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Situação Ocupacional dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro

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Academic year: 2021

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Situação Ocupacional dos Jovens das Comunidades de Baixa

Renda da Cidade do Rio de Janeiro

*

Alessandra da Rocha Santos♣♣ Cíntia C. M. Damasceno♦♦ Denise Britz do Nascimento Silva♥♥ Maria Beatriz A. M. da Cunha♠♠

Palavras-chave: Situação Ocupacional; Comunidades de baixa renda; Jovens; Modelo Multinomial Logístico

Resumo

A cidade do Rio de Janeiro enfrenta sérios problemas na área social e uma parcela significativa da sua população reside em favelas. Considerando-se que 28,1% desta população de baixa renda é composta por jovens que estão sujeitos aos males da violência e do desemprego, decidiu-se desenvolver um estudo que evidenciasse a inserção destes no mercado de trabalho ou no sistema educacional. A base de dados utilizada é proveniente de uma pesquisa domiciliar realizada no período de 1998-2000 pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, em pareceria com a Secretaria Municipal do Trabalho, em 51 favelas da cidade.

Este trabalho apresenta uma análise da situação ocupacional dos jovens residentes nas favelas comparativamente à situação dos jovens da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Observou-se que cerca de 9,7% dos jovens brasileiros e da RMRJ nem trabalham nem estudam. Entretanto, analisando as favelas do Rio de Janeiro, este percentual sobe para 17,5%. O que é preocupante, uma vez que nessas áreas sabe-se que existe um alto índice de desemprego e que essas pessoas poderiam estar ajudando a compor a renda da família, ou até mesmo estudando em busca de melhor qualidade de emprego e rendimentos.

Sendo assim, buscando identificar fatores sócio-econômicos associados à situação ocupacional destes jovens (definida em 4 categorias: só trabalha, só estuda, trabalha e estuda ou não estuda nem trabalha) ajustou-se um modelo multinomial logístico onde nos ajudou concluir que as mulheres têm maiores chances de não participarem da força de trabalho e não estudarem, enquanto que os homens têm mais chance de só trabalharem ou trabalharem e estudarem.

Concluiu-se também que quanto maior o número de dependentes em relação ao número de não dependentes no domicílio do jovem maior é a probabilidade das mulheres pertencerem à categoria nem trabalha nem estuda, e que quanto maior a idade mais aumenta a chance do jovem só trabalhar ou trabalhar e estudar.

*

Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004. ♣ IBGE/ENCE ♦ IBGE/ENCE ♥ IBGE/ENCE

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Situação Ocupacional dos Jovens das Comunidades de Baixa

Renda da Cidade do Rio de Janeiro

*

Alessandra da Rocha Santos♣♣ Cíntia C. M. Damasceno♦♦ Denise Britz do Nascimento Silva♥♥ Maria Beatriz A. M. da Cunha♠♠

1 – Introdução:

Nos últimos anos ocorreu um desgaste da questão social nas grandes metrópoles brasileiras, o que resultou no aumento do número de favelas, bem como do número de pessoas que vivem nestas áreas. O Rio de Janeiro é uma cidade com grande número de favelas e, segundo o anuário estatístico da cidade do Rio de Janeiro (1998), cerca de 17,2% da população residia nestas áreas de construções irregulares no ano de 1996.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE/99)1, a população do Brasil era de 160.336.471 habitantes. Em 1999, 48.361.467 de pessoas tinham idade entre 10 e 24 anos, o que representa cerca de 30% da população. Em virtude da alta representatividade dos jovens, achou-se necessário a elaboração de um estudo que evidenciasse a inserção destes no Mercado de Trabalho ou no sistema educacional.

A tabela 1 abaixo aponta que pouco mais de 65% dos jovens do nosso país estão freqüentando escolas. Adicionalmente, estima -se que mais de 6 milhões destes são inativos, ou seja, nem trabalham nem estudam, representando 13,3% do total dos jovens.

Tabela 1: Distribuição dos Jovens de 10 a 24 anos por Situação Ocupacional Tabela 1: Distrubuição dos Jovens por Situação Ocupacional

Situação Brasil RMRJ Favelas

Ocupacional Total % Total % Total %

Total 48.361.467 100,0 2.626.028 100,0 76.089 100,0

Trabalhavam e estudavam 8.330.035 17,2 223.714 8,5 6.049 7,9 Só trabalhavam 10.420.876 21,5 508.685 19,4 20.293 26,7 Só estudavam 23.141.737 47,9 1.502.990 57,2 36.443 47,9 Nem trabalham e nem estudam 6.452.646 13,3 390.639 14,9 13.304 17,5 Ignorado 16.173 0,0 - 0,0 - 0,0

Fonte: PNAD/99 e PCBR

Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) os jovens representam cerca de 25% da população, dos quais 65,7% deles estão freqüentando escola e 15% dos jovens nem trabalham e nem estudam.

*

Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004 ♣ IBGE/ENCE ♦ IBGE/ENCE ♥ IBGE/ENCE ♠ IBGE/ENCE 1

Foi usado como base os dados da PNAD/IBGE/99 ao invés do Censo/00, pois a pesquisa das favelas (PCBR) foi realizada durante o período de 1998-2000.

(3)

O problema agrava-se à medida que avaliamos tal questão em áreas mais carentes e pobres. Ao concentrar esforços na análise da situação ocupacional de jovens das favelas da cidade do Rio de Janeiro, verifica-se que o percentual de jovens na escola decai para pouco mais de 56,3%, de acordo com a Pesquisa Sócio-Econômica das Comunidades de Baixa Renda (PCBR)2. Além disso, o número de jovens que nem trabalham nem estudam cresce para 17,5%.

Para fins de visualização, ao final do texto encontra-se um anexo contendo as tabelas, nas quais os dados citados neste artigo são explicitados.

2 – Análise exploratória dos dados

Estima-se, a partir dos dados da PNAD/1999, que mais de 2 milhões e meio dos residentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro são jovens, sendo que 49,1% deles homens e 50,9% mulheres. Essa distribuição similar ocorre nas Comunidades de Baixa Renda. Ao comparar a distribuição etária da Região Metropolitana com as favelas, encontram-se também várias similaridades, 47,4% dos jovens na RMRJ têm entre 18 e 24 anos enquanto nas favelas, nessa faixa etária concentram-se 44,9% dos jovens.

