Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Prostar Saúde (Nelas)

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Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Licenciatura em Desporto

Relatório de Estágio

Prostar Saúde

2010/2011

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Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

David Manuel Loureiro Pereira

Prostar Saúde

Urbanização Varandas da Serra, Rua de Mondego, lote 4

3520-063 Nelas

28 de Setembro 2010 a 17 de Junho de 2011

Supervisor na Organização

Professor Luís Miguel Ferreira dos Santos

Orientador na ESECD Professora Bernardete Jorge

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Agradecimentos

Nunca teria chegado a poder realizar este relatório de estágio, sem o apoio incondicional de muitas pessoas durante estes três anos da minha licenciatura.

Agradeço primeiramente aos meus pais, Luís Paulo e Maria Emília, a minha irmã Elisabete, a minha avó Maria Otília e a todos os familiares pelo apoio emocional e financeiro durante estes três anos de licenciatura.

A todos que partiram e deixaram seus ensinamentos e muitas saudades.

Um agradecimento especial à minha namorada Ana, pelo apoio, amor e carinho, sempre presente nos momentos mais difíceis e me motivando para que seguisse adiante com a licenciatura e este relatório de estágio.

Agradeço ao Diogo, companheiro de casa e de trabalho, e aos restantes amigos de trabalho, o André e o Francisco.

Agradeço a todos os restantes colegas pelos grandes momentos de partilha, divertimento e amizade.

À professora Bernardete como orientadora na ESECD.

À Dona Cristina e ao Senhor João, donos da clínica Prostar Saúde, por me aceitarem para a realização deste Estagio, pela simpatia, confiança, amizade e apoio durante todo este período.

Ao professor Miguel Santos, que me aconselhou e confiou nas minhas capacidades para lidar com os utentes do ginásio.

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Índice

Agradecimentos ... iii

Índice de Tabelas ... v

Índice de Figuras ... vi

Índice de gráficos ... vii

Introdução ... 1

Parte I- Caracterização da Organização ... 2

1.1- Situação Geográfica ... 2

1.2- Caracterização do Local ... 4

1.3- População Alvo ... 5

Parte II- Actividades Desenvolvidas ... 6

Parte III- Reflexão Final ... 14

Bibliografia ... 16

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Índice de Tabelas

Tabela 1- Planificação Semanal ... 6 Tabela 2- Planificação Anual ... 7

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Índice de Figuras

Figura 1- Bandeira da vila de Nelas ... 2

Figura 2- Zona Industrial de Nelas ... 2

Figura 3- Piscinas Municipais ... 3

Figura 4- Pavilhão Desportivo ... 3

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Índice de gráficos

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Introdução

Este relatório é um dos elementos de avaliação do Estágio Curricular, Unidade Curricular pertencente ao terceiro ano da Licenciatura em Desporto, do Instituto Politécnico da Guarda. Tem como objectivo completar a nossa formação académica através da realização de tarefas e funções em Instituições de âmbito desportivo.

O estágio realizou-se na clínica privada Prostar Saúde, situada em Nelas, no ginásio desta instituição. Escolhemos estagiar num ginásio de forma a alargar nossos conhecimentos nessa área, de conhecer mais uma área de trabalho para futuros técnicos de desporto. Visto que já trabalho na área do futebol de 11 há 4 anos com miúdos com idades entre os 12 e 16 anos (iniciados e juvenis), consideramos que devíamos expandir a nossa área de conhecimento e especialização noutra área desportiva.

Conhecemos e escolhemos este ginásio porque se situa a 5km da minha vila de residência sendo fácil e próxima a deslocação. Outro motivo foi devido ao conhecimento que tínhamos do local e dos seus donos, o que facilita as relações. Este ginásio faz parte de uma clínica, ou seja poderemos trabalhar com a fisioterapeuta (área que também apreciamos muito), na possível recuperação de lesões que lá são tratadas nas máquinas dos exercícios, prescrevendo, com os conselhos da fisioterapeuta, exercícios de recuperação das lesões dos clientes. O último motivo foi o facto de termos uma possível saída profissional nesse ginásio, visto não existir um técnico para o ginásio de forma a cobrir diariamente as horas de abertura deste.

