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O DIÁLOGO ENTRE DOIS MUNDOS: O PIBID COMO MEDIADOR DO ESPAÇO ACADÊMCO E DAS INSTIUIÇÕES DE ENSINO BÁSICO

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Academic year: 2021

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O DIÁLOGO ENTRE DOIS MUNDOS: O PIBID COMO MEDIADOR DO ESPAÇO ACADÊMCO E DAS INSTIUIÇÕES DE ENSINO BÁSICO

YORIYAZ, Levi1

PASQUALI, Bruno Tomazela2

Eixo Temático: Políticas Públicas de Formação de Professores.

RESUMO

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência tem sido um espaço em que os estudantes dos cursos de licenciatura podem desenvolver atividades didático-pedagógicas nas escolas de rede pública, sob orientação de um docente da licenciatura e um professor da escola. Assim, este trabalho tem a finalidade de apontar a relevância do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), como um espaço que dialoga com as instituições de ensino básico e o meio acadêmico. Entende-se que o programa é um instrumento fundamental para a diminuição da polaridade entre as Universidades e as Escolas de Ensino Público. Nesse sentido, este trabalho tem por princípio a exposição de relatos empíricos concernentes à atuação dos bolsistas PIBID da FCHS- UNESP – Franca, da licenciatura em História, conjuntamente com os docentes da rede pública, nas escolas e com as terias abordadas segundo Jörn Rüsen como referência teórica.

Palavras-Chave: PIBID, Licenciatura, Ensino.

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Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” Campus de Franca. Graduando em História. levkun@gmail.com.

2 Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” Campus de Franca. Graduando em História.

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Introdução

Desde a segunda metade do século XIX até a atualidade, fez se presente nuanças em relação à concepção da construção do saber e, também da própria noção de como se dá a educação nas instituições de ensino sendo elas: superior ou básico. É possível estabelecer tal observação, partindo da perspectiva de como o conhecimento é compreendido nas instituições, onde há construção do saber. Partindo disso, observa-se um distanciamento entre tais estabelecimentos de ensino, principalmente com a academia e as escolas de ensino básico.

Este fator tem sido objeto de estudo ao longo do início do século XX, cuja preocupação se dá na problemática do isolamento das instituições de pesquisa, ou do ensino superior, com as escolas e o contato com a sociedade. Nesse sentido, o fenômeno que se coloca em pauta é o não diálogo entre as universidades com os estabelecimentos do ensino básico, tampouco para com a comunidade, seja ela local, regional, ou nacional. Referências como Jörn Rüsen e Circe Maria Fernandes Bittencourt tornaram se triviais para a compreensão e reflexão de como se dá o ensino e construção de conhecimento nas universidades e escolas de ensino básico. Além disso, buscam problematizar, e buscar possíveis caminhos que possam levar o ensino a um caráter acessível e democrático.

Desse modo, este artigo tem como intuito de ser um trabalho de muitos que buscam restabelecer o diálogo entre as instituições de ensino superior com as de ensino básico, junto com a sociedade. O instrumento utilizado como meio de ligação para com os estabelecimentos de ensino foi o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), o que possibilitou a inserção de estudantes do curso de licenciatura nas escolas de rede pública, permitindo-os que realizassem atividades didático-pedagógicos sob orientação de um docente da licenciatura e um professor da escola. Assim, este trabalho consistirá no uso de relatos de experiência dos bolsistas do projeto PIBID da FCHS- UNESP – Franca, da licenciatura de História, como fontes desta pesquisa.

A busca de uma aproximação do meio acadêmico e com as instituições de ensino básico

Atualmente vivemos numa sociedade onde há uma diversidade de realidades, os quais se fazem presentes diferentes noções de tempo e espaço, sendo elas de perspectiva individual, ou coletiva. Além disso, estas realidades se comportam das mais variadas formas, sendo elas culturais, sociais, econômicas e etc. Tal fenômeno também se faz presente nas instituições de

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ensino superior e básico, porém, o risco que se corre é o isolamento e o fechamento entre os estabelecimentos de ensino.

