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Consciência cinestésica como prática da Terapia Ocupacional no ambiente do trabalhador* Wilson C. Garves

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Academic year: 2021

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Consciência cinestésica como prática da Terapia

Ocupacional no ambiente do trabalhador*

Wilson C. Garves *Trabalho apresentado no VIII Congresso Latino Americano de Terapia Ocupacional – Lima - Peru, abril de 2.009

INTRODUÇÃO

O tema “saúde do trabalhador” é bastante complexo por envolver não só as lesões físicas propriamente ditas, como também outros fatores que prejudicam a saúde global do trabalhador. Assim sendo, há quase que um consenso acerca da necessidade de uma abordagem multidisciplinar para se atuar junto aos trabalhadores em seu ambiente de trabalho.

Desta forma, a Terapia Ocupacional, a Ergonomia, a Medicina, a Fisioterapia, a Engenharia, a Biomecânica, a Educação Física e outras áreas do conhecimento têm tido papel importante na aplicação de práticas que resultem numa melhor qualidade de vida dos trabalhadores. Essas práticas visam, além das soluções aos problemas oriundos da ocupação, fazer uma leitura ou diagnóstico da problemática em questão. É a partir dessa leitura e da atuação específica da cada área profissional que as soluções poderão ser apontadas e praticadas em beneficio do trabalhador.

Nessas modalidades de atendimento, as soluções para a prevenção ou restauração da saúde em busca do bem-estar do trabalhador são propostas que vem de fora, para serem aplicadas em pessoas que trazem consigo sua própria história, suas particularidades (orgânicas, genéticas, pessoais...). Daí, a necessidade de se ressaltar a importância da participação ativa do trabalhador, em seu próprio processo dentro da Terapia Ocupacional. Pode-se, dessa forma, atingir melhores resultados, seja na ação preventiva, seja no tratamento. Como? Estimulando o desenvolvimento da consciência do próprio corpo, de seus movimentos, de suas ações durante a realização das atividades, de suas posturas durante o trabalho, de forma a melhor assimilar as propostas lançadas em seu atendimento. Ao ampliar a consciência de seus movimentos, de suas sensações de conforto e desconforto, de sua respiração, de suas tensões, de sua postura o trabalhador estará se tornando o agente principal de sua própria saúde.

Nossa experiência de atuação junto com outros profissionais, em cursos de formação em Ergonomia, tem se mostrado bastante interessante, reforçando a idéia de que a equipe, cada qual em sua área, tem um importante papel no contexto geral. É desse contexto multiprofissional que fará parte o trabalho corporal.

O trabalho corporal, através de vivências, promove a consciência, nem sempre alcançada pela orientação verbal. A metodologia aqui apresentada para se trabalhar a consciência cinestésica é a do Método Meir Schneider – Self–Healing®, utilizado por nós no tratamento de uma grande variedade de distúrbios ósteo-neuro-musculares e visuais, com resultados que comprovam sua eficácia.

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Trata-se de um valioso recurso para o Terapeuta Ocupacional, no atendimento ao trabalhador.

OBJETIVOS

O presente trabalho tem como propostas:

-Introduzir aos participantes do congresso, o Método Meir Schneider – Self-Healing®, com vistas à sua aplicação no ambiente de trabalho.

-estimular o uso da prática da consciência cinestésica nos procedimentos da Terapia Ocupacional e da Ergonomia.

Método Meir Schneider – Self-Healing®

O Método Meir Schneider - Self-Healing®, com suas propriedades terapêuticas e educativas, caracteriza-se por possibilitar ao cliente o desenvolvimento da consciência cinestésica tornando-o agente principal da sua recuperação ou prevenção da deterioração da sua saúde. Os recursos ensinados ao cliente ou aplicados pelo terapeuta habilitado são técnicas de massagem regenerativa dos tecidos ou auto-massagem, sempre combinadas com exercícios ativos, passivos, respiratórios, de visualização e para a saúde dos olhos. Têm se mostrado eficazes na recuperação e reversão de um bom número de patologias, como, entre outros, esclerose múltipla, problemas de coluna, atrofias e distrofias musculares, osteoporose, artrite e artrose, problemas de visão. Tem se destacado na recuperação e na prevenção das chamadas doenças ósteo-musculares relacionadas ao trabalho (DORT) com os seus exercícios de “quebra de padrão de movimento”.