Anteriormente, e sobre a orientação da professora Bernardete Jorge, foi realizado um Projecto de Estágio, que se encontra anexado a este relatório. O objectivo desse projecto foi fazer uma previsão, do que se iria realizar neste estágio, do que iria acontecer e do que esperávamos deste estágio.

Este relatório encontra-se dividido em três pontos. No primeiro ponto será caracterizado a Instituição, no segundo as actividades desenvolvidas e para terminar uma reflexão final.

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Figura 1- Bandeira da vila de Nelas

Figura 2- Zona Industrial de Nelas

Parte I- Caracterização da Organização

1.1- Situação Geográfica

O local de estágio que escolhemos é a Clínica Prostar Saúde Lda, onde estagiámos no ginásio que se situa nessa clínica. Este ginásio situa se em Nelas, vila com cerca de 4100 habitantes, pertencente ao Distrito de Viseu, no concelho de Nelas. Esta clínica situa se na Urbanização Varandas da Serra, na Rua de Mondego, a 5km de

Canas de Senhorim.

Nelas é sede de um município com 127,82 km² de área e 14 283 habitantes (2001), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Mangualde, a sudeste por Seia e Oliveira do Hospital, a oeste por Carregal do Sal e a noroeste por Viseu. O concelho designou-se Senhorim até 1852 quando a sede

passou para Nelas (Fonte: Wikipédia).

A vila de Nelas é um dos pólos turísticos mais interessantes e polivalentes da região, tendo um diverso património arquitectónico, nomeadamente solares senhoriais dos séculos XVII e XVIII. Em tempos remotos, durante o século XII, Nelas era uma pequena aldeia integrada nas terras de Senhorim. Com o de correr dos anos, foi evoluindo e, nos meados do séc. XIX, através da reforma autárquica de Fontes Pereira de Melo, Nelas foi elevada a sede de concelho, no dia 19 de Dezembro de 1852, tendo-se comemorado, recentemente, os seus 150 anos. Fica situada no planalto Beirão entre as serras da Estrela e do Caramulo e os vales do Mondego e do Dão, no meio de vinhedos e pinheirais e é atravessada pelas estradas que ligam Viseu a Seia e Coimbra a Espanha.

Por ela passa também a linha da Beira Alta, estando assim servida de óptimas vias de comunicação, o que a fez progredir desde tempos antigos e lhe facilita o seu desenvolvimento, nos dias de hoje, possuindo um enorme parque industrial, que contribui para a riqueza das famílias residentes no concelho.

Fonte (Wikipédia)

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A vila de Nelas tem desenvolvido as suas infra-estruturas desportivas como por exemplo a construção do Pavilhão Desportivo e das Piscinas Municipais.

Apesar dessa aposta no Desporto, não existe nenhuma concorrência para o ginásio da Prostar Saúde. Havendo mesmo assim concorrência ao nível da fisioterapia, visto encontrar-se disponível um outro encontrar-serviço de fisioterapia na vila. Apesar desta concorrência, o encontrar-serviço de fisioterapia tem uma maior aderência e maior quota de mercado, visto a clínica possuir muitos clientes fidelisados, vários protocolos com empresas e acordos com vários seguros, nomeadamente com o seguro da AF Viseu, que permite ao tratamento dos jogadores federados nesta associação na própria clínica, sem que eles pagam algum serviço.

Na vila de Nelas, há ainda a destacar, os costumes e tradições muito antigos, como o cantar das Janeiras, o enterro do Entrudo, as marchas populares, os corsos carnavalescos e a famosa Feira do Vinho do Dão (Fonte: A Nossa Terra).

