PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DE GOIÁS 1997 A 2020

(1)

PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DE GOIÁS

1997 A 2020

1,2

Maria da Conceição Pereira

3

Norma Cláudia Nunes Menezes

4

Rosemeire Azevedo Silva Oliveira

5

Vicente Roque Vedana

6

1 INTRODUÇÃO

Há motivações fortes para realização de trabalhos de

pro-jeção de populações. As bases de dados estatísticos e as técnicas que

vêm sendo aperfeiçoadas, propiciando maior grau de acerto. A

conjun-tura atual, marcada pela “transição demográfica” que se verifica no

Brasil, configura um padrão populacional muito diferente daquele

existente no passado. As demandas sociais, as políticas públicas e

outros componentes de mercado passaram a determinar as rápidas

transformações de padrão demográfico.

O “Método dos Componentes Demográficos” utilizado

pa-ra a realização deste tpa-rabalho, permite obter um resultado mais

1 Este documento é uma condensação do trabalho realizado junto à Secretaria do

Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de Goiás – SEPLAN e à

Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central – CODEPLAN, com o apoio

do Fundo de População das Nações Unidas – FNUP.

2 O trabalho teve a orientação técnica dos professores Carlos Eugênio Costa

Ferreira e Bernadette Waldvogel, da Fundação SEADE, do Governo de São Paulo;

Ana Amélia Camarano, do IPEA; José Alberto Magno de Carvalho, do

CEDE-PLAR/UFMG e Juarez de Castro Oliveira, do IBGE.

3 Técnica da Telecomunicações de Goiás S.A – TELEGOIÁS e aluna do

CEDE-PLAR/UFMG no curso de Mestrado em Demografia.

4 Técnica da SEPLAN/GO.

5 Técnica da TELEGOIÁS.

6 Técnico da SEPLAN/GO.

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detalhado sobre os novos padrões demográficos em fase de redefinição.

Exige conhecimento das bases de dados sobre o comportamento da

fecundidade, seus níveis e sua estrutura, sobre o comportamento da

mortalidade de homens e mulheres e também conhecimento das

migrações por sexo e idade das coortes

7

_{de 5 anos.}

Assim, com estes resultados, torna-se possível oferecer

subsídios de orientação aos que planejam, a partir da perspectiva das

instituições e áreas públicas, e/ou a partir das demandas das

institui-ções e setores privados e, ainda, dos indivíduos. O método dimensiona

a participação de cada componente, de 5 em 5 anos, ao longo do período

de projeção (1997-2020).

Na ausência de epidemias, catástrofes naturais, guerras,

dentre outras, que podem alterar bruscamente a composição de uma

população ou de determinados grupos dela, a tarefa de projeção no

horizonte de 25 anos tem se tornado cada vez mais freqüente e segura.

As variáveis sócio-econômicas e culturais, das quais dependem as

demográficas, mudam paulatinamente. As taxas de mortalidade e

fecundidade, nos diversos países do mundo, apresentam tendências de

convergência em torno de determinados valores, conforme registro em

muitos levantamentos e análises.

Para Goiás, no horizonte dessa projeção, pode ocorrer

reversão de alguma tendência a exemplo dos fluxos migratórios da

década de 70: investimentos realizados, embora volumosos, mas com

perfil gerador de poucos empregos, resultaram em saldo migratório

negativo para o Estado, interrompendo o ciclo histórico de Goiás como

área de destino das correntes migratórias nacionais. Nos anos 80 e 90,

entretanto, Goiás voltou a apresentar saldos migratórios positivos. Os

investimentos que vêm sendo feitos em infra-estrutura econômica e

social pelo Governo e pela iniciativa privada, mais a força de atração

do Distrito Federal para o seu entorno localizado em Goiás, alimentam

as hipóteses do horizonte projetado até o ano 2020.

