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Caracterização da Exposição a Vibrações na Condução de Empilhadores na Indústria CIN

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Academic year: 2021

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL

MESTRADO EM ENGENHARIA

DE SEGURANÇA E HIGIENE

OCUPACIONAIS

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

CARACTERIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A

VIBRAÇÕES NA CONDUÇÃO DE

EMPILHADORES NA INDÚSTRIA CIN

Catarina Alexandra Teixeira Botelho

Orientador: Professora Doutora Maria Luísa Matos (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) Orientador da empresa: Eng. José Calvão (Diretor da Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança, CIN)

Eng. Helga Gomes( Departamento de Higiene e Segurança, CIN)

Arguente: Doutora Emília Rosa Quelhas Moreira da Costa (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

Presidente do Júri: Professor Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista (Faculdade de Engenharia da Universidade do

Porto)

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AGRADECIMENTOS

Um agradecimento especial à empresa CIN pela oportunidade de desenvolver esta dissertação e pelo voto de confiança. Muito obrigada à Engenheira Helga Gomes pelo apoio, disponibilidade prestada, e toda a simpatia e boa disposição. Obrigada também à Engenheira Ana Mendonça pela ajuda prestado ao longo do estágio.

Um enorme agradecimento à Professora Doutora Maria Luísa Matos pela sua simpatia, pela ajuda incansável, todo o apoio e disponibilidade, pela preocupação e orientação ao longo de todo o trabalho.

Aos meus pais e irmã muito obrigada pela paciência e apoio ao longo deste ano.

Obrigada aos meus amigos por todo o apoio e amizade.

Um obrigada também a todos os trabalhadores que se disponibilizaram para participar neste estudo.

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RESUMO

Algumas indústrias possuem como ferramentas de trabalho máquinas e equipamentos que são fontes de exposição a vibrações para os seus trabalhadores. Em algumas, os níveis de exposição registados são elevados, apresentando efeitos adversos para a saúde, sendo o efeito mais significativo as lesões lombares. A exposição pode ser agravada por fatores individuais do condutor, por fatores físicos (assento do empilhador, tipo de suspensão, tipo de pneus e tipo de piso) e fatores intrínsecos ao trabalho/empresa.

O presente estudo tem como propósito realizar uma caracterização da exposição a vibrações de corpo inteiro em condutores de empilhadores, tendo como caso de estudo a indústria CIN.

A caracterização da exposição, passa pela aplicação do Inquérito Nórdico, pela monitorização das vibrações e avaliação das mesmas, através do parâmetro A(8), SEAT, Sed, fator R e

parâmetro de conforto. O parâmetro A(8) foi comparado com os limites legislados e com a metodologia de avaliação da empresa. A monitorização teve por objetivo poder compreender os valores obtidos, observando as tarefas desempenhadas, o piso percorrido, bem como o comportamento adotado pelo condutor de modo a permitir propor estratégias de redução e medidas corretivas para esses locais de trabalho.

O equipamento de medição utilizado foi o SVANTEK SV106, e dois acelerómetros, modelo SVANTEK SV38.

Relativamente aos valores mais elevados registados no eixo dos z, correspondem na sua maioria aos percursos percorridos no piso do tipo empedrado. O caso que suscitou maior preocupação é o do setor do AMP, onde o trabalhador percorre grandes distâncias em piso do tipo empedrado, até à zona de produção. O caso menos complexo é o do setor da Nováqua, e que pode ser justificado pela precaução tomada pelo condutor devido à sua reduzida experiência. Apesar de apresentar valores reduzidos, é aquele que apresenta ter o assento com menor capacidade de atenuação. De salientar a presença de momentos em que os valores no eixo dos x são superiores aos valores no eixo dos y e z, correspondendo estes momentos a pequenos movimentos de arrumação das paletes, tanto nos armazéns como nos camiões.

Quanto aos assentos dos empilhadores, podemos afirmar segundo o parâmetro SEAT, que todos atenuam as vibrações transmitidas, sendo que o assento com pior desempenho é o do setor da Nováqua e o que possui melhor desempenho é o assento do novo empilhador do setor do AMP. Os valores obtidos no parâmetro Sed indicam que todos os trabalhadores têm alta probabilidade

de efeitos negativos para a saúde. Quanto ao fator R, à exceção do condutor do setor da Nováqua, todos apresentam alta probabilidade de efeitos negativos para a saúde. De salientar que o parâmetro Sed tem em conta apenas a exposição diária a vibrações, e o fator R tem em conta os

anos de exposição do trabalhador. Relativamente à avaliação do conforto todos os casos são classificados como “muito desconfortável”, à exceção do caso do condutor do setor do AMP com o empilhador antigo, que é classificado como “extremamente desconfortável”.

A partir dos resultados obtidos para o A(8), foi possível concluir que em todos os casos os valores são superiores ao VAE, e apenas no setor da Nováqua e do Armazém de Matérias-Primas (AMP) da Megadur são inferiores ao VLE.

Palavras-chave: Vibrações de Corpo Inteiro, Empilhadores, Lesões Lombares, Inquérito

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ABSTRACT

Some industries have as work tools, machines and equipment that are sources of exposure to vibration for their workers. In some, the recorded exposure levels are high, with adverse health effects, being the most significant effect, the back injuries. The exposure can be aggravated by individual factors of the driver, by physical factors (seat of the forklift, suspension type, tire type and floor type) and factors intrinsic to the job / company.

The present study aimed to perform a characterization of exposure to whole-body vibration in forklift drivers, taking as a case study, the CIN industry.

The characterization of exposure, passes through the application of the Inquiry Nordic for monitoring vibrations and evaluation them, through the parameter A(8), SEAT, Sed, R factor and

comfort parameter. The parameter A(8) was compared with the legal limits and with the evaluation methodology of the company. The monitoring aimed to be able to understand the values obtained by observing the tasks performed, the crossed floor as well as the behavior adopted by the driver in order to allow to propose reduction strategies and corrective measures to these workplaces.

