• Nenhum resultado encontrado

CAMPYLOBACTER E SALMONELLA NAS FEZES E EM DIFERENTES TIPOS DE CAMA DE FRANGO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CAMPYLOBACTER E SALMONELLA NAS FEZES E EM DIFERENTES TIPOS DE CAMA DE FRANGO"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

1 Docente da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias- Unesp, Campus de Jaboticabal. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal- DMVPRA- Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castelane s/n. CEP 14884-900-Jaboticabal, SP, Brasil e-mail abanzato@fcav.unesp.br

2 Discente estagiária no DMVPRA da FCAV-Unesp, Campus de Jaboticabal.

3 Docente do Departamento de Patologia Animal- FCAV- Unesp, Campus de Jaboticabal

CAMPYLOBACTER E SALMONELLA NAS FEZES E

EM DIFERENTES TIPOS DE CAMA DE FRANGO

(CAMPYLOBACTER AND SALMONELLA IN FAECES AND

DIFFERENT TYPES OF CHICKEN’S LITTER)

A. C. F. B. CARVALHO

1

, J. F. FLORIOTO

2

, R. P. SCHOCKEN-ITURRINO

3

RESUMO

Foram analisadas, para a presença de Campylobacter e Salmonella, oito amostras de fezes e camas de frango, colhidas semanalmente, durante 47 dias, de cinco boxes de criação cujas camas eram formadas por palha de arroz (boxe 1), casca de amendoim (boxe 2), polpa de citros (boxe 3), maravalha (boxe 4) e bagaço de cana (boxe 5). Campylobacter esteve presente em 62,5% (5/8) das amostras de fezes de todos os boxes estudados e em 62,5% (5/8) das amostras de cama dos boxes 1 e 4. Salmonella foi constatada em 50% (4/8), 25% (2/8), 62,5% (5/8) e 75% (6/8) das amostras de fezes dos boxes 2, 3, 4 e 5, respectivamente, não tendo sido constatada nas amostras de fezes do boxe 1; nas camas, sua presença foi verificada nos boxes 1, 2 e 4, em 12,5% (1/8), 37,5% (3/8) e 62,5% (5/8) das amostras, respectivamente. Frente aos resultados obtidos, as camas de frango compostas por palha de arroz e por maravalha podem ter sido a fonte de disseminação para Campylobacter, e as de casca de amendoim e maravalha para Salmonella.

PALAVRAS-CHAVE : Fezes, cama de frango, Campylobacter, Salmonella

SUMMARY

Eight samples of faeces and litter from five boxes of chicken, made of rice hulls (boxe 1), peanut hulls (boxe 2), citrus polp (boxe 3), wood-shavings (boxe 4) and sugar-cane bagasse (boxe 5), taken weekly during a period of 47 days, were analysed for the presence of Campylobacter and Salmonella. Campylobacter was present in 62.5% (5/8) of the faeces samples from all of the boxes, and was also present in 62.5% of the litter samples from boxes 1 and 4. Salmonella was observed in 50% (4/8), 25% (2/8), 62.5% (5/8) and 75% (6/8) of the faeces samples from boxes 2, 3, 4 and 5, respectively, and was not observed in faeces samples from boxe 1; the presence of Salmonella was also observed in 12.5% (1/8), 37.5% (3/8) and 62.5% (5/8) of the litter samples from boxes 1, 2 and 4, respectively. In view of the results obtained, the rice hull and wood-shaving litters may be considered as a source of contamination for Campylobacter, and the peanut hull and wood-shaving litters, for Salmonella.

