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I - funcionar de modo ininterrupto e diariamente, para a recepção de corpos;

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PARECER Nº 31/2017

PROCESSO CONSULTA Nº 04/2016

INTERESSADO: A. A. M. M. e D. S. de M. M.

ASSUNTO: Aumento da demanda de corpos no SVO Relatora: Conselheira Helena Maria Carneiro Leão DA CONSULTA

Médicas do Serviço de Verificação de Óbitos ( SVO ), ao observar aumento da demanda de corpos ao SVO, solicitam orientação e formulam vários questionamentos que serão respondidos na sequência com base em parecer da Câmara Técnica de Medicina Legal do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco , com o qual concordamos integralmente:

1) Qual o procedimento em caso de a quantidade de corpos exceder o horário de funcionamento do serviço, uma vez que este não funciona continuamente (24 horas), como deveria.

De acordo com a Portaria nº 1405, de 29 de junho de 2006 que institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO). Que diz no artigo 9º: Art. 9º Os SVO, independentemente de seu Porte, deverão obrigatoriamente:

I - funcionar de modo ininterrupto e diariamente, para a recepção de corpos; II - atender à legislação sanitária vigente;

III - adotar as medidas de biossegurança pertinentes para garantir a saúde dos trabalhadores e usuários do serviço; e

IV - contar com serviço próprio de remoção de cadáver ou com um serviço de remoção contratado ou conveniado com outro ente público, devidamente organizado, para viabilizar o fluxo e o cumprimento das competências do serviço.

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Diante do que determina a norma do Ministério da Saúde, o SVO precisa se adequar à Portaria em vigor. Enquanto a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Pernambuco não oferecer condições de se garantir o cumprimento da portaria, não restaria aos patologistas e demais funcionários do serviço estenderem suas atividades para além do que está estabelecido em seu contrato de trabalho, ou acondicionarem os corpos remanescentes em câmara frigorífica, para serem submetidos a exame necroscópico conduzido pela equipe do plantão seguinte.

2) Solicitamos orientação sobre a legalidade da devolução de corpos ao serviço de origem. Como ficariam os cadáveres oriundo do domicílio?

R – O grande problema dos Serviços de Verificação de Óbito de todo o país, são os corpos encaminhados de hospitais, onde um número significativo de casos não teria indicação de exame cadavérico no SVO.

De acordo com a Portaria nº 1405, de 29 de junho de 2006 que institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO). Que diz no artigo 8º: Art. 8º Os SVO serão implantados, organizados e capacitados para executarem as seguintes funções:

I - realizar necropsias de pessoas falecidas de morte natural sem ou com assistência médica (sem elucidação diagnóstica), inclusive os casos encaminhadas pelo Instituto Médico Legal (IML);

II - transferir ao IML os casos:

a) confirmados ou suspeitos de morte por causas externas, verificados antes ou no decorrer da necropsia;

b) em estado avançado de decomposição; e c) de morte natural de identidade desconhecida;

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III - comunicar ao órgão municipal competente os casos de corpos de indigentes e/ou não-reclamados, após a realização da necropsia, para que seja efetuado o registro do óbito (no prazo determinado em lei) e o sepultamento;

IV - proceder às devidas notificações aos órgãos municipais e estaduais de epidemiologia; V - garantir a emissão das declarações de óbito dos cadáveres examinados no serviço, por profissionais da instituição ou contratados para este fim, em suas instalações;

VI - encaminhar, mensalmente, ao gestor da informação de mortalidade local (gestor do Sistema de Informação sobre Mortalidade):

a) lista de necropsias realizadas;

b) cópias das Declarações de Óbito emitidas na instituição; e

c) atualização da informação da(s) causa(s) do óbito por ocasião do seu esclarecimento, quando este só ocorrer após a emissão deste documento.

Parágrafo único. O SVO deve conceder absoluta prioridade ao esclarecimento da causa mortis de casos de interesse da vigilância epidemiológica e óbitos suspeitos de causa de notificação compulsória ou de agravo inusitado à saúde.

Um paciente que dá entrada num hospital, sendo confirmado o diagnóstico em seu hospital, o médico que o assistiu tem a obrigação ética e legal de fornecer a declaração de óbito. A clínica, como se sabe, é soberana. Apesar disso, não existe previsão jurídica para a devolução de casos encaminhados ao SVO, ao seu hospital de origem, sob a alegação de que o diagnóstico já havia sido definido durante o internamento do paciente, naquele hospital. Antes de tomar essa decisão, é adequado que o patologista tente um contato com o médico responsável pelo encaminhamento ao SVO, pondere e avalie as consequências de sua conduta, inclusive os possíveis benefícios e/ou prejuízos aos familiares do morto.

