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Logistica Reversa Mecanismo Para Descarte Do Lixo Eletronico

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Academic year: 2021

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INSTITUTO VALE DO CRICARÉ

FACULDADE VALE DO CRICARÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FÁBIO OLIVEIRA DOS SANTOS

MÁRCIA APARECIDA NATALE DE ARAÚJO

RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO

LIXO ELETRÔNICO

SÃO MATEUS

2010

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RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO

LIXO ELETRÔNICO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de

Administração da Faculdade Vale do Cricaré, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Especialista Ademilson Jacinto da Mota.

SÃO MATEUS

2010

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FÁBIO OLIVEIRA DOS SANTOS

MÁRCIA APARECIDA NATALE DE ARAÚJO

RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO

LIXO ELETRÔNICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Faculdade Vale do Cricaré, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Aprovado em 07 de julho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________ PROF. ADEMILSON JACINTO DA MOTA FACULDADE VALE DO CRICARÉ

ORIENTADOR

_________________________________ PROF. HELVÉCIO FAUSTINI JUNIOR FACULDADE VALE DO CRICARÉ

_________________________________ PROF. TACIANA M. COMMANDEUR FACULDADE VALE DO CRICARÉ

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Dedico a Deus, que esteve comigo durante todo esse período.

À minha família, que mesmo de longe me apoiou e acreditou no meu triunfo.

Aos meus “amigos”, pela paciência e apoio.

Fábio Oliveira dos Santos

Dedico a Deus, que nas dificuldades me deu força.

A minha família, pelo incentivo.

Ao meu esposo pela compreensão e paciência.

Em especial aos meus filhos Júlia e Luiz Eduardo que tanto sofreram com a minha ausência.

Márcia Aparecida Natale de Araújo

Dedico a Deus, pela presença em minha vida me iluminando em todos os momentos, pois sem ele nada seria possível.

Dedico aos meus pais e familiares pelo apoio e confiança.

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Agradecemos primeiramente ao nosso grandioso Deus, que nos possibilitou a realização desse trabalho e nos iluminou em cada etapa desse processo, nos permitindo errar e crescer por intermédio desse.

Agradecemos aos nossos pais e familiares pelo apoio, e por entenderem a nossa ausência durante muitos momentos no decorrer desse trabalho, esse ato foi fundamental e nos deu ainda mais forças para que conseguíssemos concluir essa etapa tão importante das nossas vidas. Agradecemos também de forma especial ao nosso professor orientador Ademilson J. Mota, pela disponibilidade e paciência, e por muitas vezes dispor dos seus momentos de lazer para estar conosco. Agradecemos aos nossos professores (Mestres e Doutores) que com os conhecimentos transmitidos nos conduziram para o mais perto da sabedoria.

Agradecemos aos nossos colegas de turma, pelo companheirismo e pelos momentos únicos que compartilhamos nesses 04 anos juntos.

Enfim queremos agradecer a todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho, seja por ações, orações ou pensamentos positivos, o importante foi a intenção.

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DURANTE ESTE TRABALHO...

As dificuldades não foram poucas... Os desafios foram muitos...

Os obstáculos, muitas vezes, pareciam intransponíveis.

Muitas vezes nos sentimos sós, e, assim, o estivemos...

O desânimo quis contagiar, porém, a garra e a tenacidade foram mais fortes, sobrepondo esse sentimento, fazendo-nos seguir a caminhada, apesar da sinuosidade do caminho.

Agora, ao olharmos para trás, a sensação do dever cumprido se faz presente e podemos constatar que as noites de sono perdidas e visitas realizadas; o cansaço dos encontros, os longos tempos de leitura, digitação, discussão; a ansiedade em querer fazer e a angústia de muitas vezes não o conseguir, por problemas estruturais; não foram em vão.

Aqui estamos, como sobreviventes de uma longa batalha,

porém, muito mais fortes e hábeis, com coragem suficiente para mudar a nossa postura, apesar de todos os percalços... Como dizia Antoine Saint Exupèry em sua obra prima “O Pequeno Príncipe”:

“Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que fez a tua rosa tão importante”

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RESUMO

As inovações tecnológicas além de contribuírem para a otimização das tarefas e rapidez no fluxo de informações, tem contribuído para o consumo inconsciente da sociedade e conseqüentemente para a alta descartabilidade de resíduos eletrônicos no ambiente. Essa realidade tem despertado a sensibilidade ecológica da sociedade, bem como novos comportamentos de compras. O presente trabalho busca mostrar as conseqüências do descarte inadequado do lixo eletrônico e como a logística reversa pode recuperar o valor dos produtos após o fim de sua vida útil através dos canais reversos de distribuição, reinserindo-os novamente ao ciclo produtivo, ou destinando-os à disposição adequada, com um enfoque ambientalmente correto.

Palavras Chaves: Inovações tecnológicas, Descarte, Lixo eletrônico, Sensibilidade

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ABSTRACT

Technological innovations besides contributes to optimization of tasks, and the fast flow information, it has contributed to the consumption unconscious of society and consequently for the high electronic waste disposal in the environment. This reality has risen the ecological sensitivity of society, as well as new purchase behaviors. This work seeks to show the consequences of inappropriate disposing of electronic junk and how reverse logistics can to retrieve the value of the products after the end of its useful life through reverse distribution channels, reinserting them back to the productive cycle, or for destine them appropriately, with an environmentally friendly focus.

Keywords: Technological innovations, disposition, electronic junk, ecological

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gerenciamento da cadeia de suprimentos... 22

Figura 2 – Gestão das partes da cadeia de suprimentos... 24

Figura 3 – Caminho reverso do lixo eletrônico... 35

Figura 3 – Contaminação dos Recursos Hídricos... 37

Figura 5 – Representação esquemática dos processos logísticos diretos e reversos ... 41

Figura 6 – Fluxo reverso de pós-venda... 43

Figura 7 – Fluxo logístico de pós-consumo... 45

Figura 8 – Fatores que influenciam na organização dos canais reversos de pós-consumo... 46

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 – Fachada da loja Pastore Fechada... 77

Foto 2 – Fachada da loja Pastore Aberta... 77

Foto 3 – Depósito de sucata eletrônica da loja Pastores... 78

Foto 4 – Sucata eletrônica entulhada... 78

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Importância do descarte correto... 58

Gráfico 2 – Tempo de permanência dos produtos até o descarte... 59

Gráfico 3 – Quantidade de descarte e reutilização... 59

Gráfico 4 – Local de descarte... 60

Gráfico 5 – Responsabilidade dos fabricantes... 60

Gráfico 6 – Forma de retorno dos produtos... 61

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...13 1 LOGISTICA...16 1.1 ABORDAGEM LOGÍSTICA ...16 1.2 LOGÍSTICA NO BRASIL ...18 1.3 LOGÍSTICA INTEGRADA ...20