(2)

INTRODUÇÃO

Devido ao saprofitismo de alguns microrganismos no trato gastrintestinal das aves, vários agentes têm sido freqüentemente isolados a partir do material fecal. Desta maneira, as aves têm sido consideradas como importante fonte de disseminação das bactérias intestinais para o meio ambiente e deste para o homem, podendo sua cama conter uma população diversificada de microrganismos, alguns deles potencialmente patogênicos para o homem, aves ou ambos. Numerosas espécies de bactérias têm sido isoladas da cama, inclusive aquelas pertencentes aos gêneros Campylobacter e Salmonella, entre outras (SHANE et al., 1984), as quais podem colonizar o trato gastrintestinal das aves sem causar prejuízo a elas, mas ocasionando sério problema de saúde pública, uma vez que as aves infectadas poderão levar a contaminação para outras aves e ainda a contaminação cruzada das carcaças, durante o processamento de abate (STERN et al., 1991). A contaminação por essas bactérias é quase exclusivamente de origem intestinal. As aves excretam de 104 a 109 células de Campylobacter jejuni por grama de

fezes (JACOB-REITSMA, 1995) e 108 Salmonella por

grama de fezes (BRYAN & DOYLE, 1995), e estas, uma vez estabelecidas, são rapidamente espalhadas para todas as aves dentro do lote (SMITHERMAN et al., 1984; BERNDTSON et al., 1986).

Estudos realizados por SKANKER et al. (1990) relatam que 75% das aves podem abrigar Campylobacter

jejuni no trato intestinal na idade de cinco a sete semanas.

Assim sendo, essa bactéria, ao ser eliminada com as fezes, contamina a cama. A esse respeito, GREGORY et al. (1997), após um estudo epidemiológico, relataram a presença desse microrganismo na cama das aves no 14o e

28o dia da coleta em um dos galpões e no 49o dia em outro

dos galpões estudados na granja, sugerindo a contaminação cruzada da cama, e não a cama como origem do microrganismo.

A cama das aves tem sido estudada como fator potencial de risco na transmissão de Campylobacter dentro da granja, relatando SHANE (1992) que a mesma pode ser encontrada na cama na parte final do ciclo. MONTROSE et al. (1985) relatam que camas de aves, compostas por maravalha, contaminadas artificialmente com Campylobacter jejuni demonstraram capacidade de infectar as aves que estavam livres do agente, destacando assim o papel da cama na transmissão e o estabelecimento permanente da infecção em aves comerciais.

KAZWALA et al. (1992), ao estudarem o estabelecimento e a disseminação da infecção experimental por Campylobacter jejuni em aves jovens e na cama, relataram a detecção do agente a partir do 5o dia em suabes

cloacais e na cama até o 13o dia após a inoculação inicial,

destacando que a cama contaminada pode levar a colonização para aves jovens de 1 semana de idade ou mais.

GENIGEORGIS et al. (1986) mencionam a possibilidade da cama ser responsável pela disseminação de Campylobacter de um lote de aves para outros lotes sucessivos; entretanto JACOB-REITSMA (1995) não obteve sucesso no estudo de 48 amostras de cama composta de palha de arroz, bem como GIESSEN et al. (1992) ao estudarem vários ciclos consecutivos em duas granjas avícolas, nas quais obtiveram isolamento de

Campylobacter nas fezes e em suabe cloacal, mas não na

cama de maravalha utilizada na granja.

KAZWALA et al. (1990), ao estudarem os fatores responsáveis pela introdução e disseminação da infecção de Campylobacter jejuni em aves de produção comercial, mencionam o isolamento de Campylobacter jejuni em camas de aves quando estas apresentavam idade entre 15 e 21 dias (7,8%), entre 22 e 28 dias (26,5%) e acima de 28 dias (12,3%), relatando ser pouco provável a cama ter sido origem da infecção.

Estudando possíveis fatores de risco na colonização de Campylobacter e Salmonella, JACOB-REITSMA et al. (1994) detectaram Campylobacter em 100% (8/8) das camas de palha de arroz e em 85% (22/ 26) das de maravalha, e para Salmonella, 43% (3/7) e 27% (7/26) para os mesmos tipos de cama, respectivamente.

A transmissão horizontal foi detectada como fator de risco potencial na transmissão de Campylobacter, com isolamento em 29 dos 43 lotes (67%) estudados, e em 12 (28%) dos lotes estudados para Salmonella (JACOB-REITSMA, 1995).