Figura 3- Piscinas Municipais Figura 4- Pavilhão Desportivo

Fonte (A Nossa Terra) Fonte (A Nossa Terra)

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1.2- Caracterização do Local

A clínica Prostar Saúde foi criada a oito de Março de 2004, tendo então recentemente festejado os seus sete anos de abertura, por um casal, que continuam responsáveis pela clínica e trabalham na recepção dos utentes, marcações das consultas de medicina, fisioterapia, etc. Este ginásio caracteriza-se por fazer parte desta clínica privada, aberta das 9h às 13h e das 14h às 22h, possui vários serviços como fisioterapia, terapia da fala, consultas médicas em vários ramos como ortopedia, cardiologia, psiquiatria, pediatria, acupunctura, etc., serviços complementares de enfermagem ou assistência domiciliária e sala de musculação. É neste serviço de sala de musculação em que eu estagiei.

A clínica possui uma sala de fisioterapia, gabinetes para consultas, balneários, sala de banho turco e o ginásio, que serve também de ginásio de reabilitação para os utentes da fisioterapia.

O logótipo da instituição é representado por uma cruz cinzenta com um boneco azul, representando a saúde e o exercício físico, demonstrando os objectivos da instituição e os serviços prestados, aliar a

saúde e o desporto. O nome deriva da “aglutinação” da expressão “profissionais da saúde”. E da tradução de estrela em inglês (star), porque a clínica tem uma visão fantástica e privilegiada para a Serra da Estrela. Daí o nome Prostar Saúde (PRO-STAR-SAÚDE).

Fomos orientados pelos donos do ginásio diariamente e pelo meu tutor, o professor Miguel Santos que nos deu as orientações iniciais, e ia controlando o trabalho e seguimento que fazíamos aos utentes, não estando diariamente presente no local de estágio.

A clínica encontra-se dividida em cinco partes, repartidas por dois pisos. Na entrada podemos encontrar a recepção e um bar no centro da divisão, do lado direito o consultório para os médicos diversos, e do lado esquerdo a sala de fisioterapia. Podemos também encontrar os balneários. No primeiro andar estão em funcionamento a sala de musculação/recuperação e a sala de aeróbica.

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Os serviços disponíveis pela clínica permitam tratar qualquer doença ou lesões, visto estarem disponíveis várias consultas de médicos e especialistas nas suas especialidades, e um serviço de fisioterapia que possui uma sala de recuperação.

1.3- População Alvo

São mais de dois milhões os portugueses que praticam desporto regularmente, de acordo com os dados do estudo Consumidor 2004, da Marktest.

Na nossa entrada na Instituição o ginásio era frequentado por 105 utentes. Os utentes do ginásio Prostar Saúde têm idades compreendidas entre os 16 e os 70anos. Para mais de 80% dos utentes, os seus objectivos pessoais de treino e razões por frequentar o ginásio são procurar o seu bem-estar físico e emocional. Sendo para os restantes objectivos de aumento da massa muscular e melhoria das performances.

Segundo estudos recentes, mais de metade da população portuguesa (53%) tem excesso de peso e muitos são os que já sofrem de obesidade mórbida que os obriga a colocar “bandas gástricas” no estômago para não comerem demais e poderem ter alguma mobilidade ou qualidade de vida no seu dia-a-dia (Palmela, 2008).

Grandes maiorias dos utentes deslocam-se ao ginásio após suas horas de trabalho, procurando relaxar praticando uma actividade física saudável. Este ginásio é também um local de encontro de várias pessoas, que se cruzam após o emprego e conversam sobre o seu dia, aproveitando o momento e praticando por exemplo exercício físico na bicicleta, ou na passadeira, visto as intensidades e os ritmos não serem muitos elevados, algumas pessoas conseguem fazer isso. Outro momento de relaxação das pessoas é nas pausas entre os exercícios.

Para que estas pessoas tenham gosto e continuem a frequentar o ginásio, foi preciso criarmos um excelente ambiente entre os utentes e connosco, como técnicos do ginásio. As pessoas que tinham como objectivos de relaxar e estar bem fisicamente, psicologicamente e no seu corpo, e por isso frequentavam o ginásio. Com ajuda de um excelente ambiente, elas tem mais prazer em deslocar se, e podendo também ser acompanhas por amigos ou amigas, aumentando o número de utentes do ginásio, e por isso seus lucros.

