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FORMAÇÃO CONTINUADA NO PROGRAMA OBEDUC: POSSIBILIDADES DE MUDANÇA NA PRÁTICA AVALIATIVA

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Academic year: 2021

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FORMAÇÃO CONTINUADA NO PROGRAMA OBEDUC: POSSIBILIDADES DE MUDANÇA NA PRÁTICA AVALIATIVA

MARTINS, Nathalia1 - UEL MORAES, Dirce Aparecida Foletto de2- UEL

Resumo:

A formação continuada é um aspecto imprescindível se o que se pretende é a qualidade e melhoria na educação. Assim, o projeto OBEDUC: Da avaliação à regulação do ensino e à autorregulação da aprendizagem: concretizando possibilidades (UEL - Londrina - PR). Dentre as várias atividades do projeto no segundo semestre de 2013 ocorreram oficinas de formação continuada para professores atuantes na Educação Básica da região metropolitana de Londrina- PR com a participação de trinta professores. Os encontros ocorreram uma vez por mês, aos sábados, com o tema central Avaliação da Aprendizagem, com ênfase no instrumento mapa conceitual. A partir das oficinas, os professores foram desafiados a experimentar, em suas práticas, um pouco do que estavam vivenciando nas oficinas do OBEDUC. Assim, o objetivo deste trabalho consiste em identificar as contribuições que o curso possibilitou aos professores em termos de formação que os ajudassem a pensar e mudar sua prática. A pesquisa se constituiu como exploratória e pauto-se em um questionário online como procedimento de coleta de dados. Os resultados indicam que as oficinas favoreceram a reflexão sobre a prática avaliativa, o entendimento sobre o significado do processo avaliativo. Outro resultado da pesquisa foi constatar que os participantes vivenciaram o mapa conceitual de maneira satisfatória em suas práticas pedagógicas e consideram que o resultado foi muito positivo, pois favoreceu a aprendizagens significativas dos discentes. Como resultado também percebe-se que o papel da formação continuada deve ser o de possibilitar discussões, troca de experiências, partilha dos problemas enfrentados em sala de aula, porque amplia oconhecimento teórico do professor, dá subsídios e mais segurança para a tomada de suas decisões e para aventurar-se em novas propostas didáticas.

Palavras-chave: Formação continuada. OBEDUC. Ação docente. Introdução:

Avaliar a aprendizagem não é uma tarefa fácil, requer conhecimento, objetivos claramente definidos, seleção e uso adequado dos instrumentos para realizar uma coleta de informações sobre o desenvolvimento do aluno e a tomada de decisão a partir dos resultados obtidos, visando à superação dos obstáculos e o avanço no processo. Assim, entender o seu

1Bolsista OBEDUC. Discente do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina. E-mail:

nathaliamartins92@hotmail.com 2

- Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Presidente Prudente). Docente da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: dircemoraes2007@gmail.com

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verdadeiro papel é de extrema necessidade no interior do contexto educativo para que esta tenha sentido e significado pedagógico e não seja apenas mais uma função burocrática a ser cumprida.

Para tanto, se faz necessário proporcionar um suporte teórico que oriente o trabalho do educador e o uso adequado de instrumentos que o ajude a olhar para a sua realidade com outros olhos, a refletir sobre os fatos e a mudar aquilo que se faz necessário, tendo em vista a construção de uma aprendizagem sólida e significativa.

Este processo não é tão simples de ser colocado em prática, pois muitos são os limites e desafios a serem enfrentados e, pode se dizer ainda que ganha intensidade ao tratar-se dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, tendo em vista todas as suas peculiaridades. Para tanto, na tentativa de contribuir com a formação continuada de professores da Educação Básica, o projeto Observatório de Educação (OBEDUC): “Da avaliação à regulação do ensino e à autorregulação da aprendizagem: concretizando possibilidades” passou a oferecer oficinas de formação continuada. O propósito deste trabalho foi o de encontrar caminhos para mudanças significativas em relação às práticas avaliativas e que elas passassem a ter outro significado para aqueles que a utilizam, saindo de seu papel classificatório para exercer uma função mais pedagógica. Porém, para isso ser colocado em prática é necessário um tempo e um espaço para a construção de novos saberes, bem como a elaboração e discussão de novos fazeres. Para tal, foram propostas oficinas que consistiram no espaço de intervenções, apropriações e reflexões frente ao referencial teórico como instrumento orientador do fazer docente.

