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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LEONARDO OLIVEIRA DE ALMEIDA NAYARA DUARTE ZÓIA

IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO VENTILATÓRIO (LAV): UMA COMPARAÇÃO DE CRITÉRIOS

VITÓRIA 2017

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LEONARDO OLIVEIRA DE ALMEIDA NAYARA DUARTE

IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO VENTILATÓRIO (LAV): UMA COMPARAÇÃO DE MÉTODOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado em forma de Artigo ao Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física.

Orientadora: Profª Dra. Luciana Carletti

VITÓRIA 2017

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LEONARDO OLIVEIRA DE ALMEIDA NAYARA DUARTE ZÓIA

IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO VENTILATÓRIO (LAV): UMA COMPARAÇÃO DE CRITÉRIOS

Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso ao Centro de Educação Física e Desportos, da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física.

Aprovado em___ de Fevereiro de 2017

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª. Drª. Luciana Carletti

Universidade Federal do Espírito Santo Orientadora

Prof. Dr. Anselmo José Pérez

Universidade Federal do Espírito Santo

Prof. Me. Victor Hugo Gasparini

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SUMÁRIO 1 RESUMO / ABSTRACT ... 05 2 INTRODUÇÃO ... 06 3 MÉTODOS ... 08 4 AMOSTRA ... 08 5 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ... 09

6 TESTE CARDIOPULMONAR DE EXERCÍCIO (TCPE) ... 09

7 IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO VENTILATÓRIO (LAV) ... 10

8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 10

9 RESULTADOS ... 10

10 DISCUSSÃO ... 15

11 CONCLUSÃO... 16

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IDENTIFICAÇÃO DO LIMIAR ANAERÓBICO VENTILATÓRIO (LAV): UMA COMPARAÇAO DE CRITÉRIOS

Leonardo Oliveira de Almeida, Universidade Federal do Espírito Santo; Nayara Duarte Zóia, Universidade Federal do Espírito Santo

RESUMO

O limiar anaeróbico ventilatório (LAV) é um marcador da capacidade aeróbica submáxima utilizado na prescrição de exercícios e no acompanhamento de atletas. O LAV é identificado principalmente por dois métodos: a relação entre o aumento de VE e VO2 (equivalente ventilatório), e a análise da inclinação entre o VCO2 e o VO2 (V-slope). Na aplicação do teste cardiopulmonar nem sempre é possível observar concordância entre os dois critérios, gerando dúvidas em qual utilizar. Objetivo: Avaliar a concordância na identificação do LAV entre os métodos do equivalente ventilatório e V-slope, observando os parâmetros de velocidade de corrida (V) e frequência cardíaca (FC). Métodos: Participaram 44 corredores de rua do sexo masculino, 21 a 55 anos. Realizou-se antropometria e um TCPE, para identificação do LAV. Para análise estatística na comparação de médias e para análise da relação entre os critérios e a dispersão dos mesmos foram respectivamente: teste "t" Student, análise de regressão linear e Bland Altman. Resultados: Foi identificada uma variação muito grande para o VO2 (média = 2, -30 a 34 ml.kg-1.min-1; r2 = 0,83); velocidade (média = -0,7, -3 a 4,5 km/h; r2 = 0,71) e FC (média = 5, -23 a 33 bpm; r2 = 0,45) ao se comparar os critérios do V-slope ao do equivalente ventilatório. Não se identificou diferenças entre as médias do VO2, FC e V. Conclui-se que a identificação do LAV apresenta muita diferença de acordo com o critério utilizado, o que pode implicar em intensidades de esforço muito variadas.

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ABSTRACT

The ventilatory anaerobic threshold (VAT) is a marker of the submaximal aerobic capacity used in the prescription of exercises and in for athletes.

