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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores REGINA CAPISTRANO (Presidente), DANILO PANIZZA E VICENTE DE ABREU AMADEI.

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Registro: 2011.0000200477 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 0181047-24.2011.8.26.0000, da Comarca de Itapevi, em que é agravante COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS CPTM sendo agravado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça

de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores REGINA CAPISTRANO (Presidente), DANILO PANIZZA E VICENTE DE ABREU AMADEI.

São Paulo, 27 de setembro de 2011.

REGINA CAPISTRANO PRESIDENTE E RELATOR

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Voto nº 16.337.

Agravo de Instrumento nº 0181047-24.2011.8.26.0000.

Itapevi Juiz: Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy.

Agravante: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM.

Agravado: Ministério Público do Estado de São Paulo.

Ementa:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA LIMINAR QUE

DETERMINOU A REALIZAÇÃO DE

PROVIDÊNCIAS PELA AGRAVANTE, NO SENTIDO DE GARANTIR A SEGURANÇA DOS MUNÍCIPES NOS ENTORNOS DAS PASSAGENS EM NÍVEL, PELA EMPRESA ADMINISTRADORA DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO DA REGIÃO POSSIBILIDADE PRESENÇA DO “PERICULUM IN MORA” INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 12 E 13 DO REGULAMENTO ANEXO AO DECRETO 1.832/96 MANUTENÇÃO DA DECISÃO.

RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, AFASTADA A PRELIMINAR. DECISÃO MANTIDA.

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a r. decisão de fls. 457/458, proferida nos autos de ação civil pública, pela qual o d. Magistrado “a quo” deferiu a liminar postulada, nos termos do art. 12, da Lei nº 7.347/85 e consoante requerido pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, seguindo as determinações constantes no relatório de inspeção técnica elaborado pela ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Sustenta a agravante, preliminarmente, a impossibilidade jurídica do pedido, eis que a concessão da tutela

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antecipada, in casu, viola o princípio da separação dos poderes, acarretando invasão de competência da Administração Pública pelo Poder Judiciário, razão pela qual deve o autor ser julgado carecedor da ação, com a extinção do feito, nos termos do art. 267, VI, do CPC.

Quanto ao mérito, pondera que não há prova inequívoca que respalde a antecipação dos efeitos da tutela, bem como não há fumus boni iuris, porque suspensa a circulação de trens de passageiros nesta linha, eis que vem ocorrendo a reforma e modernização do trecho, inexistindo, ainda, periculum in mora, já que a agravante não opera no trecho em questão há mais de um ano, razão pela qual deve ser concedido, ao vertente agravo, efeito suspensivo, cassada, a final, a liminar concedida pelo Juízo a quo.

Recebido o recurso, foi indeferido o efeito suspensivo postulado, determinado o processamento do recurso (fls. 480).

Com a interposição de agravo regimental (fls. 485/496), o recurso foi remetido à Mesa para julgamento.

É o sucinto relatório.

A priori, cumpre afastar a alegação de carência da ação, em razão da impossibilidade jurídica do pedido, pois o seu acolhimento acarretaria violação ao princípio da separação dos poderes, na medida em que esta questão se confunde com o mérito do agravo, sendo certo que será oportunamente analisada.

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No que tange ao mérito, o recurso não merece provimento.

Isto porque, em que pesem os

argumentos encetados pelos combativos patronos da agravante, presente está o “periculum in mora”, consubstanciado na possibilidade iminente da ocorrência de graves acidentes envolvendo os trens,

carros, ônibus e munícipes de Itapevi, que transitam

indiscriminadamente nas redondezas e sobre a via férrea, sem nenhuma segurança efetiva, o que está claramente comprovado nos autos, consoante se pode verificar das fotos e documentos a eles encartados.

