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Permanecei em mim e eu permanecerei em vós!

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Academic year: 2021

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CELEBRAÇÃO DO 5º DOMINGO DA PÁSCOA

03 de maio de 2015

“Permanecei em mim e eu

permanecerei em vós!”

Leituras: Atos 9, 26-31; Salmo 22; Primeira Carta de João 3, 18-24; João 15, 1-8. COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA

Animador: Aleluia, irmãos e irmãs! Cristo Ressuscitou! Como o Tempo Pascal deve ser celebrado com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, “um grande domingo”, (cf. Normas Universais do Ano Litúrgico, 22) faremos memória da grande Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias” (Sto. Agostinho). O fogo que acendeu o círio pascal fez memória da Bênção do fogo novo. Hoje Jesus é apresentado como a videira e nós somos os ramos. Permanecer unidos em Cristo é nossa condição para produzirmos frutos. Separados Dele, perdemos nossa identidade. Que possamos buscá-lo cada vez mais, para termos uma sociedade mais justa e fraterna.

1. Situando-nos

Tendo celebrado recentemente o dia de São José Operário, padroeiro de todos os trabalhadores, seguimos nossa caminhada pascal. Caminhada esta que nunca se encerra, mas sempre se aprofunda.

A liturgia de hoje, centrada no Evangelho de João, convida-nos a permanecer em Cristo. Somos os ramos da videira verdadeira, cultivada pelo Pai.

A relação com Deus, contudo, não é uma relação intimista, fechada. É relação aberta, que resulta em frutos de amor: nisto meu Pau é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

Saulo teve dificuldades para ser incorporado ao corpo eclesial. Precisou conquistar a confiança da comunidade cristã.

A Primeira Carta de João lembra-nos que o amor exige ações, acolhida, verdade. A prática dos mandamentos decorre de um amor autêntico.

Assim como Maria, cujo mês a ela dedicado hoje iniciamos, peçamos que ela nos conduza nos caminhos de seu Filho ressuscitado.

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2. Recordando a Palavra

O texto do Evangelho de hoje (Jo 15, 1-8) prosseguirá no próximo domingo (Jo 15, 9-17). “15, 1-17 constitui uma meditação sobre o amor cristão. O ponto de partida é a alegoria da videira (vv. 1-8); depois a meditação continua aprofundando o mistério do amor de Deus em Jesus Cristo e nossa missão de frutificar no amor fraterno (vv. 9-17)” (KONINGS, Johan. Evangelho segundo João –

amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p. 282).

Estamos diante de uma alegoria. Jesus se apresenta como a videira verdadeira, e o Pai é apresentando como a agricultor. Há uma ênfase no termo “verdadeira”. Isso denota que há outras videiras, não verdadeiras. Bem sabemos que a videira foi utilizada como imagem do povo de Israel, em textos do Antigo Testamento. Jesus assume para si a identidade de videira de Deus: ele e não mais em Israel, está a fidelidade verdadeira ao Pai.

Há uma diferença notável: o Pai não é apenas o dono da vinha, mas é o agricultor, aquele que trabalha na vinha, para que produza frutos. Um desses trabalhos é poder, limpar os ramos. E Jesus mostra, no v.3, que é a sua Palavra que “limpa” os discípulos que a ouvem.

Destaque merece também o verbo “permanecer”. Ele aparece 8 vezes; em 7 vezes fala diretamente da relação entre Jesus e os fiéis. “’Permanecer em Jesus’ exige da parte do discípulo uma fidelidade que domina o decorrer do tempo, e o olhar se volta para além, para o fruto a produzir do qual a união com o Filho é a condição” (LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do Evangelho

segundo João III. São Paulo: Loyola, 1996, p.119). Fica claro que havia pessoas na comunidade

cristã sem toda a firmeza na profissão de fé em Jesus, a razão dá ênfase no permanecer.

Quem não crê de verdade em Jesus é um ramo morto, desligado do tronco e que, obviamente, não produzirá frutos. Quais são os frutos esperados? O amor ao próximo (cf. vv. 16-17).

As palavras de Jesus que permanecem em nós significam ele mesmo presente em quem crê. Essa é a garantia de podermos pedir ao Pai, porque seu Filho está em nós, presente em sua palavra que acolhemos com fé.

A primeira leitura fala da integração de Paulo ao grupo dos apóstolos, em Jerusalém. E isso acontece não sem dificuldades. A leitura mostra a transformação ocorrida em Saulo devido ao seu encontro com o Cristo Ressuscitado. De perseguidor a anunciador do Evangelho, coloca sua vida em risco, porque agora os judeus de língua grega queriam matá-lo.

Lucas conclui a narrativa com um resumo: Paulo afastado de Jerusalém e o retorno da paz. A Igreja cresce e envolve agora comunidades da Judeia, da Galileia e da Samaria.

A Primeira Carta de João segue no núcleo central da vida cristã: o amor que se expressa em ações concretas. O ser humano comparece diante de Deus de maneira transparente. Não há como mentir ou se ocultar diante dele. Se nós amamos de verdade não há inquietação ou medo.

O princípio motivador do amor é a fé, que nos vincula a Deus. Como Deus é amor, o fruto da fé é o amor mútuo. Volta o verbo permanecer, já presente no Evangelho de hoje Deus está conosco pelo seu Espírito. A nossa união com Deus está garantida. Falta enfatizar a nossa união mútua,

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3. Atualizando a Palavra

O Tempo Pascal aprofunda a centralidade do Ressuscitado na vida da Igreja. Todos os que crêem estão unidos a ele. Sem isso não é possível produzir frutos. Há um risco de nós querermos ser videiras desligadas de Cristo. Atenção para o perigo de colocar alguma pessoa, grupo ou devoção particular como tronco ao qual nos vinculamos. Não é assim. A centralidade é de Cristo. É dele que vem a vida.