1.4 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ...23

2 PRODUÇÃO ...26

2.1 EVOLUÇÃO DA NECESSIDADE E DA PRODUÇÃO...26

2.2 OS IMPACTOS DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE...30

3 O AVANÇO TECNOLÓGICO ...32

3.1 IMPACTOS DO AVANÇO TECNOLÓGICO...32

3.2 CONSEQÜÊNCIAS DO LIXO TECNOLOGICO PARA SAÚDE HUMANA E O MEIO AMBIENTE...36

4 MODERNIZAÇÃO DA LOGISTICA ...40

4.1 LOGÍSTICA REVERSA ...40

4.2 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-VENDA ...41

4.3 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-CONSUMO ...43

4.4 FATORES DETERMINANTES DA LOGÍSTICA REVERSA...45

4.4.1 Fatores Econômicos ...46

4.4.2 Fatores Ecológicos ...47

4.4.3 Fatores Legislativos...47

4.4.4 Fatores Logísticos ...48

4.4.5 Fatores Tecnológicos ...48

4.5 UMA NOVA VISÃO SOBRE O RETORNO DOS PRODUTOS DE PÓS-CONSUMO AO CICLO PRODUTIVO ...49

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4.7 BENEFÍCIOS EMPRESARIAIS INERENTES DO GERENCIAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ...52 4.7.1 Redução de Custos ...54 4.7.2 Responsabilidade Social ...55 5 ESTUDO DE CASO ...57 5.1 OBJETIVOS ...57

5.2 ESTUDO DE CASO NAS EMPRESAS DE ELETRÔNICOS DE SÃO MATEUS/ES...57

5.3 ANÁLISE E RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO...58

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...64

7 REFERÊNCIAS...68

8 APÊNDICE...72

8.1 PESQUISA DE CAMPO SOBRE GERENCIAMENTO DO LIXO ELETRÔNICO NA CIDADE DE SÃO MATEUS/ES...73

8.2 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS NA PESQUISA DE CAMPO UTILIZADA NO ESTUDO DE CASO...75

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INTRODUÇÃO

O mercado corporativo tem passado por grandes transformações. A rapidez na evolução tecnológica, com cada vez mais inovações, principalmente com produtos de informática, tem aguçado o senso consumista da sociedade. Devido a grande oferta e variedades de produtos eletrônicos, os consumidores têm respondido às inovações tecnológicas, acompanhando o ritmo acelerado da oferta de produtos e variedades. Dessa forma o ciclo de vida dos produtos tem diminuído significativamente, e conseqüentemente aumentado a quantidade de lixo eletrônico gerado e, por conseguinte a alta descartabilidade de resíduos sólidos no meio ambiente.

Diante das conseqüências cada vez mais presentes e visíveis do lixo tecnológico no meio ambiente, bem como seus riscos a saúde humana, a sociedade tem se sensibilizado quanto às questões ambientais e a destinação final dos elementos eletrônicos, e tem expressado essa consciência ecológica dando preferência às organizações com imagem institucional de empresa ecologicamente correta, ou seja, empresas que gerenciam o impacto ambiental provindas dos seus produtos.

A sociedade em todas as partes do globo, tem se preocupado cada vez mais como os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. [...] a questão da preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e seus negócios [...]. (LEITE, 2003, p. 20-21).

Essa nova realidade de mercado, de consumidores cada vez mais sensibilizados e preocupados com as questões ecológicas, tem mudado as estratégias competitivas empresariais. As organizações para se manterem competitivas, a fim de melhorar o nível de serviço aos clientes, para que dessa forma atraiam a preferência dos mesmos e criem relacionamentos duradouros, têm investido em logística reversa.

[...] a logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômicos, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. (LEITE, 2003, p. 16-17).

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Mas como será se as empresas não aderirem à logística reversa como parte integrante dos seus processos empresariais?

É notório que o alto consumismo levará a superlotação de lixo eletrônico, causando, por conseguinte um grande caos mundial, que inclusive implicará na extração futura de nova matéria prima para novas produções. Por isso a importância da conscientização organizacional com relação à realidade que é o lixo eletrônico, bem como os prejuízos financeiros e ambientais que o gerenciamento ineficaz do mesmo pode causar a todas as partes envolvidas.

A solução proposta na logística reversa como mecanismo para o descarte do lixo eletrônico, trata do retorno dos produtos de pós-venda ou pós-consumo através dos canais reversos de distribuição, agregando valor aos mesmos reinserindo-os novamente ao ciclo produtivo como insumos, dessa forma esses insumos implicarão em um novo produto final, que será enviado novamente para o mercado.

A organização que inserir o processo reverso em suas operações, agregará valor à sua imagem corporativa frente ao mercado, além de reduzirem seus custos com base no reaproveitamento de materiais.

Para melhor apresentação do tema, este trabalho esta dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo faz um breve histórico do início das atividades logísticas no mundo e no Brasil, bem como suas principais definições e melhores práticas, além de sua importância organizacional e como ferramenta de gestão.

No segundo, é abordada a evolução da produção, onde é possível visualizar o aumento gradativo da necessidade da produção, e como os avanços tecnológicos impactaram nesse aumento.

No terceiro capítulo os problemas gerados pela evolução da tecnologia e seus principais ímpetos para o meio ambiente e a saúde humana.

O mecanismo para o gerenciamento dos impactos provindos do avanço tecnológico, e conseqüentemente aumento de competitividade empresarial são abordados no quarto capítulo.

No quinto capitulo é apresentado o estudo de caso na cidade de São Mateus / ES, onde foi realizado pesquisa nas principais empresas de eletrônicos da cidade, a fim de avaliar as praticas de descarte do lixo eletrônico das mesmas.

Conforme descrição dos capítulos, o decorrer do trabalho abordara os motivos da geração do lixo eletrônico, e como as organizações podem minimizar os impactos dos seus produtos de pós-venda e pós-consumo no meio ambiente com a

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inserção da logística reversa nos seus processos. Dessa forma a logística reversa bem aplicada nas organizações além de ferramenta para destinação final da sucata eletrônica, passa a ser uma ferramenta de gestão agregando competitividade às organizações.

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1 LOGISTICA

1.1 ABORDAGEM LOGÍSTICA

Após a Segunda Guerra Mundial houve a necessidade do aceleramento logístico empresarial. No Brasil a Logística desenvolveu após a explosão da Tecnologia da Informação, na década de 1980. A partir desse período o conceito de logística vem se desenvolvendo e se integrando cada vez mais como parte da estratégia competitiva das organizações.

A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo. As atividades de transporte, estoques e comunicações iniciaram-se antes mesmo da existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas. (BALLOU, 2003, p. 18).

Percebe-se que, na concepção do autor que a Logística é um processo que anda junto com os conceitos administrativos, e com essa junção há uma otimização das atividades e compreensão da importância das mesmas, pois são essenciais para os negócios das empresas.

A Logística possibilita a empresa agregar valor aos serviços de distribuição aos clientes, além de possibilitar o gerenciamento eficaz das atividades de movimentação e armazenagem dos produtos.

Desta forma, o propósito central da Logística é atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo possível. Sendo assim, a chave para alcançar a eficiência Logística é dominar a arte de combinar competência Logística com expectativas e necessidades básicas dos clientes. Esse compromisso com o cliente é a base para a formulação de uma estratégia Logística. É por isso que “a Logística é um assunto vital” (BALLOU, 1993, p. 17).

Considerando-se o assunto nos dias atuais, é possível afirmar que a Logística é um processo, o que significa que inclui todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores, quando e onde estes quiserem adquiri-los. Essa idéia implica que a Logística é parte do processo da cadeia de suprimento e não do processo inteiro. O gerenciamento da cadeia de suprimentos é um termo surgido mais recentemente e que capta a essência da

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Logística integrada.

A Logística é uma grande palavra para um grande desafio (HARISSON; VAN HOOKE, 2003).