Com o objetivo de verificar a presença de

Campylobacter e Salmonella nas fezes e nos diferentes

tipos de cama utilizadas durante um ciclo de criação de aves de 47 dias, realizou-se o presente trabalho, uma vez que as aves podem atuar como importante reservatório, e a cama contaminada, como meio de transmissão desses agentes, contaminando todo o lote, e este, a carne durante o processamento de abate, ocasionando sérios risco à saúde pública.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram colhidas semanalmente, a partir do 1O dia de idade, amostras de fezes e de camas de frango, durante 47 dias em cinco boxes de um galpão, medindo cada boxe 1,65 m x 2,25 m; a lotação de cada boxe era de 35 aves. Cinco amostras de fezes aparentemente recém-emitidas, ou seja, com característica úmida, foram recolhidas na camada superficial da cama em cada boxe, de maneira a

(3)

evitar o conteúdo da própria cama, sendo em seguida misturadas, transformando-se em um pool da amostras de fezes para cada boxe, obtendo-se dessa maneira 8 amostras por boxe, totalizando ao final do experimento 40 amostras de fezes analisadas.

Das camas compostas de palha de arroz (boxe 1), casca de amendoim (boxe 2), polpa de citros (boxe 3), maravalha (boxe 4) e bagaço de cana (boxe 5) foram retiradas cinco amostras em diferentes pontos de cada um dos boxes, as quais foram então misturadas, obtendo-se, da mesma maneira que para as fezes, um pool de cama para cada boxe, totalizando ao final do experimento 40 amostras de camas analisadas.

De cada pool de amostras foram retirados 5 g do material e adicionados 45 mL de caldo tioglicolato pH 7,2, mantendo-se em geladeira por seis horas. Posteriormente esse material foi semeado em meio seletivo para Campylobacter, o qual era composto por ágar brucela adicionado de suplemento FBP (0,025% de sulfato ferroso, 0,025% de piruvato de sódio e 0,025% de metabissulfito de sódio), acrescido de 2 mL de uma mistura de antibióticos composta por cefalotina (15 ug/mL), trimetoprim (5ug/ mL), anfotericina B (5ug/mL), vancomicina (10ug/mL) e polimixina B (2,5 UI/mL), e meio básico com pH final 7,2 (CARVALHO, 1992), e incubado a 43º C por 48-72 horas, em jarras para cultivo em anaerobiose com atmosfera de microaerofilia, obtida pelo método de lã de aço, conforme técnica descrita por MAGALHÃES et al. (1982).

Ao final do período de incubação as culturas foram examinadas, selecionando-se as colônias que apresentaram características similares às descritas para

Campylobacter (SMIBERT, 1974). Essas colônias foram

submetidas ao exame de morfologia microscópica pela coloração de Gram, observando-se a presença de bacilos gram-negativos com formas típicas em S, asa de gaivota ou cedilha, ao exame de motilidade, pela técnica de BRYNER & FRANK (1955), e ainda às provas de oxidase e catalase, complementadas por testes culturais segundo SMIBERT (1974).

A metodologia utilizada para o isolamento de

Salmonella foi a estabelecida pelo Ministério da

Agricultura (BRASIL, 1993), com redução dos materiais em 1/5 da quantidade preconizada para o meio de pré-enriquecimento. Desta maneira, foram retirados 5 g de cada

pool das amostras e adicionados a 45 mL de água

peptonada a 1%, incubando-se a 35º C por 18-24 horas, como pré-enriquecimento.

Alíquotas de 1 mL da cultura pré-enriquecida foram tranferidas para meios seletivos de enriquecimento em tubo contendo 10 mL de caldo tetrationato e tubo contendo 10mL de caldo Rappaport Vassiliadis, incubando-se ambos os meios a 43º C por 24 horas. A partir dessa amostra cultivada no caldo de enriquecimento

seletivo, as amostras foram semeadas em placas de ágar verde-brilhante vermelho de fenol-lactose-sacarose (BPLS) adicionado de 0,1 mL da solução de novobiocina a 4% para 100mL do meio e em placas de ágar Mac Conckey, incubando-se todas as placas a 35º C por 24 horas. Do ágar BPLS foram selecionadas as colônias incolores ou de cor rosada entre translúcida e ligeiramente opaca, cujo meio básico apresentava tom maravilha, e do ágar Mac Conckey foram selecionadas as colônias incolores com o meio básico na cor palha.

