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Expectativas sobre o parto de um grupo de grávidas

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Academic year: 2021

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IV Seminário de Investigação em

Enfermagem

6 a 8 de Maio de 2010

Expectativas sobre o parto de um grupo

de grávidas

Maria João Jacinto Guerra

Instituto Ciências da Saúde/Universidade Católica do Porto

No âmbito do trabalho do Mestrado 3ª Edição

Orientador: Prof. Doutora Margarida Vieira

Instituto Ciências da Saúde/Universidade Católica do Porto

Co-Orientador: Alexandrina Cardoso

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Contextualização

A gravidez, o parto e o pós-parto são eventos

que geram mudanças profundas na vida de

uma mulher, do seu companheiro e da sua

família.

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A visão do parto, enquanto fenómeno natural ou médico, varia muito de cultura para cultura determinando diferenças, tornando a experiência do parto num evento que tem um papel importante no processo de transição do papel maternal. A investigação tem vindo a demonstrar que as experiências relativas ao parto interferem de forma significativa no funcionamento emocional das mulheres e no estabelecer de uma relação adequada com o recém-nascido (Figueiredo, 2002).

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A institucionalização do parto foi um factor determinante que afastou a família e a rede social do processo de nascimento, em que as estruturas físicas e rotinas hospitalares procuram atender as necessidades dos profissionais envolvidos e não das parturientes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1996, recomenda uma mudança na forma de prestação de cuidados durante o parto promovendo a sua “naturalização” ao propor alterações de comportamentos institucionalizados e não comprovados pela evidência científica

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As expectativas das mulheres, em relação ao parto e ao desempenho do papel maternal, são factores que podem ser facilitadores ou inibidores no processo da transição para este exercício do papel maternal.

A preocupação e intenção de proporcionar uma experiência positiva à mulher durante o parto, tem, à luz das indicações dadas pela OMS, trazido alterações na forma como estas são acompanhadas durante o trabalho de parto e parto, com uma preocupação de “humanização” deste evento, e principalmente como um mudança do olhar sobre o mesmo.

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“Na era do parto industrializado, a mãe não tem o que fazer. Ela é uma paciente.” Michel Odent (2003)

Esta perspectiva de olhar a mulher como uma paciente no processo do parto implica todo um conjunto de posturas que têm como enfoque as possíveis e potenciais complicações.

As alterações sobre esta forma de olhar para a parturiente iniciam-se durante o séc. XX, essencialmente no Reino Unido e Estados Unidos, com o surgir das Associações que iniciam um movimento pelo parto natural, que trazem uma abordagem que considera a gravidez, trabalho de parto e parto como um processo fisiológico e não patológico em si mesmo.

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Diz-nos Michel Odent (2004) que “ A fisiologia permitiu-nos

compreender que as necessidades da mulher que dá à luz são sentir-se em segurança (taxa baixa de adrenalina) sem se sentir observada (privacidade)…”

Em Portugal começa a existir, junto dos profissionais e nalgumas instituições, a vontade de deixar práticas institucionalizadas, de utilidade e benefícios não comprovados cientificamente e de tornar as recomendações da OMS ( Care in Normal Birth, 1996) uma

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Breve Revisão da Literatura

Existem diferentes estudos efectuados em diferentes populações, como por exemplo:

- o tipo de parto esperado (Oliveira, 2002),

- conhecer o modo como durante a gravidez a grávida antecipa algumas dimensões relevantes da experiência do parto (Pacheco, 2005; Oweis, 2004; Maggioni, 2006),

- existem dois questionários, o questionário de experiência e satisfação com o parto (QESP) (Costa, 2004), e o

questionário de antecipação do parto (QAP) (Costa, 2005).

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- Jomeen (2007) num estudo realizado no Reino Unido mostra que 80% das mulheres estavam satisfeitas com os cuidados recebidos no parto mas que teriam preferido poder escolher o tipo de cuidados e a forma de ter o seu filho.

- Tedesco (2004) realizou um estudo no Brasil, do tipo qualitativo e verificou que a via de parto escolhida por 90% das inquiridas era o parto vaginal normal.

etc…

Os achados confirmam que as mulheres expressam sentimentos de ansiedade e medo face à experiência do parto e que as mulheres valorizam o conforto físico, o suporte psicológico, a privacidade além de uma prestação de cuidados proporcionados pelo menor número possível de profissionais.

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Questões de Investigação

Quais as expectativas das grávidas em relação ao parto?

Estaremos a ir ao encontro das necessidades das

mulheres ao introduzir mudanças no acompanhamento do parto?

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Conceitos

• Expectativas

] esperança fundada em promessas ou probabilidades,

acto de espera (Dicionário de Língua Portuguesa, Porto Editora, 8ª Edição)

] expectativas são crenças à cerca do futuro, casos ou

hipóteses… (Oben, Roese & Zanna, 1996 citado por Harwood 2004)

] esperança baseada em supostos, probabilidades ou

promessas ( www.priberam.pt/dicionários.aspx)

esperança – disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há-de realizar ou suceder.

