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O Alfabeto Grego Clássico: Alguns estudos introdutórios para iniciantes

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Academic year: 2021

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1

Márcio José Cenatti

O A

O A

O A

O ALFABETO

LFABETO

LFABETO

LFABETO

GREGO CLÁSSICO

GREGO CLÁSSICO

GREGO CLÁSSICO

GREGO CLÁSSICO

Alguns estudos introdutórios

para iniciantes

“O grego vale a pena? Não tivessem os meios de comunicação em massa convertido o homem de ser pensante em ser ‘comprante’, a resposta à nossa pergunta seria autoevidente.”

(Carl A. P. Ruck)

São Paulo – 2014

(3)

Copyright © Márcio José Cenatti Projeto gráfico: Editora Ixtlan Diagramação: Márcia Todeschini Revisão: Daniel Aço

Sílvia Helena Rodrigues Cenatti

Capa:

Editora Ixtlan

Cenatti, Márcio José

O alfabeto grego clássico: alguns estudos introdutórios para iniciantes. Editora Ixtlan. - São Paulo - 2014

ISBN: 978-85-8197-169-8

1.Língua grega clássica 2.Título

CDD 480

Proibida a reprodução total ou parcial dos textos para qualquer fim, sem autorização prévia e por escrito do autor. Os infratores serão punidos na forma da lei.

(4)

Dedico à Sílvia, minha esposa e inspiração para todos os momentos...

(5)

SUMÁRIO

SUMÁRIO

SUMÁRIO

SUMÁRIO

Introdução ... 5

Um pouco da história do alfabeto e do idioma grego ... 9

O alfabeto grego clássico e sua pronúncia ... 13

Por que familiarização ao alfabeto grego? ... 20

Letras isográficas ... 23

Letras isofonéticas ... 33

Letras alográficas ... 44

Informações básicas sobre pontuação ... 53

Exercícios gerais de familiarização ... 56

Exercícios de leitura e pronúncia com pequenas frases ... 62

Conclusão ... 64

Resolução dos exercícios ... 68

Glossário ... 73

(6)

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

finalidade deste livro não é ser um método de ensino de grego clássico. Longe disso, trata-se apenas de um estudo introdutório ao alfabeto grego com base na pronúncia reconstituída.

Com certa frequência se observa que uma grande parte dos métodos de ensino de grego disponíveis no mercado acabam dando pouca atenção ao alfabeto grego. Passam muito rapidamente pelo alfabeto grego e logo introduzem questões gramaticais do tipo: casos, verbos, declinação de substantivos e tempos verbais.

Considerando que o período inicial de aprendizagem do grego é de extrema importância, faz-se necessário realizar uma familiarização ao alfabeto a ser aprendido. Ela será fundamental para sustentar a aprendizagem futura. Nesse sentido, esta pequena obra tem por objetivo tentar suprir tal deficiência inicial no aprendizado do grego clássico – ainda mais para as pessoas que buscam aprendê-lo de forma autodidata.

O método de familiarização que se propõe aqui parte da ideia de que o estudante já sabe grego sem nunca ter estudado a língua. Sim, como a língua portuguesa herdou uma grande quantidade de radicais gregos, falamos grego sem sequer termos a consciência disso.

(7)

No momento inicial é que as pessoas devem se encantar pela aprendizagem. O ser humano sente-se estimulado a aprender quando constata que já conhece um pouco daquilo que está sendo ensinado.

Assim, procurando desenvolver a familiarização do aprendente com o alfabeto grego, tentaremos entusiasmá-lo a lançar fora os preconceitos e ideias do tipo: “grego é muito difícil”, “parece que as letras estão de cabeça para baixo”, “não sou bom para aprender idiomas”.

Este pequeno estudo introdutório dará destaque ao alfabeto grego. Realizará análises comparativas com o alfabeto português no intuito de estabelecer uma razoável aprendizagem inicial para que os interessados em continuar a se aprofundar no estudo do grego clássico consigam, pelo menos, decodificar as letras gregas, lê-las e pronunciá-las. Portanto, não se trata de saber interpretar o significado daquilo que se está lendo e sim saber decodificar, ler e pronunciar aquilo que está sendo lido. Como dissemos anteriormente, o estudo presente não é um método de aprendizagem de grego clássico; é apenas uma ferramenta inicial que poderá abrir caminho para o aprofundamento do assunto com os bons métodos de grego clássico existentes no mercado.

No primeiro capítulo procuramos descrever um pouco sobre a origem do alfabeto grego e a evolução do idioma grego no decorrer da História. Em seguida, apresentamos uma tabela com as letras gregas e suas correspondentes no alfabeto português, bem como uma tabela com os ditongos do grego clássico. Nesse segundo capítulo começamos a esclarecer os

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primeiros aspectos da pronúncia reconstituída de cada letra grega. Já o terceiro capítulo ficou dedicado à exposição das razões do método que utilizamos e ao significado do termo

familiarização ao alfabeto grego.

Para este estudo dividimos suas letras em três categorias: Isográficas, Isofonéticas e Alográficas. São respectivamente o quarto, o quinto e o sexto capítulos. Além das análises comparativas entre as letras do alfabeto português e o alfabeto grego, serão retomados os detalhes das pronúncias, propostos exercícios de aquecimento e exercícios de fixação e aprendizagem. Todos os exercícios contam com sua devida resolução no final do livro.

O sétimo capítulo elenca alguns aspectos importantes quanto à pontuação no idioma grego. No oitavo capítulo apresentamos uma série de exercícios gerais de familiarização que incluem a transliteração, a correspondência, a leitura e a pronúncia de palavras gregas que possuem estreita relação com palavras da língua portuguesa.

Exercícios de leitura e pronúncia com pequenas frases é a proposta do nono capítulo. As pequenas frases vêm acompanhadas de tradução e com pronúncias figuradas.

Por fim, logo em seguida, realizamos a conclusão deste estudo introdutório ao alfabeto grego lançando um pequeno glossário (Grego – Português) com todas as palavras gregas utilizadas neste livro, bem como outras que entendemos interessantes no contexto do estudo.

(9)

Assim, acreditamos ser bem provável que esta pequena obra possa ajudar em muito aqueles que desejam ter um primeiro contato com o grego clássico ou, até mesmo, o grego comum (koinê). Após isso, quiçá poderão iniciar um estudo mais sério e aprofundado usando os ótimos métodos disponíveis no mercado.

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1

Um pouco da hi

Um pouco da hi

Um pouco da hi

Um pouco da história do

stória do

stória do alfabeto

stória do

alfabeto

alfabeto

alfabeto

e do idioma

e do idioma

e do idioma

e do idioma grego

grego

grego

grego

Estudiosos modernos entendem que o alfabeto grego deriva basicamente do alfabeto fenício – a Fenícia corresponde à região do atual Líbano –, tendo sido introduzido na Grécia provavelmente por mercadores. O alfabeto grego surgiu em meados do século VIII a.E.C.1, alguns séculos depois da queda da civilização Micênica e do consequente abandono de sua escrita Linear B, um dos primeiros sistemas de escrita gregos.

O alfabeto grego, composto por 24 letras, aparece então após a denominada Idade das Trevas grega, ou seja, o período entre o fim de Micenas (cerca de 1200 a.E.C.) e a ascensão da Grécia Antiga – que começa com o surgimento dos épicos poemas Ilíada e Odisseia, tradicionalmente atribuídos a Homero, cerca de 800 a.E.C. Sua mudança mais notável, como uma adaptação do alfabeto fenício, é a introdução das vogais.

Os idiomas são sabidamente dinâmicos, o que não podia ser diferente com o idioma grego. Assim, é verificável no decorrer da História a evolução do idioma grego desde a sua origem até os dias atuais.