Ela é a atriz principal que trabalha por trás do palco do capitalismo moderno. Poucas áreas de operações envolvem a complexidade ou abrangem o escopo geográfico característico da Logística, pois,

é um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não residem, se é que alguma vez o fizeram, próximos donde os bens ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela Logística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que o desejarem (BALLOU, 1993, p. 17).

Quando se vai a uma loja ou a um supermercado se espera encontrar produtos disponíveis e recém-fabricados. Para que o consumidor tenha esta satisfação, a Logística exerce um importante papel, entendendo-se que é difícil imaginar atualmente a realização de qualquer atividade de produção ou de marketing sem o apoio logístico. Desta forma, a Logística pode ser vista como parte das atividades de uma “cadeia de suprimento”.

O conceito de sistema logístico e a tecnologia da Logística tiveram um processo considerável desde a Segunda Guerra Mundial. O conceito de sistema logístico tornou-se amplamente aceito e a administração, tanto privada como governamental, começa a reconhecer a necessidade de projetar e administrar o sistema logístico como um todo, ao invés de uma série funções discretas e independentes. (MAGEE, 2004, p. 3).

Partindo desta compreensão, vê-se que a Logística envolve a integração de uma série de atividades que, juntas, agregam valor ao negócio. Tais atividades são: informações, transporte, estocagem, armazenamento, movimentação dos materiais e embalagem. Cada uma dessas áreas oferece uma ampla variedade de tarefas estimulantes para quem deseja se profissionalizar nesse ramo.

Muitos dos executivos bem sucedidos na área de Logística se tornam orquestradores das diversas operações que envolvem processos dentro e fora das empresas. O grande desafio é coordenar as tarefas individuais de cada ator numa empresa e fora dela, atingindo os fornecedores de matérias-primas e de serviços, tudo para atender ao cliente no momento certo, na quantidade correta, no menor tempo possível e ao menor custo. Tais executivos sabem que é por meio do processo logístico que os materiais fluem pelo sistema de produção de um país e

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são distribuídos para os consumidores através dos canais de marketing, seja no varejo, seja no atacado (IMAM, 2000).

Os autores Bowersox e Closs (2001) remetem para um dado muito interessante: a complexidade da Logística é extraordinária.

Apenas nos EUA, a estrutura de marketing envolve aproximadamente 1,5 milhões de varejistas e mais de 460.000 atacadistas. Para mover produtos e materiais entre essas empresas foram registrados 14,9 milhões de caminhões em 1992. Para dar apoio à Logística, o investimento total em estoques por parte dos fabricantes atacadistas e varejistas ultrapassou a casa de US$ 893 bilhões em 1994. Nas empresas, os gastos com Logística variam normalmente entre 5% a 35% do valor das vendas, dependendo obviamente do tipo de atividade, da região da operação e da relação peso/valor dos produtos e materiais.

Verifica-se, portanto, que a Logística é responsável por uma das maiores parcelas do custo final do produto, sendo superado somente pelo custo dos materiais consumidos na produção e dos custos dos produtos vendidos no atacado ou no varejo (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

No entanto, o principal interesse na Logística não é somente em busca da simples redução de custos, mas também visa-se compreender melhor como certas empresas utilizam de sua competência Logística para obter vantagem competitiva. Isso significa oferecer ao cliente um serviço superior em qualidade e satisfação.

Também as empresas estão preocupadas em detectar problemas em seus produtos. Assim, elas monitoram suas operações on-line e são capazes de pôr em prática providências corretivas antes que essas falhas atinjam o cliente final; quando essas providências não são corrigidas em tempo hábil, conseguem avisar ao cliente de tal situação e encontrar soluções alternativas para que não sejam tomadas por surpresas as falhas nos serviços que ainda estão em andamento. É a antecipação como importante fator de aprimoramento da própria imagem da empresa diante dos seus clientes.

1.2 LOGÍSTICA NO BRASIL

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ainda uma novidade, pois,

no Brasil, a Logística surgiu no inicio da década de 1980, logo após a explosão da Tecnologia da Informação. Surgiram algumas entidades dando enfoque a Logística, como: ASBRAS (Associação Brasileira de Supermercados), ASLOG (Associação Brasileira de Logística), IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem), entre outras, que tinham a difícil missão de disseminar este novo conceito, voltado para as organizações (SANTOS, 2007, p. 1).

É dentro deste contexto ainda recente no Brasil, que constata-se que a Logística neste país passa por uma fase de significativas mudanças. Pode-se mesmo afirmar que se está no despontar de transformações enormes, considerando-se os diversos fatores que envolvem sua dinâmica nas práticas empresariais eficientes, na qualidade e disponibilidade da infra-estrutura de transportes e comunicação, dentre outros elementos que se mostram primordiais na permanência e desenvolvimento da moderna visão Logística.

Para o empresariado brasileiro, a caminhada da Logística até aqui feita tem culminado com resultados bastante positivos. É claro, no entanto, que há sérios e importantes desafios, isto devido aos enormes espaços para melhorias de qualidade do serviço e aumento de produtividade, fundamentais para o desenvolvimento de uma competitividade saudável.

A nova realidade exigiu uma mudança de comportamento nas organizações, chegando a fusão de algumas, como foi o caso da AmBev (Companhia de Bebidas das Américas) que juntou as três principais marcas de cervejas do mercado, e tudo isso só foi possível mediante ao estudo de viabilidade Logística, fazendo assim com que as três marcas fossem produzidas em unidade fabris únicas espalhadas pelo Brasil, utilizando as mesmas tecnologias e mão de obra, este processo levou ao fechamento de algumas unidades fabris e uma seleção natural da mão-de-obra. Isso valeu o posicionamento entre as três maiores do mundo, tirando do ranking empresas tradicionais do Sistema Pilsen. (SANTOS, 2007, p. 1).

O Brasil se mostra, então, um espaço promissor para o exercício adequado da Logística, especialmente a partir da estabilização econômica. Realidade bem diferente daquela que vivia com as contínuas oscilações de valores das mercadorias e serviços, causadas pela inflação e proporcionavam espaços para a prática especulativa. Isto dificultava quase que totalmente quaisquer tentativas de relação mais próxima na cadeia de suprimentos.

O contingente de empresas que estão investindo grandes somas de valores em sua estrutura Logística é bom e este volume tende a aumentar, colocando o Brasil em posição mais segura de competitividade no mercado cada vez mais

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exigente da globalização.

Há que se considerar ainda o que escreve Dias (2006), quando destaca a situação brasileira:

Falando de Logística aqui no Brasil não há mais que 25 anos. Se trata de algo ainda muito novo, nossos alicerces para consolidação dos conceitos logísticos são muito frágeis, não apresentam condições mínimas de sustentação, como podemos ver a seguir:

• Ausência de política que sincronize as ações dos governos (federal, estaduais e municipais) e da iniciativa privada;

• Infraestrutura de armazéns inadequada;

• Não há equilíbrio na disponibilidade dos modais de transportes;

• A maior parte de nossa produção destinada à exportação é transportada até o porto de embarque por meio de caminhões;

• 60% do total da carga transportada no Brasil é feita pelo modal rodoviário e apenas 23% pelo modal ferroviário;

• As estradas estão em péssimas condições de utilização, com exceção das do interior do estado de São Paulo;

• A idade média da frota brasileira de caminhões gira em torno de 17 anos. Frota muito antiga e inoperante, chegando a faltar caminhões na época da safra;

• Nas poucas ferrovias a velocidade é muito baixa (em torno de 25 km por hora), em razão da falta de investimentos em composições ferroviárias, trilhos e pelo tráfego em áreas urbanas;

• Baixa capacidade operacional dos portos. Necessidade de manutenção e dragagem;

• Pouca utilização do transporte hidroviário, mesmo com a nossa riqueza hidrográfica;

• Poucos profissionais com competência para fazer a gestão de Logística nas empresas;

• Baixo investimento de tecnologia de informações para viabilizar sistemas dinâmicos de relacionamentos entre fornecedores, prestadores de serviços logísticos e clientes. (DIAS, 2006, p. 1).

