• Nenhum resultado encontrado

Expansão, Redefinição ou Consolidação dos Espaços da Migração em São Paulo? Análises a partir dos primeiros resultados do Censo 2000

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Expansão, Redefinição ou Consolidação dos Espaços da Migração em São Paulo? Análises a partir dos primeiros resultados do Censo 2000"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

Expansão, Redefinição ou Consolidação dos Espaços da Migração em

São Paulo? Análises a partir dos primeiros resultados do Censo 2000

*

Rosana Baeninger UNICAMP/NEPO

Palavras-Chave: migração interna, São Paulo, urbanização, redistribuição da população.

Introdução

O presente trabalho busca analisar o papel de São Paulo no contexto migratório nacional nos anos 90, bem como aprofundar aspectos da dinâmica intra-estadual.

As preocupações que permeiam o trabalho estão pautadas nas seguintes questões: houve a continuidade do processo de desconcentração populacional da metrópole de São Paulo? Como se comportou a periferia metropolitana? Qual o papel das novas metrópoles (Campinas e Santos) no processo de redistribuição populacional? Qual foi o comportamento das áreas caracterizadas como de evasão populacional? Como se deu o crescimento das cidades e o crescimento da população segundo a morfologia da rede urbana paulista? Os pólos regionais seguiram como absorvedores de população?

As tendências apontadas a seguir indicam novos arranjos migratórios no Estado, com a consolidação de determinadas áreas; a expansão da migração para regiões fora das franjas metropolitanas; ao mesmo tempo em que se assiste a redefinição de espaços da migração, tanto na metrópole de São Paulo quanto no Interior.

1. Aspectos Teóricos da Migração nas Últimas Décadas

1.1. Revisitando décadas anteriores1

*Trabalho apresentado no XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, realizado em Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil de 4 a 8 de novembro de 2002.

1 Em Pacheco e Patarra (1998) encontra-se uma resenha sobre as migrações internas e industrialização no Brasil.

(2)

As tendências gerais dos deslocamentos populacionais no Brasil, ocorridos desde os anos 30 até a década de 70, estiveram ancoradas, basicamente, nos seguintes eixos:

1) na enorme transferência de população do meio rural para o urbano que,

refletindo as distintas etapas do processo de desenvolvimento, contribuiu para o esvaziamento do campo;

2) nas migrações com destino às fronteiras agrícolas;

3) no intenso fenômeno da metropolização e na acentuada concentração urbana. Na vertente da migração rural-urbana, Singer (1972) contextualizou esses movimentos migratórios no bojo do processo de industrialização em curso, onde os deslocamentos populacionais - com origem no rural e destino urbano representavam a força de trabalho necessária à etapa de acumulação capitalista. As áreas rurais estagnadas ou em processo de transformação contribuíam para “fatores de estagnação” ou “fatores de mudanças” impulsionadores de fluxos migratórios nos locais de origem, onde as ‘causas’ e ‘motivos’ da migração eram resultantes das transformações econômicas globais da sociedade. Os excedentes populacionais do rural constituíam transferências populacionais para as cidades com a incorporação desses contingentes no mercado de trabalho industrial em expansão.

Embora, os movimentos migratórios rural-urbano fossem a principal força redistributiva da população, principalmente nos anos 50 e 60, o panorama dos movimentos migratórios no Brasil foi se ampliando a partir de então, até mesmo pela nova etapa de desenvolvimento econômico que o País viria assistir2. Segundo Martine e Camargo (1984), o cenário da distribuição espacial da população brasileira a partir dos anos 60 foi movido por forças centrífugas, com a expansão populacional (migrações inter-regionais) rumo às áreas de fronteiras, e por forças centrípetas, com a migração rural-urbana em direção às grandes cidades do Sudeste, particularmente para a Região Metropolitana de São Paulo.

Já nos anos 70, no bojo desta bipolaridade, fazia-se notar as forças de reforço à concentração (forças centrípetas), com a emigração das áreas de fronteiras agrícolas em direção às cidades maiores (Martine, 1987). Nesse contexto, a urbanização nacional

(3)

operava-se em moldes cada vez mais concentradores, levando ao estabelecimento de um processo de distribuição da população que tendia a privilegiar os grandes centros urbanos do Sudeste.

A partir dos anos 80 essas forças se redefinem no entendimento das direções e sentidos das migrações internas. As forças centrífugas, resultantes da força de atração exercida pelas fronteiras agrícolas, já haviam acentuado sua perda de importância nos anos 703, muito embora seus desdobramentos tenham ainda se refletido, nos anos 80 e início dos 90, nos movimentos migratórios. Já as forças centrípetas, em especial a exercida pela metrópole de São Paulo, arrefeceram pós anos 80, porém não desapareceram4. Compondo um movimento mais amplo de distribuição populacional, a Região Metropolitana de São Paulo, ao mesmo tempo em que ainda se mantém como o maior centro de recepção migratória, passou também a se destacar pela importância de seu volume emigratório em nível nacional, emprestando recentes características ao processo de distribuição espacial da população e redefinindo alguns aspectos da migração interna.

1.2. Migrações internas recentes e redistribuição espacial da população

As migrações internas assumem maior complexidade a partir dos anos 80 em função, particularmente, do predomínio das migrações entre áreas urbanas; ou seja, movimentos migratórios constitutivos e elemento fundamental na configuração do processo de urbanização atual. O entendimento do processo de reorganização da população no espaço desloca-se, portanto, do eixo de análise via migração rural-urbana, força motriz das análises centrípetas.

As migrações internas no Brasil, nas últimas décadas, foram marcadas por expressivas alterações em sua dinâmica, que se refletem nas novas especificidades e tendências do processo de distribuição espacial da população. A menor pressão dos grandes movimentos rurais (o êxodo rural dos anos 80 foi da ordem de 10,6 milhões de pessoas) para os centros urbanos de maior porte e o próprio patamar em que se encontra

3 Em Martine (1987) encontra-se a evolução e declínio das áreas de fronteira no Brasil. 4 Veja-se Baeninger (1999).

(4)

o processo de urbanização vêm contribuindo para a predominância do movimento urbano-urbano, onde emergem e reforçam variadas modalidades de deslocamentos populacionais.

Os anos 80 evidenciam enormes mudanças nos volumes, fluxos e características dos movimentos migratórios5, a saber:

1) os movimentos migratórios intra-regionais no âmbito das Grandes Regiões passam a se diversificar, redefinindo os movimentos interestaduais para outras regiões; 2) o decréscimo nas migrações interestaduais de longa distância apontam novos destinos migratórios;

3) as migrações de retorno redesenham a maior “área de absorção de população migrante” em décadas anteriores – a Região Metropolitana de São Paulo;

4) a inflexão no ritmo de crescimento metropolitano, mesmo que incipiente fora do Sudeste, indicam outras áreas de recepção migratória ou mesmo de retenção populacional;

5) a predominância das migrações de curta distância, em especial a

intrametropolitana e intra-regional, conferem novos significados aos conceitos de migrante, de áreas de origem e áreas de destino, bem como de áreas de atração e áreas de expulsão;

6) a emergência (ou recorrência) das modalidades de deslocamentos populacionais de tipo pendular, circular, dupla residência no atual processo de urbanização complexificam o entendimento da relação migração/emprego

Ao lado dos tradicionais fluxos migratórios passam também a sobressair outras direções - movimentos de curta distância, movimentos de retorno, movimentos intra-regionais - e dimensões da migração, em particular a espacial, como elemento explicativo e determinante do fenômeno migratório.

