• Nenhum resultado encontrado

Diarreia hospitalar causada por agentes diferentes de C. difficile Dr. Henry Albornoz

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Diarreia hospitalar causada por agentes diferentes de C. difficile Dr. Henry Albornoz"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

Dr. Henry Albornoz

Prof. Adj. Disciplina Doenças Infecciosas – Universidade da República (UdelaR)

Unidade Infecções Hospitalares – Ministério da Saúde Pública

Médico Assistente - Fundo Nacional de Recursos

Uruguai

Diarreia hospitalar

causada por agentes diferentes

de C. difficile

(2)

Diarreia Hospitalar

• Agenda

• Definição

• Etiologia infecciosa e não infecciosa

• Epidemiologia

• Consequências

• Síndromes clínicas

• Manejo diagnóstico e clínico

• Norovírus

(3)

Diarreia Hospitalar

A diarreia é a principal manifestação de infecção gastrointestinal

associa náuseas e vômitos, especialmente na etiologia viral.

• Causas

Não infecciosa (80%)

Medicação

Nutrição enteral

Colite não infecciosa (isquêmica, inflamatória)

Fecaloma (pseudodiarreia)

(4)

Diarreia Hospitalar

Definições

• Diarreia:

3 ou mais deposições de fezes não formadas por dia

ou aumento da frequência acima da basal.

• Diarreia hospitalar:

episódio de diarreia não presente no ingresso

e iniciada após 72 horas, ou mais, da internação.

• Diarreia hospitalar infecciosa:

causada por uma infecção gastrointestinal

adquirida após o ingresso.

• Ponto de corte temporal de 3 dias

Útil para diferenciar agentes comunitários

 Exceções: imunossuprimidos, surtos, outros

McFarland L. Am J Infect Control 1995;23:295-305 Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9

(5)

Definição Gastroenterite para vigilância

epidemiológica

(excluindo infecção por C. difficile)

Pelo menos um dos seguintes critérios:

1.

Início súbito de diarreia (fezes líquidas por > 12 horas) e ausência de causa não infecciosa (ex. estudos

diagnósticos, exacerbação de uma doença crônica, estresse psicológico).

2.

Pelo menos dois dos seguintes: náuseas, vômitos, dor abdominal, febre (>38.0

°C) ou cefaleia (sem

outra causa).

E pelo menos um dos seguintes:

a. Um patógeno entérico cultivado de fezes ou swab retal.

b. Um patógeno entérico detectado por microscopia.

c. Um patógeno entérico detectado por estudo de antígeno ou anticorpo no sangue ou fezes.

d. Um patógeno entérico detectado por alterações citopáticas em cultivos celulares.

e. Diagnóstico serológico por título de IgM ou aumento 4 vezes de IgG em soros pareados.

(6)

Diarreia Hospitalar

Epidemiologia

Casos esporádicos (endemia)

Surtos hospitalares

Incidência diarreia nosocomial

. 6% a 32% dos pacientes hospitalizados

Prevalência: 12% (27% internação maior a 3 semanas)

Causas infecciosas

(qualquer agente de gastroenterite)

Clostridium difficile (10-20%)

Vírus

Norovírus (20%)

Rotavírus (Crianças 40-70%)

Adenovírus (Crianças 8-11%)

• Bactérias Enteropatogênicas

• Salmonella spp (1-12%)

• Outras bactérias (9-20%)

(7)

Diarreia Hospitalar

Epidemiologia

Fatores de Risco (1)

Idade:

Prematuros

Menores 1 ano

Idosos (> 65 anos)

Estadia em UTI

Nutrição enteral: OR: 67 em estudo.