The measuring equipment used was SVANTEK SV106, and two accelerometers, SVANTEK SV38 model.

For higher values recorded in the z-axis, mostly correspond to the routes traveled in the gravelly floor type. The case that has raised more concern is the AMP sector, where the employee travels long distances in the gravelly type floor to the production area. The case less complex is the Nováqua sector, and can be justified by the precaution taken by the driver due to their limited experience. Despite having low values, it is the one who presents the seat with less attenuation capacity. To emphasize the presence of moments when the values on the x axis are higher than the values of y and z axis, these moments corresponding to small movements of the storage pallets, both in stores and in trucks.

As for the seats of the forklift, we can state according to the SEAT parameter, that all attenuate the transmitted vibration, and the seat with the worst performance is the forklift of the Nováqua sector and the seat with the best performance is the seat of the new forklift of the AMP sector. The values obtained in the Sed parameter indicates that all workers have a high probability of

negative health effects. As for the R factor, except for the driver of the Nováqua sector, all have a high probability of adverse health effects. Note that the Sed parameter takes into account only

the daily vibration exposure, and the R factor takes into account the years of exposure of the worker. Regarding the evaluation of comfort, all cases are classified as "very uncomfortable", except for the case of the driver of the AMP sector with the old forklift, which is classified as "extremely uncomfortable".

From the results obtained it was possible to concluded that in all cases the values are higher than the Exposure Action Value (VAE), and only in the sector of Nováqua and Raw Materials Warehouse (AMP) of Megadur are below the Exposure Limit Value (VLE).

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ÍNDICE

PARTE 1 ... 1

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 ESTADO DA ARTE ... 5

2.1 Enquadramento e apresentação da empresa ... 5

2.1.1 Caracterização da indústria ... 5

2.1.2 Caracterização da empresa ... 5

2.1.3 Caracterização dos postos de trabalho ... 6

2.2 Enquadramento Legal e Normativo ... 6

2.3 Conhecimento Científico ... 7

2.3.1 Efeitos na saúde ... 11

2.3.2 Condicionantes das vibrações ... 11

2.3.3 Metodologias utilizadas na avaliação ... 13

2.3.4 Estratégias de redução e medidas corretivas ... 14

2.4. Conhecimento Técnico ... 15

2.4.1. Vibrações ocupacionais ... 15

2.4.2. Tipos de exposição ... 16

2.4.3. Efeitos da exposição às vibrações ... 16

2.4.4. Medidas preventivas ... 17

3. OBJETIVOS, MATERIAIS E MÉTODOS ... 19

3.1. Objetivos da Dissertação ... 19

3.2. Materiais e Métodos ... 19

3.2.1. Metodologias de caracterização do contexto da monitorização ... 19

3.2.2. Instrumentos de Análise ... 20

3.2.2.1. Inquérito Nórdico Musculo-esqulético ... 20

3.2.3. Metodologia de avaliação da exposição a vibrações ... 21

3.2.3.1. Equipamento de medição ... 21

3.2.3.2. Duração das medições ... 22

3.2.3.3. Software para tratamento de dados ... 22

3.2.3.4. Avaliação da exposição pessoal diária às VCI ... 22

3.2.4. Avaliação do parâmetro SEAT ... 23

3.2.5. Avaliação do parâmetro Sed ... 24

3.2.6. Avaliação do conforto ... 25

PARTE 2 ... 27

4. RESULTADOS ... 29

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VIII

4.1.2. Prevalência de lesões musculosqueléticas ... 31

4.2. Resultados da monitorização de vibrações ... 34

4.2.1. Caracterização dos trabalhadores e empilhadores ... 34

4.2.2. Avaliação do parâmetro A(8) ... 35

4.2.3. Análise do parâmetro SEAT... 37

4.2.4. Análise do parâmetro Sed e fator R ... 38

4.2.5. Avaliação do conforto ... 39

4.2.6. Análise da monitorização das vibrações ... 40

4.3. Medidas Preventivas e Propostas de Melhoria ... 49

5. Conclusões ... 51

6. Perspetivas futuras ... 55

ANEXOS ... 59

ANEXO I - Folha de Campo – monitorização de vibrações ... 61

ANEXO II – Inquérito Nórdico ... 63

ANEXO III – Gráficos referentes à monitorização das VCI... 65

a) Armazém de Matérias-primas: empilhador antigo ... 65

b) Armazém de Matérias-Primas: empilhador novo ... 67

c) Embalagens ... 69

d) Nováqua ... 71

e) Resíduos ... 74

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1- Fluxograma representativo dos processos de fabrico da indústria em estudo. ... 5

Figura 2.2 - Diagrama de seleção de artigos para a revisão da literatura. ... 9

Figura 2.3 - Representação das diferentes frequências de ressonância sentidas no corpo humano. ... 15

Figura 2.4 - Direção dos eixos basicêntricos do corpo inteiro na posição sentado (Associação Empresarial de Portugal, 2011). ... 16

Figura 2.5 - Medidas gerais perante alguns riscos na circulação de empilhadores. ... 18

Figura 3.1- Equipamento SVANTEK, modelo SV 106 e acelerómetro SVANTEK SV38 ... 22

Figura 3.2- Percentagem de prevalência de 12 meses e 7 dias por região do corpo. ... 32

Figura 3.3 - Classificação da intensidade da dor. ... 32

Figura 3.4 - Percentagem de trabalhadores que evitaram realizar tarefas normais devido à prevalência de lesões musculosqueléticas nas várias regiões do corpo. ... 33

Figura 3.5 – Monitorização 1 das VCI no setor do AMP no empilhador antigo (medição no piso). ... 41

Figura 3.6 - Excerto da monitorização 1 das VCI no setor do AMP no empilhador antigo (medição no piso). ... 41

Figura 3.7 – Monitorização 1 das VCI no setor do AMP no empilhador antigo (medição no assento). ... 42

Figura 3.8 - Excerto da monitorização 1 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (assento). ... 42