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Parte II- Actividades Desenvolvidas

Inicialmente, e como se pode verificar no projecto de estágio em anexo, a planificação semanal realizada e prevista era quarta e sexta-feira das 18h as 22h. Devido ao entusiasmo dos nossos responsáveis e dos utentes do ginásio, a planificação foi alterada. Esta planificação foi um pouco também influenciada devido aos treinos de futebol quer sejam como treinador da equipa de juvenis do GDR Canas de Senhorim, ou como jogador no Sport Vale Madeiros e Benfica. Durante as férias, em dias que não tínhamos treino, e até antes destes mesmos, os donos pediram-nos para que realizássemos mais horas, de modo a satisfazer os pedidos dos utentes, sobretudo a nível de realizar treino personalizado, ou devido as aulas de aeróbica e de step (terças e quintas-feiras), a afluência ao ginásio era muito maior. Assim sendo, a planificação semanal foi a seguinte:

Tabela 1- Planificação Semanal

HORA 4ª FEIRA 5ªFEIRA 6ªFEIRA

09H 10H 11H 12H 13H 14H 15H 16H 17H Dependendo 18H 19H da 20H 21H Disponibilidade 22H HORA DE ESTÁGIO

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Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

1 sex seg qua sab ter ter sex dom qua

2 sab ter qui dom qua qua sab seg qui

3 dom qua sex seg qui qui dom ter sex

4 seg qui sáb ter sex sex seg qua sáb

5 ter sex dom qua sáb sáb ter qui dom

6 qua sab seg qui dom dom qua sex seg

7 qui dom ter sex seg seg qui sáb ter

8 sex seg qua sáb ter ter sex dom qua

9 sáb ter qui dom qua qua sáb seg qui

13 qua sáb seg qui dom dom qua sex seg

29 sex seg qua sáb ter sex dom qua

30 sáb ter qui dom qua sáb seg qui

De seguida observa-se a planificação anual:

Reunião Estágio Fim-de-semana Tabela 2- Planificação Anual

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A primeira tarefa que realizamos sobre os conselhos do tutor foi a realização das fichas de utente, e dos planos de treino (ver anexo 4). Segundo ele, os planos devem ser simples, representar a máquina, de preferência numa foto ou desenho com uma tabela ao lado dela, com a carga (volume, intensidade, duração). Devemos adaptar a nossa linguagem, e fazer sentir bem e dar vontade ao utente em voltar ao ginásio. É com estes conselhos que iniciamos o estágio, no dia 29 de Setembro.

Inicialmente existiu alguma falta de confiança, ou timidez em relação as pessoas, que passou muito rapidamente. Logo no primeiro dia seguimos algumas pessoas no seu treino.

Neste ginásio, o treino individualizado é como uma opção para os utentes, podendo aceitar ou não os conselhos, ou ajuda na criação de um plano de treino. Grande maioria dos utentes, como já referimos anteriormente, frequentam o ginásio a procura do bem estado físico e emocional. São poucos os utentes que tenham como objectivo um treino para aumento da suas massas musculares, não aceitavam na grande maioria dos casos um treino acompanhado. Por norma, estes utentes preferiam o treino individual, sem conselhos, pedindo apenas as vezes alguma ajuda em termos de segurança dos alteres. Não pediram, nem aceitavam muito o facto de haver planos, realizar provas de força de modo a definir as cargas ideias etc. Este grupo restringia-se a um pequeno número de utentes. O nosso objectivo com essas pessoas é que não influenciasse posturas e/ou cargas incorrectas a outros utentes, sobretudo jovens, que não tem grande noção nem conhecimentos na área. Com o decorrer do tempo, estes utentes aceitaram cada vez mais a nossa presença, chegando até a pedir conselhos para determinados exercícios. Tivemos oportunidade de prescrever treinos de hipertrofia a alguns utentes.

