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A cobertura fotojornalística das Olimpíadas 2016 nos portais internacionais – Fase 2

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A Cobertura Fotojornalística das Olimpíadas 2016 nos Portais Internacionais – Fase 2 Aluna: Renata Tavares Benia

Orientadora: Greice Schneider

1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O projeto se concentrou, em primeiro momento, na revisão bibliográfica por meio de leituras, fichamentos e discussões e, em um segundo momento, se deteve na atividade genuinamente prática de examinar as galerias dos portais internacionais BBC, The Guardian, New York Times e El Pais a partir da cobertura das Olimpíadas 2016. Essa fase foi dividida em coleta de dados, o levantamento e análise do material, a criação de critérios para análise (estando estas atividades acompanhadas com a produção de artigos a fim de expor os resultados de tais exames e exercícios).

Como ponto de partida, a primeira etapa do projeto foi substancialmente teórica, contornada assim pelas atividades de leituras, fichamentos e debates ao que compete o objeto do projeto; estudos sobre análise da imagem fotográfica, narrativa, fotojornalismo contemporâneo, dentre outras discussões em torno de. Nesse sentido, a revisão de literatura partiu de leituras inerentes à análise da imagem (CASADEI, 2015; BARTHES, 1990), fotojornalismo (SCHNEIDER, 2015; RITCHIN, 2013); novos regimes de tempo e percepção do cenário do fotojornalismo (DUBOIS; FATORELLI; BAIO; VELASCO E CRUS; DOBAL, 2016), narratividade visual (PICADO, 2015; CASADEI, 2015), assim como se debruçou sob os estudos envoltos à estrutura narrativa (BARTHES, 2012), narrativa clássica (HERMAN; JAHN; RYAN, 2005) e sobre galerias on-line (CAPLE, 2013; CAPLE, KNOX, 2012).

Tendo o pressuposto teórico firmado, a segunda etapa do projeto pôde ser encaminhada de modo determinante na medida em que os aportes teóricos para além de pano de fundo contribuíam para a análise erguida das galerias dos portais. Em essência, a análise se dedica em observar e expor por meio de descrições e elucidações sobre como a cobertura fotojornalística das galerias destes portais vem sendo trabalhada, como se dialoga com os recursos multimidiáticos e, a partir deste olhar mais cuidado, discutir e apontar as possíveis novas tendências encontradas nesses terrenos abarcados. Além dessas etapas, ao decorrer do projeto, firmava-se o compromisso de buscas por periódicos científicos da área de modo que

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pudesse haver um acompanhamento do estado da arte, além do conhecimento dos caminhos possíveis à publicação dos resultados futuros, bem como leituras oportunas à linha trabalhada.

Nos primeiros momentos do projeto, foram propostos encontros com outros estudantes pesquisadores (do Mestrado do PPGCOM), a fim de que esse encontro pudesse manifestar um exercício colaborador e construtivo para a produção das atividades do projeto. O diálogo firmado entre essa integração do mestrado e iniciação científica pôde desenhar caminhos cruciais para o desdobrar do presente projeto a partir das discussões sobre análise da imagem – sendo este idêntico foco que era abraçado também pelos projetos em execução dos orientandos do Mestrado.

Outro ponto de integração expressivamente decisivo, para além dos encontros de orientação e diálogo com orientados do PPGCOM, foi o encontro do grupo de pesquisa Poéticas Fotográficas (havendo uma interlocução com os outros participantes de outras universidades). No período de uma vez por semana, orientandos do Mestrado, de Iniciação Científica e outros alunos presentes no grupo, se encontravam para fomentar e levantar o debate sobre o que vem sendo produzido dentro do próprio âmbito, por estes mesmos integrantes. Isto é, cumpre dizer que os encontros instalavam uma eminente função na medida em que erguiam discussões dos objetos pertinentes ao projeto trabalho de iniciação científica, mas, sobretudo, se firmava atividades significantes e muito expressivas para a produção do conhecimento a partir do que os próprios integrantes do grupo estavam produzindo no momento com seus projetos e artigos específicos. Impera o sentido valioso de que, para além do exercício de discussão, a produção de conhecimento também se voltava para uma experiência mais rica em torno de avaliação de outros materiais científicos, a partir da análise que os integrantes levantavam do texto de um membro do grupo proposto ao debate.

