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Papa Bem: investir na literacia em saúde para a prevenção da obesidade infantil

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Academic year: 2021

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w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigo

original

«Papa

Bem»:

investir

na

literacia

em

saúde

para

a

prevenc¸ão

da

obesidade

infantil

Ana

Rita

Goes

a,∗

,

Gisele

Câmara

b

,

Isabel

Loureiro

c

,

Graciete

Braganc¸a

d

,

Luís

Saboga

Nunes

c

e

Mafalda

Bourbon

e

aFaculdadedePsicologia,UniversidadedeLisboa,Lisboa,Portugal

bRENASCERES,EscolaNacionaldeSaúdePública/UniversidadeNovadeLisboa,Lisboa,Portugal

cDepartamentodeEstratégiasemSaúde,CentrodeInvestigac¸ãoemSaúdePública,EscolaNacionaldeSaúdePública/Universidade

NovadeLisboa.Lisboa,Portugal

dHospitalProf.DoutorFernandoFonseca,EPE

eDepartamentodePromoc¸ãodaSaúdeePrevenc¸ãodeDoenc¸asnãoTransmissíveis/InstitutoNacionaldeSaúdeDoutorRicardoJorge

informação

sobre

o

artigo

Historialdoartigo: Recebidoa15dejaneirode2014 Aceitea7dejaneirode2015 On-linea21demarçode2015 Palavras-chave: Obesidadeinfantil Prevenc¸ão Literaciaemsaúde Estilodevida Parentalidade

r

e

s

u

m

o

Introduc¸ão:Oprojeto«PapaBem»temcomofinalidadepromoveraliteraciaemsaúde,através dacriac¸ãoedisseminac¸ãodemateriaisescritoseaudiovisuaisacercadaobesidadeinfantil eformasdeprevenc¸ão,desdeaconcec¸ãoatéaos5anosdeidade.

Materiaisemétodos:Aelaborac¸ãodoplanoeditoriale aproduc¸ãodos materiaistiveram porbaseumestudoexploratório,quecontoucomumarevisãoda literaturaecomum diagnósticoecológicoeeducacionalnumaárea-piloto.

Aolongodetodooprocessodeproduc¸ãodosmateriaisforamconsultadosperitosnas diversasáreastemáticas.Alegibilidadedosmateriaisproduzidosfoitestada.

Resultados:Atravésdoestudoexploratórioidentificámososfatorespredisponentes, facilita-doresedereforc¸oinerentesacomportamentosrelacionadoscomaobesidadeinfantil,que nortearamaproduc¸ãodosmateriais.Osmateriaisproduzidos,baseadosnamaisrecente evidênciacientífica,demonstraramseracessíveisparapessoascombaixosníveisde esco-laridade.

Conclusão:A metodologia participativa utilizada no projeto permitiu-nos compilar informac¸ãorelevantequantoaosprincipaispontoscríticosparaacompreensãoeprevenc¸ão daobesidadeinfantil.

Aelaborac¸ãodasmensagens,comlinguagemsimpleseorganizac¸ãológica,adequadasà populac¸ão,poderáserfacilitadoradamudanc¸acomportamental,particularmentesetivero apoiodemediadoresqueasadaptemacadacontexto,reforc¸andoaabordagem socioecoló-gicanaprevenc¸ãodaobesidadeinfantil.

©2015TheAuthors.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.U.emnomedaEscolaNacional deSaúdePública.EsteéumartigoOpenAccesssobalicençadeCCBY-NC-SA

(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/).

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:anarita.goes@psicologia.ulisboa.pt(A.R.Goes).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2015.01.002

0870-9025/©2015TheAuthors.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.U.emnomedaEscolaNacionaldeSaúdePública.EsteéumartigoOpen AccesssobalicençadeCCBY-NC-SA(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/).

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«Papa

Bem»:

Investing

in

health

literacy

for

childhood

obesity

prevention

Keywords: Childhoodobesity Prevention Healthliteracy Lifestyle Parenting

a

b

s

t

r

a

c

t

Introduction: «PapaBem»project(«EatWell»)aimstopromotehealthliteracythroughthe productionanddisseminationofwrittenandaudiovisualmaterialsconcerningchildhood obesityprevention.Thefocusistheperiodthatgoesfrompregnancyto5yearsofage. Methodology:Theeditorialplanandmaterialsproductionwasbasedonanexploratorystudy, whichincludedaliteraturereviewandanecologicalandeducationaldiagnosisconducted inapilotarea.

Duringtheprocessofproductionofthematerials severalexperts wereconsulted. The readabilityofthematerialswastested.

Results: Intheexploratorystudy,predisposing,enablingandreinforcementfactorsrelated tothebehaviorsassociatedwithchildobesitywereidentifiedtoguidethematerials produc-tion.Basedinthemostrecentscientificevidence,thesematerialsprovedtobeaccessible topeoplewithlowereducationlevels.

Conclusion: Throughtheparticipatorymethodology,itwaspossibletogetrelevant infor-mationaboutthemaincriticalissuesinunderstandingandmanagingtheproblemofchild obesity.

The development of simple and logically organized messages may facilitate behavior change,especiallywiththesupportofmediatorswhoadaptthemtoeachcontext,ensuring thecontinuityofthesocio-ecologicalapproachrequiredforcontrollingchildobesity.

©2015TheAuthors.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.U.onbehalfofEscolaNacional deSaúdePública.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-SAlicense

(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/).

Introduc¸ão

Aobesidadeéconsiderada comoumdosmaissérios desa-fiosdesaúdepúblicanoiníciodoséculoXXI.Éumproblema mundial,queafetaprincipalmenteospaísesdemédioealto rendimento1.Asuaprevalênciaentrecrianc¸aseadultostem

vindoa aumentarsubstancialmente2, sendo aspopulac¸ões

combaixosníveissocioeconómicosedeescolaridadeasque estãoemmaiorrisco3.Apesardosesforc¸osrealizadosnos

últi-mosanos,asmedidas deprevenc¸ão etratamentonãotêm demonstradosucessono controlodeste problemade saúde pública2.

O excesso de peso e a obesidade estão associados ao desenvolvimento de condic¸ões adversas à saúde, como a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, hipertrigliceride-miaeresistênciaàinsulina.Osriscosdedoenc¸acoronária, acidentevascularcerebralisquémicoediabetestipoII aumen-tamcomoincrementodoíndicedemassacorporal(IMC).Um IMCelevadopareceinfluenciartambémoriscodealgunstipos decancro,comoocancrodamama,cólon-retal,do endomé-trio,dosrins,doesófagoedopâncreas4.

Emcrianc¸as,oexcessodepesoeaobesidadeestão asso-ciadosaumareduc¸ãonaqualidadedevidaemaiorriscode bullyingeisolamentosocial,comimpactonegativonasaúde mental1.

Em2011,maisde40milhõesdecrianc¸asemtodoomundo játinhamexcessodepesoantesdos5anosdeidade5.

