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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS DA COMARCA DE PORTO ALEGRE - RS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS DA COMARCA DE PORTO ALEGRE - RS

Ref. Processo n.º 1050334090-5 Falência

MASSA FALIDA DE RODOLFO SUTTER JUNIOR E CIA LTDA., por seu Síndico Dativo, infra-assinado, nos autos do feito em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência apresentar seu RELATÓRIO previsto no ARTIGO 103 DA LEI DE FALÊNCIAS, o que faz em anexo.

Termos em que, Pede deferimento.

Porto Alegre, 17 de Fevereiro de 2006.

LUIS HENRIQUE GUARDA SINDICO DA MASSA FALIDA

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FATORES QUE DETERMINARAM A QUEBRA

Infelizmente as causas que levaram a derrocada da empresa, não foram adequadamente elucidadas no feito, tendo em vista a ausência de contabilidade após o dia 31 de maio de 2002 até a data da quebra, que seu deu em 27 de abril de 2004, conforme bem alerta o Sr. perito em seu laudo ás fls. 340, item 10.2.

Porém, mesmo que de forma superficial, há claros indícios de problemas de gestão, pois segundo pode apurar a perícia, a falida na data de 31 de maio de 2002 possuía R$ 2.423.582,64 (dois milhões quatrocentos e vinte e três mil quinhentos e oitenta e dois reais e sessenta e quatro centavos) em ativos, sendo cerca de R$ 1.100.000,00 (Um milhão e cem mil reais) em estoque.

Todavia, quando da lacração da empresa e arrecadação dos bens foram localizados tão somente R$ 710,00 (setecentos e dez reais) relativos a parcos objetos sem valor.

Ora como pode em apenas dois anos, desaparecerem cerca de dois milhões de reais em ativos?

Certamente, foi pela imperícia e má-gestão dos sócios falidos, salientando, que os mesmo declaram que transferiram a sociedade para Valter Agostinho Munuscol, em 31 de julho de 2001, fato este confirmado pelo registro efetuado pelo responsável contador da empresa, conforme atesta as declarações do Sr. Perito às fls. 319, sobre o registro da transferência da administração ao Sr. Valter, abaixo transcrito:

“Em 31 de julho de 2001 este escritório contábil, na pessoa de seu responsável técnico Nilo Araújo Saraiva, abaixo identificado e assinado, foi notificado de que a sociedade objeto do presente balanço especial passaria a ser administrada pelo Sr. Valter Agostinho Minuscolli – CPF/MF no. 068.378.750-00 portador da cédula de identificação civil RG no. 4019236555, expedida pela SSP-RS, domiciliado na Cidade de Caxias do Sul, na Rua Othelo Rosa no. 204 e seus

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prepostos, em decorrência da transação do acervo patrimonial da sociedade; A partir daquela data, o sr Valter e seus prepostos passaram a relacionar-se com este escritório contábil, comportando-se como efetivos administradores sociais, abrigados por instrumento partícula de procuração que lhes foi outorgado pelo sr. Rodolfo Sutter Junior para gerirem a sociedade até a transferência das cotas fossem concretizadas no órgão de registro do comércio. A sociedade operou sob a direção do Sr. Valter Agostinho Minuscolli até maio de 2002, sendo que seus livros e documentos contábeis ficaram abandonados sob a guarda do declarante sem nenhum registro, informação ou orientação dos administradores referenciados.

Porto Alegre, 31de maio de 2002.

Gestinoal – Assessoria e Serviços Contábeis Ltda,”

Tal declaração comprova que a administração da sociedade foi repassada ao Sr. Valter, e que após esta data os bens praticamente desapareceram, comprovando claro desvio de patrimônio, sem prejuízo ainda a pena pela ausência de contabilidade.

Quanto aos sócios registrados na falida, a sua retirada da sociedade não se extingue por dois anos depois de averbada a referida transferência, nos termos do artigo 1032 do CC.

No caso dos autos não houve qualquer averbação, razão pela qual conclui-se pela responsabilidade dos anteriores sócios e dos novos administradores, em especial, o sr. Valter Minuscolli, na prática dos fatos narrados acima.

DOS SÓCIOS DA FALIDA

Com base na última alteração contratual temos, que a empresa falida era uma sociedade de caráter limitado, sendo que seus sócios eram:

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- Rodolfo Sutter Junior possuindo 50% das ações da empresa, que sem dúvida era o sócio gerente da falida;

- Dorlaci Arlete Sutter que possuía 50% das ações da falida;

DOS ATOS DOS FALIDOS APÓS A QUEBRA

Após a quebra destaca nenhum ato de grande anormalidade dos sócios falidos após a decretação da quebra da empresa, sendo que os mesmos não se opuseram, em nenhum momento, a arrecadação dos bens da falida, auxiliando inclusive na localização dos mesmos, promoveram a entrega dos livros em cartório e prestaram as declarações previstas no artigo 34 da Lei de Falências no prazo previsto.

Deve ser ressaltado que o Sr. Rodolfo Sutter procurou contato com o signatário e se colocou a disposição para auxilio na busca de provas que demonstrem as atitudes temerárias dos compradores da sociedade, em especial, Sr. Valter.

DOS BENS DA FALIDA ARRECADADOS PELA SINDICO

Os bens arrecadados pelo Sindico são aqueles descritos às fls. 2716 dos autos, totalizando avaliação em R$ 710,00, sendo que todos os bens encontravam-se em local diverso ao da sede da empresa.