Em geral os jovens da Região Metropolitana têm escolaridade maior que os das comunidades de baixa renda. Isso pode ser observado através no gráfico 1. Na RMRJ, os jovens tendem a continuar seus estudos, enquanto nas favelas a grande maioria (70,5%) nem completa o primeiro grau.

Gráfico 1: Distribuição dos jovens da Região Metropolitana do Rio de Janeiro por escolaridade

2,6 54,8 26,8 12,9 12,3 5,9 0,5 3,8 70,5 35,7 8,3 5,7 0,4 0,0 11,1 11,3 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 Sem instrução 1 grau incompleto Até a 4 série 1 grau 1 grau completo 2 grau incompleto 2 grau completo 3 grau incompleto ou mais NR RMRJ Favelas Fonte: Pnad/1999 e PCBR/1998-2000

Apresenta-se agora a análise exploratória da situação ocupacional dos jovens moradores em Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, segundo algumas características: sexo, idade e escolaridade.

2

A PCBR foi realizada em 51 áreas atendidas pelo Programa Favela-Bairro (programa implementado no âmbito da Prefeitura do Rio de Janeiro com o objetivo de integrar a cidade informal/favela à cidade formal/bairro através da implantação de serviços sociais, equipamentos públicos e infra-estrutura urbana) e elaborada pela Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas-SCIENCE em parceria com a Secretaria Municipal do Trabalho, para conhecer as especificidades locais existentes, no tocante aos aspectos relacionados

(4)

De acordo com a tabela 2 do anexo, observa-se que as categorias relacionadas a trabalho (Trabalha e estuda e só trabalha) são mais características para o sexo masculino, pois eles representam 62,9% e 62,5%, respectivamente. Em contrapartida na categoria nem trabalha nem estuda as mulheres são predominantes, representando 71,9%. Já no que diz respeito à categoria dos que só estudam não há grande diferença entre os sexos, onde as mulheres representam 51,6% e os homens, 48,4%.

Com relação à idade dos jovens (tabela 3 do anexo), pode-se dizer que ocorre o esperado, onde as categorias relacionadas a trabalho se caracterizam por jovens com idades um pouco mais avançadas, como é o caso dos que trabalham e estudam e dos que só trabalham em que os jovens com idade entre 18 e 24 anos representam 60,4% e 90,8%, respectivamente. E com relação à categoria só estuda, percebe-se que ela é mais representada pelos mais jovens (10 a 14 anos) representando 64,5% desta categoria. Porém, um fato inusitado é que na categoria nem trabalha nem estuda, mais da metade dos jovens (66,2%) têm idade entre 18 e 24 anos.

Em relação à escolaridade, percebe-se que ela é maior para os que participam do mercado de trabalho (trabalham e estudam e só trabalham), porém já foi dito anteriormente que os jovens que só trabalham ou que trabalham e estudam são mais velhos que aqueles que estudam. Isso ocorre porque os jovens que freqüentam escola, devido a pouca idade, não tiveram tempo de seguir mais adiante na escola.

Nas próximas seções apresenta -se uma análise exploratória mais detalhada para os jovens das Comunidades de Baixa Renda desagregando para cada uma das categorias da variável de situação ocupacional: Nem trabalha nem estuda, Só trabalha, Trabalha e estuda, Só estuda.

2.1 – Nem Trabalha nem Estuda

A primeira categoria da situação ocupacional se refere aos jovens que nem trabalham nem estudam. Eles representam 17,5% do total dos jovens. Este dado tornou-se peça fundamental para o estudo das pessoas que não estão freqüentando escola, nem trabalhando, pois se viu que um grande contingente dos nossos jovens poderiam estar sendo atraídos pelo tráfico ou pela criminalidade de um modo geral.

O estudo constatou que 22,8% dos jovens dessa categoria não têm instrução. 59,7% não completaram o primeiro grau, dentre eles 37,6% só estudaram até a quarta série. A distribuição dos jovens que nem trabalham nem estudam por gênero revela que 72,3% são mulheres, observa-se que a falta de trabalho e estudo é mais característica para as mulheres. Pela taxa de dependência3 pode-se verificar, pelo gráfico abaixo, que conforme aumenta o número de dependentes a participação das mulheres na categoria nem trabalha nem estuda é maior que a dos homens.

3

É a razão entre a população dependente (crianças de 0 a 4 anos de idade e idosos com 65 anos ou mais) e o restante da população

(5)

Gráfico 2: Distribuição da taxa de dependência domiciliar dos jovens por sexo

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 0 0 a 0,2 0,2 a 0,4 0,4 a 0,6 0,6 a 1 1 a 2 2 ou mais Taxa de dependência % Homens Mulheres 2.2 – Só trabalha

Verificou-se anteriormente que 26,7% dos jovens das favelas apenas trabalham. Separando por classes de idade (tabela 4), observa -se que 90,8% desses jovens têm entre 18 e 24 anos, sendo que 56,6% deles são homens e 34,2% são mulheres. Apenas 8,5% dos jovens trabalhadores têm entre 15 e 17 anos e 0,8% têm entre 10 e 14 anos.

Analisando os rendimentos dos jovens das favelas que só trabalham (tabela 5) verifica-se que 38,1% ganham de 1 a 2 salários mínimos e 16,8% ganham de 2 a 3 salários mínimos. Na faixa de 10 a 14 anos, a maioria tem renda de até 1 salário mínimo (56,0%), enquanto que, 25,8% dos jovens nesta faixa etária têm o rendimento de 1 a 2 salários. Já nas classes de 15 a 17 anos e 18 a 24 anos, a maior parte ganha entre 1 e 2 salários mínimos (35,8% e 38,4%, respectivamente). A segunda maior participação na faixa de 15 a 17 anos é de jovens que ganham até 1 salário mínimo e na faixa de 18 a 24 anos é de 2 a 3 salários mínimos. Dessa forma percebe-se que quando os jovens chegam à maioridade tentem a ter uma renda um pouco maior.