Com o decorrer do tempo, as pessoas confiavam cada vez mais nas nossas capacidades, conselhos, e criava-se uma relação e um ambiente muito bom no ginásio. Esta relação reflectiu-se na afluência de utentes ao ginásio, como se pode verificar nos dez meses em que estivemos na instituição. Também aumentaram o número de alunas nas aulas de grupo, e as aulas de Kempo começaram a ter muito mais alunos, estes eram utentes do ginásio, e que devido ao facto de estarem no ginásio, tiveram conhecimentos desta modalidade, sendo agora praticantes e participando as aulas de Kempo.

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0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 2 4 6 8 10

Número de Utentes

Gráfico 1- Evolução do Número de Utentes

Neste gráfico verifica-se claramente o aumento do número de utentes do ginásio. Verifica-se que a preocupação das pessoas com a sua saúde e bem-estar tem aumentado durante todo o período do estágio.

Quando entrava um novo utente, o primeiro contacto era realizado através do preenchimento de uma ficha do utente que criamos, que se encontra no anexo 3. Através de uma breve conversa, muito cordial, tentando sempre colocar um a vontade das pessoas, colocávamos-lhes algumas questões, tais como o nome, idade, peso, altura, factores de risco e objectivos pessoais do seu treino.

De seguida, visto a grande maioria das pessoas que pediam conselho era por motivos de perda de peso e bem-estar físico, explicávamos-lhes o que iríamos trabalhar, e como iriam melhorar fisicamente. Uma das primeiras coisas que alertávamos, e algo que algumas pessoas não tinham muito conhecimento ou noção, é que o peso não é um dos factores com o qual devíamos seguir para avaliar o estado da pessoa. Orientamos e avaliamos os utentes sobretudo através dos seus perímetros abdominal e das ancas. Alertávamos que as pessoas poderiam ganhar um pouco de peso, visto a massa magra pesar mais do que a massa gorda, e que deveriam se concentrar e controlar os perímetros, que iriam notar na roupa por exemplo. O que se verificou claramente, o que aumentou o grau de satisfação das utentes. E foi assim que muitas pessoas (sobretudo mulheres) frequentavam cada vez mais o ginásio, e traziam filhas, amigas e/ou vizinha, o que aumentava a afluência ao ginásio, melhorava o ambiente do mesmo, tornando-se claramente como um ponto de encontro para muitas pessoas, que em vez de se encontrarem num café por exemplo, encontravam-se e conversavam realizando o seu

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Outro ponto para o qual alertávamos, e visto a instituição dar muita ênfase a saúde, foi na alimentação, calculando o consumo energético total calórico para cada pessoa. O balanço calórico dum indivíduo é a diferença entre a energia que nele entra pelos alimentos e aquela que consome. Quando o balanço calórico é estável o peso é estável; quando o balanço calórico é positivo o peso sobe; quando o balanço calórico é negativo o peso desce. Ou seja a obesidade é sempre devida a balanços calóricos positivos e só emagrece quem está em balanço calórico negativo mantido (Themundo, Barata, 2003: 138).

Utilizávamos esses valores de modo a que as pessoas tenham uma alimentação cuidada, saudável e equilibrada ingerindo um determinado valor calórico, e com a prática do exercício físico, o utente venha a atingir seu objectivo que é a perda de peso.

Obtêm-se o balanço calórico de uma pessoa através da seguinte forma:

Consumo Energético Total = Consumo energético em repouso + Actividade Física + Processamento dos Alimentos; sendo o consumo energético em repouso calculado da seguinte forma: REE= 66 + 13,7 W(peso) + 5 H (altura) – 6,8 A (idade).

Por exemplo no meu caso o cálculo seria: REE= 66+ 13,7 x 83 + 5 x 185 – 6,8 x 20 REE= 1992,1 Kcal

Estimativa da Energia gasta durante a actividade física 1992 x 0,80 = 1593,6

O valor, neste caso 0,80, é uma percentagem da tabela, segundo a minha actividade física diária.

