Plano Básico de Benefícios - PBB
Política de Investimentos - Período 2016 a 2020
Alocação dos RecursosLimites de Alocação dos Recursos - 2016
1 - Fundamentação da Política
De acordo com o fluxo financeiro do passivo atuarial, o PBB encontra-se em elevada maturidade financeira e atuarial, exigindo obrigatoriamente a observância da liquidez e do menor risco nas aplicações.
Assim, a estratégia de investimento pauta-se na prevalência da carteira de Notas do Tesouro Nacional, Série B - NTN-B em montante correspondente às exigibilidades, o que assegurará solidez financeira ao Plano.
O vencimento médio da carteira de títulos públicos, atualmente em 7,6 anos, situa-se pouco abaixo do prazo médio de pagamento dos benefícios, de 8,5 anos, sendo pertinente a adoção de estratégia de suprir os pequenos descasamentos verificados nos vértices em que não ocorre resgate, bem como para que as novas aquisições não aumentem significativamente o tempo médio de vencimento da carteira.
Sob esse prisma, a Centrus manterá a política de redução do segmento de renda variável e de imóveis, com direcionamento dos recursos para essa modalidade de títulos, cuidando para que os investimentos indispensavelmente produzam, ao longo dos anos, rentabilidade compatível com a meta atuarial, equivalente à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA acrescida de juros de 4,5% a.a., para manter o equilíbrio frente aos compromissos atuais e futuros,
A majoração dos juros de correção dos compromissos previdenciários, de 4,0% para 4,5% a.a, está respaldada em Nota Técnica Atuarial, que assinala, entre outros
7/12/2015
Ativos
Renda Fixa 5.425,3 91,9% 5.455,4 91,3% 5.519,3 91,8% 5.667,6 91,0% 5.917,9 91,3%
Renda Variável 392,7 6,6% 444,1 7,4% 425,3 7,1% 490,1 7,9% 493,0 7,6%
Investimentos Estruturados 4,1 0,1% 4,4 0,1% 4,8 0,1% 5,3 0,1% 5,7 0,1%
Fundo de Investimento em Participações 4,1 0,1% 4,4 0,1% 4,8 0,1% 5,3 0,1% 5,7 0,1%
Imóveis 46,1 0,8% 34,9 0,6% 31,1 0,5% 32,3 0,5% 33,7 0,5%
Operações com Participantes 28,1 0,5% 25,3 0,4% 23,3 0,4% 21,7 0,3% 20,8 0,3%
Outros1/ 10,2 0,2% 10,2 0,2% 10,2 0,2% 10,2 0,2% 10,2 0,2%
Recursos Garantidores 5.906,5 100% 5.974,4 100% 6.014,0 100% 6.227,1 100% 6.481,3 100%
Gestão Administrativa 268,3 255,8 237,8 214,1 185,5
Total do Patrimônio 6.174,8 6.230,2 6.251,8 6.441,3 6.666,8
Rentabilidade
Meta Atuarial (IPCA + 4,5% a.a.)
1/ Disponível, provisão para dividendos, juros sobre o capital próprio - JCP e realizável
9,55% 11,50% 9,99% 9,71% 9,55% 11,82% 2017 2016 Em R$ milhões 11,81% 2018 2019 11,97% 2020 13,44% 12,26%
Mínimo Alvo Máximo
Renda Fixa 73,3% 91,9% 98,9% 100,0% Renda Variável 0,0% 6,6% 25,6% 70,0% Investimentos Estruturados 0,0% 0,1% 0,1% 20,0%
Imóveis 0,7% 0,8% 1,8% 8,0%
Operações com Participantes 0,4% 0,5% 2,7% 15,0% 1/ em relação aos recursos garantidores
Segmento Alocação em 2016
1/ Permitido
Resolução CMN 3.792
aspectos, o nível de maturidade do PBB e a aderência da taxa de juros ao intervalo regulamentar, que poderá situar-se no intervalo de 3,63% a 5,59%.
2 - Alocação dos Recursos
2.1 - Segmento de Renda Fixa
Sem perspectiva de arrefecimento das taxas de juros e da inflação, os recursos serão direcionados preferencialmente para títulos públicos, priorizando-se as NTN-B, em razão de serem indexadas ao IPCA, o que imuniza relevante parcela do patrimônio do PBB dos efeitos da inflação.
Os títulos públicos que compõem a carteira própria do Plano permanecerão contabilmente classificados como “mantidos até o vencimento” e registrados, portanto, pela curva do papel. Observado o fluxo do passivo atuarial, poderão ser adquiridos também títulos ”para negociação”, sujeitos à marcação a mercado, para suprir desencaixes de curto prazo e permitir estratégias de nível tático-operacional.