As colônias sugestivas foram semeadas em ágar tríplice açúcar ferro (TSI) inclinado e incubadas a 37º C por 24 horas, procurando-se observar na leitura a base ácida com gás e bisel alcalino com produção de H2S.

Adicionaram-se 2 mL de solução salina a 0,85% ao cultivo do ágar TSI. Após homogeneização, foram depositadas, separadamente, duas gotas da suspensão em uma lâmina de vidro, acrescentando uma gota do soro

Salmonella polivalente somático sobre uma das gotas da

suspensão, misturando-as, e sobre a outra, uma gota do soro Salmonella polivalente flagelar, analisando-se, após 1 a 2 minutos, a ocorrência de aglutinação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Campylobacter esteve presente em 65% das

amostras de fezes analisadas, sendo constatado a partir do 21o dia em 100% das amostras de todos os boxes

estudados, tal como tem sido demonstrado na literatura, segundo a qual de 30 a 100% das aves transportam esse agente no intestino (DOYLE, 1988). Embora o isolamento desse agente venha sendo relatado pelos pesquisadores em percentagens bastante variáveis (GRANT et al., 1980; JARAMILO, 1983), raramente ocorre antes de duas a três semanas de vida (BAILEY, 1993), comprovando nossos achados. Entretanto POKAMUNSKI et al. (1986) detectaram o agente nas fezes de aves com apenas uma semana de idade, podendo o hábito coprofágico das aves ter contribuído para a rápida disseminação do agente (STERN et al., 1988).

Nas amostras provenientes da cama,

Campylobacter foi constatado na mesma proporção

observada nas fezes, ou seja, em 62,5% (5/8) das amostras dos boxes 1 e 4, respectivamente, e ocorrendo apenas a partir da terceira semana, quando o agente também estava presente nas fezes, mas estando ausente nos boxes 2, 3, 5 (Tabela 1), provavelmente devido à elevada sensibilidade dessa bactéria às condições adversas da cama estudada, conforme demonstraram DOYLE & ROMAN (1982) e SMITHERMAN et al. (1984). Relatos da ausência de

Campylobacter em alguns tipos de camas encontrados nos

(4)

(GENIGEORGIS et al., 1986; GIESSEN et al.,1992; GREGORY et al., 1997), fato esse também observado no presente trabalho. Os resultados observados no presente trabalho foram superiores aos observados por KAZWALA

et al. (1990) e por BERNDTSON et al. (1996).

Quanto ao período em que o agente foi detectado na cama, o mesmo pode variar na dependência da colonização, a qual poderá iniciar-se a partir da primeira semana de vida (GENIGEORGIS, 1987), da quantidade de bactéria eliminada nas fezes (DOYLE & ROMAN, 1982) e do tipo da cama utilizada, já que Campylobacter é sensível à dessecação (KELLEY, 1994). Isolamentos realizados em diferentes galpões por GREGORY et al. (1997) ocorreram aos 14, 28 e 40 dias, respectivamente, demonstrando assim variações no período de isolamento, enquanto MONTROSE et al. (1985), por meio da contaminação experimental da cama, obtiveram a manutenção e o isolamento do agente pelo menos por 63 dias da contaminação inicial, demonstrando assim o papel da cama na transmissão e no estabelecimento permanente da infecção por Campylobacter jejuni em aves.

Por outro lado, JACOB-REITSMA (1995), após estudar 8 ciclos consecutivos, detectaram Campylobacter nas amostras da cama nos ciclos 1, 4, 5, 7 e 8, que ocorreram a partir do 50o, 36o, 21o, 35o e 42o dia,

respectivamente, mas não detectaram nos ciclos 2, 3, e 6. No presente trabalho, presença do agente nas fezes não foi verificada no boxe 1 e na cama dos boxes 2, 3 e 5.

Salmonella esteve presente em 12,5% (1/8) das

amostras de cama composta por palha de arroz, 37,5% (3/ 8) nas de casca de amendoim e em 62,55 (5/8) nas de maravalha (Tabela 2).

