸as significa-tivas (p>0,05, testes t independentes). Entretanto, as faixas etárias indicaramque o peso, a estatura e a mai-oria dos parâmetros de func¸ão pulmonar apresentaram
404 Franc ¸a DC et al.
Tabela1 Coeficientede determinac¸ãodasanálises deregressãomúltipla dasvariáveisespirométricas, considerandoasvariáveis explicativas:estatura,estatura+peso, estatura+idadeeestatura+peso+idade,bemcomoolimiteinferiordonormaleasequac¸õesdepredic¸ãodasvariáveisespirométricasdeacordocomaestatura
Variáveis espirométricas
Coeficientededeterminac¸ão(r2) Equac¸ões depredic¸ão
Limiteinferior donormal
E E+P E+I E+P+I
CVF 0,56a 0,57a 0,56a 0,57a Exp.[(---2,255)+(0,022xestatura)] Exp.(valorpreditivo---0,253)
VEF0,5 0,51a 0,51a 0,51a 0,52a Exp.[(---2,288)+(0,019xestatura)] Exp.(valorpreditivo---0,225)
VEF1 0,45a 0,44a 0,44a 0,44a Exp.[(---2,767)+(0,026xestatura)] Exp.(valorpreditivo---0,294)
PEF 0,35a 0,34a 0,35a 0,35a Exp.[(---2,908)+(0,019xestatura)] Exp.(valorpreditivo---0,220)
FEF25-75 0,24a 0,24a 0,24a 0,25a Exp.[(---1,404)+(0,016xestatura)] Exp.(valorpreditivo---0,191) E,estatura(cm);P,peso(kg);I,idade(meses);Exp.,exponencial;CVF,capacidadevitalforc¸ada(L);VEF0,5,volumeexpiratórioforc¸adoem0,5segundo(L);VEF1,volumeexpiratório forc¸adoemumsegundo(L);PEF,picodefluxoexpiratório(L/min);FEF25-75,fluxoexpiratórioforc¸adocom25-75%daCVF(L/s).
P rediction equations for spirometric parameters 405
Tabela2 Dadosantropométricos,taxasdesucessoevaloresobservadosdasvariáveisespirométricasdeacordocomaidadeentreas195crianc¸asavaliadas Idade(n) Taxade
sucesso(%)
Estatura(cm) Peso(kg) CVF(L) VEF0,5(L) VEF0,5/CVF VEF1(L) VEF1/CVF PEF(L/min) FEF25-75(L/s) TEF(s) BEV(%)
Meninos 4(30) 76 107±5 (105---110) 19±3 (17---20) 1,15±0,20 (1,06---1,24) 0,86±0,15 (0,80---0,94) 0,76±0,08 (0,72---0,80) 1,04±0,26 (0,92---1,16) 0,90±0,18 (0,81---0,98) 151±29 (139---166) 1,59±0,39 (1,39---1,75) 1,90±0,60 (1,62---2,18) 3,39±1,08 (2,91---3,87) 5(31) 81 115±6 (113---117) 21±4 (19---22) 1,33±0,21 (1,24---1,42) 0,99±0,13 (0,94---1,04) 0,75±0,08 (0,72---0,79) 1,24±0,17 (1,16---1,31) 0,93±0,05 (0,91---0,95) 173±36 (157---188) 1,74±0,32 (1,61---1,88) 1,88±0,60 (1,62---2,13) 3,22±1,29 (2,67---3,76) 6(31) 90 118±5 (116---120) 22±3 (20---23) 1,42±0,23 (1,33---1,51) 1,01±0,16 (0,95---1,08) 0,72±0,06 (0,70---0,74) 1,28±0,20 (1,21---1,36) 0,91±0,04 (0,89---0,92) 172±33 (159---185) 1,69±0,36 (1,55---1,83) 2,32±0,56 (2,10---2,54) 3,24±1,03 (2,84---3,64) Meninas 4(35) 81 109±5 (107---111) 19±4 (18---21) 