• Nenhum resultado encontrado

Os salários indiretos e o regime geral da previdência social

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os salários indiretos e o regime geral da previdência social"

Copied!
24
0
0

Texto

(1)

geral da previdência social

David Marcos Rocha da Silva Bernardo Lanza Queiroz

1 Introdução

nos últimos anos têm-se percebido muitas discussões públicas acerca das condições de déficit alcançadas pelo sistema previdenciário social brasileiro ao longo do tempo (Giambiagi et al, 2004; Marques, 2003; neri, 2003). O déficit para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) somou R$ 42,067 bilhões no ano de 2006, um aumento de 11,9% com relação a 2005, quando a conta ficou negativa em R$ 37,576 bilhões (DIEESE 2007). Diversas variáveis podem ser apontadas, de maneira conjunta, como justificativas para este cenário de crise, como o aumento da expectativa de vida da população, crescimento do número de pensionistas e aposentados, esgotamento das fontes de financiamento, alto grau de informalização do trabalho, aumento do custo operacional, baixa relação ativos / inativos, evasão, dentre outros (Arbache 2001). no entanto, os salários indiretos dados aos trabalhadores têm ficado de fora deste conjunto de variáveis utilizadas para a análise desta situação evidenciada no setor previdenciário.

Pizolotto (2000) argumenta que as empresas vêm adotando nos últimos anos novos padrões de relações de trabalho que consistem na abertura para uma maior participação dos trabalhadores nas decisões e, também, através do compartilhamento dos ganhos originados pelo aumento da eficiência. Esses ganhos normalmente aparecem como uma parte da folha de pagamento que, além do salário monetário e dos encargos sociais, apresenta também o chamado salário indireto. Este é constituído por benefícios sociais (vale-transporte, vale-alimentação, planos de saúde coletivos, etc.) participação nos lucros, benefícios em previdência complementar, prêmios por produtividade, entre outros, e pode significar para as empresas uma forma de assegurar a seus funcionários melhor qualidade de vida, visando a maior produtividade e qualidade no trabalho (Arbache, 1995).

(2)

Os salários indiretos são de grande vantagem para os trabalhadores, pois deles não são descontados a arrecadação para a seguridade social e, muitas vezes, tampouco o imposto de renda, como é o caso, por exemplo, dos vale-transportes (Lei nº 7.418, de 1985). Além disto, pensões e benefícios de saúde e de bem-estar social provêm ao trabalhador e suas famílias um senso de segurança econômica e também tendem a fortalecer as organizações (Chen, 1981). Entretanto, para fins de financiamento do setor previdenciário, estes salários são prejudicais a constituição de fundos para pagamentos de benefícios previdenciários, uma vez que estes não são utilizados como base do cálculo da contribuição para o sistema oficial (Artigo 28 da Lei 8212/91). Estima-se que a perda decorrente de vale-transportes, auxílio alimentação e assistência médica tenha representado 7,15% do total arrecadado pela previdência em 1991 (Arbache, 2001).

neste trabalho será realizada uma nova estimativa do impacto dos salários indiretos sobre as receitas da previdência social. Considerando-se o momento de crise econômica pelo qual passava o país em 1991 e a escassez de dados verificada na mesma época, os dados estimados por Arbache (2001) naquele período podem ter sido diretamente influenciados. A atual disponibilidade de fontes de dados bem como a estabilidade da economia nacional permitem uma melhor estimativa dos valores dos salários indiretos e da maneira como estes são distribuídos entre os trabalhadores. Iremos também analisar recentes mudanças relacionadas à distribuição dos salários indiretos dentro do mercado de trabalho.

Para avaliar empiricamente o efeito dos salários indiretos nas contas da previdência usamos estimativas dos salários indiretos obtidas em pesquisas domiciliares, como a Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios (PnAD) e a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Pretendemos avaliar as alterações quanto ao recebimento destes benefícios indiretos e mensurar estas variações para os contribuintes RGPS. A estratégia adotada é a seguinte: em primeiro lugar, usamos as PnAD’s de diversos anos para captar a evolução dos salários indiretos para diferentes subgrupos da população. Alem disso, serão discutidas as possíveis causas das mudanças observadas. Por seguinte, uma tentativa de estimar a perda da receita da previdência social decorrente do uso dos salários indiretos no Brasil será organizada a partir dos rendimentos obtidos na POF, com a finalidade de acrescentar novos fatores salientes às discussões sobre a necessidade de reformulação de políticas na área de seguridade social que objetivem desacelerar ou até mesmo diminuir o déficit previdenciário alcançado pelo país nos últimos anos.

A perspectiva de déficit é agravada devido ao atual momento de transição da estrutura etária da população brasileira. Há cada vez menos indivíduos na base da pirâmide demográfica somado a um alargamento no topo da mesma. Ou seja, o número de indivíduos ativos que contribuirão para o

(3)

InSS - Instituto nacional do Seguro Social – será menor nos próximos anos, sendo que o custo com aposentados e pensionistas aumentará, conforme a projeção de aumento da expectativa vida da população (Giambiagi, 2004; Marques, 2003).

Além disto, o alto grau de informalidade observado na economia nacional é também fator de grande importância para a avaliação do déficit previdenciário, uma vez que a contribuição por parte dos trabalhadores informais é opcional aos mesmos. nesse quadro, um sistemático aumento no custo do emprego (por meio da variação das alíquotas de contribuição previdenciária) teria levado a uma queda na sua formalização e, conseqüentemente, à queda da cobertura previdenciária, conforme observa neri (2003):

A crescente informalidade do mercado de trabalho é provocada por encargos sociais crescentes, em larga medida dissociados de benefícios sociais a serem auferidos. O resultado tem sido a redução da arrecadação previdenciária, o que por sua vez leva a novos aumentos de alíquotas e mais informalidade.

A partir da escassez de recursos previdenciários verificada nesse cenário, faz-se necessário o planejamento de fontes alternativas de arrecadação financeira que custeiem os beneficiários do sistema no futuro, e os salários indiretos podem ser uma potencial fonte de receitas.

As dificuldades da previdência envolvem questões políticas, econômicas, demográficas, sociais e, até mesmo, jurídicas. Contudo este trabalho atém-se somente ao âmbito do mercado de trabalho. O problema em questão focaliza o déficit das contas da previdência social em função da não arrecadação de receitas que poderiam ser obtidas a partir dos salários indiretos oferecidos aos trabalhadores como forma de remuneração. As conseqüências de uma diminuição ou corte dos salários indiretos, como por exemplo o incentivo à informalidade diante da tributação incidente sobre os salários indiretos, não serão aqui discutidas apesar da sua importância.

2 Antecedentes 2.1 Histórico

Arbache (1995) ressalta o crescimento contínuo dos salários indiretos como forma de remuneração, desde o fim da II Guerra, nos países desenvolvidos, atrelado aos interesses produtivos do sistema capitalista-fordista. Os principais fatores que provocaram o crescimento da importância e amplitude dos salários indiretos foram o crescimento das organizações e a elevação do número de trabalhadores assalariados. nos Estados Unidos, a falta de mão-de-obra e o controle dos salários pelo governo durante a guerra estimularam os empresários a criarem sistemas alternativos de remuneração para atrair e reter trabalhadores.