Relati-vamenteaPortugal,dadosdeumestudorealizadoem2001 revelavam uma prevalência de 23,1% de excesso de peso (incluindoobesidade)e6,2%deobesidadeemcrianc¸asde4 anosdeidade6.

Dados mais recentes demonstram um panorama ainda maispreocupante.Em2010,o estudoChildhoodObesity Sur-veillance Initiative encontrou uma prevalência de 30,2% de excessodepeso(incluindoobesidade)e14,3%deobesidade emcrianc¸asde6-8anos7.oEstudodoPadrãoAlimentar

edeCrescimentoInfantil(EPACI)revelaumaprevalênciade cercade38%deexcessodepeso(incluindoobesidade)ede 6,5%deobesidadeemcrianc¸asdos12-36mesesdevida8.

Sendoaobesidadeumadoenc¸acrónica,comumimpacto tãonegativonasaúdedeadultosecrianc¸asecadavezmais prevalenteportodoomundo,asuaprevenc¸ãoprecoceé estra-tégicaeosperíodosdagravidezedosprimeirosanosdevida têmsidoapontadoscomooportunidadesimportantesneste sentido9,10.

Defacto,algunsfatoresderiscoparaaobesidadeinfantil surgem desde muito cedo. A vida intrauterina e os pri-meiros anos de vidasão consideradosperíodos críticosna programac¸ão da regulac¸ão do balanc¸o energético a longo prazo10. Além disso, os hábitos epreferências alimentares

comec¸amaserestabelecidosduranteesteperíodo11.

Aobesidade noinícioda gravidez,o aumentoexcessivo de peso da mãe2 e o consumo de tabaco10 são exemplos

de fatoresde riscopara aobesidadeinfantilno períododa gravidez.Logo apóso nascimento,aalimentac¸ãocomleite defórmula,adiversificac¸ãoalimentarantesdos4mesesde vida eum crescimento acelerado no primeiroano de vida sãooutrosexemplos2.Maistarde,obaixoconsumode

fru-tasehortícolas,ohábitodecomerforadecasa,asgrandes porc¸õesdealimentos,oconsumoexcessivode alimentose bebidas de altadensidade energética, o hábito de petiscar, osbaixosníveisdeatividadefísica,oexcessodeatividades sedentárias,comovertelevisãoedormirmenoshorasdoque

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orecomendado,sãotambémfatoresquecontribuemparao excessodepeso2.

As recomendac¸ões mais recentes apontam claramente paraanecessidadede abordagensprecocesemais ecológi-caseholistasnocombateàobesidadeinfantil,focando-sena famíliaenacomunidadeemqueestaseintegra9,10,12.

Entreasestratégiasdepromoc¸ãoda saúde,a importân-ciadaliteraciaedaliteraciaemsaúdetemsidolargamente documentada13.Nocontextodaobesidade,abaixaliteracia

enumeraciaestãoassociadasapioresconhecimentossobre aleitamentomaterno, a maiores dificuldadespara compre-enderrótuloseporc¸õeseaumIMC maiselevado14.Vários

estudostêm demonstradoque umaproporc¸ão elevadados pais tem umnívelde literacia em saúdeque compromete asua capacidade pararealizar tarefas preventivasbásicas, comoseguirasrecomendac¸õesdeumabrochuraouusaruma tabeladepercentis15.Adicionalmente,algunsestudos

inter-nacionaistêmapontadoquemuitadainformac¸ãosobresaúde infantilqueédisponibilizadaaospaisnãoseadequaaosseus níveisdeliteracia16,17. Destaforma,melhorarosresultados

dasintervenc¸õespreventivasimplicatambémqueestassejam sensíveis e adequadasao nível de literacia da populac¸ão--alvo. As recomendac¸ões mais recentes para a prevenc¸ão da obesidade infantil incluem a produc¸ão e disseminac¸ão alargadademensagenssimples14, querespeitemos

princí-piosdeproduc¸ãoefornecimentodeinformac¸ãoemsaúdea populac¸õescombaixosníveisdeliteracia18–20.

Oníveldeliteraciaemsaúdedapopulac¸ãoportuguesaé desconhecido21.Noentanto,estandoaliteraciaemsaúde

inti-mamenterelacionadacomosníveisdeliteraciaemgeral,cabe aquireferirqueosestudosemPortugalsobreotema,apesarde escassos,manifestamdeformasemelhanteosbaixosníveis deliteraciadapopulac¸ão22–24.

Opresente artigodescreveos procedimentosno projeto «Papa Bem», um projeto de produc¸ão e disseminac¸ão de informac¸ãosobreaobesidadeinfantil,veiculadapela Inter-netedestinadaaopúblicoemgeral,desenvolvidonoâmbito doProgramaHarvardMedicalSchool–Portugal.

Oprojeto«PapaBem»pretendeconstituirumcontributo paraaprevenc¸ãodaobesidadeinfantil,tendocomofinalidade melhoraraliteraciaemsaúdedefuturospais,paiseoutros cuidadoresde crianc¸asatéaos5anosde idade,através da disseminac¸ãodemensagensbaseadasnaevidênciacientífica eveiculadaspormateriaisescritoseaudiovisuaisacercada obesidadeinfantilecrescimentosaudável.

Materiais

e

métodos

Oquadrodereferênciateóricaqueorientouoprojeto«Papa Bem»écompostopor3referênciascomplementares:omodelo contextualdeDavisoneBirch12,aabordagemHealth,Exercise,

NutritionfortheReallyYoung(HENRY)decombateàobesidade infantildeHunteRudolf9,adotadapeloServic¸oNacionalde

SaúdedoReinoUnido,eorelatórioEarlyChildhoodObesity Pre-ventionPolicies,doInstituteofMedicine10.

Estas recomendac¸ões vão além das orientac¸ões mais habituais em torno da alimentac¸ão e da atividade física, valorizandoopapeldospaisedoambientefamiliar paraa formac¸ãodebonshábitosdealimentac¸ão,deatividadefísica

edesonoeparaumcrescimentosaudável,incluindo dimen-sões maisalargadas, como o estilo de vida, aorganizac¸ão familiareaparentalidade.Poroutrolado,éenfatizadaa impor-tância de abordagens de intervenc¸ãocentradas nafamília, apoiandoas mudanc¸asdeestilode vidade acordocomas suasnecessidadeseinvestindonoreconhecimentodo pro-blema e motivac¸ão para a mudanc¸a25,26. Diversos estudos

evidenciam a associac¸ão entre fatores parentais e alguns comportamentos dosfilhos12,27,28. As práticas parentais de

ofertadealimentos,comoarestric¸ãoeapressãoparacomer, tambémtêmmerecidodestaquenestaáreadeestudo12,29,30.

