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EXPERIMENTAÇÃO CONTEXTUALIZADA NO ENSINO DE QUÍMICA: PRODUÇÃO DE DESINFETANTES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

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Academic year: 2021

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EXPERIMENTAÇÃO CONTEXTUALIZADA NO ENSINO DE

QUÍMICA: PRODUÇÃO DE DESINFETANTES NA EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS

Joseanne Souza de Almeida1, Victor Salarolli de Carvalho2, Eglair Carvalho3

1,2,3Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, Campus Vila Velha

1joseanne.quimica@hotmail.com, 2victor_salarolli@hotmail.com, 3eglairc@gmail.com

Linha de trabalho: Experimentação no ensino.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo apresentar uma perspectiva no processo de aprendizagem da disciplina de química no Ensino Médio, a partir da elaboração de uma aula prática na turma do segundo ano da Educação de Jovens e Adultos (EJA), contextualizada na realidade diagnosticada. Buscou-se, também, refletir sobre a importância da contextualização de conteúdos teórico/prático na busca de melhoria de qualidade de vida destes alunos. A partir de observações, foi notado que alguns alunos apresentavam dificuldades em relacionar a química com o cotidiano e a sua relevância social. Com o intuito de melhorar esta realidade, foi elaborada uma aula de para incentivar o aprendizado, e que pudesse provocar mudanças importantes para o desenvolvimento do conhecimento.

Palavras-chave: Ensino de química, educação de Jovens e adultos, experimentação, contextualização, formação de professores.

Introdução

Na educação de jovens e adultos, destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria (BRASIL, 1996, p.15), estamos diante de idades que variam significativamente e as experiências vividas são, muitas vezes, distantes uma das outras o que exige do professor um trabalho detalhado que possa inseri-los na sociedade ao mesmo tempo torná-los cidadãos críticos.

Os alunos desta modalidade, além de terem as responsabilidades escolares possuem ainda à necessidade de trabalhar para suprir totalmente/participar da renda familiar, criando assim uma rotina cansativa o que na maior parte dos casos interfere diretamente no rendimento escolar. Segundo Chiappini (2007, p. 118):

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A formação de qualquer estudante deve considerar o grupo social envolvido, suas experiências e concepções, necessidades e anseios. Para isso, o educador não deve prescindir de um planejamento adequado aos seus objetivos específicos e ao grupo com o qual se relacionará. Dessa forma, a autonomia do professor, no sentido da seleção, preparação, organização e execução das atividades pedagógicas é um passo a ser dado na construção de seu trabalho.

No entanto, faz parte do trabalho do professor conhecer a rotina e os empecilhos encontrados no cotidiano de seus discentes, afim de que a aprendizagem passe a ser contextualizada e provoque mudanças na vida deste público. Segundo Crespo (2011), acredita que a inserção de conteúdos contextualizados é importante porque de maneira geral, os alunos se interessam em aprender aquilo que é útil no contexto do seu cotidiano e também se interessam por atividades que envolvem o entretenimento.

Outro ponto a ser evidenciado é a relação teórico/prática que as disciplinas com caráter científico possuem e a experimentação:

As disciplinas de ciências da natureza e exatas possuem por si só um caráter investigativo, onde a teoria e a prática devem ser complementares, pois para elas não basta ter acesso visual para compreender o seu significado (LEAL, 2010, p.28).

Portando, para que haja uma aprendizagem eficaz o aluno deve visualizar os conteúdos químicos de maneira que desperte o interesse para compreender a matéria aplicada na teórica e na aula prática, para que traga novos significados ao meio em que vive, tornando-o um cidadãtornando-o mais crítictornando-o.

Vislumbrando a possibilidade de ampliar a atuação dos licenciandos no contexto das salas de aula, como estagiário e também nos princípios pedagógicos, como sendo parte do cronograma da disciplina de estágio IV, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que propõe em suas atividades a elaboração um Projeto que una a química e a sociedade.

A partir disso, foi verificado que alunos do 2º ano da EJA de uma escola pública em um bairro periférico do município de Vila Velha/ES mostraram interesse quando questionados sobre a possibilidade de participarem de uma atividade prática de química, no conteúdo de “Preparo de soluções”, de forma contextualizada.

Metodologia

As informações sociais do bairro foram obtidas via observação e através da análise do Projeto Político Pedagógico (PPP), da escola e diário de bordo dos pesquisadores. A realidade dos discentes foi diagnosticada com a aplicação de um questionário sócio-econômico.

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O momento de atuação foi separado em quatro etapas: 1) Verificação temática e Planejamento 2) Palestra informativa 3) Experimentação 4) Coleta de dados.

O direcionamento do projeto foi determinado com uma pesquisa de opinião quanto à natureza da atividade a ser realizada, perguntando se seria para uso doméstico, comercial ou complementar à disciplina de química. Com estas informações, as atividades foram planejadas juntamente com o professor da disciplina de química.

No primeiro levantamento, procurou-se identificar a natureza da atividade a ser aplicada, a partir do interesse dos alunos participantes a partir de um questionário.