(4)

Ainda conforma Arbache (2001), era muito comum que o dono da fábrica também fosse o proprietário das casas destinadas aos operários, dos clubes, cantinas e armazéns utilizados pelos mesmos. O uso e aquisição de bens/serviços eram descontados dos salários dos trabalhadores, remunerando-os em dinheiro apenas pela diferença entre esses. Freqüentemente, os empregadores forneciam parte dos salários em vales ou ordens de pagamento, os quais tinham curso somente em lojas e armazéns de sua propriedade. Essas práticas, consideradas abusivas, receberam o nome de Truck System (sistema de pagamento em gêneros).

nas sociedades desenvolvidas, as empresas ofereciam a seus empregados seguro de vida, seguro de saúde, seguro desemprego, fundos de pensão, entre outros, embora, com a eclosão da crise do petróleo nos anos 70 e o fim do ciclo econômico expansivo dos anos 50 e 60, alguns países da OCDE1 tenham se deparado com o alto custo do trabalho e percebido que os salários não-monetários eram importantes custos trabalhistas, não apenas pelo valor absoluto, mas, sobretudo, pela sua taxa de crescimento desde o pós-guerra. A partir deste período há uma longa discussão em torno dos altos custos do trabalho como uma das principais causas do desemprego. Assim, os salários indiretos entraram na pauta do dia como um custo que deveria ser reduzido (Arbache, 1995).

2.2 Experiência Internacional

A experiência norte-americana demonstrou taxas de crescimento médio anual de 0,4% para os salários indiretos entre os anos de 1950-80. Projeções feitas pelo autor utilizando esta taxa como referência, exibem um aumento de 15,8% em 1980 para 37,8% em 2055 da relação salário indireto / salário total. Ou seja, se a tendência for mantida nos EUA o valor a ser tributado pela seguridade social, incidente apenas sobre o salário nominal, diminuirá de 84,2% para 62,3%. Mantendo-se constante o valor da alíquota de contribuição ao seguro social, haveria uma carência de recursos para financiar o sistema neste país (Chen, 1981).

Observam-se amplamente duas tendências no que diz respeito aos salários indiretos nos Estados Unidos. na primeira nota-se o aumento destes no setor privado e a conseqüente diminuição no setor público e, na segunda, percebe-se um aumento dos salários indiretos que se destinam ao pagamento de aposentadorias e pensões como também benefícios contra desemprego e doenças. Ou seja, têm-se dado maior importância aos benefícios relacionados com o bem-estar do trabalhador em momentos onde ele esteja impedido de exercer alguma atividade remunerada.

1 A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, ou OECD em inglês) é uma organização internacional dos países comprometidos com os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.

(5)

Para tentar explicar este aumento nos Estados Unidos baseando-se na análise de fatores econômicos, Turner (1987) relacionou estes salários com os impostos incidentes à época através de uma análise de séries temporais utilizando dados de 1954 a 1979. Entretanto, nenhuma evidência empírica foi encontrada para dar suporte a esta relação entre os salários indiretos e a carga tributária. O autor mostra que menos de 5% da variação dos salários indiretos pôde ser atribuída a variações nas taxas previdenciárias, estaduais e federais. Os resultados foram similares para cada tipo de salário indireto e houve indicações de que o crescimento do salário pecuniário2 e mudanças demográficas no mercado de trabalho fossem responsáveis pelo crescimento nos salários indiretos.

Rosenbloom (2005) espera uma redução dos salários indiretos para o caso americano até 2015 e justifica sua hipótese a partir de fatores demográficos como o aumento da população idosa bem como sua maior expectativa de vida e também da diminuição da população que ingressa no mercado de trabalho. O autor justifica estas razões ao afirmar que tais mudanças irão aumentar os custos da empresa com a saúde e aposentadoria de seus empregados que passarão a viver por mais tempo. Logo, devido ao alto custo, a empresa optará por não mais oferecer benefícios de saúde e aposentadoria aos seus empregados que terão quer arcar, por si só, com estas despesas. As hipóteses utilizadas por Rosenbloom podem ser também aplicadas ao Brasil porque as mesmas variações demográficas são observadas no país e, como nos caso americano, os empresários brasileiros não irão querer arcar com os custos altos de saúde a aposentadoria dos empregados.

2.3 O caso brasileiro

no Brasil, os salários indiretos têm seu marco na década de 80 com a popularização do vale-transporte, alimentação e plano de saúde. Antes desse período, os salários indiretos estavam restritos a algumas empresas estatais e às multinacionais, e atingiam, sobretudo, os executivos (Arbache, 1995).

Dentre os fatores que contribuíram para a popularização dos salários indiretos no Brasil encontram-se também dois itens: a legislação trabalhista e tributária, que é bastante flexível no que encontram-se refere às formas que os benefícios possam adquirir. Ou seja, não há qualificação nem limites para os benefícios, podendo ser concedidos os mais diversos tipos para os mais diversos níveis funcionais. E também a crise econômica por que passou toda a nação há alguns anos atrás, fazendo com que as empresas substituíssem o Estado nos aspectos relacionados à saúde e à educação com o objetivo de ter um grupo de pessoas com condições básicas para o trabalho e a reestruturação produtiva (Arbache, 1995).

2 Entende-se por salário pecuniário o salário bruto do trabalhador. Um empregado pode receber, por exemplo, um salário de R$ 8.000,00 em espécie (pecúnia), mais R$ 2.000,00 in natura, pois este é aproximadamente o valor do aluguel de uma casa que o empregador coloca à sua disposição. A remuneração total deste empregado é, portanto, de R$ 10.000,00.

(6)

Arbache (2001) mostra uma grande heterogeneidade na distribuição dos salários indiretos. As características setoriais e regionais, posição na ocupacão, forma de inserção no mercado de trabalho e status sindical são variáveis que foram investigadas e demonstraram poder afetar as chances de se receber salários indiretos. Além disto, verificou-se que os executivos eram os maiores beneficiários destes salários.

Arbache (2001) demonstra também que o custo das empresas com os trabalhadores que não recebem salários indiretos é superior ao custo dos empregados que recebem estes benefícios. Como o valor recolhido pela empresa à previdência é incidente apenas sobre o salário pecuniário, a empresa recolherá para o trabalhador que não recebe benefícios um valor proporcionalmente maior do que para o trabalhador beneficiário.

Arbache (1991) estimou que a perda devido aos salários indiretos mais comuns atingiu 7,15% do total de arrecadação da previdência social naquele ano. Entretanto, deve-se ainda analisar a evolução deste quadro para os demais anos, uma vez que o crescimento de salários indiretos parece ser uma tendência nacional e mundial, e eventuais mudanças na legislação poderiam ocorrer para tentar reduzir o quadro deficitário da previdência. Acrescenta-se também, como justificativa para este estudo, a expansão e solidificação da economia nacional verificada após a implantação do plano real. Desta forma é possível que valores diferentes e atualizados a respeito destes salários sejam obtidos.