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2 A POPULAÇÃO DE GOIÁS NOS CENSOS:

1970, 1980, 1991 E 1996

Quadro 1

POPULAÇÃO POR SEXO E GRUPOS DE IDADE

ESTADO DE GOIÁS – 1970 E 1980

Grupos de idade

1970 (01.07) 1980 (01.07)

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres 00-04 389.091 196.072 193.019 441.458 224.453 217.005 05-09 375.047 190.427 184.620 413.322 209.851 203.471 10-14 325.242 163.378 161.864 401.937 201.878 200.059 15-19 276.339 136.568 139.771 373.821 185.614 188.207 20-24 219.014 112.259 106.755 307.270 153.223 154.047 25-29 175.529 91.109 84.420 247.024 123.926 123.098 30-34 144.750 76.238 68.512 196.834 100.631 96.203 35-39 127.098 66.535 60.563 167.966 86.510 81.456 40-44 102.087 54.619 47.468 146.888 77.948 68.940 45-49 81.896 44.231 37.665 113.105 59.462 53.643 50-54 61.170 32.919 28.251 90.834 48.077 42.757 55-59 47.852 25.786 22.066 67.879 35.710 32.169 60-64 32.206 17.407 14.799 50.681 26.363 24.318 65-69 22.179 11.903 10.276 39.919 20.490 19.429 70-74 14.076 7.404 6.672 24.218 12.805 11.413 75-79 7.787 3.990 3.797 14.466 7.267 7.199 80 e + 4.169 2.012 2.157 9.230 4.398 4.832 Total 2.405.532 1.232.857 1.172.675 3.106.852 1.578.606 1.528.246 Fonte: IBGE/SEPLAN-GO.

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Quadro 2

POPULAÇÃO POR SEXO E GRUPOS DE IDADE

ESTADO DE GOIÁS – 1991 E 1996

Grupos de idade

1991 (01.07) 1996 (01.07)

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres 00-04 442.499 225.917 216.582 454.309 232.112 222.197 05-09 465.154 236.914 228.240 463.927 236.680 227.247 10-14 473.559 239.083 234.476 492.225 248.956 243.269 15-19 440.730 218.598 222.132 490.680 244.559 246.121 20-24 403.657 199.711 203.946 454.255 224.842 229.413 25-29 366.629 179.673 186.956 411.238 201.996 209.242 30-34 310.619 152.550 158.069 378.654 185.155 193.499 35-39 260.753 129.032 131.721 316.752 155.169 161.583 40-44 208.278 106.118 102.160 262.390 131.229 131.161 45-49 165.265 84.354 80.911 203.337 102.405 100.932 50-54 132.480 68.595 63.885 161.767 82.508 79.259 55-59 106.378 53.570 52.808 128.424 64.693 63.731 60-64 83.169 41.881 41.288 102.891 51.213 51.678 65-69 60.725 30.838 29.887 76.059 38.094 37.965 70-74 38.665 19.559 19.106 50.188 25.410 24.778 75-79 25.557 12.656 12.901 30.563 15.113 15.450 80 e + 20.921 9.815 11.106 28.884 13.389 15.495 Total 4.005.038 2.008.864 1.996.174 4.506.543 2.253.523 2.253.020 Fonte: IBGE/SEPLAN-GO.

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Gráfico 1

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE

GOIÁS, 1970

Gráfico 2

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE

GOIÁS, 1980

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 5 - 9 10 - 1 4 15 - 1 9 20 - 2 4 25 - 2 9 30 - 3 4 35 - 3 9 40 - 4 4 45 - 4 9 50 - 5 4 55 - 5 9 60 - 6 4 65 -6 9 70 -7 4 75 -7 9 80 +

Hom ens % M ulheres

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 10 - 14 20 - 24 30 - 34 40 - 44 50 - 54 60 - 64 70-74 80 + Homens % M ulheres G rup os d e i d ad e G rup os d e i d ad e

(6)

Gráfico 3

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE

GOIÁS, 1991

Gráfico 4

DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE

GOIÁS, 1996

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65-69 70-74 75-79 80 +

Hom ens % M ulheres

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65-69 70-74 75-79 80 + H om ens % M ulheres G rup os d e i d ad e G rup os d e i d ad e

(7)

3 REFERÊNCIAS DA FECUNDIDADE

Os dados de fecundidade disponíveis para Goiás indicam

que, de relativamente estável e alta no passado, nas últimas décadas

veio diminuindo fortemente e de forma contínua. Entre 1935-1940,

segundo o IBGE, estava em média, em 6 filhos por mulher como Taxa

de Fecundidade Total – TFT

8

_{. Deste período até por volta de}

1965-1970, permaneceu relativamente estável e, até com uma pequena

elevação, alcançando 6,4. A partir de então, inaugura-se um período

em que a fecundidade mensurada cai rapidamente para 5,2 filhos por

mulher no período 1975-1980 e para 2,5 no ano de 1991.