Zaidi et al. ICHE 1991

Sonda Gástrica

Imunossupressão (Neutropenia/TOS/TMO/PQT)

Cirurgia abdominal

Uso de antimicrobianos

Ford-Jones EL, et al. Am J Epidemiol 1990 McFarland L. Am J Infect Control 1995;23:295-305 Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9

Diarreia hospitalar viral

0-11 meses:

8,8%

12-35 meses:

3,6%

>35 meses

0,6%

(8)

Diarreia Hospitalar

Epidemiologia

Fatores de Risco (2)

N

° pacientes quarto

Compartilhar quarto com paciente com diarreia

(Pediatria)

Não compartilha: 2,7% contra Compartilha: 10,3%

Uso de fraldas em crianças

Sem fraldas: 1,8% contra Com fraldas: 9,6%

Pobre relação Enfermagem-Pacientes (Understaffing)

Tempo internação

Diarreia hospitalar viral

0-1:

15,7/1000 pte-dia

2-3:

27,7/1000 pte-dia

> 3:

45,2/1000 pte-dia

Ford-Jones EL, et al. Am J Epidemiol 1990 McFarland L. Am J Infect Control 1995;23:295-305 Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9

(9)

Diarreia Hospitalar

Morbidade

– Demora na estadia (35 contra 19 dias estadia)

– Lesões da pele, idosos!!

– Desnutrição e distúrbios metabólicos

– Predispõe a infecções hospitalares (54% contra 10%)

• Infecções trato urinário, RR=10, ainda ajustando por cateter urinário.

• Infecção do sítio cirúrgico e feridas

• Candidemia

Mortalidade

• Pacientes adultos, Hospital terceiro nível - México

• Casos: 18% contra Controles: 5%

• Imunossuprimidos

• TMO - Estudo Casos-Controles pareados:

55% em casos contra 13% em controles

Zaidi M et al. Infect Control Hosp Epidemiol. 1991;12:349-55. Yolken R et al. N Engl J Med. 1982;306:1009-12 McFarland L. Am J Infect Control 1995;23:295-305

(10)

Diarreia Hospitalar

Síndromes clínicas

Gastroenterite aguda – transmitida por alimentos

Viral

Bactérias enteropatogênicas

Outras

Diarreia Hospitalar Associada a Antimicrobianos

Associada a Clostridium difficile

Não Associada a Clostridium difficile

Diarreia Hospitalar em Pediatria

Enterocolite Necrotizante do Neonato

Viral

Diarreia em Imunossuprimidos

Colite neutropênica – Tiflite

Agentes oportunistas

(11)

Diarreia Hospitalar

Diarreia Associada a Antimicrobianos

- Frequência

5 - 40% dos pacientes que recebem antimicrobianos.

25% das diarreias induzidas por medicamentos.

- Mecanismos

- Efeito direto.

- Mudança ecológica de microflora intestinal.

- Microrganismos associados à diarreia associada aos ATM

Clostridium difficile.

Klebsiella oxytoca.

Salmonelosis (13% das colite associada aos ATM).

Clostridium perfringens.

Staphylococcus aureus.

Cándida spp?

(12)

Diarreia Hospitalar

Avaliação e Manejo (1)

Verificação - Valoração

• Consistência – Volume – Frequência

• Início – Duração

• Características: sanguinolentas

• Sintomas associados: vômitos/cólicas

• Febre – SIRS – Sepse grave

• Desidratação – Hipotensão

• Distúrbios Metabólicos: acidose – disionias - I. Renal

• Fatores Risco Clostridium difficile

Valorar

• Início comunitário

• Diarreia crónica

• Doença intestinal crônica

• Nutrição enteral (adequar)

• Causas não infecciosas

Medicação Laxantes Fecaloma

Procedimentos abdominais

Estudo C. difficile (GDH – Toxinas)

C. difficile -

Diarreia sanguinolenta

Avaliar perda sanguínea-Hemorragia digestiva Descartar Colite Isquêmica-Inflamatória

Consulta Gastroenterite - FCC

Se for associada aos ATM, valorar K oxytoca

Diarreia não sanguinolenta

Imunocomprometido

Imunocompetente

Modificado de Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9

(13)

Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9 Bauer T, et al. JAMA. 2001;285:313:19 Seyler L, et al. J Hosp Infect. 2007;67:121-6

Diarreia não sanguinolenta

Imunocomprometido

Imunocompetente

Leve –Moderada

Avaliação

- Revisar medicação, ATM

- Se houver vômitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Se for: Idoso com comorbidades Prematuro

Criança com comorbidades Cultura enteropatogênica

Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Se fatores risco: Parasita / Protoz

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Moderada-Severa

Avaliação

- Revisar medicação, ATM

- Se houver vómitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Descartar doenças subjacente - De persistir, FCC