Vê-se, portanto, que as mudanças são muitas e as dificuldades também. No entanto, o caminho já foi estabelecido. Para as empresas brasileiras, ainda há muito espaço a conquistar. Resta continuar trabalhando na busca por maior produtividade e melhores serviços, que levarão a uma maior competitividade.

1.3 LOGÍSTICA INTEGRADA

Para uma melhor compreensão do significado de Logística Integrada é preciso destacar que a mesma está diretamente ligada ao gerenciamento do fluxo de materiais, informações e serviços. Desta forma, quando as operações logísticas estão integradas e são consideradas uma competência-chave, elas podem servir como base para a obtenção de vantagens estratégicas. É por isso que um desempenho integrado produz melhores resultados do que funções gerenciadas

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individualmente, sem coordenação entre si. Esta integração é à base de existência da Logística e gera ciclos de atividades que devem ser trabalhadas de modo coeso, a fim de que produza valores que expressem satisfação para os clientes.

A interação dentro da Logística está diretamente ligada ao entendimento de que, segundo argumenta BALLOU (2001),

uma empresa geralmente não está habilitada a controlar seu fluxo de produto inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até o ponto final de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente. Normalmente, o máximo controle gerencial que pode ser esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os canais de distribuição física. O canal de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço entre as fontes de material imediato de uma empresa e seus pontos de processamento. Da mesma maneira, o canal de distribuição física refere-se ao hiato de tempo e espaço entre os pontos de processamento da empresa e seus clientes. Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o suprimento físico e a distribuição física compreendem as atividades que estão integradas na Logística empresarial. (BALLOU, 2001, p. 22).

É preciso que haja, em qualquer empresa, o planejamento adequado, a fim de que o diferencial logístico seja alcançado. Isto, todavia, somente irá acontecer quando as atividades das várias áreas estiverem acontecendo de forma coordenada, isto é, harmoniosamente.

O que se pode perceber é que um dos maiores desafios para qualquer executivo da área de Logística é exatamente coordenar os trabalhos dessas áreas funcionais de modo integrado e com o foco bem direcionado para o real e pleno atendimento das necessidades dos clientes, os quais estão no final da cadeia de suprimento e é a razão de todo este esforço integrado.

Portanto o trabalho da Logística Integrada deve ser encarado como a procura de respostas para as perguntas sobre o quê, sobre o quando e sobre o como se desenvolve a Logística. Estas perguntas devem se desenvolver, basicamente, em três níveis, os quais são: nível estratégico, tático e operacional (BALLOU, 2003).

A diferença primordial entre estes níveis de planejamento está no momento em que cada um ocorre. Então, se o planejamento estratégico é estruturado para longo prazo, o planejamento tático possui um foco em resultados intermediários. O planejamento operacional, por sua vez, é admitido como algo que se estrutura em curto espaço de tempo, com posicionamentos dia a dia.

Assim, a principal preocupação de tudo isso é o modo através do qual o produto será encaminhado, de forma eficiente e rápida, através da estrutura Logística planejada. Na figura 1 abaixo são postos exemplos de processos de decisões e os

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recursos logísticos.

Figura 1: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

Fonte: Adaptado por BALLOU, R. Logística Empresarial, p. 53.

Todas as empresas fazem alguma atividade Logística para os clientes (estocam, trocam informações com clientes, transportam, movimentam cargas). Uma empresa pode ter um ótimo produto, um bom preço, uma boa propaganda, mas ela entrega mais rápido que os seus concorrentes, ou informa melhor que ninguém onde estão seus produtos antes de chegar ao cliente. Esse posicionamento estratégico com foco de excelência na Logística torna-se, aos olhos dos clientes, a fonte de excelência da empresa, o que alguns autores chamam de competência central.

Assim, o objetivo da Logística está em criar valor para o cliente ao menor custo possível. O grande desafio aqui está em equilibrar as expectativas de serviços que o cliente espera com os gastos da empresa prestadora de modo a alcançar os objetivos do negócio. Na maioria das situações, o impacto de uma falha Logística sobre o custo-benefício está diretamente relacionado com a importância da execução do serviço para o cliente envolvido. Quanto maior for o impacto da falha do serviço sobre o cliente, maior será a prioridade dada ao desempenho logístico. Esse é um pilar essencial no raciocínio das atividades da Logística.

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medido em termos de disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade do serviço.

É às custas, então, desta Logística Integrada que se considera normalmente o trabalho com a noção de custos totais, e não apenas levando em conta os custos unitários das operações. Assim é que o custo total é compreendido como o custo que inclui todos os gastos necessários para executar as exigências logísticas. E é dessa soma de todos os custos incorporados na operação Logística em comparação com o benefício esperado pelo cliente que deve ser levado em conta na decisão envolvendo atividades logísticas.

1.4 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Como o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos exige uma preocupação considerável por parte dos responsáveis pela mesma, vale ressaltar que sua compreensão clara se faz necessária.

Desta forma, tal gerenciamento deve ser compreendido como a gestão e a coordenação dos fluxos de informações e materiais entre a fonte e os usuários como um sistema, de forma integrada (BALLOU, 1993).

A relação entre cada uma das fases existentes no processo, à proporção que os produtos e materiais se encaminham rumo ao seu destino – o consumidor – sua composição baseia-se em uma postura de busca da qualidade total. Isto significa dizer que a o serviço ao cliente deve ser muito otimizado, enquanto visa-se também a redução dos custos para o fluxo logístico.

A finalidade de toda a Cadeia de Suprimentos é, portanto, a maximização do valor global gerado (CHOPRA; MEINDL, 2003).

Sendo assim, a importância originada pela Cadeia de Suprimentos é exatamente a distinção que surge entre o valor do produto final para o cliente e o desempenho que a Cadeia de Suprimento faz para realizar a sua vontade, confirmando o produto solicitado.

Pode-se observar na figura 2 a seguir como o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos funciona.

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Figura 2: Gestão das partes da cadeia de suprimentos. Fonte: ARAÚJO, 2002, p. 33

Para que ocorra um correto desenvolvimento da Cadeia se faz necessário desenvolver equipes centradas estrategicamente em determinada classe de clientes, o que gera um entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de torná-los atrativos para aquela classe de clientes.

Outro fator considerável é o fornecimento de um ponto comum para relação com todos os clientes, atendendo de forma eficiente a suas consultas e requisições.

Faz-se necessário também atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega combinado, dessa forma é possível aperfeiçoar o atendimento, bem como desenvolver sistemas flexíveis de produção, que estejam aptos a atender com dinamismo às transformações nas condições do mercado.