Com os níveis de fecundidade observados no passado, sua

queda ao longo dos anos, e através de uma “função logística”, foram

formuladas três hipóteses de comportamento futuro até o ano de 2021,

todas tendo como ano inicial 1991 com um nível médio de 2,487 filhos

por mulher.

Quadro 3

TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL – TFT DE GOIÁS

PERÍODOS SELECIONADOS

Período TFT 1935-1940 6,000 1965-1970 6,400 1975-1980 5,200 1991 2,487

Fonte: IBGE, 1935-1980 e IPEA 1991.

8 TFT – Taxa de Fecundidade Total = Taxa construída a partir das Taxas

Especí-ficas de Fecundidade – TEF, ou seja, enquanto as TEF são a razão entre o número

de filhos tidos nascidos vivos das mulheres de cada grupo etário, a TFT representa

o número médio de filhos que uma mulher teria, ao longo de sua vida fértil, caso

tivesse a mesma quantidade de filhos que a média das mulheres, das diferentes

idades, tiveram em um mesmo ano. No caso de Goiás em 1991, a TFT de 2,487 é

a soma das TEF daquele ano, vezes 5.

(8)

Uma suposição acompanha todas as hipóteses da projeção:

a queda futura será muito menor do que foi a queda ao longo dos anos

80. Ao final dos próximos 23 anos, a fecundidade deverá estar bastante

próxima dos níveis de “reposição”

9

_{: 2,2 caso prevaleça a hipótese de}

“queda muito lenta”, 2,0 caso prevaleça a hipótese de “queda

lenta” e, 1,8 na prevalência da hipótese de “queda rápida”.

4 REFERÊNCIAS DA MORTALIDADE

Para a projeção, foram identificadas as Taxas de

Mortali-dade, por sexo e iMortali-dade, às quais corresponde uma Tábua de Vida para

os períodos que antecedem a projeção e, com o auxílio de Tábuas de

Vida Modelo das Nações Unidas, foram estimados, através de função

logística, ganhos periódicos na Esperança de Vida e reduções na Taxa

de Mortalidade Infantil, de cinco em cinco anos, até o período final da

Quadro 4

TAXAS ESPECÍFICAS DE FECUNDIDADE-TEF PARA GOIÁS, 1991

(BASE DA PROJEÇÃO)

Idade das mães TEF

15-19 0,1221 20-24 0,1572 25-29 0,1264 30-34 0,0525 35-39 0,0250 40-44 0,0119 45-49 0,0024 TFT 2,4870 Fonte: IPEA.

9 Nível de Reposição ou número de filhos que os pais necessitam gerar para que as

gerações mais novas substituam as mais velhas e a população se mantenha ao

longo do tempo. Caso a mortalidade de crianças seja baixa, este número deverá

ser de aproximadamente 2,1 filhos por mulher, em média.

(9)

projeção. A redução da mortalidade nas próximas décadas tem, como

pressuposto, a continuidade da tendência observada no passado

recen-te no Estado e também a absorção das recen-tendências observadas em

outras sociedades a partir da conquista de melhores condições de

saúde. A projeção se completa com a interpolação linear das

lidades de morrer registradas na Tábua de Vida de 1991 e as

probabi-lidades de morrer da Tábua de Vida Limite

10

_{, considerando a hipótese}

de ganhos qüinqüenais na Esperança de Vida até a data final do

período de projeção.

A Esperança de Vida ao nascer é um indicador que

sinte-tiza os níveis de mortalidade existentes na população. Representa o

número médio de anos de vida esperados, a partir do nascimento, em

função da mortalidade existente em todas as idades. Conforme dados

do IBGE, a mortalidade em Goiás, entre 1975-1980, conformava uma

Esperança de Vida ao nascer de 63,6 anos sendo 61,2 para os homens

e 66,2 para as mulheres, aumentando para 65,5 e 70,5,

respectivamen-te para homens e mulheres, 10 anos depois, ou seja para o período

1985-1990 (Quadro 6). A hipótese de projeção adotada sugere um

ganho de 6,7 anos para os homens e de 7,2 anos para as mulheres entre

1991 e 2021.