Uma política de corte dos salários indiretos ou de incidência de tributos sobre os mesmos pode ocasionar alguns efeitos perversos. Exemplo disto seria uma inconsistência gerada no médio e longo prazo nas políticas de emprego (Alves et al, 1997). Apesar do aumento de arrecadação previdenciária, em um segundo momento o quadro de empregos formais poderia piorar, aumentando a informalidade e, conseqüentemente, diminuindo o número de contribuintes do InSS. Segundo Paiva (2004), acredita-se que o principal motivo pelo qual os empregadores optam pela informalidade é a evasão previdenciária e de encargos trabalhistas. Uma vez que as empresas tivessem que contribuir também sobre os salários indiretos pagos aos trabalhadores, aumentando o custo da mão-de-obra, poderia ocorrer um incentivo a informalização das relações de trabalho.

3 Metodologia 3.1 Bases de dados

A análise dos salários indiretos no Brasil será feita utilizando as bases de dados da PnAD e da POF. A Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios - PnAD - é uma pesquisa domiciliar anual, realizada no terceiro trimestre, que entrevista cerca de 100.000 domicílios todo ano. A sua finalidade é a produção de informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.

(7)

Trata-se de um sistema de pesquisas por amostra de domicílios que investiga diversas características socioeconômicas, umas de caráter permanente nas pesquisas, como as características gerais da população, educação, trabalho, rendimento e habitação, e outras com periodicidade variável, como as características sobre migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, nutrição e outros temas que são incluídos no sistema de acordo com as necessidades de informação para o País. A PnAD abrangia a totalidade do país até 2003, com exceção somente da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Em 2004 ela alcançou a cobertura completa do território nacional (PnAD – notas Metodológicas, IBGE).

Para avaliar a evolução dos salários indiretos ao longo do tempo serão analisadas as PnAD’s dos anos de 1993, 1999 e 2005. Estas três pesquisas apresentam em seus questionários variáveis que respondem a questões acerca do recebimento de benefícios que foram utilizados como parte da remuneração dos trabalhadores. Estas serão as variáveis-chave utilizadas neste trabalho para que possam ser realizadas análises sobre a quantidade de trabalhadores que receberam estes benefícios nos últimos anos e verificar a evolução dos salários indiretos. Além disto, estes benefícios são os tipos mais comuns oferecidos aos trabalhadores.

Embora a PnAD investigue o recebimento de cinco salários indiretos, ela não registra o valor nem a quantidade recebida dos mesmos por cada trabalhador, o que faz estes salários serem classificados na pesquisa como se fossem variáveis mudas, que não demonstram nenhum valor. O valor de cada salário indireto recebido e pesquisado pela Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) será utilizado na segunda parte do trabalho onde iremos estimar os impactos dos salários indiretos nas contas da previdência utilizando essa base de dados.

A Pesquisa de Orçamento Familiar, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), objetiva mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos. Ela considera, para fins de sua amostra populacional, todas os estados federativos e também o Distrito Federal.

no questionário sobre recebimento individual da POF, são registradas as informações sobre os rendimentos individuais provenientes do trabalho (seja como empregado, empregador ou conta própria), de transferências (aposentadoria, pensão, etc.), de aluguel, uso de ou exploração de bens móveis e imóveis, e de outros recebimentos, receitas e empréstimos obtidos, bem como as principais deduções e encargos que incidem sobre os mesmos. Além desses recebimentos, busca-se captar informações referentes à movimentação do ativo financeiro (poupança, fundo de aplicação, ações e outros) das pessoas pesquisadas.

(8)

A POF apresenta um problema no que se refere à classificação dos tipos de rendimentos de cada pessoa. Por exemplo, benefícios como o auxílio-transporte e o auxílio-educação receberam o mesmo código e não puderam ser distinguidos. neste caso, pela maior expressividade do benefício de transporte em termos proporcionais verificados na PnAD, o valor indicado pela POF para este item é aplicado ao auxílio-transporte. Em outros casos, onde também existem códigos com dupla referência, opta-se por aplicá-los ao benefício que tem maior proporção dada pela PnAD. Outra dificuldade verificada na POF está na estimação dos valores recebidos pelo benefício de moradia e saúde. nesta pesquisa, existem apenas 17 indivíduos que declararam ter recebido o benefício de moradia e todos estão concentrados no mesmo nível de renda. Com relação ao de saúde, existem apenas 70 casos. Esta quantidade de dados é insuficiente para a realização de uma boa estimativa acerca destes benefícios.

3.2 Método

Após selecionarmos as variáveis indicadoras do recebimento dos salários indiretos, precisamos também verificar algumas características dos indivíduos da amostra necessárias para este estudo. As PnAD’s pesquisaram se as pessoas contribuíam para instituto de previdência, federal, estadual ou municipal, no trabalho principal, no secundário e em pelo menos um dos demais trabalhos que tivessem na semana de referência. Para fins deste trabalho, iremos trabalhar apenas com uma amostra dos indivíduos que contribuíram para o instituto de previdência federal no trabalho principal, ou seja, o InSS, uma vez que este é o centro dos problemas previdenciários em discussão e foco deste trabalho.

Os demais processos de filtragem dos dados apresentados pelas PnAD’s consistem em selecionar apenas os indivíduos com dez anos ou mais de idade, que não eram empregadores e que estavam ocupados, ou seja, que tinham algum trabalho na semana de referência das pesquisas – os ocupados da população economicamente ativa.

Para se obter as estimativas a respeito dos valores recebidos pelos trabalhadores através de cada um dos salários indiretos, procede-se da seguinte maneira: considerando-se o questionário da POF, relativo ao recebimento individual, retiramos da amostra os empregadores e os empregados públicos. Em seguida são selecionados os indivíduos que contribuíram para a previdência pública no mês anterior à pesquisa. Temos então uma amostra contendo os diversos tipos de rendimentos dos indivíduos, onde se encontram os vários tipos de benefícios indiretos e seus respectivos valores, o rendimento bruto de cada indivíduo e o valor dedutível deste rendimento destinado à previdência pública. Somando-se ao rendimento bruto do indivíduo o valor correspondente do benefício indireto temos o salário total que será utilizado para calcular a devida contribuição à previdência pública, por

(9)

parte do empregado e do empregador, com base nas alíquotas previdenciárias vigentes à época e expostas na TAB. 1.

TABELA 1

Contribuição dos segurados empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos ao INSS, a partir de Junho de 2002.

Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

Até 468,47 7,65

De 468,48 até 600,00 8,65

De 600,01 até 780,78 9,00

De 780,79 ate 1.561,56 11,00

Teto de Contribuição de INSS: R$ 171,77

Fonte: Ministério da Previdência Social.

Após selecionarem-se os indivíduos da POF contribuintes do InSS e não empregadores, observou-se que alguns indivíduos tinham rendimentos relacionados a benefícios maiores que seu próprio rendimento bruto. Assumindo que o salário do indivíduo é maior que qualquer benefício único que ele receba, optamos por excluir estes dados da amostra.

4 Uma visão preliminar dos dados 4.1 Apresentação dos dados das PNAD’s

Com base nos dados das PnAD’s mostramos o comportamento dos salários indiretos nos períodos aqui analisados. Após ser realizado o processo de filtragem de indivíduos descrito na sessão anterior e também da atribuição do peso correspondente de cada indivíduo, obtêm-se o número de 33.602 observações na PnAD de 1993, 37.342 na pesquisa de 1999 e 51.466 na PnAD de 2005. Utilizando estas amostras podemos então realizar as devidas análises exploratórias.