A presença de Salmonella na cama do boxe 1 durante o 28o dia, sem que estivesse presente em momento

algum nas amostras de fezes examinadas, leva a supor que essa contaminação tenha ocorrido pela transmissão horizontal, concordando com os relatos de HUMPHREY (1989), uma vez que o boxe 2 fazia divisa com o boxe 1, sendo que no boxe 2 o agente esteve presente em 50% (4/ 8) das amostras de fezes. Desta maneira, acreditamos que não seria difícil o agente ter sido transportado pelas botas dos tratadores até o boxe 1. Nas amostras de cama no boxe 2, Salmonella esteve presente em 37,5% (3/8).

Podendo a Salmonella sobreviver na cama por até várias semanas ( BRYAN & DOYLE, 1995), o período de detecção pode ser variável de um estudo a outro. No presente experimento, os achados coincidem com os de JACOB-REITSMA (1995) e de BAILEY (1993), segundo os quais a Salmonella geralmente ocorre durante a 2a ou

3a semana do início da produção, diminuindo

gradativamente até o período de abate. Entretanto no boxe 5 esteve presente durante o ciclo completo, o que está de acordo com os achados de CASON et al. (1997).

Nos boxes 3 e 5 o agente esteve presente nas fezes em períodos variáveis, enquanto no boxe 4 a presença de

Salmonella foi constatada tanto nas fezes como na cama

Tabela 1 - Presença de Campylobacter nas fezes e em diferentes tipos de cama de frango, durante um ciclo de criação de

47 dias. + presença de Campylobacter - ausência de Campylobacter B o xe 1 B o xe 2 B o xe 3 B o xe 4 B o xe 5 I d a d e d a s a v e s n a c o lh e it a ( d ia s ) F e ze s C a m a F e ze s C a m a F e ze s C a m a F e ze s C a m a F e ze s C a m a 1 - - - - - 7 - - - - - 1 4 - - - - - 2 1 + + + - + - + + + - 2 8 + + + - + - + + + - 3 5 + + + - + - + + + - 4 2 + + + - + _ + + + - 4 7 + + + - + - + + + - T o t a l 5 / 8 5 / 8 5 / 8 0 / 8 5 / 8 0 / 8 5 / 8 5 / 8 5 / 8 0 / 8 P o r c e n t a g e m 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 0 % 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 6 2 ,5 % 0 %

(5)

Tabela 2 - Presença de Salmonella nas fezes e em diferentes tipos de cama de frango, durante um ciclo de criação de 47

dias.

+ presença de Salmonella - ausência de Salmonella

em 62,5% (5/8) das amostras, dados estes superiores aos de JACOB-REITSMA et al. (1994).

A ocorrência mais baixa de Salmonella, quando comparada com Campylobacter, na maioria dos boxes pode ser explicada pela observação de BAILEY (1993), que afirma serem esses dois microrganismos competidores naturais, podendo dessa maneira ter ocorrido redução na eliminação fecal da Salmonella para o ambiente e, conseqüentemente, uma redução na detecção na cama.

Diante dos resultados encontrados, pode-se concluir que as fezes podem constituir o fator principal na instalação e/ou disseminação de Campylobacter e

Salmonella dentro de um galpão, e suas camas atuarem na

transmissão e (ou) manutenção desses microrganismos no plantel.

REFERÊNCIAS

BAILEY, J. S. Control of Salmonella and Campylobacter in poultry production. A summary of work at Russel Research Center. Poultry Science, v.72, n. 6, p. 1.169-73, 1993.

BERNDTSON, E., EMANUELSON, U., ENGVALL, A., DANIELSSON-THAN, M. L. A 1-year epidemiological study of Campylobacters in 18 Swedish chicken farms.

Preventive Veterinary Medicine, v. 26, p. 167-85, 1996.

BRASIL – Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. Portaria no 100, de 10 de agosto de

1993. Diário Oficial, no 156, 1993. Seção I. p. 11.950

BRYAN, F. L., DOYLE, M. P. Health risks and consequences of Salmonella and Campylobacter jejuni im raw poultry. Journal of Food Protection, v. 58, n. 3, p. 326-44, 1995.