- Se for: Idoso com comorbidades Prematuro

Criança com comorbidades Cultura enteropatogênica

Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Se fatores risco: Parasita / Protoz

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Avaliação

- Revisar medicação

- Se houver vómitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Descartar doenças subjacente - Avaliar outras infecções:

- Cultura enteropatogênica - Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Parasitas / Protoz

- CMV - De persistir, FCC

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Diarreia Hospitalar

(14)

Diarreia Hospitalar

Avaliação e Manejo (2)

Severidade

Leve – Moderada

• < 6 deposições por dia

• Desidratação ausente ou leve

• Leucocitose periférica normal

• Creatinina plasmática normal

• PA estável

Moderada - Severa

• > 7-10 deposições por dia

• Hipotensão

• SIRS

• Desidratação grave

• Leucocitose periférica elevada

• Creatinina plasmática elevada

• Requerimento de UTI

(15)

Diarreia não sanguinolenta

Imunocomprometido

Imunocompetente

Leve –Moderada

Avaliação

- Revisar medicação, ATM

- Se houver vômitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Se for: Idoso com comorbidades Prematuro

Criança com comorbidades Cultura enteropatogênica

Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Se fatores risco: Parasita / Protoz

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Moderada-Severa

Avaliação

- Revisar medicação, ATM

- Se houver vómitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Descartar doenças subjacente - De persistir, FCC

- Se for: Idoso com comorbidades Prematuro

Criança com comorbidade Cultura enteropatogênica

Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Se fatores risco: Parasita / Protoz

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Avaliação

- Revisar medicação

- Se houver vómitos ou surto, teste para Norovírus (RT-PCR)

- Descartar doenças subjacente - Avaliar outras infecções:

- Cultura enteropatogênica - Vírus: Rotavírus, Adenovírus - Parasitas / Protoz

- CMV - De persistir, FCC

Manejo

- Suspender medicamentos, ATM - Otimizar nutrição enteral

- Tto sintomático

- Tto etiológico, de corresponder

Diarreia Hospitalar

Avaliação e Manejo (2)

Polage C, et al. Clin Infect Dis 2012;55:982-9 Bauer T, et al. JAMA. 2001;285:313:19 Seyler L, et al. J Hosp Infect. 2007;67:121-6

(16)

Processamento de amostras de fezes e regra dos 3 dias

para cultura de bactérias enteropatogênicas

(excluindo C. difficile)

Busca de leucócitos em fezes, de escasso rendimento.

Cultura para enteropatógenos em amostras obtidas em pacientes após 3 dias no hospital, escasso

rendimento. Revisão de 8 estudos, > de 50.000 amostras (1).

Positividade para enteropatógenos: 0 - 1,4%

87-95% de enteropatógenos isolados em amostras de pacientes < dias internação

Positividade enteropatógenos em três grandes estudos (2-4)

Autor

< 3 dias > 3 dias

Fan K

Adultos

5,5%

0%

Crianças

9,8%

0,6%

Rohner P

12,6%

1,4%

Bauer T.

3,3%

0,5%

Seyler L

Adultos

3,2%

0,2%

Crianças

2,6%

0,2%

1. Kobayashi M, et al. Int Med 2014;53:533-9 2. Fan K et al. J Clin Microbiol 1993;31:2233-5 3. Rohner P et al. J Clin Microbiol 1997;35:1427-32 4. Bauer T, et al. JAMA. 2001;285:313:19 5. Seyler L, et al. J Hosp Infect. 2007;67:121-6

Positividade C. difficile

(17)

Kobayashi M, et al. Int Med 2014;53:533-9

3,9%

1,25%

Validação da regra dos 3 dias

para estudo de bactérias em fezes no Japão

(18)

Cultura de fezes procurando enteropatógenos

em amostra de paciente com mais de 3 dias de internação

•Imunossuprimidos (Neutropenia < 500, TOS, TMO, HIV).

•Maiores de 65 anos com comorbidades (Cirrose, IRC, EPOC, EII, Leucemia, AVC).

•Prematuridade (< 36 semanas).

•Crianças (<16 anos) com comorbidades com insuficiência orgânica permanente.