A TAB. 2 demonstra o comportamento dos principais benefícios recebidos pelos trabalhadores privados no período. Em termos percentuais, é possível visualizar, a nível nacional, as variações no recebimento de cada um dos benefícios. Desta forma, a tabela mostra que o benefício de alimentação foi o que teve maior crescimento. Dos trabalhadores analisados, 50,49% receberam o benefício em 2005, contra 40,70% em 1993. O aumento neste benefício pode ser uma conseqüência do Programa de Alimentação do Trabalhador3 - PAT - instituído pelo governo federal em parceria com a iniciativa privada.

3 O PAT foi criado pela Lei n.6321, de 14 de abril de 1976, e tem por objetivo melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, com repercussões positivas na qualidade de vida, na redução de acidentes de trabalho e no aumento da produtividade. O PAT permite dedução de até 4% no imposto de renda devido das empresas.

(10)

Os benefícios de transporte e saúde também se comportaram de forma crescente, porém em um nível mais baixo. Houve um aumento de 5,41% no recebimento de benefícios de transporte e de 11,39% naqueles relacionados à saúde dos trabalhadores, conseqüência do crescimento do setor de saúde privada no Brasil. Observa-se também que o auxílio moradia sofreu diminuição no período e o auxílio educação manteve uma constância razoável. Em suma, podemos verificar o comportamento ascendente da distribuição dos salários indiretos, de forma similar à observada nos Estados Unidos por Chen (2004).

TABELA 2

Evolução do percentual de trabalhadores privados, contribuintes do INSS, que receberam salários indiretos.

1993 1999 2005 Moradia 3,83% 2,91% 2,57 % Alimentação 40,70% 45,26 % 50,49% Transporte 50,44% 53,13% 53,17% Educação 3,23% 2,94% 3,30 % Saúde 25,36% 27,43% 28,25%

Fonte: PnAD / IBGE, 1993, 1999, 2005.

Podemos verificar pelas TABs. 3 e 4 o crescimento da participação feminina na distribuição total dos salários indiretos. Segundo ambas as tabelas, dentre os benefícios analisados o de moradia foi o que teve maior aumento para a população feminina, uma conseqüência possível do trabalho doméstico feminino. O benefício de educação é aquele que apresenta menor discrepância entre homens e mulheres, reflexo do auxílio creche recebido pelas mulheres. Este cenário de crescimento da participação feminina pode ser resultado do aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas4 e indica também uma melhoria nas condições dos postos de trabalho ocupados pelas mulheres nos últimos anos.

4 Para maiores detalhes sobre o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho ver SCORZAFAVE, Luis Guilherme; MEnEZES-FILHO, naércio Aquino. Participação feminina no mercado de trabalho brasileiro: evolução e determinantes. Pesquisa e planejamento econômico, v. 31, n. 3, dez. 2001.

(11)

TABELA 3

Distribuição dos salários indiretos por sexo do individuo contribuinte do INSS, para os anos de 1993, 1999 e 2005 (em %).

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

1993 Masculino 88,36 71,62 67,62 64,54 71,60 Feminino 11,64 28,38 32,38 35,46 28,40 1999 Masculino 86,12 68,14 64,02 55,7 68,21 Feminino 13,88 31,86 35,98 44,2 31,79 2005 Masculino 80,70 66,62 63,10 55,4 66,27 Feminino 19,30 33,38 36,90 44,60 33,73

Fonte: PnAD / IBGE, 1993,1999 e 2005.

TABELA 4

Percentual de mulheres contribuintes do INSS, que recebiam cada salário indireto nos anos de 1993, 1999 e 2005 (em %).

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

1993 1,45 37,51 53,03 3,72 23,38

1999 2,91 46,27 53,14 2,94 27,43

2005 2,57 50,49 53,17 3,30 28,25

Fonte: PnAD / IBGE, 1993,1999 e 2005.

As TABs. 5, 6 7 e 8 permitem visualizar e comparar a participação dos trabalhadores formais e informais5, contribuintes do InSS, nos salários indiretos. A primeira observação a ser realizada verifica a baixa participação dos trabalhadores informais em relação à distribuição total dos salários indiretos. Para todos os benefícios e anos verificados, a participação dos contribuintes informais que recebem salários indiretos corresponde a menos de 1% do total da amostra selecionada. Como o setor formal provê, em geral, melhores remunerações e relações de trabalho, este resultado está de acordo com o verificado por Arbache (2001). Pode-se observar também que o número de contribuintes informais da previdência social corresponde, nos anos de 1993, 1999 e 2005, a 2,37%, 2,53% e 3,02% do total de contribuintes, respectivamente. Ou seja, neste período existe um aumento de 27,42% da quantidade de trabalhadores informais que contribuem para o InSS.

na TAB. 5 podemos observar que, em aspectos relativos, um maior número de trabalhadores informais recebem benefício de moradia ao comparar-se com a TAB. 2. Este fato pode ser causado devido ao grande número de empregados domésticos informais que recebem este benefício.

5 A formalidade do trabalho é considerada após verificar-se se o trabalhador possuía carteira de trabalho assinada no trabalho principal na semana de referência da pesquisa.

(12)

Verificamos também que a proporção de trabalhadores informais que recebem os demais benefícios é menor, demonstrando a qualidade de trabalho inferior do mercado informal.

TABELA 5

Proporção de trabalhadores informais que receberam salários indiretos (em %)

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

1993 7,03 14,58 19,34 1,23 8,89

1999 5,12 19,88 22,65 1,03 8,09

2005 4,81 24,60 25,44 2,64 10,61

Fonte: PnAD / IBGE 1993,1999 e 2005.

TABELA 6

Distribuição dos trabalhadores participantes do INSS com relação ao recebimento de salários indiretos e à posse de carteira de trabalho (CT) assinada em 1993

CT Sim não Moradia Sim 3,66% 0,17% não 93,97% 2,20% Alimentação Sim 40,35% 0,35% não 57,28% 2,02% Transporte Sim 49,99% 0,46% não 47,64% 1,91% Educação Sim 3,20% 0,03% não 94,43% 2,34% Saúde Sim 25,15% 0,21% não 72,48% 2,16%

Fonte: PnAD / IBGE, 1993.

TABELA 7

Distribuição dos trabalhadores participantes do INSS com relação ao recebimento de salários indiretos e à posse de carteira de trabalho (CT) assinada em 1999

CT Sim não Moradia Sim 2,77% 0,13% não 94,70% 2,40% Alimentação Sim 45,76% 0,50% não 51,71% 2,03% Transporte Sim 52,56% 0,57% não 44,91% 1,96% Educação Sim 2,92% 0,03% não 94,55% 2,50% Saúde Sim 27,23% 0,20% não 70,24% 2,33%

(13)

TABELA 8

Distribuição dos trabalhadores participantes do INSS com relação ao recebimento de salários indiretos e à posse de carteira de trabalho (CT) assinada em 2005

CT Sim não Moradia Sim 2,43 % 0,15% não 94,55% 2,87% Alimentação Sim 49,75% 0,74% não 47,23% 2,28% Transporte Sim 52,41% 0,77% não 44,57% 2,25% Educação Sim 3,22% 0,08% não 93,76% 2,94% Saúde Sim 27,93% 0,32% não 69,05% 2,70%

Fonte: PnAD / IBGE, 2005.

