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Curso Online Contabilidade de Instituições Financeiras Teoria e Exercícios Prof. Jaildo Lima

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Academic year: 2021

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I – Apresentação do Professor

Olá pessoal!

Meu nome é Jaildo Lima de Oliveira, sou contador, tenho pós-graduação em Finanças e Mestrado em Contabilidade. Sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil (Bacen) aprovado no concurso de 1997. Trabalhei alguns anos na área de Fiscalização e desde 2003 estou vinculado à área de normas para o sistema financeiro, trabalhando, inclusive, com normas relacionadas à contabilidade de instituições financeiras. Antes de entrar no Bacen, trabalhei por mais de 9 anos na Caixa Econômica Federal, exercendo atividades relacionadas às áreas de concessão de crédito e avaliação de projetos.

Sou professor de contabilidade geral e de contabilidade bancária. Já ministrei aulas em diversos locais como UnB, FGV, IBMEC e em vários cursos preparatórios para concursos na área bancária, dentre eles os concursos do Bacen e do Banco do Brasil. Também ministrei aulas à distância em cursos regulares de graduação e pós-graduação e em preparatórios para concursos.

II – Como serão as aulas

Mas o que verdadeiramente importa é o que e como vamos ajudar você a estudar contabilidade visando à prova do concurso BDMG. A princípio, esse conteúdo pode parecer estranho para a maioria dos alunos, principalmente aqueles que não estão familiarizados com termos contábeis. Mas procuraremos apresentar as noções básicas da contabilidade e das operações por ela registradas de forma a permitir que vocês percebam a dinâmica desses conteúdos.

Em nossas aulas vamos integrar o conteúdo teórico, que será apresentado de forma bem simples, com exemplos práticos e exercícios, principalmente aqueles baseados nas questões que foram exigidas em concursos recentes.

Destaco que no concurso do BDMG, a entidade promotora indicou no Edital que serão exigidas “Noções de Contabilidade” que abrangem, literalmente, um curso inteiro de graduação nessa área. Mas não se assustem, pois como a ideia é de se trabalhar com noções básicas sobre cada conteúdo na área contábil. Entendo que poderemos estudar essas noções a partir de seus principais conceitos.

Para isso, é muito importante compreender a mecânica contábil que será apresentada nas primeiras aulas. Tendo essa compreensão, o restante do conteúdo será assimilado bem mais facilmente!

Dessa forma, a “Aula Demonstrativa” mostrará para vocês um pouco do que será esse curso, de forma a permitir a compreensão de algumas noções básicas da escrituração contábil realizada pelas empresas. Mas do que isso, mostrará que a contabilidade não é aquele ‘bicho papão’ que somente algumas pessoas

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Apresento ao longo do curso várias questões que elaborei, outras oriundas de provas do Bacen a partir do concurso de 1997 e outras de concursos como Banco do Brasil, Caixa Econômica e BRB.

O conteúdo será ministrado em 12 aulas que ocorrerão a cada 10 dias. Pretendemos concluir o curso até o dia 03 de julho de 2011.

Conteúdo Programático (Em média uma aula a cada 10 dias): baseado na parte de contabilidade do Edital do Concurso do BDMG

Aula 1 – 15/03/2011

Contabilidade Geral: Conceito. Usuários. Objeto. Finalidade. Patrimônio: componentes patrimoniais; ativo;

passivo e situação líquida; equação patrimonial. Apuração de resultados. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. O regime de caixa e o de competência. Conta: conceito; estrutura das contas; grupos de contas patrimoniais e de resultado; plano de contas. Débito; crédito; saldo; função e. Escrituração: conceito; partidas dobradas; lançamento contábil – rotina e fórmulas; Livros contábeis.

Aula 2 – 25/03/2011

Contabilidade Geral: Princípios fundamentais de contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de

Contabilidade. Demonstrações Financeiras: Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração do Valor Adicionado.

Aula 3 – 04/04/2011

Contabilidade Geral: Apresentação das Demonstrações Financeiras; Práticas Contábeis, Estimativas e Erros;

Eventos Subsequentes à data do Balanço; Notas Explicativas; Relatório por Segmento; Divulgação de Partes Relacionadas; Valor Justo (Fair Value); Ajuste a Valor Presente; Arrendamento Mercantil; Efeitos nas Alterações das Taxas de Câmbio; Consolidação; Investimentos em Coligadas; Instrumentos Financeiros; Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários; Redução ao Valor Recuperável de Ativo

Aula 4 – 14/04/2011

Análise Econômico Financeira: Avaliação de Investimento e contabilização. Análise econômico-financeira

(Vertical, Horizontal. Índices e índices-padrão). Análise Dinâmica do Capital de Giro (CDG, NCG, Saldo de Tesouraria, Efeito Tesoura). Ciclo Operacional e Financeiro (Prazos médios e rotação).

Aula 5 – 24/04/2011

Análise das Demonstrações financeiras: Índices de liquidez, Índices de atividade, Índices de

endividamento, Índices de lucratividade; Planejamento Financeiro: Planejamento de caixa, Planejamento de lucro; Alavancagem e Estrutura de Capital: Alavancagem operacional, Alavancagem financeira, Alavancagem total; Gestão de Ativos e Passivos de Curto Prazo: Caixa e títulos negociáveis, Capital circulante líquido e empréstimos a curto prazo, Duplicatas a receber e estoques. Análise econômico-financeira (Vertical, Horizontal. índices e índices padrão). Análise Dinâmica do Capital de Giro (CDG, NCG, Saldo de Tesouraria, Efeito Tesoura). Ciclo Operacional e Financeiro (Prazos médios e rotação).

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Aula 6 – 04/05/2011

Contabilidade das Instituições Financeiras: Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional

– (COSIF): Normas básicas, Elenco de contas, Documentos. Instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Aula 7 – 14/05/2011

Contabilidade das Instituições Financeiras: Tesouraria e Títulos e Valores Mobiliários. Instrumentos

Financeiros Derivativos. Carteira de Crédito Rating, provisão e modalidades. Carteira de Câmbio. Demais operações das instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Aula 8 – 24/05/2011

Contabilidade Tributária: Aspectos Contábeis do Sistema Tributário Nacional, Impostos Indiretos. IPI –

Imposto sobre Produtos Industrializados, ICMS – Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, PIS – Programa de Integração Social, COFINS – Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social.

Aula 9 – 03/06/2011

Contabilidade de Custos: Elementos conceituais; terminologias. Inter-relacionamento da Contabilidade de

Custos com a Contabilidade Financeira. Objetivo, importância e finalidade da Contabilidade de Custos. Terminologias e conceitos: custos, despesas, investimento, gastos, perdas.

Aula 10 – 13/06/2011

Contabilidade de Custos: Princípios e conceitos contábeis aplicados à Contabilidade de Custos. Critérios de

Avaliação de Estoques (PEPS, UEPS e Média Ponderada Móvel Classificação e nomenclatura dos custos: Custos fixos e custos variáveis, custos diretos e indiretos, custos controláveis e não-controláveis. Objeto de custeio.

Aula 11 – 23/06/2011

Auditoria: O processo de auditoria, auditoria de produto, processo e sistemas, postura do Auditor,

planejamento da auditoria, abrangência, programação e responsabilidade, como elaborar check-list (ISO 9011, RDCs, Sistema Integrado), execução da auditoria, relacionamento auditor X auditado, conduta do auditor na coleta de dados, evidências objetivas x opiniões, relatório de auditoria, tratamento das ações corretivas e elaboração do plano de ação, acompanhamento e avaliação das ações corretivas.