Aplicações de recursos em Certificados de Depósitos Bancários - CDB, Depósitos a Prazo com Garantia Especial - DPGE e Letras Financeiras - LF também poderão ser igualmente realizadas, limitadas, no conjunto, a 5% dos recursos garantidores, com o objetivo de fazer face a desembolsos de curto e médio prazos, na hipótese de o vencimento dos títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional e os correspondentes pagamentos de juros não se adequarem às necessidades do fluxo de caixa.
Quando propostas, as alocações em CDB e LF serão obrigatoriamente realizadas em bancos de grande porte com baixo risco de crédito.
No caso dos DPGE, a fim de assegurar a liquidação da operação, mesmo na hipótese de inadimplência da instituição emissora, as operações serão realizadas até o limite de garantia oferecida pelo FGC.
Quanto aos Fundos de Investimento em Renda Fixa - FIRF, a alocação restringe-se a montante suficiente para satisfazer as necessidades de caixa do PBB.
2.2 - Segmento de Renda Variável
Com o relevante desinvestimento efetuado em renda variável, a participação do segmento já convergiu para o limite inferior estabelecido na Política de Investimentos para 2015 a 2019, – revisto em maio de 2015 com base em estudo técnico – que buscou restringir o nível de risco do PBB, reduzindo a possibilidade de déficit, bem como tornar possível a elevação da rentabilidade, em momentos de alta na bolsa. Nesse aspecto, as vendas objetivarão somente o complemento de caixa, o que não descarta operações, visando a realização de ganhos e a manutenção em carteira de papéis com perspectiva de resultado favorável e boa remuneração aos acionistas, o que contribuirá para a formação de resultado do PBB.
Ademais, como o cenário permanecerá de incerteza, redundando em volatilidade para o preço dos ativos, também poderão ser efetuadas operações de giro1/, com a
finalidade de obter ganho de curto prazo e proteger a carteira de fortes oscilações do mercado, cuja reversão deverá ocorrer no prazo máximo de trinta dias. Na hipótese de mercado desfavorável, a Getec elaborará parecer técnico, com justificativa e proposta de estratégia para a posição negociada.
1/
De modo similar, objetivando atenuar impactos decorrentes da desvalorização de papéis em momentos de maior oscilação, serão realizadas operações de empréstimo de ações.
2.3 - Segmento de Investimentos Estruturados
Em razão da maturidade do PBB, não foram consideradas novas alocações de recursos nessa modalidade de investimento. Atualmente, o PBB tem apenas uma aplicação em FIP, o qual permanecerá em carteira com representatividade de 0,1% do patrimônio, haja vista o delicado processo de desinvestimento, que engloba a solução de pendências judiciais.
2.4 - Segmento de Imóveis
No segmento de imóveis, a política continua sendo a de desimobilização, conforme Plano de Alienação de Imóveis - PAI iniciado em maio de 2006, e a realização de reavaliações anuais.
2.5 - Segmento de Operações com Participantes
A Centrus continuará com a política de conceder empréstimos aos assistidos do PBB, sendo esperada redução dessa carteira nos próximos anos, haja vista que as amortizações deverão superar a demanda prevista por crédito.
Quanto aos financiamentos imobiliários, a concessão continua suspensa, de modo que a participação na composição dos recursos tenderá a zero no longo prazo.
3 - Operações com Derivativos
Se e quando as condições macroeconômicas recomendarem, poderão ser utilizadas operações com derivativos de renda fixa e de renda variável em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, como instrumento de proteção e na modalidade com garantia, conforme abaixo:
O objetivo da realização de tais operações é proporcionar a redução do risco a que estão expostas as carteiras integrantes dos segmentos de renda fixa e de renda variável, devendo ser observados os procedimentos de controle e de avaliação de todos os riscos envolvidos nessa modalidade de aplicação e, independentemente do valor da operação, ser submetidas ao Conselho Deliberativo,.
4 - Meta de Rentabilidade dos Segmentos de Aplicações
Em relação a cada segmento de aplicação, a Centrus adota os seguintes benchmarks para monitorar o desempenho de seus investimentos:
Discriminação Limite Máximo
Para Proteção 100%1/
Para Exposição 0%
1/ do valor das posições detidas à vista
Segmento de Aplicação Benchmark
Renda Fixa Taxa Selic
Renda Variável Ibovespa
Imóveis Meta Atuarial
Investimentos Estruturados Meta Atuarial Operações com Participantes Meta Atuarial
5 - Expectativa de Rentabilidade
6 - Apreçamento dos Ativos
No processo de apreçamento de ativos financeiros, a Fundação segue as melhores práticas de mercado, primando pela transparência, objetividade e consistência das informações e utilizando metodologias e fontes de referência a seguir descritas.