The VAT is identified mainly by two methods: the relationship between the increase of VE and VO2 (ventilatory equivalent) and the slope analysis between VCO2 and VO2 (V-slope). In the application of the cardiopulmonary test, it is not always possible to observe agreement between the two criteria. This may raise questions about which of these to choose. Objective: To verify if there is agreement in the identification of the VAT between the methods of the ventilatory equivalent and V-slope, observing the parameters of running speed (V) and heart rate (HR). Methods: 44 runners (male, 21 to 55 years old) participated. An anthropometric evaluation was applied and a cardiopulmonary test was performed to identify the VAT. Statistical analysis used to compare means and to analyze the relationship between the criteria and their dispersion were: Student t test, linear regression analysis and Bland Altman. Results: indicate a very large variation for VO2 (mean = 2, -30 to 34 ml.kg-1.min-1; r2 = 0.83); Velocity (mean = -0.7, -3 to 4.5 km / h, r2 = 0.71) and HR (mean = 5, -23 to 33 bpm, r2 = 0.45) when comparing the V-slope to that of the ventilatory equivalent. No differences were found between the means of VO2, HR and V. It is concluded that the identification of VAT presents greater of difference according to the criterion used, which can imply in varying effort intensities.

Keywords: Anaerobic Threshold . Physical Fitness . Oxygen Consumption

Introdução

Nas últimas décadas, limiares metabólicos tem sido alvo de diversas investigações dentro da fisiologia do exercício. O Limiar ventilatório (LAV) proposto por Wasserman e McIlroy (1964), foi inicialmente apresentado como índice de tolerância ao exercício por cardiopatas, sendo considerado parâmetro extremamente importante, inclusive o consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) para a prescrição da intensidade de trabalho, controle dos efeitos do treinamento e predição de desempenho físico. Esse índice tem sido utilizado para detectar a máxima

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intensidade de trabalho que precede o aumento exponencial da ventilação em relação a carga de trabalho (WASSERMAN et al., 2005). Esse aumento da ventilação, é assumido por alguns estudiosos como atrelado ao processo de eliminação do dióxido de carbono excedente, advindo da reação de tamponamento do lactato sanguíneo (WASSERMAN et al., 2005). Contudo, o LAV não pode ser confundido com limiar de lactato, pois embora ambos sinalizem para o mesmo fenômeno o Limiar Anaeróbico (LA), o marcador fisiológico para identificação é diferente.

O LA pode ser detectado de forma invasiva e não invasiva. A forma invasiva é através da coleta de sangue para detectar o lactato sanguíneo, e a não invasiva se beneficia de análise das trocas gasosas pulmonares, obtidas durante um teste ergométrico com aumento de carga.

A ocorrência do LAV tem sido detectada através de diferentes métodos sendo eles computadorizados e visual. Os critérios mais empregados são: 1- relação entre o aumento de VCO2 em relação ao VO2 (V-Slope); 2- aumento do equivalente ventilatório de O2 (VE/VO2) sem elevação do equivalente ventilatório de CO2 (VE/VCO2). De acordo com Paulo Yazbek Jr. et al., (1998) o LAV foi considerado como sendo o ponto em que houve quebra de linearidade do VE/VO2, tendência de ascensão da razão de troca respiratória (RTR) e menor pressão expirada final de oxigênio (PETO2 e PETCO2).

Descobrir uma técnica apurada para determinação do LAV é de grande importância para um acompanhamento evolutivo e pode funcionar como indicador interessante para programas de reabilitação cardíaca, para otimizar o treinamento aeróbio e para identificar a capacidade aeróbia submáxima, bem como para a prescrição de exercícios. A análise da troca gasosa em nível da ventilação pulmonar, expressa pelos valores de dióxido de carbono produzido (VCO2) e de oxigênio consumido (VO2), suas relações com a ventilação (VE/VO2 e VE/VCO2) e pressão desses gases ao final da expiração (PetO2 e PetCO2), é bem aceita como critério para identificar as etapas de transição do metabolismo, uma vez que já foi observada em comparação com o limiar de lactato, apresentando correlação de 0,953 e 0,979 (RODRIGUES et al., 2015).

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Por outro lado, a identificação do LA pelo método V-slope não se mostrou diferente do momento que precede o aumento do lactato sanguíneo (BEAVER et al., 1986), e segundo os autores, o método do equivalente superestimou a identificação do LA. Desta forma, no cotidiano da aplicação de teste cardiopulmonar, nem sempre é possível se observar concordância entre os critérios do equivalente ventilatório com o V-slope, o que gera para o avaliador uma dúvida quanto a qual critério optar.

Para esclarecer sobre essa questão, o objetivo do presente estudo foi avaliar a concordância nos valores de velocidade e FC na identificação do LAV a partir do VE/VO2 e do V-Slope.