Aula 12 – 03/07/2011

Convergência ao IFRS: Conceituação de IFRS, Estrutura do International Account Standards Board-IASB,

Formato dos Pronunciamentos Contábeis, IFRS no mundo, mapa da convergência ao IFRS, impactos da adoção de IFRS no mundo. IFRS no Brasil: motivações, legislação, estrutura normativa no Brasil, Comitês de Pronunciamentos Contábeis (CPC) – origem e objetivos, cenário de convergência no Brasil.

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Destaco, por fim, que tenho a grata satisfação de ter vários colegas de trabalho que foram meus alunos em cursos preparatórios, principalmente por saber que contribui de alguma forma para que eles fossem aprovados em um processo seletivo tão disputado. No último concurso realizado pelo Bacen a alegria foi maior pois quando novos servidores se apresentaram no meu setor de trabalho, alguns já me conheciam pois tinham estudado com material elaborado por mim!

Dessa forma, tenho certeza que esse material ajudará você na realização do sonho de ter um emprego bem remunerado e estável!

As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: xxxxxxxxxxxx@pontodosconcursos.com.br

Prof. Jaildo Lima Março/2011

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III. Aula Demonstrativa

1. Contabilidade: Conceito, usuários, objeto e finalidade

Imagine, por exemplo, que você seja um profissional de mercado, que recebe um convite para ser diretor financeiro de uma empresa. Ao chegar à companhia, você percebe que toda a diretoria anterior havia se demitido, não deixando informações sobre o estágio atual da sociedade. Certamente, uma de suas primeiras ações será a de buscar dados e informações no setor de contabilidade da referida empresa, pois tal setor responde pelo efetivo registro das transações da entidade.

Mas o que é e para que serve a contabilidade? A Fipecafi/USP (2007), uma importante entidade de pesquisa na área financeira, define contabilidade como “um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”.

Vamos nos deter um pouco nesta conceituação. A Contabilidade é um sistema de informação, pois há uma ‘ordem’ na técnica contábil que garante um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e edições de relatórios que permitem tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de relevância e o mínimo de custo. Esse sistema de informação permite, ainda, por meio da utilização dessa base de dados, a geração de relatórios com os mais diversos enfoques.

As informações de natureza econômica dizem respeito às variações no patrimônio (fluxos de receitas e despesas). As informações de natureza financeira envolvem os conceitos de fluxo de caixa, capital de giro, tesouraria, disponibilidades, etc. Nesse contexto, podem ocorrer situações de entidades1 com excelente condição econômica, mas com dificuldades financeiras, e vice-versa.

As informações de natureza física são relativas a um constante acompanhamento dos quantitativos envolvidos nos processos da empresa (principalmente os estoques), permitindo, assim, uma inferência sobre a evolução de determinado empreendimento por parte do usuário.

As informações sobre produtividade são dadas pela utilização tanto de conceitos monetários quanto de valores quantitativos, permitindo a utilização de índices e indicadores que permitem uma análise conjunta e comparativa dos dados.

Os usuários da Contabilidade podem ser resumidos em 3 grandes grupos: • acionistas e administradores;

• emprestadores de recursos e credores em geral; e

• integrantes do mercado de capitais como um todo, no sentido de que a quantidade, a natureza e a relevância da informação prestada abertamente pela entidade influenciem, mesmo que indiretamente, esse mercado.

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Um dos principais interessados nas informações extraídas da Contabilidade é o Fisco, que exerce seu poder tributário a partir das informações geradas da escrituração mercantil (escrituração contábil).

Relacionado ao conceito da Contabilidade, pode-se abordar, ainda, a questão do objeto e da finalidade da Contabilidade. Para que a Contabilidade existe? Qual é o seu foco? Efetivamente, a contabilidade tem como objeto o patrimônio. Sua finalidade primordial é acompanhar o desenvolvimento do patrimônio de uma determinada entidade, gerando informações úteis para fins de decisão por parte dos diversos usuários acerca de todos os fatos que possam influenciá-lo, direta ou indiretamente.

Logo, podemos concluir que a Contabilidade existe porque existe uma entidade por trás dela. Sem empreendimento, não há por que se falar em controle, acompanhamento, registro, informação e outras características da contabilidade.

2. Patrimônio, Patrimônio Líquido (PL), componentes patrimoniais

Comentamos, quando da conceituação da Contabilidade, que a ela resulta de sua função principal, que é a de gerar informações relacionadas ao patrimônio. Mas, em termos contábeis, o que vem a ser patrimônio?

Podemos dizer que patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade. Verifica-se que esse conceito, além de abranger nossa ideia original de patrimônio que envolve somente os bens, aumenta seu contexto, pois engloba os direitos e obrigações.

Assim a contabilidade trabalha com o conceito de patrimônio líquido que é dado pela diferença entre os bens e direitos (chamados na contabilidade de ativos) e as obrigações (denominadas passivos). Observe que a noção de patrimônio líquido é bem coerente: para se saber o exato patrimônio de uma pessoa ou entidade, precisamos deduzir dos seus bens e direitos as obrigações, chegando-se, assim, ao valor líquido desse patrimônio.

A partir de tal conceito, é possível definir a equação fundamental da Contabilidade (ou equação

patrimonial):

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO (bens e direitos) - PASSIVO (obrigações)

Essa equação pode ser escrita de forma diferente sem mudar seu significado:

ATIVO (bens e direitos) = PASSIVO (obrigações) + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Por meio dessa última equação, pode-se estabelecer a representação mais comum do patrimônio, dada pelo Balanço Patrimonial que é uma demonstração contábil muito citada quando são divulgadas informações de uma empresa. O Balanço Patrimonial evidencia todos os ativos, passivos e o patrimônio líquido de uma entidade, por meio da seguinte representação gráfica:

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Balanço Patrimonial

Ativo (A) Passivo (P)

Patrimônio Líquido (PL)

Total do Ativo Total do Passivo + Total do PL

A partir da equação fundamental da contabilidade, é possível concluir que no Balanço Patrimonial sempre o total do Ativo será igual ao total do Passivo mais Patrimônio Líquido. Aliás, o termo ‘balanço’ decorre justamente desse equilíbrio entre o seu lado do Ativo e seu lado do Passivo mais Patrimônio Líquido.

Vejamos um exemplo bem simples: vamos supor que uma empresa está sendo criada e realizará algumas operações iniciais. Vamos supor também que a cada operação essa nova empresa irá levantar um balanço patrimonial. As operações são as seguintes:

I – constituição do capital da empresa, no valor de R$ 50.000,00, que foi colocado pelos sócios da empresa em espécie (dinheiro);

II – compra de móveis e utensílios para a empresa no valor de R$ 30.000,00, pagos à vista; III – compra, a prazo, de um veículo no valor de R$ 15.000,00.

Vamos ver como ficará o balanço patrimonial da empresa após cada uma dessas operações?