5 Esta síntese baseia-se nos trabalhos sobre o tema presentes nos Anais dos Encontros da ABEP ao longo dos anos 90, bem como nos dos Encontros Nacionais de Migração de 1997 e 1999 e nas Revistas da ABEP.

(5)

As tendências recentes dos movimentos migratórios no Brasil suscitaram análises interpretativas enriquecedoras do debate atual. As transformações ocorridas no fenômeno migratório poderiam estar apontando:

. a configuração de um novo padrão migratório brasileiro (Brito, 1997)

. o resultado das transformações ocorridas na sociedade e em sua dinâmica econômica no mesmo período (Pacheco e Patarra, 1998)

. variações de um mesmo processo historicamente referenciado no tempo e no espaço (Cunha, 1999)

. a expansão dos espaços da migração (Baeninger, 1999)

Mesmo com diferentes maneiras de interpretar o fenômeno, essas análises indicam, de modo geral, a partir dos anos 80, as evidências e características apontadas anteriormente de inflexão no crescimento metropolitano, o aumento nas migrações de curta distância, a importância da migração de retorno, o esgotamento da migração para as fronteiras agrícolas, a diminuição no ímpeto das migrações inter-regionais6. Esteve ainda presente, no debate, os possíveis efeitos migratórios advindos do processo de desconcentração das atividades econômicas e da crise econômica dos anos 80.

Assim, os movimentos migratórios do final dos anos 80 para o início dos 90 apontaram mudanças significativas no processo de distribuição espacial da população brasileira:

1) os fluxos migratórios de longa distância reduziram-se, consideravelmente, em particular aqueles que se dirigiam às fronteiras agrícolas; com isso mantiveram-se, como área de absorção de fluxos de longa distância, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, que canalizaram os fluxos do Nordeste;

2) houve a recuperação migratória no âmbito intra-regional, especialmente os estados nordestinos, com destaque para o interior da Bahia;

6 Veja-se: Martine (1984, 1987, 1994), Martine e Carvalho (1989), Brito (1997), Cunha (1999), Pacheco e Patarra (1998) e Baeninger (1999).

(6)

3) a migração de retorno, particularmente com origem em São Paulo, para o Nordeste, Minas Gerais e Paraná revela a nova face do processo migratório da maior metrópole do País

4)houve o surgimento e consolidação de pólos de absorção migratória no âmbito inter-regional e intra-regional, onde o conjunto de rede de cidades brasileiras teve papel importante, servindo de amortecedor dos fluxos para as metrópoles.

Comparando-se as transformações recentes no processo de distribuição espacial da população e a classificação elaborada por Martine e Camargo (1984) referente à distribuição nos anos 70, pôde-se constatar importantes alterações:

. as áreas classificadas pelos autores como “áreas de fronteira em expansão” (Região Norte e Mato Grosso) foram as que tomaram maior impulso, passando a áreas consolidadas, no período 1986-1991, e já demonstrando sinais efetivos de perda de dinamismo no período pós 90;

. na categoria “áreas de fronteira consolidada” - caracterizada como de forte evasão populacional nos 70, em função do esgotamento das fronteiras agrícolas, incluindo o Paraná, a faixa central de Goiás, o Mato Grosso do Sul e o Maranhão – verificou ainda no período 1981-1991 importantes volumes emigratórios do Paraná (especialmente para São Paulo e Mato Grosso) e do Maranhão (em direção ao Pará), porém já bastante arrefecidos entre 1991-1996. Já para Goiás e Mato Grosso do Sul, os anos 80, registraram ganhos populacionais;

. na categoria “áreas tradicionais de emigração” encontravam-se a Região Nordeste (excluindo o Maranhão, que naquele momento estava na categoria de “áreas de fronteira consolidada”) e os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos anos 80 e 90, os estados pertencentes à esta categoria revelaram uma nova dinâmica migratória, chegando os estados do Espírito Santo e de Santa Catarina a apresentarem uma reversão em sua condição de perdedores de população; Minas Gerais passou a obter ganhos populacionais nas trocas migratórias com estados de outras regiões, nos anos 90; e, no caso dos estados do Nordeste, a maior parte destes continuou a se caracterizar no contexto nacional como áreas de evasão populacional - ainda que em níveis mais baixos, já manifestando, como anteriormente

(7)

analisado, importantes estados absorvedores de população no contexto da migração intra-regional;

. a categoria referente ao “núcleo industrial” era constituída pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro já havia demonstrado, nos anos 70, uma desaceleração em sua força de atração migratória, embora ainda se configure como área de absorção migratória nos fluxos migratórios com estados de outras Regiões; no contexto do Sudeste, no entanto, vêm manifestando perdas populacionais. Quanto ao Estado de São Paulo, apesar da redução em seus volumes de imigrantes, este ainda continuou sendo o principal pólo de atração populacional no Brasil.

O final da década de 90 parece indicar o reforço das tendências migratórias evidenciadas para o seu primeiro quinquênio, com taxas de crescimento urbano elevadas para as antigas regiões de fronteiras agrícolas (como Norte e Centro Oeste), crescimento significativo de cidades médias e pequenas, tendências à predominância dos deslocamentos intra-regionais; a manutenção do menor ritmo de crescimento das principais metrópoles industriais, em particular a Região Metropolitana de São Paulo.

2. Tendências Gerais da Migração no Brasil a partir do Censo 2000

Os primeiros resultados do Censo Demográfico de 2000 indicam a consolidação de tendências migratórias nacionais observadas nos anos 80, em especial a diminuição dos saldos migratórios para a Região Norte (Tabela 1). Esta área passou de um saldo migratório de 130 mil pessoas, de 1986-1991, para 30 mil, entre 1995-2000.

O Sudeste, apesar da ligeira diminuição em seu saldo migratório do período 1986-1991 (640 mil pessoas) para 1995-2000 (cerca de 595 mil), continua figurando como o maior pólo da migração nacional; entraram na Região Sudeste cerca de 1,546 milhão de migrantes, entre 1995-2000, contra 1,427 do período 1986-1991. Ressalte-se, porém, que entre 1986-1991, dessa Região saíram em torno de 785 mil pessoas, volume que aumentou para 950 mil, entre 1995-2000. Provavelmente, parte considerável dessa emigração se deva à continuidade dos movimentos migratórios de retorno iniciados nos anos 80, que partem de São Paulo particularmente para o Nordeste.

(8)

Tabela 1

Saldos Migratórios Qüinqüenais Grandes Regiões do Brasil 1986-2000

Saldos Migratórios* (em mil)

Regiões 1986-1991 1991-1996 1995-2000 Norte 131,2 60,8 33,0 Nordeste -876,5 -852,7 -833,4 Sudeste 640,1 597,9 595,4 Sul -185,4 -30,5 0,6 Centro-Oeste 290,6 224,5 205,5

Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos de 1991 e 2000; Contagem da População de 1996.

De fato, o Nordeste registrou um aumento em sua entrada de pessoas: de 477 mil, entre 1986-1991, para 624 mil, entre 1995-2000. Mesmo assim, seu potencial emigratório ainda persiste, inclusive com o aumento na saída de população dessa área: 1,354 milhão, entre 1986-1991, para 1,457 milhão de pessoas, entre 1995-2000.

