Escola de Administração Fazendária
Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional - PGFN
CONCURSO PÚBLICO PARA PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL - 2004/2005
Prova Discursiva II
Nota Total
Escola de Administração Fazendária
Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional - PGFN
CONCURSO PÚBLICO PARA PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL - 2004/2005
Prova Discursiva II
Nome do candidato
:
Nº de inscrição: Cidade de realização da prova: Data:
Identifique-se apenas nos campos próprios,
abaixo da linha pontilhada.
Reservado à ESAF
ORIENTAÇÕES AO CANDIDATO
1 - Esta prova tem a duração de 5 horas e consiste na elaboração de uma peça judicial e de respostas a
três questões discursivas.
2 - A duração da prova inclui o tempo necessário para que sua peça judicial e suas respostas aos três
questionamentos sejam passados a limpo (a caneta).
3 - Identifique-se apenas na capa da prova; sua peça e suas respostas não poderão ser assinadas ou
rubricadas nem conter marcas ou sinais identificadores.
4 - Use as folhas pautadas desta prova para a peça e para as respostas aos questionamentos.
5 - Não escreva nada no espaço à direita “Reservado ao Examinador”.
6 - As folhas em branco, no final deste caderno, poderão ser usadas para rascunho.
7 - Procure ser claro, conciso e preciso, de modo que seu trabalho possa ser concluído no tempo previsto.
8 - Ao final de sua prova, devolva todo o material recebido ao Fiscal de Sala.
PEÇA JUDICIAL
(vale 70 pontos)
A sociedade empresária ABC Celular S.A., domiciliada na Subseção Judiciária de Petrópolis, Estado
do Rio de Janeiro, ajuizou demanda sob procedimento comum ordinário de cunho declaratório em face da
União. A demanda foi distribuída ao Juízo Federal da Vara Única da Subseção Judiciária de Itaboraí, no
mesmo Estado, domicílio do escritório de advocacia Bart & Simpson S/C, contratado pela demandante.
Em sua petição inicial, narra ser concessionária de serviço público de telefonia móvel celular e
contribuinte das contribuições sociais PIS e COFINS.
Historia que vem pagando tais exações de forma antecipada sem que haja, posteriormente, o
pagamento efetivo pela prestação de tais serviços pelos usuários, seja por força de inadimplência dos
usuários, seja por força de ilícitos denominados “clonagem de telefone” e furto de sinal. Pretende, pois, a
exclusão das receitas não recebidas da base tributável da COFINS e do PIS.
Para a obtenção do provimento colimado, sustentou:
a) Que a legislação do PIS e da COFINS excluiu da tributação as vendas de bens e serviços
canceladas, os descontos incondicionais etc. (art. 3º, parágrafo único da Lei nº 9.715/98 e art. 3º, §
2º da Lei nº 9.718/98), e que não havendo auferimento de riqueza não há o que tributar.
b) Que o não pagamento de serviço, por qualquer dos motivos que aduziu, é hipótese que se
equipara à situação de venda cancelada, a qual não gera receita, não havendo se falar, portanto,
em fato gerador das contribuições.
c) Quanto ao furto de sinal e clonagem, a tributação não poderia incidir sobre uma relação jurídica
ilícita, e que o estorno dos valores indevidamente cobrados dos usuários desnaturaria o fato
gerador, por isso que inexistente receita.
d) Que a legislação de regência do Imposto de Renda (Lei nº 9.430/1996) permite a dedução como
despesa, para a apuração do lucro real, das perdas no recebimento de créditos, não havendo
qualquer empecilho à integração analógica, nos termos do artigo 108, inciso I, do Código Tributário
Nacional (CTN). Nesse ponto, a lacuna legislativa consiste no fato de que a legislação de regência
dos tributos deixou de regular as “perdas”, fazendo, lado outro, em situações análogas.
e) Que a tributação viola o artigo 110 do Código Tributário Nacional (CTN), visto que a legislação civil
(Código Civil, artigos 476 e 477) atribui ao inadimplemento o efeito de acarretar a resolução do
contrato com o retorno das partes ao statu quo ante, o que não poderia ser desconsiderado pela
legislação tributária.
Invocou, ainda, os princípios constitucionais da legalidade (artigo 150, III) e da capacidade
contributiva (artigo 145, § 1º), a vedação ao confisco (artigo 150, IV) e a proteção constitucional ao direito
de propriedade (artigo 5º, XXII).
Pediu, forte no artigo 273 do Código de Processo Civil (CPC), tutela antecipada que lhe
possibilitasse, desde logo, a desconsideração de tais eventos para fins de cálculo do quantum por ela
devido.
Recebida e autuada a petição inicial, determinou o Juízo Federal que esclarecesse a demandante
eventual litispendência, apontada pela Secretaria Judiciária em certidão.