Portanto, o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos precisa ser tratada como uma atividade importante, porém complexa, tendo em vista seu interesse por uma maior integração das atividades das organizações, bem como além da estruturação de relações de confiança e de longa duraçãocom clientes e fornecedores. E isto não é fácil! Vale ainda ressaltar que tudo isso deve ser permeado por sistemas de informações que ofereçam apoio sólido e dêem suporte ao procedimento, a fim de que, desse modo, a organização consiga agregar ao produto acabado valor

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2 PRODUÇÃO

2.1 EVOLUÇÃO DA NECESSIDADE E DA PRODUÇÃO

Antes mesmos da existência do homem os caminhos já estavam formados pelas manadas de animais. Os trajetos destinavam das águas as montanhas, variavam de acordo com as necessidades básicas para o desenvolvimento da vida de cada espécie existente.

Os dominantes emergiam poderes de perseguição e os dominados as estratégias de sobrevivência e a vida não só dependia da sorte, mas da ação de cada líder de bando, que variavam de acordo com ambiente e da força de sustentabilidade do grupo, assim cada bando aumentava a possibilidade de jazigo nas conquistas territoriais.

Quando surge o homem, mesmo não sendo o maior em espécie e número, nem tampouco em força, entretanto com a maior adoção em raciocínio que lhe garante um diferencial atributo que o torna no maior predominante entre os animais.

O homem nascente já era atribuído das guardas de seus pertences mesmo sendo ele nômade como os demais animais. Era usuário do mesmo caminho e trilhava com suas cargas até o ambiente onde se sentia seguro e saciado das suas necessidades e quando a escassez chegava, partiam em tribos a outros ambientes, em buscas de novas conquistas e assim lhe garantindo a soberana vivência da espécie. Com as adaptações de armas e ferramentas se aventurava com suas tralhas as conquistas e aos poucos se tornou detentor de grande adiáforo de sobrevivência.

A necessidade foi o ponto inicial para o homem inventar e fabricar suas ferramentas e utensílios. Esta busca foi primordial para superar os obstáculos e aos poucos acumular pertences. A troca de bens fundamentou o desejo em possuir algo a invés de outro, originando os negócios. A evolução do negócio conduziu a fabricação de produtos, o qual evoluiu de acordo com os desejos humanos estimulando as necessidades.

Com o tempo a ocupação terrestre por colônias humanas desencadeou a escassez de recursos naturais e maximizou a necessidade. A onda crescente para

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ter seus desejos saciados, requer cada vez mais, de novas estratégias de sobrevivência e de negócios que vem a viabilizar caminhos que antes não foram trilados nem percorridos por nenhum outro, como um marco diferenciado que garante e viabiliza conceitos de produzir e negociar a favor da humanidade doravante.

Destrate, que a evolução da produção de bens, teve inicio a modo artesanal intencionalmente a suprir as necessidades de campo de conquistas terrestre em combates por nações e poderes. Armaduras, arreios, ferraduras, coletes, lanças, chuchus e escudos foram os principais produtos fabricados, porém com as descobertas de novos continentes, as cordas de teares e as roupagens de algodão se associaram aos métodos de navegações, originando novas necessidades e passamos a um segundo momento histórico vivenciado pela Revolução Industrial.

O mundo sofreu profundas e aceleradas transformações, tanto no campo econômico, como político e social.

A busca pela perfeição do negócio, as mudanças realmente revolucionárias que descentralizam a autoridade, reduziram a hierarquia, também estimularam parcerias e privilegiam a qualidade com foco nos clientes consumidores. Ferramentas e tecnologias aplicadas foram fatores perseguidos ao longo dos anos por pensadores que buscavam a exeqüibilidade acima de tudo em seus planos de forma seqüencial e incremental, até atingir o estágio inicialmente visado.

Após a Segunda Guerra Mundial a economia entrou em uma fase de crescimento, começou uma acelerada caminhada rumo à globalização. Desde então começaram a ser desenvolvidas novas técnicas de produção, com o objetivo de produzir mais e a custos mais baixos. O conceito de produtividade vem evoluindo juntamente com as mudanças na economia.

Taylor deu inicio as primeiras técnicas de aumento da produtividade, a partir de então novas técnicas foram introduzidas, como é o caso da produção em massa ou escala desenvolvida por Henri Ford na década de 10 que consistia em produzir em grande escala um mesmo produto. O método de produção em massa aumentou muito a produção dos produtos acabados, além da diminuição dos custos, em relação aos produtos artesanalmente fabricados, com um relativo ganho na qualidade, pois a introdução de maquinários alavancou a produção e padronizou os cortes que aperfeiçoou os encaixes das peças, entretanto o grande problema da produção em escala eram as inspeções, como a produção era em linha graduada

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ficava difícil mensurar em caso de defeito qual a quantidade de produtos defeituosos, afinal não tinha como mensurar onde começou e terminou o lote com defeito, devido à produção ser contínua, além dos gastos com os inspetores dos lotes, que agregava custos finais aos produtos.

Com a evolução da filosofia de William Edwards Deming, consubstanciada nos quatorze pontos organizacionais e com o emprego dos métodos estatísticos de Walter Andrew Shewhart, bem como os fundamentos projetais de Joseph Moses Juran, de melhoria, controle e planejamento que tinha como foco o aumento da produção com qualidade nas fabricas a custos mais baixos, se definiu padrão de estratégia organizacional que determinava a eliminação de todos os itens que não agregassem valor ao produto, tais como: desperdício, tempo ocioso, troca de ferramentas, sujeiras e contaminações, lotes de produção, estoques em trânsito, defeitos, falhas e inspeções.

Assim, se desenvolveu um método de controle de qualidade que ao invés de encontrar e eliminar as peças defeituosas buscava evitar que os defeitos ocorressem que culminou em um processo de produção em série e com qualidade.

Ainda na década de 60 surgiu uma nova técnica produtiva, denomina produção enxuta. Com a ideologia de produção mais flexível dava aos trabalhadores oportunidade de inovar na produção, bem como escolher o melhor método de trabalho. A partir da produção enxuta começaram a ser produzidos produtos personalizados de acordo com a necessidade do cliente.

Um dos problemas que têm acompanhado os administradores ao longo dos tempos é decidir sobre a quantidade a ser produzida. O conflito é evidente: produzir a mais gera custos desnecessários; produzir a menos gera custos não-atendimento, desgaste na imagem da empresa e perda de clientes. (MARTINS e LAUGENI, 2003, p.11).

Devido à procura por uma ferramenta que sanasse o problema quanto à quantidade a ser produzida foi implementado o conceito de Just in Time. O principal objetivo do Just in Time é diminuir a manutenção de estoque, ou seja, os suprimentos são recebidos a medida da necessidade para a produção.

Boa parte desses preceitos focaliza o relacionamento entre clientes e fornecedores, internos e externos, de modo que se entenda o que o primeiro necessita do segundo, formando uma “corrente virtual” em direção ao consumidor final e acrescentando valor de diferentes naturezas ao produto ou serviço fornecido. (LEITE, 2003, p. 23-24)

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A partir desses métodos a importância do consumidor e sua satisfação cresceram perante a organização, e as empresas passaram a produzir de maneira a atender as necessidades dos clientes, os quais ficam cada vez mais exigentes e simultaneamente os produtos evoluem de acordo com as projeções dos desejos dessas demandas tornando mais customizados e mais variados em espécies.

Para uma “[...] produção eficaz, devem-se usar eficientemente seus recursos e produzir bens e serviços de maneira que satisfaça a seus consumidores”. (SLACK 2009, p. 29).

Assim esta evolução deve ser planejada para que se estabeleça uma interação entre a produção e a incubação dos desejos elaboradores das necessidades humanas.