1,10±0,24 (1,01---1,20) 0,81±0,16 (0,75---0,87) 0,74±0,07 (0,71---0,76) 1,01±0,21 (0,94---1,09) 0,92±0,05 (0,91---0,94) 135±32 (123---147) 1,41±0,34 (1,28---1,54) 2,09±0,66 (1,83---2,33) 3,13±1,05 (2,73---3,54) 5(36) 89 115±5 (113---117) 20±3 (19---21) 1,25±0,18 (1,18---1,31) 0,93±0,13 (0,88---0,98) 0,75±0,07 (0,73---0,78) 1,16±0,15 (1,10---1,21) 0,93±0,05 (0,91---0,95) 166±34 (154---179) 1,67±0,40 (1,53---1,82) 1,89±0,69 (1,64---2,14) 3,60±1,17 (3,17---4,03) 6(32) 100 120±7 (117---122) 24±6 (22---26) 1,48±0,25 (1,39---1,57) 1,08±0,19 (1,01---1,14) 0,73±0,06 (0,71---0,75) 1,35±0,22 (1,27---1,43) 0,91±0,04 (0,90---0,93) 185±36 (172---197) 1,86±0,47 (1,69---2,03) 2,26±0,70 (2,01---2,51) 3,41±6,80 (3,12---3,70) Total(195) 85 114±7a,b,c (113---115) 21±4b,c (20---22) 1,30±0,26 (1,26---1,33) 0,95±0,18a,b,c (0,93---0,98) 0,74±0,07 (0,73---075) 1,19±0,24a,b,c (1,15---1,22) 0,92±0,08 (0,91---0,93) 164±30a,c (159---170) 1,66±0,41a,c (1,60---1,73) 2,07±0,66b (1,97---2,17) 3,34±1,07 (3,17---3,50) CVF,capacidadevitalforc¸ada;VEF0,5,volumeexpiratórioforc¸adoem0,5segundo;VEF0,5/CVF,índiceentreoVEF0,5eaCVF;VEF1,volumeexpiratórioforc¸adoemumsegundo;VEF1/CVF, índiceentreoVEF1eaCVF;PEF,picodefluxoexpiratório;FEF25-75,fluxoexpiratórioforc¸adocom25-75%daCVF;TEF,tempoexpiratórioforc¸ado;BEV,volumeretroextrapolado. Osdadossãoapresentadoscomomédias±desviospadrãocomintervalosdeconfianc¸ade95%(entreparênteses).
ap<0,05entreascrianc¸asdequatroecincoanos. b p<0,05entreascrianc¸asdecincoeseisanos.
4,50 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 90 100 110 120 Altura (cm) CVF (L) VEF 1 (L) VEF 0,5 (L) PEF (L/min) FEF 25-75 (L/s) 130 140 150 +2 +1 0 –1 –2 +2 +1 0 –1 –2 +2 +1 0 –1 –2 +2 +1 0 –1 –2 +2 +1 0 –1 –2 90 100 110 120 Altura (cm) 130 140 150 90 100 110 120 Altura (cm) 130 140 150 90 100 110 120 Altura (cm) 130 140 150 90 100 110 120 Altura (cm) 130 140 150
Figura2 Gráficosdosescores-Zdasvariáveisespirométricasdeacordocomestatura.
CVF,capacidadevitalforc¸ada;VEF0,5,volumeexpiratórioforc¸adoem0,5segundo;VEF1,volumeexpiratórioforc¸adoemumsegundo; PEF,picodefluxoexpiratório;FEF25-75,fluxoexpiratórioforc¸adocom25-75%daCVF.
aumentosprogressivoseestatisticamentesignificativoscom a idade. Sobre o TEF, foi observado um aumento signi-ficativo somente entre crianc¸as de quatro a seis anos. SomenteoBEV,aCVF,oVEF0,5/CVFeoVEF1/CVFemtodas asfaixasetáriasinvestigadasnãoapresentaramdiferenc¸as estatisticamente significativas de acordo com o teste de Hochberg.