Consumo Energético Total = Consumo energético em repouso + Actividade Física + Processamento dos Alimentos

ou seja

Meu Consumo Energético Total =

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É muito mais fácil obter um balanço calórico negativo que se pretende com uma restrição ligeira alimentar e uma actividade física ligeira, do que com grandes intervenções num só destes níveis. Cabe a nós técnicos de Desporto sensibilizar os utentes para os perigos da obesidade.

A actividade física é fundamental e insubstituível para emagrecer e sobretudo para manter o peso conseguido. É fundamental que as pessoas se convençam que sem a adopção de hábitos de actividade física, é muito difícil reverter pessoas metabolicamente obesas, para além dos benefícios que a pratica de exercício físico regular traz, quer seja a nível corporal, físico, psicológico, quer seja no funcionamento do coração, na composição do sangue, etc. (Themundo, Barata, 2003: 138).

Outras actividades que realizamos foi a prescrição de um treino para hipertrofia. Após um treino de aproximadamente um mês, em que o utente não tinha as suas cargas definidas, e que tinha de realizar dez repetições com o máximo de peso que ele conseguisse em que ele também se sentisse confiante, realizávamos uma prova de força máxima. Conseguimos obter esse valor através de uma prova, em que o utente tentava levantar a carga que lhe prescrevíamos, só uma repetição. Inicialmente colocava-se uma carga que achávamos superior a força máxima dele, e consoante a incapacidade de ele levantar a carga, íamos reduzindo a carga a ser levantada. Assim, quando o utente conseguia levantar a carga numa única repetição, sabíamos qual era a sua força máxima nesse determinado exercício.

Após realizarmos essas provas, prescrevíamos o treino individual através de cargas de 80% dessa força máxima, com dez repetições. Se após no mínimo três semanas de treino e com uma alimentação rica em proteína, adaptada a esse tipo de treino, não se verificava os resultados esperados, ou seja o aumento da massa muscular, a carga era reduzida para 75% ou eram realizadas outras provas de força máxima, de modo a reavaliar e voltar a prescrever outra carga.

No primeiro treino de um utente, apresentávamos o que iríamos trabalhar, como realizar os exercícios e sobretudo como adaptar as maquinas a postura correcta do corpo, havendo a preocupação de manter costas direitas, um joelho flectido nas posições em pé, colocação correcta das pernas nas máquinas para membros inferiores. Colocávamos o número das posições correctas das alavancas e das máquinas, de modo a que quando não estivéssemos

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Durante todo o nosso estágio, e o período em que nos encontrávamos no ginásio, tínhamos de controlar e dedicarmos um tempo semelhante aos utentes, não nos concentrando num treino personalizado exclusivamente. Tínhamos de mudar de utente para utente, controlando, perguntando como as pessoas se sentiam. É o que também ajudava a criar um bom ambiente e uma boa relação técnico-utente. As pessoas por vezes desabafavam, contavam seus problemas. Sentiam-se bem em conversar e praticar exercício físico, o que lhes dava vontade de voltar ao ginásio.

O treino «modelo» para os clientes foi trinta minutos de Cardio, divididos por as quatro máquinas disponíveis, ou seja passadeira, remo, elíptica, e bicicleta. Por norma o treino era de quinze minutos de passadeira, dez minutos de remo, dez a quinze de elíptica e dez a quinze de bicicleta. No total, os utentes consumiam 300 Kcal por treino, um valor que consideramos muito bom, e que com uma alimentação adequada e equilibrada, os utentes atingiram os seus objectivos de perda de massa gorda. As cargas eram obviamente adaptadas a cada utente. De seguida prescrevíamos um treino de reforço muscular, com cargas baixas, de modo a tonificar certos grupos musculares, de modo a promovermos a correcta postura e ajudar, no caso das senhoras, a não sobrecarregar as suas costas com suas formas anatómicas.

Todos os treinos foram terminados com uma série de abdominais, de dorsais e alongamentos. Normalmente, pequenos grupos juntavam-se e esperavam um pouco que possamos dar uma pequena aula de grupo. As series de abdominais eram numerosos e diversificados. Os clientes demonstraram estar muito entusiasmados com as cargas dadas.