(11)

É historicamente possível classificar a evolução do idioma grego por períodos assim denominados:

1) Clássico: compreendido entre 900 a.E.C. a 330 a.E.C. Nesse período, o dialeto ático (grego) falado na região de Atenas acabou predominando e se tornando a forma padrão do idioma. Os dramaturgos Ésquilo, Sófocles, Eurípides e Aristófanes, bem como os filósofos Platão e Aristóteles, todos utilizaram o grego ático em suas obras. Trata-se, portanto, do mais estudado nos cursos de grego antigo.

2) Comum ou Koinê: compreendido entre 330 a.E.C. até 330 da E.C. Tem início com a expansão do Império Macedônico de Alexandre Magno, que acabou por difundir o idioma e a cultura grega por todos os territórios por ele conquistados – sobretudo no Oriente e até mesmo em parte da Índia. Aos poucos, uma nova forma de civilização surgiu, a chamada de helenística, com predominância do idioma grego. Os grandes centros da cultura helenística eram as cidades de Alexandria, Pérgamo e Antioquia. Mesmo com a posterior dominação romana, o grego comum continuou a ser usado por toda a parte oriental do Império Romano como uma espécie de língua franca2, sendo provavelmente mais importante em sua época do que o inglês é hoje como língua universal. Cabe ainda citar que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, todo o Novo Testamento foi escrito em grego comum (koinê),

2 Língua franca é uma expressão latina para língua de contato ou língua de relação resultante do contato e comunicação entre grupos ou membros de grupos linguisticamente distintos para o comércio internacional e outras interações.

(12)

havendo na atualidade uma boa demanda pela aprendizagem dessa evolução do grego clássico para fins de exegese bíblica e outros estudos relacionados aos Evangelhos.

3) Bizantino: Em 330 da Era Comum3, o imperador romano Constantino transferiu a capital romana para Bizâncio, denominando-a de Constantinopla – hoje Istambul, na Turquia. O grego usual naquela região já era o grego bizantino, uma evolução do grego comum (koinê). O fim desse período está associado à queda de Constantinopla em 1453 para o Império Otomano. O grego bizantino foi utilizado nas cópias de muitos escritos do Novo Testamento e é ainda utilizado na liturgia da Igreja Católica Bizantina Grega.

4) Moderno ou Romaico: é o grego falado hoje na Grécia e no Chipre. Difere um pouco do grego clássico, principalmente no que se refere à pronúncia.

Considerando-se a linha evolutiva do idioma grego, pode-se observar que o grego clássico se encontra num ponto privilegiado, isto é, está situado dentro do período de consolidação e auge da cultura grega antiga. Assim, conclui-se que uma das relevâncias do estudo do grego é proporcionar oportunidades de acesso à leitura e entendimento não só do grego clássico propriamente, mas dar embasamento teórico para o estudo do grego comum (koinê), bizantino e até mesmo o grego moderno.

(13)

Esta pequena obra não tem a pretensão de ser um método de grego clássico, porém uma ferramenta inicial para contato com o mais básico do grego que é o seu alfabeto, pronúncia e transliteração (algo que fica a desejar na maioria dos métodos modernos, que infelizmente dão uma atenção mínima para o alfabeto). Cabe destacar que o conhecimento do grego clássico é de grande importância aos estudiosos e interessados na análise de documentos antigos, bem como na paleografia, na melhoria da hermenêutica dos textos filosóficos e na exegese dos textos bíblicos.

Por isso que dominar bem o alfabeto, sua pronúncia e transliteração é fundamental ao iniciante, sobretudo se não tiver uma facilidade peculiar na aprendizagem de outro idioma.

É provável que a obra presente possa ajudar muito aqueles que desejam ter um primeiro contato com o grego clássico e até mesmo com o grego comum (koinê), a fim de posteriormente iniciar um estudo mais sério e aprofundado usando os ótimos métodos disponíveis no mercado.

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2

O alfabeto grego clássico

O alfabeto grego clássico

O alfabeto grego clássico

O alfabeto grego clássico e su

e su

e su

e sua pronúncia

a pronúncia

a pronúncia

a pronúncia

Não se sabe com precisão como as letras gregas eram pronunciadas na Antiguidade. Um erudito do século XVI chamado Erasmo de Rotterdam propôs uma pronúncia para facilitar o aprendizado do grego. Ela ficou conhecida por pronúncia erasmiana e é utilizada até hoje.

Contudo, os estudiosos de fonética desenvolveram a chamada pronúncia reconstituída do grego, sendo esta a mais utilizada nos meios acadêmicos na atualidade. Com base em evidências históricas e científicas ela procura se aproximar ao máximo da pronúncia original. Com certeza, dentro de alguns anos ela vai conseguir universalizar o aprendizado do grego clássico e a pronúncia erasmiana cairá em desuso definitivo na aprendizagem deste tipo de grego antigo.

Assim, utilizaremos aqui a pronúncia reconstituída para nos alinharmos à atual tendência acadêmica do estudo do grego clássico.

Para uma visão panorâmica do alfabeto grego, disponibilizamos adiante uma tabela com as letras maiúsculas e minúsculas4, pronúncia e transliteração.5

4 Originalmente, o grego clássico possuía apenas letras maiúsculas. As letras minúsculas foram introduzidas no século IX por escribas que faziam

(15)

cópias do Novo Testamento com a finalidade de diminuir o tamanho dos volumes, agilizar e baratear a produção dos mesmos.

5 Transliterar é transcrever a escrita de um alfabeto para outro. No caso presente, do grego clássico para a língua portuguesa e vice-versa.

Letras maiúsculas, minúsculas e o nome Pronúncia Trans.

Α α

Alfa ‘ a ’ como em ‘altar’ a

Β β

Beta ‘ b ’ como em ‘bela’ b

Γ γ

Gama ‘ g ’ como em ‘gato’ g

∆ δ

(16)

Ε ε

épsilon ‘ e ’ como em ‘ema’ e

Ζ ζ

Zeta ‘ sd ’ como em ‘desde’ z

Η η

Eta ‘ e ’ como em ‘café’ e

Θ θ

Theta ‘ th ’ como to think, verbo pensar em inglês th

Ι ι

Iota ‘ i ’ como em ‘mina’ i

Κ κ

Kapa ‘ k ’ como em ‘Karina’ ou ‘capa’ c

Λ λ

(17)

6 Esta grafia do sigma minúsculo é utilizada somente no final de palavras gregas e nunca no meio das palavras.

Μ µ

Mi ‘ m ’ como em ‘microfone’ m

Ν ν

Ni ‘ n ’ como em ‘nada’ n

Ξ ξ

Ksi ‘ x ’ como em ‘táxi’ x

Ο ο

ômicron ‘ o ’ como em ‘ovo’ o

Π π

PI ‘ p ’ como em ‘pilha’ p

Ρ ρ

‘ r ’ como em ‘caro’ r

Σ σ ς

6

(18)

Τ τ

Tau ‘ t ’ como ‘tatu’, mas nunca como ‘time’ ou ‘tia’

t

Υ υ

ípsilon ‘ ü ’ como em ‘Müller’, o ‘u’ pronunciado com os lábios

arredondados

u / y

Φ φ

Phi ‘ f ’ como em ‘filosofia’ ph

Χ χ

Qui ‘qui’ como em ‘máquina’ ch

Ψ ψ

psi ‘ psi ’ como em ‘psicólogo’ ps

Ω ω

(19)

A seguir, uma tabela com os ditongos7 e suas respectivas pronúncias:

DITONGOS DO GREGO CLÁSSICO

DITONGOS Letras maiúsculas

e minúsculas

PRONÚNCIA

ΑΙ αι ‘ai’ como em “pai”

ΑΥ αυ ‘au’ como em “mau”

ΟΙ οι ‘oi’ como em “jiboia”

ΕΥ ευ ‘eu’ como em “véu”

ΟΥ ου u como em “luva”

Até aqui adotamos o mesmo esquema apresentado na maioria dos métodos de grego antigo. Porém, daqui em diante

7 De forma simplória, vamos definir o ditongo como sendo o encontro de duas vogais na mesma sílaba. Por exemplo: paixão, saudade, jiboia, céu.