Provindo os anos da década de 90 veio à estabilidade econômica dos principais países em desenvolvimentos, de onde surgiu um novo modelo de mercado abrolhado na possibilidade de consumo da população, cujo acúleo foi o mercado globalizado, que direcionou os negócios para uma fronteira franqueada.

Desse momento, passa a existir a necessidade de agregar diferencial competitivo nos produtos para garantir a sobrevivência nas intenções de consumo, destes novos usuários dos países emergentes. Das intenções de mercados se desenvolveram vários novos processos e metodologias expandidas através das tecnologias, que incidiram no aumento dos desejos isentando as necessidades que culminaram no aumento significativo do consumo da população, quão refletiu no avanço da produção.

O mercado passou a exigir mais das empresas no tocante nível de qualidade, garantias, prazos de fornecimento e com isso se fez necessário a adequação de seus sistemas logísticos, desencadeando novas reflexões no modelo de gerenciar negócios. A partir da entrada de matéria prima no sistema de produção, nas estocagens e embalagens de produtos, tanto quanto nos depósitos e envios das encomendas que viabilizaram conceitos estratégicos com melhoria diferenciada aos clientes.

O aumento da demanda desencadeou um crescimento nas variedades das ofertas de produtos e ao mesmo tempo a praticidade evolutiva dos produtos culminou com a redução do ciclo de vida mercadológico dos produtos.

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“O acelerado ímpeto de lançamentos de inovações no mercado cria um alto nível de obsolescência desses produtos e reduz seu ciclo de vida, com clara tendência à descartabilidade”. (LEITE 2003, p. 34-35)

Diante desse aumento no consumo a quantidade de resíduos sólidos descartados cresceu significativamente. Provindo desse aumento na produção e conseqüentemente o descarte, surgiu em 2002 um novo conceito em Logística, denominado Logística Reversa ou Inversa.

2.2 OS IMPACTOS DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA O

AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

Os avanços tecnológicos foram fundamentais para o aumento da produtividade e para os rumos da economia mundial.

“Sem dúvida, informação e conhecimento sempre foram elementos cruciais no crescimento da economia, e a evolução da tecnologia determinou em grande parte a capacidade produtiva da sociedade [...]”. (CASTELLS, 2007, p. 119)

O avanço tecnológico tem sido ferramenta importante para usos gerenciais, acarretando ganhos de eficiência e produtividade nas organizações.

“O avanço da Tecnologia da Informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às empresas executar operações que antes eram inimagináveis”. (FLEURY, 2000, p. 285).

Pode-se afirmar que a tecnologia aumentou desordenadamente a inserção de produtos no mercado.

[...] de fato, revoluções no sentido de que um grande aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas transformou os processos dos países de produção e distribuição, criou uma enxurrada de novos produtos e mudou de maneira decisiva a localização das riquezas e do poder do mundo, que, de repente, ficaram ao alcance dos países e elites capazes de comandar o novo sistema tecnológico. (CASTELLS, 1999, p. 53).

Os avanços tecnológicos são de extrema importância no que tange aumento de competitividade e produtividade nas organizações, pois além de maquinários altamente modernos e sofisticados fornecem ainda informações precisas em tempo real.

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Gerentes de produção não precisam ser especialistas na tecnologia que estão gerenciando, mas devem ser capazes de entender o suficiente sobre a tecnologia para definir seu propósito, a forma pela qual ela vai desempenhar sua função, os benefícios de usar a tecnologia em sua operação e as limitações que o uso da tecnologia pode colocar na operação. (SLACK, 2009, p. 197).

Logo se faz necessário que os gerentes avaliem os reais benefícios da tecnologia dentro da organização, bem como a conheçam a fundo.

A Tecnologia da Informação deve ser vista não apenas como uma ferramenta para a automatização ou desenho de processos, mas, principalmente, como uma ferramenta que pode auxiliar na reformulação do modo como o negócio opera, na redução do tempo de resposta, num melhor balanceamento de recursos e na redução de custos. (FURLAN, 1994, p. 36-37).

Subentende da contextualização que as inovações tecnológicas têm definido as formas de gestão, produção, inovação e comercialização. Além do processamento de informações a tecnologia possibilitou uma nova geração de equipamentos e a custos mais baixos.

Slack (2009, p. 179) define a tecnologia de processos como sendo as “[...] máquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a transformar materiais e informações e consumidores de forma a agregar valor e atingir os objetivos estratégicos da produção”.

Diante dessa afirmação fica explicito que a tecnologia traz retornos significativos a organização.

Os investigadores acreditam que o crescimento da produtividade, naquele período, está associado a três processos, todos eles condições necessárias para que o crescimento da produtividade aconteça: geração e difusão de novas tecnologias microeletrônicas/digitais de comunicação e informação, com base em investigação científica e inovação tecnológica; transformação do trabalho, com o crescimento de trabalho altamente qualificado, autônomo, capaz de inovar e de se adaptar a mudanças globais constantes e à economia local; difusão de uma nova forma de organização em torno de rede. [...]“Só quando estas três condições se cumprem numa empresa, num sector, numa região ou num país, é que a produtividade aumenta substancialmente, e só quando isto acontece é que é possível sustentar a competitividade em longo prazo”. (CASTELLS, 2005, p. 21).

Além dos benefícios com relação à competitividade, os avanços tecnológicos têm gerado impactos a sociedade e ao meio ambiente. Pois possibilita produção cada vez mais crescente e a preços mais acessíveis e isso tem crescido a demanda por novas tecnologias e, por conseguinte diminuído o ciclo de vida mercadológico dos produtos.

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3 O AVANÇO TECNOLÓGICO

3.1 IMPACTOS DO AVANÇO TECNOLÓGICO

De acordo com ROBINS (2002, p. 7-8) A historia humana pode ser dividida em ondas. A primeira foi à agricultura, que prevaleceu até o fim do século XX. A segunda foi à industrialização, onde a maioria dos países desenvolvidos passou de sociedades agrárias para sociedades baseadas em maquinas que foi do final do século XIX até os anos 1960. A terceira onda foi à informação, que chegou nos anos 1970, é voltada para os trabalhadores do conhecimento. Os trabalhos são projetados em torno da aquisição e da aplicação de informações.

A Tecnologia tem nos proporcionado facilidades em nossas atividades rotineiras, melhores condições de vida e melhorias ao acesso da informação e entretenimento.

Além de facilidades quanto às atividades cotidianas, a tecnologia propicia a otimização das atividades nas organizações. MIRANDA (1999, p.285) define informação como sendo "dados organizados de modo significativo, sendo subsídio útil à tomada de decisão".

Os integrantes das organizações necessitam de informações, dados e conhecimento para o desenvolvimento das demandas de tarefas diárias, bem como para traçarem suas possíveis estratégias, e para tanto é necessário a precisão nas informações.

Os avanços tecnológicos foram de importância imprescindível para as organizações, no que tange redução de custos, produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação. E continua sendo de grande importância para o alcance dos objetivos estratégicos e o desafio de criar novos produtos, serviços, processos e sistemas gerenciais.

A economia também sofreu grandes transformações com os avanços tecnológicos, pois as operações de uma organização passaram a ser feitas além das fronteiras nacionais.

“Para abrir novos mercados, conectando valiosos segmentos de mercado de cada país a uma rede global, o capital necessitou de extrema mobilidade, e as

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empresas precisaram de uma capacidade de informação extremamente maior” (CASTELLS, 2007, p. 138).