Os exercícios de “quebra de padrão de movimento” irão proporcionar movimentos corporais conscientes e que por sua vez irão melhorar as funções corporais e o bem-estar geral das pessoas. (SCHNEIDER, 2005)

Portanto, uma consciência corporal e cinestésica desenvolvida trarão, segundo Schneider (2005), os seguintes resultados:

- transformação de tensão muscular em relaxamento;

- refinamento dos movimentos em geral, possibilitando menor desgaste de músculos, articulações e ossos;

- aprendizado de condutas adequadas para desenvolver e melhorar a percepção do corpo, a qualidade dos movimentos e a saúde como um todo;

- melhorar a respiração;

- reduzir os efeitos do estresse no corpo e nos olhos do trabalhador.

PRÁTICA LABORAL CONSCIENTE (PLC)

Denominamos de Prática Laboral Consciente o conjunto de técnicas que visam a manutenção as saúde do trabalhador, no ambiente de trabalho. Entre eles o Método Meir-Schneider – Self-Healing®.

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Por causa das altas exigências que acompanham a rotina de um trabalhador, somadas às dificuldades individuais, é natural notarmos a presença de estresse, preocupações e alterações de humor na vida dessas pessoas. Enfim, sabemos também que ao reagir a essas demandas da vida moderna será quase inevitável e normal a produção de tensões musculares em diferentes partes do corpo. Tais tensões levam a uma limitação dos movimentos corporais e conseqüente congelamento ou diminuição da auto-percepção corpórea repercutindo na consciência dos seus movimentos e tornando-o mais vulnerável aos desgastes de seu corpo físico e psíquico.

A partir dessas constatações, verificadas em algumas experiências com funcionários de grandes e pequenas empresas, criamos uma nova tática de ensinar, reabilitar e prevenir condições desfavoráveis à saúde dos trabalhadores. Constatou-se que o processo de aprendizado e de mudança de hábitos se consegue com maior êxito quando as percepções dos trabalhadores vão além da compreensão meramente intelectual. Deve-se sentir antes de se entender “... é muito difícil mudar hábitos”, relatou uma vez um funcionário de uma pequena empresa que se submeteu a essa prática. Por esse motivo, utilizamos sempre vivencias práticas que possibilitem as alterações necessárias no cérebro. Com as mudanças neurais será possível alterar os vícios de postura e de movimento, inclusive alterar para melhor a respiração.

“...Ao realizar movimentos novos a área pré-motora do cérebro é ativada, juntamente com o cerebelo, o córtex parietal e o córtex pré-frontal...Em outras palavras, o exercício estará surpreendendo o cérebro com estas novas informações.” (GARVES, 2006, p. 49)

A implantação da PLC em algumas empresas e instituições possibilitou-nos fazer avaliações acerca da necessidade de aplicá-la por etapas, para que o trabalhador tenha tempo de aprender e incorporar o aprendizado de modo a ancorar as mudanças necessárias. Desta forma, ele pode, com suas impressões e relatos, participar da construção das técnicas que o terapeuta utiliza, até atingir as mudanças almejadas.

RESULTADOS E CONCLUSÃO

O Terapeuta Ocupacional pode utilizar-se das técnicas da PLC no ambiente do trabalhador por encontrar neste instrumento os recursos pertinentes ao seu próprio desafio que são prevenção, recuperação e tratamento dos trabalhadores.

Ao utilizar-se do Método Meir Schneider - Self-Healing® e por entender que Autocura é a capacidade do individuo acessar as forças regenerativas do seu próprio organismo o indivíduo conseguirá isto sentindo o corpo em movimento e relaxado. Atingido um novo padrão de movimento consciente, o individuo pode contatar a inteligência inata do seu corpo, capaz de se auto-regenerar e se auto-ajustar. Assim, poderá retornar suas funções normais, como um estado mais relaxado, mais forte, melhor respiração e melhor circulação em todas as células do corpo.