É importante perceber que existem jovens que trabalham sem receber salários, representando 20,3% do total dos jovens trabalhadores das favelas. Nas idades de 10 e 14 anos, 15,1 % trabalham sem receber rendimento. Tal situação se agrava na faixa de 15 a 17 anos onde o percentual de jovens deste grupo que trabalha sem receber salários chega a 27,4%, e entre os jovens de 18 a 24 anos essa participação é de 19,7%.

Como se sabe, o emprego sem carteira assinada é mais precário que aquele com carteira assinada e, na maioria das vezes, as condições de trabalho dos jovens das favelas são piores do que as condições dos trabalhadores adultos (acima de 25 anos). A faixa etária que sofre mais com condições precárias de trabalho é a de 10 a 14 anos, onde 74,4% dos jovens dessas idades que trabalham não têm carteira assinada. Esse percentual diminui um pouco na próxima classe (15 a 17 anos) que chega a 54,1%. Essa situação só é invertida quando os jovens já estão na maioridade onde apenas 29% dos jovens trabalham sem carteira assinada contra 46,9% que trabalham com carteira assinada.

(6)

Estudando o ramo de atividade e a posição na ocupação desses jovens, observou-se que a grande maioria trabalha no setor de serviços e são empregados.

Em relação ao grau de instrução dos jovens que só trabalham, verifica-se, na tabela 6 em anexo, que a maioria dos jovens das favelas que apenas trabalham deixam de estudar no primeiro grau. Na faixa de 10 a 14 anos, 59,1% dos jovens apenas concluíram a quarta série do primeiro grau, 39,2% dos jovens das favelas com idades entre 15 e 17 anos concluíram a quarta série do primeiro grau e apenas 14,2% conseguiram terminar o primeiro grau. Já na classe de 18 a 24 anos, 23,9% param de estudar na quarta série, porém 24% dos jovens trabalhadores das favelas conseguiram terminar o primeiro grau e 15,8% conseguiram terminar o segundo grau.

2.3 – Trabalha e estuda

A menor parcela dos jovens encontra-se na categoria dos que trabalham e estudam, correspondendo 7,9% dos moradores das favelas, onde 62,9% são do sexo masculino e 37,1% do sexo feminino (tabela 7). A maior parte deles, 36,6% tem idade entre 18 e 24 anos e são do sexo masculino. Por outro lado, 2,2% têm idade entre 10 e 14 anos e são do sexo feminino.

Quanto à escolaridade (tabela 8), pode-se perceber que a maior parte dos jovens, 18,2% pára de estudar quando conclui a oitava série do primeiro grau e isso ocorre independente do sexo. Observa-se também que apenas 5% conseguem terminar o segundo grau. Esse baixo nível de escolaridade pode ser proveniente da entrada precoce dos jovens na força de trabalho para ajudarem no orçamento familiar.

Nota-se que 50,3% dos jovens com idade entre 10 e 14 anos só concluíram até a quarta série do primeiro grau, 22,4% dos jovens com 15 a 17 anos conseguiram cursar até a oitava série e 7,4% dos jovens com 18 a 24 anos terminaram a segunda série do segundo grau. Levando em consideração o sexo, 3,5% dos jovens do sexo masculino conseguiram completar o segundo grau e 7,7% das mulheres chegaram até ai.

O atividade mais freqüente é o de serviços para ambos os sexos e classes de idade, correspondendo a 48,0% dos jovens. Em segundo lugar está o comércio, onde 64,3% dos trabalhadores são do sexo masculino e 35,7% do sexo feminino.

Em relação à posição de ocupação, 73,1% dos jovens são empregados e a maior parcela encontra-se entre os jovens com 15 anos ou mais. 14,8% dos jovens com 10 a 14 anos trabalham por conta própria e o trabalho doméstico é a segunda maior ocupação para as mulheres com 13,2%.

Outro fato importante a ser analisado é a carteira assinada. Observa-se que 53,9% dos jovens que souberam responder se possuem ou não carteira assinada, não a possuem. Isso quer dizer que mais da metade dos jovens trabalham sem nenhum vínculo empregatício, ou seja, eles não têm direito a férias, décimo terceiro ou qualquer outro benefício que lhes são concedidos por lei.

De acordo com a tabela 9 do anexo, a maioria dos jovens, 64,3%, ganham até 2 salários mínimos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, 21,0% dos jovens que trabalham e estudam não recebem nenhum tipo de remuneração. Esse percentual também é alto para o grupo de 18 a 24 anos, onde 20,0% não recebem nada pelo seu trabalho. Nesta mesma faixa, 16,6% dos jovens recebem de 2 a 3 salários mínimos.

2.4 – Só Estuda

Esta seção do trabalho trata dos jovens que apenas estudam. No conceito de favela, os jovens representam cerca de 40% da população com idade entre 10 e 24 anos. Uma análise mais apurada revela que pouco menos da metade dos jovens se classificaram como estudantes. Os dados exibidos nesta seção encontram-se na Tabela 10.

(7)

Observando as classes de idade separadamente, vê-se que 23.335 dos estudantes residentes em favelas têm idade entre 10 e 14 anos, este número vai diminuindo à medida que a idade aumenta, caindo para 9.401 na faixa dos 15 aos 17 anos e para 3.133 na faixa de 18 a 24 anos de idade. O que revela que em geral os jovens das favelas deixam de freqüentar escola muito cedo.

A distribuição por gênero dos jovens que só estudam, exibida no gráfico 7 acima, mostra que 49% são homens e conseqüentemente 51% são mulheres. Entretanto, é importante ressaltar que, analisando as classes de idade separadamente, essa situação se mantém, modificando somente na faixa etária de 20 a 24 anos, onde os homens representam apenas 35% da população em questão, mostrando que os homens deixam de freqüentar escola mais cedo que as mulheres.