Algunstrabalhosdiscutemaindaaassociac¸ãoentreoestilo parental eos comportamentos alimentares das crianc¸as e a obesidade infantil31, havendo autores que recomendam

a promoc¸ão de um estilo parental «autoritativo», ou seja, firme,queestabelecelimites(porexemplo,sãoosadultosque definemosalimentosquesãooferecidosàcrianc¸a),porém, caloroso e responsivo aos sinais da crianc¸a (por exemplo, respeitopelossinaisdefomeesaciedade)31–33.Asrefeic¸ões

em família tambémaparecem associadas a comportamen-tos alimentares e peso mais adequados em estudos com crianc¸aseadolescentes34–37.Estasassociac¸õespodem

eviden-ciaraimportânciadeaspetosrelacionadoscomadinâmica familiar31.

No sentido de conjugar a melhor evidência científica disponível com as necessidades específicas do público--alvo seguimos os passos do modelo de planeamento PRECEDE-PROCEED38eaestratégiadeinvestigac¸ão-ac¸ãoaele subjacente.

Segundo este modelo de planeamento, comec¸a-se por identificar a questão ou problema de saúde e os fato-resgenéticos,comportamentaiseambientaiseventualmente implicados na situac¸ão. Quando é necessário alterar com-portamentos há que identificar os fatores predisponentes dos comportamentos em causa, bem como os fatores de facilitac¸ão ede reforc¸onecessários paraapoiar amudanc¸a destescomportamentosdeformasustentada39.

Desenvolvemosumprojeto-pilotonumaáreadodistritode Lisboa,escolhidaporconveniênciadevidoàsuadiversidade socioeconómicaeculturaleaointeressemanifestadopelos profissionaisdesaúdedoscuidadosdesaúdeprimáriosedo hospitaldereferênciaemcolaborarnoprojeto.

Este projeto-piloto foi organizado em 4 fases inter-dependentes, que passaremos a descrever: estudo explo-ratório, produc¸ão dos materiais, avaliac¸ão dos materiais, implementac¸ão(fig.1).

Estudoexploratório

SeguindoomodelodeplaneamentoPRECEDE-PROCEED,após a identificac¸ão da obesidade como um problemade saúde públicaeasuacaracterizac¸ãoemPortugal,partimosparaa análisedasvariáveismodificáveisparaasuaprevenc¸ão atu-andosobreoscomportamentosdeterminantes,abordandoos seusfatorespredisponentes,bemcomoosfatores facilitado-resedereforc¸oparaumamudanc¸asustentadadosmesmos.

Apósarevisãodaliteraturaavanc¸ámosparaum diagnós-ticoecológicoeeducacionalda área-piloto,queenvolveua recolha de dados juntoda populac¸ão-alvo ede algunsdos

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Estudo exploratório Revisão de literatura e consulta de materiais Diagnóstico ecológico e educacional Plano editorial

Gravidez até aos 5 anos de idade da criança perceção do risco, deteção precoce, crescimento saudável

Gravidez saudável * Alimentação * Atividade física Sedentarismo * Sono * Família * Comunidade

Produção de materiais

Plain language

Textos * Vídeos * Áudios * Folhetos * Quizzes Desenvolvimento

de conteúdos Seleção de

mensagens especialistasRevisão por

Implementação

Lista de princípios Suitability assessment of materials

Avaliação de materiais

Campanha Formação Disponibilização

Figura1–Fluxogramadoprojeto.

seusprincipaismediadores,nomeadamente,osprofissionais desaúde.

Aetapaderecolhadedadosassentouemdiferentes meto-dologiasefontesdeinformac¸ão.

• Grupo Focalcom profissionais desaúdedoscuidadosde saúdeprimáriosdaárea-piloto(umGrupoFocalcom9 pro-fissionaisdesaúde,incluindo4enfermeirose5médicosde família).

• Questionáriosdirigidosaospaisdecrianc¸asdos6mesesaos 5anosdeidadepresentesnasconsultasdesaúdeinfantil doscentrosdesaúde(n=11)enaconsultadepediatriado hospital(n=76)daárea-piloto(tabela1).

• Entrevistassemiestruturadasapaisdecrianc¸asdos6meses aos5anosdeidadepresentesnaconsultadepediatriado hospitaldaáreapiloto(8mães,5denacionalidade portu-guesae4estrangeiras).

Produc¸ãodosmateriais

Aelaborac¸ãodoplano editorialeaproduc¸ãodosmateriais seguiramumprocessosistemáticodeselec¸ãodemensagens, desenvolvimento de conteúdos, revisão e avaliac¸ão. Num primeiromomentoforamconsideradososfatores predispo-nentes,facilitadoresedereforc¸oidentificadosnarevisãoda literaturaenodiagnósticodaárea-pilotorealizadosnoâmbito doestudoexploratório,dandoorigemaumplanoeditorial.

Osmateriaisforamproduzidoserevistospelaequipa mul-tidisciplinardoprojeto,incluindomédicosdesaúdepública, pediatras, nutricionistas, especialistas em atividade física, psicólogos, entre outros. Esta produc¸ão e revisão conside-rouoconteúdo,mastambémteveemcontaosbaixosníveis

deliteraciadapopulac¸ãoportuguesaeasdiretrizesdo pro-grama,queindicavamaproduc¸ãodemateriaisescritospara umpúblicocomo10.◦anodeescolaridadeeversões simpli-ficadasdosmesmosparaumpúblicodemaisbaixaliteracia (5.◦anodeescolaridade),comrecursoaosmeiosaudiovisuais. Assim,foramconsideradasasrecomendac¸õesparaproduc¸ão demateriaisquetêmporbaseametodologiaPlainLanguage e se focam em 4 componentes principais: a adequac¸ão à populac¸ão-alvo,alinguagemeoestilo,aorganizac¸ão,olayout eodesign40,41.

Aequipadoprojetocontoucomaconsultoriade especialis-tasinternacionaisemobesidadeinfantileliteraciaemsaúde. Adicionalmente,aolongodetodooprocessodeproduc¸ãodos materiaisforamconsultadososprofissionaisdesaúdedaárea doestudo-piloto,queraoníveldoscuidadosdesaúde primá-riosqueraoníveldaconsultahospitalardaespecialidadede obesidadeinfantil.Estesprofissionaiscontribuíramparaa tri-agemdasmensagens,suarevisãoeavaliac¸ão,atéchegarao produtofinal.

Por forma a motivar e capacitar a equipa do projeto e outrosprofissionaisenvolvidos,organizaram-se2workshops: um sobre a produc¸ão de materiais de educac¸ão para a saúde para a populac¸ão, orientado por uma perita em literacia em saúde da Universidade de Harvard, e outro sobre o modelo de intervenc¸ão HENRY para o controlo da obesidade infantil, orientado pela pediatra correspon-sável pela criac¸ão e disseminac¸ão deste modelo no Reino Unido9,31.

Avaliac¸ãodosmateriais

Comoobjetivodevalidaraadequac¸ãocultural,aclareza,a acessibilidadeeacompreensãodasmensagenspresentesnos materiaisproduzidospassou-seàetapadeavaliac¸ãodaqual fizeramparteasseguintescomponentes.