As TABs. 9, 10 e 11 mostram o percentual de trabalhadores que recebem salários indiretos de acordo com os diversos grupos de atividade econômica. O setor de comércio de mercadorias é, no geral, o que menos oferece benefícios em alimentação e transporte. Esta observação poder ser justificada devido ao grande número de trabalhadores informais neste setor e que recebem menos salários indiretos. Diante da grande necessidade de deslocamento de trabalhadores, que muitas vezes são contratados por empreiteiras, os benefícios de moradia são bastante ofertados pela indústria de construção se comparados com os demais setores. Assim como verificado por Arbache (2001), os resultados também apontam que a posição do trabalhador dentro cada setor da economia afetas suas chances de receber salários indiretos.

A indústria de transformação é que mais emprega dentre os setores analisados. Contudo, apenas o benefício de saúde é o mais ofertado aos trabalhadores deste setor em comparação aos demais. Este benefício foi também o que teve maior aumento, em termos da proporção de trabalhadores que receberam tal benefício, na maioria dos grupos de atividade. A preocupação com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores é uma preocupação cada vez maior do mercado de trabalho atual.

(14)

TABELA 9

Proporção de trabalhadores que recebem salários indiretos dentro de cada grupo de atividade em 1993 (em %)

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Ind. Transformação 3,90 46,58 51,72 3,62 36,19

Ind. Construção 8,86 39,34 50,43 1,10 12,87

Outras Ativ. Industriais 8,48 55,58 51,02 7,81 31,48

Com. Mercadorias 2,25 26,72 46,16 1,54 15,33

Prestação de Serviços 4,12 36,93 55,30 0,83 12,21

Serv. Aux. Ativ. Econ. 2,50 38,37 54,61 2,84 22,04

Tranporte/Comunicação 2,70 43,65 51,52 2,76 21,91

Social 3,59 32,77 43,01 5,74 22,20

Adm. Pública 0,91 38,25 39,68 2,20 19,63

Fonte: PnAD / IBGE, 1993.

TABELA 10

Proporção de trabalhadores que recebem salários indiretos dentro de cada grupo de atividade em 1999 (em %)

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Ind. Transformação 2,99 50,16 51,27 3,25 37,21

Ind. Construção 5,47 45,98 53,52 0,60 13,63

Outras Ativ. Industriais 7,73 67,44 53,80 6,60 41,94

Com. Mercadorias 1,71 30,91 48,19 1,47 17,19

Prestação de Serviços 3,89 47,17 61,93 1,09 16,11

Serv. Aux. Ativ. Econ. 2,36 47,79 60,51 2,68 25,39

Tranporte/Comunicação 2,12 60,53 55,14 2,02 30,52

Social 2,84 39,23 49,17 5,83 27,89

Adm. Pública 2,88 37,97 46,90 0,32 20,80

Fonte: PnAD / IBGE, 1999.

TABELA 11

Proporção de trabalhadores que recebem salários indiretos dentro de cada grupo de atividade em 2005 (em %)

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Ind. Transformação 2,41 54,81 50,52 3,57 36,91

Ind. Construção 6,11 54,20 57,29 1,57 15,99

Outras Ativ. Industriais 8,21 70,20 59,07 10,39 49,24

Comer. e Reparação 1,80 35,84 46,38 1,63 19,21

Aloj. e Alimentação 1,94 68,49 62,53 1,05 16,69

Transp. Arm. E Comunic. 2,75 63,70 59,32 2,72 35,47

Adm. Pública 2,94 58,58 61,67 2,17 35,38

Edu., Saúde e Serv. Soc. 1,30 41,69 49,43 8,42 26,89

Outros Serv. Coleti. Sociais e

Pessoais 5,78 40,89 47,40 2,25 22,75

(15)

As TABs 12, 13 e 14 mostram a evolução dos salários indiretos conforme o grau de escolaridade do trabalhador contribuinte da previdência social. Os números demonstram, por exemplo, que a respeito do benefício de alimentação oferecido em 1993, 16,53% das pessoas da amostra o recebem e estão no 1º Grau. Por apresentarem a maior concentração de número de trabalhadores, os níveis escolares abaixo do nível superior ainda são responsáveis pela maior distribuição dos salários indiretos. Contudo, conforme o crescimento dos níveis de educação no país6, uma participação crescente dos níveis superiores de escolaridade, dentre a distribuição total de salários indiretos, também é percebida pelas tabelas.

TABELA 12

Distribuição dos salários indiretos por grau de escolaridade em 1993

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 0,05% 0,17% 0,18% 0,01% 0,08%

Elementar (primário) 1,26% 8,75% 11,65% 0,32% 5,06%

1º. Grau (Ensino básico) 1,65% 16,53% 21,48% 0,73% 9,21%

2º. Grau (Ensino médio) 0,63% 10,70% 13,69% 1,19% 7,48%

Superior 0,30% 4,58% 3,62% 0,77% 3,94%

Mestrado ou doutorado 0,02% 0,13% 0,09% 0,04% 0,13%

Fonte: PnAD / IBGE, 1993.

TABELA 13

Distribuição dos salários indiretos por grau de escolaridade em 1999

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 0,03% 0,14% 0,14% 0,00% 0,05%

Elementar (primário) 0,67% 5,98% 6,83% 0,13% 2,88%

1º. Grau (Ensino básico) 1,29% 18,26% 21,65% 0,60% 8,93%

2º. Grau (Ensino médio) 0,61% 16,12% 19,96% 0,92% 10,71%

Superior 0,37% 6,04% 4,73% 0,83% 5,17%

Mestrado ou doutorado 0,01% 0,20% 0,17% 0,04% 0,23%

Fonte: PnAD / IBGE, 1999.

TABELA 14

Distribuição dos salários indiretos por grau de escolaridade em 2005.

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 0,01% 0,15% 0,17% 0,01% 0,08%

Elementar (primário) 0,27% 2,84% 2,94% 0,05% 1,21%

1º. Grau (Ensino básico) 1,14% 15,92% 16,39% 0,48% 6,67%

2º. Grau (Ensino médio) 0,89% 24,13% 27,31% 1,09% 13,90%

Superior 0,33% 7,15% 5,95% 0,91% 5,80%

Mestrado ou doutorado 0,02% 0,29% 0,19% 0,09% 0,35%

Fonte: PnAD / IBGE, 2005.

6 Vários estudos demonstram o crescimento dos níveis educacionais no país. Um exemplo disto pode ser obtido através de MEnEZES-FILHO, n. A. A evolução da educação no Brasil e seu impacto no mercado de trabalho. Instituto Futuro Brasil, março de 2001. Disponível em: <www.ifb.com.br>.