6.1 - Renda Fixa
Com relação aos investimentos em títulos públicos, adota-se como fonte de referência para negociação a taxa indicativa divulgada diariamente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais - Anbima. Quanto à metodologia de apreçamento, no que se refere aos títulos levados a vencimento, utiliza-se o preço da curva do papel e, para os marcados a mercado, o Preço Unitário - PU divulgado pela Anbima.
As operações compromissadas são registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic, marcadas a mercado e o preço de compra dos títulos observa a taxa divulgada pela Anbima.
No caso dos FIRF, utiliza-se o valor da cota informada pelas instituições administradoras e a taxa contratada para CDB, DPGE e LF .
6.2 - Renda Variável
Por se tratar de mercado organizado e dinâmico, as ações são apreçadas pela cotação de fechamento divulgada pela BM&FBovespa S.A. - Bolsa de Valores, de Mercadorias & Futuros.
Na hipótese de o ativo permanecer por mais de noventa dias sem negociação, será utilizado o valor patrimonial da ação, o custo de aquisição ou o valor líquido provável de realização, dentre eles o menor.
As ações objeto de empréstimo são diariamente valorizadas a mercado pelo preço de fechamento dos ativos negociados no dia, divulgado pela BM&FBovespa. A taxa da operação é definida no momento da pactuação e calculada diariamente, pro rata
temporis, até o vencimento ou a liquidação antecipada. 6.3 - Investimentos Estruturados
Com referência aos fundos que permitem aquisição de ações de companhias fechadas (que não são negociadas em bolsas de valores), como os FIP, adota-se o valor patrimonial das ações calculado trimestralmente, a partir das demonstrações financeiras auditadas das empresas investidas.
6.4 - Derivativos
Os ativos são apreçados com base na cotação de fechamento no pregão da BM&FBovespa.
Segmento 2016 2017 2018 2019 2020 Meta Atuarial (IPCA + 4,5% a.a.) 11,50% 9,99% 9,71% 9,55% 9,55%
PBB 13,44% 12,26% 11,97% 11,82% 11,81%
Renda Fixa 13,19% 11,80% 11,50% 11,34% 11,32% Renda Variável 17,15% 19,03% 19,18% 18,03% 17,85% Investimentos Estruturados 8,30% 9,19% 9,26% 8,71% 8,63% Imóveis 11,80% 6,85% 10,60% 11,54% 11,59% Operações com Participantes 14,59% 12,67% 12,07% 11,64% 11,56%
6.5 - Imóveis
Todos os imóveis da carteira são reavaliados anualmente. Quando colocados à venda, são apreçados mediante avaliação específica, na forma prevista na regulamentação em vigor.
6.6 - Operações com Participantes
As operações são apreçados de acordo com as taxas contratadas, observados ainda os critérios técnicos, aprovados pela Diretoria-Executiva e pelo Conselho Deliberativo, quando de sua alçada, objetivando resguardar a meta de rentabilidade atuarial.
7 - Tipo de Gestão
A gestão dos ativos de renda fixa e de renda variável dos planos administrados pela Centrus é efetuada internamente (carteira própria), sendo admissível a alocação de pequena parcela dos recursos em fundos de investimento terceirizados, de modo a diversificar o risco de gestão e de mercado e maximizar a rentabilidade agregada, bem como a manutenção de recursos em fundos de investimentos necessários para cumprimento do fluxo de pagamentos.
8 - Limite de Concentração
Os investimentos dos recursos do PBB estão sujeitos aos seguintes limites estabelecidos na Resolução CMN nº 3.792, de 2009, e na legislação complementar:
9 - Participação em Assembleias de Acionistas
A participação da Centrus em assembleia de acionistas será obrigatória se o investimento representar 10% ou mais dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados ou se a sua participação no capital votante ou total da companhia investida for igual ou superior a 10% e opcionalmente, conforme a sua conveniência, em face dos assuntos em pauta, nos demais casos.