(20)

iniciaremos o processo de familiarização ao alfabeto grego8 voltado aos falantes de língua portuguesa.

Como dissemos anteriormente, não é o objetivo desta pequena introdução ao alfabeto grego clássico ser exatamente um método de ensino de grego antigo. Portanto, não iremos nos aprofundar sobre questões mais complexas como as declinações e tempos verbais. Deteremo-nos apenas às letras, sua pronúncia, sua transliteração e leitura básica de palavras.

8 Doravante, sempre que nos referirmos à pronúncia do “alfabeto grego” estaremos relacionando este termo ao “alfabeto grego clássico” no que diz respeito apenas à pronúncia reconstituída e não às pronúncias erasmiana ou moderna.

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3

Por que

Por que

Por que

Por que

familiarização

familiarização

familiarização

familiarização

a

a

a

ao alfabeto grego?

o alfabeto grego?

o alfabeto grego?

o alfabeto grego?

Com dedicação e estudos diários, pelo menos meia hora por dia e um bom método de grego clássico, é bem provável que você irá conseguir aprendê-lo. Mas para o falante de língua portuguesa, que no caso utiliza o alfabeto latino, é necessário dedicar razoável atenção durante o período inicial de aprendizagem. Observamos que mesmo os bons métodos disponíveis no mercado introduzem muito rapidamente o alfabeto grego e logo passam às questões gramaticais, tais como casos, verbos, declinação de substantivos e tempos verbais – o que acaba por desmotivar as pessoas que se propõem a estudar o grego, principalmente de forma autodidata.

Considerando que o período inicial de aprendizagem do grego é de extrema importância, faz-se necessário realizar uma

familiarização ao alfabeto a ser aprendido. Ela será

fundamental para sustentar a aprendizagem futura. Nesse sentido, esta pequena obra tem por objetivo tentar suprir tal deficiência inicial do aprendizado do grego clássico.

O método de familiarização que se propõe aqui parte da ideia de que o estudante já sabe grego sem nunca tê-lo estudado. Sim, a língua portuguesa herdou uma grande quantidade de radicais gregos de forma que falamos grego sem mesmo ter consciência disso.

(22)

Nesse momento inicial é quando as pessoas devem se encantar pela aprendizagem. O ser humano sente-se estimulado a aprender quando constata que já conhece um pouco daquilo que esta sendo ensinado.

Assim, ao procurar desenvolver a familiarização do aprendente com o alfabeto grego, tentaremos entusiasmá-lo a lançar fora os preconceitos e ideias do tipo: “grego é muito difícil”, “parece que as letras estão de cabeça para baixo”, “não sou bom para aprender idiomas”.

O ponto inicial de familiarização ao alfabeto grego sempre será o alfabeto da língua portuguesa. Ou seja, segue de forma geral em sentido contrário à maioria dos métodos de aprendizagem da língua grega. Por isso, dividiremos o alfabeto grego em três categorias de letras: isográficas, isofonéticas e

alográficas. Iniciaremos o estudo pelas isográficas, isto é,

aquelas que têm a escrita e a pronúncia muito semelhantes às do alfabeto português.

A proposta de aprendizagem se dará, dessa maneira, pelos seguintes motivos:

a) O aprendente não deve sentir que um idioma externo está se impondo ao seu idioma materno. Quando se parte do idioma materno para o idioma externo, a percepção é de receptividade e não de imposição. Geralmente as pessoas têm uma “natural” predisposição contra aquilo que é imposto, do que vem de fora.

b) O aprendente precisa ser estimulado a acreditar que já sabe parte daquilo que vai ser ensinado, pois isso pode ser

(23)

útil para prender sua atenção já que ele se sentirá apto a tentar deduzir o que está sendo ensinado.

c) É fácil associar uma letra do alfabeto português que se conhece a uma letra do alfabeto grego e vice-versa.

No próximo capítulo entraremos propriamente na análise e familiarização ao alfabeto grego. Como dissemos, durante o processo dividiremos as letras do alfabeto grego em três grupos: letras isográficas, isofonéticas e alográficas. Portanto, não seguiremos o alfabeto em sua ordem lógica, mas iniciaremos a análise a partir destes grupos trabalhando as semelhanças e as diferenças entre as letras utilizadas nos alfabetos grego e da língua portuguesa.

(24)

4

Letras isográficas

Letras isográficas

Letras isográficas

Letras isográficas

Um terço do alfabeto grego é composto por letras

isográficas. Classificaremos para fins deste estudo as letras isográficas como sendo aquelas que apresentam a escrita e a

pronúncia muito semelhantes ao alfabeto da língua portuguesa. São oito letras:

Α α (alfa) Β β (beta) Ε ε (épsilon) Ι ι (iota) Κ κ (capa) Μ µ (Mi) Ο ο (ômicron) Τ τ (tau)

Analisando essas letras, podemos considerar que você já está em vantagem no aprendizado, pois sabe pelo menos um terço do alfabeto grego – uma vez que estas letras gregas são muito semelhantes ao alfabeto português tanto na escrita quanto na pronúncia. Agora vamos analisar cada uma delas perpassando suas características e peculiaridades, marcantes ou não, no que diz respeito à escrita e à pronúncia, bem como outros aspectos que as envolvem. Traçaremos sempre uma relação de proximidade entre a letra grega e a letra correspondente ao alfabeto português. Vejamos então:

(Alfa)

Α α

A letra alfa (Α α) é a primeira letra do alfabeto grego e corresponde à primeira letra do alfabeto português, ou seja,

(25)

letra ‘A a’. Observe como a grafia da letra alfa é semelhante à da letra ‘a’, ainda mais se considerarmos sua escrita cursiva. Observe: letra a (cursiva) = letra ‘α’ – alfa minúscula.

A letra alfa faz parte das sete vogais do grego clássico. Existem situações em que será pronunciada de forma breve como em ‘casa’ ou de forma longa como em ‘mar’9. Por enquanto é necessário saber que ela será longa quando receber acento, o qual pode ser grafado como um til ou acento circunflexo (ᾶ â).

Outro aspecto que precisa ser mencionado é a questão do iota (ι). O iota é o correspondente à letra ‘i’ de nosso idioma. Você observará muitas vezes que ele pode acompanhar a letra alfa dos seguintes modos:

(

) = alfa minúsculo com iota subscrito, isto é, escrito embaixo;

(Αι) = alfa maiúsculo com iota adscrito, isto é, escrito do lado direito.

Nos dois casos o iota é levemente pronunciado.

Antes de continuarmos, é importante esclarecer a respeito de sinais que acompanham as palavras gregas iniciadas por vogais. Esses sinais são chamados de aspiração ou

espíritos. Todas as palavras gregas que iniciam por vogal ou

ditongo recebem o sinal de aspiração. Por exemplo:

9 Não nos aprofundaremos nas questões de acentuação. Basta sabermos que as palavras gregas recebem três tipos de acento, apenas para indicar a sílaba tônica. São eles: acento agudo ´, acento grave `, e circunflexo, com as seguintes grafias: ^ ~ .

(26)

A palavra ἀγάπη, que se pronuncia agápe e significa amor, demonstra o sinal de aspiração na letra alfa inicial ἀ.

Existem dois tipos de aspirações:

A aspiração branda, que não afeta a pronúncia como no exemplo da palavra ἀγάπη, e a aspiração rude10, que

acrescenta à vogal um som equivalente ao ‘r’ da língua portuguesa. Por exemplo:

ὁδός, que se pronuncia rodós e significa caminho.

Observe o sinal de aspiração rude na vogal inicial ὁ.