I – constituição do capital da empresa, no valor de R$ 50.000,00, que foi colocado pelos sócios da empresa em espécie (dinheiro):

Balanço Patrimonial – Após a constituição da empresa

Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 50.000,00 -

- Patrimônio Líquido (PL)

Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 50.000,00 Total do Passivo + Total do PL

50.000,00

- Observem que quando a empresa é constituída o ‘bem’ ou o ativo que ela recebe dos sócios é dinheiro, normalmente denominado ‘Caixa’. Esse recurso não é uma obrigação da empresa para com os sócios, não sendo, portanto, registrado como um passivo. Assim, se a empresa não tem passivo no momento da constituição, ela terá um patrimônio líquido igual ao total dos ativos. Para tanto, ela registra em uma conta que representa os investimentos feitos pelos sócios, denominada ‘Capital Social’, os valores investidos. Vejam que a igualdade no balanço patrimonial é respeitada: o total de ativos é igual ao total de passivos mais o patrimônio líquido.

Conseguiram perceber? Se não, vejamos como seria o balanço dessa empresa fictícia após a segunda operação.

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II – compra de móveis e utensílios para a empresa no valor de R$ 30.000,00, pagos à vista: observe que

nesse caso, como a compra é realizada à vista, o saldo em caixa será reduzido para R$ 20.000,00 (R$ 50.000,00 – R$ 30.000,00) e será registrado um valor referente a um novo ativo: Móveis e Utensílios.

Balanço Patrimonial – após compra de móveis e utensílios à vista

Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 20.000,00 -

Móveis e Utensílios 30.000,00 -

Patrimônio Líquido (PL)

Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 50.000,00 Total do Passivo + Total do PL

50.000,00

- Observem que o total de ativo permanece o mesmo. No entanto, agora parte dele é constituída na forma de bens móveis. Verifiquem, também, que a igualdade no balanço patrimonial continua sendo respeitada – o total de ativos é igual ao total de passivos mais o patrimônio líquido.

A ideia é que igualdade entre ativos e passivos mais patrimônio líquido continue a ser respeitada. Vamos ver com a operação III que a empresa contrata um passivo e como isso será refletido em seu balanço.

III – compra, a prazo, de um veículo no valor de R$ 15.000,00: nesse caso, haverá o registro de um novo

ativo, ‘Veículo’, que terá como contrapartida uma obrigação no Passivo, que podemos chamar de ‘Dívidas a Pagar’.

Balanço Patrimonial – após compra de veículo a prazo

Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 20.000,00 Dívidas a Pagar 15.000,00

Móveis e Utensílios 30.000,00 -

Veículos 15.000,00 Patrimônio Líquido (PL)

Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 65.000,00 Total do Passivo + Total do PL

65.000,00

- Vejam que há o crescimento do ativo em função do registro do veículo. No entanto, o lado do passivo mais patrimônio líquido também aumenta, pois é registrada a obrigação de pagar o veículo. Assim, fica mantida a igualdade. No futuro, quando essa obrigação for paga, haverá uma redução no caixa em contrapartida ao zeramento da dívida.

Alguém pode estar pensando: Mas a empresa faz um balanço patrimonial a cada operação que realiza? Claro que não! Na prática das empresas, o balanço patrimonial normalmente é elaborado ao final de um ano juntamente com a apuração do resultado. Nós veremos mais adiante os detalhes dessa elaboração, mas aqui fizemos apenas uma demonstração de que sempre o total de ativos deverá ser igual ao total de passivos mais o patrimônio líquido.

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3. Situações patrimoniais

A partir do Balanço Patrimonial, podemos visualizar as chamadas situações patrimoniais. A situação patrimonial mais comum é a positiva. Ela indica que os ativos de uma entidade ativos são maiores que seus passivos. Outra situação que pode ocorrer é a negativa que ocorre quando o Passivo de uma entidade é maior que seu Ativo. Nesse caso a situação patrimonial é negativa, também chamada de ‘Passivo a Descoberto’. Tal situação indica que as dívidas de uma entidade são maiores que seus bens e direitos. Por isso, o patrimônio líquido, nesse caso, é negativo.

PASSIVO A DESCOBERTO = PASSIVO > ATIVO

Com base na equação patrimonial (PL = A - P), podemos concluir que, em dado momento, o patrimônio assume, invariavelmente, uma das seguintes situações patrimoniais:

1 – quando A > P, temos PL > 0, ou seja, situação patrimonial positiva:

Balanço Patrimonial

Ativo (A) Passivo (P)

1.000

350

Patrimônio Líquido (PL)

650*

Total do Ativo = 1.000 Total do Passivo + Total do PL = 1.000

* Nesse caso, o PL é positivo.

2 – quando A = P, teremos PL = 0, ou seja, situação patrimonial nula. Essa situação patrimonial é mais teórica, pois dificilmente em uma entidade o total de ativos será exatamente igual ao total de passivos:

Balanço Patrimonial

Ativo (A) Passivo (P)

1.000 1.000*

Total do Ativo = 1.000 Total do Passivo = 1.000

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3 – quando P > A, teremos PL < 0, ou seja, situação patrimonial negativa ou ‘passivo a descoberto’:

Balanço Patrimonial

Ativo (A) Passivo (P)

1.000

1.500 Total do Ativo = 1.000

Patrimônio Líquido (PL) -500*

Total do Passivo + Total do PL = 1.000

* Nesse caso, o PL é negativo, pois o passivo é maior do que o ativo.

4. Receitas, despesas e resultado - Variações no Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido de uma empresa varia normalmente em função dos impactos resultantes das receitas e despesas decorrentes de sua atividade operacional. Há outras fontes de variação no patrimônio líquido como um aumento do capital social de uma empresa (os sócios decidem aumentar seu investimento na empresa) ou uma diminuição do capital social (por meio da saída de um sócio ou mais sócios que levam uma parcela do capital da entidade).

As receitas podem ser conceituadas como o impacto positivo sobre o patrimônio líquido resultante, geralmente, da atividade operacional da empresa. Pode decorrer, por exemplo, de vendas com lucros, de juros sobre depósitos bancários e de outros ganhos.

As despesas, por sua vez, representam uma redução do patrimônio líquido em função principalmente do consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, ajudam a produzir uma receita. Dessa forma, a despesa só existe porque ela propiciará a geração de uma receita capaz de não só suplantá-la, como também garantir uma margem de lucro.

O resultado resume a equação que definirá a variação no patrimônio líquido. Se a receita for maior que a despesa, haverá um aumento do PL. Se a receita for menor que a despesa, haverá uma redução do PL.

Teoricamente, o resultado final de uma empresa só poderia ser apurado após o seu fechamento, quando seriam vendidos todos os seus ativos, pagas todas as obrigações e verificada a variação entre o patrimônio líquido inicial e o final. No entanto, normalmente pressupõe-se que a empresa continuará funcionando indefinidamente.

Dessa forma, é importante para a administração mensurar os resultados parciais obtidos pela empresa com a finalidade de melhor direcionar sua atividade, buscando maximizar os resultados. Essa mensuração ocorre em períodos definidos chamados período contábil ou exercício social, que geralmente são de um ano para a maior parte das empresas.

No caso da maior parte das empresas, o exercício social tem duração de um ano e a data de seu término, 31 de dezembro, deve ser fixada no estatuto ou contrato social.

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Por ocasião da apuração do resultado do exercício social, serão zerados todos os saldos das contas de resultado, chegando-se ao valor líquido que irá ser incorporado ao Patrimônio Líquido para posterior destinação, inclusive a distribuição aos acionistas, de acordo com o que tiver sido definido previamente no estatuto social da entidade. Ocorrendo lucro ou prejuízo, o resultado será transferido para uma conta do PL denominada “Lucros ou Prejuízos Acumulados”.