Já a Região Sul vem se destacando pela reversão em sua tendência de perda populacional, quando saiu de um saldo negativo de 290 mil pessoas, entre 1986-1991, para um saldo positivo de 6 mil pessoas, entre 1995-2000.

Esse cenário geral das migrações internas contextualizam o papel do Sudeste e, particularmente, de São Paulo em âmbito nacional. De um lado, indicam a possível continuidade da migração de retorno; de outro lado, que o potencial de atração (não necessariamente de absorção) dessa área ainda se manteve forte nos anos 90.

3. São Paulo na Dinâmica Migratória Nacional

A liderança econômica paulista no cenário brasileiro, ao longo do século XX, significou, como contrapartida, uma elevada concentração populacional; em 1900, esse Estado já representava 12,2% da população nacional, alcançando, em 1970, 19,1% da mesma e chegando a responder por 21,8%, em 2000, totalizando quase 37 milhões de habitantes. No contexto regional, a população de São Paulo, que correspondia a 44,6% da do Sudeste, em 1970, chegou a concentrar mais da metade da população da Região (51,1%) em 2000 (Tabela 2).

(9)

Com uma trajetória de crescimento econômico e populacional marcada por intensos movimentos migratórios, o Estado de São Paulo tem registrado taxas de crescimento de sua população superiores à média nacional e regional. Nos anos 70, a população do Brasil crescia a 2,5% a.a. e a de São Paulo, a 3,5% a.a.; mesmo com o acentuado decréscimo no ritmo de crescimento da população brasileira em seu conjunto nos 80 (1,9% a.a.), a população paulista seguiu com taxa mais elevada (2,1% a.a.), permanecendo esta tendência para o período 1991-2000, quando a taxa de crescimento da população nacional havia sido de 1,6% a.a. e a do Estado de 1,8% a.a.

Esse processo concentrador da dinâmica demográfica de São Paulo tem suas raízes históricas já na virada do século XIX (Cano, 1977), porém, as alterações recentes na dinâmica populacional - decorrentes da transição demográfica e o menor impacto das migrações - manifestam-se muito lentamente na extensa base populacional paulista.

Tabela 2

População Total e Taxas de Crescimento (% a.a.) Brasil, Região Sudeste e Estado de São Paulo 1970 a 2000

Áreas População Total

1970 1980 1991 1996 2000 Brasil 93.139.037 119.002.706 146.825.475 157.079.573 169.544.443 Região Sudeste 39.853.498 51.734.125 62.740.401 67.003.069 72.262.411 Estado de São Paulo 17.771.948 25.040.712 31.588.925 34.120.886 36.966.527

(continua) Áreas Taxas de Crescimento (% ao ano) Distribuição Relativa de SP (%)

1970/1980 1980/1991 1991/2000 1970 1980 1991 1996 2000 Brasil 2,48 1,93 1,61 19,08 21,04 21,51 21,72 21,80 Região Sudeste 2,64 1,77 1,58 44,59 48,40 50,35 50,92 51,16

Estado de São Paulo 3,49 2,13 1,76 - - - -

-Fonte: FIBGE, Censos Demográficos de 1970 a 2000, Contagem da População de 1996.

Apesar disto, as reduções nas taxas de crescimento do Estado de São Paulo, nas últimas décadas, espelham, particularmente, as mudanças ocorridas em seus movimentos migratórios7, em especial, a diminuição dos deslocamentos interestaduais e o aumento de sua emigração, nos anos 80 e 90. O principal destino das migrações nacionais, nos últimos cinqüenta anos, vem se tornando incapaz de absorver elevado contingente populacional na mesma intensidade que em décadas passadas; apesar disso,

(10)

São Paulo, e especialmente sua área metropolitana, ainda exerce forte atração no direcionamento dos fluxos migratórios vindos de outros estados.

No contexto migratório interestadual8, com maior relevância para os deslocamentos inter-regionais9, o melhor ou pior desempenho da economia paulista, bem como os processos emergentes de reestruturação produtiva no espaço metropolitano, manifestam-se no comportamento migratório de e para o Estado de São Paulo. Talvez não seja tão nítida e direta a relação migração/industrialização, como nos anos 60 e 70, mas permanece para os movimentos interestaduais a forte e complexa relação migração/emprego.

Resumindo as novas tendências apontadas, pode-se dizer que a atual geografia das migrações, no País, vem delineando especificidades regionais que desembocaram na tendência à redução da imigração para São Paulo, ao mesmo tempo em que, mudando o curso da história, este Estado tem experimentado expressivos refluxos e até perdas populacionais. Conquanto esta seja uma das novas faces do fenômeno migratório para o Estado, é interessante ressaltar que, em relação ao Nordeste e, em seguida, ao Norte, São Paulo manteve seu papel de pólo nacional de absorção migratória.

As direções e sentidos da imigração, e particularmente da emigração do Estado de São Paulo, comportam explicações distintas para o fenômeno, configurando-se, pelo menos, quatro situações do processo migratório interestadual paulista:

a) absorção de população vinda do esgotamento da fronteira agrícola do Norte;

b) emigração do Estado em função da crise econômica ter afetado mais

severamente São Paulo (fluxos para o Nordeste);

c) continuidade da imigração Nordeste→São Paulo, principalmente pelas redes migratórias pré-estabelecidas;

d) fortalecimento da desconcentração migratória a partir de São Paulo em

direção às áreas que registraram desdobramentos no processo de desconcentração 7 As alterações nos padrões de fecundidade também contribuíram para essa redução das taxas de crescimento.

8 Inclui os movimentos com estados do Sudeste e com os de outras Regiões. 9 Aqueles estabelecidos com estados de outras Regiões.

(11)

industrial e agroindustrial do País (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás).

São Paulo, portanto, de um lado, expandiu seus espaços da migração, sobretudo com a porção centro-leste e sul do País - áreas onde os efeitos multiplicadores advindos da desconcentração foram mais acentuados10 - e, de outro lado, reforçou com as regiões Nordeste e Norte seu caráter de pólo nacional.

4. Redistribuição da População no Contexto Paulista

O Estado passou de uma taxa de crescimento de 3,5% a.a. nos anos 70 para 2,12% entre 1980/91, chegando a 1,8% a.a. nos anos 90 (Tabela 3). O menor crescimento da Região Metropolitana de São Paulo (1,9% a.a., no período 1980/91 contra 4,5% a.a. na década anterior e 1, 6% a.a. entre 1991-2000) refletiu fortemente na taxa estadual.

A Capital do Estado (ou seja, o município de São Paulo) registrou um decréscimo considerável em sua taxa de crescimento da população total, passando de 3,7% a.a., nos anos 70, para 0,87% a.a., nos anos 90. O interior manteve mais ou menos estável sua taxa de crescimento: 2,6% a.a. entre 1970/80 e 2,4% a.a. no período 1980/91, baixando para 1,9% entre 1991-2000.

Assim, tanto a Região Metropolitana de São Paulo quanto sua sede vêm apresentando a partir dos anos 80, taxas de crescimento populacional abaixo da média nacional (que foi de 1,93%a.a.,nos 80, e 1,6% entre 1991-2000) e estadual (2,1% a.a. e 1,8% a.a., respectivamente). Destaca-se, no entanto, que a periferia da área metropolitana de São Paulo apresentou ritmo de crescimento populacional mais elevado que a média do Estado e do Interior: 3,20%a.a., nos anos 80, e 2,8% a.a., nos 90, indicando a intensa mobilidade intra-regional da população metropolitana.

