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A FUNÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

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A FUNÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL NA

RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Josiani de Espindula1

Marcos Alberto Carvalho de Freitas2 SUMÁRIO

Introdução; 1 Empresa; 2 Conceito de falência; 2.1 Da Insolvência; 2.3 Do Processo de falência 3 Do Administrador judicial; 3.1 Da Nomeação e critérios de escolha do administrador judicial; 3.2 Da Competência e fiscalização das atividades; 3.3 Dos Impedimentos e destituição do administrador judicial; 3.4 Da Remuneração do administrador judicial. Considerações finais; Referências das fontes citadas.

RESUMO

O presente artigo tem como objeto o estudo sobre a função do administrador judicial na recuperação de empresas. O objetivo da pesquisa é analisar a importância do administrador Judicial no processo de falência fazendo referencia a empresa, analisando o conceito de falência, a insolvência, o processo de falência, a nomeação e critérios de escolha do administrador judicial, a competência e fiscalização das atividades, os impedimentos e destituição do administrador judicial, a sua remuneração. Busca-se assim analisar doutrinalmente, legalmente a sua importância para a administração da empresa. Aborda-se a questão do administrador judicialmente na empresa com o escopo de defender os interesses coletivos visando o lado econômico financeiro da empresa. Utiliza-se o método dedutivo como base lógica para o desenvolvimento da pesquisa e o cartesiano na fase de tratamento dos dados. Como hipótese levantada tem-se que se o administrador judicial na sua função é responsável para praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações. Como resultado, chega-se a confirmação da hipótese, pois a responsabilidade para praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações estão elencados no artigo 22, inciso III, alínea l da Lei 11.101 de 09 de fevereiro de 2005 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial, e a falência do empresário e da sociedade empresária.

1 Acadêmica do curso de Graduação em Direito da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI Tijucas 9º.

período.

2 Professor Orientador. Mestre em Direito do Programa de Mestrado em Direito da Universidade do Sul de

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Palavras-chave: Empresa. Falência. Administrador judicial.

INTRODUÇÃO

A finalidade do artigo é demonstrar a importância do administrador judicial no procedimento de uma recuperação judicial de empresa falida fundamentada na Lei 11.101 de 09 de fevereiro de 2005. Verifica-se que o administrador judicial, figura importantíssima no processo de falência ou recuperação judicial poderá contribuir para manter viva a atividade econômica das empresas nos casos em que conduz a recuperação, ou no caso de falência, dirigir o processo para minimizar os efeitos negativos que a extinção de uma atividade empresarial pode trazer para a sociedade.

A Lei 11.101/2005, trousse algumas novidades, tais como fim da sucessão trabalhista e tributaria a extinção de ordem de preferência ao recebimento de créditos tributários. No entanto, as dividas trabalhistas continuaram em primeiro lugar na ordem de recebimento.

No presente trabalho demonstrar-se-á a importância do administrador judicial para a recuperação de uma empresa. O administrador devera ser profissional idôneo, graduado em curso superior, e de confiança do juiz, seu trabalho deve ser desempenhado com seriedade e dedicação, para que não haja destituição ou substituição de seu cargo.

1 DA EMPRESA

O instituto jurídico da empresa não foi mencionado no Código Civil de 2002. O conceito de empresa é estritamente econômico.muito provavelmente devido à dificuldade encontrada pelos próprios doutrinadores em defini-lo.

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A empresa é a forma como a atividade é explorada, e não a atividade que é efetivamente exercida, nesse sentido Waldo Fazzio Júnior3 explica que a empresa não é um sujeito de direitos e obrigações, razão pela qual estão excluídos do conceito de empresário os profissionais liberais e outros que exerçam atividade intelectual.

A figura do empresário veio substituir a figura do antigo comerciante, sendo definitivamente consolidado pelo Código Civil que, em seu art. 9664, define-o como aquele que “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.

No art. 9825, traz a sociedade empresária, conceituando-a como aquela que tem por objeto o exercício de atividade própria do empresário.

Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual de natureza cientifica literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa6.

A partir de tal conceito, podemos abstrair três características do empresário e da própria atividade empresarial; profissionalismo, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.

Conforme o art. 9687, inciso IV. “a inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha”. “o objeto e a sede da empresa”.

Em fim a empresa nada mais é que uma realidade econômica, capaz de tomar decisões e estratégias para a produção de bens e serviços.

3

FAZZIO Júnior, Waldo. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas. 2005. p. 29.

4 BRASIL. Lei n. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a

falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em: 22 abr. 2013.

5

BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 20 mai. 2013.

6

Parágrafo único do art. 966 do Código Civil. Cf. BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 20 mai. 2013.

7 BRASIL. Lei n. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a

falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em: 22 abr. 2013.