BRYNER, J. H., FRANK, A. H. Laboratory techniques for isolation and propagation of Vibrio from cattle.

American Journal Veterinary Research, v.16, p.

634-35, 1955.

CARVALHO, A. C. F. B. Isolamento e identificação de Campylobacter spp em fezes diarréicas de suínos na

região de Ribeirão Preto – SP. Aspecto de patogenicidade. São Paulo, USP, 1992. 72 p. Tese

(Doutorado em Microbiologia), Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo.

CASON, J. A., BAILEY, J. S., STERN, N. J., WHITTEMORE, A. D., COX, N. A. Relationship between aerobic bacteria, Salmonella and Campylobacter on broiler carcasses. Poultry Science, v. 76, n.7, p. 1.037-41, 1997. DOYLE, M. P. Campylobacter jejuni In: OBLINGER, J.L. Bacteria associated with foodborne disease. A scientific stratus summary. Chicago, IFT, p.1-8, 1988. DOYLE, M. P., ROMAN, D. J. Sensitivity of

Bo xe 1 Bo xe 2 Bo xe 3 Bo xe 4 Bo xe 5

Id ad e d as av es n a

co lh eita (d ias ) Fezes Cama Fezes Cama Fezes Cama Fezes Cama Fezes Cama

1 - - - - - - - - - - 7 - - - - - - + + - - 14 - - + + - - + + + - 21 - - + + + - + + + - 28 - + + + + - + + + - 35 - - + - - - + + + - 42 - - - - - - - - + - 47 - - - - - - - - + - T o tal 0 1/8 4/8 3/8 2/8 0/8 5/8 5/8 6/8 0/8 Po rcen tag em 0% 62,5% 50% 37,5% 25% 0% 62,5% 62,5% 75% 0%

(6)

Campylobacter jejuni to drying. Journal of Food

Protection, v. 45, p.507-10, 1982.

GENIGEORGIS, C. A importância do Campylobacter na avicultura. Avicultura Industrial, v. 8, p. 6-12, 1987. GENIGEORGIS, C., HASSUNEH, M., COLLINS, P.

Campylobacter jejuni infection on poultry farms and its

effect on poultry meat contamination during slaughtering.

Journal of Food Protection, v. 49, n. 11, p. 895-903, 1986

GIESSEN, A., MAZURIER, S. I., JACOBS-REITSMA, W., JANSEN, W., BERKERS, P., RITMEESTER, W., WERNARS, K. Study on the epidemiological and control of Campylobacter jejuni in poultry broiler flocks. Applied

and Environmental Microbiology, v. 58, n. 6, p.

1.913-7, 1992.

GRANT, I. H., RICHARDSON, N. J., BOOKKENHEUSER, V. D. Broiler chickens as potencial source of Campylobacter infections in humans. Journal

of Clinical Microbiology, v. 11, p. 508-10, 1980.

GREGORY, E., BARNHART, H., DREESEN, D. W., STERN, N. J., CORN, J. L. Epidemiological study of

Campylobacter spp. in broiler: source, time of

colonization, and prevalence. Avian Diseases, v. 41, p. 890-8, 1997.

JACOB-REITSMA, W. F. Campylobacter bacteria in breeder flocks. Avian Diseases, v. 39, p. 355-9, 1995. JACOB-REITSMA, W. F., BOLDER, N. M., MULDER, R. W. A. W. Cecal carriage of Campylobacter and

Salmonella in dutch broiler flocks at slaughter: a one-year

study. Poultry Science, v. 73, n. 8, p. 1.260-6, 1994. JARAMILO, H. F. Espécies termofílicas de Campylobacter; aspectos bacteriológicos,

epidemiológicos e patogênicos, São Paulo, 1983, 114 p.

[ Tese Doutorado- Escola Paulista de Medicina]. KAZWALA, R. R., COLLINS, J. D., HANNAN, J. The establishmnent and spread of experimental Campylobacter

jejuni infections in young chickens. Preventive Veterinary

Medicine, v. 13, p. 19-26, 1992.