No caso de óbitos ocorridos em residência, não existindo um médico assistente ou que faça parte de instituição médica onde o falecido recebera assistência durante a enfermidade que antecedeu à morte, os familiares deverão notificar o fato em uma delegacia de polícia. Após relatar a ocorrência na delegacia, um investigador ou o próprio delegado terá de ir ao local onde

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está o corpo e averiguar se corresponde a uma morte natural ou suspeita de violência. Em caso de morte natural, o corpo será encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito, pela própria autoridade policial, podendo a transferência do cadáver ser realizada por empresa funerária habilitada.

3) Em que situações podem ser dada causa mortis “Indeterminada” na declaração de óbito (?) É ético? A quem caberia a responsabilidade de assinar a Declaração de óbito como causa indeterminada, quando esta resulta da falta de estrutura do serviço (falta de energia, água, não funcionamento nas 24 horas, com turno encerrando em torno das 19 horas, câmaras frigorificas que não funcionam adequadamente). Entendemos ainda que se faz imprescindível a elaboração de uma resolução, que estabeleça o quantitativo de necropsia por médico patologista por plantão, como já para o IML (Resolução 05/2011), observando as peculiaridades da natureza do nosso trabalho (natureza investigativa epidemiológica) e específico para o SVO (Serviço de Verificação de Óbito).

Não há impedimento ético ou legal em se utilizar a expressão “causa indeterminada” no preenchimento da declaração de óbito. A causa da morte pode ser informada como indeterminada, quando, após a realização da necropsia, não forem encontrados achados morfológicos que justifiquem o êxito letal. Esse diagnóstico poderá ser revisto, após a realização de exames subsidiários, como o histopatológico e de imuno-histoquímica. O patologista responsável pela realização da necropsia emitiria então, um laudo complementar à necropsia. Caso a família não autorize a realização do exame cadavérico, este também deverá ser o diagnóstico emitido pelo patologista do SVO, já que o exame necroscópico não foi realizado. A negativa familiar de autorização deverá ser reportada por escrito, no documento de registro da entrada do corpo no SVO. Procedimento semelhante será adotado, quando o exame necroscópico deixar de ser realizado por problemas técnicos do serviço, como falta de energia ou de água, incluindo a anotação dessa informação, no documento de registro do cadáver.

Quanto à elaboração de uma resolução normativa que estabeleça o quantitativo de necropsias a ser realizado por médico patologista por plantão, semelhante à Resolução CREMEPE Nº 05/2011º, que traz essa deliberação para o trabalho realizado no IML, informamos

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que o pleito será encaminhado à apreciação da diretoria do CREMEPE, para posterior deliberação.

Com relação à questão formulada, de acordo a Portaria nº 1405, de 29 de junho de 2006 que institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO). Que diz no $ 1º do artigo 11º.

Art. 11. Determinar que a responsabilidade técnica do SVO seja da competência de um médico regularmente inscrito no Conselho Regional de Medicina do Estado onde o SVO for instalado.

§ 1º Caberá ao médico do SVO o fornecimento da Declaração de Óbito nas necropsias a que proceder.

§ 2º Os exames necroscópicos só poderão ser realizados nas dependências dos SVO, por médico patologista, preferencialmente com especialidade registrada no Conselho Regional de Medicina do Estado onde o serviço estiver instalado.

§ 3º No caso de estados com comprovada carência de patologistas, o SVO poderá ser habilitado provisoriamente sem o cumprimento do disposto no parágrafo anterior, desde que a SES apresente proposta para o desenvolvimento de políticas para ampliar esta disponibilidade.

§ 4º Os exames histopatológicos, hematológicos, bioquímicos, de microbiologia, toxicológicos, sorológicos e imuno-histoquímicos, poderão ser realizados fora das dependências dos SVO, em laboratórios públicos ou privados, legalmente registrados no órgão de vigilância sanitária competente e nos conselhos regionais de profissionais do respectivo estado.

§ 5º Nos casos previstos no parágrafo anterior, o laboratório estará submetido às normas técnicas e éticas vigentes na administração pública da saúde, com destaque para o necessário sigilo, bem como daquelas que forem especificamente definidas pela SES para cada caso.

Art. 13. Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde a adoção das medidas e procedimentos necessários para o pleno funcionamento e efetividade do disposto nesta Portaria.

Este é o meu parecer , SMJ

Recife 10 de novembro de 2017 Consaª Helena Maria Carneiro Leão

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