(12)

Tabela 3

População Total e Taxas de Crescimento Populacional (%a.a.) Estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo e Interior 1970/2000

Área População Total

1970 1980 1991 1996 2000

Estado de São Paulo 17.771.948 25.040.712 31.588.925 34.120.886 36.966.527

R. M. de São 8.139.730 12.588.725 15.416.416 16.581.933 17.833.511

Capital 5.924.615 8.493.226 9.626.894 9.839.066 10.406.166 Periferia 2.215.115 4.095.499 5.789.522 6.742.867 7.427.345

Interior de São Paulo 9.632.218 12.451.987 16.130.057 17.537.177 19.133.016

(continua)

Área Taxas de Crescimento (% aa)

1970-1980 1980-1991 1991-2000

Estado de São Paulo 3,49 2,13 1,78

R. M. de São Paulo 4,46 1,86 1,63

Capital 3,67 1,15 0,87

Periferia 6,34 3,20 2,81

Interior de São Paulo 2,60 2,38 1,92

Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográficos de 1970 a 2000; Contagem da População de 1996.

O baixo crescimento populacional da área metropolitana de São Paulo evidenciou no período 1980/91, pela primeira vez na história do século XX, um saldo migratório negativo de grande magnitude: cerca de 274 mil pessoas, sendo que o município de São Paulo teve o maior peso nesse processo, chegando a registrar um saldo negativo de mais de 750 mil pessoas.

Entre 1991-2000, o saldo migratório permaneceu negativo para a cidade de São Paulo: 457 mil pessoas (Tabela 4). Nesse sentido, a Região Metropolitana de São Paulo, e particularmente a cidade de São Paulo, reforçando uma tendência incipiente anterior de "perda" de população, teria se transformado agora em área de circulação para parcela significativa da população migrante. O Interior de São Paulo reforçou nos anos 90 seu potencial de absorção migratória, e muito provavelmente de atração dessa população oriunda da metrópole paulista, passando de um saldo migratório positivo de 850 mil pessoas, nos anos 80, para 1,1 milhão nos 90.

(13)

Tabela 4

Saldos Migratórios

Estado de São Paulo, Região Metropolitana e Interior de São Paulo Saldos Migratórios Áreas

1980-1991 1991-2000

Estado de São Paulo 556.424 1.326.987

RMSP -290.455 219.051 Mun. SP -754.358 -457.416 Outros Mun. RMSP 463.903 677.007 Interior 846.879 1.107.36

Fonte: Fundação SEADE (2002).

Esse processo de desconcentração populacional da área metropolitana de São Paulo está, em parte, associado à crise econômica dos anos 80 e à recessão econômica dos anos 90. Pode-se dizer que até os anos 80, o processo de desconcentração da indústria de São Paulo em direção a outros estados e para o interior11 foi acompanhado, embora com defasagem temporal pois a desconcentração econômica foi mais contundente nos anos 70, de importantes fluxos migratórios na mesma direção. A partir dos anos 90, o processo de reestruturação produtiva tem mudado o perfil da indústria brasileira, com a retomada do maior peso relativo do Estado de São Paulo na distribuição da indústria de transformação nacional. Assim, em que pese a enorme alteração na "dimensão espacial do desenvolvimento brasileiro", o Estado de São Paulo diversificou e modernizou sua indústria de transformação, permanecendo na posição de centro dinâmico do País.12. Nessa etapa econômica, entretanto, os fluxos migratórios para o Estado têm se reduzido, tornando cada vez mais complexa a relação entre áreas dinâmicas economicamente e capacidade de absorção de contingentes migrantes.

Na verdade, a “condição pós-moderna” (Harvey, 1992) que busca a metrópole paulista tenderá a gerar, cada vez mais, um enorme excedente populacional sem que ocorra uma perda de dinamismo econômico da região; a redefinição de seu papel no cenário nacional e a competitividade entre metrópoles do mundo globalizado fará com

11Ver a respeito Cano (1991), Pacheco (1992), Diniz (1991), Negri e Pacheco (1993).

12 Veja-se Os relatórios do Projeto: Desenvolvimento Tecnológico e Competitividade da Indústria

(14)

que esta área reafirme seu caráter de centro decisório do País, especialmente em termos financeiros13, tornando-se apenas área de circulação para a população migrante.

As mudanças no paradigma da indústria14, que se manifestam na crescente diminuição da absorção de mão-de-obra, já revelam o deslocamento do eixo explicativo da migração via industrialização. Nos anos 70, particularmente, os destinos migratórios apresentavam estreita relação com o dinamismo industrial (incluindo-se o agroindustrial) das regiões do Interior15; as evidências empíricas apontam, agora, a necessidade de mudanças nas abordagens sobre as migrações, em particular no caso paulista.

Essa reestruturação produtiva implica também na competitividade entre os espaços urbanos para sua inserção nessa dinâmica global; nesse esforço, Harvey (1992:267) enfatiza que “a produção ativa de lugares dotados de qualidades especiais se torna um trunfo na competição espacial entre as localidades, cidades, regiões e nações (...) criando uma atmosfera de lugar e tradição que aja como atrativo para o capital e para pessoas ‘do tipo certo’ (isto é abastadas e influentes)”.

Nessa nova etapa de desenvolvimento econômico, as regiões mais dinâmicas estão “abertas” e absorvem os migrantes qualificados; que é minoria. As variadas e distintas modalidades de movimentos migratórios, envolvendo principalmente áreas urbanas, rompem com o paradigma explicativo da emigração como um dos efeitos sociais negativos resultantes do menor crescimento econômico e, sobretudo, da ausência de atividades industriais fortes. Na relação migração/dinâmica econômica, as cidades mais prósperas (em termos de inserção no mercado regional, nacional e internacional) tendem a registrar os maiores volumes de emigrantes, tanto na Região Metropolitana de São Paulo quanto no Interior do Estado. Assim, os fatores de expulsão, para os migrantes de baixa renda, estariam nas áreas mais dinâmicas e os de atração nas de menor dinamismo. Essa interpretação só faz sentido, contudo, considerando a dimensão

13 A bibliografia recente sobre o processo de reestruturação econômica ressalta a importância de algumas localidades (as cidades globais) no cenário financeiro internacional. Veja-se, Sassen (1998), Harvey (1992),Castells (1999), dentre outros. Na bibliografia nacional destaca-se Santos (1996); Ianni (1999).Souza (1999), dentre outros.

(15)

espacial como elemento constitutivo do próprio processo migratório; as migrações intrametropolitanas, intra-regionais e da metrópole para o Interior exemplificam essa formulação.

4.1.Tendências da migração e da urbanização no Interior

O processo de reorganização da população paulista apresenta especificidades regionais, mas vem manifestar novas tendências do processo de urbanização. A primeira delas, e talvez a mais marcante, é apresentada pela recuperação populacional e inversão na tendência dos pequenos municípios (Tabela 5). A taxa de crescimento populacional, para a classe de tamanho menor que 5 mil habitantes, registrou um expressivo crescimento, atingindo 3,5% a.a., no período 1991-1996, quando ainda era negativa (1,5% a.a.) nos anos 8016. Essa categoria de municípios foi a que maior ritmo de crescimento apresentou, superando as taxas de crescimento das localidades com mais de 100 mil habitantes (2,8% a.a., entre 1991-1996) e mesmo as metropolitanas (Região Metropolitana de São Paulo, 1,5% a.a.; Região Metropolitana de Campinas, 2,4% a.a. e Região Metropolitana da Baixada Santista, 1,4% a.a.).