É igualmente valioso lembrar das produções de artigos feitas a partir dos resultados que vinham sendo evidenciados no projeto em questão. Desse modo, fora produzido um texto que se dirigia à análise de uma matéria fotojornalística da BBC, sendo este encaminhado sob forma de resumo expandido para o evento científico in-Comunicações, apresentado por Renata Benia e Luara Pereira (membro voluntário no projeto em questão que

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se dedicou à análise dos portais brasileiros) no GT de Jornalismo. Depois deste momento, encaminhou-se para a produção do artigo final que se preocupa em expor os resultados finais do projeto a partir da análise das galerias dos portais mencionados. Também se dedicou à elaboração de um texto para o site da RedeGrafo (rede em que o grupo de pesquisa abarcado neste projeto faz parte, e que, integra e promove a discussão de outros grupos de pesquisas que se preocupam em estudar narrativas visuais).

Ao passo destes exercícios, a etapa da análise vinha se concretizando. Analisaram-se 79 galerias. Diante disto, criaram-Analisaram-se critérios para análiAnalisaram-se destas galerias para entender como funcionavam suas abordagens e tratamento com as imagens fotográficas tendo em vista um exame mais cuidadoso sobre novas dinâmicas dentro do fotojornalismo e o que estava sendo produzido e como estava sendo produzido. Trabalhou-se com os dados levantados, tabularam-se estes dados, elaboraram-se gráficos, e finalmente, foi feita a análise destes dados e assim pôde ser possível um esboço do artigo final.

Figura 1: Tabulação dos dados: Critérios de análise das galerias Fonte: a autora (2017)

Os critérios elaborados foram; a relação entre o texto e imagem, a quantidade de imagens presentes na galeria, o tipo de sequencialidade das imagens, o critério de organização das imagens, as fontes das imagens e matéria, o tipo de legenda, o layout da página, o tipo de navegação da página, a presença ou ausência de bordas na imagem, assim como quais recursos multimidiáticos são explorados. Tais critérios foram fundamentais não somente para propor uma nova metodologia de análise que pudesse dar conta das galerias

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on-line destes portais, mas para revelar aspectos e produções expressivas presentes em portais diferentes entre si.

No momento final do projeto em questão, concentrou-se na produção do artigo intitulado como “Para além do caráter indicial: A abordagem fotojornalística da cobertura das Olimpíadas 2016 feita pelos portais Guardian, New York Times e El Pais”, que cumpre discutir justamente os resultados levantados pela pesquisa desenvolvida. O artigo busca discutir, nesse viés, o novo panorama do exercício feito com as imagens no jornalismo contemporâneo, levando como foco as galerias on-line dos portais Guardian, New York Times e El Pais a partir da cobertura feita durante as Olimpíadas 2016. Guia-se então para outras discussões inerentes ao novo panorama de convergência midiática e protocolos de produção, recepção e circulação que são abordados em função das novas possibilidades narrativas, com uso das fotografias em união aos outros recursos midiáticos e novos ângulos propostos pelo fotojornalismo contemporâneo. O referido artigo foi submetido no dia 16 de Julho de 2017 para a Divisão Temática Comunicação Audiovisual, no GP Fotografia, da Intercom Júnior - XXI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom.

2. JUSTIFICATIVA DE ADEQUAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO

Inicialmente a proposta era analisar as galerias dos portais BBC, El Pais, New York Times e The Guardian, no entanto, ao decorrer do projeto notou-se que a BBC não apresentava galerias, embora suas matérias tivessem rendido frutos para texto produzido do projeto em questão.