Quando a palavra iniciar por ditongo, o sinal de aspiração é colocado sobre a segunda vogal.

Por exemplo:

οὐρανός lê-se uranos, e significa céu. Verifique que o

sinal de aspiração recaiu sobre a segunda vogal, o ípsilon οὐ. No caso da palavra iniciar com letra maiúscula, o sinal de aspiração será colocado antes da mesma. Por exemplo:

Ἰσραήλ lê-se Israel. Verifique, no começo da palavra, o

sinal de aspiração branda do lado esquerdo do iota maiúsculo

Ἰ.

Das sete vogais que o alfabeto grego possui, o ípsilon Υ

υ é a única que sempre receberá o sinal de aspiração rude, as

outras poderão receber tanto o sinal de aspiração branda quanto de aspiração rude.

10 Alguns estudiosos denominam a aspiração rude também por aspiração áspera ou forte. Outros utilizam a palavra espírito em lugar de aspiração, ficando então a denominação espírito rude ou espírito áspero ou, ainda, espírito forte.

(27)

Por fim, ainda quanto ao sinal de aspiração podemos esclarecer que, quando uma palavra inicia com a letra Rô (Ρ ρ), sempre recebe o sinal de aspiração rude. Por exemplo:

Ῥουβήν é o nome próprio Rubem e lê-se Rubén;

ῥαββί lê-se rabi e significa rabino, mestre. No primeiro

exemplo, observe o sinal de aspiração rude ao lado da letra Rô maiúscula; no segundo, o sinal está sobre a letra Rô minúscula.

(Beta)

Β β

A letra beta (Β β) é a segunda do alfabeto grego e corresponde à segunda letra do alfabeto português, isto é, ao ‘B b’. Observe a semelhança entre a letra grega com a letra ‘B’ de nosso idioma. Quando se olha a letra beta em grego é quase que automático associar sua escrita e respectiva pronúncia à letra ‘B’ de nosso alfabeto, seja ela escrita em maiúscula ou minúscula. Portanto, ela é muito fácil de memorizar tanto na grafia quanto na pronúncia. Seu som será sempre ‘b’ como em “bela”.

(Épsilon)

Ε ε

A letra épsilon (Ε ε) é a quinta letra na sequência lógica do alfabeto grego e corresponde à quinta letra do alfabeto português, isto é, à letra ‘E e’. Sua semelhança com a letra ‘E e’ de nosso alfabeto também não deixa dúvida na hora da leitura em grego. Cabe relembrar que embora a sua pronúncia seja igual à letra ‘e’ de nosso alfabeto, trata-se de um ‘e’ pronunciado de forma breve como em “ema”.

(28)

(Iota)

Ι ι

A letra iota (Ι ι) é a nona letra do alfabeto grego como o é a letra ‘I i’ no alfabeto português. O iota é uma das letras em que as semelhanças de escrita e pronúncia são muito evidentes entre os dois alfabetos. A pronúncia do iota pode ser breve, como em “vida”, ou ainda longo, como em “mina”. Como o

iota é uma vogal, ela recebe os sinais de aspiração. Veja os

exemplos de sinal de aspiração rude e branda:

Ἱερόν => pronuncia-se rierôn e significa templo ou

santuário.

Observe o sinal de aspiração rude na mesma palavra, mas desta vez iniciando com minúscula:

ἱερόν .

Agora um exemplo com o sinal de aspiração branda, iniciando a palavra com letras maiúsculas e minúsculas:

Ἰσχυρός / ἰσχυρός => pronuncia-se isquirôs e significa

forte, poderoso.

(Kapa)

Κ κ

A letra kapa (Κ κ) é a décima letra do alfabeto grego e corresponde à letra ‘K k’, a décima primeira do alfabeto português. O Acordo Ortográfico de 1990 entre os países de língua portuguesa resgatou a letra ‘K k’ no alfabeto português, sem contudo restaurar o seu uso prévio – que continuará restrito às abreviaturas, às palavras com origem estrangeira e seus derivados. Por exemplo: Km (quilômetro), karatê, kantiano. Portanto, é mais interessante associar a letra kapa (Κ

(29)

κ) à pronúncia de ‘C’ + ‘A’ = ‘CA’ – como em “casa” e

“carro”.

(Mi)

Μ µ

A letra mi (Μ µ) é a décima segunda letra do alfabeto grego e corresponde à décima terceira letra do alfabeto português, ou seja, ‘M m’. Observando a letra mi (Μ µ), pode-se verificar sua pode-semelhança com a letra ‘M’ de forma clara. Ainda escrita com a letra minúscula, também será fácil associar o ‘µ’ com a letra ‘m’. O som da pronúncia de mi ‘Μ µ’ é equivalente ao ‘M m’, como em “microfone” e “mito”.

(Ômicron)

Ο ο

O ômicron (Ο ο) é a décima quinta letra do alfabeto grego e corresponde à décima quinta letra do alfabeto português. Sua semelhança com a letra ‘O o’ é indiscutível. Porém, o seu som do ponto de vista fonético sempre será breve e fechado como, por exemplo, em “fogo”. O ômicron é uma vogal, portanto recebe os sinais de aspiração. Nos exemplos abaixo vamos acrescentar mais informações além daquelas já vistas na vogal alfa. Veja os exemplos de sinal de aspiração

rude e branda:

Ὁδός => pronuncia-se rodôs e significa estrada,

caminho.

Observe o sinal de aspiração rude na mesma palavra, mas desta vez iniciando com minúscula:

(30)

Agora um exemplo com o sinal de aspiração branda iniciando a palavra com letras maiúsculas e minúsculas:

Ὀλίγος / ὀλίγος => pronuncia-se olígos e significa

pouco, pequeno.

(Tau)

Τ τ

O tau (Τ τ) é a décima nona letra do alfabeto grego e tem sua correspondência com a vigésima letra do alfabeto português: o ‘T t’. Sua pronúncia sempre será como em “tatu” ou “tábua”, mas nunca chiado como em “tio” ou “time”.

Com o tau fechamos o conjunto das letras isográficas, isto é, as letras do alfabeto grego que têm uma aproximação de semelhança muito perceptível em relação às letras utilizadas no alfabeto da língua portuguesa. Dessa forma, sem muito esforço o aprendente já é capaz de identificar tais letras em palavras escritas em grego.

Contudo, para que haja uma fixação maior das letras

isográficas, sugerimos que alguns exercícios sejam feitos antes

de se passar para o capítulo das letras isofonéticas.

Nota sobre os exercícios

Antes de iniciarmos os exercícios, gostaríamos de sugerir uma rotina de “aquecimento” que deverá ser feita antes dos mesmos.

Você deve providenciar um caderno ou folhas pautadas à parte onde possa praticar tanto os “aquecimentos” quanto os exercícios propostos.

(31)

É importante lembrar que todo estudo deve ser desenvolvido dentro de uma rotina e de um horário. Para o estudo do alfabeto grego não é diferente. Assim, você deve dedicar-se escolhendo o horário que mais lhe favorece ou lhe agrada e sempre ter em mente que é mais proveitoso estudar meia hora por dia do que quatro horas num dia da semana.

Se você optar por estudar regularmente, mesmo que seja meia hora por dia, em pouco tempo você estará colhendo os resultados, isto é, estará dominando o alfabeto grego com segurança e isso lhe assegurará estar pronto para prosseguir nos estudos do grego clássico – se tal for seu interesse. Mas lembre-se: não há mágica! É necessário se empenhar em uma rotina de estudos.

Exercício de aquecimento

Para o exercício de aquecimento propomos que se tome uma folha pautada à parte ou um caderno e, antes de realizar os exercícios, copie cinco vezes o alfabeto grego. Em uma linha escreva as letras maiúsculas e, na linha debaixo, as minúsculas. Veja o exemplo:

Α Β Γ ∆ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ µ ν ξ ο π ρ σ/ς τ υ φ χ ψ ω

Conforme você for escrevendo cada letra, repita mentalmente o nome da mesma. Consulte a tabela com o nome da letra caso não consiga lembrá-la. Não tenha pressa, faça tudo devagar e a seu devido tempo.