(16)

As TABs. 15, 16 e 17 mostram o percentual de trabalhadores, em cada grupo de escolaridade, que recebe os salários indiretos referenciados em cada ano analisado. Observa-se que 15,06% dos trabalhadores com grau de instrução em nível de mestrado ou doutorado, receberam auxílio educação em 1993. As classes com menor grau de instrução são as que oferecem mais benefícios de moradia em termos proporcionais, fato este que pode ser explicado devido ao grande número destes trabalhadores que são empregados na indústria de construção. O destaque nestas tabelas é observado no benefício de saúde. Quanto maior o grau de instrução do indivíduo, maior é o percentual de trabalhadores que recebem este benefício dentro do respectivo grupo escolar. Indivíduos com nível de mestrado ou doutorado têm cerca de 50% de chances de receber benefícios em saúde.

TABELA 15

Proporção de trabalhadores, em cada grupo escolar, que recebem o respectivo benefício indireto em 1993

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 13,12% 39,98% 43,05% 2,34% 19,22%

Elementar (primário) 5,46% 38,07% 50,66% 1,38% 22,01%

1º. Grau (Ensino básico) 3,94% 39,47% 51,29% 1,75% 22,00%

2º. Grau (Ensino médio) 2,51% 42,57% 54,44% 4,75% 29,76%

Superior 3,23% 49,20% 38,91% 8,25% 42,32%

Mestrado ou doutorado 7,64% 48,68% 34,08% 15,06% 51,59%

Fonte: PnAD / IBGE, 1993.

TABELA 16

Proporção de trabalhadores, em cada grupo escolar, que recebem o respectivo benefício indireto em 1999

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 10,44% 50,03% 48,73% 0,52% 16,79%

Elementar (primário) 5,01% 44,64% 51,01% 1,00% 21,49%

1º. Grau (Ensino básico) 3,17% 44,89% 53,24% 1,48% 21,97%

2º. Grau (Ensino médio) 1,79% 47,45% 58,73% 2,69% 31,52%

Superior 3,27% 53,76% 42,04% 7,38% 45,99%

Mestrado ou doutorado 2,95% 46,25% 38,27% 8,38% 53,50%

Fonte: PnAD / IBGE, 1999.

TABELA 17

Proporção de trabalhadores, em cada grupo escolar, que recebem o respectivo benefício indireto em 2005

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Alfabetização de adultos 3,50% 52,45% 58,97% 3,69% 26,22%

Elementar (primário) 4,29% 45,90% 47,51% 0,74% 19,62%

1º. Grau (Ensino básico) 3,46% 48,38% 49,82% 1,45% 20,27%

2º. Grau (Ensino médio) 1,89% 51,29% 58,06% 2,32% 29,55%

Superior 2,60% 55,62% 46,24% 7,09% 45,12%

Mestrado ou doutorado 2,52% 41,65% 27,39% 12,41% 49,79%

(17)

4.2 Valores estimados pela POF

As PnAD’s não permitem analisar os salários indiretos em relação ao salário de trabalho da pessoa entrevistada. Entretanto, essa informação esta disponível na POF. A Tabela 18 mostra proporção de indivíduos que recebem cada um dos salários indiretos investigados conforme seu nível de renda. Os limites de renda são definidos de acordo com os níveis de contribuição ao InSS para junho de 2002. A análise do benefício de moradia é limitada pela POF uma vez que apenas 17 indivíduos declaram este benefício em toda a base de dados. Estes se encontram concentrados no segundo nível de renda. Verifica-se a partir da POF que 88,45% dos indivíduos que recebem benefícios em saúde recebe até R$ 468,47. Esta informação contradiz os dados apresentados pela PnAD, uma vez que se espera que os trabalhadores com maior grau de escolaridade também tenham maior remuneração. A partir deste momento, consideraremos os dados da POF referentes à Saúde incoerentes, uma vez que as estimativas dadas pela PnAD originam-se de uma base de dados maior. na amostra da POF foram obtidos apenas 70 indivíduos que declararam ter recebido auxílio saúde e, para a última faixa de renda, a amostra exibe apenas um caso com recebimento no valor de R$ 2.000,00. Para os demais benefícios, percebe-se uma concentração maior de benefícios para os indivíduos com menor renda, haja vista que as proporções de indivíduos nas faixas de renda mais baixas também são maiores.

TABELA 18

Distribuição dos trabalhadores contribuintes do INSS, em cada grupo de renda, que receberam salários indiretos em 2002-2003.

Renda (em R$) Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Até 468,47 0,00% 40,54% 62,39% 48,87% 88,45% De 468,48 até 600,00 100,00% 20,66% 18,89% 15,05% 0,36% De 600,01 até 780,78 0,00% 6,89% 4,82% 4,19% 1,24% De 780,79 até 1561,56 0,00% 17,56% 9,84% 16,06% 6,57% 1561,57 + 0,00% 14,35% 4,06% 15,83% 3,37% Total

Fonte: POF / IBGE, 2002-2003.

A TAB 19 apresenta os valores médios individuais de cada salário indireto obtidos em cada faixa de renda. Percebemos através desta tabela uma diminuição do valor do benefício de educação no último nível de renda. Como os dados da POF apresentam o mesmo código para dois benefícios distintos de transporte e educação e optamos por atribuí-lo somente a transporte devido a maior proporção deste dada pela PnAD, os demais itens referentes a benefícios educacionais podem ter sido insuficientes para realizar uma boa estimativa sobre este benefício.

(18)

TABELA 19

Média individual dos valores de cada salário indireto, conforme nível de renda, em 2002-2003.

Renda (em R$) Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Até 468,47 - R$ 61,99 R$ 58,92 R$ 106,78 R$ 34,82

De 468,48 até 600,00 R$ 500,00 R$ 80,89 R$ 75,71 R$ 216,63 R$ 180,00

De 600,01 até 780,78 - R$ 88,82 R$ 84,45 R$ 328,89 R$ 40,00

De 780,79 até 1561,56 - R$ 121,70 R$ 110,83 R$ 410,92 R$ 310,32

1561,57 + - R$ 214,24 R$180,16 R$ 321,86 R$ 2.000,00

Fonte: POF / IBGE, 2002-2003.

A sessão seguinte apresenta as estimativas dos valor não arrecadado pela previdência social baseados nos dados apresentados na TAB. 19. Antes de prosseguirmos cabe ressaltar novamente as dificuldades encontradas para obter estimativas adequadas principalmente para os valores dos benefícios de moradia e saúde.

5 Efeito dos índices na contribuição à previdência

nesta sessão apresentam-se os resultados da estimação do montante não arrecadado pela previdência social em 2002, devido à não inclusão dos salários indiretos na base de contribuição. As estimativas são feitas considerando-se a PnAD 2002 e a POF 2002-2003.

5.1 Forma de Cálculo

As contribuições dos trabalhadores ao InSS podem ser expressas da seguinte forma: (1) Onde , at corresponde à alíquota devida ao InSS incidente sobre o salário-de-contribuição do participante, S é o salário-de-salário-de-contribuição e C é a salário-de-contribuição ao InSS. Em 2002, a alíquota máxima para os empregados era de 11%.

Acrescentando a este salário (1) os benefícios indiretos temos então um novo valor para C:

(2)

onde Bj equivale ao valor de cada um dos tipos de salário indireto que investigaremos (moradia, alimentação, transporte, educação e saúde).