Continuando com a discussão da escolaridade dos jovens, O Gráfico 3 abaixo comprova que eles também se mostram pouco escolarizados, quase metade deles só tem escolaridade até a 4ª série do 1º grau, mostrando que eles apresentam certa defasagem escolar4, uma vez que uma criança que entrou na escola na idade correta, não repetiu nenhuma série, nem deixou de estudar, quando chegasse à quarta série esta criança teria 10 anos de idade. Como o objetivo deste estudo é avaliar a escolaridade de jovens com idades entre 10 e 24 anos de idade.

Gráfico 3: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que só Estudam, segundo Grau de Instrução e Sexo

0 0,05 0,1 0,15 0,2 S inst Pre-esc 1s 1g 2s 1g 3s 1g 4s 1g 5s 1g 6s 1g 7s 1g 8s 1g 1s 2g 2s 2g 3s 2g 3g inc 3g com Escolaridade Homens Mulheres Fonte: PCBR

Também é importante dizer que, se observarmos apenas as pessoas com até o 2º grau completo, a escolaridade média dos jovens que estão apenas estudando é de menos de 5 anos de estudo, ou seja, em média eles completaram apenas o ensino básico.

4

(8)

3 – O Modelo Multinomial Logístico - Metodologia

Nas pesquisas sociais é comum a investigação de características de interesse que são representadas por variáveis cuja resposta é politômica, ou seja, assume mais de dois valores. O modelo multinomial logístico, uma generalização do modelo logístico, é apropriado para analisar esse tipo de informação. Sua teoria é apresentada logo após uma breve revisão sobre o modelo logístico.

O modelo logístico é utilizado para analisar dados binários ou dicotômicos, para os quais deseja-se estimar a probabilidade de ocorrência (π ) de um evento.

Define-se a variável aleatória Yi de tal forma que: Yi =    evento o ocorrer não se 0 evento o ocorrer se 1 Ou seja, Yi ~ Bernoulli (π ) i

O modelo de regressão logística relaciona a vantagem a favor da ocorrência do evento com variáveis explicativas através da função de ligação na forma:

( )

β π π π η r ' r 1 ln logit i i i i i  =X      − = = (1) onde

X

r

i

'

=

(

X1i,X2i,K,Xki

)

é o vetor de variáveis explicativas,

β

r

=

(

β

1

,

β

2

,

K

,

β

k

)

'

é o vetor de parâmetros, k é o número de parâmetros e 

     − i i π π 1 ln é a vantagens em favor da ocorrência do evento.

A partir da equação (1), verifica-se que:

( )

( )

β β π r r r r ' exp 1 ' exp i i i X X + =

Onde π é a probabilidade de ocorrência do evento para o i-ésimo indivíduo i

No caso do modelo multinomial logístico, considera-se que a variável politômica pode assumir J categorias, não existindo ordenação entre elas, e sendo as categorias mutuamente exclusivas. Uma das J categorias é eleita como base e as demais são estimadas com relação à base. A fim de simplificar a notação admite -se a J-ésima categoria como base, então o modelo pode ser escrito da seguinte forma:

j i iJ ij ij X β π π π η logit ij ln = r ' r      = = , j = 1, 2, ..., J-1, i = 1, 2, ..., n

onde βrj =

(

βj0,βj1,...,βjK

)

'é o vetor de parâmetros composto pelos coeficientes associados a cada categoria j.

Então, a probabilidade de ocorrência da j-ésima categoria é dada por:

(

)

(

)

(

(

)

)

= − = = + = J j j i j i J j j i j i ij X X X X 1 1 1 ' exp ' exp ' exp 1 ' exp β β β β π r r r r r r r r Sendo

β

r

J

=

0

e

=1 = J i j ij

(9)

(

)

− = + = 1 1 ' exp 1 1 J j j i iJ X β π r r

A estimação do modelo multinomial logístico é realizada através do método da máxima verossimilhança. Define-se um conjunto de variáveis dicotômicas, onde Yij = 1 se o

i-ésimo indivíduo for da categoria j, e 0 caso contrário. Então a função de verossimilhança é dada por: iJ i i Y ij Y i n i Y i L π 1π 2Kπ 2 1 1

= =

Calculando-se o logaritmo, derivando-se e igualando a zero, obtém-se:

(

)

[

]

0 logL 1 jk = − = ∂ ∂

= n i ij ij ik Y X π β

A solução do sistema de equações acima fornece os estimadores de máxima verossimilhança.

A interpretação dos parâmetros do modelo é elaborada a partir da razão de vantagens e das probabilidades estimadas. A vantagem do i-ésimo indivíduo pertencer à categoria j em relação à categoria base J é dada por:

(

i j

)

iJ ij ij X O β π π r r ' exp =       =

A razão de vantagens é utilizada para medir a vantagem da categoria j em relação a dois diferentes subgrupos da k-ésima variável independente. Então tem-se que:

(

)

[

X

]

j j J O O j j i ij ij iJ ij iJ ij j j ,..., 1 ' , exp ' ' ' ' = ≠ ∀ − = = = β β π π π π π π

• Se

(

βjβj'

)

>0, maior será a vantagem em favor do indivíduo pertencer a categoria j.

• Se

(

βjβj'

)

<0, maior será a vantagem em favor do indivíduo pertencer a categoria j’.

4 – Identificação e especificação do modelo

Como o objetivo deste trabalho é investigar a situação ocupacional dos jovens moradores em comunidades de baixa renda, a variável resposta de interesse nesse estudo se caracteriza por 4 possíveis categorias mutuamente exclusivas:

• Nem trabalha nem estuda (Y=1) • Só trabalha (Y=2)

• Trabalha e estuda (Y=3)

• Só estuda (Y=4 (categoria base))

Foram escolhidas algumas variáveis supostamente relacionadas à variável resposta, tais como:

(10)

Sexo

Idade - medida em anos

Escolaridade - medida em anos de estudo Escolaridade da mãe - medida em anos Classe social

Razão de cômodos – é a razão entre o número de

cômodos que servem como dormitório e o número total de cômodos do domicílio;

Situação ocupacional do chefe do domicílio – se o

chefe está ocupado, desempregado, ou fora da força de trabalho;

Renda domiciliar per capita – é a renda domiciliar

dividida pelo número de pessoas no domicílio;

Taxa de dependência – é a razão entre a população

dependente (crianças de 0 a 4 anos de idade e idosos com 65 anos ou mais) e o restante da população;