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2.0 DO CONCEITO DE FALÊNCIA

Um dos principais desafios de qualquer sistema jurídico segundo Henrique Geaquinto Herkenhoff8 sempre foi o de escolher as medidas mais adequadas para o caso de inadimplemento das obrigações, “especialmente quando o devedor não dispõe de bens (patrimônio ativo) para satisfazer todas as suas dívidas (patrimônio passivo), que é o que propriamente caracteriza a insolvência”.

A Lei 11.101/2005 substituiu a concordata por um procedimento judicial ou extrajudicial de recuperação, que é preferencial, mantendo-se a falência como última opção.

Para Amador Paes de Almeida9, falência pode ser tratada por dois ângulos totalmente diferentes: o econômico e o jurídico; Sobre o ponto de vista econômico, “traduz um estado patrimonial, patenteado”. Já no ponto de vista jurídico, “falência é um processo de execução coletiva contra o devedor insolvente”.

No direito brasileiro a falência foi sempre situada na esfera do direito mercantil. Contudo a diversidade de regras de que se vale imprime-lhe natureza sui generis, não se podendo estabelecer a prevalência das normas processuais sobre as normas objetivas, tampouco destas sobre as administrativas. Conquanto um processo de execução, e sob esse prisma eminentemente processual, a falência revela a existência de inúmeros preceitos de direito objetivo.

Para Amador Paes de Almeida10 “a falência é um processo de execução coletiva contra o devedor empresário ou sociedade empresária insolventes”.

Para Fabio Ulhoa Coelho11, falência é “um processo judicial de execução concursal do patrimônio do devedor empresário que normalmente é

8 HERKENHOFF, Henrique Geaquinto. Direito de empresas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p.

235.

9 ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa. São Paulo: Saraiva. 2012.

p.40.

10

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uma pessoa jurídica revestida de forma de sociedade limitada ou anônima”. Em outras palavras, o processo de falência visa satisfazer os credores dando a eles o que é de direito.

Prossegue o autor afirmando que:

A falência é a execução concursal do devedor empresário. Quando o profissional exercente de atividade empresária é o devedor de quantias superiores ao valor de seu patrimônio, o regime jurídico da execução concursal é diverso daquele que o direito prevê para o devedor civil, não empresário. O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal do devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil.12

2.1 DA INSOLVÊNCIA

A insolvência é o desequilíbrio financeiro de uma empresa. Uma empresa insolvente é aquela que tem dividas mensais maiores do que o seu rendimento, e a totalidade da divida é maior do que o seu patrimônio.

Para que a decretação do estado de insolvência ocorra, são necessários os requisitos expostos no art. 94 da Lei 11.101/0513.

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora de bens suficientes dentro do prazo legal;

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;

11

COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários á nova lei de falências e recuperação de empresas. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 194.

12

COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários á nova lei de falências e recuperação de empresas, p. 195.

13 BRASIL. Lei n. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a

falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em: 22 abr. 2013.

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b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.

§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de

perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.

§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os

créditos que nela não se possam reclamar.

§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de

falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em

qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.

§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de

falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.

§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de

falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas14.

2.3 DO PROCESSO DE FALÊNCIA

14

Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar: I – falsidade de título; II – prescrição; III – nulidade de obrigação ou de título; IV – pagamento da dívida; V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; VI – vício em protesto ou em seu instrumento; VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei; VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado. § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. § 2o As defesas

previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.

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Para a concretização do processo de falência atingir suas finalidades são necessários vários atos jurídicos. Waldo Fazzio Júnior, fala sobre a demora processual que marca a agonia do devedor e o prejuízo do credor. Ainda elogia a Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, pelos prazos, porem não utilizados, pois foram substituídos pelas regras comuns do processo civil.

Os prazos previstos na LRE são contínuos peremptórios. Não sofrem suspensão nos feriados ou nas férias forenses. Começam a produzir efeito no dia imediato, apos a publicação no órgão oficial, a citação, a intimação, a interpelação e a comunicação pessoal.

A lei não determina a compulsória publicação na empresa oficial, embora diga que preferencialmente assim deva ocorrer. Se o devedor ou a massa comportar, as publicações poderão ser feitas em jornal, periódico ou revistas15.

Ainda, Waldo Fazzio Júnior, diz que: não será por meio da Lei de Recuperação de Empresa - LRE que os processos falimentares se tornarão rápidos e, portanto efetivos.