15 Alguns estudos, analisando principalmente a desconcentração industrial para o Interior, afirmaram se tratar do primeiro caso de reversão da polarização no Brasil (Redwood III, 1984), processo que também embute a relação migração/industrialização.

16 Deve-se considerar que o aumento de municípios nessa categoria (32 localidades de 1991 para 1996) contribuiu para elevar o volume de população nessa faixa de tamanho.

(16)

Tabela 5

Evolução da População segundo Classes e Tamanhos de Municípios Estado de São Paulo

1980-1996

Classes de

Tamanhos Número População Número População Número População

(habitantes) Municípios Municípios Municípios 1980-1991 1991-1996 < 5 mil 152 527.434 132 447.470 164 530.847 -1,48 3,48 5 mil a 10 mil 119 836.603 111 766.697 117 826.384 -0,79 1,51 10 mil a 20 mil 113 1.567.897 118 1.664.811 112 1.553.562 0,55 -1,37 20 mil a 50 mil 81 2.505.173 88 2.812.850 99 2.986.671 1,06 1,21 50 mil a 100 mil 25 1.590.345 35 2.532.673 38 2.696.639 4,32 1,26 Mais 100 mil 17 3.054.650 22 4.662.681 25 5.359.340 3,92 2,82 RM de São Paulo 39 12.591.436 39 15.470.500 39 16.576.426 1,89 1,39 RM da Baixada Santista 8 961.243 9 1.220.249 9 1.309.263 2,19 1,42 RM de Campinas 18 1.407.297 18 2.010.994 22 2.281.754 3,30 2,56 Total 572 25.042.078 572 31.588.925 625 34.120.886 2,13 1,55 1980 (*) 1991 1996 (% a.a.) Taxas de Crescimento

Nota: (*) A base territorial foi compatibilizada com a de 1991.

Fonte: FIBGE, Censos Demográficos de 1980, 1991 e Contagem da População de 1996. Apud NESUR-IE/UNICAMP, 1998.

Na categoria subsequente (5 mil a 10 mil habitantes) também houve importante crescimento populacional, passando de –0,8% a.a., no período 1980-1991, para 1,5% a.a., entre 1991-1996. Já a categoria 10 mil a 20 mil apresentou uma oscilação, registrando taxa negativa no último período (1,4% a.a.). Destaca-se ainda a expressiva redução no ritmo de crescimento dos municípios entre 50 mil a 100 mil habitantes (de 4,3% a.a., nos 80, para 1,3% a.a., no período 1991-1996) e na classe de mais de 100 mil habitantes (de 4,0% a.a. para 2,8% a.a., respectivamente), além das reduções nas taxas de crescimento das três áreas metropolitanas do Estado.

Utilizando a morfologia e hierarquia da rede urbana (IPEA/IBGE/NESUR-UNICAMP) do Estado de São Paulo em 2000 apreende-se que:

1) as metrópoles envolveram 67 municípios do estado, correspondendo a cerca de

22 milhões de habitantes;

2) os aglomerados urbanos, totalizaram 48 municípios e 3,8 milhões de pessoas;

e,

3) os centros urbanos somaram 9 localidades e concentram 1,8 milhões de

habitantes; além dessas espacialidades, outros 521 municípios, que perfazem mais de 8 milhões de pessoas, compuseram a rede urbana paulista, integrando o dinamismo das demais regiões do Estado (Tabela 6).

(17)

Tabela 6

População segundo Rede Urbana (*) Urbana

Estado de São Paulo 2000

REDE URBANA Número População Total Distrib. Taxa de Grau

Urba-Municípios 2000 Relativa (%) Crescimento nização 1996-2000 2000 <10 mil habitantes em 2000 291 1.374.458 3,72 1,34 74,99 10-20 mil habitantes 105 1.469.440 3,98 1,48 78,41 20-50 mil h bit t 91 2.760.919 7,47 1,73 86,91 50-100 mil h bit t 31 2.120.884 5,74 2,05 89,45 100-300 mil h bit t 3 340.121 0,92 2,48 90,35 subtotal 521 8.065.822 21,82 1,73 84,14 Metrópoles (SP, CPS,BS) 67 21.641.198 58,54 2,01 96,15 Núcleo 11.791.864 31,90 1,39 94,58 Entorno 9.849.334 26,64 2,78 98,03

Agl Urbanas Não-Metropolitanas 48 3.806.402 10,30 2,37 94,94

Centros Urbanos 9 1.768.358 4,78 2,01 96,65

Estado de São Paulo 645 36.966.527 100 2, 02 93,41

Fonte: Fundação IBGE, Resultados Preliminares do Censo Demográfico de 2000.

Nota-se que mesmo adotando outro recorte para a rede urbana paulista (que não as regiões de governo) é possível apreender as taxas positivas de crescimento dos municípios situados fora das grandes concentrações urbanas; para esses municípios não-metropolitanos observa-se um gradiente no ritmo de crescimento de suas populações que parte de um patamar de 1,3% a.a. para os municípios com menos de 10 mil habitantes no período 1996-2000 e, com ligeiras elevações nessa taxa de crescimento nas classes de tamanho subsequentes, atinge 2,5% a. a. na categoria 100 mil-300 mil habitantes; essa mesma tendência pode ser verificada quanto ao grau de urbanização, de 75% a 90,3%, nas respectivas categorias de tamanhos de municípios. Assim, apenas os municípios com menos de 20 mil habitantes não pertencentes às área metropolitanas e aglomerações urbanas cresceram, nos últimos cinco anos, a uma taxa abaixo da média estadual: 1,6% a.a. contra 2,0% a.a.; muito embora deva-se considerar a expressiva recuperação demográfica dessas localidades.

Adotando novamente as regiões de governo, é possível apreender outra especificidade do atual processo de urbanização em São Paulo, qual seja: o menor crescimento populacional das sedes regionais e o crescimento mais elevado de suas áreas no entorno, onde justamente predominam os municípios pequenos.

(18)

Enquanto o conjunto das sedes regionais do Interior cresceu a 1,6% a.a., no período 1991-1996, nas áreas de entorno essa taxa foi ligeiramente superior: 1,7% a.a.; situação distinta das décadas anteriores, quando, por exemplo nos anos 70, os municípios-sedes cresciam a 3,0% a.a. e seus entornos 2, 1% a.a. O crescimento desses entornos regionais implica um adensamento da rede urbana por todo o Estado, cujos efeitos se pode verificar na reversão da tendência dos pequenos municípios, antes incapazes de reter sua população. Nessa nova realidade regional, a caracterização da rede urbana estadual não mais comporta agregar os municípios em faixas de tamanho, distantes de seu contexto regional.