Quadro 5

HIPÓTESES DE COMPORTAMENTO FUTURO

DA FECUNDIDADE

GOIÁS 1996 A 2021

Ano Hipótese alta-queda_{Muito lenta} Hipótese média-queda_Lenta Hipótese baixa-queda_Rápida

1991 2,487 2,487 2,487 1996 2,310 2,220 2,130 2001 2,240 2,090 1,950 2006 2,220 2,040 1,870 2011 2,210 2,020 1,830 2016 2,200 2,010 1,820 2021 2,200 2,000 1,800

10 Tábua de Vida Limite, ou seja, o máximo na esperança de vida que hoje é

considerado como possível de ser atingido.

(10)

Gráfico 5

ESTRUTURA DA FECUNDIDADE

AO INÍCIO E AO FINAL DO PERÍODO DE PROJEÇÃO

TRÊS HIPÓTESES

-0,01 0,04 0,09 0,14 0,19 0,24 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Ida de d as M ãe s T EF 1991 2026 alta 2026 m édia 2026 baixa

Quadro 6

ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

GOIÁS – 75-91 E PROJEÇÃO ATÉ 2021

Período

Esperança de vida ao nascer

número de anos Anos ganhos por período Homens Mulheres Homens Mulheres 1975-1980 61,17 66,16 1980-1985 63,47 68,46 2,30 2,30 1985-1990 65,47 70,46 2,00 2,00 1991 66,19 70,96 0,70 0,50 1996 67,72 72,46 1,53 1,50 2001 68,92 73,96 1,20 1,50 2006 70,12 75,16 1,20 1,20 2011 71,12 76,16 1,00 1,00 2016 72,12 77,16 1,00 1,00 2021 73,12 78,16 1,00 1,00

(11)

Gráfico 6

EVOLUÇÃO DA ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

HOMENS E MULHERES,

REGISTRADA E PROJETADA

GOIÁS – 1975-2021

A mortalidade infantil tem estatísticas desde tempos mais

remotos em Goiás. Dados fornecidos pelo IBGE apontam para uma

Taxa de Mortalidade Infantil de 127 mortes de menores de 1 ano para

cada grupo de 1.000 nascidos vivos para o ano de 1949. Quarenta anos

depois, 1989, esta taxa tinha sido reduzida para 40 por mil nascidos

vivos. A hipótese para a projeção sugere que as tendências observadas

no passado continuarão a ocorrer no futuro embora a um ritmo de

queda mais lenta porque, à medida que as taxas ficam menores e mais

próximas àquelas observadas hoje nas áreas mais desenvolvidas do

mundo, novas conquistas ficam mais difíceis já que estariam

relacio-nadas aos fatores biológicos e não mais aos constrangimentos

sócio-econômicos e sanitários ou à falta de acesso aos tratamentos básicos

de saúde.

5 REFERÊNCIAS DE MIGRAÇÕES

Definido um período de referência, as migrações

compor-tam o movimento de pessoas que entram no Estado de Goiás, vindas

de outros estados ou de outros países e o movimento inverso, ou a saída

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1975-1980 1980-1985 1985-1990 1991 2001 2011 2021 Período Homens Mulheres Homens Mulheres E spe ra nç a de V id a –A n o s

(12)

de pessoas. Ao final do período, caso tenha entrado maior número de

pessoas do que saído, teríamos um saldo migratório positivo ou,

inversamente, um saldo migratório negativo. Obviamente

consideran-do também as pessoas que, durante o períoconsideran-do, entraram para o Estaconsideran-do

de Goiás mas fizeram o movimento de retorno para a área de origem

ou migraram para outras áreas ou, inversamente, tendo saído,

volta-ram antes do final do período.

Quadro 7

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL,

REGISTRADA E PROJETADA

GOIÁS – 1949-2021

Ano Taxa de mortalidade infantil

1949 126,65 1960 107,01 1972 81,72 1980 52,65 1989 40,98 1991 38,99 1996 31,34 2001 26,63 2006 21,71 2011 18,00 2016 14,84 2021 12,06

(13)

Gráfico 7

EVOLUÇÃO DA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

REGISTRADA E PROJETADA, DE GOIÁS

(COM TO) ATÉ 1980 E GOIÁS (SEM TO) ATÉ 2021

Goiás teve, nas últimas décadas, períodos de acentuados

saldos migratórios mas também períodos em que o saldo foi negativo.