5. Fatos Contábeis

As diversas operações de uma empresa podem ou não afetar seu patrimônio. Quando tais operações não alteram o patrimônio, são chamados atos administrativos. Quando afetam são chamados fatos

contábeis.

Os fatos contábeis podem alterar o patrimônio qualitativa ou quantitativamente. Dessa forma, podem ser: permutativos, modificativos ou mistos.

Os fatos permutativos não alteram o valor do patrimônio e envolvem somente contas de Ativo e Passivo. Assim, as alterações patrimônio são apenas qualitativas. Exemplo:

(1)compra de um veículo à vista. Nesse caso, uma entidade está trocando um ativo (dinheiro ou disponibilidade) por outro (veículo). O patrimônio líquido não é afetado.

Os fatos modificativos podem aumentar ou diminuir o patrimônio líquido. Podem ser diminutivos ou aumentativos. Os fatos modificativos diminutivos decorrem do registro de despesas. Os fatos modificativos aumentativos decorrem do registro de receitas. Exemplos:

(2) pagamento de salários: nesse caso, normalmente a empresa baixa um ativo (caixa ou outra disponibilidade) para liquidar uma despesa;

(3) rendimentos de aplicações financeiras: nessa situação, a empresa normalmente aumenta o valor de seu ativo (via aumento do valor da aplicação financeira) registrando em contrapartida um ganho que irá colaborar para que haja lucro no período, que por sua vez contribui para o aumento do patrimônio.

Os fatos mistos, também chamados compostos, são aqueles que são permutativos e modificativos ao mesmo tempo. Também podem ser aumentativos ou diminutivos. Exemplo:

(4) pagamento de dívida com desconto: nesse caso, a dívida é baixada por meio da entrega de um ativo. Mas como foi obtido um desconto, que representa um ganho (uma receita), haverá um aumento do patrimônio.

Resumidamente, os fatos contábeis são:

Resumo sobre Fatos Contábeis

Permutativos Não afetam o PL

Modificativos Aumentativo: aumenta PL

Diminutivo: reduz o PL

Mistos (Permutativo e Modificativo ao mesmo tempo) Aumentativo: aumenta PL

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6. Regime de competência e regime de caixa

Outro princípio importante no estudo da variação do patrimônio líquido é o do regime de competência de exercícios, segundo o qual receitas e despesas são registrados pela contabilidade em função do seu fato gerador, e não em função do recebimento da receita ou do pagamento da despesa.

Esse princípio permite uma adequada comparação entre despesas e receitas de cada exercício para a apuração de resultado, com reflexos nas demonstrações contábeis como o Balanço Patrimonial. A utilização dessa regra conduz a uma visualização distinta da verificada no regime de caixa, pois o que importa são as variações econômicas no Patrimônio Líquido. No regime de caixa prevalece a noção de que uma receita ou despesa só será escriturada quando ocorrer o fluxo financeiro a elas associado.

Atenção: a contabilidade em geral (a bancária, inclusive) não utiliza o regime de caixa para escrituração

de receitas e despesas.

As despesas e receitas ocorridas contabilmente e não realizadas financeiramente são tratadas pela Contabilidade de forma a garantir o cumprimento do regime de competência. Existem duas regras básicas:

a) se uma empresa obteve uma receita (ganhou), mas ainda não recebeu em dinheiro e tampouco foi feito qualquer registro contábil, essa receita deve ser registrada no período em que foi obtida. Exemplos:

(1) o aluguel do mês de maio, recebido somente em junho, deve ser registrado como receita e considerada no resultado do mês de maio;

(2) uma venda a prazo, feita no mês de janeiro para recebimento, em março deve ser contabilizada como receita e considerada no resultado no mês de janeiro (mês da venda), independentemente de seu recebimento em março.

b) se uma empresa incorreu numa despesa ainda não paga, e se nenhum registro contábil foi realizado, essa despesa deve ser registrada no período de sua ocorrência, independentemente de seu pagamento. Exemplos:

(3) a despesa de salário do mês de dezembro, que será paga em janeiro, deve ser registrada e computada no mês de sua ocorrência (dezembro), impactando o resultado de dezembro;

(4) uma despesa de manutenção, feita em setembro e paga somente em novembro, deve ser registrada no resultado do mês de setembro, afetando o resultado daquele mês.

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Para fixar, vamos comparar como fica o registro contábil das 4 situações apontadas acima em cada um dos regimes de escrituração:

Situação Tratamento no Regime de Competência

Tratamento no Regime de Caixa

(1) o aluguel do mês de maio, recebido somente em junho, deve ser registrado como receita e considerada no resultado ...

do mês de maio, período em que foi gerada.

do mês de junho, período em que foi recebida.

(2) uma venda a prazo, feita no mês de janeiro para recebimento em março, deve ser contabilizada como receita e considerada no resultado...

do mês de janeiro (mês da venda), período em que foi gerada.

do mês de março (mês do recebimento), período em que foi recebida.

(3) a despesa de salário do mês de dezembro, que será paga em janeiro, deve ser registrada e computada no resultado ...

do mês de dezembro, período em que foi incorrida.

do mês de janeiro, período em que foi paga.

(4) uma despesa de manutenção, feita em setembro e paga somente em novembro, deve ser registrada no resultado ...

do mês de setembro, período em que foi incorrida.

do mês de novembro, período em que foi paga.

Não esqueça: a contabilidade da grande maioria das empresas obedece ao regime de competência.

7. Procedimentos contábeis básicos

A organização das informações contábeis demanda um eficiente sistema de registros, baseado em um plano de contas que tenha a capacidade de abranger todas as operações de uma entidade, permitindo, assim, a elaboração de demonstrativos contábeis que evidenciem a real situação patrimonial da empresa.

Em geral, as operações realizadas pelas empresas geram aumentos ou diminuições de ativos, de passivos e, consequentemente de patrimônio líquido. O registro dessas movimentações é feito nas chamadas contas, que conforme o controle de cada entidade pode ter um código específico.

As contas podem ser patrimoniais ou de resultado. As contas patrimoniais são as contas que representam os ativos, passivos ou o próprio Patrimônio Líquido. As contas de resultado representam

receitas e despesas.

Algumas empresas utilizam contas para controle de operações que podem, no futuro, representar bens, direitos ou obrigações. Portanto, não afetam o patrimônio da empresa. Essas contas de controle são chamadas de contas de compensação ou de controle.