DA INDISPONIBILIDADE DOS BENS DOS SÓCIOS

Tendo em vista a decisão do E. TJ /RS foi dado provimento a agravo interposto pelos sócios Rodolfo e Dorlaci levantando todas as indisponibilidades recaídas sobre seus bens.

Quanto ao sócio Valter, os bens do mesmo localizados na comarca de Caxias do Sul encontram-se indisponíveis por decisão proferida nos autos da falência de Laboratório e ótica Dorlentes Ltda, no qual o signatário é igualmente sindico.

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DOS CREDORES Trabalhistas

São de conhecimento do Sindico a existência de créditos trabalhistas pertencentes a 5 ex-funcionários da falida, sendo que somente três destes obtiveram sentenças favoráveis até o momento.

Porém é de conhecimento do sindico, como já manifestado às fls. 303/304 dos autos a existência de 20 reclamatórias trabalhistas contra a massa.

Assim no que concerne ao passivo trabalhista já habilitado, ou com habilitação pendente, o valor do mesmo é de R$ 118.690,25 (Cento e dezoito mil cento e noventa reais e vinte e cinco centavos), até o momento.

Porém, como já informado, tendo em vista a existência de credores que não apresentaram sua habilitação até o momento, tal passivo ira aumentar consideravelmente.

Fiscal

No âmbito fiscal, pelo observado nos ofícios acostados aos autos, há a existência de créditos pertencentes às Fazendas Estaduais e Federais.

Em relação à Fazenda Estadual, constatou o débito da falida com a mesma na quantia de R$ 760.520,00 (Setecentos e sessenta mil quinhentos e vinte reais), que possivelmente, face a inexistência de ativos e de créditos preferenciais não serão adimplidos pela falida. Quanto a União Federal e demais autarquias, não houve resposta das mesmas quanto aos ofícios enviados, porém em pesquisa na distribuição da Justiça Federal pode observar a existência de inúmeras execuções fiscais propostas em face a falida, cujo montante aproximado é de R$ 1.043.190,43 (Um milhão e quarenta e três mil cento e noventa reais e quarenta centavos).

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Quanto a município de Porto Alegre, não localizou ações propostas em face a falida.

Salienta que até o momento não houve nenhuma penhora no rosto dos autos, bem como qualquer citação e/ou intimação do Sindico a apresentar embargos ou qualquer outro tipo de manifestação nos autos dos executivos fiscais.

Assim o débito da falida com credores fiscais é da ordem aproximada de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais).

Demais Credores

Até o momento, pode constatar a existência de habilitações relativas a credores quirografários, cujo montante aufere a quantia de R$ 190.000,00 (Cento e noventa mil reais).

Tais credores, como já informado acima, possivelmente, não terão seus créditos adimplidos ante a inexistência de ativos para tanto.

DOS DELITOS FALIMENTARES

Com relação a delitos falimentares, a análise dos mesmos restou prejudicada pela ausência na entrega total dos livros obrigatórios conforme bem relatado pelo Sr. Expert Nomeado às fls. 280/281 dos autos. Tal fato leva o signatário a entender que há indícios claros da pratica dos delitos previstos no artigo 168, cumulado com o §1º, inciso V da Nova Lei de Falências, vez que a Inexistência da entrega de todos Livros Obrigatórios causou sensível prejuízo a perícia realizada, impossibilitando, inclusive a real análise das causas que levaram a quebra, e principalmente, impedindo a averiguação adequada quanto a pratica de atos irregulares.

- ARTIGO 173 – Desvio Ocultação ou apropriação de bens

Provavelmente, houve desvio de bens no período sem escrituração, tendo em vista, como informado acima, em maio de 2002 existirem mais de R$ 1.100.000,00 (um milhão e cem mil reais) em ativos, sendo que quando da arrecadação dos bens restavam pouco mais de

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R$ 700,00 (setecentos reais), ou seja, menos de 1% do ativo em dois anos.

Neste item destaca a seguinte afirmação do Sr. Expert às fl.s 341

“Neste caso, por não haver noticia da escrituração contábil, a partir de 1º de junho de 2002, pelo que se deduz seja inexistente, não existe condições de sabermos qual o destino dado aos bens que constavam no último balanço levantado, cujo ativo à época importavam em R$ 2.423.582,64 (Dois

milhões quatrocentos e vinte e três mil quinhentos e oitenta e dois reais e quatro cebtavos), ai incluído o estoque de R$

1.155.697,86.

Ora Excelência gostaria de ter conhecimento qual o destino de cerca de dois milhões e meio em ativos, os quais simplesmente desapareceram em cerca de dois anos de atividade sob a nova administração da empresa.

Possivelmente, se configurados a ocorrência de tais delitos, os mesmos, com base nos documentos analisados, tais foram efetuados pelos ex- administradores, Srs. Rodolfo Sutter Junior , Dorlaci Arletter Sutter e principalmente, se constatada a veracidade das alegações contidas às fls. 319, o Sr. Valter Agostinho Minuscolli, seria este o principal responsável pelos fatos narrados acima.

Nestes termos, requer o que segue: a) Oitiva do Ministério Público;

b) A Abertura de Inquérito policial para a investigação dos delitos falimentares supra citados.

Termos em que, Pede deferimento.

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Porto Alegre, 20 de Fevereiro de 2006.

LUIS HENRIQUE GUARDA SINDICO DA MASSA FALIDA

Referências

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