(32)

Exercício 1

a) Relembre os nomes e a pronúncia das letras

isográficas abaixo:

(Α α Β β Ε ε Ι ι Κ κ Μ µ Ο ο Τ τ) Agora, sem olhar a tabela, veja o exemplo e responda: b) Quais as letras do alfabeto grego (pertencentes ao grupo das isográficas) podemos relacionar com as letras do alfabeto português? Ex.: A a: Α α B b: Β β T t : ____ O o: ____ M m: ____ K k:____ I i: ____ E e:_____ Exercício 2

Identifique somente as letras isográficas das palavras: filosofia, hipopótamo, Sócrates, Selene, micro, bárbaro e drama, conforme o exemplo ‘a’.

a) φιλοσοφια = (ι) iota; (ο) ômicron; (α) alfa b) ἱπποποταµος = __________________________ c) Σωκράτης = _____________________________

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d) Σελήνη = _______________________________ e) µικρο = ________________________________ f) βάρβαρος = _____________________________ g) δρᾶµα =________________________________

(34)

5

Letras isofonéticas

Letras isofonéticas

Letras isofonéticas

Letras isofonéticas

Um terço do alfabeto grego é composto por letras

isofonéticas. Classificaremos aqui letras isofonéticas como

sendo as letras gregas cuja pronúncia é semelhante à do alfabeto português, mas a escrita é diferente. São elas:

Γ γ (gama) ∆ δ (delta) Η η (eta) Λ λ (lambda) Π π (pi) Ρ ρ (rô) Σ σ ς (sigma) Ω ω (ômega)

(Gama)

Γ γ

O gama (Γ γ) é a terceira letra do alfabeto grego. Ela corresponde à sétima letra do alfabeto português, isto é, ao ‘G g’. Sua pronúncia é semelhante ao ‘g’ como em “gato”. Porém, antes de Κ κ (kapa), Ξ ξ (ksi), Χ χ (qui) e Γ γ (gama) a pronúncia será ‘ng’ – como em manga e manguezal.

Por exemplo:

ἄγγελος = pronuncia-se ánguelos e não águelos, e

significa anjo. Obseve que o primeiro gama tem o som de “n”, como em manga.

ἄγκυρα = pronuncia-se ánkira e significa âncora.

(35)

ἐγχρίω = pronuncia-se encrío (com o o final aberto

‘ó’), e significa ungir. Observe também que o gama fica com o som de “n”, semelhante a incrível.

σάλπιγξ = pronuncia-se sálpincs e pode significar

corneta ou trombeta. Veja que o gama também assume valor de “n”.

Como curiosidade, vale notar que a grafia da letra gama minúscula lembra um pouco a grafia da letra ‘g’ cursiva do alfabeto português. Compare: γ g .

Como informação adicional, destacamos que consoantes duplas como ττ (tau-tau) e λλ (lambda-lambda) devem ser pronunciadas como se fossem uma consoante apenas.

(Delta)

∆ δ

O delta (∆ δ) é a quarta letra do alfabeto grego e corresponde à letra ‘D d’, que é a quarta letra do alfabeto português. Sua pronúncia é sempre como em “dado”, nunca chiado como em “dia”. Quem se interessava pelas aulas de matemática deve ter conhecido o ∆ da discriminante da fórmula de Bháskara (∆ = b2-4ac). O δ minúsculo possui uma grafia semelhante ao ‘d’ do alfabeto português, portanto será fácil associa-lo à escrita e à pronúncia.

(Eta)

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A letra eta (Η η) é a sétima letra do alfabeto grego e corresponde à quinta letra do alfabeto português. Porém, sua pronúncia é como em “leve”, “café”, ou seja, um ‘e’ aberto e longo diferente da letra épsilon (Ε ε) – cuja pronúncia é breve como em “ema”. A letra eta (Η η) é uma das sete vogais do alfabeto grego. Veja-as em letras maiúsculas e minúsculas: (Α α, Ε ε, Ι ι, Ο ο, Υ υ, Η η, Ω ω).

A letra eta (Η η) merece atenção especial uma vez que, embora sua pronúncia seja próxima à do alfabeto português, sua grafia é diferente e é facilmente confundida com as letras ‘H’ e ‘n’.

É importante ter em mente que não existe letra ‘H’ no alfabeto grego. Dessa forma, com um pouco de treino, ao se deparar com eta (Η) em alguma palavra grega já será fácil descartá-la como ‘H’ e atribuir-lhe a pronúncia equivalente a ‘é’, ou seja, um ‘e’ aberto e longo como em “boné”.

Considerando que toda vogal longa recebe o iota (ι) e sendo a letra eta (Ηη) uma vogal longa, temos de lembrar algumas regras que expomos em relação à letra alfa (Αα).

A primeira é em relação ao iota. Assim como pode ocorrer com a vogal alfa, o iota pode aparecer subscrito ou adscrito na vogal eta (Ηη).

Você observará muitas vezes que ele pode acompanhar a letra eta dos seguintes modos:

(

) = Eta minúsculo com iota subscrito, isto é, escrito embaixo;

(37)

(Ηι) = Eta maiúsculo com iota adscrito, isto é, escrito do lado direito.

Nos dois casos, o iota é levemente pronunciado.

A outra regra é em relação ao sinal de aspiração. Toda palavra grega que inicia por vogal ou ditongo recebe aspiração. Você poderá encontrar o eta com sinal de aspiração, conforme os exemplos abaixo:

Aspiração branda, que não afeta a pronúncia. Observe

o exemplo:

ἠώς => Lê-se (éós) com o ‘o’ longo como “avó”. Esta

palavra significa aurora.

Caso se iniciasse com letra maiúscula, a grafia do sinal de aspiração seria antes da letra. Observe a mesma palavra com a letra inicial maiúscula: Ἠώς .

Agora veja exemplos com palavras que possuem aspiração rude. Letra minúscula e letra maiúscula:

ἡµεῖς => Lê-se Remeís e significa “nós”. Ἡρακλῆς => Reraklés e significa Héracles.

(Lambda)

Λ λ

A letra lambda (Λ λ) é a décima primeira letra do alfabeto grego e sua pronúncia corresponde à décima segunda letra do alfabeto português, isto é, à letra ‘L l’. É uma letra que não permite grande confusão com o alfabeto português, uma vez que a letra minúscula é grafada de forma diferente – basicamente um ípsilon de cabeça para baixo, compare (y λ). Já a maiúscula Λ pode eventualmente ser confundia com o alfa Α

(38)

grego ou com o A do alfabeto português, mas com um pouco de atenção será fácil perceber a ausência de corte central na letra lambda. Verifique: Λ lambda A alfa.

(Pi)

Π π

A letra pi (Π π) é a décima sexta letra do alfabeto grego e sua pronúncia equivale à décima sexta letra do alfabeto português, ou seja, ao ‘P p’. A minúscula π também é uma velha conhecida das aulas de matemática. Quem se lembra do valor de π? π = 3,14159. Esta letra grega possui uma grafia que não gera confusão porque a minúscula já é um pouco conhecida e a maiúscula não possui grafia semelhante no alfabeto português.

(Rô)

Ρ ρ

A letra rô (Ρ ρ) é a décima sétima letra do alfabeto grego e tem correspondência com a décima oitava letra do alfabeto português, isto é, com a letra ‘R r’. Também é necessário muita atenção a esta letra do alfabeto grego, pois ela é facilmente confundida com a letra ‘P p’ do alfabeto português. Contudo, já verificamos que a correspondente grega para a letra ‘P p’ é a letra pi (Π π). Dessa forma, além de atenção será necessário um pouco de exercício e prática de

(39)

leitura com o objetivo de fixar o valor de pronúncia da letra rô (Ρ ρ).