O elenco de todas as contas é chamado Sistema de Contas ou Plano de Contas, que geralmente apresenta as contas de forma ordenada e codificada, bem como detalha todas as normas e procedimentos adotados por um sistema contábil. A maior parte das empresas trabalha com planos de conta internos. Em alguns setores, como o financeiro, há planos de contas padronizados. O Cosif é o Plano de Contas das Instituições do Sistema Financeiro Nacional e que deve ser observado por todas as instituições financeiras

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Segue abaixo uma lista contendo alguns títulos contábeis muito utilizados nos planos de contas de empresas comerciais:

Grupo Conta Função

Ativo

Caixa Registrar disponibilidades em espécie

Bancos Conta Movimento Registras valores registrados em contas correntes Aplicações Financeiras Registrar aplicações financeiras feitas

Mercadorias ou Estoques Registrar mercadorias em estoque para comercialização

Clientes ou Duplicatas a Receber Registrar valores a receber decorrentes de vendas a prazo

Móveis e Utensílios Registrar valores referentes ao mobiliário da empresa Veículos Registrar valores referentes aos veículos de

propriedade da empresa

Imóveis Registrar os investimentos em imóveis

Passivo

Fornecedores Registrar as dívidas junto a fornecedores de mercadorias

Empréstimos e Financiamentos Registrar o valor das operações de crédito contratadas junto a instituições financeiras

Impostos a Pagar Registrar os impostos pendentes de recolhimento pela empresa

Salários a Pagar Registrar o valor ainda não pago das despesas com salários de empregados

Patrimônio

Capital Social Registrar o capital investido pelos sócios na empresa Reservas de Lucros Registrar a parcela dos lucros de uma empresa que são

mantidos no seu patrimônio líquido

Prejuízos Acumulados Registrar prejuízos acumulados ainda não absorvidos pela empresa

De resultado

Receitas

Registrar as receitas auferidas pela empresa em determinado período. Podem ser: de vendas, de ganhos em aplicações financeiras, de ganhos na venda de bens imóveis etc

Despesas

Registrar as despesas incorridas pela empresa em determinado período. Podem ser: de salários, de vendas, administrativas, vinculadas a impostos, de depreciação de bens móveis, oriundas de perdas de capital etc.

7.1 Débito e Crédito

Muitas pessoas tem a ideia de que débito significa algo desfavorável, e crédito, algo favorável. Essa noção é, em grande parte, tributada as informações que recebemos dos bancos por meio do extrato bancário. Lá, toda vez que a nossa conta tem um crédito é um sinal de que entrou dinheiro. Por outro lado, toda a vez que há um débito em nossa conta, sabemos que foram retirados valores dela.

Mas como funciona exatamente, o mecanismo do débito e crédito?

Inicialmente, é preciso entender que tais denominações são, simplesmente, convenções contábeis. Assim, sob o ponto de vista da contabilidade o débito não é um vilão, nem o crédito nosso herói.

(15)

O DÉBITO responde a pergunta: Onde os recursos foram aplicados? O CRÉDITO responde a pergunta: Qual a origem dos recursos?

Assim, identificando-se em qualquer lançamento contábil onde os recursos foram aplicados (débito) e qual a sua origem (crédito), é possível proceder a qualquer lançamento.

Antigamente, quando a escrituração dos lançamentos era feita de forma manual, havia toda uma formalidade para registro das operações. Era necessário indicar:

- em uma linha o local e data da operação,

- na linha seguinte a(s) conta(s) debitada(s) seguida(s) do respectivo valor,

- na linha seguinte, precedida(s) da partícula ‘a’, a(s) conta(s) creditada(s) e seus correspondentes valores e, ainda,

- na última linha, um breve histórico do lançamento feito.

Imagine a empresa registrando a compra de um veículo à vista... O registro se dava mais ou menos assim:

Gama-DF, 25 de maio de 1995 Veículos 25.000,00

a Caixa 25.000,00

Pela aquisição de veículo Fiat XX, placa ADG 9999, conforme NF 0001.

Embora todas essas informações continuem sendo exigidas, para fins de nosso curso vamos trabalhar de forma mais simplificada. No lançamento contábil esse registro será feito indicando a conta debitada (por meio de um Débito - D) e a conta creditada (por meio de um Crédito – C).

Por exemplo, a mesma operação de aquisição à vista de um automóvel teria como origem o dinheiro (Caixa) e como aplicação o bem adquirido (Veículos).

O lançamento contábil será:

D – Veículos 25.000,00 C – Caixa 25.000,00

Caso o veículo tivesse sido adquirido a prazo, a origem seria, por exemplo, um financiamento bancário. O lançamento seria:

D – Veículos 25.000,00 C – Financiamento Bancário 25.000,00

Atenção: Não perca tempo decorando lançamentos contábeis! É preciso entender sua lógica.

Vale adiantar que em um lançamento contábil uma ou mais contas podem ser debitadas e uma ou mais contas podem ser creditadas. Quando um lançamento envolver apenas uma conta debitada e uma conta creditada, dizemos que esse lançamento é de 1ª fórmula. É o caso dos lançamentos acima. Quando um

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de 2ª fórmula. Quando um lançamento envolver mais de uma conta debitada e somente uma conta creditada, dizemos que esse lançamento é de 3ª fórmula. Por fim, quando um lançamento envolver mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada, dizemos que esse lançamento é de 4ª fórmula.

Um excelente caminho para começar a entender melhor o mecanismo de débito e crédito é olhando para o balanço patrimonial. O lado do balanço onde estão os ativos indica onde a empresa está fazendo suas aplicações. Assim, regra geral, o registro de um ativo é feito por meio de débitos na conta que representa o referido ativo. Por sua vez, no lado do balanço relativo aos passivos e Patrimônio Líquido estão representadas as origens de recursos. Como consequência, a regra geral é que as contas de passivo e patrimônio líquido são aumentadas por meio de créditos e diminuídas por meio de débitos.

Veja o balanço abaixo e guarde suas informações...

Balanço Patrimonial

Ativo (A) Passivo (P)

Patrimônio Líquido (PL)

Total do Ativo Total do Passivo + Total do PL

As contas de resultado, como veremos, não aparecem no Balanço Patrimonial, mas também são registradas na escrituração contábil e serão evidenciadas por meio de outra demonstração chamada “Demonstração do Resultado do Exercício”, que estudaremos na próxima aula. A lógica é simples também: essas contas precisam ser vistas sob a ótica do patrimônio líquido, pois elas normalmente contribuem para sua variação. As receitas aumentam o patrimônio líquido. As despesas o diminuem. Imagine o seu caso: se você todo mês tem mais receitas do que despesas, a tendência é que seu patrimônio aumente ao longo do tempo, não é? Assim, as contas de receitas seguem a mesma regra aplicável ao patrimônio líquido: aumentam por meio de créditos e diminuem por meio de débitos. Por outro lado, as contas de despesas seguem a lógica contrária ao do patrimônio líquido, ou seja, são aumentadas por meio de débitos e diminuídas por meio de créditos.

Não entendeu? Não desanime! Outra forma simples de compreender o mecanismo de débito e crédito para as receitas e despesas é usar a lógica de aplicação e origem: A despesa sempre vai representar uma aplicação de recurso. Portanto, para registrá-la, faz-se um débito. Para baixá-la, ou estorná-la, se faz um crédito. A receita, por sua vez, sempre representa uma fonte de recursos para uma entidade. Para registrá-la, então, se faz um crédito. Para baixá-registrá-la, se faz um débito.

Vamos tentar trabalhar com alguns exemplos?

Exemplo 1: registro de uma despesa de frete, paga à vista, no valor de R$ 1.500,00. Resposta: Nesse caso, vamos responder antes as duas perguntas:

Origens

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- Onde foi feita a aplicação? Certamente, na despesa de frete.

- Qual a origem dos recursos? O caixa da empresa, pois a despesa foi paga à vista. Assim, o lançamento contábil será:

D – Despesas de frete 1.500,00 C – Caixa 1.500,00

Exemplo 2: registro de uma receita decorrente de juros de um investimento financeiro, no valor de R$ 6.350,00, a ser incorporado ao valor do investimento.