Local do negócio – local onde está situado o

negócio se alguma pessoa do domicilio é

empregador ou conta própria no trabalho principal (na comunidade ou fora da comunidade)

Características referentes ao

domicílio ou a família no qual o jovem está inserido

Características do jovem

O procedimento de ajustamento do modelo foi realizado utilizando-se o software SAS. Como a amostra é muito grande, o teste de Wald referente ao conjunto de parâmetros relativos a uma dada característica de controle apresenta sempre resultados significativos. Dessa forma, o modelo final foi selecionado pelos testes individuais dos parâmetros e pela magnitude do efeito. O teste individual segue abaixo:

    ≠ = 0 : 0 : 1 0 jk jk H H β β ~ ( ) ) ˆ ( ˆ 0 * t student n p V t jk jk − − − = β β

Onde Vˆ(β é a variância do estimador, n é o tamanho da amostra e p é o número de ˆjk) parâmetros. Assim, caso P(t*>|t|)≤0,05 então rejeita-se H0. Caso contrário aceita-se H . 0

De acordo com o teste foi selecionado um modelo com 7 variáveis explicativas, alé m do intercepto. As variáveis estão especificadas no quadro abaixo:

Quadro 1 – Variáveis selecionadas

Descrição Código

Sexo (1=masculino; 2=feminino) Sexo

Idade Idade

Escolaridade do jovem Anoest

Situação ocupacional do chefe do domicílio (1=ocupado; 2=desocupado; 3=fora da força de trabalho)

Ocupchef

Taxa de dependência Taxa

Local do negócio (1=na comunidade; 2=fora da comunidade) Loctrab Interação de Sexo com Taxa de dependência Sexo*Taxa

(11)

Logo a função de regressão pode ser escrita da forma: Taxa Sexo Loctrab Taxa Ocupchef Ocupchef Anoest Idade Sexo j j j j j j j j j iJ ij * * * * * * * * * ln 8 7 6 2 5 1 4 3 2 1 0 β β β β β β β β β π π + + + + + + + + =    

Em anexo, encontra-se o resumo das estimativas.

5 – Análise dos resultados

A tabela 12 apresenta as estimativas das vantagens. Observa -se que os homens têm maior vantagem em favor de pertencer às categorias só trabalha e trabalha e estuda do que à categoria só estuda, enquanto que a vantagem das mulheres é maior na categoria nem trabalha nem estuda em relação à categoria só estuda.

Com relação à idade pode-se concluir que o acréscimo de uma unidade, implica na redução da vantagem em favor do jovem só estudar, em relação às demais categorias ocupacionais. Tal redução é mais acentuada na categoria só trabalha. Observa-se também que quanto maior a escolaridade do jovem, maior a vantagem de apenas estudar.

Quando o chefe do domicílio está ocupado, a vantagem em favor do jovem nem trabalhar nem estudar é igual à vantagem dele só estudar. Já a vantagem é maior para só trabalha e menor para trabalhar e estudar em relação a só estudar. Porém se o chefe do domicílio está desempregado, verifica-se uma maior vantagem em favor de só estudar do que não trabalhar nem estudar e só trabalhar é menor do que trabalhar e estudar.

Quanto maior a taxa de dependência, menor a vantagem do jovem só estudar, em relação a nem trabalhar nem estudar e só trabalha r. É importante notar que este efeito torna-se mais intenso para a categoria nem trabalha nem estuda contra só trabalha.

A vantagem em favor do jovem só estudar é menor quando pelo menos uma pessoa do domicílio tem algum negócio dentro da comunidade em relação às demais. Porém a vantagem a favor de nem trabalhar nem estudar é praticamente igual a de só estudar.

Tabela 12: Estimativas das Vantagens

Nem trabalha

nem estuda Só Trabalha

Trabalha e Estuda Intercepto 0,00 0,00 0,00 Sexo 0,73 1,45 1,43 Idade 2,03 2,61 1,84 Anoest 0,65 0,75 0,93 Ocupchef ocupado 1,00 0,89 1,34 desempregado 0,91 0,94 1,22 Taxa 2,48 1,82 0,87 Loctrab 1,03 1,25 1,38 Taxa*Sexo 0,56 1,25 1,32

A Tabela 13 apresenta as razões de vantagens das variáveis sexo e taxa de dependências e a interação entre elas. Fixando o sexo para estudar o efeito sobre a taxa de dependência, nota-se que a vantagem da jovem nem trabalhar nem estudar ou só trabalhar é maior do que ela só estudar, porém essa vantagem aumenta à medida que o número de dependentes no domicílio aumenta. Observa-se também que a vantagem dela nem trabalhar nem estudar é bem maior do que ela só trabalhar. Essa situação se inverte um pouco quando fixamos o sexo masculino, vale salientar que a vantagem do jovem só trabalhar é maior que

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Em resumo pode-se dizer que a taxa de dependência é fator condicionante para os jovens não estarem na categoria só estuda, os homens tendem mais a só trabalhar enquanto as mulheres ficam mais em casa.