3. OUTRAS ATIVIDADES

Algumas atividades foram importantes e decisivas, a partir de encontros permeados por debates acerca do objeto estudado neste projeto. Ao longo do projeto, participou-se como voluntária das aulas na disciplina Teorias da Imagem (no programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFS – PPGCOM), bem como da disciplina Fotojornalismo. As disciplinas cumpriam uma função basilar de fomentar a discussão para o campo das imagens fotográficas, e, em efeito, esse ponto de encontro que versa sobre o objeto do presente

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projeto foi importante para um progresso positivo para as execuções das atividades envoltas. Foi mantido contato com discussões implicadas no estudo da percepção visual (GOMBRICH, 1995, 2012; ECO, 2003; AUMONT, 2000; CRARY, 2013, MULVEY, 1983), dispositivos ópticos e a relação com a percepção visual (KITLER, 1999; DUBOIS, 2012), noções pertinentes à relação imagem e tempo (DELEUZE, 2005; GROENSTEEN, 2007), questões políticas em torno do uso da imagem (BAUDRILLARD, 1991; DEBORD, 2003) e o poder das imagens e relação com os estudos visuais (MITCHELL, 1995; MITCHELL, 2015, RANCIÈRE, 2015). Além disso, tendo o O Ato Fotográfico de Dubois (2012) como proposta também de discussão, este teve discussão mediada sob cargo da bolsista.

Participou-se também de outros tipos de encontros importantes para a reflexão e construção de conhecimento sobre o objeto trabalho, a saber: palestra Paisagem e Cinema e Seminário Comunicação e Experiência Estética ministrado por Benjamim Picado (professor da Universidade Federal Fluminense e também membro do RedeGrafo (a RedeGrafo trata-se de uma rede que se encontra vinculada ao grupo de pesquisa Poéticas Fotográficas que é referente ao presente projeto trabalhado).

A RedeGrafo - Rede Integrada de Pesquisa em Teoria e Análise da Fotografia e das Narrativas Visuais se configura enquanto uma aproximação fundamental para as reflexões levantadas em torno deste estudo, especialmente porque é uma rede que se preocupa em trazer à tona discussões contemporâneas em torno das teorias e análise das imagens fotográficas e das narrativas visuais. Além disso, reúne pesquisadores de diferentes universidades, carregando diferentes experiências e objetos de estudo. Esse encontro, assim como os encontros dos seminários, palestras e grupo de pesquisa são de suma importância para o fomento do debate dos novos regimes e relações com imagens, em especial no fotojornalismo. Enquanto integrante da rede, houve um momento para dedicar-se à manutenção do site, inclusão de posts, páginas, imagens, e finalmente, voltou-se para o momento da produção de um texto para ser publicado no site. O texto para o formato blog buscava justamente conceber a discussão sobre o expediente narrativo e a nova dinâmica no fotojornalismo contemporâneo. Nesse sentido, não somente se endereçando para o público

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acadêmico da área em questão, mas se desdobrando para o diálogo com a sociedade em questão a partir da plataforma blog e estrutura do texto pertinente a este.

Uma vez que o projeto envolve a exploração de novas tendências no fotojornalismo contemporâneo, alguns momentos de pesquisas exploratórias foram essenciais, em especial sobre novos projetos narrativos desempenhados, bem como fotografias mais recentes e recorrentes em termos de impacto visual e reverberação no último período. Um exemplo destas buscas foi a coleta de imagens da cobertura dos protestos contra a PEC no Brasil. Estas buscas se tornaram potencialmente expressivas, em especial, a partir dos diálogos nas disciplinas de Fotojornalismo, acompanhada pela aluna bolsista ao longo do projeto para que pudesse colaborar com as atividades do projeto.