Discussão
Nomelhordenossoconhecimento,esteéosegundoestudo destinadoadescreverequac¸õesdepredic¸ãoparavariáveis espirométricasexclusivamenteparacrianc¸asbrasileirasem idadepré-escolar,dequatroaseisanos.
OprimeiroestudofoipublicadoporBurityetal.;19esses
autores incluíram 321 crianc¸as de três a seis anos (idade média:60meses).Contudo,somente135crianc¸as(69 meni-nos e 66 meninas) conseguiram fazer todas as manobras deexpirac¸ãoforc¸ada.Em contraste comnossoestudo, as análisesestatísticasincluíramregressõeslogarítmicase line-aresenãoincluíramométododosmínimosquadrados.Esse métodopermiteainterpretac¸ãodascurvasfunicularesque
melhor refletemascorrelac¸õesentreocrescimentofísico dospulmõesemtodasasidadesanalisadas(quatro,cincoe seisanos)eosparâmetrosfuncionais.
Osprincipais resultadosdeste estudosão osseguintes: foramobservadosaumentosprogressivoseestatisticamente significativos na maioria dos parâmetros espirométricos com o aumento da estatura e as equac¸ões de predic¸ão resultantes incorporaram a estatura como única variável preditora.Essesresultadosestãodeacordocomos relata-dosanteriormente.6,9,15Assim,asequac¸õesdepredic¸ãodas
variáveisespirométricasdescritasnesteestudoforam gera-dasconsiderandoaestaturaaúnicavariávelindependente. Essaescolhadeumúnicavariávelpreditoratevecomobase os seguintes fatores:a variac¸ão estatisticamente não sig-nificativanoscoeficientesdedeterminac¸ãocomacréscimos dasoutraspossíveisvariáveisindependentes(ouseja,idade, pesoesexo),afacilidadedeusodasequac¸õescomvariáveis preditorasúnicasnapráticaclínicaeousoanteriorda esta-turacomoúnicavariávelindependentepordiversosautores paraderivarequac¸õesdepredic¸ãoparaparâmetros espiro-métricos em crianc¸as em idadepré-escolar.6,8,11,13,15 Além
disso,osvaloresdocoeficientededeterminac¸ão(r2) encon-tradosnesteestudo(tabela1)sãosemelhantesaosdescritos
Predictionequationsforspirometricparameters 407 anteriormente,9,12,15 incluindo aqueles de um estudo com
crianc¸asem idadepré-escolardoNordestedoBrasil.19 Em
geral, os valores de r2 relatados na literatura para CVF variam de0,76 a0,53, ospara VEF0,5, de0,73 a 0,42,os paraVEF1,de0,78a0,55,osparaPEF,de0,78a0,38eos paraFEF25-75,de0,37a0,17.9,12,15,19
Osgráficos dasvariáveis espirométricasde acordocom a estatura em que os escores-Zforam marcados refletem as correlac¸ões diretasentre asvariáveis espirométricas e o aumento na estatura. Portanto, com um aumento pro-gressivo na estatura, as variáveis avaliadas neste estudo apresentaram ampla variabilidade.Os gráficos deestudos anteriorestêmaparênciasemelhanteaosdesteestudo.16,17
Em contrapartida com o estudo com crianc¸as nordestinas,19 em que foram encontradas diferenc¸as
significativas entre meninos e meninas, este estudo não encontrou diferenc¸as significativas nas variáveis espiro-métricas entre crianc¸as do sexo masculino e feminino e essafaltadediferenc¸astambémfoiobservadaemestudos semelhantes.6,15 Os possíveis motivos desse resultado
incluem a falta de diferenc¸as hormonais e nutricionais entremeninosemeninasemidadepré-escolareotamanho pequenodaamostra.