A autora aduziu inexistir litispendência ou coisa julgada, porquanto o feito anteriormente ajuizado,
um mandado de segurança impetrado contra o Superintendente da Receita Federal, conquanto tivesse
idêntica causa de pedir teve o pedido negado por sentença que reconhecera a inexistência do direito,
mas que tal decisão, a teor do verbete nº 405 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, não impede o
acesso às “vias ordinárias”.
Proferido despacho liminar positivo, os autos são encaminhados à Procuradoria-Seccional da
Fazenda Nacional de Itaboraí. O juiz deixou para apreciar o pedido de liminar após o oferecimento de
resposta pela Ré. A citação foi efetivada por carta precatória, recebida pelo Procurador-Chefe da
Fazenda Nacional no Estado do Rio de Janeiro.
Na qualidade de Procurador da Fazenda Nacional lotado em Itaboraí, Rio de Janeiro, ofereça
resposta.
Desenvolvimento Reservado ao Examinador
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Reservado à ESAF
Nota LP
Nota conteúdo
Considera-se que a Peça Judicial pode ser
adequadamente desenvolvida entre 7 e 12 laudas.
continuação Reservado ao Examinador 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43.
continuação Reservado ao Examinador 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. Reservado à ESAF
continuação Reservado ao Examinador 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98.
continuação Reservado ao Examinador 100. 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. 109. 110. 111. 112. 113. 114. 115. 116. 117. 118. 119. 120. 121. 122. 123. 124. 125. Reservado à ESAF
continuação Reservado ao Examinador 128. 129. 130. 131. 132. 133. 134. 135. 136. 137. 138. 139. 140. 141. 142. 143. 144. 145. 146. 147. 148. 149. 150. 151. 152. 153. 154.
continuação Reservado ao Examinador 156. 157. 158. 159. 160. 161. 162. 163. 164. 165. 166. 167. 168. 169. 170. 171. 172. 173. 174. 175. 176. 177. 178. 179. 180. Reservado à ESAF
continuação Reservado ao Examinador 183. 184. 185. 186. 187. 188. 189. 190. 191. 192. 193. 194. 195. 196. 197. 198. 199. 200. 201. 202. 203. 204. 205. 206. 207. 208. 209.
continuação Reservado ao Examinador 211. 212. 213. 214. 215. 216. 217. 218. 219. 220. 221. 222. 223. 224. 225. 226. 227. 228. 229. 230. 231. 232. 233. 234. 235. 236. Reservado à ESAF
continuação Reservado ao Examinador 239. 240. 241. 242. 243. 244. 245. 246. 247. 248. 249. 250. 251. 252. 253. 254. 255. 256. 257. 258. 259. 260. 261. 262. 263. 264.
continuação Reservado ao Examinador 266. 267. 268. 269. 270. 271. 272. 273. 274. 275. 276. 277. 278. 279. 280. 281. 282. 283. 284. 285. 286. 287. 288. 289. 290. 291. Reservado à ESAF
continuação Reservado ao Examinador 294. 295. 296. 297. 298. 299. 300. 301. 302. 303. 304. 305. 306. 307. 308. 309. 310. 311. 312. 313. 314. 315. 316. 317. 318. 319. 320.
continuação Reservado ao Examinador 321. 322. 323. 324. 325. 326. 327. 328. 329. 330. 331. 332. 333. 334. 335. 336. 337. 338. 339. 340. 341. 342. 343. 344. 345. 346. Reservado à ESAF
Discorra sobre a responsabilidade dos sócios e administradores das sociedades limitadas
resultante da cessão de quotas.
(A questão pode ser adequadamente desenvolvida em um mínimo de 30 linhas) Reservado ao Examinador
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25.
continuação Reservado ao Examinador 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. Reservado à ESAF
A propósito do descumprimento da obrigação de não fazer, Clóvis Bevilácqua sustenta: “mesmo nos casos de
urgência e perigo, não é lícito (ao credor) fazer justiça com as próprias mãos, isto porque, em regra, a lei fornece
meios e medidas preventivas das quais poderá lançar mão o credor, para evitar qualquer dano. Por onde se vê
que, em hipótese alguma, poder-se-á admitir que o próprio credor aja sem estar autorizado pelo juiz”. Para o
ilustre jurista, “o credor não poderá fazer por autoridade própria, porque seria uma fonte de abusos e uma
anarquia imprópria de uma legislação sistematizada”.
Discorra sobre esse magistério à luz da orientação traçada pelo Código Civil em vigor, situando
adequadamente o problema e indicando a solução cabível, inclusive quanto a eventuais perdas e danos.
(A questão pode ser adequadamente desenvolvida em um mínimo de 30 linhas) Reservado ao Examinador
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21.
continuação Reservado ao Examinador 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. Reservado à ESAF
Discorrer, de forma objetivamente fundamentada, a respeito da viabilidade do reconhecimento da fraude
contra credores em sede de embargos de terceiro.
(A questão pode ser adequadamente desenvolvida em um mínimo de 30 linhas) Reservado ao Examinador
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25.
continuação Reservado ao Examinador 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. Reservado à ESAF