De fato, o complexo conjunto de mudanças econômico-espaciais experimentados pelo Interior paulista contribuiu para o fortalecimento das distintas economias regionais, favorecendo, por um lado, a dispersão populacional no Estado e, por outro, um rearranjo das formas de distribuição espacial da população no âmbito de cada região. Nesse contexto, são incorporados ao sistema urbano, que se expande, municípios pequenos e de porte intermediário; ao mesmo tempo, as cidades de médio e grande porte vêm apresentando uma desaceleração em seus ritmos de crescimento populacional. A histórica rede urbana do Interior redesenha-se em múltiplas formas.

A recuperação populacional do Interior de São Paulo nos últimos trinta anos esteve ancorada em seu potencial de absorção migratória no âmbito do próprio Estado. Os saldos migratórios registrados pelas regiões de governo apontam a importância desses espaços no processo de redistribuição da população paulista (Tabela 7).

Os núcleos regionais desempenharam papel relevante no processo interno de redistribuição da população nos anos 90. Quer como pólo indutor de transferências populacionais para os municípios vizinhos – como no caso da região de Santos, onde esse processo aponta um saldo migratório negativo para a sede ; quer como área canalizadora de expressivos fluxos migratórios inter-regionais – como são os casos das regiões do oeste paulista (presidente Prudente, Ourinhos) que registram saldo migratório positivo na sede e negativo no entorno; ou ainda, como centralidade principal da região, com fluxos que partem do entorno para a sede, com é o caso de Bauru.

(19)

Tabela 7

Saldos Migratórios

Regiões de Governo do Estado de São Paulo 1980-1991 e 1991-2000 Núcleo Entorno Regiões de Governo 80-91 91-2000 80-91 91-2000 Registro -2.247 -2.538 -10.766 5.130 Santos -45.701 -19.782 97.933 98.253 Caraguatatuba 8.455 16.803 21.933 31.959 Cruzeiro -2.065 -3.123 -4.582 -63 Guaratinguetá -1.694 711 -4.867 -1.305

São José dos Campos 59.480 31.266 17.412 9.333

Taubaté -3.587 11.682 15.438 13.959 Avaré 3.630 8.433 -15.152 621 Botucatu 11.933 7.398 4.703 7.074 Itapetininga 331 8.640 25.576 29.547 Itapeva -1.941 -1.179 -23.547 -18.531 Sorocaba 40.921 63.522 78.228 71.343 Bragança Paulista 7.071 11.988 25.333 33.669 Campinas 30.825 28.521 256.554 221.211 Jundiaí -25.381 4.383 64.261 60.192 Limeira 19.767 16.020 23.889 17.982 Piracicaba 22.290 19.845 11.369 9.882 Rio Claro 7.250 18.171 4.794 11.043

São João da Boa Vista 2.476 2.367 4.487 2.979

Ribeirão Preto 44.855 30.789 34.276 25.884 Bauru 35.427 27.126 -13.807 -18 Jaú 5.688 9.468 7.915 6.426 Lins -1.080 1.233 -8.391 -54 Catanduva 6.397 6.525 -9.157 -288 Fernandópolis -797 513 -12.385 -2.790 Jales -713 1.233 -19.045 -3.717

São José do Rio Preto 55.162 50.373 -3.864 20.556

Votuporanga 3.100 5.643 -12.918 -4.320 Andradina -3.395 -2.169 -12.382 7.245 Araçatuba 4.508 2.763 -6.117 5.445 Adamantina -5.414 -1035 -24.805 -10.008 Dracena -2.852 -2.133 -15.720 -7.254 Presidente Prudente -3.368 3.978 10.926 -252 Assis 3.485 4.176 6.217 504 Marília 12.761 18.072 -22.265 8.523 Ourinhos 4.396 8.181 -7.936 -1242 Tupã -5.702 -279 -15.393 -5.940 Araraquara 11.048 9.684 32.720 11.673 São Carlos 16.380 18.900 9.041 9.999 Barretos 8.495 1.179 21.031 -99 Franca 40.091 20.151 -6.588 3.663

São Joaquim da Barra 444 1.728 -2.096 2.898

Fonte: Fundação SEADE (1993 e 2002).

Por outro lado, a nova configuração da urbanização paulista vem sendo marcada pela regionalização de espaços, onde os municípios situados nos entornos regionais

(20)

adensam a rede urbana, com crescimentos populacionais e saldos migratórios mais elevados que suas sedes; são exemplos, as regiões de Campinas, Santos, Sorocaba.

O período 1991-2000 registrou saldos negativos para apenas nove sedes regionais e para quinze entornos regionais; trata-se das regiões do extremo leste do Estado (Cruzeiro, Guaratinguetá) e daquelas situadas a oeste (Jales, Fernandópolis etc).Assim, mesmo que com saldos negativos em decréscimos, os entornos dessas regionais e até alguns núcleos permanecem com sua tendência de perda populacional; muito embora essa emigração provavelmente ocorra entre regiões circunvizinhas e não mais em direção à metrópole.

Os pólos regionais continuaram a exibir os saldos migratórios mais elevados (regiões de Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José do Rio Preto), mantendo a tendência de espraiamento populacional, ou seja: regiões ganhadoras fora das fronteiras metropolitanas da RMSP.

Destaca-se também os elevados saldos migratórios, nos anos 90, de Caraguatatuba (no núcleo e no entorno), de Rio Claro (entorno), de Itapetininga (entorno), de Bragança Paulista (núcleo e entorno), de Marília (entorno), dentre outros.

Considerações Finais

O processo de redistribuição espacial da população, em especial a migração, marcou o final do século XX em São Paulo. Enquanto o núcleo da Região Metropolitana de São Paulo consolida-se como espaço perdedor de população, mantendo seu saldo migratório negativo dos anos 80 para os 90, houve a redefinição de sua periferia, que de saldo negativo nos 80, passou a positivo nos 90. Na verdade, essa periferia além de reter os fluxos migratórios provenientes da cidade de São Paulo – acentuando a importância da migração intrametropolitana, passou também a ter maior capacidade de retenção de migrantes vindos de outros estados que a própria sede metropolitana. A periferia da metrópole de São Paulo tornou-se, portanto, o novo espaço das migrações interestaduais, lugar antes reservado à Capital do Estado.

Se por um lado, assistiu-se à expansão dos espaços da migração, principalmente considerando regiões como Marília, Assis, Jaú, Araçatuba, dentre outras, por outro lado,

(21)

houve a redefinição de algumas áreas, que se destacaram por sua capacidade de reversão de perda populacional em décadas anteriores, como Bauru (com saldos migratórios negativos no entorno), Presidente Prudente – áreas anteriormente mencionadas como pólos regionais.

A consolidação dos espaços da migração ocorreu nas regiões metropolitanas o Interior e Litoral: Campinas e Santos. Na região de São José do Rio Preto, a expansão dos espaços da migração traduziu-se na reversão do saldo negativo do entorno de negativo para posittvo, de uma para outra década.

Os anos 90 parecem indicar, portanto, uma diversidade de situações em termos de absorção migratória no Estado de São Paulo, inclusive com alguns retrocessos de tendências passadas. Torna-se cada vez mais evidente a complexidade do entendimento das migrações via industrialização e, nesse caso, de interiorização da indústria, uma vez que esse processo vem perdendo fôlego desde meados dos 80. As regiões ganhadoras do Interior do estado articulam processos locais ao âmbito regional e global, promovendo “mecanismos de desencaixe” da sociedade (Giddens, 1997), com reflexos nos processos de urbanização e de redistribuição espacial da população nos variados contextos regionais.