Devemos considerar também as contribuições das empresas por cada um de seus trabalhadores, que ocorrem de forma similar à dos empregados. C passa então a ser igual a:

(19)

Onde , e ae corresponde à alíquota devida ao InSS por parte das empresas, com limite máximo de 20%.

Portanto, o valor não arrecadado pela previdência social devido ao recebimento de salários indiretos por parte dos trabalhadores equivale ao montante contribuído por empregador e empregado menos o valor que efetivamente foi arrecadado, ou seja:

(4) em que Pi representa o valor não arrecadado de cada indivíduo.

A perda total será então dada pelo somatório dos Pi’s ponderados pela estimativa da quantidade total de indivíduos que recebem cada tipo de salário indireto, obtida através da PnAD. 5.2 Resultados

Definindo-se os pesos dados de cada indivíduo entrevistado pela PnAD 2002, conforme a variável de peso dada por esta mesma pesquisa, obtemos uma estimativa do número real de trabalhadores que receberam cada salário indireto naquele ano. A quantidade de trabalhadores que receberam estes benefícios é apresentada na TAB. 20. Verificamos nesta tabela que o número de trabalhadores que receberam benefícios de transporte e alimentação em 2002 são os mais significativos em termos absolutos, como nos outros anos investigados anteriormente.

TABELA 20

Estimativa do número de trabalhadores totais que receberam cada salário indireto em 2002.

Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

538.674 9.757.742 10.777.328 652.300 5.673.646

Fonte: PnAD / IBGE, 2002.

na TAB. 21 apresentamos a proporção de indivíduos em cada um dos níveis de renda definidos anteriormente, onde mais da metade dos trabalhadores investigados são classificados no nível de renda mais baixo e apenas 7,7% recebem acima de R$ 1.561,57, conforme os padrões de distribuição de renda no país.

TABELA 21

Proporção de indivíduos classificados em cada nível de renda em 2002/2003

Até 468,47 De 468,48 até 600,00 De 600,01 até 780,78 De 780,79 até 1561,56 1561,57 +

58% 14,10% 7,40% 12,80% 7,70%

Fonte: POF / IBGE, 2002/2003.

O valor da quantidade média que cada indivíduo deixa de contribuir à previdência em cada tipo de salário indireto é apresentado na TAB. 22. Para o cálculo consideramos as alíquotas

(20)

previdenciárias vigentes no período de junho de 2002 a abril de 2003 conforme a TAB. 1. O teto de contribuição para a previdência neste período correspondeu a R$ 171,77 e, para se calcular a perda média para os trabalhadores que ganhavam acima de R$ 1.561,58, somou-se a este teto o valor correspondente à alíquota de 11% sobre o valor médio do rendimento com cada um dos salários indiretos neste mesmo nível de renda (ver TAB. 16).

TABELA 22

Estimativa da perda de arrecadação previdenciária média individual conforme benefício e nível de renda

Renda (em R$) Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Até 468,47 R$ 0,00 R$ 4,87 R$ 4,56 R$ 8,81 R$ 2,66

De 468,48 até 600,00 R$ 43,25 R$ 7,11 R$ 6,81 R$ 18,96 R$ 15,57 De 600,01 até 780,78 R$ 0,00 R$ 7,80 R$ 8,03 R$ 29,19 R$ 3,60 De 780,79 até 1561,56 R$ 0,00 R$ 14,18 R$ 12,66 R$ 41,58 R$ 34,14

1561,57 + R$ 0,00 R$ 23,57 R$ 19,82 R$ 35,40 R$ 220,00

Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos na POF 2002/2003 e na PnAD 2002.

Por fim, após realizar o produto entre o valor médio esperado obtido na TAB. 22, a proporção de indivíduos em cada faixa de renda e o valor estimado do número de trabalhadores que recebem cada salário indireto, obtemos o total mensal não arrecadado em cada tipo de salário indireto conforme a TAB.a 23. Este total também é dado após a estimativa do valor não contribuído pelos empregadores diante de uma alíquota de 20%, seguindo os mesmos passos realizados para obter as estimativas dos empregados.

O valor total mensal não arrecadado é obtido somando-se todos os benefícios. Esta soma é igual a R$962.516.583,81. Multiplicando-se este valor por doze meses e meio, considerando que apenas a segunda parcela do décimo terceiro salário do trabalhador é taxada pelo InSS, temos R$ 12.031.457.297,65, que corresponde ao valor total estimado não arrecadado pela previdência social no ano de 2002.

TABELA 23

Estimativa da perda de arrecadação média mensal do INSS em 2002 por tipo de benefício e nível de renda – em R$

Renda (em R$) Moradia Alimentação Transporte Educação Saúde

Até 468,47 0,00 97.721.938,91 102.180.773,62 11.412.482,94 31.683.000,94 De 468,48 a 600,00 10.880.272,12 32.040.462,11 33.362.737,35 5.728.453,72 41.255.179,32 De 600,01 a 780,78 R$ 0,00 18.455.461,46 19.875.132,29 4.583.960,23 4.870.257,73 De 780,79 a 1561,56 R$ 0,00 48.107.260,52 48.043.914,24 10.333.926,55 69.862.789,52 1561,57 + R$ 0,00 49.900.202,68 46.347.028,26 5.011.489,27 270.859.860,04 Total 10.880.272,12 246.225.325,68 249.809.585,75 37.070.312,72 418.531.087,54

(21)

neste ponto já vimos que os benefícios de moradia e saúde não são bons estimadores dos reais valores para os mesmos. Considerando apenas alimentação, transporte e educação, somando seus valores e multiplicando-os por doze meses e meio, obtemos o valor de R$ 6.663.815.301,84. Esta quantia equivale a 9,56% do total de receitas do InSS em 2002 ou a 30,99% do déficit previdenciário no mesmo ano7.

O valor obtido é significativo para a perda de arrecadação previdenciária devida aos benefícios de alimentação, transporte e educação. Mas o impacto do conjunto de todos os salários indiretos deve ser ainda maior nas contas da previdência pública. As estimativas realizadas por Arbache (2001) verificaram que as perdas devidas dos benefícios de transporte, alimentação e saúde corresponderam a 7,15% do total não arrecadado no ano de 1991. Diante do aumento da distribuição destes benefícios verificada no anteriormente e também do aumento das contribuições à previdência, podemos perceber que o impacto dos salários indiretos sobre as contas da previdência pública vêm crescendo tanto em termos absolutos quanto relativos.

Além disto, o bem-estar do trabalhador tende a ser uma preocupação cada vez maior das modernas relações de trabalho. Benefícios que tenham esta finalidade podem se tornar cada vez mais expressivos, como já vem acontecendo com os benefícios de saúde. neste trabalho não investigamos a participação dos benefícios de aposentadoria complementar, mas sabemos que o mercado de previdência complementar fechada brasileiro cresceu muito nos últimos anos. Desta forma, o impacto sobre as contas do InSS, em função da não inclusão deste tipo de benefício e dos demais benefícios relacionados ao bem-estar do empregado dentro do salário-de-contribuição do trabalhador, deve ser ainda maior.