Estas ocorreram uma vez ao mês, aos sábados, com o tema central Avaliação da Aprendizagem, com ênfase no instrumento mapa conceitual, durante o segundo semestre de 2013. O público alvo foi constituído por professores da rede pública da Educação Básica, docentes, graduandos e pós-graduandos do departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. O trabalho realizado nas oficinas pedagógicas foi de fundamental importância para a sistematização do processo. Neste foram contemplados estudos, discussões e trocas de experiências relacionadas à prática avaliativa formativa, regulação do ensino e autorregulação da aprendizagem e o uso do mapa conceitual como instrumento avaliativo. A partir das oficinas, os professores foram desafiados a experimentar, em suas práticas, um pouco do que estavam vivenciando nas oficinas do OBEDUC. Assim, o presente trabalho consiste na apresentação dos dados sobre a formação vivenciada pelos docentes nas oficinas.

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A formação continuada de professores: possibilidades de mudanças pedagógicas

Ao se pensar na proposição de uma formação continuada que atenda as necessidades dos professores e possa trazer contribuições para sua prática não se pode pensar em cursos oferecidos em pacotes fechados com fins imediatos e de forma „aligeirada‟, nos quais os professores ficam apenas ouvindo sem nenhuma participação, sendo que estes deveriam ser os mais atuantes. Assim, precisa ser entendida como um processo que possibilite um pensamento analítico sobre a teoria e a prática, “capaz de fazer o professor pensar sistemática e continuamente sobre seu trabalho, de forma contextualizada, crítica e construtiva (colocando) o professor como um sujeito de práxis” (FARIAS, etall., 2009, p. 68). Isso significa que o educador tem que ser e se sentir o protagonista no processo em que vai ter oportunidade de pensar, se expor, aprender e ensinar, entendendo-se como alguém que tem muito a contribuir e que está em constante construção.

Propor um processo de formação sem a possibilidade de pensar sobre a prática faz pouco sentido, não provoca conflitos, dúvidas ou novas aprendizagens e pouco pode se esperar em termos de mudanças, “por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 1996, p. 39).

Assim, aventurar-se em um processo de formação de professores que busca a superação de um saber e uma prática sobre a avaliação já sedimentados requer a organização de um trabalho que possibilite ao máximo a reflexão crítica sobre o que vem sendo realizado e os caminhos que podem ser percorridos, bem como as vantagens destes em relação ao já existente.

Villas Boas (2004, p. 116) afirma que “a avaliação tem sido um saber marginalizado na formação de professores” e que é preciso colocá-la em posição de destaque, para que se entenda que seu papel não é apenas de classificação e de atribuição de um escore, mas que pode, entre as funções, dar ao professor e ao aluno elementos subsidiários que os ajudarão a pensar nos encaminhamentos necessários em relação ao ensino e aprendizagem.

Entender a avaliação como propósito de acompanhamento do desenvolvimento do educando retira o compromisso com a mera constatação das aprendizagens alcançadas e atribuição de notas para direcionar o olhar dos professores às possibilidades de ação e intervenção no futuro. No entanto, somente uma formação que dê ao professor condições de pensar sobre o que está fazendo, terá condições de usar as ferramentas avaliativas a serviço do

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ensino e da aprendizagem. Também não basta só saber o significado do processo avaliativo e as dimensões que o constituem, faz-se necessário uma mudança na prática pedagógica.