Na década de 60/70 (Tocantins junto), Goiás registrou Saldo positivo

de 203.038 pessoas. Nos anos 70/80 (Tocantins incluído), o saldo foi

negativo, –75.795 pessoas. Este saldo negativo foi registrado apesar

dos altos investimentos realizados ao longo da década no Estado,

principalmente pelo Governo Federal, em função, principalmente da

pequena geração de empregos associada aos investimentos. No mesmo

sentido, a forte concentração fundiária e as dificuldades das pequenas

propriedades reduziram os empregos nas áreas rurais. Nos anos 80 o

balanço migratório voltou a ser positivo, principalmente no final da

década. Entre 1986 e 1991 o saldo migratório foi de 123.252 pessoas

11

_.

Nos anos noventa Goiás continuou apresentando saldo

migratório positivo: 155.065 pessoas, com 5 anos ou mais de idade, no

intervalo entre o Censo de 1991 e a Contagem de 1996 (Quadro 8 e

Gráfico 8).

0 20 40 60 80 100 120 140 1949 1960 1972 1980 1989 1991 2001 2011 2021 Anos MI Registrada Projetada

11 Cunha, José Marcos Pinto da – 1996 – Os Movimentos Migratórios no Centro

Oeste na década de 80. Primeiro Encontro de Demografia da Região Centro-Oeste.

Brasília, 1997.

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Os saldos migratórios dos anos 80 e dos anos 90 foram,

quase totalmente, direcionados para duas áreas dentro do Estado:

Microrregião do Entorno do Distrito Federal e Microrregião de

Goiâ-nia. As outras microrregiões do interior tiveram Saldos Negativos no

período 1991/1996.

Quadro 8

SALDO MIGRATÓRIO DE GOIÁS

NO PERÍODO 1991-1996

Grupos de idade Saldo migratório

Total Homens Mulheres 05-09 20.724 10.475 10.249 10-14 18.974 9.182 9.792 15-19 20.155 8.848 11.308 20-24 23.297 11.219 12.078 25-29 20.745 10.586 10.159 30-34 16.014 8.273 7.741 35-39 10.364 5.256 5.108 40-44 7.333 3.872 3.461 45-49 5.225 2.671 2.554 50-54 3.787 1.945 1.843 55-59 2.910 1.473 1.437 60-64 2.182 1.018 1.165 65-69 1.528 779 749 70-74 958 486 472 75-79 547 264 283 80 e + 320 138 182 Total 155.065 76.484 78.581 Fonte: IBGE, Contagem 1996/SEPLAN-GO.

(15)

Gráfico 8

SALDO MIGRATÓRIO DE GOIÁS – 1991-1996

Para o futuro, foram formuladas duas hipóteses de

migra-ções. Uma considera que haverá uma repetição do que ocorreu nos

anos 91-96, ou seja, continuaria repetindo-se o saldo migratório

posi-tivo até o ano 2021. Nesta hipótese, a cada ano, à população residente

em Goiás é somado um igual contingente migratório. Além do efeito

imediato e direto causado pelo saldo migratório, há também o efeito

indireto, que são os filhos dos imigrantes nascidos depois da chegada

dos pais. Nesta hipótese, Goiás teria um acréscimo direto na sua

população de 782 mil pessoas entre 1997 e 2020. Esta hipótese, quando

traduzida em taxa, representa, em face do volume crescente da

popu-lação total, uma queda lenta e constante ao longo dos anos.

Uma segunda hipótese considera que o saldo migratório

registrado entre 1991 e 1996, irá reduzindo-se lentamente e de forma

linear, para cada grupo etário, até alcançar um equilíbrio ao final do

período desta projeção, ou seja, em 2021, o saldo migratório seria

zerado. Nesta hipótese, entre 1997 e 2020, o Estado teria um

acrésci-mo direto de 326 mil pessoas.