Figura 3.9 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (piso). ... 43

Figura 3.10 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (assento). ... 43

Figura 3.11 - Excerto da monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (piso). ... 43

Figura 3.12 - Excerto da monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (assento). ... 44

Figura 3.13- Monitorização 2 das VCI no setor das Embalagens (piso) ... 44

Figura 3.14 - Monitorização 2 das VCI no setor das Embalagens (assento). ... 45

Figura 3.15 - Excerto da monitorização 2 das VCI no setor das Embalagens (piso). ... 45

Figura 3.16 - Excerto da monitorização 4 no setor Nováqua (medição no assento). ... 46

Figura 3.17 - Excerto da monitorização 2 no setor Nováqua (medição no piso). ... 46

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X

Figura 3.20- Monitorização 3 das VCI no setor dos resíduos (medição no piso) ... 48 Figura 3.21 - Excerto da monitorização 4 das VCI no setor AMP na Megadur (piso)... 48 Figura 3.22 - Excerto da monitorização 4 das VCI no setor AMP na Megadur (piso)... 49

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 - Classificação da Atividade Económica em estudo ... 5

Tabela 2.2 - Diplomas legais em matéria de SHT. ... 6

Tabela 2.3 - Diplomas legais em matéria de vibrações de corpo inteiro. ... 7

Tabela 2.4 - Diplomas legais aplicados à utilização de empilhadores. ... 7

Tabela 2.5 - Grupos de Palavras-chaves por tema/área ... 8

Tabela 2.6 - Resumo do processo de seleção de artigos para a revisão da literatura ... 10

Tabela 3.1 - Classificação dos níveis de riscos relativos à exposição a vibrações com base no metodo de análise e avaliação da CIN. ... 23

Tabela 3.2 - Valores relativos à amplitude de vibração no que diz respeito ao conforto ... 26

Tabela 3.3 - Percentagem de cada faixa etária dos trabalhadores. ... 29

Tabela 3.4 - Percentagem de trabalhadores do género masculino e do género feminino. ... 29

Tabela 3.5 - Valor de IMC máximo, mínimo e médio. ... 29

Tabela 3.6 - Tempo na atividade atual dos trabalhadores abrangidos com o inquérito Nórdico. . 29

Tabela 3.7 - Percentagem de trabalhadores que anteriormente possuíram atividades com exposição a VCI. ... 30

Tabela 3.8 - Número de trabalhadores expostos a VCI por número de anos. ... 30

Tabela 3.9 - Percentagem de trabalhadores que praticam atividade física. ... 30

Tabela 3.10 - Percentagem de trabalhadores que possuem um hobbie que exija esforço físico. .. 30

Tabela 3.11- Percentagem de trabalhadores que consultou o médico de família nos últimos 12 meses. ... 30

Tabela 3.12 - Percentagem de trabalhadores diagnosticados com pelo menos uma doença. ... 31

Tabela 3.13 - Caracterização da tarefa (setor, tipo de carga, piso e frequência). ... 34

Tabela 3.14 - Caracterização dos trabalhadores (peso, altura, caracterização do tempo na tarefa e da exposição às VCI). ... 34

Tabela 3.15 - Caracterização dos empilhadores utilizados no estudo: matricula, marca, modelo e nº de série. ... 35

Tabela 3.16 - Caracterização dos empilhadores utilizados no estudo: tipo de alimentação e pneus e capacidade de carga máxima. ... 35

Tabela 3.17 - Caracterização dos empilhadores utilizados no estudo: ano de fabrico, ano ao serviço e data da última manutenção. ... 35

Tabela 3.18 - Valores de aceleração para o eixo x, y e z, e aw. ... 36

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XII

Tabela 3.20 - Classificação do nível de risco segundo a metodologia da empresa. ... 37 Tabela 3.21 - Valores do parâmetro SEAT e respetiva classificação de isolamento do assento. . 38 Tabela 3.22 - Valores referentes ao parâmetro Sed e Sed médio. ... 39

Tabela 3.23- Parâmetros N, n, idade, b, i e fator R para cada setor. ... 39 Tabela 3.24 - Valores de av referentes à avaliação do conforto. ... 40

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ÍNDICE DE FIGURAS EM ANEXO

Figura 0.1- Monitorização 1 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (piso). ... 65

Figura 0.2 - Monitorização 1 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (assento). ... 65

Figura 0.3 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (piso). ... 65

Figura 0.4 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (assento). ... 66

Figura 0.5 - Monitorização 3 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (piso). ... 66

Figura 0.6 - Monitorização 3 das VCI no setor do AMP com o empilhador antigo (assento). ... 66

Figura 0.7 - Monitorização 1 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (piso). ... 67

Figura 0.8 - Monitorização 1 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (assento). ... 67

Figura 0.9 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (piso). ... 67

Figura 0.10 - Monitorização 2 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (assento). ... 68

Figura 0.11 - Monitorização 3 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (piso). ... 68

Figura 0.12 - Monitorização 3 das VCI no setor do AMP com o empilhador novo (assento). ... 68