• Revisãodosmateriaisdeacordocomumalistadeprincípios deboacomunicac¸ão(porexemplo,utilizac¸ãodavozativa, frasescurtas,recursomínimoatermostécnicos...). • Aplicac¸ãodeumaadaptac¸ãoparaalínguaportuguesado

testeSuitabilityAssessmentofMaterials18aumaamostra

ale-atóriade40%dosmateriaisescritos.Estaavaliac¸ãofoifeita pelosprofissionaisdesaúdedaárea-pilotoqueparticiparam nosworkshopsorganizadospeloprojeto.

Implementac¸ão

Afasedeimplementac¸ãoenvolveuodesenhodediferentes estratégiasdedisponibilizac¸ãoedisseminac¸ãodosmateriais produzidosedeenvolvimentodosmediadorespara facilita-remoacessoàinformac¸ãopelopúblico-alvo.

- Organizac¸ãodeworkshopsdesensibilizac¸ãoecapacitac¸ão dosprofissionaisdesaúdeedeeducac¸ão.

- Divulgac¸ãodoprojetoedisponibilizac¸ãodemateriais atra-vésdediferentesveículosecontextos.

- Estabelecimentodecontactosparaautilizac¸ãodos materi-aisemdiferentescontextoscomunitários.

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Tabela1–Caracterizac¸ãosociodemográficadaamostradepaisqueresponderamaoquestionárionoestudoexploratório

(n=87)

Sexo % Nacionalidade % Idade Anos Escolaridade Anos Feminino 93,1 Portuguesa 70,6 Média 32,03 Média 10,89 Masculino 6,9 Estrangeira 29,4 DP 5,497 DP 3,574

Resultados

Estudoexploratório

Seguindo os passos do modelo de planeamento PRECEDE--PROCEED,através da revisãodaliteraturaedodiagnóstico ecológicoeeducacionaldaárea-piloto,identificámosos fato-respredisponentes(tabela2

),facilitadores(tabela3)edereforc¸o(tabela4) relaciona-doscomoscomportamentosqueinterferemcomaobesidade infantil.

Podemosdestacardeentreestesresultadosqueospaisse preocupam,sobretudo,queacrianc¸acomapouco(47,1%dos 87paisquepreencheramquestionário),sendomuitomenosos queatribuemimportânciaaofactodacrianc¸acomerdemais (21,8%).Deacordocomumfocusgroup,algunsprofissionais desaúdeatribuemoexcessodepesonascrianc¸asaosmaus hábitosdospais.Noquerespeitaaosonoverifica-se quea maioriadospaisnãolheatribuiadevidaimportância(70,9% dospais não sepreocupa outem preocupac¸ões inadequa-dasacercadonúmerode horasdesonoqueos seusfilhos devemdormir).Osprofissionais de saúdeapontamhábitos familiaressedentários(emfocusgroupafirmou-seque«Muitas vezesencontramosospaiscomascrianc¸asnoshopping[...] enaszonasurbanasospaisnãosaem dosapartamentos») e confirma-se a forte presenc¸a da televisão no quotidiano dascrianc¸as(ementrevistaaospais:«Atelevisãodoquarto deleestásempreligada,maselesóolhadevezemquando»), mesmoduranteasrefeic¸ões(39,1%dospais«concordam»ou «concordam um pouco»que a televisão ajudaa crianc¸a a comermelhor).

Através dos questionários e das entrevistas levadas a cabocom os paisverificou-se haverinteresse poraceder à informac¸ãoesclarecedorasobreamelhorformadeapoiaro crescimentodosseusfilhos.

Osprofissionaisdesaúdesugeriramqueaabordagemdas temáticasemcausajuntodospaisdeveriaocorrernas con-sultasdesaúdematerna,considerandoque«asaladeespera tambémajudacomoambientedeinformac¸ão».

Éreconhecidapelosprofissionaisdesaúdeanecessidade de envolver todos os protagonistas e locais onde os pais vivemetrabalham–«escola,família,media,câmara,locaisde trabalho»–paraapoiarospaisnoprocessoeducativodosseus filhos.

Produc¸ãodemateriais

Comaanálisedosresultadosdoestudoexploratórioforam tomadasopc¸õesestratégicasparaaproduc¸ãodosmateriais tendoemcontaocontextoeascaracterísticasda populac¸ão--alvo.

Assim, elaborámos um plano editorial orientadopara a percec¸ão do risco, detec¸ão precoce e prevenc¸ão da obesi-dadeinfantilecrescimentosaudáveldesdeagravidezatéaos 5 anos de idade da crianc¸a, com foconas seguintes áreas temáticas: gravidez saudável, alimentac¸ão, atividade física, sedentarismo,sono,interac¸ãoeducador/crianc¸aedinâmicas intrafamiliaresedacomunidade(nomeadamente,crechese jardinsdeinfância).

Considerando asorientac¸ões para a produc¸ão de mate-riais para a populac¸ão em geral, no desenvolvimento das mensagensutilizámosumalinguagemcoloquial,comfrases pequenasesimples,algunsexemplosilustrativosdas mensa-gens,vozativa,amigáveleenvolventeeomodelodeperguntas erespostas.

Paralidarmoscomníveisdeliteracia,necessidadese con-textos de interac¸ãodiferentes,decorrentes da realidadede cada indivíduo e família, bem como da sua sensibilidade àspropostasparamudanc¸ascomportamentais, desenvolve-mos diversos tipos de materiais para cada área temática: textos,folhetos,vídeos,áudiosetestesdoconhecimento (quiz-zes). Assim, os vídeos pretendem, principalmente, atender àsnecessidadesda populac¸ãodemaisbaixaescolaridadee permitem umainterac¸ãoemsalas deespera,porexemplo. Ostestesdoconhecimento(quizzes)aparecemcomo instru-mentos dereforc¸oàaprendizagem,podendoconsiderar-se, também, adequadosaqualquerníveldeescolaridade.Jáas sugestõespráticaseosinstrumentosdeapoio àintroduc¸ão de novos comportamentos, como folhetos de autorregisto e instrumentosde planeamento, constituem-secomo uma apostaparaatomadadedecisão,percec¸ãodeautoeficáciae manutenc¸ãodocomportamento.Osfolhetossão particular-menteadequadosparaautilizac¸ãoporpartedemediadores, comoosprofissionaisdesaúde.

Organizámososmateriaissegundoumasequêncialógica, agrupadosporsecc¸õeseporáreastemáticaseidentificados compictogramas.