Na combinação das hipóteses de migração com as hipóteses

de Fecundidade e a de Mortalidade, foram construídas três variantes

consideradas como tendo maior grau de probabilidade de ocorrer nos

próximos 23 anos. Estas três variantes: Média, Alta e Baixa, têm seus

resultados detalhados na seqüência. Nas três, as taxas de crescimento

médio anual serão decrescentes (Quadros 9, 10 e 11 e Gráficos 9 e 10).

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 05 - 09 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65 - 69 70 - 74 75 - 79 80 e + Grupos de Idade Número de Pessoas Masculino Feminino

(16)

6 HIPÓTESES E VARIAÇÕES

– TAXAS E VOLUME DA POPULAÇÃO

Quadro 9

QUADRO RESUMO DAS HIPÓTESES COM VARIAÇÃO

NO VOLUME DA POPULAÇÃO EM 2020

Hipótese

Fecundidade

Migração População total _{em 2.020} Tendência TEF

1991 2021

Alta _{muito lenta}Queda 2,487 2,20 _{91/96: 32.570}Saldo médio 7.252.453 Média Queda _lenta 2,487 2,00 _{91/96: 32.570}Saldo médio 7.020.511

Baixa Queda _rápida 2,487 1,80

Saldo médio 91/96: 32.570 com redução gradual

até zerar em 2020

6.258.693

Quadro 10

HIPÓTESES – TAXA MÉDIA GEOMÉTRICA

DE CRESCIMENTO ANUAL

GOIÁS – 1997-2020

% Ano Taxa de crescimento projetada

Hipótese alta Hipótese média Hipótese baixa

1997 2,37 2,28 2,06 2000 2,26 2,14 1,83 2005 2,05 1,92 1,51 2010 1,85 1,72 1,22 2015 1,68 1,55 0,97 2020 1,57 1,41 0,73

(17)

Gráfico 9

POPULAÇÃO RESIDENTE EM GOIÁS

E HIPÓTESES DE PROJEÇÃO ATÉ 2020

Quadro 11

RESULTADOS – TAXA DE CRESCIMENTO (TR),

TAXA BRUTA DE NATALIDADE (TBN)

E TAXA BRUTA DE MORTALIDADE (TBM)

HIPÓTESE MÉDIA – 1997 A 2020

Ano Tr por 1.000 TBN por 1.000 TBM por 1.000

1997 22,84 21,31 5,49 2000 21,42 20,31 5,46 2005 19,18 18,74 5,50 2010 17,17 17,41 5,69 2015 15,51 16,38 5,87 2020 14,11 15,60 6,13 0 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 1 9 5 0 1 9 6 0 1 9 7 0 1 9 8 0 1 9 9 1 2 0 0 0 2 0 1 0 2 0 2 0 A n o População P o p u la ç ã o R e s id e n te P r o je ç ã o - H ip ó te s e A lta P r o je ç ã o H ip ó te s e M é d ia P r o je ç ã o H ip ó te s e B a ix a

(18)

Gráfico 10

PROJEÇÃO DA TAXA BRUTA DE MORTALIDADE (TBM)

TAXA BRUTA NATALIDADE (TBN) E TAXA DE CRESCIMENTO (Tr)

POR MIL PESSOAS – HIPÓTESE MÉDIA

1997-2020

0 5 10 15 20 25 1997 2000 2005 2010 2015 2020 Ano

Taxa (por 1.000 pessoas)

(19)

7 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO POR SEXO

E IDADE ATÉ 2020

Gráfico 11

DISTRIBUÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO DE GOIÁS, 1997

HIPÓTESE MÉDIA

Gráfico 12

DISTRIBUÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO DE GOIÁS, 2000

HIPÓTESE MÉDIA

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 5 - 9 1 0 - 14 1 5 - 19 2 0 - 24 2 5 - 29 3 0 - 34 3 5 - 39 4 0 - 44 4 5 - 49 5 0 - 54 5 5 - 59 6 0 - 64 6 5-6 9 7 0-7 4 7 5-7 9 8 0 + Grupos de Idad e

Hom ens % M ulheres

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 - 4 10 - 14 20 - 24 30 - 34 40 - 44 50 - 54 60 - 64 70-74 80 + Grupos de Idade Homens % Mulheres

(20)

Gráfico 13