Uma característica importante da letra rô (Ρ ρ) é que ela sempre receberá a aspiração rude quando iniciar uma palavra grega. Por exemplo:

Ῥῆµα (Iniciando com maiúscula)

ou

ῥῆµα (Iniciando com minúscula)

Pronuncia-se Réma e significa “palavra”. (Sigma)

Σ σ ς

A letra sigma (Σ σ ς) é a décima oitava letra do alfabeto grego e corresponde ao ‘S s’, que é a décima nona letra do alfabeto português. Sua principal característica é que apresenta duas formas de grafias quando minúscula.

O sigma minúsculo (σ) é usado no início e no meio das palavras gregas e o sigma minúsculo (ς) é utilizado somente no final das palavras. Veja o exemplo das palavras sabedoria, na qual o sigma (σ) aparece no início da palavra, e sábio, em que temos o sigma (σ) iniciando a palavra e o sigma (ς) no final da palavra:

σοφιᾶ => Pronuncia-se sofiá σοφóς => Pronuncia-se sofôs

(40)

Ainda no início dos estudos do alfabeto grego é necessário prestar atenção para não confundir a pronúncia do sigma (σ) com a pronúncia da letra ‘o’ manuscrita. Compare a semelhança na grafia: (sigma

σ

/ o letra ‘o’ manuscrita do alfabeto português).

(Ômega)

Ω ω

A letra ômega (Ω ω) é a última letra do alfabeto grego, portanto a vigésima quarta, e corresponde à décima quinta letra do alfabeto português. Sua pronúncia é diferente da pronúncia do ômicron (Ο ο). Enquanto o ômicron (Ο ο) se pronuncia fechado como em ‘fogo’, o ômega (Ω ω) se pronuncia aberto como em ‘avó’. É uma das sete vogais do alfabeto grego. Veja-as novamente em letrVeja-as maiúsculVeja-as e minúsculVeja-as: (Α α, Ε ε, Ι ι, Ο ο, Υ υ, Η η, Ω ω).

A letra ômega (Ω ω) pode não ser facilmente confundida na grafia com o ômicron (Ο ο), contudo deve-se dar atenção na hora da leitura quanto à pronúncia.

Relembrando, mais uma vez, que toda vogal longa recebe o iota (ι). Temos de recordar algumas regras que apresentamos em relação às letras alfa (Αα) e eta (Ηη).

A primeira é em relação ao iota. Assim como pode ocorrer com as vogais alfa e eta, o iota pode aparecer subscrito ou adscrito na vogal ômega (Ω ω).

Você observará muitas vezes que ele pode acompanhar a letra ômega dos seguintes modos:

(41)

(

) = Ômega minúsculo com iota subscrito, isto é, escrito embaixo;

(Ωι) = Ômega maiúsculo com iota adscrito, isto é, escrito do lado direito.

Nos dois casos, o iota é levemente pronunciado.

Recordamos aqui novamente quanto ao sinal de aspiração. Toda palavra grega que se inicia por vogal ou ditongo recebe aspiração. Você poderá encontrar o ômega com sinal de aspiração, conforme os exemplos abaixo.

Aspiração branda, que não afeta a pronúncia:

ὠθέω => Pronuncia-se othêo com o ‘o’ final longo

como em “avó”. Esta palavra significa “empurrar”.

Caso fosse iniciada com letra maiúscula, a grafia do sinal de aspiração seria antes da letra. Observe a mesma palavra com a letra inicial maiúscula: Ὠθέω .

Agora veja o exemplo de aspiração rude com letra minúscula e letra maiúscula:

ὡς Ὡς => Pronuncia-se Rós e significa “como”.

Do conjunto das oito letras isofonéticas, metade delas, por sua grafia, apresentam grande possibilidade de serem confundidas na pronúncia com as letras do alfabeto português. Em ordem de importância são elas as letras: Eta (Η η), Rô (Ρ

ρ), Lambda (Λ λ) e Sigma (Σ σ ς). Dessa forma, proporemos

adiante alguns exercícios de fixação para reduzir a possibilidade de eventual confusão. Contudo, uma atenção especial deve ser dada a essas letras no momento de se estudar

(42)

o alfabeto grego, de se realizar leituras de palavras e nos próprios exercícios sugeridos.

Como as letras isofonéticas aparentam complicar o entendimento no momento da leitura, dominá-las bem será um passo fundamental na aprendizagem.

As letras isográficas, cuja grafia e pronúncia são semelhantes ao alfabeto português, não apresentam grandes dificuldades.

As letras alográficas, que possuem a escrita e/ou a pronúncia diferente do alfabeto português, se apresentarão mais fáceis e com pouca possibilidade de serem confundidas com a grafia portuguesa e, consequentemente, levar ao erro o leitor na hora da pronúncia.

Assim, aprender bem as quatro letras isofonéticas Eta (Η η), Rô (Ρ ρ), Lambda (Λ λ) e Sigma (Σ σ ς) é fundamental para o domínio do alfabeto grego e a fluidez na leitura de palavras gregas. São elas que muitas vezes, num primeiro contato com o alfabeto grego, confundem as pessoas fazendo-as acreditar ser difícil aprender o alfabeto grego.

Exercício de aquecimento

Para o exercício de aquecimento propomos novamente que se tome uma folha pautada à parte ou um caderno e, antes de realizar os exercícios, copie quatro vezes o alfabeto grego. Em uma linha escreva as letras maiúsculas e, na linha debaixo, as minúsculas. Veja o exemplo:

(43)

Α Β Γ ∆ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ µ ν ξ ο π ρ σ/ς τ υ φ χ ψ ω

Conforme você vai escrevendo cada letra, repita mentalmente o nome da mesma. Depois leia cada uma em voz alta pelo menos três vezes. Consulte a tabela com o nome da letra caso não consiga lembrá-la. Não tenha pressa, faça tudo devagar e a seu devido tempo.

Exercício 3

a) Relembre os nomes e a pronúncia das letras

isofonéticas abaixo:

( Γ γ ∆ δ Η η Λ λ Π π Ρ ρ Σ σ ς Ω ω ).

Agora, sem olhar a tabela, veja o exemplo e responda: b) Quais letras do alfabeto grego (pertencentes ao grupo das isofonéticas) podemos relacionar com a letras do alfabeto português?

Ex.:

G g: Γ γ D d: ∆ δ

E e : ____ O o: ____ P p: ____ L l:____ R r: ____ S s:_____

(44)

Exercício 4

Identifique somente as letras isofonéticas das palavras: filosofia, hipopótamo, Sócrates, Selene, micro, bárbaro, drama, grafar (escrever), conforme o exemplo ‘a’.

a) φιλοσοφια = (λ) lambda; (σ) sigma b) ἱπποποταµος = __________________________ c) Σωκράτης = _____________________________ d) Σελήνη = _______________________________ e) µικρο = ________________________________ f) βάρβαρος = _____________________________ g) δρᾶµα=_________________________________ h) γράφω = _______________________________

(45)

6

Letras alográficas

Letras alográficas

Letras alográficas

Letras alográficas

As oito letras aqui denominadas alográficas, ou seja, “escritas de outra forma”, é o conjunto das letras gregas cuja grafia e a pronúncia são bem diferentes do alfabeto português.

São elas:

Ζ ζ (zeta) Θ θ (theta) Ν ν (ni) Ξ ξ (ksi) Υ υ (ípsilon) Φ φ (phi) Χ χ (qui) Ψ ψ (psi)

Vamos analisar adiante cada uma delas e suas principais características.