4. RESULTADOS FINAIS

Puderam ser evidenciadas algumas perspectivas dentro do fotojornalismo a partir do desenvolvimento do projeto em questão. Através das atividades que ampliaram a discussão e introduziram novos horizontes teóricos e práticos acerca da narratividade visual dentro do fotojornalismo, despertou para além de um aprofundamento teórico, uma percepção mais acentuada sobre o terreno do fotojornalismo contemporâneo. A partir da análise das galerias on-line dos portais BBC, El Pais, New York Times e The Guardian, constatou-se que a maneira como se vem tratando as imagens fotográficas ainda é pouco explorada e tímida quando pensamos nas possibilidades de endereçamento e articulações com recursos multimidiáticos disponíveis em tempos de convergência. O que sugere dizer que há uma forte tendência em haver uma sequencialidade deliberativa, ao invés, por exemplo, de narrativa. Esse fator indica um comportamento frequente de as galerias on-line funcionarem como espaços em que se alocam imagens aglomeradas sem considerar um fio condutor narrativo que expanda o evento ao leitor, que enderece a notícia de modo visual por uma maneira mais dinâmica e atípica. Percebe-se ainda a relação de ancoragem muito forte entre imagem e texto, fato este que aponta para tal problemática discutida anteriormente. O resultado é uma experiência mais rasa que o leitor irá possuir com a informação proposta visualmente.

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Compete lembrar que as galerias on-line enquanto espaços de informação, também podem assumir um papel de um novo modo de relatar notícias e que ainda podem ser um espaço multimodal decisivo enquanto método para contar histórias e que, enquanto espaços que tem uma sequência que abarca início, meio e fim. É possível ampliar a compreensão sobre as galerias on-line, suas possibilidades de articulação e novos diálogos, isto é, ainda há muito que se explorar a partir destes terrenos que abrigam não somente um amontoado de imagens, mas uma variedade de elementos multimidiáticos em parceria.

O exame de tais galerias ainda abre espaço não somente para reflexão sobre a cobertura fotojornalística das Olimpíadas 2016, mas concebe um espaço para se pensar sobre o que vem sendo realizado no fotojornalismo contemporâneo, as implicações na recepção dos leitores para além do caráter indicial da imagem fotográfica e o “estar lá” do fotógrafo, tal como sobre discussões e comparações em torno do uso das fotografias nas galerias on-line dos portais jornalísticos. Num primeiro momento, é oportuno levantar a ideia de que as galerias on-line se tratam de novas galerias (CAPLE, 2012), pois galerias fotográficas não são exclusivamente novas, mas é apenas um novo endereçamento destas que demarca um terreno diferente; no espaço on-line. O ponto de partida perpassa pela noção de que galerias é um tipo de coleção de fotografias que são organizadas sob um princípio ou algum tipo de objetivo guiado (CAPLE, KNOX, 2012).

Ainda que pese o princípio evidenciado de as galeiras on-line apontarem a uma tendência de 'estacionamento de fotos" (CAPLE, 2012) propondo um cuidado e exploração tímida da imagem, o estudo pôde notar interessantes caminhos dentro do fotojornalismo, exercícios importantes em termos de novas dinâmicas e articulações, como é o caso das galerias do portal New York Times. Revela que, para além, da competência esperada de a imagem contar a história por si só, há uma preocupação em romper a barreira da polissemia da imagem e com, os elementos como texto, links, conteúdos colaborativos, esse fato torna-se realçado. Aqui o evento narrado não está exclusivamente mergulhado em uma sequencialidade saturada de imagens amontoadas sustentadas por uma sequencialidade aleatória, mas é guiado por uma articulação entre diferentes elementos multimidiáticos na medida em que possibilita uma ampliação dos contextos dos eventos, das novas facetas dos eventos que, possivelmente, não seria desdobrados – para além da síntese – caso ficassem à

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cargo de serem representados por uma imagem fixa. Uma abordagem narrativa que se volta para o aprofundamento dos eventos em união às novas maneiras de articulação dos conteúdos ao que toca o fotojornalismo torna possível um viés mais sensorial e mais simbólico ao leitor que se depara com o contexto representado pelas fotografias. Esses códigos receptivos, de reconhecimento e de transmissão (ECO, 2004) passam a potencializar a carga sentimental presente nos eventos e a atmosfera que cerca estes eventos guiados colaborando com a experiência de tais leitores e a maneira como recebem e efetuam a leitura de tais informações.