Materiais e métodos:

A pesquisa realizada caracteriza-se como exploratória porque possibilita “uma visão geral de um fenômeno” (GIL, 2002, p. 28), neste caso, sobre a formação continuada de professores sobre um foco específico. Além disso, a pesquisa apresenta uma abordagem qualitativaquanto aos meios de investigação.

Com o objetivo de investigar as contribuições que as oficinas do OBEDUC possibilitaram aos professores enquanto espaço de formação sobre a avaliação da aprendizagem, foi proposto que os participantes respondessem a um questionário online por meio da ferramenta Google drive, constituído por oito questões, com predominância nas análises das questões abertas. A escolha pela utilização do questionário se deu por ser este um instrumento composto por questões: claras, concisas e bem estruturadas, a serem respondidas sem a presença do pesquisador para que este não exerça influência sobre os respondentes (LAVILLE; DIONE, 1999).O questionário foi aplicado alguns meses após as oficinas com o propósito de perceber se estavam praticando o vivenciado no curso. Dos trinta professores, somente dez se dispuseram a responder o questionário. Cabe mencionar que preservamos a identidade dos participantes da pesquisa.Utilizamos códigos para nomeá-los, sendo que a letra “P” se refere a “professor”.

Resultados e discussões:

Os participantes das oficinas atuam nas mais diversas áreas do conhecimento e nos diferentes níveis de escolaridade (dos anos iniciais até a educação superior), com tempos de magistério também muito distintos (de sete meses a 30 anos de atuação).

Ao serem questionados sobre a relevância das oficinas ofertadas pelo projeto OBEDUC, 60% dos professores manifestam que estas foram muito relevantes pelas seguintes razões: proporcionou novas experiências e diferentes possibilidades para se pensar a avaliação e 40% consideram relevantes porque a aprendizagem foi rica, pois auxiliou no trabalho em sala de aula.Na questão referente à possibilidade de mudança em sala a partir das discussões e práticas realizadas nas oficinas, 90% dos professores responderam que houve alteração em sua prática docente pelos seguintes fatores: aulas com mais qualidade, mudança na maneira de avaliar, de ensinar e abordar os conteúdos, mais didática nas aulas e envolvimento dos alunos. Para 10% que essa alteração foi parcial e isso se deve a necessidade de entender mais o papel do professor.

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Os educadores também foram questionados com relação ao uso do mapa como ferramenta de avaliação em suas aulas. Do total 70% utilizaram e expressam que foi satisfatório e muito positivo por ser um bom instrumento avaliativo e promover a aprendizagem significativa.Dos 30% que não utilizaram, 20% são pedagogos que não atuam em sala diretamente e 10% ainda não se sentem seguros para utilizar tal ferramenta.

Os dados mostram que o curso contribuiu de maneira positiva para a formação desse grupo de educadores. Isso nos permite inferir que quando se oferece um processo de formação que possibilita ao professor vivenciar experiências que se aproximem da sua prática são grandes as chances de repensá-la e ressignificá-la.

Considerações finais:

A formação continuada só faz sentido quando possibilita ao professor condições de refletir sobre sua prática e vivenciar experiências significativas. Com esse propósito o projeto OBEDUC ofereceu oficinas de formação aos educadores e teve como resultado alguns indicadores de mudança na prática dos participantes. Assim, entende-se que a proposição de formação continuada é muito importante para o educador encontrar caminhos para ressignificar sua prática, por meio do“movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. (FREIRE, 1996, p. 38), assim constata-se que o processo de formação continuada precisa ser permeado de significados para que o docente vivencie.

Referências:

FARIAS, I. M. S. et al. Didática e docência: aprendendo a profissão. Brasília: Liber Livro, 2009.

FREIRE,Paulo.Pedagogiadaautonomia:saberesnecessáriosàprática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean.A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas.Porto Alegre: Artmed, 1999.

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico.8.ed. Campinas: Papirus, 2004.

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