Consideramos de extrema relevância unir os conhecimentos do referido método com os da Ergonomia e da Terapia Ocupacional. Os benefícios destas parcerias podem ser: - uma maior atenção e percepção consciente do corpo;

- melhora de funções;

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- maior expansão dos movimentos;

- melhora da acuidade visual, dentre outros. - menor estresse;

- melhor eficiência no trabalho;

- prevenção de lesões por esforços inadequados; - menor fadiga ao término de uma jornada de trabalho; - melhor aproveitamento das intervenções ergonômicas; - entre outros.

BIBLIOGRAFÍA

CAVALCANTI, Alessandra; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional – Fundamentação e

Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

COHEN, Helen. Neurociência para Fisioterapeutas (incluindo correlações clínicas). São Paulo: Manole, 2001.

DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

GARVES, Wilson Cezar. Exercício de Andar de Costas: uma prática do Método Self-Healing

de Meir Schneider sob a ótica da biomecânica e da neurociência. São Paulo: Universidade de

São Paulo, 2006. (Monografia de conclusão de curso de especialização)

LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001.

PINTO, Jussara Mesquita; SOARES, Lea Beatriz Teixeira. Método Meir Schneider de Autocura-

Self-Healing. São Carlos S/P- Hucitec, 2002.

SCHNEIDER, Meir. Movimento para a Autocura: Self-Healing: um recurso essencial para a

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SCHNEIDER, Meir; . O Manual de Autocura: Método Self-Healing. – São Paulo: Triom, 1998.

SCHNEIDER, Meir. O Manual de Autocura, 2.ª parte: patologias específicas: Método

Self-Healing. – São Paulo: Triom, 1998.

SERRANO, Ricardo. Ergonomia e Segurança na Empresa. São Paulo: Fundacentro, 2000.

RESUMO

INTRODUÇÃO

As soluções ou propostas geradas por uma equipe profissional vêm de fora, para serem aplicadas em pessoas que trazem consigo sua própria história e particularidades (orgânicas, genéticas, pessoais...). Daí, a necessidade de se ressaltar a importância da participação ativa do trabalhador, em seu próprio processo dentro da Terapia Ocupacional por meio do desenvolvimento da consciência cinestésica. Neste contexto aplica-se um trabalho corporal.

OBJETIVOS

O presente trabalho tem como propostas:

-Introduzir aos participantes do congresso, o Método Meir Schneider – Self-Healing®, com vistas à sua aplicação no ambiente de trabalho.

-estimular o uso da prática da consciência cinestésica nos procedimentos da Terapia Ocupacional e da Ergonomia.

Material e Método

Denominamos o contexto geral deste procedimento de “Prática Laboral Consciente”, ou seja, um conjunto de técnicas que visam a manutenção as saúde do trabalhador, no ambiente de trabalho. O recurso principal utilizado é o Método Meir Schneider - Self-Healing®, com suas propriedades terapêuticas e educativas. Se utiliza para isso técnicas de massagem regenerativa dos tecidos ou auto-massagem, sempre combinadas com exercícios ativos, passivos, respiratórios, de visualização e para a saúde dos olhos. Têm bons resultados nas chamadas doenças ósteo-musculares relacionadas ao trabalho (DORT) com os seus exercícios de “quebra de padrão de movimento”.

Constatou-se que o processo de aprendizado e de mudança de hábitos se consegue com maior êxito quando as percepções dos trabalhadores vão além da compreensão meramente intelectual.

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RESULTADOS E CONCLUSÃO

Unir os conhecimentos do referido método com os da Ergonomia e da Terapia Ocupacional proporcionará, entre outros, percepção consciente do corpo, melhora das funções, melhora da acuidade visual e prevenção de lesões

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Referências

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