Acercadolayoutedodesign,procurandoultrapassar even-tuais resistências ou dificuldades no reconhecimento do problema,apostámosnumaabordagempositiva,deum cres-cimentosaudávelebem-estarglobaldacrianc¸a.Dedicámos especial atenc¸ão à consistência entre a imagem e o con-teúdoeprocurámosencontrarumaidentidadeparaoprojeto, com um nome, um logotipo e um slogan positivos e cati-vantes (fig.2).Assim,a designac¸ão«Papa Bem»decorre da constatac¸ãodadificuldadedospaisemreconheceroexcesso de peso nos seus filhos e doseu grande interesse em ver osfilhos«bemalimentados».Oslogan«Alimentaréeducar» remeteparaaideiacentraldoprojetodequealimentaruma crianc¸a émuito maisdo que disponibilizar-lhe alimentos. Implicateremcontaotipoderelac¸ãoafetivaepedagógica entreeducadorecrianc¸anoquedizrespeitoaos comporta-mentosalimentares,desono,desedentarismoedeatividade física,emrespostaàsnecessidadesglobaisdacrianc¸aem

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ter-Tabela2–Fatorespredisponentesrelacionadoscomoscomportamentosassociadosàobesidadeinfantilencontradosno

estudoexploratóriodoprojeto«PapaBem»eopc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoedisseminac¸ãodosmateriais

Fatores

predisponentes

Dados–fonte* Opc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoe

disseminac¸ãodosmateriais

Obesidadeinfantil •Planoeditorialorientadoparaa

percec¸ãodorisco,detec¸ãoprecocee prevenc¸ãodaobesidadeinfantil •Foconamudanc¸adeatitudedos cuidadoresenãonapassagemde conhecimento31

•Informac¸ãoatualizadasobreosdiversos temas,aexplicaraimportânciada substituic¸ãodecrenc¸asepráticasmais antigasporoutrascomevidênciade melhoresresultadosnoscontextosatuais •Abordagempositiva:«PapaBem»para umcrescimentosaudável

•Foconoscomportamentossaudáveise noestilodevidafamiliarenãonopesoda crianc¸a31,61

•Abordagemfamiliarquedestacaa importânciadoexemplodosadultosmais próximosedasmudanc¸asdeatitudes •Explicac¸ãoacercadasjanelasde oportunidadeparaodesenvolvimentode preferênciasehábitosmaissaudáveise alertaparaasdificuldadesnamudanc¸a dehábitosinstalados31

•Criac¸ãodeanimac¸õesqueexplicamde formasimplesemuitoclaracomo amamentarcomsucesso Conhecimentos,

crenc¸ase percec¸õesdospais eoutros

cuidadoressobreo excessodepesoe aobesidade infantil

Ex.Ospaisacreditamqueumbebégordinho éumbebésaudável44.RL

Ex.Asmãespreocupam-semaiscomobaixo pesodoquecomexcessodepeso43.RL

Ex.Influênciaintergeracionalnos conhecimentosecrenc¸asdospais50.RL

Ex.Amaioriadospaisdecrianc¸ascom excessodepesoouobesidadesubestimao pesodosseusfilhos47,52,53.RL

Ex.«Éumproblemacultural.Mãeseavós muitasvezesqueremvercrianc¸as gordinhas.»–GF

Ex.Ascomidasplásticaseosfastfoodssãoos culpadosporhavercadadiamaiscrianc¸as obesas.–EP

Ex.«Paraamãeémuitocomplicadonãovero filhoaumentardepeso.»–GF

Ex.«Ospaispensamqueosbebésvão emagrecerdepoisquecomec¸aremaandar...» –GF

Ex.«Secalharfaltaconhecimento.»–GF Ex.«(...)achamqueacrianc¸anãoégordae queestámuitobem(...)nãopercebemcomo équenósachamosacrianc¸agorda.»–GF Alimentac¸ão

Hábitose preferênciasdas crianc¸as

Ex.Preferênciainatapelosalimentos doces9,11.RL

Ex.Neofobia,quesemanifestaentreos12e os15meses9,11.RL

Ex.Aversõesadquiridasporassociac¸ões negativas9.RL

Ex.Capacidadeinatadeautorregulac¸ãodo consumoenergético9.RL

Conhecimentose crenc¸asdospaise outroscuidadores sobreo aleitamento maternoea alimentac¸ãoda crianc¸a

Ex.Alimentartemumafortecomponente emocionalparaasmães43.RL

Ex.Paraasmães,aofertadealimentoscomo prémioéumdireitodascrianc¸as43.RL

Ex.Influênciaintergeracionalnos conhecimentosecrenc¸asdospais50.RL

Ex.«47,1%dospaispreocupam-secom frequênciaqueacrianc¸acomapoucoe21,8% quecomademais.»–IP

Ex.«Nãotêmanoc¸ãodequeaalimentac¸ão evoluiu»–GF

Ex.«Avósquecontradizemoquefoiditopelo profissionaldesaúde.»-GF

Ex.«Elabebesumonatural.Quandoelaquer pede(Aexibirumnéctarcomac¸úcar).»–EP

Ex.«Paratentarmosdissuadi-ladedarleite artificial,explicamosqueobebénãochorasó porfome.Elasachamqueoleiteéfraquinho, nãopresta.»–GF

Ex.«Háacríticasocial:Quevergonha!Omeu filhoalevarpãoparaaescola.»–GF

(7)

Tabela2(Continuac¸ão)

Atitudesepráticas dospaiseoutros cuidadoresacerca daalimentac¸ãoda crianc¸a

Ex.Utilizac¸ãodealimentoscomoprémioourecompensa51.RL

Ex.Pressãoparacomer51.RL

Ex.Associac¸ãoentreoshábitosalimentaresdospaisedosfilhos9.

RL

Ex.Restric¸ãoepressãoparacomer2.RL

Ex.«Comec¸ouacomercom2meses.Porqueaminhamãeéamae sempredeudetudoaosmeninos.Omeutambémtinhaque comer.Eudavadetudo.»–EP

Ex.«Hásempremãesesograsapressionaremparadarobiberão quandooleitenemsubiu.»–GF

Ex.«Nãoseesquec¸amqueasnovasmãesnãofazemotradicional, asopa,poisémuitomaisdifícil.Ouporquetêmacarreiraou porquetêmumdiaadiadifícil.»–GF

Ex.«Éprecisodisponibilidadequandoacrianc¸acospeasopa,para limpararoupa...»–GF

Ex.«Odia-a-diacorrido.Aspessoastêmdificuldadedeorganizara alimentac¸ão.»–EP

Ex.«Porquemuitascrianc¸asengordamnestafaseporcausados maushábitosdospais.»–GF

Ex.Dificuldadesdeadaptac¸ãoàalimentac¸ãoportuguesaporparte dosestrangeiros.–GF

Ex.«Asavóscompensamosnetinhoscomalimentos:bolinhos etc.»–GF

Ex.«Quandocomec¸aracomeracomidadafamíliaestátudo estragado.»–GF

Ex.«Ontemtiveumamãequereferiaqueafilhaadolescente estavacompesoamaisequesócomiaporcarias.Perguntei:Mas quemmandaláemcasa?»–GF

Ex.«Oquesenotaaqui,nitidamente,équesãoascrianc¸asque mandamnacasa.Éacompensac¸ãodaausência.»–GF

•Promoc¸ãodeumaparentalidadepositiva, querespondeàsnecessidadesfísicase emocionaisdacrianc¸a,masmantêm-se«no comando»,mantendolimiteseregrasclaras econsistentesparaosseuscomportamentos. Traduz-seinclusivamentenoslogan: «Alimentaréeducar!»