6 Conclusão

O presente trabalho investigou o comportamento dos salários indiretos durante o período de 1993 a 2005. Pudemos observar que os benefícios de alimentação, transporte e saúde vêm crescendo neste período e são os mais populares entre os trabalhadores. Os benefícios de moradia e educação mantiveram-se estáveis, mas espera-se um aumento para o benefício de educação diante do aumento da escolaridade dos trabalhadores. Outro ponto que merece destaque é a participação cada vez maior da população feminina dentro da distribuição dos salários indiretos, acompanhando a evolução das taxas de atividade das mulheres.

7 Em 2002, as despesas do InSS alcançaram R$ 91,2 bilhões e as receitas corresponderam a R$ 69,7 bilhões, resultando em um déficit previdenciário do InSS de R$ 21,5 bilhões. Fonte: IBGE, 2000/2002.

(22)

Devido à escassez dos dados, os valores dos benefícios de moradia e saúde não puderem ser corretamente estimados. Os resultados obtidos para os demais benefícios investigados demonstraram o quão significante seriam os salários indiretos caso estes fizessem parte do salário-de-contribuição dos trabalhadores. Em termos financeiros, uma grande parte do déficit previdenciário poderia ser superada ao se mudar a legislação tributária a fim de que o InSS pudesse arrecadar também um percentual sobre cada salário indireto pago aos trabalhadores.

neste trabalho foi verificada a relevância dos salários indiretos típicos dos trabalhadores de baixa renda, como os benefícios em transporte e alimentação, e a baixa participação dos trabalhadores de baixa renda nos benefícios mais sofisticados como o auxílio educação. Podemos também afirmar que grande parte dos trabalhadores que recebem benefícios em aposentadoria complementar recebe uma renda superior ao teto de contribuição ao InSS, ou seja, este pode ser considerado um salário indireto sofisticado não voltado a classes sociais inferiores. Considerando estes fatores, podemos sugerir a mesma proposta realizada por Arbache (2001) para taxar estes salários indiretos sem prejudicar as classes sociais menos favorecidas:

(...) eventuais mudanças da legislação poderiam priorizar a incorporação dos salários indiretos na base de cálculo de arrecadação das empresas, excluindo dela apenas o vale-transporte e o auxílio-alimentação. Dessa forma, atingir-se-ia as empresas que mais se utilizam desse tipo de remuneração, e, por caminho indireto, os trabalhadores de rendas mais elevadas que estão entre os que individualmente mais recebem salários indiretos.

Se as expectativas de Rosenbloom (2005) para os Estados Unidos se confirmarem, podemos esperar que os salários indiretos vão diminuir nos próximos anos no Brasil, tão logo quanto a população idosa cresça e a entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho diminua. Desta forma, os custos de benefícios de saúde e aposentadoria serão cada vez maiores e as empresas não terão condições de arcar com estes custos por si própria.

7 Referências Bibliográficas

ARBACHE, J. S. Uma Introdução aos Salários Indiretos no Brasil. In: Encontro nacional de Estudos do Trabalho. São Paulo, 28 e 29 de setembro de 1995. Anais. p. 1297-1322.

ARBACHE, J. S.; FERREIRA, D. M. Salários Indiretos E Previdência Social No Brasil. Estudos Empresariais, Brasília, v. 6, n. 1, p. 37-44, 2001.

ALVES, E.L.; SOARES, F.V.; AMORIM, B.M.; CUnHA, G.H. Modernização Produtiva e Relações de Trabalho: Perspectivas de Políticas Públicas, Brasília, 1997.

BRASIL, Decreto lei nº 7.418, de 16 de Dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras providências.

(23)

BRASIL, Decreto lei nº 8.212 de 24 de Julho de 1991. Lei Orgânica da Seguridade Social.

CHEn, YUnG-PInG. The Growth of Fringe Benefits Implications for Social Security, Monthly Labor Review, 1981.

DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A Previdência Social Brasileira Tem Déficit?, Outubro 2007.

GIAMBIAGI F., MEnDOnÇA J.L., BELTRÃO K., ARDEO V. Diagnóstico Da Previdência Social No Brasil: o que falta feito e o que falta reformar. IPEA, TD n. 1050, Rio de Janeiro, 2004.

GIAMBIAGI, F., ESTERMÍnIO, I. Reforma Previdenciário no Brasil: elevado investimento de capital político, escassos resultados e desafios não resolvidos, Revista de Economia, Vol. 32, nº. 1, 2006.

IBGE - Sistema de Contas Nacionais - Brasil - 2000/2002. Disponível em:<http://www1.ibge.gov.br/home/ presidencia/noticias/09122003contasnacio- naishtml.shtm> Acesso em 16 de novembro de 2007.

KORCZYK, S. M. Retirement Security and Tax Policy, EBRI - Employee Benefit Research Institute, 1984. nÉRI, M. (2003). Cobertura Previdenciária: Diagnóstico e Propostas. Coleção Previdência Social, v. 18, Ministério da Previdência Social, 2003.

MARQUES, R. M.; BATICH, M.; MEnDES, Á. Previdência Social Brasileira: Um Balanço da Reforma. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 17, n. 1, p. 111-121, jan./mar. 2003.

OLIMPIA, V. & ROLIM, L. Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise. p. 25-31, 2000.

PAIVA, L.H. REVENDO O CRESCIMENTO DA INFORMALIDADE E DE SUA DIMENSÃO PREVIDENCIÁRIA À LUZ DOS DADOS DA PNAD, Boletim Mercado de Trabalho nº. 23, maio 2004. Brasília: IPEA, 2004.

PIZOLOTTO, M. F. Gestão de Recursos Humanos Voltada à Qualidade de Vida no Trabalho: Benefícios Sociais, UnIJUI / RS, 2000.

RAMOS, C.A. Programas Sociais: Trajetória Temporal do Acesso e Impacto Distributivo. Brasília, 2000. ROSEnBLOOM, J.S. The Future of Employee Benefits, Journal of Financial Service Professionals, 2005. SMITH, W. R & WATTS, M. M. Fringe benefits and lower payroll taxes, Management Accounting, 1996 TURnER, R.W. Are taxes responsible for the growth in fringe benefits?, national Tax Journal, 1987 VARSAnO, R. Financiamento do Regime Geral de Previdência Social no Contexto do Processo de Reforma Tributária em Curso, Rio de Janeiro, 2003.

(24)

Referências

Documentos relacionados

A teoria das filas de espera agrega o c,onjunto de modelos nntc;máti- cos estocásticos construídos para o estudo dos fenómenos de espera que surgem correntemente na

Energy Distribuidora e Transportadora de Derivados de Petróleo Ltda. São Paulo

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

A proporçáo de indivíduos que declaram considerar a hipótese de vir a trabalhar no estrangeiro no futuro é maior entle os jovens e jovens adultos do que

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Além do teste de força isométrica que foi realiza- do a cada duas semanas, foram realizados testes de salto vertical (squat jump e countermovement jump), verificação da

confecção do projeto geométrico das vias confecção de projeto de drenagem, dimensionamento e detalhamento de 20 lagos de retenção, projeto de pavimentação e

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for