Métodos

O presente estudo possui características de um estudo transversal descritivo e correlacional, em amostras de voluntários. Foi desenvolvido a partir dos dados coletados no projeto EMDCOR (Estudo multifatorial de corredores capixabas). Os participantes assinaram “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” e a condução dos estudos respeitaram a Resolução 196/96 do CNS. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) (protocolo 009/2010).

Amostra

Foram incluídos no estudo 44 (quarenta e quatro) corredores de rua do sexo masculino, com idade entre 21 e 55 anos, não fumantes, que não apresentaram nenhum tipo de doença cardiológica, muscular ou articular e que concluíram o teste cardiopulmonar de exercícios (TCPE) com caracterização de teste máximo, sendo RTR (Taxa de troca respiratória) > 1,1, FCmáx ≥ 90% e fadiga voluntária, segundo os critérios de Howley et al. (1995), e que seja possível identificar o LAV pelos dois critérios.

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Medidas Antropométricas

Os indivíduos foram avaliados com o auxílio de estadiômetro com precisão de 1mm (Seca, modelo 216, Alemanha), e em seguida pesados em uma balança com precisão de 0,01Kg (Toledo, modelo 2096PP, Brasil); por meio destes, foram calculados índice de massa corporal (Kg.m2). A espessura das dobras cutâneas tricipital, suprailíaca, subescapular e perna medial, todas do lado direito, foram aferidas através de um compasso científico Mitutoyo com precisão de 1mm (CESCORF, Brasil).

Teste cardiopulmonar de exercício (TCPE)

Os testes foram aplicados por profissionais capacitados com acompanhamento de um cardiologista. Utilizou-se uma esteira ergométrica (Inbra Sport Super ATL, Porto Alegre, Brasil), seguindo um protocolo de rampa, com inclinação de 1%, e duração entre 8 à 12 minutos. A velocidade era incrementada automaticamente em até que o indivíduo atingisse a exaustão, com incrementos de . 0,9 km/h a 1,1 km/h a cada minuto, de acordo com o nível de condicionamento dos corredores (RODRIGUES, et al, 2015)

As variáveis ventilatórias foram coletadas pelo analisador de gás (modelo Cortex Metamax 3B, Alemanha). Previamente ao teste obtinha-se o registro do eletrocardiogramade repouso (ECG), e medida da pressão arterial.

Em uma sala reservada, mantida em temperatura ambiente entre 21° e 22° C, os indivíduos foram encaminhados para a esteira para a realização do teste, onde foram equipados com a máscara conectada a turbina para a medida de fluxo de ar e análise dos gases expirados. Os indivíduos foram orientados sobre os procedimentos do teste a ser realizado. A pressão arterial (PA) foi aferida no primeiro minuto e ao final do teste. A recuperação era de 3 min na velocidade de 5 Km/h, com aferição da FC e PA no primeiro minuto e ao final (3 min).

A frequência cardíaca foi coletada através de analise eletrocardiográfica de esforço utilizando o equipamento eletrocardiógrafo digital Micromed, com os eletrodos na posição MC5.

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Identificação do Limiar Anaeróbico Ventilatório

O LAV foi identificado por três avaliadores, de forma independente. Os dados foram considerados sempre após dois minutos de teste, para evitar erros advindos pelo atraso nos ajustes cardiorrespiratórios do início do exercício (WASSERMAN et al., 2005).

Utilizou-se como critério de identificação computadorizada do LAV o aumento do VCO2 em relação ao VO2 (V-Slope). Enquanto que o método de identificação visual empregado foi o aumento do equivalente ventilatório de O2 (VE/VO2) sem elevação do equivalente ventilatório de CO2 (VE/VCO2). O comportamento de elevação da PetO2, sem queda na PetCO2 foi observado como forma de confirmar o marcador de transição metabólica através da troca gasosa. Contudo, isso não foi considerado como critério de identificação.

O LAV foi determinado sempre pelos mesmos dois avaliadores e em caso de discordância um terceiro parecer era solicitado.

Análise Estatística

Foi aplicada estatística descritiva (média ± desvio padrão) para apresentar as informações de caracterização da amostra. Para comparar os valores médios do VO2LAV, VelocLAV, FCLAV e tempoLAV foi aplicado teste “t” Student para amostras pareadas. Para verificar a relação entre os métodos e a concordância foi aplicada análise de regressão linear e a análise de dispersão de Bland; Altman (1995), respectivamente.