Outro ponto apontado pela Circe Bittencourt e Jörn Rüsen é a problemática das universidades apresentarem um papel produtivista, em que, cuja produção de conhecimento, em alguns aspectos, não traz retorno à sociedade. Isto se dá no sentido do saber adquirido nas instituições de pesquisa permanecer no meio acadêmico, sem que haja uma contribuição direta para a sociedade. Do mesmo modo, aponta se críticas do fator do ensino apresentar um perfil hierarquizado, ao considerar as universidades como campo de produção, e as escolas sendo um ambiente de reprodução de conhecimento já apresentados, de forma simplificada.

Por outro lado, é importante ressaltar a questão das escolas de ensino básico enfrentarem uma questão de atualização quanto a informação concernente a formas de saber que são introduzidos pela academia. Tal problemática gira em torno da diferença de concepções sobre o objeto a ser estudado, o que inclui a seleção de conteúdos, as formas de abordagem e a compreensão do conteúdo, como se pode observar no caso da história como disciplina:

“Ponto básico para o estabelecimento de um critério para a seleção de conteúdos é a concepção de história. Dela depende a produção dos historiadores, e o conhecimento histórico é produzido de maneira que torne os acontecimentos inteligíveis de acordo com determinados princípios e conceitos. (...) Conhecer e acompanhar as principais tendências da produção historiográfica não é apenas uma questão teórica, mas trata-se também de uma necessidade prática, porque é com base em uma concepção de história que podemos assegurar um critério para uma aprendizagem efetiva e coerente.” (BITTENCOURT, 2011, pág. 139-140).

Partindo da análise realizada, por Bittencourt, percebe-se a necessidade de haver um diálogo entre a universidade e as escolas de ensino básico, exatamente pelo fim de que haja uma interação e o compartilhar de saberes entre ambas as instituições. A importância do conhecimento das tendências historiográficas para os estabelecimentos de ensino, nas aulas de história, se dá pelas noções de interpretações em relação às formas de narrativas concernentes a processos históricos e as realidades presentes a nossa volta. É importante, também

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considerar, que é a partir do presente que se tem o ato de escrever a história, assim como esta ação não reside apenas no campo teórico, mas também no viés empírico.

Além disso, a apresentação de historiografias permite ao docente de história abordar diferentes formas de perspectiva concernente a realidade e o olhar ao passado, fomentando discussões e a ampliação do vislumbre de mundo aos discentes em sala de aula, contribuindo ao mesmo tempo para o diálogo da realidade, ou o cotidiano do aluno com a do professor. Nesse sentido, a historiografia possibilita a ampliação de uma consciência histórica como já afirma Jörn Rüsen:

“A apresentação historiográfica é, por conseguinte, um modo da constituição narrativa de sentido, no qual domina o fator da relação ao público alvo, de dirigir-se a alguém mediante o pensamento histórico (que, aliás, sempre é pensado para alguém, para um público ou um grupo de pesquisadores, por exemplo) É determinante desse modo e de sua especificidade científica o ponto de vista da relevância comunicativa. Ela diz respeito à receptividade das histórias. Ela consiste em que a recepção do saber histórico apresentado pela historiografia possa ocorrer, na vida prática, de modo sustentável.” (RÜSEN, 2001, pág. 28).

Nesse sentido, a problemática de haver a apresentação de apenas uma linha historiográfica, o qual ocorre na realidade nas disciplinas de história nos estabelecimentos de ensino básico, torna a abordagem das concepções de história ser limitada, e restrita à compreensão histórica. Além de haver o perigo do conteúdo se encontrar preso apenas nos capítulos dos livros didáticos, colocando em foco, somente, numa perspectiva pragmática e simplista, distorcendo até mesmo o intuito que o material didático propunha.

A proposta de Jörn Rüsen, por sua vez, é trazer a historiografia do campo teórico à chamada “práxis”, ou seja, no vivenciar, no âmbito prático, criando, logo, uma ponte entre as instituições de ensino superior e o básico. Isso estabelece também a afirmação da História como fonte de conhecimento que não se reside apenas no campo de ideias e narrativas, mas também na aplicação no meio social, como podemos observar, segundo Jörn Rüsen:

“(...) Quero tratar da “práxis” como função específica e exclusiva do saber histórico na vida humana. Isso se dá quando, em

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sua vida em sociedade, os sujeitos têm de se orientar historicamente e têm que formar sua identidade para viver – melhor: para poder agir intencionalmente. Orientação histórica da vida humana para dentro (identidade) e para fora (práxis) – afinal é esse o interesse de qualquer pensamento histórico.” (RÜSEN, 2001, pág. 87).