Veja-se que, conforme constou da r. decisão agravada, que bem sumariou a questão a ser examinada, “as provas coligidas aos autos, demonstram a saciedade, a necessidade das medidas requeridas em sede liminar pelo Ministério Público. Destarte, depreende-se, principalmente do relatório de inspeção técnica, elaborado por órgão da Agência Nacional de Transportes Terrestres, a existência de irregularidades nas passagens de nível, notadamente a falta de obstáculos, sinalização, deterioração do pavimento, além da existência de passagens de nível clandestinas, fls. 77/95. A existência de tais irregularidades, coloca em clarividente risco a integridade física, a vida e a segurança dos usuários dos meios de transporte e daqueles que circulam pelo local, como se evidencia das reportagens colacionadas aos autos a fls. 100/102, que noticiam a existência de acidentes, sendo tais fotos notórios nesta urbe. Neste diapasão, a urgência da medida liminar está evidente, sendo de rigor a adoção de providências a fim de evitar que pessoas sejam feridas e de

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que novas vidas sejam ceifadas” (fls. 457/457vº).

Assim, evidente está o “periculum in mora”.

Também não há como se afastar o “fumus boni iuris”, estribando-se a agravante no fato de que suspendeu a circulação de trens, bem como que vem implementando reforma geral e modernização do trecho, eis que, consoante noticiado na inicial da ação civil pública, há menos de um ano ocorreu acidente envolvendo veículos, fato que não foi contestado pela ré, ora agravante.

Somado a isto, o Decreto nº 1.832/96, que aprova o Regulamento dos Transportes Ferroviários prevê, no art. 12 do Regulamento anexo ao Decreto que “a Administração Ferroviária deverá implantar dispositivos de proteção e segurança ao longo de suas faixas de domínio”,disposto, no art. 13, do mesmo diploma que “a Administração Ferroviária é obrigada a manter a via permanente, o material rodante, os equipamento e as instalações em adequadas condições de operação e de segurança, e estar aparelhada para atuar em situações de emergência, decorrentes da prestação do serviço de transporte ferroviário” (os grifos não estão no original).

Observo que para os fins deste

Regulamento, conforme consignado no parágrafo único de seu art. 1º, Administrador Ferroviário é a “empresa privada, o órgão ou entidade pública competentes, que já existam ou venham a ser criados, para construção, operação ou exploração comercial de ferrovias”.

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Nem se alegue que a decisão recorrida apresenta ranços de irreversibilidade porquanto a questão, no que pertine às providências recomendadas pela ANTT, ainda que tenham estas caráter provisório, se circunscreve a questões patrimoniais, perfeitamente reembolsáveis, ao passo que da pretensão da agravante poderá resultar acidente sério, hábil a trazer consequências irreversíveis, tais como danos irreparáveis à vida e incolumidade dos munícipes.

Vale apontar que a tese esposada nesta decisão não é escoteira nesta Colenda Câmara, consoante se pode auferir do V. Acórdão proferido no Agravo de Instrumento nº

0176645-36.2007.8.26.0000 (994.07.176645-1), relatado por esta

Desembargadora, sendo certo que a questão versada se referia justamente à manutenção de liminar concedida em 1ª Instância, determinando a instalação de cancelas em passagens de nível em vias férreas, julgado o agravo em 31/07/2007, por votação unânime.

Assim, em que pesem todos os

argumentos encetados pela Agravante, o vertente recurso deve mesmo ser desprovido, mantida a liminar concedida pelo Juízo a quo, nos autos da ação civil pública.

Isto posto, afastada a preliminar, nego

provimento ao vertente agravo, mantendo a bem lançada decisão, por seus bons e jurídicos fundamentos.

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prejudicados os itens 2, 3, 4 e 5 da decisão de fls. 480 destes autos. Para fins de acesso aos Egrégios Tribunais Superiores, ficam expressamente prequestionados todos os artigos legais e constitucionais mencionados pelos litigantes.

É o meu voto.

Regina Zaquía Capistrano da Silva

Relatora

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