Figura 0.13 - Monitorização 1 das VCI no setor das Embalagens (piso). ... 69

Figura 0.14 - Monitorização 1 das VCI no setor das Embalagens (assento). ... 69

Figura 0.15 - Monitorização 2 das VCI no setor das Embalagens (piso). ... 69

Figura 0.16 - Monitorização 2 das VCI no setor das Embalagens (assento). ... 70

Figura 0.17 - Monitorização 3 das VCI no setor das Embalagens (piso). ... 70

Figura 0.18 - Monitorização 3 das VCI no setor das Embalagens (assento). ... 70

Figura 0.19 - Monitorização 1 das VCI no setor Nováqua (piso). ... 71

Figura 0.20 - Monitorização 1 das VCI no setor Nováqua (assento). ... 71

Figura 0.21 - Monitorização 2 das VCI no setor Nováqua (piso). ... 71

Figura 0.22 - Monitorização 2 das VCI no setor Nováqua (assento). ... 72

Figura 0.23 - Monitorização 3 das VCI no setor Nováqua (piso). ... 72

Figura 0.24 - Monitorização 3 das VCI no setor Nováqua (assento). ... 72

Figura 0.25 - Monitorização 4 das VCI no setor Nováqua (piso). ... 73

Figura 0.26 - Monitorização 4 das VCI no setor Nováqua (assento). ... 73

Figura 0.27 - Monitorização 1 das VCI no setor dos Resíduos (piso). ... 74

Figura 0.28 - Monitorização 1 das VCI no setor dos Resíduos (assento.) ... 74

Figura 0.29 - Monitorização 2 das VCI no setor dos Resíduos (piso). ... 74

Figura 0.30 - Monitorização 2 das VCI no setor dos Resíduos (assento). ... 75

Figura 0.31 - Monitorização 3 das VCI no setor dos Resíduos (piso). ... 75

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XIV

Figura 0.34 - Monitorização 1 das VCI no setor AMP na Megadur (piso). ... 76

Figura 0.35 - Monitorização 2 das VCI no setor AMP na Megadur (assento). ... 76

Figura 0.36 - Monitorização2 das VCI no setor AMP na Megadur (piso). ... 77

Figura 0.37 - Monitorização 3 das VCI no setor AMP na Megadur (assento). ... 77

Figura 0.38 - Monitorização 3 das VCI no setor AMP na Megadur (piso). ... 77

Figura 0.39 - Monitorização 4 das VCI no setor AMP na Megadur (piso). ... 78

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SIGLAS E ABREVIATURA

AMP – Armazém de matérias-primas EPI – Equipamento de Proteção Individual

ISO – International Organization for Standardization I&D – Investigação e Desenvolvimento

mp – Matérias-primas NP – Norma Portuguesa

SEAT – Seat Effective Amplitude Transmissibility VAE – Valor de Ação de Exposição

VCI – Vibrações de Corpo Inteiro VLE – Valor Limite de Exposição

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1 INTRODUÇÃO

A Segurança e Saúde no trabalho têm por objetivo a promoção e a manutenção do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todos os setores de atividades. Esta temática remete para a prevenção de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições de trabalho, e para a proteção prévia destes trabalhadores perante os riscos resultantes de circunstâncias nocivas à saúde. Existe assim um foco na adaptação do posto de trabalho ao homem, fornecendo condições físicas e mentais adequadas. Para que estas medidas tenham sucesso é necessário a participação quer dos trabalhadores, como dos empregadores nos programas de segurança e saúde. Segundo o Regime Jurídico da Promoção da Saúde e Segurança no Trabalho, o empregador tem como obrigações identificar, avaliar e reduzir os riscos associados à profissão (Assembleia da República, 2014).

Numa indústria podemos ter presentes diferentes fatores de risco como os riscos físicos (ruído, vibrações, iluminância), químicos, biológicos, mecânicos, elétricos, psicossociais e ergonómicos. O desenvolvimento tecnológico permitiu a utilização de robots ou dispositivos mecânicos como substituição total ou parcial da ação direta do trabalhador, por forma a eliminar condições de elevada exigência para os trabalhadores. Porém, apesar desse avanço científico e tecnológico, ainda se verificam situações de condições desfavoráveis ou perigosas para o operador na realização de determinadas tarefas (Associação Empresarial de Portugal, 2011), tornando-se um ambiente agressivo para o trabalhador.

No tipo de indústria em foco são várias as fontes de vibrações originadas por equipamentos diretamente ligados ao processo produtivo, por máquinas e ferramentas utilizadas nas oficinas de manutenção e setor de apoio à produção. Relativamente às vibrações de corpo inteiro, a principal fonte de transmissão são os empilhadores, os porta paletes (manuais e stackers) e as misturadoras (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

Em algumas indústrias/locais de trabalho verifica-se uma rotatividade de operações e operadores, sendo que o tempo a operar com estes equipamentos é reduzido, registando-se, consequentemente, valores de exposição reduzidos. Contudo, contrariamente, noutras empresas, o tempo de operação com este tipo de equipamentos é elevado, podendo ocupar de forma completa o turno diário. Nestas situações os níveis de exposição às vibrações são maiores (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

A exposição às vibrações de corpo inteiro apresenta consequentes efeitos, sendo os mais significativos as lesões lombares e lesões na coluna vertebral (Associação Empresarial de Portugal, 2011). Estes efeitos são agravados pela exposição excessiva, de longa duração e elevada amplitude da vibração.

As condições de trabalho refletem-se na produtividade, sendo que na presença de boas condições de trabalho, estamos mais predispostos para alcançar um determinado resultado, produzindo mais, com menos esforço. Contudo, quando as condições não são favoráveis, é facilmente atingido um nível de incómodo ou irritação, levando ao cansaço, falta de motivação, desconcentração, e consequentemente à queda de produção. É possível afirmar que os agentes físicos do ambiente de trabalho interferem diretamente no desempenho dos trabalhadores e na produção (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

Segundo os dados estatísticos da Direção Geral de Saúde, entre o ano de 2005 e 2008 os casos de doenças profissionais provocadas por agentes físicos diminuiu. Contudo, analisando de forma comparativa com os outros agentes, os agentes físicos são os que apresentam o maior número de casos.

De acordo com o Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança, as empresas devem garantir a manutenção do sistema de modo a melhorar continuamente, e adequadamente os objetivos da mesma devendo ter também presente no estudo, o controlo e a eliminação dos riscos profissionais, seguindo normas de prevenção, promovendo um trabalho seguro e saudável aos colaboradores.

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4 Introdução

De acordo como o artigo 15º da Lei nº3/2014 o empregador tem como obrigações” assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho” bem como “zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador” (Assembleia da República, 2014). Deste modo, o empregador deve realizar uma avaliação de riscos por forma a serem tomadas as medidas necessárias à proteção da segurança e saúde dos trabalhadores.