Com a repetição dos treinos, os clientes já conseguiam e lembravam-se dos exercícios para realizar, efectuávamos só um controlo e correcção caso fosse necessário. Mas por gosto e por uma questão de bom ambiente e de modo a promovermos uma excelente relação com os utentes, realizávamos os exercícios com eles.

Os alongamentos eram gerais, dando ênfase aos músculos treinados durante o treino. Explicávamos quais os músculos e os exercícios em que o alongamento era apontado. Verificamos que os clientes gostam de conhecer seu corpo, e alguns conhecimentos relacionados com os seus próprios treinos.

Aconteceu que a fisioterapeuta nos confiasse e orientasse para o controlo de exercícios prescritos por ela a utentes da fisioterapia. Devíamos respeitar e controlar as posturas e movimentos dessas pessoas. Tivemos oportunidade de trabalhar com algumas pessoas a

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recuperar de lesões como roturas de menisco, roturas musculares, fracturas do úmero ou reforço muscular de uma entorse na tibiotársica. O nosso papel era apenas de controlar e cumprir com o plano de recuperação realizado pela fisioterapeuta, e motivar o utente para realizar e recuperar melhor e mais rapidamente da sua lesão.

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Parte III- Reflexão Final

Foi com muito orgulho e prazer que estivemos a estagiar na clínica Prostar Saúde. Pensámos que o estágio foi um sucesso a todos os níveis, tanto a nível profissional, visto termo-nos dado muito bem nas relações com os utentes e com os donos e responsáveis do ginásio, como a nível pessoal, visto que aprendemos muito sobre o funcionamento de um ginásio, comportamentos e procedimentos em relação a essa área, tendo inclusive uma proposta de emprego para este local.

Através deste estágio, descobri que devemos adaptar as teorias que nos dizem os livros à prática de modo a adaptar as cargas adequadas às pessoas, sendo estas teorias um auxilio e um ponto de partida para prescrevemos a carga. Por exemplo, segundo a experiência que tivemos durante este estágio, verificámos que por exemplo, deve-se prescrever uma carga de 80% de 1RM, entre sete a dez repetições para o treino de hipertrofia. Chegámos a conclusão que isto não se verifique em todos os casos, visto que alguns utentes não conseguiam realizar as sete repetições. Nesse sentido era prescrita uma carga de 75% ou ate 70% de 1RM, durante uma a duas semanas, voltando depois para os 80% (Vila-Chã, 2007). Quando não se verifica resultados de hipertrofia, altera-se a carga, de modo a que o exercício físico tenha o efeito esperado.

A relação técnico-utente é na nossa opinião essencial para que a pessoa continua a frequentar o ginásio, continuando assim o seu treino. Infelizmente, e devido a compromissos profissionais, muitas pessoas preferem utilizar o seu tempo livre para ficar em casa, o que leva ao sedentarismo, e a todos os problemas que nós todos sabemos, e deixam de frequentar e praticar exercício físico. Através de uma cordial e amigável relação com o técnico, o gosto e prazer em voltar ao ginásio é maior. O discurso do técnico torna-se assim fundamental também para a manutenção do utente no ginásio. Deve-se avisar e centralizar o discurso sobre os problemas do sedentarismo, da obesidade, provocando uma mudança e tomada de consciência sobre o estado da pessoa e sobre a sua qualidade de vida.

Segundo nossa experiência concluímos que o contacto táctil com o utente é fundamental, com muito respeito claro, e só quando necessário e com a devida autorização do cliente. O contacto físico leva o utente a ter uma maior confiança e segurança no exercício que esta a realizar, reduzindo assim também o risco de lesão.