A LRE perdeu a excelente oportunidade de dar ao processo da falência um procedimento realmente sumario, optando por regular o mínimo essencial e consagrar a aplicação subsidiaria das normas do CPC. Dessa forma, por exemplo, toda matéria relativa à prova da defesa do devedor é regulada mediante a aplicação supletiva do estatuto instrumental civil, o que significa observar todas as normas pertinentes à instrução probatória (documentos, testemunhas, vistorias, exames etc.) do processo ordinário. Na prática os pedidos de falência com arrimo na impontualidade e nos atos enumerados em lei poderão arrastar-se por longo tempo, na medida em que não se pode privar o devedor de realizar as provas necessárias à demonstração de suas razões para não pagar. Nesse ponto, embora a LRE os tenha reunido em procedimento único, a falta de uma disciplina instrutória própria coloca as ações falimentares sob as regras comuns do processo civil16.

O empresário que tem sua empresa em processo de falência, não perde a propriedade de seus bens, mais sim o direito de administrá-los, e é nessa hora que entra a figura do administrador judicial.

15

FAZZIO Júnior, Waldo. Lei de falência e concordatas comentada. São Paulo: Atlas. 1999. p. 244.

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Com a falência, o falido não perde a propriedade de seus bens. Perde apenas o direito de disposição e administração, que passa para o administrador judicial. A perda da propriedade só irá ocorrer quando os bens forem vendidos no procedimento da falência e o produto das vendas distribuído entre os credores. Não fica o falido impedido de acompanhar o feito e de defender seus interesses dentro da falência, podendo interpor agravo de decisão que decreta a falência17.

3 DO ADMINISTRADOR JUDICIAL

O administrador judicial é o profissional, eleito pela lei falimentar foi vigente, em substituição à antiga figura do síndico, para administrar a massa falida e auxiliar o juiz na condução do procedimento falimentar ou de recuperação judicial.

Os artigos 21 a 34 da lei discute desde os critérios para a escolha do profissional administrador sua função e a sua remuneração.

3.1 DA NOMEAÇÃO E CRITÉRIO DE ESCOLHA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL

O administrador judicial exerce funções de extrema importância segundo Maria Gabriela Venturoti Perrotta Rios18 junto ao juízo falimentar, zelando pelo cumprimento da Lei de Falências e pela eficaz realização do ativo e pagamento dos credores.

Para Cristiano Imhof19 “O administrador judicial funciona tanto na recuperação judicial como na falência”. As exigências para a nomeação do administrador judicial estão previstas no art. 21 da Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que descreve o seguinte:

17

FAZZIO Júnior, Waldo. Lei de falência e concordatas comentada, p. 244.

18 RIOS, Maria Gabriela Venturoti Perrotta. Direito falimentar. São Paulo: Saraiva, 2007. 19

IMHOF, Cristiano. Lei de falências e de recuperação de empresas. São José: Conceito editorial, 2009. p.118.

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O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art.33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz20.

O administrador judicial fiscaliza as empresas de acordo com a supervisão do juiz, “não se trata de administração controlada, mas fiscalizada”.

3.2 DA COMPETÊNCIA E FISCALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

O administrador judicial devera seguir algumas normas em sua administração, visando assim o bem da sociedade.

O artigo 22 da Lei de Recuperações de falência dispõe em seus incisos a competência do administrador tanto na recuperação judicial quanto na falência.

Exigências de procedimentos que serão feitas ao administrador judicial na recuperação judicial, inciso I, artigo 22 Lei de Recuperações de falência.

a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação ao credito.

b) fornecer com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;

c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de oficio, a fim de servirem de fundamento nas habilitações;

e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2° do art. 7° desta Lei;

f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art.18 desta Lei;

g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessário sua ouvida para a tomada de decisões;

20

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h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções21.

O artigo 22 inciso II, trás as atribuições do administrador judicial na recuperação judicial:

a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;

b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigações assumida no plano de recuperação;

c) apresentar ao juiz, para a juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor;

d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei22.

Franco, Vera Helena de Melo23 relata que;

No exercício da atividade, os administradores estão submetidos à supervisão do Ministério Publico e à inspeção das pessoas nomeadas pela autoridade pública, perante as quais não podem invocar sigilo profissional para furtar-se a prestar qualquer informação.

Segundo o art. 22, inciso III da referida lei:

III – na falência:

a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido;

b) examinar a escrituração do devedor;

c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;

d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a

21 IMHOF, Cristiano. Lei de falências e de recuperação de empresas, p.118. 22

IMHOF, Cristiano. Lei de falências e de recuperação de empresas. São José: Conceito editorial, 2009. p.118.

23

FRANCO, Vera Helena de Mello. Falência e recuperação da empresa em crise. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p.60.

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responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;

f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei; g) avaliar os bens arrecadados;

h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;

i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;

j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;

l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos; n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;

o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;

p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo)

dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;

q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;

r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.

§ 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial

serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.

§ 2o Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo,

se houver recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial, tomando seus depoimentos por escrito.

§ 3o Na falência, o administrador judicial não poderá, sem

autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.