Resposta: Nesse caso, vamos responder antes as duas perguntas:

- Onde foi feita a aplicação? Perceba que os juros de um investimento financeiro irá aumentar o valor desse investimento. Portanto, a aplicação é na conta que representa o investimento, chamada de ‘aplicação financeira’.

- Qual a origem dos recursos? Nesse caso, a origem foi o reconhecimento de juros incorporados ao valor de um investimento existente. Podemos chamar a conta que representa essa receita de ‘juros de aplicação financeira’.

Assim, o lançamento contábil será:

D – Aplicação financeira 6.350,00 C – Juros de aplicação financeira 6.350,00

É importante ter em mente que esse mecanismo do débito e crédito se aplica na contabilização realizada por qualquer tipo de empresa, inclusive as instituições financeiras, como veremos nas próximas aulas. Portanto, é preciso sempre se lembrar das 2 perguntas:

- Onde os recursos são aplicados? e; - Qual a origem dos recursos?

Resumidamente, o mecanismo de débito e crédito é aplicado às contas da seguinte forma:

Conta Efetua-se um lançamento a:

Débito Crédito

De Para Para

Ativo Aumentar Diminuir

Passivo Diminuir Aumentar

Patrimônio Líquido (PL) Diminuir Aumentar

Contas de Resultado Devedoras (Despesas) Aumentar Diminuir Contas de Resultado Credoras (Receitas) Diminuir Aumentar

(18)

Retornando àquele exemplo no início dessa seção... Um banco ao registrar um depósito na conta corrente de um cliente faz um lançamento a crédito, pois a rubrica na contabilidade do banco na qual ele registra os valores que o cliente mantém na forma de depósito é uma conta de passivo. Observe que nessa situação o banco apenas está guardando um valor que é do cliente, portanto, ele tem a obrigação de devolver esse recurso quando solicitado. Portanto, o depósito feito pelo cliente (que é um passivo do banco) representa uma origem de recursos para a entidade. Como origem, na contabilidade do banco toda vez que o saldo da conta corrente é aumentado, a conta deve ser creditada. Toda a vez que for diminuído, a conta será debitada.

7.2. As naturezas contábeis

Uma consequência dessa convenção é que as contas podem ter natureza contábil devedora ou credora. Uma regra simples para saber qual a natureza contábil de uma conta é verificar de que forma ela é aumentada. Assim, as contas de Ativo e de despesas têm natureza contábil devedora, uma vez que são aumentadas por meio de débitos. As contas de Passivo, de Patrimônio Líquido e de receitas têm natureza contábil credora, haja vista que são aumentadas por meio de crédito.

Atenção: Toda regra tem suas exceções. Na contabilidade não é diferente!

Tal regra não é aplicada somente às contas retificadoras. Estas contas registram ajustes nos saldos de outras contas patrimoniais (contas de Ativo, de Passivo e de Patrimônio Líquido). São aquelas contas que aparecem diminuindo saldos de outras contas em um Balanço Patrimonial. Assim, contas retificadoras de contas de Ativo têm natureza contábil credora. As contas retificadoras de contas de Passivo e Patrimônio Líquido têm natureza contábil devedora. Não se preocupem, no momento, veremos mais detalhes sobre estas contas ao longo do curso.

Resumidamente, a natureza contábil da conta pode ser verificada da seguinte forma:

Resumo sobre a Natureza Contábil da Conta

Contas com natureza devedora (saldo devedor)

Contas de Ativo Contas de Despesas

Contas Retificadoras de Passivo e PL

Contas com natureza credora (saldo credor)

Contas de Passivo e PL Contas de Receitas

Contas Retificadoras de Ativo

7.2. Escrituração: o método (sistema) das partidas dobradas

A escrituração é a sistemática de registro dos fatos que alteram o patrimônio de uma empresa. Ela é feita na contabilidade por meio do método das partidas dobradas. A essência do método das partidas dobradas, universalmente aceito, é que para cada débito ou conjunto de débitos deverá existir um ou um conjunto de créditos, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados.

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“Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)”, já dizia Luca Pacioli (2003), frei italiano que escreveu, há mais de 500 anos, a primeira obra que se tem notícia sobre o método das partidas dobradas. Provavelmente, tal método é aplicado a mais tempo do que isso. Em essência, o método das partidas dobradas define que para toda aplicação de recurso há uma origem. Observe que nos lançamentos feitos na seção 7.1, tal critério é atendido!

As empresas realizam mensalmente diversos registros de transações pelo método das partidas dobradas. Consequentemente, ao fazer uma verificação desse fato, a companhia prepara um balancete que é chamado “balancete de verificação”.

O balancete de verificação é preparado a partir da relação de todas as contas que tenham saldo diferente de zero, colocando-se em colunas os saldos das respectivas contas. Sempre, o somatório dos saldos das contas devedoras deve ser igual ao somatório dos saldos das contas credoras. Isto quer dizer que sempre o total de aplicações será igual ao total de origens.

O balancete de verificação tem a seguinte configuração:

Companhia _______________________ Balancete de Verificação

Em XX.XX.XXXX

Contas Saldos Devedores (A) Saldos Credores (B)

Caixa Mercadorias Fornecedores Capital Social ... Total (A) (B)

Obs.: Necessariamente (A) = (B). O saldo das contas devedoras deve ser igual ao saldo das contas credoras.

Exemplo:

(1) uma empresa comercial apresentava no final do exercício os seguintes saldos das contas (em R$ mil): Caixa 100; Clientes 40; Mercadorias 200; Fornecedores 50; Empréstimos e Financiamentos 70; Capital Social 220. Levante o balancete de verificação dessa empresa:

Resposta: para fazer o balancete de verificação é preciso identificar se a conta é do Ativo, do Passivo ou do Patrimônio Líquido. Feito isso, só é preciso alocar os valores devedores ou credores, conforme a natureza de cada conta. Assim, o balancete teria a seguinte configuração:

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Conta Saldo Devedor Saldo Credor

Caixa (Ativo) 100

Clientes (Ativo) 40

Mercadorias (Ativo) 200

Fornecedores (Passivo) 50

Empréstimos e Financiamentos (Passivo) 70

Capital Social (PL) 220

Total 340 340

Resumo da Aula

Vimos nessa aula que:

 A contabilidade gera informações úteis ao processo decisório.

 O patrimônio, objeto da contabilidade, é o conjunto de bens, direitos e obrigações.

 A equação patrimonial é: Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo.

 As situações patrimoniais podem ser positiva, nula e negativa.

 As receitas contribuem para o aumento do Patrimônio Líquido. As despesas para sua diminuição.

 Os fatos contábeis podem ser permutativos, modificativos ou mistos.

 O regime de competência é o regime adotado pela contabilidade.

 Pelo regime de competência, receitas e despesas são registradas quando de sua ocorrência.

 O débito e o crédito representam mecanismo contábil de controle das contas.

 O débito representa a aplicação dos recursos. O crédito, a origem.

 Pelo método das partidas dobradas, o total de débitos sempre será igual ao total de créditos.

 A natureza contábil de uma conta pode ser devedora ou credora.

 Contas de Ativo e de despesas tem natureza contábil devedora.

 Contas de Passivo, Patrimônio Líquido e receitas tem natureza contábil credora.

(21)

EXERCÍCIOS

Vamos responder as questões abaixo a partir do conteúdo estudado?