Referências Bibliográficas

BAENINGER, R. Espaços Ganhadores e Espaços Perdedores nas Migrações

Recentes no Brasil – 1980/1996. Tese de Doutorado. IFCH/UNICAMP, 1999.

BALÁN, J. Migraciones e desarrollo capitalista en el Brasil: ensaio de interpretación histórico-comparativa. Migración y Desarrollo, CLACSO, 1974.

BENKO, G. e LIPIETZ, A. O Novo Debate Regional: posições em confronto. In: Benko, G. e Lipietz, A (org.). As Regiões Ganhadoras – Distritos e Redes: os novos

paradigmas da geografia econômica. Celta Editora, Oeiras, 1994 (p.3-15).

BENKO, G. Economia, Espaço e Globalização: na aurora do século XXI. Editora Hucitec, São Paulo, 1996.

BILSBORROW, R. E. (org.). Migration, urbanization and development: new directions and issues. New York : UNFPA/Kluwer, 1996.

(22)

BRITO, F. População, espaço e economia numa perspectiva histórica: o caso brasileiro. Belo Horizonte : CEDEPLAR/UFMG-Faculdade de Ciências Econômicas, 1997. (Tese de Doutorado)

CAMARANO, A.A. (1998). Movimentos Migratórios Recentes na Região Nordeste. . In: Encontro Nacional sobre Migração, Curitiba, Anais..., ABEP/IPARDES, p. 189-208.

CANO, W. (1988), coord, A Interiorização do Desenvolvimento Econômico no

Estado de São Paulo (1920-1980). São Paulo: Fundação SEADE, v.1. a v. 3 (Coleção

Economia Paulista).

CANO, W. (coord.) O Processo de Interiorização da Indústria Paulista - 1920/1980. Fundação SEADE, vol 1/2/3, 1988

CANO, W. “Algumas Implicações Espaciais da Terceira Revolução Industrial no Brasil”. In: Gonçalves, M.F. (org) .O Novo Brasil Urbano. Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, 1995.

CANO, W. Algumas implicações espaciais da Terceira Revolução Industrial no Brasil. In: GONÇALVES, M. F. (org). O novo Brasil urbano. Porto Alegre : Editora Mercado Aberto, 1995a.

CANO, W. Auge e inflexão da desconcentração econômica regional. In: AFFONSO, R, SILVA, P. L. B. A federação em perspectiva: ensaios selecionados. São Paulo: Fundap, 1995b. p.399-416.

CANO, W. e PACHECO, C.A. "Cenários Demográficos para as Décadas de 80 e 90: implicações econômicas para as projeções populacionais do Estado de São Paulo. IN: São Paulo no Limiar do Século XXI, SPG/SEADE, São Paulo, vol. 4, 1992.

CARVALHO, J. A. M., RIGOTTI, J. I. Análise das metodologias de mensuração das migrações. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE MIGRAÇÃO, 1998, Curitiba. Anais

... Curitiba: IPARDES/ABEP, 1998.

CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. Paz e Terra, 1999.

CASTELLS, M. The Informational City, Information Technology, economic restructuring and the urban-regional process. Oxford, Basil Blackwell, 1989.

(23)

CELADE (Centro Latinoamericano de Demografia). Dinâmica de la población en las grandes ciudades en América Latina y Caribe. Documentos Docentes, Santiago de Chile, 1994.

CHAMPION, A., Population Distribution in Developed Countries: has counter-urbanization stopped? In: UNITED NATIONS, Population Distribution and

Migration. New York, 1998.

COUTINHO, Luciano. ‘O desenvolvimento urbano no contexto da mudança tecnológica”. In: GONÇALVES, M.F. (Org.). O novo Brasil urbano. Mercado Aberto, Porto Alegre, 1995, pp.: 41-62.

CUNHA, J. M. P. (coord.). Projeto “Mobilidade e redistribuição espacial da população no Estado de São Paulo: características recentes, padrões e impactos no processo de urbanização”. Campinas : NEPO/UNICAMP, 1999. 273p. (Relatório Final)

DE MATOS, C. “Capital, Población y Território”. Seminário Distribución y Movilidad

Territorial de la Población y Desarrollo Humano. Fundación

Bariloche/CENEP/PROLAP. Bariloche, Argentina, maio, 1994.

DEDDECA, C.S., BRANDÃO, S.M.C. Crise, transformações estruturais e mercado

de trabalho. Campinas : CEDE/UNICAMP, 1992. (mimeo)

DINIZ e CROCCO, M. Reestructuración Económica e Impacto Regional: el nuevo mapa de la indústria brasileña. In: Mattos, C.; Nicolás e Botero, D. Globalización y

Territótio – impactos e perspectivas. Fondo de Cultura Económica. Chile, 1998.

DINIZ, C.C. "Desenvolvimento Poligonal no Brasil; nem desconcentração, nem contínua polarização. IN: Nova Economia (Revista do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG), vol 31, n. 11, Belo Horizonte, 1993.

DINIZ, C.C. Dinâmica regional recente e suas perspectivas. In: AFFONSO, R., SILVA, P. L. B. A federação em perspectiva: ensaios selecionados. São Paulo: Fundap, 1995. p.417-429.

EBANKS, E.G. Determinantes Socioeconómicos de la Migración Interna. CELADE, Santiago de Chile, 1993.

(24)

FARIA, V. "Desenvolvimento, Urbanização e Mudanças na Estrutura do Emprego: a experiência brasileira dos últimos 30 anos". IN: Sociedade e Política no Brasil Pós-64. São Paulo, Editora Brasiliense, 1983.

FARIA, V. Cinqüenta anos de urbanização no Brasil: tendências e perspectivas. Novos Estudos CEBRAP 29, São Paulo, p.98-119, mar.1991.

FARIA, V. Divisão Social do trabalho, espacialização e crescimento urbano: o caso da macro-metrópole Paulista. In: Anais do II Encontro Nacional de Estudos Populacionais, São Paulo: ABEP, 1980.

FARIA, V. O processo de urbanização no Brasil: algumas notas para seu estudo e interpretação. In: Anais do I Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo: ABEP, 1978.

FUNDAÇÃO IBGE. Contagem Populacional de 1996. Rio de Janeiro, 1997.

FUNDAÇÃO IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio. Rio de Janeiro, PNAD, 1995.

FUNDAÇÃO IBGE/DPE/DPIS/DICAD/DEMOG. Movimentos migratórios segundo o Censo Demográfico de 1991 e Contagem da População de 1996. Rio de Janeiro : IBGE, 1997. (mimeo)

FUNDAÇÃO SEADE. O Novo Retrato de São Paulo, São Paulo, 1993. GOTTDIENER, M A Produção Social do Espaço. EDUSP, São Paulo, 1993.

GOTTDIENER, M. A teoria da crise e a reestruturação sócio-espacial: o caso dos Estados Unidos. In: Valladares, L. e Preteceille, E. (coord.). Reestruturação Urbana:

tendências e desafios. Nobel/IUPERJ, São Paulo, 1990. (p.59-78)

HARVEY, D. A Condição Pós-Moderna. Editora Loyola, São Paulo, 1992.

IPEA/IBGE/NESUR-UNICAMP. Características e Tendências da Rede Urbana no

Brasil. Instituto de Economia-UNICAMP, 2000.

KATZMAN, Martin T. Urbanização no Brasil a partir de 1945. In: BACHA, E., KLEIN, H. S. A transição incompleta; Brasil desde 1945. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p.177-229.