§ 4o Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput

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envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor24.

Os poderes do administrador não são ilimitados, pois, conforme foi possível notar, existem inúmeras providencias que ele só pode tomar mediante autorização judicial. Alem disso, o art. 22, §3º, dispõe que, na falência, o administrador judicial não poderá transigir sobre obrigações e direitos da massa falida ou conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento, salvo se houver autorização judicial, após ouvidos o comitê e o devedor no prazo comum de dois dias.

3.3 DOS IMPEDIMENTOS E DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL

Notadamente que tem poder para nomear tem poder para destituir. A destituição será feira se o Juiz detectar descumprimento da Lei e das normas estabelecidas. A intimação que o administrador recebera em sua destituição será da mesma forma que foi informado de sua nomeação. O despacho será publicado somente para o conhecimento dos credores e outros terceiros que forem interessados.

Para Fábio Ulhoa Coelho o administrador judicial será impedido quando:

Quem, nos 5 anos anteriores, exerceu função de administrador judicial ou membro de comitê em processos de falência ou recuperação judicial e dela foi destituída, deixou de presta contas ou teve reprovadas as que prestou, está impedido de ser nomeado para a função. Também há impedimento que veda a nomeação de pessoas com vínculo de parentesco ou afinidade até terceiro grau com qualquer dos representantes legais da sociedade empresária requerente da recuperação judicial, amigo, inimigo ou dependente destes25.

24

BRASIL. Lei n. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em: 22 abr. 2013.

25

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A Lei de recuperações de empresa em seu artigo 3126 discursa sobre a destituição judicial.

O juiz de oficio ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de qualquer dos membros do comitê de credores quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligencia ou prática de alto lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. § 1° No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os suplentes para recompor o comitê. § 2° Na falência, o administrador judicial substituído prestara contas no prazo de 10 (dez) dias, nos termos dos §§ 1° a 6° doa art.154 desta Lei.

Vera Helena de Melo Franco destaca que:

O administrador judicial está sujeito as sanções disciplinares que vão da advertência até sua eliminação ou supressão da lista dos administradores judiciais profissionais, podendo ser responsabilizado civil e penalmente pelos seus atos27.

3.4 DA REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL

A remuneração do administrador judicial esta prevista no artigo 24 da Lei de recuperação de falência. O juiz fixara o valor e a forma de pagamento observando a capacidade de pagamento do devedor e a complexidade do trabalho. De qualquer forma o valor não pode ultrapassar a 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores.

A Lei prevê que sege reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido para a remuneração do administrador.

No caso do administrador judicial substituído, a remuneração será paga proporcionalmente ao trabalho desempenhado.

O administrado só não terá direito a ser remunerado caso seja destituído de suas funções por culpa ou dolo ou descumprimento de suas

26

IMHOF, Cristiano. Lei de falências e de recuperação de empresas. p.135.

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obrigações. Também não será remunerado o administrador judicial que não obteve a aprovação das suas contas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho procurou demonstra que o administrador judicial nasceu junto com a Lei de falências e de recuperação judicial.

A recuperação judicial tem como objetivo reestruturar as empresas que estão em processo de falência. A nova lei 11.101/2005 atribui ao administrador judicial um papel de destaque, mas ao mesmo tempo lhe é imposto muitas obrigações, justamente pelos diversos interesses sociais envolvidos.

O administrador judicial será profissional de confiança do juiz, idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

O administrador judicial é quem vai administrar a empresa em processo de falência, uma das muitas funções dele é tentar manter o funcionamento da empresa, visando o lado econômico financeiro da sociedade.

O administrador devera manter o juiz e as partes interessadas, praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações informando-o da situação da sociedade empresária, mostrando relatórios comprovando a situação real da empresa, portanto resta confirma a hipótese levantada anteriormente.

REFERÊNCIAS DAS FONTES CITADAS

ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa. São Paulo: Saraiva. 2012.

BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 20 mai. 2013.

______. LEI No 11.101, DE 9 FEVEREIRO DE 2005. Regula a recuperação

judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: <

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COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários á nova lei de falências e recuperação

de empresas. São Paulo: Saraiva, 2007.

______. Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial. 13. ed. São Paulo: Saraiva,

2012. v.3.

FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Lei de falência e concordatas comentada. São Paulo: Atlas, 1999.

______. Júnior, Waldo. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas. 2005.

FRANCO, Vera Helena de Mello. Falência e recuperação da empresa em

crise. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

HERKENHOFF, Henrique Geaquinto. Direito de empresas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

IMHOF, Cristiano. Lei de falências e de recuperação de empresas. São José: Conceito editorial, 2009.

RIOS, Maria Gabriela Venturoti Perrotta. Direito falimentar. São Paulo: Saraiva, 2007.

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