Na empresa CIN MAIA foi realizada uma revisão da Análise e Avaliação de riscos por posto

de trabalho, por forma a integrar a revisão anual do Sistema de Gestão de Qualidade, Ambiente,

Higiene e Segurança, referente ao ano de 2015. De salientar que de uma forma geral os riscos mais significativos nesta empresa são os riscos físicos (vibração e ruído), risco ergonómico e risco químico. Com a revisão da avaliação dos riscos em todos os postos de trabalho foi analisado quais os postos de trabalho que apresentavam uma maior necessidade de passar por um estudo relativamente aos seus riscos associados. Assim, foi definida a necessidade de uma análise mais profunda aos postos de trabalho que compreendiam a operação de condução de empilhadores, sendo em consequência dessa atitude, feita a análise da exposição às vibrações provenientes do veículo. Adjacente está o objetivo de perceber se existe a necessidade de intervir e melhorar o posto de trabalho onde este risco está presente. O uso de empilhadores na empresa abrange vários setores, sendo utilizados os empilhadores elétricos nas zonas de fabrico, no interior do armazém de matérias-primas e no centro de distribuição. Os empilhadores a diesel, utilizados no exterior, são utilizados para transporte de matérias-primas (m.p.), incluindo a receção de m.p. e a expedição destas para a fábrica. O posto de trabalho que aparentemente apresenta a necessidade de ter uma maior necessidade de análise, é no armazém de matérias-primas, mais especificamente nos empilhadores a diesel utilizados no exterior, onde o piso é irregular. Como existe um setor exclusivo para a receção e expedição de

matérias-primas/materiais, a distribuição das mesmas como apoio à produção tem de ser feita em longas

distâncias, com o empilhador, existindo a necessidade de percorrer o exterior. Se o tipo de pavimento no exterior não for regular, irá agravar o risco de exposição às vibrações de corpo inteiro devido à utilização deste veículo. A última análise a este agente físico neste posto de trabalho foi realizada no ano de 2008, para o sistema de corpo inteiro, onde se obteve o valor de 0,95 m.s-2 , sendo classificado pelo método de avaliação da empresa como nível de risco “Importante”. Segundo o Decreto-Lei nº46/2006, de 4 de fevereiro, este valor encontrava-se acima do VAE (Valor de Ação de Exposição) e abaixo do VLE (Valor Limite de Exposição).

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2 ESTADO DA ARTE

2.1 Enquadramento e apresentação da empresa

2.1.1 Caracterização da indústria

As atividades económicas podem ser classificadas com base no quadro comum de classificação de atividades económicas a nível nacional, segundo o Decreto-Lei n.º381/2007, de 14 de novembro, que estabelece a Classificação Portuguesa de Atividades Económicas, Revisão 3 (Instituto Nacional de Estatísticas, 2007) .

Segundo a classificação enunciada, a atividade em estudo insere-se na secção “Indústria transformadora”, e classifica-se como CAE 20301 – Fabricação de tintas (exceto impressão), vernizes, mástiques e produtos similares. Na Tabela 2.1 podemos verificar a classificação completa desde a secção até à subclasse da atividade em questão.

Tabela 2.1 - Classificação da Atividade Económica em estudo

Secção C Indústria transformadora

Divisão 20 Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos

Grupo 203

Fabricação de tintas, vernizes e produtos similares; mástiques; tintas de impressão

Classe 2030

Subclasse 20301 Fabricação de tintas (exceto impressão), vernizes, mástiques e produtos similares

Esta subclasse 20301, compreende a fabricação de tintas (inclui fabrico de tintas para automóveis e tintas em pó) e vernizes, esmaltes metálicos, mástiques e indutos; solventes e diluentes orgânicos compostos; secantes preparados; betumes e compostos para calafetagem. Os processos presentes numa indústria de fabricação de tintas podem resumir-se no fluxograma que se segue.

Figura 2.1- Fluxograma representativo dos processos de fabrico da indústria em estudo.

2.1.2 Caracterização da empresa

A CIN (CIN-Corporação Industrial do Norte, S.A.) foi criada em 1926 e é a única empresa portuguesa do setor pertencente ao CEPE (Conselho Europeu de Fabricantes de Tintas), sendo membro integrante desde 1990 do Coatings Research Group Inc.

Matéria-Prima Pesagem/dosagem Dissolução e Homogeneização

Acabamento Enchimento

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6 Estado da Arte

A empresa-mãe do grupo CIN é a CIN-Corporação Industrial do Norte, S.A. que é responsável pela produção e comercialização de tintas, vernizes e produtos afins. A CIN foca a sua atividade em diferentes segmentos de mercado: Decorativos, Indústria, Anti-corrosão e Acessórios. Atualmente o grupo CIN é constituído por oito empresas que comercializam as suas tintas e vernizes e que estão distribuídas por vários países: Portugal, Espanha, França, Angola e Moçambique. Em Portugal está sediada na Maia, tendo como segmentos de mercado a construção civil, a indústria e a proteção anticorrosiva.

2.1.3 Caracterização dos postos de trabalho

Os postos de trabalho em estudo compreendem aqueles que realizam a operação de condução de empilhadores, nomeadamente no transporte/expedição de matérias-primas para a fábrica, descarga e transporte de embalagens vazias, o transporte de resíduos, o transporte de produto acabado da zona de produção para zona de expedição e posterior carga de camiões.

O transporte de matérias-primas é inerente ao posto de trabalho no setor Armazém de Matérias-Primas (AMP) e exige que os trabalhadores despendam cerca de 5 horas do seu turno com operações de condução de empilhadores. Na Cin Maia a receção de m.p. é, por norma, realizada de manhã, sendo que a separação de pedidos e respetiva expedição para a fábrica é feita posteriormente. Neste setor existem dois empilhadores com alimentação a diesel e um com alimentação elétrica, onde operam 4 trabalhadores. O AMP possui um armazém interior, um armazém exterior, e uma zona intermédia, sendo esta última bastante utilizada pelos trabalhadores para manter as m.p. em stand by após a descarga do camião, antes de fazer o armazenamento nas estantes. Esta zona serve também para colocar as paletes com os lotes para expedição para a fábrica. No AMP da Cin Megadur é apenas realizada a receção e armazenamento de m.p. sólidas (sacaria e big-bags), não existindo o transporte até à zona fabril. Na situação da Megadur os horários de realização das operações são inconstantes, devido às incertezas na chegada de camiões.