Resultados

As características dos corredores participantes do estudo são apresentadas na Tabela 1. Observa-se que os corredores são jovens (33 ± 11 anos) e se encontram em média dentro da faixa de normalidade do IMC (23,2 ± 2,9 kg.m-2).

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Na Tabela 2 são apresentados os valores médios do VO2LAV, VelocLAV, FCLAV e tempoLAV, onde foi aplicado o teste “t’ Student pareado.

Teste "t" Student (amostras pareadas). Sem diferença estatística

Na Figura 1 observa-se a média da diferença e a dispersão da variável de velocidade de corrida no momento da identificação do limiar pelo V-Slope e pelo equivalente ventilatório.

Tabela 1. Características antropométricas e etárias dos corredores (n = 44) Mínimo - Máximo

Média ±desvio padrão

21 - 53 33 ± 11 IDADE (anos) 1,65 – 1,85 1,74 ± 0,06 ESTATURA (cm) 54,6 – 91,8 70,6 ± 11,2 PESO (kg) 19,4 – 29,2 23,2 ± 2,9 IMC (kg.m-²) 41 - 75 56,4 ± 10,7 VO2máx (ml.kg-1.min-1)

Valores expressos em média ± DP. IMC - índice de massa corporal. VO2máx - consumo máximo de

oxigênio.

Tabela 2 – Parâmetros identificados no limiar anaeróbico por diferentes critérios VO2 (ml.kg -1.min-1) Velocidade (km.h-1) Frequência Cardíaca (bpm) Tempo (seg) RTR V-slope 40,2±12,6 12,3±3,5 148±17 331,1±125,2 0,85±0,08 Equivalente ventilatório O2 38,6±12,8 11,6±3,8 142±18 276,3±120,3 0,81±0,07

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Figura 1.Análise de Bland; Altman. Eixo Y, média da diferença entre a velocidade no V-Slope e a

velocidade no equivalente ventilatório, eixo X, média da velocidade no V-slope e no equivalente ventilatório.

Na Figura 2 observa-se a média da diferença e a dispersão da variável de VO2 no momento da identificação do limiar pelo V-Slope e pelo equivalente ventilatório.

-40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 70 média = 2 média + 2DP = 34 média - 2DP = - 30 média da velocidade do V-slope e Equivalente (km/h)

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Figura 2. Análise de Bland; Altman. Eixo Y, média da diferença entre o VO2 no V-Slope e o VO2 no

equivalente ventilatório, eixo X média do VO2 no V-slope e equivalente ventilatório (mL.kg-1.min-1)

Na Figura 3 observa-se a média da diferença e a dispersão da variável de Frequência cardíaca no momento da identificação do limiar pelo V-Slope e pelo equivalente ventilatório.

Figura 3. Análise de Bland; Altman (1995). Eixo Y, média da diferença entre a frequência cardíaca no

V-Slope e a frequência cardíaca no equivalente ventilatório, eixo X, média da frequência do V-slope e equivalente

Os resultados indicam uma variação muito grande para a velocidade (média = 0,7, -3 a 4,5 km/h); VO2 (média = 2, --30 a -34 mL.kg-1.min-1); e FC (média = 5, -23 a 33 bpm) ao se utilizar os métodos V-slope comparado ao método do equivalente ventilatório. -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 100.0 110.0 120.0 130.0 140.0 150.0 160.0 170.0 180.0 média = 5 média + 2DP = 33 média - 2DP = - 23

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Na Figura 4 observa-se uma forte correlação positiva para o VO2 (r = 0,91; r2= 0,83) e para a velocidade de corrida (r = 0,84; r2 = 0,71), pelos dois métodos, mas uma correlação moderada para o tempo de ocorrência do limiar (r = 0,64; r2 = 0,42) e para a FC (r = 0,67; r2 = 0,45), pelos dois métodos

A. B.

C. D.

Figura 4. Análise de regressão linear. Relação entre VO2 (A), velocidade (B), tempo (C) e frequência

cardíaca (D) nos dois métodos de identificação (V-slope e equivalente ventilatório).