(25)

LANGENBUCH, J.R. A estruturação da Grande São Paulo, estudo de geografia

urbana. Rio de Janeiro : Fundação IBGE, 1971.

LATTES, A. E. Population distribution in Latin America: is there a trend towards population deconcentration? In: Population, distribution and migration. New York : United Nations, 1998.

LOPES, J.R. e PATARRA, N.L. Redistribuição regional e rural-urbana da população brasileira. Estudos sobre a população brasileira. Cadernos CEBRAP, 20, São Paulo, 1975.

MARTINE, G. "A Redistribuição Espacial da População Brasileira Durante a Década de 80". Textos para Discussão 329. IPEA, Brasília, 1994.

MARTINE, G. A evolução espacial da população brasileira. In:AFFONSO, R. B. A., SILVA, P. L. B. (orgs.). Desigualdades regionais e desenvolvimento (Federalismo no

Brasil). São Paulo: FUNDAP/Ed. UNESP, 1995. p.61-91.

MARTINE, G. As migrações de origem rural no Brasil: uma perspectiva histórica.

História e População – Estudos sobre a América Latina. ABEP/IUSSP/CELADE.

São Paulo, 1990.

MARTINE, G. e CAMARGO, L. Crescimento e distribuição da população brasileira: tendências recentes. Revista Brasileira de Estudos de População, Campinas, ABEP, 1(2), p.99-143, jan./dez.1984.

MARTINE, G. Migração e Metropolização. Revista São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação SEADE, 1987.

MARTINE, G., CAMARANO, A.A., NEUPERT, R. e BELTRÃO, K. A urbanização no Brasil: retrospectiva, componentes e perspectivas. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS 6, 1988, Olinda. Anais... Brasília: ABEP, 1988.

MATOS, R.E.S, Dinâmica migratória e desconcentração da população na macrorregião de Belo Horizonte. Belo Horizonte. CEDEPLAR (tese de doutorado),

1995.

NEGRI, B. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo (1880-1990). Campinas: Ed. UNICAMP, 1996.

(26)

NEGRI, B. e PACHECO, C. A . Mudança Tecnológica e Desenvolvimento regional nos Anos 90: da interiorização do desenvolvimento à nova dimensão espacial da indústria paulista (Relatório Final). Projeto Desenvolvimento Tecnológico e Competitividade

da Indústria Brasileira. SCTDE/FECAMP/UNICAMP/IE, Campinas, 1993.

NÚCLEO DE ECONOMIA SOCIAL, URBANA E REGIONAL – NESUR-IE/UNICAMP (1998 a). Caracterização e Tendências da Rede Urbana no Brasil – Estudos Regionais. Relatório 6. Campinas, outubro (mimeo).

OLIVEIRA, O. e GARCIA, B. "Urbanization, Migration and the Growth of Large Cities: Trends and Implications in some Developing Countries". IN: Population, Distribution,

Migration and Development. United Nations, 1984.

PACHECO, C. (1993). Evolução Recente da Urbanização e da Questão regional no Brasil: implicações econômicas para a dinâmica demográfica. Anais da IV Conferencia Latinoamericana de Población. Ciudad de México.

PACHECO, C. A . Fragmentação da nação. Campinas : Instituto de Economia/UNICAMP, 1998.

PACHECO, C. A. e PATARRA, N. L. Movimentos Migratórios nos Anos 80: novos padrões? In: Encontro Nacional sobre Migração. Anais..., Curitiba, 1997.

PACHECO, C.A. e PATARRA, N. L. Tendências da Urbanização e do Crescimento

Populacional Brasileiro: População em Idade Escolar. Instituto de

Economia/UNICAMP, 2000.

PACHECO,C. (1992). Os Aglomerados Urbanos de São Paulo: as novas realidades demográficas e ocupacionais da urbanização paulista. Relatório de Pesquisa. Terciarização e Precarização da Estrutura Ocupacional nos Anos 80. Projeto Urbanização e Metropolização no Estado de São Paulo. SPG/FECAMP.

PATARRA, N. L., BAENINGER, R. , BOGUS, L. e JANNUZZI, P.. (coords.).

Migração, dinâmica urbana e condições de vida em São Paulo. Campinas : Instituto

de Economia/UNICAMP, 1997.

SANTOS, M. (1997) Técnica, Espaço e Tempo: globalização e meio técnico-científico-informacional. 3 ed. Hucitec: São Paulo.

(27)

SANTOS, M. A metrópole: modernização, involução e segmentação. In: Valladares, L. e Preteceille, E. (coord.). Reestruturação Urbana: tendências e desafios. Nobel/IUPERJ, São Paulo, 1990. (p.183-191)

SANTOS, M. et al (1994). Território, Globalização e Fragmentação. Hucitec: São Paulo.

SASSEN, S The Mobility of Labor and Capital. Cambridge University Press, Cambridge, 1988

SASSEN, S. The Mobility of Labor and Capital. Cambridge University Press, 1988. SINGER, P. Economia Política da Urbanização. São Paulo: HUCITEC, 1972.

STORPER, M. A industrialização e a questão regional no Terceiro Mundo. . In: Valladares, L. e Preteceille, E. (coord.). Reestruturação Urbana: tendências e

desafios. Nobel/IUPERJ, São Paulo, 1990. (p.120-147)

TOWNROE, P.M e KEEN, D.. Polarization reversal in the state of São Paulo,

Brazil. REGIONAL STUDIES; Journal of the Regional Studies Association,

Cambridge. V. 18, n. 1, Feb, 1984.

VÉRAS, M.P. Entre o Local e o Global: políticas urbanas, espaços e sujeitos da cidade mundial. Trabalho apresentado na XX Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, outubro, 1996.

VILLA, M. e Rodríguez, J. "Dinâmica Sociodemográfica de las Metropolis Latinoamericanas". IN: Grandes Ciudades de América Latina: Dos Capítulos. Documentos Docentes, Serie B, n.98, CELADE, Santiago de Chile, 1994.

Referências

Documentos relacionados

desenvolvido e aplicado por Torres (2009), que permitiu recolher informação, de modo auto-reportado, acerca da sintomatologia musculoesquelética associada ao desempenho

Antes do período de abertura de discussão pública (exigido pelo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial) optou-se por realizar uma sessão pública de

METODOLOGIA DOS GRUPOS DE TRABALHO TEMÁ ÁTICOS TICOS SELE SELE ÇÃO DOS TEMAS PARA DISCUSSÃO Ç ÃO DOS TEMAS PARA

A Associação de Madeira Engenheirada (APA) divide estes produtos em quatro categorias: a de painéis estruturais, que incluem os compensados, o OSB e o “Wafer Board”;

– (c) evolução da apreciação que faz Luhmann das relações entre sistemas, nomeadamente entre ciência e direito: inicialmente optimista; admite

Com o advento de novos institutos jurídicos, alguns de natureza técnica, que, de uma forma ou de outra, alcançam a discricionariedade, impôs-se uma série de outros métodos para

Os dados da Relação Anual de Informações Sociais sobre a inserção dos imigrantes qualificados no mercado de trabalho formal permitem apreender, assim, uma formaliza- ção

Mesmo diante de um arsenal de dispositivos legais de proteção à criança e ao adolescente, como a Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959), Constituição Federal