•Sugestõespráticasparaserem

implementadasgradualmentenodia-a-dia dasfamílias

•Textosdirigidosespecialmenteparaos avós,comoobjetivodeincentivara atualizac¸ãodeconhecimentoseamudanc¸a deatitudenodesempenhodoseuimportante papelnocrescimentosaudáveldascrianc¸as •Informac¸ãoacercadosrótulosdos alimentosealertasacercadasestratégiasde marketingutilizadaspelaindústriaalimentar •Descric¸õesevídeosdereceitas

habitualmentesugeridaspelosprofissionais desaúde

Sono

Conhecimentos, atitudesepráticas dospaiseoutros cuidadoresacerca dasnecessidadese hábitossaudáveis desonodas crianc¸as

Ex.Necessidadedeeducac¸ãoparentalacercadosono54,55.RL

Ex.«70,9%dospaisnãosepreocupamcomonúmerodehorasque ascrianc¸asdormemoutêmpreocupac¸õesinadequadas

relativamenteaonúmerodehorasqueascrianc¸asdevemdormir.»

–IP

Ex.«Eleaindanãopassouparaoseuquartoeeunãoseicomovou fazerisso.»–EP

Atividadesdeecrã

Conhecimentos, atitudesepráticas dospaiseoutros cuidadoresacerca dapresenc¸ada televisãoedos videojogosna rotinadascrianc¸as

Ex.Ospaisnecessitamdeinformac¸ãoacercadecomoestabelecer regrasparaotempoqueascrianc¸aspodempassarematividades deecrãeconhecersugestõesdealternativasaestasatividades56.

RL

Ex.«39,1%dospaisconcordamouconcordamumpoucoquea televisãoajudaacrianc¸aacomermelhor.»–IP

Ex.«Atelevisãodoquartodeleestásempreligada,maselesóolha devezemquando.»–EP

Ex.«Quandovouvernovelaeladeitaevê.Éahoraqueeladorme.»

–EP

Ex.«Prefiroqueelebrinqueenãofiqueaocomputador.Masnãoé fácilconvencê-los(osavós).Jácriaram2eachamquesabeme fazem.»–EP

Atividadefísica

Conhecimentos, atitudesepráticas dospaiseoutros cuidadoresacerca daatividadefísica

Ex.Associac¸ãoentreoníveldeatividadefísicadospaisedos filhos9.RL

Ex.«Nemascrianc¸asnemospais.Muitasvezesencontramosos paiscomascrianc¸asnoshopping.(...)Enaszonasurbanasos paisnãosaemdosapartamentos.»–GF

Ex.«Emvezdeiremandardebicicletavãoaocentrocomercial (...)»–GF

Ex.«Precisavadelermaissobreoqueéadequadoparaelenesta fase.»–EP

(8)

Tabela3–Fatoresfacilitadoresrelacionadoscomoscomportamentosassociadosàobesidadeinfantilencontradosno

estudoexploratóriodoprojeto«PapaBem»eopc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoedisseminac¸ãodosmateriais

Fatoresfacilitadores Dados/fonte* Opc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoe

disseminac¸ãodosmateriais Acessoàinformac¸ão,ao

aconselhamentoeao suportepráticopor partedospaiseoutros cuidadores

Ex.«94,3%dospaisconcordaqueseriamuitoútil havernaInternetinformac¸õesacercado desenvolvimento,daalimentac¸ão,atividade físicaesononainfância.»–IP

Ex.«Eensinaramamar.Asenfermeirasensinam mesmoasmãesaamamentarem.»–GF Ex.«Asaladeesperatambémajudacomo ambientedeinformac¸ão.»–GF

Ex.«Oidealéjáfazeraabordagemnasconsultas desaúdematerna.»–GF

Ex.«Ontemtiveumamãequereferiaqueafilha adolescenteestavacompesoamaisequesó comiaporcarias.Perguntei:Masquemmandalá emcasa?Nós(profissionaisdesaúde)

funcionamoscomoumclic.»–GF

•Produc¸ãodemateriaisorientadaporguidelines quetêmporbaseametodologiaPlainLanguage

•Desenvolvimentodevídeosdecurtadurac¸ão comlinguagemmaissimplesparafacilitaro acessoàinformac¸ãoporpartedepessoascom maisbaixaliteracia

•Formatodeperguntaserespostaspararetera atenc¸ãoeenvolverousuário

•Criac¸ãodeinstrumentosdeapoioàintroduc¸ão denovoscomportamentos,comofolhetosde autorregistoeinstrumentosdeplaneamento •Desenvolvimentoparticipadodeumprograma deimplementac¸ãodaestratégiaPapaBem,num projeto-pilotoquevisaidentificarosdiferentes contextosemetodologiasdedisseminac¸ãodas mensagensecapacitarmediadores,como profissionaisdesaúde,daeducac¸ãoedaac¸ão social,paraatuaremjuntodasfamílias •Criac¸ãoedistribuic¸ãodeDVDemreuniõesde apresentac¸ãodoprojetoenoprojetopilotode implementac¸ão

•Disponibilizac¸ãodosvídeosnoYouTube •Sugestõespráticasparaseremimplementadas gradualmentenodia-a-diadasfamílias,tendo emcontaalimitac¸ãoderecursos

•Criac¸ãodeummicrositePapaBememparceria comaDirec¸ãoGeraldaSaúde

Formac¸ãodos profissionaisdesaúde nasdiversasáreas temáticas

Ex.Hánecessidadedeformac¸ãoedisseminac¸ão dasinformac¸õessobrealimentac¸ãoinfantilpara osenfermeiros49.RL

Ex.Necessidadedeformac¸ãodosprofissionais desaúdeacercadaobesidadeinfantil48.RL

Ex.«Emtermosdecompetências:formac¸ão atualizada.Aevoluc¸ãodaalimentac¸ãoé constante.»–GF

Ex.«Formac¸ãopermanentedosprofissionaisde saúde:aleitamentomaterno,introduc¸ãodos alimentos,alimentac¸ãonormalealimentac¸ão noexcessodepeso.»–GF

Acessoaosrecursos paraapráticade atividadefísica

Ex.Equipamentosquebradosouinadequadose inseguranc¸a,tantonosparquescomonas redondezas43.RL

Ex.«Mas,àsvezes,éporfaltadedinheiropara atividadescomonatac¸ãoefutebolqueosmeus filhosfazemmasqueeupago.Tambémháfalta deseguranc¸aemalgunsparques.»–EP

EP:entrevistascomospais;GF:grupofocalcomprofissionaisdesaúde;*IP:inquéritoaospais(n=87);RL:Revisãodaliteratura.

mosde desenvolvimento,quer físicoquer psicológicoquer social.

Estaseoutrasopc¸õesestratégicasparaaproduc¸ãode mate-riaispodemserobservadasnastabelas2,3e4,relacionadas comosfatorespredisponentes,facilitadoresedereforc¸o asso-ciados à obesidade infantil encontrados no diagnóstico da área-piloto.

Figura2–Logotipoeslogandoprojeto«PapaBem».