VO2 Equi 10 20 30 40 50 60 70 V O2 S lop e 10 20 30 40 50 60 70 Veloc. Equi 6 8 10 12 14 16 18 20 V elo cida de S lop e 6 8 10 12 14 16 18 20 Tempo Equi 100 200 300 400 500 600 T em po S lope 100 200 300 400 500 600 FC Equi 100 110 120 130 140 150 160 170 180 FC S lope 100 110 120 130 140 150 160 170 180 r= 0,91 r² = 0,83 r= 0,84 r2= 0,71 r= 0,64 r²= 0,42 r= 0,67 r²= 0,45

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Discussão

A proposta desse estudo foi verificar se há concordância na identificação do LAV entre os métodos equivalente ventilatório e V-slope, em uma amostra de corredores de rua, observando especialmente os parâmetros de velocidade de corrida e frequência cardíaca. É interessante observar que os achados deste estudo demonstraram que os valores médios de velocidade, VO2 e FC não foram estatisticamente diferentes entre os dois critérios, e que a correlação foi de forte a moderada, contudo a dispersão foi muito alta.

Esses achados são inéditos, uma vez que a comparação de critérios para identificação do LAV utilizando variáveis que podem ser testadas na prescrição do exercício (velocidade, FC) não são apresentados na literatura, até onde se tem conhecimento.

A comparação dos métodos de identificação do LAV já foi explorada, onde se observa uma boa qualidade do método V-slope (BEAVER et al., 1986) que demonstrou valores de VO2 (L.min-1) muito próximos quando comparou a identificação com o equivalente ventilatório de O2 e CO2 (1,83 ± 0,3 vs 1,85 ± 0,3 L.min-1, respectivamente). Contudo, nesse estudo a comparação foi feita apenas para o VO2, não utilizando variáveis mais ecológicas como a FC e a velocidade de corrida. No presente estudo a média da diferença do VO2 entre os dois critérios foi também muito baixa (2ml.kg-1.min-1), contudo, a dispersão foi muito grande (-30 a 34 mL.kg-1.min-1), fato que não era esperado, pois ambos são utilizados para identificar o mesmo fenômeno, ou seja, o limiar de anaeróbio (POZZI et al., 2006). Porém, deve-se considerar que há diferença entre os ergômetros do estudo atual que aplicou o teste em esteira, com o de Beaver et al. (1986) que utilizou cicloergômetro.

Por outro lado, tanto a identificação do LAV pelo equivalente ventilatório de O2, quanto pelo V-slope já foram avaliadas em comparação com o limiar de lactato. O equivalente ventilatório de O2 e a FC de amostra de ciclistas produziu resposta de semelhante com a do limiar anaeróbico identificado pelo lactato sanguíneo, e também um coeficiente de correlação alto (r = 0,90 e 0,97, respectivamente), mas a

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dispersão pelos dois métodos não foi testada no estudo (OKANO et al., 2006). O VO2 no V-slope comparado a identificação pelo lactato e pelo declínio do tampão bicarbonato [HCO3-] apresentou valores muito próximos e coeficiente de variação baixo, quando comparado com o equivalente ventilatório (BEAVER et al., 1986). Analisando a velocidade de corrida no limiar observa-se uma média da diferença entre os critérios do LAV (V-slope - equivalente ventilatório de O2) de -0,7km/h, indicando valores maiores para a identificação pelo equivalente. E ainda, analisando a dispersão nota-se que foi muito grande para a variável ( -3,0 a 4,5 km/h), que precisa de mais precisão para utilizá-la na prescrição do exercício. O mesmo foi observado para a FC que embora tenha apresentado média das diferenças entre os métodos de 5 bpm, a dispersão foi de -23 a 33 bpm. Até aonde se sabe não há nenhum estudo que faça a análise da comparação da FC nos critérios V-slope e equivalente, porém, considerando os limites estabelecidos para prescrição do exercício, esses valores de dispersão podem ser considerados altos, implicando em erros na identificação da intensidade quando utilizados valores percentuais (GARBER et al., 2011), ou quando se delimita pelo limiar ventilatório, que geralmente são preconizados valores entre 10 a 15 bpm acima ou abaixo do LAV (WEATHERWAX et al., 2016).

Conclusão

Conclui-se que a identificação do LAV apresenta muita diferença nas variáveis de VO2, FC e velocidade, de acordo com o critério utilizado, o que pode implicar em intensidades de esforço muito variadas para se estabelecer a prescrição do exercício.

Investigações futuras deveriam ser conduzidas no intuito de esclarecer quais destes critérios poderiam ser considerados com maior validade externa para a prescrição do exercício.

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Referências

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Referências

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