A descarga e transporte de embalagens vazias são realizados com um único empilhador elétrico e a operação é realizada por 2 trabalhadores, que alternam entre si durante algumas semanas. A tarefa é realizada durante quase toda a manhã.

O transporte de resíduos é realizado durante vários períodos do dia, apenas por uma única pessoa, com um empilhador a diesel, percorrendo toda a área fabril.

Relativamente ao transporte de produto acabado será avaliado um trabalhador no setor Nováqua que realiza a tarefa de carregamento de camiões com produto acabado.

2.2 Enquadramento Legal e Normativo

Na Tabela 2.2 são apresentados os diplomas legais em matéria de segurança e higiene no trabalho necessários a ter em conta num estudo de avaliação de riscos inserido numa indústria química.

Tabela 2.2 - Diplomas legais em matéria de SHT.

Diploma Descrição

Diretiva 89/391/CE, de 12 de julho Aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde

dos trabalhadores no trabalho

Diretiva 2003/10/CE, de 6 de

fevereiro de 2003 Prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos

(25)

Portaria 53/71, de 3 de fevereiro Regulamento Geral de Segurança e Higiene do trabalho nos Estabelecimentos

Industriais

Portaria 987/93 de 6 de outubro

Estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais de trabalho

Na Tabela 2.3 são descritos os diplomas legais relativos à avaliação das vibrações de corpo inteiro. Na Tabela 2.4 são apresentados os diplomas aplicados aquando da utilização/condução de empilhadores.

Tabela 2.3 - Diplomas legais em matéria de vibrações de corpo inteiro.

Diploma Descrição

Decreto-Lei n.º 46/2006 de 24 de

Fevereiro Prescrições mínimas de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores em caso de exposição aos riscos devidos a agentes físicos (vibrações).

NP ISO 2631-1:2007 Vibrações mecânicas e choque: Avaliação da exposição do corpo interior a vibrações

Parte 1: Requisitos gerais

ISO 2631-5:2004 Mechanical vibration and shock – Evaluation of human exposure to whole-body

vibration. Part 5: Method for evaluation of vibration containing multiple shocks

EN ISO 8041:2005 Human response to vibration. Measuring instrumentation

Tabela 2.4 - Diplomas legais aplicados à utilização de empilhadores.

Empilhadores

Decreto-Lei nº 103/2008 Diretiva Máquinas

Portaria 1214-91 de 20 dezembro Movimentação e elevação mecânica de cargas

Dada a necessidade da avaliação do risco de exposição a vibrações no posto de trabalho em análise, será necessário ter em conta a legislação direcionada para esta temática. Assim, torna-se imprescindível ter presente o Decreto-Lei nº 46/2006, de 24 de fevereiro, que diz respeito às Prescrições mínimas de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores em caso de exposição aos riscos devidos a agentes físicos (vibrações). Este diploma define no nº 2 do artigo n.º 3, os valores limite de exposição (VLE) e valores de ação da exposição (VAE) às vibrações transmitidas pelo sistema corpo inteiro. Deste modo, temos como valores para VLE 1,15 m.s-2 e como VAE 0,5 m.s-2 (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).

Valor limite de exposição é “o valor limite da exposição pessoal diária, calculado num período

de referência de oito horas, expresso em metros por segundo quadrado, que não deve ser ultrapassado.

Valor de ação de exposição é “o valor da exposição pessoal diária, calculado num período de

referência de oito horas, expresso em metros por segundo quadrado, que, uma vez ultrapassado, implica a tomada de medidas preventivas adequadas.

2.3 Conhecimento Científico

A pesquisa bibliográfica foi realizada com base na metodologia de revisão sistemática referenciada em PRISMA Statement1, através do SDI - Serviço de Documentação e Informação

(26)

8 Estado da Arte

da FEUP, através de uma pesquisa integrada na base de dados sob a forma de Meta Pesquisa. O tipo de recurso utilizado foram as “Bases de Dados”, sendo que a pesquisa foi realizada separadamente para cada base de dados. Foram selecionadas seis Bases de Dados para a realização da pesquisa avançada, tendo em consideração as que são relevantes para o conteúdo da pesquisa da dissertação: Compendex, Inspec, Medline (EBSCO), Science Direct, Scopus e

Web of Science. Foram selecionados três grupos de palavras-chaves correspondendo cada qual a

um conjunto de palavras do mesmo tema/área:

Tabela 2.5 - Grupos de Palavras-chaves por tema/área

Grupo I

(Vibrações na condução de empilhadores)

Grupo II

(Questionário Nórdico e Sintomas associados) Grupo III (Armazenagem e Transporte na Indústria) Vibration Forklift Risk of vibration Forklift drivers Vibration evaluation Vibration assessment Vibration effect Whole-body vibration Arm-hand vibration Damping Shock absorber Damper seat Damper forklift Nordic questionnaire Musculoskeletal disorders Low back pain

Backaches Vascular disease Neurological disease Musculoskeletal disease Vascular disorder Neurological disorder Neuromusculoskeletal Musculoskeletal injurie Musculoskeletal symptoms Ergonomic analysis Lumbar spine Industry Warehouse Factory Industrial case Storage

A pesquisa foi feita através de “advanced search” na qual foram utilizados termos/operadores booleanos (“and”/”or”), de modo a conectar as palavras dentro de um campo de texto e entre campos de texto distintos.