Foram produzidos cerca de 300 textos de base para a estruturadoWebsite,17vídeosdecurtadurac¸ão(cercade3 minutos), 15áudios decercade umminuto,5quizzes e40 folhetos.

Avaliac¸ãodosmateriais

Osmateriaisescritosproduzidosforamrevistosereavaliados sucessivamenteaté que todos oscritérios da versão adap-tada do testeSuitability Assessment ofMaterials recebessem pontuac¸ão2(excelente)ou,emalgunscasos,um(adequado), quandonãoseconseguiuencontrarmelhorformulac¸ão. Implementac¸ão

Noqueserefereàsensibilizac¸ãoecapacitac¸ãodeprofissionais desaúde,participaram33profissionaisdesaúdenoworkshop sobreproduc¸ãodemateriaisdeeducac¸ãoparaasaúdepara a populac¸ãoe28 profissionaisde saúdeno workshopsobre omodeloHENRYdeintervenc¸ãonaprevenc¸ãodaobesidade infantil,incluindomédicosdefamília,enfermeiros,pediatras, psicólogosemédicosdesaúdepública.Paraalémdacriac¸ão

(9)

Tabela4–Fatoresdereforc¸orelacionadoscomoscomportamentosassociadosàobesidadeinfantilencontradosno

estudoexploratóriodoprojeto«PapaBem»eopc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoedisseminac¸ãodosmateriais

Fatoresdereforc¸o Dados/fonte* Opc¸õesestratégicasnaproduc¸ãoe

disseminac¸ãodosmateriais Envolvimentodetodaa

famíliaepessoas influentes,dos diversosambientes queacrianc¸a frequenta.Ex.pais, avós,educadores, irmãosmaisvelhos

Ex.Asmãesesforc¸am-seepreocupam-sequeos seusfilhostenhamumaalimentac¸ãosaudávele umavidaativa,masnecessitamdemaissuporte comunitário43.RL

Ex.Abordagemfamiliar9.RL

Ex.«Àmãeeàcrianc¸a.Eaavó.»–GF Ex.«Umaintervenc¸ãomaisalargada.»–GF Ex.«Crianc¸aseriaocatalisadordafamíliatoda. Trabalhoarticulado.»–GF

Ex.«Famílias,amaseinfantários.»–GF Ex.«Devemosfazerumacompanhamentomais próximo.Apertaravigilância.»–GF

Ex.«Comoaleitamentomaternonósabrimos completamenteasportasparaquevenham imediatamentecásesentiremnecessidades.» GF

Ex.«Tentamosfazertambémgruposde interajuda.Principalmentecoma amamentac¸ão.»–GF

Ex.«Todos:escola,família,media,Câmara,locais detrabalho...»–GF

•Desenvolvimentodemateriaisdestinados especialmenteàsfamílias,escolasecomunidade •Foconaimportânciadoambienteenoestilode vidafamiliarparaaformac¸ãodehábitos saudáveis

•Desenvolvimentoparticipadodeumprograma deimplementac¸ãodaestratégiaPapaBem,num projeto-pilotoquevisaidentificarosdiferentes contextosemetodologiasdedisseminac¸ãodas mensagensecapacitarmediadores,como profissionaisdesaúde,daeducac¸ãoedaac¸ão social,paraatuaremjuntodasfamílias

Crenc¸as,atitudese práticasdos

profissionaisdesaúde

Ex.«Éimportanteoreforc¸opositivonas pequenasconquistasqueospaisfazem.»–GF

Publicidadeemarketing

eenvolvimentodos

media

Ex:Asmãesacreditamquesãoresponsáveis peloqueosseusfilhoscomem,masreconhecem ainfluênciadeoutrosfatorescomoosectordo retalhoeomarketing43.RL

Ex.«Éapublicidadeeomarketing.Éoferecido, elesatégostam,eparanãoestragar:Euvoudara provar.»–GF

Ex.«Achoquetemdeserosmedia.»–GF

EP:entrevistascomospais:GF:grupofocalcomprofissionaisdesaúde;*IP:inquéritoaospais(n=87);RL:revisãodaliteratura.

deumalinguagemeabordagemcomumaoproblema,estes workshopscontribuíramtambémparaofortalecimentoda par-ceriacomosprofissionais.

Adivulgac¸ão do projetoe disponibilizac¸ão de materiais temenvolvido estratégiasde disseminac¸ãoorientadas pela Direc¸ãodoProgramaHarvardMedicalSchool–Portugalem parceriacomaFundac¸ãoparaaComputac¸ãoCientífica Naci-onaleestratégiasdedisseminac¸ãoelaboradaspelaequipade investigac¸ãonodecorrerdopróprioprojeto.

Assim,deacordocomasorientac¸õesdadirec¸ãodo pro-grama, os materiais desenvolvidos foram divulgados em diversos canais de informac¸ão, nomeadamente, ecrãs em grandessuperfíciescomerciais,programasderádioetelevisão epáginasdaInternet(Facebook,Youtubeeblogdoprograma).

Relativamenteàsestratégiasdedisseminac¸ão desenvolvi-daspelaequipadoprojeto,aparticipac¸ãodosprofissionaisde saúdedaárea-pilotonosworkshopsfoioprimeiropassodeste processo.

Após a etapa de produc¸ão e teste dos materiais, orga-nizámos 3 reuniões que contaram com a participac¸ão de 97 profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos de família,médicosdesaúdepública,nutricionistase psicólo-gos da área-piloto. Nestas reuniões foram apresentados

alguns materiais e disponibilizados exemplares aos participantes.

A Direc¸ãoGeraldeSaúde, reconhecendoa validadedas informac¸ões veiculadas pelosmateriaisproduzidos, iniciou a disponibilizac¸ão dosmateriais no seu websiteatravés de umasecc¸ãodenominada«PapaBem»queseencontranaárea doProgramaNacionaldePromoc¸ãoda Alimentac¸ão Saudá-vel.Cabereferirquetodososvídeosdesenvolvidosnoprojeto estãodisponíveisnaInternetatravésdoYoutube,numcanal denominado«PapaBem».

Foram ainda produzidos 200 DVD com todos os vídeos e folhetos desenvolvidos no projeto. Estes DVD têm sido distribuídos emreuniõesde apresentac¸ãodoprojeto«Papa Bem» com profissionais do setor da saúde e da educac¸ão e porrequisic¸ão de algumasinstituic¸ões com interesse na divulgac¸ãodosmateriais.

Finalmente,noqueserefereaoestabelecimentode con-tactosparapromoverautilizac¸ãosistemáticadosmateriais, por proposta de uma das equipas dos cuidados de saúde primários queparticipounuma dasreuniõesde divulgac¸ão iniciámos aelaborac¸ãodeumprojeto-piloto,designadopor «ComunidadesPapaBem»,paraodesenvolvimentodeuma metodologia de disseminac¸ão das mensagens do projeto

(10)

«PapaBem»acontarcom diversosmediadoresapartirdas comunidades.