•Surto hospitalar.

•Primeira amostra negativa nos primeiros 3 dias em pacientes com alta suspeita

de diarreia infecciosa.

•Suspeita de manifestações extradigestivas de infecção entérica.

•Contexto social de Países emergentes?

Diarreia Hospitalar

Seyler L, et al. J Hosp Infect. 2007;67:121-6 Rohner P et al. J Clin Microbiol 1997;35:1427-32 Bauer T, et al. JAMA. 2001;285:313:19

(19)

Norovírus

Principal agente de Gastroenterite

• Comunidade e associada ao cuidado da saúde.

• Casos esporádicos e surtos (principal causa de surtos).

Transmissão

– Fecal-oral.

– Dose infectante muito baixa 100-1000 partículas.

– Eliminação viral fezes e vômitos.

 Periodo de incubação curto: 12-48 horas

 Disseminação

– Pessoa-pessoa.

– Fômites.

– Agua-alimentos.

– Partículas aerossolizadas.

 Altamente transmissível

• Persistência ambiente (até 12 dias).

 Higiene fator muito importante.

(20)

Norovírus

Surtos hospitalares

Revisão de surtos associados aos cuidado de saúde

37,6 casos/surto (2-295)

Genótipo II.4: 76%

Mortalidade: 0,8%

Duração: 32,5 dias (2-120)

Sintomas:

Diarreia: 97,8%

Náuseas / Vômitos: 65,2%

Febre: 15,2%

Taxa de ataque: 15 - 50%

Greig JD, Lee MB. Epidemiol. Infect. 2012;140:1151–1160. Kambhampati et al. J Hosp Infect 2015;89:296-301

(21)

Norovírus

Surtos hospitalares

Greig JD, Lee MB. Epidemiol. Infect. 2012;140:1151–1160. Kambhampati et al. J Hosp Infect 2015;89:296-301 Kaplan JE, et al. Am J Public Health 1982;72:1329-32

Introdução do vírus

Pessoal de saúde: Assistencial – Alimentação.

Pacientes cursando Gastroenterite.

Dispersão pessoa-pessoa em 90% dos surtos

Populações de risco

Recém-nascidos.

Imunossuprimidos.

Doenças psiquiátrica.

Idosos.

Critérios para a suspeita de surto por Norovírus (Kaplan et al.)

Vômitos em > 50% de casos (explosivos).

Duração da doença 12-60 horas.

Período incubação 24-48 horas.

Participação do pessoal de saúde.

(22)

Dr. Henry Albornoz

Prof. Adj. Disciplina Doenças Infecciosas - Universidade da República (UdelaR)

Unidade Infecções Hospitalares – Ministério da Saúde Pública

Médico Assistente - Fundo Nacional Recursos

Uruguai

Diarreia hospitalar

causada por agentes diferentes

de C. difficile

Referências

Documentos relacionados

c) Os professores traduzem para o contexto da escola as propostas e os projetos peda- gógicos procedentes da administração de acordo com sua experiência docente, sua participação

Mudanças ambientais relevantes incluíram um aumento de 40% nas chuvas após 2003, comparado aos 3 anos anteriores, e a redução dos eventos de rompimentos da barra de areia

Como são permitidas maneiras diferentes de análises nas PAEs perguntamos também aos respondentes por quem eles haviam sido avaliados durante os projetos e as atividades e de

O tratamento do sorriso gengival com toxina botulínica é um procedimento pouco invasivo, com menor grau de complexidade e menor custo se comparado aos procedimentos como

➢ CÓPIA DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO DOS FILHOS MENORES DE 14 (QUATORZE) ANOS; ➢ CÓPIA DA CARTEIRA DE VACINAÇÃO DOS FILHOS MENORES DE 05 (CINCO) ANOS; ➢ COMPROVANTE DE

Se você está grávida ou amamentando, pensa que pode estar grávida ou esta planejando ter um bebê, pergunte ao seu médico ou farmacêutico antes de tomar esse medicamento..

Quando um sensor de posição de trabalho estiver conectado ao terminal através do conector B, então você precisará comunicar ao terminal de acordo com qual princípio o

Tecnologia em