Adicionalmente,foramobservadasfortesconcordâncias (ou seja, escores-Z próximos de zero) nas comparac¸ões dosvaloresespirométricosgeradosem nossasequac¸õesde predic¸ão e dos valoresrecentemente relatados por Quan-jer et al.com base em 97.759registros de nãofumantes saudáveis de 2,5-95 anos em todo o mundo.18 Por
exem-plo,osescores-Z médios paraCVF,VEF1,índice VEF1/CVF e FEF25-75 obtidosemnossoestudoforam-0,8,-0,00,+0,1 e +0,05, respectivamente; ou seja, todos os parâmetros ficaram dentro da faixa aceitável de escores-Z de+ou -0,5. Em outras palavras, esses valores foram inferiores a cerca de 1% a 2% dos valores preditivos relatados por Quanjer et al.,18 clinicamente irrelevantes. Contudo, as
equac¸õesdepredic¸ãopropostasnesteestudoparecemser maisaplicáveis apopulac¸ões semelhantesàdeste estudo, simplesmenteporqueessasequac¸õesforamgeradasapartir dessapopulac¸ão.
Emcomparac¸ãocom osvaloresdereferência descritos por Rosenthaletal.4 e Burityetal.,19 querepresentaram
crianc¸ascomestaturade110cm,nossosvalorespreditivos estãopróximosdaquelesanteriormenterelatados,ouseja, CVFde1,20 L,1,10Le1,18L,respectivamente,VEF1 de 1,10 L,1,05 L e 1,10 L,respectivamente, e VEF1/CVF de 0,90,0,95e0,93,respectivamente.
Umadas limitac¸õesdeste estudofoi anão inclusãode crianc¸asdetrêsanos,emborasejaconsideradoqueafaixa etáriapré-escolarcomecenessaidade.Contudo,oacessoa essascrianc¸asteriasidorestritodevidoaopequenonúmero deescolas, principalmente públicas,em Sete Lagoas para menores dequatroanos. Outralimitac¸ão é otamanhoda amostrarelativamentepequenodesteestudo.
Emresumo,asequac¸õesdepredic¸ãoparavariáveis espi-rométricasforamgeradasparacrianc¸asbrasileirasdequatro a seis anosque residem noEstadode MinasGerais. Esses resultados poderão ter importância para a áreade saúde respiratóriapediátrica,poisessesvalorespodemserusados paraaprimorarodiagnósticoeagestãoclínicadecrianc¸as com suspeitaouconfirmac¸ãodedoenc¸asrespiratórias.Os testes da func¸ão pulmonar sãoimportantes para elucidar
hipótesesdiagnósticas e melhorara gestão clínica. Refle-tindoa importânciadeseu uso,essestestes sãocadavez mais usados entre a populac¸ão em idade pré-escolar. Os resultadosdesteestudopoderãoajudaraampliarousoda espirometriaentrecrianc¸asemidadepré-escolar,pois cor-roboram os achados de estudos anteriores que relataram altastaxasdesucessonafeiturademanobras espirométri-casporcrianc¸asemidadepré-escolareumaumentonataxa desucessocomaidade.3,6,7,9,10,15,22
Considerando ascaracterísticas continentais do Brasil, devem ser incentivados mais estudos sobreo assunto em todasascincoregiõesdopaís,quedevemvisaràobtenc¸ão dedadosdafunc¸ãopulmonardeumapopulac¸ãomais repre-sentativadecrianc¸asbrasileiras.
Financiamento
Pró-ReitoriadePesquisadaUniversidadeFederaldeMinas Gerais;CNPq(ConselhoNacionaldeDesenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico), Bolsa n◦ 309494/2013-3 (para VFP) e 303396/2012-1 (para PAMC); e Fapemig (Fundac¸ão de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), Bolsa n◦ PPM-00065-14(paraPAMC)ePPM-00287-15(paraVFP).
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AMariaÂngelaGonc¸alvesdeOliveiraRibeiroeaElianeViana Mancuzoporrevisaremumaversãopreliminardomanuscrito eporinformac¸õesinestimáveis.
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