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Ficámos também a conhecer quais os cuidados a ter com a prescrição dos treinos para senhoras. Deve-se prescrever exercícios de reforço muscular de alguns grupos musculares específicos, devido a razões anatómicas femininas. Nesse sentido, deve-se prescrever exercícios que trabalham e promovem uma postura correcta, ou seja exercícios para costas, tronco, peitoral, abdominal e um pouco de braços (bicípite e tricípete). (Pina, 1999)

Por fim, e devido a uma experiência que tivemos durante o estagio, devemos alertar os utentes para terem uma alimentação adequada antes da prática do exercício físico. Num primeiro treino de um novo cliente, um advogado, prescrevemos um exercício leve, mas durante a realização do mesmo, o utente sentiu-se mal, tendo atingindo pulsações muito altas, tonturas devido a uma quebra de tensão. Após termos feito baixar o ritmo cardíaco e ter ocultado o cliente, o utente admitiu que só tinha almoçado uma gelatina e lanchadas duas laranjas, levando-o a uma hipoglicémia. A partir desse dia, e para futuros treinos procurámos sempre aos clientes, se “estão bem, se lancharam” de modo a não voltar a acontecer casos como estes.

No nosso último dia de estágio, os donos falaram connosco, propondo-nos para ficarmos a trabalhar com eles. Ficou também falado que gostariam que desenvolvêssemos aulas de grupo, tais como uma aula de grupo de abdominais (exercícios que vimos a dar a grupos pequenos de utentes no fim do treino deles), e segundo a procura e interesse dos utentes aulas de bodyjump

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Bibliografia

Delavier, Frederic (2003), Guia dos Movimentos de Musculação – Abordagem Anatómica-, Edições Manole. 3ªEdição,

Pina, Esperança (1999), Anatomia Humana da Locomoção. Lidel – edições técnicas.

Gente da Nossa Terra.pt, (2006), História de Nelas. Consultado em 22/07/2011, em http://www.eb1-nelas-polo-2.rcts.pt/A%20Nossa%20Terra/A%20nossa%20Terra.htm

Marktest.com, (2005), Praticantes de desporto. Consultado em 22/07/2011 em http://marktest.com

Palmela, R., (2008), A obesidade em Portugal. Consultado em 22/07/2011, em http://alvorecer-escriba.blogspot.com/2008/03/obesidade-em-portugal.html

Themundo, Barata, J.L., (2003) Mexa-se…pela sua Saúde, Publicações Dom Quixote, pp.125-164.

Vila-Chã, Carolina (2007). Actividades de Academia II Musculação, Documento de Apoio Cinesiologia do Movimento Humano. Departamento de Ciências do Desporto e de Educação Física, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança, Janeiro, Bragança, Portugal.

Wikipédia.com (2004)., Nelas. Consultado em 10/10/2010, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelas

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Lista de Anexos

Anexo 1- Instalações do Ginásio ... 18

Anexo 2- Material disponível no Ginásio ... 18

Anexo 3- Ficha do Utente ... 18

Anexo 4- Plano de Treino ... 18

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FICHA DO UTENTE DO GINASIO

Nome:_________________________________________________________________ Idade: _______ Peso:_______ Altura:________ Profissão:______________

Tem ou teve algum problema, ou lesão, de ordem muscular, óssea ou articular?_______ Se sim, de que tipo?______________________________

Outros problemas de saúde?___________________________________

Objectivos Pessoais acerca do seu treino:_______________________________ É a 1ª vez que frequenta um ginásio? SIM NÃO

Quantas vezes frequenta este ginásio? ________________

FICHA DO UTENTE DO GINASIO

Quantas vezes frequenta este ginásio? ________________

FICHA DO UTENTE DO GINASIO

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PLANO DE TREINO

Nome:________________________________________________________________

Tempo Tempo

Tempo

Série Repetição Carga

Tempo Tempo

Série Repetição Carga Série Repetição Carga Série Repetição Carga

Cardio Remo Step Costas Passadeira Quadricipete (extensão) Bicicleta Bicicleta Sentada Bicicleta normal Maquinas Leg Press

Bicípite Femural (flexão)

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Série Repetição Carga Série Repetição Carga

Série Repetição Carga _{Série Repetição Carga}

Série Repetição Carga _Série _Repetição

Peitorais Supino Adutores Abdutores Glúteos Abdominais

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