KAZWALA, R. R., COLLINS, J. D., HANNAN, J., CRINION, R. A. P., O’ MAHONY, H. Factors responsible for the introduction and spread of Campylobacter jejuni infection in commercial poultry production. Veterinary

Record, v. 126, p. 305-6, 1990.

KELLEY, T. R., PANCORBO, O. C., MERKA, W. C. THOMPSON, S. A., CABRERA, M. L., BARNHART, H. M. Fate of selected bacterial pathogens and indicators infractionated poultry litter during storage. Journal of

Applied Poultry Research, v. 3, p. 279-88, 1994.

MAGALHÃES, M., ANDRADE, M. A., SILVA, G. P. Simple and inexpensive method for culturing

Campylobacter fetus subsp jejuni . Revista de

Microbiologia, v. 13, p. 124-5, 1982.

MONTROSE, M. S., SHANE, S. M., HARRINGTON, K. S. Role of litter in the transmission of Campylobacter

jejuni. Avian Diseases, v. 29, n. 2, p. 392-399, 1985.

POKAMUNSKI, S., KASS, N., BORCHOVICH, E., MARANZ, B., ROGOL,M. Incidence of Campylobacter spp in broiler flocks monitored from hatching to slaughter.

Avian Pathology, v.15, p. 83-92, 1986.

SHANE, S. M. The significance of Campylobacter jejuni infection in poultry: A review. Avian Pathology, v. 21, p. 189-213, 1992

SHANE , S. M., MONTROSE, M. S., HARRINGTON, K. S. Transmission of Campylobacter jejuni by the housefly (musca doméstica). Avian Diseases, v. 29, n. 2, p. 384-91, 1984.

SHANKER, S., LEE, A., SORREL, T. C. Horizontal transmission of Campylobacter jejuni amongst broiler chicks: experimental studies. Epidemiology and

Infection, v. 104, p. 101-10, 1990.

SMIBERT, R. M. Campylobacter In: BUCHANAN, R.

E., GIBBONS, N. E., BERGEY’S Manual of determinative bacteriology. 8 ed. Baltimore: Willians &

Wilkins, 1974, p. 207-11.

SMITHERMAN, R. E., GENIGEORGIS, C. A.; FARVER, T. B. Preliminary observation on the occurrence of

Campylobacter jejuni at four California chicken ranches.

Journal of Food Protection, v. 47, n. 4, p. 293-8, 1984.

STERN, N. J., BAILEY, J. S., MEINERSMANN, R. J., COX, N. A., BLANKENSHIP, L. C. Simultaneous colonization of Campylobacter jejuni and Salmonella

thyphimurium in day-old chicks. Poultry Science, v. 70,

Referências

Documentos relacionados

Depois voltávamos para casa e nos preparávamos para dormir e receber o dia seguinte da escola-contradição: lugar das informações controladas que nos dava espaço

Essas características podem ser as mais diversas: número de letras, uma letra em comum, número de sílabas, algo relacionado à pronúncia, algo relacionado ao significado

Os documentos citados nos subitens 2.2.2.1 e 2.2.2.2, dos candidatos eliminados, que não forem retirados após o encerramento do Processo Seletivo, bem como todas as Folhas

(2000a) estudaram exigências nutricionais de sódio e de cloro para pintos de corte na fase pré-inicial (1-7 dias de idade) e verificaram efeito quadrático dos níveis de sódio

(“Oferente” no lançamento da oferta pública de aquisição das ações Brisa - Autoestradas de Portugal, S.A.). 18) O Banco Comercial Português foi escolhido como “Co-leader”

Santa Casa da Misericórdia Estágio de alunos do curso de Educadores de Infância Escola Superior de Educação de Setúbal Colaboração no âmbito da Formação de professores

Para investimentos que vão de 50 mil a 250 mil dólares, o investidor vê reduzido pela metade as taxas de direitos aduaneiros e demais imposições aduaneiras

Rickards e Moger (2000) usam o termo barreira para indicar um impedimento estrutural ao desenvolvimento da criatividade. Os autores vêem as barreiras para o desenvolvimento de