Após a primeira pesquisa nas bases de dados com as palavras-chaves enunciadas e os termos booleanos, foram registados o número de artigos encontrados. Posteriormente foram aplicados critérios de exclusão para refinar a pesquisa e direcioná-la o mais possível para conteúdos relevantes ao tema da dissertação e por forma a ter a informação mais atual possível. Assim foram aplicados os seguintes critérios por ordem:

- Limitar apenas a “Journal Articles” ou “Article Reviews”;

- Refinar para: Ano de publicação superior a 2000, no caso de o número de artigos encontrados na primeira pesquisa for elevado;

- Exclusão de artigos repetidos; - Limitar apenas ao idioma Inglês; - Refinar por palavras-chaves; - Refinar por título;

- Refinar por conteúdo/resumo.

A refinação por palavra-chave, título ou resumo foi realizada de forma diferente para cada base de dados. Na primeira fase da pesquisa foram encontrados 528 artigos, tendo sido no final selecionados 9 artigos como relevantes para integrarem na revisão da literatura. Os critérios aplicados e os artigos que foram sendo limitados podem ser consultados na Tabela 2.6. Apenas nas bases de dados Inspec e Web of Science não foi aplicado o critério “Ano superior a 2000” devido ao reduzido número de artigos encontrados na primeira fase de pesquisa.

Após obtidos apenas 9 artigos, e nem todos serem suficientemente específicos e com dados que comprovem as conclusões realizadas, foi necessário efetuar uma análise da bibliografia desses 9 artigos. E após encontrados artigos com resultados que comprovem as conclusões retiradas, foram analisadas também essas bibliografias. Desta forma foi possível encontrar artigos que se enquadrem nos requisitos que permitem obter uma revisão da literatura com dados comprovados.

(27)

Figura 2.2 - Diagrama de seleção de artigos para a revisão da literatura.

Artigos identificados através da pesquisa no SDI da FEUP (n=465)

Artigos identificados através de pesquisa adicional (n=63)

Artigos selecionados (n=528) Artigos com publicação superior ao ano 2000

(n=233)

Artigos com idioma EN (n=211)

Artigos excluídos por ano (n=293) Artigos excluídos por idioma

(n=22)

Artigos excluídos por repetição (n=5)

Artigos não repetidos (n=206) Artigos com interesse relativamente ao tema por

palavra-chave (n=94) Artigos excluídos por título (n=15)

Artigos com interesse relativo ao tema por resumo/conteúdo (n=31)

Artigos excluídos por palavra-chave (n=112)

Artigos com interesse relativo ao tema por título (n=79)

Artigos excluídos por resumo/conteúdo (n=49)

(28)

Botelho, Catarina 10

Tabela 2.6 - Resumo do processo de seleção de artigos para a revisão da literatura

Base de Dados Grupo I Grupo II Grupo III 1ª

pesquisa Tipo de documento Ano publicação >2000 Limitação ao Idioma EN1 Após Exclusão repetidos Refinar pela KW Refinar por title Refinar por abstract Resultado final Compendex Kw, Title e Abstract Kw, Title e

Abstract All text 23 15 8 8 8 8 4 3

Inspec Kw, Title e

Abstract

Kw, title e

abstract All text 10 8

não

considerado 8 7 4 4

1

Medline(EBSCO) All text All text All text 77 74 36 36 36 33 4 0

Science Direct Kw, Title e

Abstract

Kw, Title e

Abstract All text 63 63 26 13 11 11 5

0

Scopus Kw, Title e

Abstract

Kw, Title e

Abstract All text 350 298 92 83 82 82 11

4

Web of Science Kw, Title e

Abstract

Kw, Title e

Abstract All text 5 5

não

considerado 5 5 5 2

1

1

(29)

2.3.1 Efeitos na saúde

Relativamente aos efeitos da exposição a vibrações, as principais consequências associadas são as lesões musculosqueléticas ou neurológicas da coluna vertebral (Johanning, 2011). Os sintomas mais severos são a dor crónica, disfunção neurológica e perturbações nos movimentos, sendo o sintoma mais comum a dor lombar (Johanning, 2011). São sentidos outros efeitos em menor percentagem, ou não tão percetíveis à primeira vista que são menos frequentes e menos evidentes e se encontram relacionados com os órgãos intestinais e sistema vascular (Johanning, 2011). Deverão ser tidos em conta também os problemas no pescoço-ombros, distúrbios digestivos, circulatórios e efeitos auditivos e reprodutivos (Johanning, 2011).

Massimo Bovenzi desenvolveu várias pesquisas sobre os efeitos provenientes da exposição às VCI (Vibrações de Corpo Inteiro), comprovando a relação entre a condução profissional na indústria e o aumento do risco de dores lombares (Bovenzi, 2010) (Bovenzi, 2006). Uma revisão realizada por Lage Burström demonstra igualmente que a exposição às vibrações de corpo inteiro aumenta o risco de desenvolvimento de dores lombares (Burstrom, Nilsson, & Wahlstrom, 2014).

Ghuman Kuljit Singh conclui na sua revisão, que se associa aos operadores de indústrias desconforto e lesões músculo esqueléticas devido à duração excessiva das operações (Singh G. K., 2012). A revisão demonstrou também a possível degeneração da coluna vertebral (Singh G. K., 2012) Neste estudo observou-se que o distúrbio mais registado é a dor lombar.

Relativamente a outros sintomas, o desenvolvimento de hérnias como consequência da exposição a vibrações de corpo inteiro na condução de veículos em indústrias foi observado por Bovenzi, e por Diane E. Gregory e Jack P. Callaghan (Gregory & Callaghan, 2011). Alguns estudos (Li, Lamis, & Wilson, 2016) demonstraram que as VCI tinham impacto na capacidade sensorial e também na capacidade de conseguir manter uma postura lombar correta. Concluiu-se que algumas das soluções para esta situação passava por: isolar o condutor da vibração; permitir períodos de descanso; alterar a frequência das vibrações e a duração da exposição. Stephan Milosavljevic (Mani, Milosavljevic, & Sullivan, 2010), conclui que a exposição a VCI do operador na posição sentado está relacionada com a perda de equilíbrio em pé, depois de rever que três estudos (2 em campo e um em laboratório) encontraram essa evidência, enquanto outros dois estudos em laboratório não encontraram tal relação.

