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ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNTS) EM IDOSOS.

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Academic year: 2021

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ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E DOENÇAS

CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNTS) EM IDOSOS.

Thuanne da Silva Santos 1, Rhaine Borges Santos Pedreira2 Saulo Vasconcelos Rocha3, Lélia Renata Carneiro Vasconcelos 4, Clarice Alves dos Santos 5

1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Jequié – Bahia. Membro do Núcleo de Estudo da População – NESP /UESB. Email: thuannesantos@hotmail.com. 2 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Jequié –

Bahia. Membro do Núcleo de Estudo da População – NESP /UESB. Email: rhainebogres@gmail.com 3 Professor assistente DS II da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Jequié-Bahia. Email:

svrocha@uesb.edu.br

4 Professora DS II da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Jequié-Bahia. Email: renatavcarneiro@gmail.com

5 Professora DCHB da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Jequié-Bahia. Email: claricealvesef@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é uma fase comum à espécie humana, responsável por causar diversas alterações no organismo desde os níveis moleculares e morfofisiológico e funcional1. Essas alterações aumentam a exposição as doenças crônicas4.

Dentre os principais fatores de risco para as DCNT em idosos estão os comportamentos relacionados a alimentação não saudável e inatividade física e comportamento sedentário1.

O comportamento sedentário é expressão utilizada para caracterizar o tempo gasto sentado ou deitado na realização de um conjunto de atividades (assistir televisão, utilizar o computador, falar ao telefone, brincar de jogos de vídeo) que não aumentam o dispêndio de energia acima dos valores de repouso (1,0-1,5 MET)2,3.

O elevado tempo destinado ao comportamento sedentário associa-se ao aumento do risco de doenças, além de ser um fator de risco para todas as causas de mortalidade, independentemente do nível de atividade física4.

Apesar do crescimento do número de estudos sobre comportamento sedentário entre a população brasileira nas últimas décadas, ainda são escassos os estudos que investiguem a relação do comportamento sedentário com as doenças crônicas não transmissíveis. Nesse sentido, o propósito do presente estudo foi verificar a associação entre comportamento sedentário e DCNTs em idosos.

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MÉTODO

Trata-se de estudo de corte transversal, realizado no município de Ibicuí-BA, situado no Sudoeste do Estado da Bahia. A área territorial do município é de 1.176,843 Km2 e sua população de 15.785 habitantes5.

A amostra deste estudo foi constituída por indivíduos com idade igual ou maior que 60 anos cadastrados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município. Para o cálculo da amostra foram utilizados os critérios propostos por Luiz e Magnanini6 para populações finitas, sendo adotado nível de significância de 5%, intervalo de confiança de 95% e erro tolerável de 3%. Incluiu-se 10% a mais de sujeitos na amostra para compensar possíveis perdas e recusas.

Após a aplicação dos critérios de exclusão (idosos acamados, portadores de doença de Alzheimer ou outro tipo de doença neurológica que afetasse a cognição) e contabilização das perdas (mudou-se do município, não foi encontrado por mais de 3 vezes na ESF ou domicilio e recusas), a amostra final foi composta por 310 idosos (201 zonas urbana e 109 zonas rural). A taxa de respostas foi de 91,2% com 8,8% (n=31) de recusas e 9,2% (n=29) de exclusão. Os dados foram coletados por meio do formulário denominado Instrumento de Avaliação da Saúde do Idoso (IASI). As variáveis incluídas no estudo foram:

Variável independente: Comportamento sedentário: utilizou-se questões retiradas

do Questionário Internacional de atividade física sobre o tempo gasto sentado. Estimou-se o tempo que o indivíduo permanece sentado em diferentes locais como por exemplo: em casa, no grupo de convivência para idosos, no consultório médico e outros. Isso inclui o tempo sentado, enquanto descansa, assiste televisão, faz trabalhos manuais, visita amigos e parentes, faz leituras, telefonemas e realiza as refeições. Não foram incluídos o tempo gasto sentado durante o transporte em ônibus, carro, trem e metrô. A exposição a comportamento sedentário foi determinada pelo tempo (horas e minutos) despendido para realização das atividades. Sendo considerado alto comportamento sedentário o tempo gasto sentado igual ou superior a 260 minutos por dia

Variável dependente: Estado de saúde: percepção geral do estado de saúde e

doenças auto-referidas (hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatia, acidente vascular encefálico, reumatismo, dores na coluna).

Utizou-se o teste estatístico qui-quadrado de Pearson com nível de significância de 5% para avaliação da associação entre as variáveis em estudo.

Para confecção do banco de dados, foi utilizado o software Epidata, versão 3.1b, e a análise foi feita por meio do pacote estatístico SPSS versão 22.0.

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RESULTADOS

A média de idade dos entrevistados foi de 71,62 ± 8,15 anos, com maior percentual de mulheres (56,5%), indivíduos na faixa etária entre 60-79 anos (83,9%), alfabetizados (56,1%), que vivem sem companheiro (51,0%) e em estado de corresidência (78,4%).

Ao analisar a frequência de comportamento sedentário, foi observada uma prevalência de 42,3%, indivíduos do sexo masculino (45,2%), com níveis mais altos de escolaridade (43,7%), de faixa etária mais elevada (46,0%), que não tem companheiros (48,1%) e que moram acompanhados (42,4%) dispendem maior tempo em atividades sedentárias (Tabela 1).