Outro aspecto da vida eclesial a ser iluminado por essa palavra pode ser a tão falada e procurada conversão pastoral. A conversão pastoral da Igreja é deixar-se limpar e podar pelo divino agricultor. Não somos uma vinha pronta, perfeita. Precisamos de limpeza e de poda, o que às vezes dói.

A esse respeito nos exortam os Bispos do Brasil: “A expressão ‘conversão pastoral’ remete, acima de tudo, a uma renovada conversão a Jesus Cristo, a qual consiste no arrependimento dos pecados, no perdão e na acolhida do dom de Deus (Cf. At 2,38ss). Trata-se de uma conversão pessoal e comunitária. Há muitos batizados e até agentes de pastoral que não fizeram um encontro pessoal com Jesus Cristo, capaz de mudar sua vida para se configurar cada vez mais ao Senhor” (CNBB. Comunidade Comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia.

Brasília Ano 2014. Edições CNBB, n.52).

Como está nossa pertença a Cristo? Permanecemos nele? Deixamos que sua palavra nos limpe? A comunidade primitiva não é perfeita. Vamos no texto dos Atos dos Apóstolos a relutância em aceitar Paulo no seio da comunidade. Ainda não se estabeleceu uma relação de confiança. Ele, por outro lado, empenha-se com todo ímpeto no anúncio irrestrito de Cristo, colocando em perigo a própria vida. Seu caminho se assemelha ao de Cristo, que Poe a vida em risco. Contudo, Paulo foge do conflito, não por covardia, mas para ser fiel à missão de continuar o anúncio.

Nossas comunidades recebem como as pessoas convertidas, que fazem experiências marcantes de encontro com Ressuscitado? Não há também entre nós desconfiança, resistência, preconceito? É claro que a fé supõe um amadurecimento, uma inserção comunitária. Contudo, não podemos deixar de acolher. Cuidemos para não criar oposição entre membros antigos e membros novos da comunidade.

O critério de verificação para a autenticidade de nossa fé é o amor fraterno; A primeira Carta de João o evidencia. O amor cristão está bem presente nas palavras que proferimos, nas musicas que cantamos, nos textos que escrevemos. Mas não basta! É preciso amar com ações e de verdade. A Igreja no Brasil fala claramente sobre isso: “O amor ao próximo, radicado no amor de Deus, é um dever de toda a comunidade eclesial” (CNBB. Comunidade Comunidades: uma nova paróquia. A

conversão pastoral da paróquia. Brasília Ano 2014. Edições CNBB, n.282).

E para que não fiquemos com dúvidas sobre como viver esse amor, as indicações são concretas: “As paróquias precisam acolher fraternalmente todos, especialmente os que estão caídos à beira do caminho. Dependentes químicos, migrantes, desempregados, dementes, moradores de rua, sem terra, soropositivos, doentes e idosos são alguns rostos que clama para que a comunidade

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lhes apresente, concretamente, atitudes do Bom Samaritano” (CNBB. Comunidade Comunidades:

uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia. Brasília Ano 2014. Edições CNBB, n.283).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A Eucaristia é o canal excelente por onde nos chega a seiva do amor de Deus, que nutre nossa vida e nos permite produzir bons frutos. A dinâmica profunda da comunhão eucarística nos ajuda a perceber como a Eucaristia faz com que permaneçamos unidos a Cristo e, assim produzamos os frutos que Ele espera.

“São dois corpos colocados aqui em relação: o corpo eucarístico e o corpo eclesial. Um é direcionado ao outro: o fim próprio do corpo eucarístico é formar o corpo eclesial, de modo que a verdade do corpo eucarístico é o corpo eclesial” (Boseli, Gofredo. O Sentido Espiritual da Liturgia. Brasília: Edições CNBB, 2014, p.110).

A Palavra de Deus nos limpa e pode para que possamos frutificar. A Eucaristia nos nutre com a seiva do amor divino, para que produzamos os frutos de Deus no mundo. A celebração vivida autenticamente nos ajuda a permanecer no amor de Cristo, unidos ao Pai.

Preces dos fiéis:

Presidente: Supliquemos a graça de Deus para viver na intimidade com Cristo, produzindo frutos de vida nova na comunidade e na sociedade.

1. Senhor, que a Igreja nunca deixe de orientar seus fiéis segundo a tua Palavra. Peçamos: Todos: Senhor, ajude-nos a dar muitos frutos.

2. Senhor, por aqueles que governam este povo sofrido, para que o amor fraterno faça parte de suas vidas e que sejam ramos ligados à videira que é Cristo, para promoverem a paz, a justiça e a dignidade a todos. Peçamos:

3. Senhor, que os mais necessitados, os doentes, os sem esperanças, voltem o coração para a tua Palavra, para que assim suas dores sejam amenizadas e se aproximem cada vez mais de Ti. Peçamos:

4. Senhor, que nossa comunidade se aproxime de tua luz e coloque em prática o que é agradável aos teus olhos. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Obrigado, Senhor, porque atendeis nossas preces, ajudai-nos a acolher e a viver o

Evangelho para que nossa vida seja um louvor autêntico a Ti. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Ó Deus, que, pelo sublime diálogo deste sacrifício, nos fazeis participar de vossa única e suprema divindade, concedei que, conhecendo vossa verdade lhe sejamos fiéis por toda a vida.

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Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus de bondade, permanecei junto ao vosso povo e fazei passar da antiga à nova vida aqueles a quem concedestes a comunhão nos vossos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.

Benção Final

Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia. Todos: Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso + Pai, Filho e Espírito Santo. Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos: Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!

Referências

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