Tabela 13: Razão de Vantagem das variáveis sexo e taxa N e m t r a b a l h a n e m e s t u d a S ó T r a b a l h a T r a b a l h a e E s t u d a v j ( s e x o ; t a x a ) ( 2 ; 0 , 5 ) 1 , 5 7 5 6 2 1 , 3 5 0 6 7 0 , 9 3 2 4 4 ( 2 ; 1 ) 2 , 4 8 2 5 8 1 , 8 2 4 3 1 0 , 8 6 9 4 5 R a z ã o d e v a n t a g e m 0 , 6 3 4 6 7 0 , 7 4 0 3 7 1 , 0 7 2 4 5 ( 2 ; 0 , 5 ) 1 , 5 7 5 6 2 1 , 3 5 0 6 7 0 , 9 3 2 4 4 ( 2 ; 2 ) 6 , 1 6 3 2 2 3 , 3 2 8 0 9 0 , 7 5 5 9 3 R a z ã o d e v a n t a g e m 0 , 2 5 5 6 5 0 , 4 0 5 8 4 1 , 2 3 3 4 9 ( 1 ; 0 , 5 ) 1 , 1 5 1 2 5 1 , 9 6 1 0 9 1 , 3 2 9 3 0 ( 1 ; 1 ) 1 , 8 1 3 9 4 2 , 6 4 8 7 8 1 , 2 3 9 4 9 R a z ã o d e v a n t a g e m 0 , 6 3 4 6 7 0 , 7 4 0 3 7 1 , 0 7 2 4 5 ( 1 ; 0 , 5 ) 1 , 1 5 1 2 5 1 , 9 6 1 0 9 1 , 3 2 9 3 0 ( 1 ; 2 ) 4 , 5 0 3 2 5 4 , 8 3 2 1 9 1 , 0 7 7 6 7 R a z ã o d e v a n t a g e m 0 , 2 5 5 6 5 0 , 4 0 5 8 4 1 , 2 3 3 4 9 ( 1 ; 2 ) 4 , 5 0 3 2 5 4 , 8 3 2 1 9 1 , 0 7 7 6 7 ( 2 ; 2 ) 6 , 1 6 3 2 2 3 , 3 2 8 0 9 0 , 7 5 5 9 3 R a z ã o d e v a n t a g e m 0 , 7 3 0 6 7 1 , 4 5 1 9 4 1 , 4 2 5 6 1

O gráfico 4 (em anexo) visa uma análise que acompanha a variação dos anos de estudo entre 0, 4 e 8, respectivamente para os jovens das comunidades de baixa renda da Cidade do Rio de Janeiro cujo chefe do domicílio é ocupado, a taxa de dependência é 2 (dois dependentes para cada um não dependente) e o local do negócio de pelo menos uma pessoa do domicílio ser na comunidade.

Percebe -se que a probabilidade dos homens estarem inseridos no mercado de trabalho cresce de acordo com a idade, porém não varia com a escolaridade. Para as mulheres essa probabilidade também aumenta, no entanto é menor que a dos homens, e à medida que se aumenta a escolaridade, aproxima-se da probabilidade dos homens. O contrário ocorre com aqueles que só estudam, onde a probabilidade é mais alta para as idades menores decrescendo fortemente.

A probabilidade de o jovem pertencer à categoria nem trabalha nem estuda aumenta até aproximadamente 17 anos, diminuindo para as idades maiores. Vale salientar que a probabilidade das mulheres nem trabalharem nem estudarem é sempre maior que a dos homens e, quanto maior a escolaridade essa probabilidade vai diminuindo para ambos os sexos.

Para os que trabalham e estudam, observa-se que a probabilidade é pequena não apresentando diferencial de sexo principalmente para idades mais avançadas.

Alterando agora a taxa de dependência para 0,5, ou seja, um dependente para cada dois não dependentes, verifica-se no gráfico 5 (em anexo) que as formas das curvas pouco se alteram. À medida que aumenta a escolaridade, a probabilidade dos jovens só estudarem aumenta, já para os que nem trabalham nem estudam ocorre o contrário, a probabilidade diminui com a idade e a distância entre os homens e as mulheres vai diminuindo.

6 – Conclusão

O presente trabalho analisou a situação ocupacional dos jovens de 10 a 24 anos de idade, residentes nas Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que se dividem em quatro categorias: nem trabalha nem estuda, só trabalha, trabalha e estuda e só estuda.

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Nas 51 favelas estudadas existem 76.089 jovens com idade entre 10 e 24 anos. A maior parte deles, 47,9% só estudam, 26,7% só trabalham, 7,9% trabalham e estudam e o que mais chamou a atenção foi o fato de que 17,5% nem trabalham nem estudam.

Na distribuição por gênero, notou-se que as mulheres têm mais chance de não participarem da força de trabalho e não estudarem, enquanto que os homens têm mais chance de só trabalharem e trabalharem e estudarem. Esse fato pode ser ratificado na análise exploratória, onde constatou-se que 62,5% dos homens apenas trabalhavam e 62,9% trabalhavam e estudavam enquanto que 71,9% das mulheres nem trabalhavam nem estudavam.

Pela taxa de dependência confirmou-se que quanto maior o número de dependentes em relação ao número de não dependentes, maior é a probabilidade do jovem do sexo feminino pertencer à categoria nem trabalha nem estuda. Isso ocorre devido à necessidade delas ficarem em casa cuidando das crianças menores que 4 anos ou dos idosos maiores que 65 anos.

Com relação à idade conclui-se que quanto maior a idade mais aumenta a chance do jovem só trabalhar ou trabalhar e estudar. E quanto maior a escolaridade menor a chance dele pertencer à categoria nem trabalha nem estuda.

7 – Bibliografia

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PIZZINGA, Adrian. Modelos de regressão para Variáveis Dependentes Nominais. Orientado por Britz do Nascimento Silva. Rio de Janeiro: ENCE, 2000.

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LEITE, Phillippe George Pereira Guimarães. Análise da Situação Ocupacional de Crianças e

Adolescentes nas Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil utilizando informações da PNAD1999. Orientado por Denise Britz do Nascimento Silva. Rio de Janeiro: ENCE,

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8 – Anexos

Tabela 2: Distribuição dos jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, por situação ocupacional e Sexo

Total masculino feminino

Total % Total % Total %

Total 76091 100.00 37858 49.75 38233 50.25

Trabalhavam e estudavam 6049 100.00 3804 62.89 2245 37.11

Só trabalhavam 20294 100.00 12677 62.47 7617 37.53

Só estudavam 36444 100.00 17640 48.40 18804 51.60

Nem trabalhavam nem estudavam 13304 100.00 3737 28.09 9567 71.91

Situação ocupacional

Tabela 3: Distribuição dos jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, por situação ocupacional e idade

Total 10 a 14 15 a 17 18 a 24

Total % Total % Total % Total %

Total 76088 100.00 25498 33.51 16369 21.51 34221 44.98

Trabalhavam e estudavam 6048 100.00 452 7.47 1944 32.14 3652 60.38 Só trabalhavam 20293 100.00 159 0.78 1716 8.46 18418 90.76 Só estudavam 36444 100.00 23506 64.50 9594 26.33 3344 9.18 Nem trabalhavam nem estudavam 13303 100.00 1381 10.38 3115 23.42 8807 66.20