No tipo de questão apresentada a seguir, há somente uma resposta correta. No final, apresentamos o gabarito e comentários para cada questão.

Destaco que as 10 primeiras questões foram por elaboradas pelo Professor à luz do conteúdo demandado no concurso e seguindo a mesma linha utilizada pela entidade promotora do certame. As questões de 11 a 14 são provenientes de concurso realizado pela FUMARC para a empresa de Participações de Minas Gerais, em 2008.

1. A finalidade da Contabilidade é: a) somar valores do Patrimônio.

b) interpretar o patrimônio de uma pessoa. c) controlar os pagamentos efetuados a terceiros. d) controlar os recebimentos em dinheiro.

e) controlar o patrimônio, gerando informações úteis ao processo decisório. 2. Corresponde ao objeto da Contabilidade:

a) Balanço Patrimonial. b) Auditoria.

c) Patrimônio. d) Escrituração. e) Todas acima.

3. Assinale a alternativa correta.

a) Escrituração é uma técnica contábil responsável pelo registro dos fatos. b) A Contabilidade não é usada por entidades sem fins lucrativos.

c) Somente as entidades públicas usam informações contábeis. d) O Patrimônio não é objeto de estudo da Contabilidade. e) Auditoria corresponde à interpretação dos registros contábeis.

4. O conjunto de bens, direitos e obrigações, vinculado a uma pessoa física ou jurídica, é denominado a) Situação Líquida.

b) Capital Próprio. c) Patrimônio.

d) Patrimônio Líquido.

5. No mecanismo de débito e crédito,

a) os créditos correspondem à aplicação dos recursos. b) os débitos correspondem à origem dos recursos.

c) os créditos correspondem à origem e à aplicação de recursos. d) os débitos correspondem à aplicação dos recursos.

6. Qual dos itens a seguir indica o correto funcionamento do mecanismo do débito e do crédito nas contas de Patrimônio Líquido?

a) Os aumentos são registrados por créditos e as diminuições por débitos. b) Os aumentos são registrados por débitos e as diminuições por créditos.

(22)

d) Tudo o que “entra” debita, tudo que “sai” credita. 7. O balancete de verificação é útil porque

a) permite verificar a correção matemática das contas do Razão. b) relaciona todas as contas movimentadas com os respectivos saldos. c) evidencia as faltas de registros de operações.

d) evidencia erros de debitar e creditar nas contas.

8. O lançamento contábil “Despesas de Salários a Salários a Pagar” caracteriza a) uma despesa antecipada e não paga.

b) uma despesa incorrida e paga. c) uma despesa incorrida e não paga. d) uma despesa futura e paga.

9. As despesas incorridas, mas não pagas dentro do exercício, provocam, para a empresa que contabiliza suas operações pelo regime de caixa,

a) um passivo maior que o real e lucro maior que o real. b) um passivo menor que o real e lucro maior que o real. c) um ativo maior que o real e lucro maior que o real. d) um ativo maior que o real e um lucro menor que o real. 10. O Método das Partidas Dobradas significa que

a) podem existe(m) débito(s) sem crédito(s) correspondente(s).

b) nos lançamentos contábeis a soma dos valores creditados deve ser sempre igual à soma de valores debitados.

c) haverá sempre um débito e um crédito de valores desiguais. d) existem para cada débito, dois lançamentos de crédito.

11. (Fumarc-IMGDB/2008) A empresa CBA & Cia. fez uma assinatura da Revista Brasileira de Contabilidade em 01/12/07, pelo período de um ano, no valor de R$ 240,00. O lançamento referente ao reconhecimento da despesa em 31/12/07 será:

a) D – Assinaturas 240,00

C – Bancos 240,00

b) D – Despesas com assinaturas 20,00 C – Assinaturas 20,00 c) D – Assinaturas 20,00

C – Bancos 20,00

d) D – Despesas com assinaturas 240,00 C – Assinaturas 240,00

12. (Fumarc-IMGDB/2008) Despesas e receitas devem ser reconhecidas quando incorridas ou realizadas, respectivamente. A afirmativa guarda relação com o princípio da:

a) Oportunidade. b) Continuidade. c) Competência. d) Prudência.

(23)

13. (Fumarc-IMGDB/2008) Assinale a alternativa CORRETA: a) As contas do Ativo aumentam por crédito.

b) As contas do Patrimônio Líquido aumentam por débito. c) As contas do ativo diminuem por débito.

d) As contas do passivo diminuem por débito.

14. (Fumarc-IMGDB/2008) Ocorre o lançamento contábil de terceira fórmula quando: a) uma conta é debitada e uma conta é creditada.

b) uma conta é creditada e duas ou mais contas são debitadas. c) uma conta é debitada e duas ou mais contas são creditadas.

d) duas ou mais contas são debitadas e duas ou mais contas são creditadas.

As questões abaixo também foram elaboradas pelo Professor e demandam resposta para cada um dos itens. A ideia é fixar o que estudamos! O Gabarito e comentários são feitos no final da aula.

I. Indique a natureza das contas, com adoção do número de referência a seguir: 1 - Devedora 2 - Credora 3 - Devedora ou Credora ( ) Aplicações Financeiras ( ) Instalações ( ) Imóveis ( ) Caixa ( ) Materiais de Escritório ( ) Móveis e Utensílios ( ) Fornecedores ( ) Veículos ( ) Clientes ( ) Equipamentos ( ) Empréstimos Obtidos ( ) Capital Social ( ) Salários a Pagar ( ) Bancos - C/Movimento ( ) Títulos a pagar ( ) Estoque de mercadorias ( ) Títulos a receber ( ) Dividendos a pagar ( ) Financiamentos bancários ( ) Capital a Realizar ( ) Prejuízos Acumulados

II O balancete de verificação de uma empresa apresentava no final do exercício os seguintes saldos das contas (em R$ mil): Bancos 20; Clientes 40; Capital a Realizar 100; Capital Social 200; Salários a pagar 20; Caixa 30; Mercadorias 80; Empréstimos obtidos 80; Prejuízos Acumulados 40; Fornecedores 10. Indicar o total do:

a) Balancete de Verificação; b) Ativo;

c) Passivo;

(24)

1. Resposta correta: letra ‘e’. A finalidade da contabilidade é permitir o controle do patrimônio de uma

entidade, gerando informações úteis para que seus diversos usuários possam tomar decisões econômicas relacionadas a essa entidade. As decisões podem ser comprar, vender, emprestar, cobrar tributo etc.

2. Resposta correta: letra ‘c’. O foco (objeto) da contabilidade é o patrimônio de uma entidade.

3. Resposta correta: letra ‘a’. A escrituração registra todos os fatos que alteram qualitativa ou

quantitativamente o patrimônio de uma entidade. Quando se fala da descoberta de operações de ‘caixa 2’, normalmente tais operações não foram objeto de registro contábil, por isso não passam pelo ‘caixa ou pela escrituração da entidade’.

4. Resposta correta: letra ‘c’. Devemos lembrar que, sob o ponto de vista contábil, o patrimônio abrange

todos os bens, direitos e obrigações de uma entidade.

5. Resposta correta: letra ‘d’. É importante guardar que o mecanismo de débito e crédito (baseado nas

partidas dobradas) responde a 2 perguntas: - Qual a origem dos recursos?

- Onde os recursos foram aplicados? A resposta a essa pergunta será dada pelas contas debitadas.