Discussão

O projeto «Papa Bem» foi iniciado com o objetivo de pro-duziredisponibilizarumconjuntoalargadodeinformac¸ão, tendoemcontaosfatoresdeterminantesdaobesidade infan-til,incluindoumaabordagemintegradadasváriasvertentes deumestilodevidasaudável.Ofactodoprojeto«PapaBem» tersido desenvolvidoatravésdeumprojeto-piloto nos cui-dadosdesaúdeprimárioserespetivohospitaldereferência permitiucompilar informac¸ão relevante quantoaos princi-paispontoscríticosdacompreensãoegestãodoproblemada obesidadeinfantilpelosdiferentesatores:mediadoresepais. Apesar do recurso a uma amostra de conveniência de mediadores e pais, com dimensões reduzidas, os dados encontradosno diagnóstico da área-piloto estão de acordo comosresultadosdeoutrasinvestigac¸ões42–55.Apouca

dis-ponibilidade dos pais, que foram abordados no momento das consultas dos filhos, e aslimitac¸ões de tempo para a concretizac¸ãodosobjetivosdoprojeto, foramos principais obstáculos que levaram àlimitac¸ão dotamanho da amos-tradepaisemediadoresenvolvidosnoestudo.Édereferir aindaomaiorenvolvimentodemães(93,1%),emcomparac¸ão com pais (6,9%), como aliás é comum em estudos desta natureza42,44,45,50.

Ametodologiausadanaproduc¸ãodosmateriaisinvestiu natranslac¸ãodoconhecimentoproduzidopelaevidência cien-tíficaparaautilizac¸ãonaspráticasdodia-a-diadapopulac¸ão, deacordocomascaracterísticasenecessidadesdamesma.

Oresultadofoiumconjuntodiversodemateriaisbaseados namelhorevidênciadisponível,adaptadosàsnecessidades específicas expressas por diferentes atores e adequados a níveisdeliteraciadiversos, orientandoasuaacessibilidade apessoascommaisbaixosníveisdeliteracia.Osmateriais têmsidodivulgadosedisponibilizadosemcontextosdiversos erecebidooapoioentusiastadeprofissionaiscomumpapel centralnaprevenc¸ãodaobesidadeinfantilepromoc¸ãodeum crescimentosaudável.

Aformacomosãoapresentadasaspropostasdemudanc¸as parareduzira obesidade,bemcomoo papeldos mediado-resnautilizac¸ãodosmateriaisdisponíveisbasearam-seem modelos sobejamente comprovadoscomo úteis para apoio na mudanc¸a de comportamentos, tendo presente que a focalizac¸ãoapenasnobalanc¸oenergéticoanívelindividual éreducionistafaceaumaproblemáticacomplexae multifa-cetada,queexigeumaabordagemsistémica.

Contudo, sabe-se que a obesidade não é um problema quese resolva, apenas,através da informac¸ão sobrecomo promovercomportamentossaudáveis. O conhecimentoe a capacidade crítica são componentes fundamentais para a mudanc¸a de comportamentos pelo que é tão importante investir numa literacia crítica. No entanto, este problema extravasaacélulafamiliareestá,também,relacionadocom aatividadedasgrandesindústriasalimentarescomassuas estratégias de marketing agressivas que colocam os seus produtos a prec¸os convidativos, induzindo, assim, o seu consumo56.

ConformerefereorelatóriodoInstituteofMedicinesobrea prevenc¸ãodaobesidade,aabordagemdesteproblemarequer acombinac¸ãodeváriasintervenc¸õesqueaoseremintegradas numprogramacompreensivo tornam-secomponentes fun-damentaisparaoseusucesso57.Osmateriaisdesenvolvidos

poderãoserparteintegrantedeprogramasdestanatureza. A oportunidade de fazer formac¸ão aos mediadores (profissionaisdesaúdeeeducadoresdecreches, jardins-de--infância,autarquias,entreoutros),conformeestáprevistono projeto-pilotodeimplementac¸ão,«ComunidadesPapaBem», permitirádesenvolver competênciasparaidentificare com-preenderainfluênciadosfatorescontextuais,dosafetosàs capacidadescognitivasquedeterminamascaracterísticasdas escolhas epreferênciasdas comunidadeseindivíduos,dos recursos às políticas, numa abordagem socioecológica que tememcontaaformacomoestesfatoresinteragem58,59.

Énotriângulo«investigac¸ão,práticasepolíticas»60quea combinac¸ãodosresultadosdaevidênciacientíficanosvários domíniospodedarsuporteesustentabilidadeaintervenc¸ões efetivasemqueaconjugac¸ãodeliteraciaemsaúdeepolíticas relevantes,facilitadorasdeescolhassaudáveis,poderá condu-zirapráticasdesucessonaresoluc¸ãodeproblemascomooda obesidadeinfantil.

Conclusões

Faceàmagnitudeeseveridadequeoproblemadaobesidade assumehojeemtodoomundoeconsiderandoqueos fato-resderiscoparaaobesidadecomec¸amasurgiraindadurante agravidez,énecessárioencontrar estratégiasmaiseficazes paraasuaprevenc¸ãoemestádiosprecoces.Asestratégiasaqui usadasfundamentam-senoconhecimentoentretanto desen-volvidosobreo processode instalac¸ãodoexcessode peso, investindo-seno aumentoda literaciaemsaúdedospaise outroseducadoresparamelhoraremosseushábitosea abor-dagemdaalimentac¸ãoecrescimentodacrianc¸adesdeoinício dasuavida.

Financiamento

Estetrabalhofoifinanciadoporfundosnacionaisatravésda Fundac¸ãoparaaCiência eaTecnologia,QRENeCOMPETE, no âmbitodoProgramaHarvard MedicalSchool–Portugal, projetoHMSP-IDSIM/SIM/0002/2009.

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãoterconflitodeinteresses.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer o apoio ao desenvolvi-mento deste projeto a Mary Rudolf, Rima Rudd, Anthony Komaroff,MartaCerqueira,RosaPimenteleatodosos pro-fissionais de saúde que sempre se disponibilizaram para apresentaremosseuspontosdevista,refletiremcomos pro-motoresdestainvestigac¸ãoefacilitaremoacessoaospaisque

(11)

participaramnosinquéritosporquestionárioenas entrevis-tas,aquem,também,agradecemosacolaborac¸ão.

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Imagem

Figura 1 – Fluxograma do projeto.
Tabela 1 – Caracterizac¸ão sociodemográfica da amostra de pais que responderam ao questionário no estudo exploratório (n = 87)
Tabela 2 – Fatores predisponentes relacionados com os comportamentos associados à obesidade infantil encontrados no estudo exploratório do projeto «Papa Bem» e opc¸ões estratégicas na produc¸ão e disseminac¸ão dos materiais
Tabela 3 – Fatores facilitadores relacionados com os comportamentos associados à obesidade infantil encontrados no estudo exploratório do projeto «Papa Bem» e opc¸ões estratégicas na produc¸ão e disseminac¸ão dos materiais
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Referências

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