Situação ocupacional

Tabela 4: Distribuição dos jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que Só Trabalham, segundo Sexo e Classe de Idade

Idade Total Masculino Feminino

Total 20.293 100,0 12676 62,5 7617 37,5 1 0 a 1 4 a n o s 1 5 9 0,8 1 0 5 0,5 5 4 0,3 1 5 a 1 7 a n o s 1 . 7 1 6 8,5 1 . 0 9 1 5,4 6 2 5 3,1 1 8 a 2 4 a n o s 1 8 . 4 1 8 9 0 , 8 1 1 . 4 8 0 5 6 , 6 6 . 9 3 8 3 4 , 2 T o t a l 2 0 . 2 9 3 1 0 0 , 0 1 2 . 6 7 6 6 2 , 5 7 . 6 1 7 3 7 , 5 Fonte: PCBR

Tabela 5: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro que Só Trabalham, segundo Classes de Idade e Classes de Rendimento

Sexo / Total 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos

Rendimento Total % Total % Total % Total %

Total 20.297 100,0 159 100,0 1.717 100,0 18.421 100,0 Sem rendimento 4.115 20,3 24 15,1 470 27,4 3.621 19,7 Até 1 s.m. 2.740 13,5 89 56,0 504 29,4 2.147 11,7 De 1 a 2 s.m. 7.731 38,1 41 25,8 614 35,8 7.076 38,4 De 2 a 3 s.m. 3.406 16,8 2 1,3 90 5,2 3.314 18,0 De 3 a 4 s.m. 1.371 6,8 3 1,9 31 1,8 1.337 7,3 De 4 a 5 s.m. 536 2,6 0 0,0 7 0,4 529 2,9 De 5 a 10 s.m. 342 1,7 0 0,0 1 0,1 341 1,9 De 10 a 15 s.m. 38 0,2 0 0,0 0 0,0 38 0,2 Mais de 15 s.m. 18 0,1 0 0,0 0 0,0 18 0,1 Fonte: PCBR

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Tabela 6: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que só trabalham, segundo Classes de Idade e Grau de Instrução

Grau de Instrução Total 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos

Total % Total % Total % Total %

Total 20291 100,0 159 100,0 1715 100,0 18417 100,0

Sem instrução 795 9,4 21 13,2 56 3,3 718 3,9

1 grau incompleto 11767 58,5 138 86,8 1381 80,5 10248 55,6

Até a 4 série 1 grau 5176 25,5 94 59,1 673 39,2 4409 23,9

1 grau completo 3392 20,0 0 0,0 164 14,2 3228 24,3 2 grau incompleto 1328 0,1 0 0,0 79 4,6 1249 6,8 2 grau completo 2950 0,1 0 0,0 35 2,0 2915 15,8 3 grau incompleto 27 0,0 0 0,0 0 0,0 27 0,1 3 grau ou mais 35 0,7 0 0,0 0 0,0 35 0,2 Fonte: PCBR

Tabela 7: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que Trabalham e Estudam, segundo Classes de Idade e Sexo

Classes de Total Masculino Feminino

Idade Total % Total % Total %

Total 6.048 100,0 3.803 62,9 2.245 37,1

10 a 14 anos 452 7,5 316 5,2 135 2,2

15 a 17 anos 1.945 32,2 1.275 21,1 669 11,1

18 a 24 anos 3.652 60,4 2.212 36,6 1.440 23,8

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Tabela 8: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que Trabalham e Estudam,

segundo Classes de Idade, Grau de Instrução e Sexo

SEXO / GRAU DE Total 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos

INSTRUÇÃO Total % Total % Total % Total %

Total 6.048 100,0 452 100,0 1.945 100,0 3.652 100,0

Sem instrução 30 0,5 1 0,2 10 0,5 19 0,5

1 grau incompleto 2.890 47,8 438 97,0 1.086 55,9 1.366 37,4

Até a 4 série 1 grau 836 13,8 227 50,3 268 13,8 342 9,4

1 grau completo 1.099 18,2 13 2,8 436 22,4 651 17,8 2 grau incompleto 1.589 26,3 0 0,0 379 19,5 1.210 33,1 2 grau completo 305 5,0 0 0,0 34 1,7 271 7,4 3 grau incompleto 130 2,2 0 0,0 0 0,0 130 3,6 3 grau ou mais 5 0,1 0 0,0 0 0,0 5 0,1 NR 1 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,0 Masculino 3.803 100,0 316 100,0 1.275 100,0 2.212 100,0 Sem instrução 22 0,6 1 0,3 6 0,5 15 0,7 1 grau incompleto 2.041 53,7 315 99,7 817 64,1 909 41,1

Até a 4 série 1 grau 658 17,3 193 61,0 224 17,6 241 10,9

1 grau completo 654 17,2 0 0,0 269 21,1 385 17,4 2 grau incompleto 860 22,6 0 0,0 176 13,8 684 30,9 2 grau completo 133 3,5 0 0,0 7 0,5 126 5,7 3 grau incompleto 93 2,4 0 0,0 0 0,0 93 4,2 3 grau ou mais 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 NR 1 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,0 Feminino 2.245 100,0 135 100,0 669 100,0 1.440 100,0 Sem instrução 8 0,4 0 0,0 4 0,6 4 0,3 1 grau incompleto 849 37,8 123 90,7 269 40,2 457 31,7

Até a 4 série 1 grau 178 7,9 34 25,1 44 6,5 100 7,0

1 grau completo 445 19,8 13 9,3 167 24,9 265 18,4 2 grau incompleto 729 32,5 0 0,0 203 30,3 526 36,5 2 grau completo 172 7,7 0 0,0 27 4,0 145 10,1 3 grau incompleto 38 1,7 0 0,0 0 0,0 38 2,6 3 grau ou mais 5 0,2 0 0,0 0 0,0 5 0,3 NR 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Fonte: PCBR

Tabela 9: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que Trabalham e Estudam, segundo Classes de Idade e Rendimento