Tendo isso em vista, nota-se, no trecho acima, a preocupação da formação da consciência histórica do indivíduo por meio do aprendizado, sendo as escolas de ensino básico, um meio de orientação, apresentando os possíveis vislumbres de realidades para com os alunos.

O PIBID como mediador do espaço acadêmico e das instituições de ensino básico

Partindo das reflexões de Jörn Rüsen e da Circe Bittencourt, trataremos neste tema os relatos de trabalhos, (de estudantes de licenciatura em história da FCHS – UNESP Franca, pelo PIBID – Programa Institucional de Bolsa a Iniciação a Docência) realizados nos estabelecimentos de ensino básico das comunidades locais, no caso a cidade de Franca.

O projeto PIBID, organizado pela CAPES, se dá pelo intuito de incentivo e auxílio para a formação dos alunos de licenciatura, no caso de História, à carreira de docência, inserindo os na realidade das escolas de rede pública nas comunidades. Nesse sentido, abre-se a possibilidade de diálogo entre as universidades e as instituições de ensino básico, fazendo com que o bolsista do projeto promova um perfil de mediador entre ambas às instituições, devido ao fato de este transitar e apresentar atuação nestas duas realidades. No caso, serão abordadas as experiências tidas na Escola Estadual Prof. Dante Guedine Filho.

A atividade proposta pelo projeto PIBID, para o ensino de História, se dava na realização de um trabalho voltado a temática história e ficção, e a construção de um jornal histórico, como metodologia de ensino alternativo para a aprendizagem da disciplina. Assim, tais atividades foram organizadas na sala de aula, no caso a classe da 6ª série/ 7º ano A do Ensino Fundamental II, pelo licenciando e o docente da escola local, referente à disciplina de História.

Durante o período da realização do projeto PIBID, o licenciando, e o docente da escola trabalham conjuntamente na articulação e apresentação de aulas, assim como a elaboração e correção de avaliações. Nesse momento, o estudante em licenciatura pode introduzir o conhecimento, antes assimilado na academia, para as salas de aula nas escolas de rede

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pública, abrindo, por exemplo, diferentes concepções de história, e as tendências historiográficas presentes na atualidade. Além disso, se faz possível do licenciando buscar diversos recursos de abordagem de conteúdo disciplinar nas salas de aula.

No caso da Escola Estadual Dante Guedine Filho foi trabalhado o uso de imagens referentes a temas de aula, como a da Formação das Monarquias Europeias, situada na Situação de Aprendizagem Cinco no volume um do caderno do aluno, em que foi se apresentada uma noção geográfica, por meio de mapas, e genealógica, através da introdução de brasões de famílias reais, protagonistas do tema de aula. Os materiais utilizados foram à base de folhas A3 impressas, como recursos para a elaboração da aula do dia 5 de maio de 2016.

Dessa forma, a abordagem do conteúdo se dava pelo objetivo de não somente apresentar o intuito proposto pelo currículo escolar, mas ao mesmo tempo almejar a construção de conhecimento através de meios estratégicos que estimulem as diversas habilidades cognitivas dos alunos. Assim sendo, procura-se introduzir formas de ensino que não se restrinja apenas num formato tradicional, o qual se limita na base da escrita e na compreensão de texto, tratando o conteúdo como uma narrativa que deve ser apreendida a base de repetições e memorização.

Considerações Finais

Portanto, a presença do PIBID nas escolas de rede pública tem-se mostrado uma ponte importante, para que haja um diálogo entre a academia e as instituições de ensino básico, através do licenciando, que ao atuar nas salas de aula, ao mesmo tempo, introduz o seu conhecimento acadêmico para com os educandos no estabelecimento de ensino básico, em que exerce.

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Bibliografia

RÜSEN, JÖRN. História Viva. Brasília: Editora UnB, 2001.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História fundamentos e métodos. São Paulo: Editora Cortéz, 2011.

Referências

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