Alocação por Emissor Limite /1
Tesouro Nacional 100%
Instituição financeira 2%
Companhia aberta 10%
Fundo referenciado/2 10%
Sociedade de Propósito Específico - SPE 10%
/1 em relação aos recursos garantidores do plano
/2 fundo de índice referenciado em cesta de ações de companhias abertas
Concentração por Emissor Limite
Capital total - Companhia aberta ou SPE 25% Capital votante - Companhia aberta 25%
Patrimônio Líquido 25%
- Instituição financeira 25% - Fundo referenciado /1 25% - Fundo de investimento estruturado /2 25%
/1 fundo de índice referenciado em cesta de ações de companhias abertas /2 fundo de investimento em participações e fundo de investimento imobiliário
Concentração por Investimento Limite
Títulos e valores mobiliários - mesma série 25%
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios - FDIC - Mesma classe ou série 25%
Empreendimento imobiliário - Mesmo empreendimento /1 25%
10 - Avaliação e Controle de Risco
A gestão de riscos da Centrus segue as diretrizes da Política de Gerenciamento de Risco - PGR aprovada pelo Conselho Deliberativo, que objetiva a análise dos riscos, das suas grandezas e dos seus impactos sobre as atividades da Fundação, permitindo a gestão de ocorrências de perdas e o desenvolvimento de planos de ação para correção.
Sobre o risco operacional, o mapeamento e a manualização das rotinas operacionais da Centrus garantem que os processos de trabalho mais significativos e relevantes sejam devidamente identificados.
Com relação ao risco de mercado, em especial, a Fundação utiliza, além do Sistema de Controle da Divergência não Planejada - DNP, exigido pela Previc, o Valor sob Risco - VaR.
No que diz respeito ao risco de crédito de instituições financeiras e não financeiras, a Centrus leva em consideração a avaliação de, no mínimo, duas agências de reconhecida reputação em funcionamento no país, sendo consideradas aceitáveis as instituições que obtiverem as seguintes avaliações mínimas:
Nas aplicações em depósito a prazo até o montante de cobertura do Fundo Garantidor de Créditos - FGC disciplinado pelo CMN, observa-se o rating de crédito para as seguintes notas mínimas, sem prejuízo da exigência de a instituição emissora contar com rating de pelo menos duas agências de classificação de risco de crédito.
11 - Governança Corporativa e Responsabilidade Social
Com gestão voltada para o desenvolvimento econômico-social da comunidade e zelando por boas práticas de governança corporativa, as companhias socialmente responsáveis tendem a atrair mais investimentos e, consequentemente, a proporcionar melhores retornos aos acionistas.
Nesse sentido, certa da importância que os aspectos relacionados à Governança Corporativa e aos Princípios de Responsabilidade Social assumem na tomada de decisão, a Centrus busca alocar recursos em ativos de empresas que atendam aos preceitos abaixo listados:
Governança – prioriza companhias que estejam listadas no Novo Mercado, Nível 2 ou Nível 1 da BM&FBovespa;
Relatórios de Sustentabilidade – se a empresa publica documentos sobre suas ações de natureza socioambiental, com foco na relevância e na clareza das informações prestadas;
Curto Prazo Longo Prazo
Austin Rating brA1 - brA2 brAAA -
brA-Fitch Rating F1 (bra) AAA - A
Moody's P1 - P2 Aaa - A3
Standard & Poor's A1 AAA - A
Agência Rating
Curto Prazo Longo Prazo
Austin Rating brA1 - brB brAAA - br
B-Fitch Rating F1 (bra) - B AAA - BB
Moody's P1 - P3 Aaa - Baa3
Standard & Poor's A1 - B AAA - BB
Políticas inclusivas – se a companhia adota políticas de não-discriminação e políticas afirmativas com relação a mulheres, negros e portadores de deficiência;
Certificação social – se a empresa adota padrão de tratamento social responsável aos seus trabalhadores, como, por exemplo, SA8000;
Meio ambiente – se a companhia não sofreu autuação por dano ambiental; e Investimentos sociais – se a empresa adota programa de investimentos sociais. A Fundação depreende que, ao observar aspectos que envolvem responsabilidade socioambiental em seus investimentos, preservará os interesses dos participantes e assistidos, bem como altos valores éticos e morais. Soma-se a isso o fato de que empresas que adotam esses princípios com investimentos sustentáveis estão menos expostas a riscos e apresentam boa rentabilidade no médio e longo prazos.
Para atestar seu compromisso em relação às boas práticas de sustentabilidade social, a Centrus aderiu, em 2006, aos Princípios para o Investimento Responsável - PRI, cujas características básicas estão relacionadas com transparência, governança e consideração das questões ambientais e sociais.
12 - Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado - AETQ
A função de Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado - AETQ é exercida pelo Diretor de Aplicações, o qual responde pela alocação, supervisão, controle de risco e acompanhamento dos recursos garantidores dos planos administrados pela Fundação e pela prestação de informações relativas à aplicação desses recursos.
Brasília (DF), 23 de dezembro de 2015.
Helio Cesar Brasileiro Diretor-Presidente