(Zeta)

Ζ ζ

A letra zeta (Ζ ζ) se pronuncia sdeta. É a sexta letra do alfabeto grego e é transliterada geralmente como a vigésima sexta letra do alfabeto português, isto é, a letra ‘Z z’. Porém, não vamos nos iludir com sua pronúncia. Ela não tem o som da letra ‘z’ do alfabeto português. Sua pronúncia é semelhante à junção das letras ‘sd’ da palavra ‘desde’. Assim, a palavra grega Ζεύς = Zeus se pronuncia sdeús. Merece destaque a grafia em letra minúscula ( ζ ) uma vez que é diferente de qualquer letra do alfabeto português; porém, pode ser confundida por um leitor menos atento ou afoito com a letra

(46)

sigma ( ς ) do próprio alfabeto grego. Portanto, é necessária

uma dedicação extra ao se exercitar a escrita das letras

alográficas para a correta fixação da grafia e pronúncia.

(Theta)

Θ θ

A letra theta (Θ θ) é a oitava letra do alfabeto grego e não tem exatamente uma correspondente no alfabeto português. Convencionou-se transliterar theta (Θ θ) pelo ‘th’, sendo que sua pronúncia seria semelhante ao ‘th’ da palavra inglesa think (de to think = pensar).

(Ni)

Ν ν

A letra ni (Ν ν) é a décima terceira letra do alfabeto grego e corresponde à décima quarta letra do alfabeto português, ou seja, ao ‘N n’. Ainda que sua grafia maiúscula seja semelhante ao ‘N’ maiúsculo do alfabeto português, resolvemos incluí-la no conjunto das letras alográficas porque sua grafia minúscula (ν) é diferente e assemelha-se muito à letra ‘v’ do alfabeto português. Como se trabalha muito mais com as letras minúsculas nos métodos de grego, é melhor familiarizar-se bem à sua diferente grafia minúscula com o intuito de se evitar que uma leitura desatenta leve a erro na pronúncia.

(47)

Ξ ξ

O ksi (Ξ ξ) é a décima quarta letra do alfabeto grego e tem a grafia tanto maiúscula quanto minúscula, sendo muito diferente de qualquer letra do alfabeto português – seja na escrita em letra de forma ou manuscrita. Não tem uma correspondente direta a uma letra específica do alfabeto português. O som de sua pronúncia é equivalente à letra ‘x’ da palavra “táxi”. Recomenda-se atenção na escrita da letra minúscula. Observe os detalhes:

ξ

Ser bem diferente de qualquer letra do alfabeto português pode ser uma vantagem positiva na hora de memorizar o som da pronúncia desta letra grega.

(Ípsilon)

Υ υ

O ípsilon (Υ υ) é a vigésima letra do alfabeto grego e sua correspondente no alfabeto português é o ‘Y y’, isto é, a vigésima quinta letra do alfabeto português11. O ípsilon (Υ υ)

11 Vale lembrar que o alfabeto português possui 26 letras, sendo 23 fundamentais e 3 especiais: ‘k, w, y’. O Acordo Ortográfico de 1990 não restaurou o ‘y’. A doutrina sobre essas três letras continua a mesma, ou seja, elas devem ser usadas apenas em casos especiais. Por exemplo: em algumas palavras estrangeiras (show), símbolos e abreviaturas como em quilômetro e quilowatt-hora (Km, Kwh), e em adjetivos e substantivos derivados de nomes próprios e palavras estrangeiras (kantiano, wagneriano).

(48)

tem sua letra maiúscula escrita igualmente ao ‘Y’ da língua portuguesa, porém sua pronúncia é bem diferente. Ela se assemelha a um ‘ü’ como em ‘Müller’, isto é, o ‘u’ pronunciado com os lábios arredondados.

O ípsilon minúsculo (υ) apresenta escrita diversa do da língua portuguesa. Compare: (υ y). O ípsilon minúsculo grego tem a grafia parecida com o ‘u’ minúsculo do alfabeto português.

Assim, o ípsilon (Υ υ) deve receber atenção redobrada no momento da escrita e da pronúncia até que se tenha total segurança na leitura.

Não se pode esquecer que o ípsilon (Υ υ) é uma das sete vogais do alfabeto grego, que são as seguintes:

(Α α, Ε ε, Ι ι, Ο ο, Υ υ, Η η, Ω ω)

A regra dos sinais de aspiração branda ou rude estabelece que toda palavra grega que se inicia por vogal ou ditongo recebe aspiração. No caso do ípsilon (Υ υ) iniciar uma palavra, ele vai sempre receber o sinal de aspiração rude. Veja, no exemplo, a palavra ‘sob’ iniciando por minúscula e maiúscula:

ὑπó => Pronuncia-se ripô Ὑπó=> Pronuncia-se ripô

A palavra ὑπó pode significar ‘sob’, ‘debaixo de’.

(49)

Φ φ

A letra phi (Φ φ) é a vigésima primeira letra do alfabeto grego e convencionou-se estabelecer correspondência entre ela e a letra ‘ F f ’, que é a sexta letra do alfabeto português. A pronúncia é semelhante ao ‘F’, mas bem labial com o ar empurrando levemente os lábios. Esta letra é usada como símbolo da Filosofia. Sua escrita incomum com o alfabeto português torna favorável a memorização de sua grafia e a associação do valor de pronúncia.

(Qui)

Χ χ

A letra qui ( Χ χ ) é a vigésima segunda letra do alfabeto grego e não tem correspondência direta com alguma letra do alfabeto português. Embora sua escrita seja semelhante à letra ‘X x’, ela não tem nenhuma relação com o som do ‘x’ da língua portuguesa. Ela é comumente transliterada para a língua portuguesa como ‘ch’ ou ‘kh’ e sua pronúncia equivale ao “qu” de “química”, de “máquina”.

Veja, por exemplo, a palavra grega Χριστóς, que transliterada fica Christôs e significa “ungido”. Você já deve ter conhecido alguém que se chamava Christiano ou Christiane com “Ch”, sendo isso uma “herança” da transliteração para o latim e, posteriormente, para a língua portuguesa da letra qui (Χ χ ).

(50)

A atenção à letra qui ( Χ χ ) deve estar mais voltada para a pronúncia do que para a escrita, procurando não confundir seu valor fonético com a letra ‘x’ do alfabeto português.

(Psi)

Ψ ψ

A letra psi (Ψ ψ) é a vigésima terceira letra do alfabeto grego e não tem correspondência direta com alguma letra do alfabeto português. Sua pronúncia é como o ‘ps’ de “psicologia”, “psiquiatra”. Esta letra é comumente utilizada como símbolo da Psicologia e, como sua grafia é tão diferente de qualquer letra do alfabeto português, fica até fácil memorizar sua escrita e pronúncia.

Assim encerramos o conjunto das letras alográficas, bem como perpassamos todas as letras do alfabeto grego.

Agora propomos alguns exercícios para a fixação da escrita e da pronúncia das letras alográficas.

Exercício de aquecimento

Para o exercício de aquecimento propomos novamente que se tome uma folha pautada à parte ou um caderno e, antes de realizar os exercícios, copie três vezes o alfabeto grego. Em uma linha escreva as letras maiúsculas e na linha debaixo as minúsculas. Veja o exemplo:

(51)

Α Β Γ ∆ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ µ ν ξ ο π ρ σ/ς τ υ φ χ ψ ω

Conforme você vai escrevendo cada letra, repita mentalmente o nome da mesma. Depois leia cada uma em voz alta pelo menos três vezes. Consulte a tabela com o nome da letra caso não lembrá-la. Não tenha pressa, faça tudo devagar e a seu devido tempo.