Através da tabela 2 mostra-se a associação entre comportamento sedentário e condições de saúde. Foi verificado que aqueles que referem ser acometidos por hipertensão arterial sistêmica (45,7%), AVC (55,0%) e doenças cardíacas (52,4%) apresentam maior frequência de comportamento sedentário quando comparado aos seus pares.

Tabela 1. Comportamento sedentário segundo características sociodemográficas, Ibicuí,

2014. Variáveis n % IC Valor de p Faixa etária 60 – 79 108 41,5 - 0,559 80 ou mais 23 46,0 82,0-142,0 Sexo Feminino 70 40,0 - 0,359 Masculino 61 45,2 78,5 - 194,7 Escolaridade Alfabetizado 76 43,7 55,6 - 138,0 0,567 Não- alfabetizado 55 40,4 - Situação Conjugal Sem companheiro 76 48,1 38,8 - 96,4 0,034 Com companheiro 55 36,2 - Situação de moradia Sozinho 28 41,8 56,4 - 168,8 0,930 Acompanhado 103 42,4 -

Tabela 2. Comportamento sedentário segundo características do estado de saúde, Ibicuí,

2014.

Variáveis n % RP IC Valor de p

Reumatismo

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Sim 41 41,8 97,5 60,0 – 158,4 - Dores na coluna Não 47 42,3 - - 0,982 Sim 84 42,2 99,5 62,2 – 159,1 - Hipertensão arterial sistêmica Não 40 36,0 - - 0,098 Sim 91 45,7 149,6 92,8 – 241,1 - AVC Não 120 41,4 173,1 69,6 – 430,8 0,233 Sim 11 55,0 - - - Hipercolesterolemia Não 93 43,5 - 76,6-114,0 0,52 Sim 38 39,6 85,2 52,2 – 139,2 - Doenças cardíacas Não 109 40,7 - - 0,153 Sim 22 52,4 160,5 83,5 – 308,2 - DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo sugerem que tempos prolongados de exposição ao comportamento sedentário está associado a maior ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (45,7%), AVC (55,0%) e doenças cardíacas (52,4%).

As exposições ao comportamento sedentário desencadeiam uma maior liberação de macrófagos ativos, tais células possuem a função de produzir citocinas pro-inflamatórias responsáveis por desempenhar um papel fundamental na patogênese das dislipidemias, hipertensão arterial e doenças cardíacas4,7. Além disso, a perpetuação do processo inflamatório pode atuar como um fator desencadeante da síndrome metabólica e doenças endoteliais como arteriosclerose8.

Um outro maleficio causado pelo comportamento sedentário que não pode ser esquecido é a diminuição da atividade da lipoproteína lipase (LPL), enzima que possui por função regular a absorção de triglicerídeos e a produção de proteínas de alta densidade no musculoesquelético (HDL). Desta forma a medida que a atividade enzimática da LPL é reduzida, a concentração de HDL no sangue também diminui, e consequentemente aumenta-se o risco para doenças cardíacas coronarianas4.

Entre as limitações do estudo pode-se apontar o próprio delineamento da pesquisa. Por se tratar de um estudo transversal não foi possível estabelecer relações causais direta entre as variáveis do estudo. Além do mais a mensuração do nível de atividade física e do comportamento por meio de questionário e não por uso de aparelhos de mensuração, pode ter subestimado ou superestimado alguns dados.

CONCLUSÃO

O elevado tempo dispendido em comportamento sedentário está associado à ocorrência de doenças cardiovasculares como Hipertensão Arterial, Acidente Vascular Cerebral e doenças Cardíacas. Espera-se que a informação gerada nesse estudo sirva de

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subsídio para as políticas públicas de saúde sendo possível estabelecer recomendações que restrinjam o tempo gasto na realização de atividades com baixo gasto energético.

REFERÊNCIAS

Martinez AME. A evolução das redes eletrônicas de comunicação e o uso estratégico de Intranet por unidades de informação. Infor&Infor. 2000 jul-dez; 5(2):81-92.

1 GOTTLIEB MGValle et al. Envelhecimento e longevidade no Rio Grande do Sul: um perfil histórico, étnico e de morbi-mortalidade dos idosos. Rev. bras. geriatr. gerontol. 2011; 14(2):365-380.

2 SILVA DAS et. al. Comportamento sedentário no recreio escolar e fatores sociodemográficos associados. R. da Educação Física/UEM 2010; 21(2):255-261.

3 JUNIOR JCF. Atividade física e comportamento sedentário: estamos caminhando para uma mudança de paradigma?. Rev. Bras. de Atividade Fí sica & Saúde 2011; 16(4).

4 MENEGUCI J et., al. Comportamento sedentário: conceito, implicações fisiológicas e os procedimentos de avaliação. Rev.Motricidade. 2014; 11(1):160-174.

5 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010: resultados preliminares da amostra. Rio de Janeiro, 2011.

6 Luiz RR, Magnanini MMF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações epidemiológicas. Cad Saude Colet 2000; 8(2):9-28.

7 Dunstan DW et al. Breaking up prolonged sitting reduces postprandial glucose and insulin responses. Diabetes Care 2012; 35(5):976–983.

8 Heber D. An integrative view of obesity. The American Journal of Clinical Nutrition 2010; 91(1):280S–283S.

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