Ainda que boa parte das galerias concebam uma sequencialidade temática e isso possa soar mais uma vez uma aglomerado de fotografias juntas, há um diálogo expressivo entre imagem e texto, na medida em que existe uma relação de revezamento (BARTHES, 1990), de cooperação mútua. São galerias que para além de fornecer imagens sobre um evento, dão conta de informar e expandir este evento ao leitor. Ou seja, há uma preocupação em romper a polissemia da imagem a partir de textos, links, e até mesmo conteúdos colaborativos. O evento que é inserido nas galerias não está abraçado apenas em uma sequencialidade de imagens amontoadas até mesmo de modo aleatório, mas por uma articulação eminente.

Outro aspecto fundamental para se expor é a diagramação das galerias. Inicialmente percebeu-se que as galerias do El Pais dificultam a experiência de leitura e afetiva que o leitor tem com as imagens, pois a navegação é comprometida pelo layout que não abriga toda a imagem em união ao slideshow que adianta as imagens sem o clique do sujeito. Contudo, após outros exames, descobriu-se que seria possível alterar esse formato de visualização a um formato mais expandido que potencializasse a fotografia em um espaço maior na página. Assim, fala-se da diagramação porque é conveniente lembrar que ela cumpre um papel decisivo na experiência visual do sujeito, isto em função de promover efeitos de suspense ou de curiosidade; algo bastante marcado nas galerias do The Guardian e na outra opção de visualização do El Pais.

É certo que a tendência das galerias é apresentar muitas imagens ou um teor saturado destas, e por vezes, carregada de uma sequencialidade deliberativa ou temática, por outro viés, o estudo observou casos narrativos e que apontaram para novas configurações no

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fotojornalismo. Enquanto alguns portais como a BBC possibilitam uma interação mais expressiva do leitor por meio das matérias, outros não espelham ainda este comportamento no campo da convergência. Essa articulação se torna decisiva, pois não dá margem para que a fotografia por si só, de modo solitário dê conta de ser um componente resumidor de todo o evento. Tendo em vista a polissemia inerente às imagens estáticas, implica no juízo de que, para além do texto, é necessário ainda repensar nos outros tipos de diálogos a fim de ampliar a experiência do leitor com a notícia.

É nesse sentido que o debate em torno do fotojornalismo nos convida a pensar sobre as maneiras como se exploram as imagens e não apenas para a exaltação das novas tecnologias e ferramentas disponíveis. A esfera em questão vai muito além disto, se faz necessário uma postura ativa do editor e do fotógrafo, de modo que considere outras perspectivas de registro, tal como pontua Ritchin (2013) ao nos lembrar sobre a crise do fotojornalismo enquanto ao crise do uso das imagens, e chamando atenção para as novas tendências de produção fotográfica. Rompendo as barreiras da ordem puramente indicial, da imagem que privilegia o momento decisivo, e abrindo espaço para uma imagem mais dinâmica, uma imagem que promova um novo tipo de experiência com o leitor.

O desafio, nesse realce, não é apenas pensar nas possibilidades de se explorar o expediente narrativo com imagens que não têm movimento em sua natureza, mas pensar nas potencialidades que são disponíveis para propor um diálogo com essas imagens estáticas. Uma cooperação entre os elementos multimidiáticos torna possível um relevo narrativo, mas também uma preocupação mais atenta com o layout da página, a sequencialidade das imagens, também torna possível um contato mais sensorial e simbólico ao leitor que é endereçado.

REFERÊNCIAS

AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas: Papirus, 2000.

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