E com isso o cliente passou a ter uma gama de produtos e serviços ofertados, o que os tornou mais inconstantes e exigentes, o que tem desencadeado novos comportamentos de compras e encurtado a vida útil dos produtos.

Um exemplo prático de inovação são os aparelhos celulares com TV, surgiu MP6, MP7, MP15 e assim sucessivamente, e os consumidores tem respondido a essas inovações, consumindo esses produtos na medida que são lançados no mercado.

“A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele”. (LEITE, 2003, p. 34).

As inovações tecnológicas têm sido constantes principalmente com produtos de informática, sendo assim a vida média de um produto de informática passa a ser muito curta, pois os produtos tornam-se ultrapassados em pouquíssimo tempo de uso, afinal os produtos estão chegando ao mercado cada vez mais rápido e com as mais diversas funções e isso aguça a curiosidade dos consumidores por produtos cada vez mais modernos.

“Eletrodomésticos, automóveis, computadores, embalagens e equipamentos de telecomunicações, entre outros, tem seu custo reduzido e uma obsolescência acelerada, gerando produtos de ciclos de vida cada vez mais curtos”. (LEITE, 2003, p. 35).

Isso ocorre devido à grande oferta de novos produtos e variedades no mercado.

O desenvolvimento acelerado de programas de computador, equipamentos eletrônicos e meios de comunicação voltados à informação tem proporcionado oportunidades de aumento de produtividade empresarial, tanto operacional como administrativa, bem como melhoria de qualidade na prestação de serviços, por meio da digitalização, automação, teletrabalho, inteligência artificial e realidade virtual. ( PHILIPPI, 2005, p. 170).

Essa crescente demanda por novas tecnologias gera-se estímulo para produção dos mais variados produtos.

Segundo CASTELLS (2005, p.17) “A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam as tecnologias”.

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Essa grande oferta de produtos tecnológicos além da necessidade acentua o senso consumista da população e faz com que os produtos tornem-se ineficientes mais rapidamente. Contudo esse consumo inconsciente vem gerando acúmulo de lixo eletrônico, e toda essa sucata eletrônica normalmente não recebem tratamento final adequando, e acabam sendo depositados no meio ambiente.

No momento da aquisição de um novo produto, antes mesmo da sua utilização já são descartados vários componentes no ambiente.

Devido à fragilidade de alguns produtos, bem como o intuito de proteção dos mesmos ao saírem da fabrica até o consumidor final, os produtos são revestidos de isopor, plásticos isolantes, papel, além da caixa. Todos esses materiais são descartados no ambiente antes mesmo da utilização do novo produto.

Ainda relevante na geração de lixo é a “obsolescência programada”, que consiste em programar os produtos para ficarem obsoletos mais rapidamente. Em resumo a obsolescência programada é o ato de a indústria produzir bens de consumo com vida útil mais curta possível. Quando é lançado um produto no mercado a indústria já esta trabalhando em outro e essa é uma forma de forçar o consumidor a acompanhar esse ciclo produtivo acelerado adquirindo um produto novo. E essa diminuição na duração de um bem ou produto faz com que o consumidor acredite que os novos lançamentos são de qualidade superior aos anteriores.

Assim sendo além dos avanços tecnológico que tem alavancado as vendas lançando novos produtos em grande velocidade e aumentado significativamente o consumo, a “obsolescência programada” tem sido grande aliada para a geração de grandes quantidades de lixo.

Outro fator relevante para a geração de lixo eletrônico é o e-commerce, ou seja, o comércio eletrônico. Como não existe contato entre produto e cliente, o nível de devolução é relativamente maior que no comercio tradicional.

O comércio eletrônico entre empresa e o consumidor final apresenta as mesmas características do comercio de vendas por catálogo. Ambos pertencem ao setor denominado ‘canal direto de vendas’, ou seja, um nível de devoluções por não-conformidade às expectativas do consumidor na ordem de 25 a 30% em relação ao total das vendas [...]. (LEITE, 2003, p.10).

O e-commerce tem colaborado muito para o aumento do descarte de resíduos sólidos, pois antes os produtos eram apenas expostos em lojas físicas e hoje é

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possível adquiri-los pela internet e receber em casa com toda comodidade. O fato é que em loja física existe contato entre fornecedor, consumidor e produto. Já no comércio eletrônico não existe contato físico com o produto o que gera muito mais devoluções de mercadoria do que no comércio tradicional.

Dependendo do estado de conservação, alguns produtos ao fim de sua vida útil poderiam ser reciclados e assim retornarem ao processo produtivo como insumo. A reinserção desses produtos novamente no ciclo produtivo reduz custos e tempo de produção. Além de benefícios econômicos essa reinserção acarreta ainda benefícios ambientais. Contudo os resíduos eletrônicos têm sido encontrados em ruas, rios, entre outros, e essa realidade têm aumentado a consciência ecológica do consumidor, o que tem resultado em novos comportamentos de compras.

A conscientização da sociedade para as questões ambientais tem sido despertada pela ocorrência de alguns desastres ecológicos que deixaram marcas, muitas vezes ainda invisíveis e até permanentes, em sistemas em todo o mundo. (VALLE e LAGE 2003, p. 9).

A figura 3 abaixo demonstra de forma clara e dinâmica o caminho que o lixo tecnológico/eletrônico percorre entre a casa do consumidor e o destino final, com ou sem o descarte adequado.

Figura 3: Caminho reverso do lixo eletrônico.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/lei-equipamento-eletroeletronico-ong-organizacao-nao-governamental-eletrodomestico-aterro-sanitario-550477.shtml

Os novos clientes estão mais sensíveis quanto às questões ambientais, com isso eles buscam mais que preço e qualidade, é necessário algo que agregue valor

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perceptível, e a postura de empresa ecologicamente correta atrai a preferência dos consumidores.

[...] um aspecto diz respeito ao aumento da consciência ecológica dos consumidores, que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isso tem gerado ações por parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta”. (LACERDA, 2009).

Além do acúmulo de lixo que o descarte de resíduos sólidos gera no ambiente, existem ainda problemas muito mais graves relacionados aos componentes tóxicos que existem nesses equipamentos, muitas vezes nocivos a saúde humana e ao meio ambiente.

3.2 CONSEQÜÊNCIAS DO LIXO TECNOLÓGICO PARA SAÚDE

HUMANA E O MEIO AMBIENTE

Os produtos de informática têm tantos elementos preciosos quando perigosos, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (ABEL) há preciosidades como ouro e prata nos circuitos eletrônicos, mais o campeão em toxidade é o monitor que possui alto volume de metais pesados. Esses metais pesados encontrados nos produtos eletrônicos, quando jogados em grandes lixões causam danos tanto a saúde humana, quanto as espécies animais e ao meio ambiente.

[...] bens e materiais residuais [...] caso não seja devidamente ‘controlada’ gerara impactos ambientais, seja pela liberação de constituintes nocivos à vida, seja pelo acúmulo desses resíduos, originando indiretamente poluição. Algumas pilhas usadas em aparelhos eletrônicos contêm chumbo, cádmio, mercúrio e outros metais pesados que, quando liberados em certas condições de concentração, oferecem riscos à saúde humana [...].LEITE, 2003, p. 41).

Um dos principais impactos do lixo tecnológico para o meio ambiente e saúde humana, é a quantidade extensiva de substâncias perigosas em sua composição. Quando jogadas no ambiente as substâncias químicas encontradas nos eletrônicos, como chumbo, cádmio, mercúrio, cobre, arsênio e outros, que ao chover penetram no solo ocasionando contaminação de plantas e animais, e ao ingerir tais alimentos

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os seres humanos podem ser contaminados, além da pulverização de gases na atmosfera que acentuam o buraco na camada de ozônio que causam entre outros, câncer de pele e problemas de visão.