6. Resposta correta: letra ‘a’. É preciso lembrar que as contas do Patrimônio Líquido tem natureza credora

pois representam recursos provenientes (origens) dos sócios da empresa. Assim, são aumentadas por meio de créditos e diminuídas por meio de débitos.

7. Resposta correta: letra ‘b’. A finalidade do balancete de verificação é permitir que, ao final de um

período, seja possível identificar todas as contas movimentadas bem como seus respectivos saldos. O balancete de verificação é na prática, uma prévia do balanço patrimonial.

8. Resposta correta: letra ‘c’. Esse lançamento contábil indica que a conta ‘Despesas de Salários’ foi

debitada tendo como contrapartida o registro a crédito da conta ‘Salários a Pagar’. Na prática, isso significa que foi registrada uma despesa no período mas esta despesa ainda não foi paga. Na ótica de origem e aplicação, qualquer despesa representa uma aplicação de recursos. A origem desse recurso é uma dívida. Aliás, vale registrar que todo o passivo, enquanto não pago, é uma origem de recursos.

9. Resposta correta: letra ‘b’. No regime de caixa uma despesa somente é registrada pela contabilidade

quando é paga, diferentemente do que acontece no regime de competência (regime adotado na contabilidade) que define que as despesas e receitas e despesas são reconhecidas (registradas) quando incorridas, independente do fluxo financeiro a elas associado. Portanto, na questão, a utilização do regime de caixa resulta em um passivo menor, pois como a despesa já aconteceu e ainda não foi paga a empresa deveria registrar um passivo, o que não foi feito dado o regime utilizado. Por outro lado, o lucro foi maior pois a despesa incorrida deveria diminuí-lo, o que não aconteceu pois tal despesa não foi registrada.

10. Resposta correta: letra ‘b’. A essência do método das partidas dobradas é que em um lançamento

sempre o total de débitos será igual ao total de créditos. Nesse sentido, uma ou mais contas podem ser debitadas e uma ou mais contas podem ser creditadas em um mesmo lançamento. Isso quer dizer que em no registro um fato contábil que está sendo registrado podem existir várias origens e várias aplicações de recursos.

11. Resposta correta: letra ‘b.’ Para se responder à questão é preciso lembrar 2 pontos estudados nessa

aula. O primeiro se refere ao regime de competência. Por esse regime, uma despesa ocorre (ou é incorrida, na linguagem contábil) durante o período em que acontece e não necessariamente quando ela é paga. No exemplo, a despesa vai ocorrer ao longo de 1 ano. Na prática contábil, apropria-se (registra-se na

(25)

contabilidade), então, no primeiro mês o equivalente a 1/12 (um doze avos) da despesa total o que equivale a R$ 20,00. O segundo se refere à lógica do débito e do crédito: para saber a conta a ser debitada temos que responder a pergunta da aplicação dos recursos; para saber a conta a ser creditada temos que saber qual a origem do recurso. Na questão, a aplicação dos recursos foi feita em uma despesa que é a assinatura de uma revista. Portanto, o débito se dá na conta “Despesas com assinaturas”. Por outro lado, a origem dos recursos foi um direito contratado em 01/12/2007, chamado “Assinaturas”. É preciso entender que na contratação, já houve um lançamento contábil relativo à contratação do direito (débito em “Assinaturas”) em contrapartida ao pagamento da assinatura (crédito em “Caixa” ou “Bancos”). Vale destacar que a questão não deixa claro que o pagamento dessa despesa foi feito à vista. No entanto, como está sendo solicitado o lançamento em 31/12/2007 e não foi informado que houve algum pagamento nessa data, fica implícito que o pagamento ocorreu na contratação.

12. Resposta correta: letra ‘c’. Vamos estudar a questão dos princípios da contabilidade na próxima aula.

Mas já vimos que no regime de competência receitas e despesas são reconhecidas quando ocorrem e não necessariamente quando há seu fluxo financeiro. Assim, é fácil responder a questão, pois o princípio da competência nada mais é do que a obrigatoriedade das empresas usarem o regime de competência.

13. Resposta correta: letra ‘d’. Quando estudamos o mecanismo do débito e do crédito, verificamos que

tratam de uma forma utilizada pela contabilidade para registrar as variações nas contas. Vimos também que as contas de Passivo são aumentadas por meio de créditos (por isso tem natureza credora) e reduzidas por meio de débitos. As demais questões estão erradas uma vez que o Ativo aumenta por meio de débitos e diminui por meio de créditos. O Patrimônio Líquido, por sua vez, aumenta por meio de créditos e diminui por meio de débitos.

14. Resposta correta: letra ‘b’. Como visto, no lançamento de 3ª fórmula há mais de uma conta debitada e

somente uma conta creditada.

Questão I – Para a solução desta questão, é preciso saber se a conta indicada representa um ativo, um

passivo, uma conta do patrimônio líquido ou uma conta de resultado. Assim, a tabela a seguir indica o que a conta representa e, em consequência sua natureza. Vale lembrar: contas de ativos e de despesa tem natureza devedora, pois representam aplicações de recursos. Contas de passivo, patrimônio líquido e de receita tem natureza credora, pois representam origens de recursos.

Conta Tipo de conta Natureza Contábil

Aplicações Financeiras Ativo Devedora

Instalações Ativo Devedora

Imóveis Ativo Devedora

Caixa Ativo Devedora

Materiais de Escritório Ativo Devedora Móveis e Utensílios Ativo Devedora

Fornecedores Passivo Credora

Veículos Ativo Devedora

Clientes Ativo Devedora

Equipamentos Ativo Devedora

Empréstimos Obtidos Passivo Credora Capital Social Patrimônio Líquido Credora Salários a Pagar Passivo Credora Bancos - C/Movimento Ativo Devedora Títulos a pagar Passivo Credora Estoque de mercadorias Ativo Devedora

(26)

Dividendos a pagar Passivo Credora Financiamentos bancários a Pagar Passivo Credora Capital a Realizar Patrimônio Líquido – Retificadora Devedora Prejuízos Acumulados Patrimônio Líquido – Retificadora Devedora

Questão II – Para a solução desta questão, é interessante levantar um balancete de verificação e depois

levantar o balanço patrimonial, da seguinte forma: a) Balancete de Verificação – Resposta: 310.

Conta Saldo Devedor Saldo Credor

Bancos (Ativo) 20

Clientes (Ativo) 40

Caixa (Ativo) 30

Mercadorias (Ativo) 80

Salários a Pagar (Passivo) 20 Empréstimos obtidos (Passivo) 80 Fornecedores (Passivo) 10

Capital Social (PL) 200

Capital a Realizar (PL) 100 Prejuízos Acumulados (PL) 40

Total 310 310

Outras questões) Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial – após compra de veículo a prazo

Ativo(P) Passivo (P)

Bancos 20 Salários a Pagar 20

Clientes 40 Empréstimos Obtidos 80

Caixa 30 Fornecedores 10

Mercadorias 80 Patrimônio Líquido (PL)

Capital Social 200

Capital a Realizar -100

Prejuízos Acumulados -40

Total do Ativo 170 Total do Passivo + do PL 170

b) Ativo = 170; c) Passivo = 110; d) PL = 60.

REFERÊNCIAS

FERRARI,. E. L. Contabilidade Geral. 4

a

. ed. Rio de Janeiro, Impetus. 2003.

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS – Fipecafi. Manual

Referências

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