A partir disso, o próximo passo foi promover uma palestra (figura 1a) que buscou informar os alunos temas de biossegurança em laboratório ou atividades relacionadas para informar a importância da prevenção, proteção e minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, além da atividade de produção em si de desinfetantes.

A atividade experimental (figura 1b) foi feito juntamente com os alunos no laboratório de química da escola. O preparo do desinfetante no qual foi utilizado de materiais facilmente acessíveis comercialmente, luvas, óculos, balde de plástico, colher de plástico para mistura, recipientes de medida, detergente líquido, Brancol1, IPEL BHD 2082, corante e essência hidrossolúvel. Foi aplicado um questionário após a prática para ter um feedback dos alunos.

Figura 2. a) Alunos assistindo palestra; b) Bancada do laboratório com materiais.

1 É uma resina em emulsão a base de estireno acrílico, para aplicação em detergentes e desinfetantes para obter a

opacificação. O brancol proporciona efeito esbranquiçado e leitoso nas formulações domissanitárias e cosmética (ESSENCIAL, 2014).

2

Mistura de isotiazolinonas e derivado halogenado. Produto especialmente desenvolvido para preservação de formulações saneantes, tais como detergentes, desinfetantes, ceras, amaciantes e limpadores. Seus componentes ativos encontram-se dentro da regulamentação da ANVISA. É totalmente solúvel em água, não possui odor irritante, sendo de fácil manuseio e incorporação aos produtos. Substitui com vantagem o formaldeído e seus

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Os dados das entrevistas e questionários foram compilados e expressos em porcentagem de quantidade.

Resultados e discussão

Realizado o questionário de perfil da turma, verificou-se que o tempo que os alunos tinham disponível entre trabalho e escola não era o suficiente para conciliar com êxito seus estudos, o que muitas vezes os desmotivava na aprendizagem. Tivemos a impressão de que as aulas somente teóricas não eram suficientes para suprir a esta necessidade e provocar mudança nessa perspectiva.

Observou-se também, que os alunos começaram a demonstrar mais interesse quando instigados sobre a possibilidade de utilizar o conteúdo de “Preparo de Soluções” para uma aula prática com um olhar comercial e a possibilidade de reproduzir para comercialização.

Durante a palestra sobre “Biossegurança e produção de desinfetantes”, os discentes se mostraram curiosos e constatou-se que o contato com estas informações os levou mais interesse pela possibilidade de investimento nestes produtos procurando se informar do retorno financeiro, com a intenção de reproduzir e lucros.

Após a aplicação da oficina e do experimento, alguns discentes relataram sobre suas impressões. Abaixo um trecho do relato de um estudante participante da oficina:

“Sobre a junção das substâncias isso também me ajudou muito a entender melhor as atividades que envolveram outras misturas de substâncias, assim também pude perceber que poderia ser uma fonte de renda a mais que eu podia ter.”

A boa visibilidade observada pelos alunos em relação ao tipo de atividade promovida nos mostrou que o conhecimento multivariado entre o assunto abordado e aquilo que está sendo aprendido, pode-se dar uma qualidade e significado para os conhecimentos trabalhados e adquiridos. O diálogo em todas as etapas foi necessário para o contato com a turma e o desenvolvimento das atividades, pois nos permitiu conhecer o perfil dos participantes e haver uma melhora no relacionamento, o que resultou em maior participação e interação.

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Considerações finais

A utilização de questionários, as conversas com o corpo docente e a preparação das atividades elaboradas no contexto daquela realidade, nos permitiu concluir que temas trabalhado de forma próxima da realidade dos alunos pode ser uma ferramenta utilizada como estratégia de ensino e incentivo, na qual o quesito que trouxe interesse foi justamente a possibilidade de aprender algo que poderia lhes trazer lucro.

A disciplina de estágio IV nos trouxe a vivência no ambiente escolar, nos possibilitou dialogar com os discentes e a ouvir suas experiências de vida. A partir disso, passamos a compreender e valorizá-los, como também verificar a necessidade de uma intervenção pedagógica incentivadora.

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Ministério da Educação. In: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, 1999.

CHIAPPINI, L. Aprender e ensinar com textos. 5ª. ed., São Paulo: Cortez, 2007.

CRESPO, L. C.; LESSA, M. D.; MIRANDA, P. C. M. L.; GIACOMINI, R. Ludoteca de química para o ensino médio [recurso eletrônico] / Campos dos Goytacazes (RJ): Essentia Editora, 2011. Disponível em: <http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/public/site/ludoteca/ online/Ludoteca%20de%20Qu%c3%admica%20para%20o%20Ensino%20M%c3%a9dio.pdf > Acesso no dia 20 de maio de 2014.

ESSENCIAL. Brancol 40%. Disponível em: <http://www.essencialquimica.com.br/produto/ Brancol-40/90> Acesso no dia 30 de maio de 2017.

IPEL. Produtos de limpeza. Disponível em: <http://ipel.com.br/pt/produtos.asp?codigo=10> Acesso no dia 30 de maio de 2017.

LEAL, Murilo Cruz. Didática da Química: Fundamentos e práticas para o Ensino Médio. 1.ed. Belo Horizonte: Dimensão, 2010. 120 p.

Referências

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