A contaminação dos recursos hídricos pode ser melhor ilustrada na figura 4 abaixo:

Figura 4: Contaminação dos Recursos hídricos

Fonte:< http://seixomirense.blogspot.com/2009_12_01_archive.html>

Kevin Bridgen, da unidade de ciência do Greenpeace afirma que “Muitos dos elementos químicos encontrados são tóxicos e podem afetar o desenvolvimento do sistema reprodutor de crianças, além de interferir no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso”.

Muito se tem discutido que as substâncias tóxicas encontrados em computadores e celulares são muitas vezes nocivas a saúde humana.

Abaixo algumas substâncias que podem ser encontradas em componentes eletrônicos e seus prejuízos a saúde humana.

Chumbo: Prejudicial ao cérebro e sistemas nervosos central e periférico dos

seres humanos, além de efeitos negativos no sistema circulatório, digestivo, reprodutor e nos rins.

Cádmio: É um agente cancerígeno. Seus componentes são classificados como

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compostos de cádmio acumulam-se no corpo humano, especialmente nos rins, podendo vir a deteriorá-los, com o tempo. O cádmio é absorvido por meio da respiração, mas também pode ser ingerido nos alimentos.

Mercúrio: O mercúrio inorgânico disperso na água é transformado em

metilmercúrio nos sedimentos depositados no fundo. O metilmercúrio acumula-se facilmente nos organismos vivos e concentra-se através da cadeia alimentar pela via dos peixes. O metilmercúrio provoca problemas de estômago, distúrbios renais e neurológicos, alterações genéticas e no metabolismo.

Níquel: Causa irritação nos pulmões, bronquite crônica, reações alérgicas,

ataques asmáticos e problema no fígado e no sangue.

Zinco: Produz secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios,

febre, náusea e vômito.

Manganês: Causa anemia, dores abdominais, vômito, seborréia, impotência,

tremor nas mãos e perturbações emocionais.

Cloreto de Amônia: Acumula-se no organismo e provoca asfixia.

Arsênico: Causa doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar

câncer no pulmão.

Berílio: Causa câncer no pulmão.

Retardantes de chamas (BRT): Causam desordens hormonais, nervosas e

reprodutivas.

PVC: Se queimado e inalado, pode causar problemas respiratórios.

[...] o tratamento inadequado do lixo, tanto pela população que o joga irresponsavelmente em qualquer lugar, quanto pelas agências públicas, que raramente dispõem de sistemas de tratamento adequado, transforma as cidades em um campo minado [...]. (VIOLA et al. 1987, p. 83).

Devido aos componentes altamente tóxicos encontrados nos eletrônicos eles não podem ser descartados em lixo comum, nem em lixões, ou aterros sanitários como resíduos urbanos comuns e nem podem ser incinerados.

“A incineração do lixo produzido nas cidades tem sido contestada em diversas comunidades pelos efeitos da emanação de gases” (LEITE 2003, p. 23).

Essa emanação de gases contribui para a intensificação do efeito estufa e liberam ozônio em baixas altitudes, provocando sérios danos à saúde humana.

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De acordo com estudos do IBGE divulgados no ano de 2010 aproximadamente 64% dos municípios depositam seus resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum tratamento, sendo que em torno de 14% somente, possuem aterros sanitários.

Segundo LEITE (2003, p. 20) “Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é a dificuldade de disposição do lixo urbano”.

O lixo eletrônico antes era um problema dos países desenvolvidos, hoje com a evolução acelerada da tecnologia, como se desfazer de toda essa sucata eletrônica produzida passou a ser um problema do mundo inteiro.

Partindo dessa compreensão pode-se afirmar que a destinação final inadequada dos resíduos eletrônicos, causa perturbações no ecossistema, acarretando assim contaminação das águas, solo e lençóis freáticos e a proliferação de vetores de doenças.

O desenvolvimento econômico e o bem-estar do ser humano dependem dos recursos da Terra. O desenvolvimento sustentável é simplesmente impossível se for permitido que a degradação ambiental continue. O desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente são compatíveis, interdependentes e necessários. O desenvolvimento econômico podem e devem coexistir com um meio saudável. (DIAS, 2003 p. 226).

O desenvolvimento econômico é importante e necessário, mais ele deve caminhar lado a lado com a sustentabilidade, para que não haja conflito entre crescimento econômico e qualidade de vida.

“Condições tecnológicas, industriais e formas de organização e gestões econômicas da sociedade estão em conflito com a qualidade de vida” (MORATO LEITE, 2003, p. 21).

Diante do problema exposto, provindo do avanço tecnológico e conseqüentemente do consumo inconsciente da população surgiu a necessidade de modernizar todo o sistema logístico.

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4

MODERNIZAÇÃO DA LOGISTICA

4.1 LOGÍSTICA REVERSA

A crescente demanda e oferta de novas tecnologias que desencadearam o consumo inconsciente da população e, por conseguinte a redução do ciclo de vida mercadológico dos produtos e conseqüentemente o aumento das quantidades de materiais descartados pela sociedade, tem se tornado um grande problema para o meio ambiente, a sociedade e para as organizações. Essa realidade do alto índice de descartabilidade de resíduos sólidos acabou despertando a sensibilidade ecológica dos consumidores, visto que a população passou a presenciar os ímpetos causados pela destinação final inadequada desses resíduos, bem como os desastres ecológicos.

A partir de tais problemas gerados, viu-se a necessidade de modernizar o sistema logístico. A partir dessa necessidade surgiu um novo conceito em logística denominado a logística reversa, com a proposta de revalorização dos produtos obsoletos.

Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura [...]. (STOCK, 1998, apud LEITE, 2003, p.15).

Conforme contextualizado a logística reversa consiste em agregar valor a um bem após o fim de sua vida útil, reintegrando-o novamente ao ciclo produtivo.

Os conceitos de logística reversa evoluíram ao longo do tempo e hoje é definida por como sendo,

[...] a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômicos, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. (LEITE, 2003, p. 16-17).

Diante da definição de Leite pode-se afirmar que além dos ganhos financeiros e logísticos que a logística reversa proporciona, existem também os ganhos

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referentes à imagem institucional, já que a postura de empresa ecologicamente correta atrai a preferência dos clientes.

A Figura 5 a seguir, representa o processo logístico reverso de forma simples e dinâmica, como sendo o processo de planejar, executar e controlar o fluxo de matérias-primas, estoque em seguimento e produtos acabados, tendo como objetivo a aquisição de um novo valor ou a realização de um descarte adequado.

Figura 5: Representação esquemática dos processos logísticos diretos e reversos. Fonte: LACERDA (2009). Disponível em:

http://www.sargas.com.br/site/artigos_pdf/artigo_logistica_reversa_leonardo_lacerda.pdf.

Então pode-se afirmar que as matérias reaproveitadas deste processo logístico reverso, retornam ao processo tradicional de suprimentos, produção e distribuição.

A distribuição no sistema logístico além de favorecer a comunidade onde está inserida, a sociedade e o meio ambiente, beneficia ainda a redução dos custos globais, pois é possível ter uma boa economia com base no reaproveitamento de materiais, além de ser ainda um diferencial competitivo numa economia globalizada.

Referências

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