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Parto natural

• parto onde a parteira ou o médico simplesmente acompanha o parto. É o parto normal sem intervenções : anestesias, episiotomia , indução…

• O ritmo e o tempo da mulher e do feto são respeitados e a mulher tem liberdade para se movimentar e fazer aquilo que seu corpo lhe pede

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• Dor de trabalho de parto

Sensação de dor de intensidade e frequência crescentes, associada às contracções do útero e à dilatação cervical que ocorre durante o trabalho de parto(ICN, 2002, 2006)

2 modelos:

Modelo não-farmacológico: foco eliminação sofrimento

Modelo farmacológico: foco eliminação da sensação de dor

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• Estudo descritivo simples com uma abordagem qualitativa.

• Foram efectuadas 9 entrevistas semi-estruturadas gravadas e transcritas de forma literal, a grávidas que frequentavam as consultas de Enfermagem ou o Curso de Preparação para o Parto que aceitaram participar no estudo.

• As entrevistas tiveram lugar nas habitações das grávidas com excepção de duas que, por conveniência das mesmas, realizaram-se no Centro de Saúde.

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Caracterização da amostra

• Todas as participantes residiam em Freguesias de Paços de Ferreira, e encontravam -se no 3º trimestre de gestação , com mais de 30 semanas de gestação.

] idades entre os 22 anos e os 37 anos

] estado civil: 1 solteira, restantes casadas

] escolaridade: 2 com Curso Superior, 2 completaram 12ª Ano, 4 tinham o 9º Ano escolaridade e uma o 6º Ano.

] ocupação profissional: 2 estavam desempregadas, - 1 enfermeira

- 1 pedologista

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- 1 escriturária - 1 estofadora

- empregada têxtil ] Gestação: 5 eram primigestas

4 eram Gestas II : 3 parto eutócico 1 cesariana

] Complicações na gravidez:

- 1 descolamento inicial da placenta - 1 hemorragia 1º trimestre

- 1 infecções urinárias - 2 contractilidade uterina ] Complicações no parto:

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Iniciou-se o processo de análise das entrevista , através da análise de conteúdo com a utilização do NVivo8 que

ainda não se encontra terminada.

Da análise já efectuada são aqui partilhados alguns dos achados.

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Parto Parto Natural Experiência anterior conflito Pré-conceitos Atributos/ características acompanhante Dor Profissionais medo confiança segurança

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• Parto Natural

“ …um parto natural é quando não há influência…por parte do Homem tanto em termos de…de medicação, como de

ajudas.”

“ Um parto natural é aquele que não terá intervenção médica.”

“ …o mais natural possível é ser espontâneo, que na altura em que realmente se começar em trabalho de parto que seja sem medicação nenhuma.”

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• Parto

“o importante é mesmo que as coisas corram bem, evoluam e que não surjam complicações…e que corra tudo bem”

“ toda a gente diz que é muito bonito, mas eu acho horrível. Acho horrível o bebé a nascer! É feio!”

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• Expectativas

“ …nunca pensei muito nisso…sinceramente nunca pensei

nisso…para mim o importante é mesmo que as coisas corram bem…”

“ Eu não me imagino a ter um parto natural. Não me imagino mesmo.”

“ O que eu concebi a minha vida toda era que o parto era um momento traumatizante, que depois do bebé nascer modifica tudo, tudo muda, não é?”

“ A imagem está sempre associada…a algo negativo…”

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- Ambiente

“ …menos gente no momento do parto.”

“ Se calhar, o próprio ambiente familiar era mais fácil mesmo…do que um ambiente hospitalar.”

- Dor do Trabalho de Parto

“ Do que eu tenho mais medo é das dores…” “…o mais importante é o alívio das dores”

“ …assusta-me é querer…chegar a hora e ter muitas dores e estar em sofrimento.”

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• Experiência anterior

“ a ideia que de parto que eu tenho, do primeiro, foi de muito sofrimento. Tudo muito rápido.”

“ um trabalho de parto muito longo…”

“ as contracções foram sempre muito fortes”

• Conflito

“ …um parto natural deveria ser sem medicação nenhuma, apesar de eu achar que se houvesse medicação para atenuar as dores, eu, pelo menos, eu concordo.”

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• Preconceitos

“ …qualquer tipo de parto será doloroso.”

“ Antigamente as mulheres tinham os filhos sem nada, sem apoio nenhum, mas…não sei se seria tão fácil ter filhos

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Nota conclusiva

• Todas as entrevistadas referiram preferência por um

parto normal.

• Os achados são concordantes com os resultados

referidos nos estudos encontrados.

• Serão precisos mais estudos para verificar se

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Mulher Selvagem (excerto)

Mulher selvagem é aquela que confia,, ousa e arrisca.. E sabe que seu corpo é capaz de transformar , abrir e fechar...

Mulher selvagem é aquela que é parte da Mãe--Natureza e com sabedoria deixa fluir

E se entrega aos processos naturais da Terra... Mulher selvagem é aquela

que, no momento certo, mergulha no seu interior trazendo para fora o filho gerado, amado,

fruto do seu amor…

que acredita nos mistérios da vida e conta estrelas…

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Referências

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