Exercício 5

a) Relembre os nomes e a pronúncia das letras

alográficas abaixo:

(Ζ ζ Θ θ Ν ν Ξ ξ Υ υ Φ φ Χ χ Ψ ψ )

Agora, sem olhar a tabela, veja o exemplo e responda: b) Quais letras do alfabeto grego (pertencentes ao grupo das alográficas) podemos relacionar com a letras do alfabeto português? Ex.: Z z: Ζ ζ th: Θ θ N n : ____ ks: ____ Y y: ____ F f:____ ch/kh: ____ ps:_____ Exercício 6

(52)

Identifique somente as letras alográficas das palavras: filosofia, náutico, noite, tempo, grafar (escrever), Deus, Zeus, ontem e falso, conforme os exemplos ‘a’ e ‘b’.

a) φιλοσοφια = (φ) phi b) ναυτικóς = (ν) ni c) νύξ = __________________________________ d) χρóνος = _______________________________ e) γράφω = _______________________________ f) Θεóς = _________________________________ g) Ζεύς =_________________________________ h) χθές = _________________________________ i) ψευδής = _______________________________

Se acaso você chegou até aqui, nesta pequena introdução ao alfabeto grego, com certeza você sabe o que quer. Realizando todos os exercícios propostos com uma frequência diária de estudos de pelo menos meia hora, certamente conseguirá ler a maioria das palavras gregas e estará apto para partir em direção a uma etapa maior: entender o grego clássico.

Como na língua portuguesa, não basta saber o valor fonético das letras e ler as palavras. Não é suficiente saber decodificar as letras, isto é, ler e escrever. O bom conhecimento de um idioma requer saber ler, escrever e

(53)

interpretar. Se ao término dessa pequena introdução ao alfabeto grego você já conseguir realizar as duas primeiras etapas, pode ser a hora de partir para estudos mais aprofundados usando bons métodos de grego clássico disponíveis no mercado.

No final deste livro vamos sugerir alguma bibliografia interessante para a aprendizagem do grego clássico.

(54)

7

Informações básicas sobre p

Informações básicas sobre p

Informações básicas sobre p

Informações básicas sobre pontuação

ontuação

ontuação

ontuação

Antes de iniciarmos os exercícios gerais de decodificação das letras e palavras gregas, vamos rever rapidamente algumas regras já explicadas e acrescentar informações sobre pontuação.

Boa parte das regras referentes à escrita e à leitura do grego clássico já foi tratada nos conjuntos das letras

isográficas, isofonéticas ou alográficas. Citamos brevemente o

caso dos acentos esclarecendo de forma simplória que as palavras gregas recebem três tipos de acento, apenas para indicar a sílaba tônica. São eles: acento agudo ( ´ ), acento grave ( ` ) e circunflexo com as seguintes grafias ( ^ ~ ).

Logo após a tabela inicial das letras gregas, apresentamos uma tabela com as pronúncias dos ditongos e suas características de escrita.

Também mencionamos a regra do iota (ι). Isto é: toda vogal longa recebe o iota que pode ser subscrito, ou seja, escrito embaixo, ou adscrito, quer dizer, escrito do lado direito quando a vogal for maiúscula.

Sobre os sinais de aspiração fizemos referência à

aspiração branda que não afeta a pronúncia, como no

exemplo da palavra ἀγάπη, e à aspiração rude, que acrescenta à vogal um som equivalente ao ‘r’ da língua portuguesa.

(55)

Enfim, acabamos diluindo dentro da explicação de cada letra um conjunto mínimo de regras fundamentais para a leitura e escrita de letras e palavras gregas.

Visando acrescentar um pouco mais a essas regras, apresentamos a seguir algumas informações sobre pontuação do texto grego e sua relação com a pontuação da língua portuguesa.

Então vejamos a correspondência entre a pontuação do texto grego e o texto português.

Em grego, o ponto final (.) e a vírgula (,) são iguais ao ponto final e a vírgula da língua portuguesa.

Um ponto alto no texto grego ( ˙ ) pode significar os sinais de dois pontos ( : ), ponto e vírgula ( ; ) e até mesmo o ponto de exclamação ( ! ) utilizados na língua portuguesa.

O ponto e vírgula ( ; ) no grego equivale ao ponto de interrogação (?) utilizado na língua portuguesa.

Como curiosidade, gostaríamos de inteirar que os sinais de pontuação começaram a surgir no século IV da era Comum. Até então, os textos eram todos escritos com letras maiúsculas e com as palavras todas juntas. Assim, quem lia tinha que interpretar o que estava escrito.

Verifique a dificuldade lendo a frase abaixo:

“IDESVOLTARASNAOMORRERASNAGUERRA”

Observe agora a mesma frase com a correta pontuação e separação entre as palavras:

“IDES! VOLTARAS? NÃO, MORRERÁS NA

GUERRA!”.

Esta frase está escrita em grego no local do Oráculo de Delfos (século VII a.E.C.), na Grécia. É um dos lugares da Antiguidade em que se faziam profecias consideradas divinas.

(56)

Perceba que poderíamos, com dificuldade, interpretar a primeira escrita em letras maiúsculas: “Ides, voltarás, não morrerás na guerra”. Porém, os linguistas entendem que o correto seria mesmo: “Ides! Voltarás? Não, morrerás na guerra!”.

Agora já sabemos os sinais de pontuação e sua importância, assim como possuímos os elementos mínimos necessários para treinarmos a leitura de palavras e pequenas frases gregas. Com esse intuito iremos, a seguir, realizar uma série de exercícios envolvendo todas as letras do alfabeto grego. Vamos treinar a leitura, a pronúncia e a transliteração.

Como afirmado anteriormente, este não é um método de grego clássico – é apenas uma pequena introdução ao alfabeto grego. Portanto, iremos trabalhar com a escrita, com a decodificação das letras gregas, exercitar as correspondências com o alfabeto português, a pronúncia e a fixação das letras do alfabeto grego.

O objetivo principal é o domínio do alfabeto grego por meio de exercícios de familiarização sempre utilizando palavras que se assemelhem o máximo possível à língua portuguesa, facilitando a assimilação dos valores de pronúncia e também de semelhança visual da escrita.

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Exercícios gerais

Exercícios gerais

Exercícios gerais

Exercícios gerais de familiariza

de familiariza

de familiariza

de familiarização

ção

ção

ção

Exercício de aquecimento

Como sempre propomos, antes de se iniciar os exercícios sugerimos a realização de um aquecimento. Tome uma folha pautada à parte, ou um caderno, e copie três vezes o alfabeto grego. Em uma linha escreva as letras maiúsculas e, na linha debaixo, as minúsculas. Exemplo:

Α Β Γ ∆ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ µ ν ξ ο π ρ σ/ς τ υ φ χ ψ ω Conforme você for escrevendo cada letra, repita mentalmente o nome da mesma. Depois, leia cada uma em voz alta pelo menos três vezes.

Exercícios de transliteração

1) Transliterar é transcrever a escrita de um alfabeto

em outro. No caso, exercitaremos primeiro a transcrição de palavras da língua portuguesa para o grego clássico. Veja o exemplo e realize a transcrição das seguintes palavras:

a) drama: δραµα

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c) átomos: __________________________ d) apóstolos: ________________________ e) pólis: ___________________________ f) Theós: __________________________ g) chrónos: _________________________ h) Ramá: ___________________________ i) hippopotamοs: ____________________ j) grafo12: __________________________ k) psique: ___________________________

2) Agora iremos realizar o exercício de transliteração no

sentido inverso, isto é, do grego para o português. Assim, conforme o exemplo abaixo, efetue a transliteração das seguintes palavras: a) ὥρα: hora b) ἀπολογία: ________________________ c) δέρµα: ___________________________ d) ἔθος: ____________________________ e) Ζεύς: ____________________________ f) κόσµος: __________________________ g) µέγα: ____________________________ h) ὁδός: ____________________________ i) Πεπικλῆς: ________________________ j) πάθος: ___________________________

12 A palavra grafo (do verbo grafar, sinônimo de escrever) está com o ‘o’ final sublinhado para indicar que se trata de uma vogal longa.

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