Sexo / Classe de Total 10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos

Rendimento Total % Total % Total % Total %

Total 6049 100,0 452 100,0 1944 100,0 3653 100,0 Sem rendimento 1025 16,9 95 21,0 199 10,2 731 20,0 Até 1 s.m. 1845 30,5 230 50,9 1018 52,4 597 16,3 De 1 a 2 s.m. 2042 33,8 113 25,0 632 32,5 1297 35,5 De 2 a 3 s.m. 692 11,4 6 1,3 80 4,1 606 16,6 De 3 a 5 s.m. 366 6,1 8 1,8 10 0,5 348 9,5 Mais de 5 s.m. 79 1,3 0 0,0 5 0,3 74 2,0 Fonte: PCBR

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Tabela 10: Distribuição dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro, que só Estudam, segundo Classes de Idade, Grau de Instrução e Sexo

Sexo / Grau de

Instrução Total % Total % Total % Total %

Total 35.869 100,00 23.335 100,00 9.401 100,00 3.133 100,00

Sem instrução 589 1,64 531 2,28 32 0,34 26 0,83

1 grau incompleto 29.528 82,32 22.438 96,16 6.089 64,77 1.001 31,95

Até a 4 série 1 grau 16.595 46,27 14.950 64,07 1.411 15,01 234 7,47

1 grau completo 2.565 7,15 311 1,33 1.717 18,26 537 17,14 2 grau incompleto 2.734 7,62 46 0,20 1.456 15,49 1.232 39,32 2 grau completo 315 0,88 0 0,00 98 1,04 217 6,93 3 grau incompleto 108 0,30 0 0,00 5 0,05 103 3,29 3 grau ou mais 17 0,05 0 0,00 0 0,00 17 0,54 NR 13 0,04 9 0,04 4 0,04 0 0,00 Masculino 17.432 100,00 11.612 100,00 4.422 100,00 1.398 100,00 Sem instrução 322 1,85 306 2,64 16 0,36 0 0,00 1 grau incompleto 14.868 85,29 11.172 96,21 3.160 71,46 536 38,34

Até a 4 série 1 grau 8.648 49,61 7.682 66,16 838 18,95 128 9,16

1 grau completo 1.030 5,91 111 0,96 681 15,40 238 17,02 2 grau incompleto 1.058 6,07 19 0,16 525 11,87 514 36,77 2 grau completo 102 0,59 0 0,00 40 0,90 62 4,43 3 grau incompleto 34 0,20 0 0,00 0 0,00 34 2,43 3 grau ou mais 14 0,08 0 0,00 0 0,00 14 1,00 NR 4 0,02 4 0,03 0 0,00 0 0,00 Feminino 18.437 100,00 11.723 100,00 4.979 100,00 1.735 100,00 Sem instrução 267 1,45 225 1,92 16 0,32 26 1,50 1 grau incompleto 14.660 79,51 11.266 96,10 2.929 58,83 465 26,80

Até a 4 série 1 grau 7.947 43,10 7.268 62,00 573 11,51 106 6,11

1 grau completo 1.535 8,33 200 1,71 1.036 20,81 299 17,23 2 grau incompleto 1.676 9,09 27 0,23 931 18,70 718 41,38 2 grau completo 213 1,16 0 0,00 58 1,16 155 8,93 3 grau incompleto 74 0,40 0 0,00 5 0,10 69 3,98 3 grau ou mais 3 0,02 0 0,00 0 0,00 3 0,17 NR 9 0,05 5 0,04 4 0,08 0 0,00 Fonte: PCBR 18 a 24 Total 10 a 14 15 a 17

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Tabela 11: Análise das estimativas do modelo

Efeitos Estimativa Erro-padrão Qui-quadrado P-valor Nem trabalha nem estuda

Intercepto -10,2924 0,1590 4189,79 0,0000 Sexo -0,3138 0,0299 109,95 0,0000 Idade 0,7077 0,0110 4157,34 0,0000 Anoest -0,4319 0,0111 1516,03 0,0000 Ocupchef ocupado -0,0035 0,0403 0,01 0,9300 desempregado -0,0900 0,0401 5,03 0,0249 Taxa 0,9093 0,1142 63,39 0,0000 Loctrab 0,0290 0,0431 0,45 0,5006 Taxa*Sexo -0,5873 0,1127 27,15 0,0000 Só Trabalha Intercepto -15,1698 0,1909 6313,59 0,0000 Sexo 0,3729 0,0298 156,33 0,0000 Idade 0,9581 0,0121 6293,86 0,0000 Anoest -0,2861 0,0109 685,41 0,0000 Ocupchef ocupado -0,1218 0,0457 7,11 0,0076 desempregado -0,0669 0,0643 1,08 0,2977 Taxa 0,6012 0,1111 29,27 0,0000 Loctrab 0,2207 0,0411 28,79 0,0000 Taxa*Sexo 0,2208 0,1091 4,10 0,0429 Trabalha e Estuda Intercepto -10,8091 0,1892 3265,05 0,0000 Sexo 0,3546 0,0334 112,99 0,0000 Idade 0,6114 0,0125 2404,72 0,0000 Anoest -0,0688 0,0127 29,47 0,0000 Ocupchef ocupado 0,2953 0,0630 21,97 0,0000 desempregado 0,1995 0,0715 7,78 0,0053 Taxa -0,1399 0,1433 0,95 0,3287 Loctrab 0,3223 0,0425 57,38 0,0000 Taxa*Sexo 0,2746 0,1404 3,82 0,0506

(19)

Gráfico 4: Probabilidades Estimadas com taxa de dependência igual a 2

Legenda: Homem Nem trabalha

nem estuda

Trabalha e estuda

Mulher Só trabalha Só estuda

Escolaridade = 0 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

Escolaridade = 4 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

Escolaridade = 8 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

(20)

Gráfico 5: Probabilidades Estimadas com taxa de dependência igual a 0,5

Legenda: Homem Nem trabalha

nem estuda

Trabalha e estuda

Mulher Só trabalha Só estuda

Escolaridade = 0 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

Escolaridade = 4 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

Escolaridade = 8 anos de estudo

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Idade Prob

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