2.3.2 Condicionantes das vibrações

Numa situação de exposição a vibrações de corpo inteiro, estão presentes outros fatores que podem tornar a exposição excessiva, ou agravar de alguma forma os efeitos adversos. Podemos ter presente diversos tipos de fatores que condicionam a exposição: fatores individuais, fatores físicos ou fatores intrínsecos ao trabalho e que são da responsabilidade da empresa.

O comportamento adotado pelo condutor é importante, como por exemplo a postura e a velocidade na condução. Bovenzi realizou uma análise multivariada, e apesar de não conseguir afirmar que fatores como a postura e as vibrações sejam fatores dependentes, comprovou que ambos aumentam os efeitos a longo prazo (Bovenzi, 2002).

As características individuais como a idade e o índice de massa corporal (IMC) são fatores com peso nos resultados da exposição, tendo já sido alvo de estudo por Bovenzi (Bovenzi, 2006). Contudo, Ivo J.H. Tiemessen demonstrou que o IMC não influencia o risco de dor lombar em condutores profissionais já expostos a VCI (Noorloos, Tersteeg, Tiemessen, Hulshof, & Frings-Dresen, 2008).

(30)

12 Estado da Arte

espaços, e também a fletir o tronco para trás para poder executar a marcha atrás, apesar de os veículos possuírem espelhos de auxilio (Fritz & Schafer, 2011). O estudo realizado por (Okunribido, Magnusson, & Pope, 2008) refere também a influência da postura sentada e a movimentação manual de materiais, sugerindo que hipoteticamente a combinação destes fatores é a causa dos efeitos visíveis. O estudo realizado por Martin Fritz refere que se o risco tem de ser avaliado pela ISO 2631-1 a influência da inclinação do tronco deve ser considerada pela multiplicação de um fator de correção nesta mesma avaliação da exposição (Fritz & Schafer, 2011).

Algumas condicionantes físicas que podem ter impacto na intensidade da exposição é o tipo de assento, o tipo de suspensão do assento e o tipo de pneus.

Relativamente ao assento, quando comparado o fixo e o móvel, este último apresenta uma maior atenuação quando estamos perante apenas vibrações horizontais. Nas outras situações o assento móvel torna-se apenas vantajoso em situações de velocidade elevada (Wijaya, Jonsson, & Johansson, 2003). Em geral, o banco móvel é caracterizado como mais confortável, sendo menos desconfortável na região lombar (Wijaya, Jonsson, & Johansson, 2003). O encosto do assento é um fator também já estudado. Um assento sem suporte nas costas pode diminuir a transmissão das vibrações verticais. Uma experiência desenvolvida no estudo de (M-Pranesh, Rakheja, & Demont, 2010) apresentou a comparação entre um assento com suporte e outro sem suporte, comprovando que num assento sem encosto há uma menor magnitude quando comparado com o assento com encosto. O efeito da presença do suporte apresenta valores mais reduzidos para a zona inferior do tórax e região lombar. Neste estudo (M-Pranesh, Rakheja, & Demont, 2010) foi também testada a posição e o apoio das mãos, sendo que o apoio resultou numa maior amplitude e a posição teve um efeito reduzido. Conclui-se neste estudo (M-Pranesh, Rakheja, & Demont, 2010) que é mais influente na magnitude das vibrações a presença de um encosto de costas, seguido pela própria magnitude induzida, e depois pelo suporte de mãos. Quanto à comparação entre assentos com suspensão de ar e com suspensão mecânica é possível afirmar a presença de valores mais baixos no eixo dos z aquando da utilização dos assentos com suspensão de ar (Blood, Ploger, & Johnsson, 2010).

Na análise do comportamento dos assentos com suspensão mecânica, ficou demonstrado ser dependente do peso do condutor, sendo que apresenta um melhor desempenho para trabalhadores mais leves (Blood, Ploger, & Johnsson, 2010). No assento com suspensão de ar não se verifica esta dependência (Blood, Ploger, & Johnsson, 2010). De referir que o assento com suspensão pneumática é por regra mais caro que o que possui suspensão mecânica (Blood, Ploger, & Johnsson, 2010), havendo contudo necessidade de ponderar os custos associadas às lesões que daí possam surgir.

Quanto ao uso do cinto como medida de prevenção, este não está associada à diminuição do risco de dor lombar, não devendo ser utlizado como uma medida de controlo (Lariviere, 2008). Os pneus dos veículos influenciam a magnitude da vibração. Os pneus sólidos permitem um conforto maior quando comparados com os pneumáticos devido ao amortecimento que proporcionam (Verschoore, Pieters, & Pollet, 2003), contudo, torna-se mais importante a influência do assento.

As horas de exposição diária, a intensidade da exposição, a condução excessiva durante muitos anos (Bovenzi, 2002), os períodos de descanso (Johanning, 2011) são condicionantes importantes, sendo estes da responsabilidade da empresa. Relativamente a própria exposição, o nível de conforto diminui com o aumento da amplitude (Singh, Nigam, & Saran, 2016). A carga física muitas vezes alternada com a condução (Bovenzi, 2006) são tarefas bastante pesadas para a musculatura das costas.

(31)

2.3.3 Metodologias utilizadas na avaliação

Por forma a avaliar, caracterizar e classificar a exposição às vibrações, podem ser utilizadas diferentes metodologias.

Relativamente a metodologias gerais de classificação de risco temos como exemplo a técnica k-nearest neighbor (Li, Lamis, & Wilson, 2016) que é um sistema de classificação utilizado devido à simplicidade e eficiência. Esta técnica foi aplicada num estudo que tinha por objetivo prever as perturbações musculosqueléticas relacionadas com o trabalho. Este sistema de classificação possibilita a combinação de variáveis, independentes com condições individuais e de trabalho. A avaliação da exposição a vibrações pode ser feita através de diversos parâmetros. Um estudo longitudinal (Bovenzi, 2010) em condutores demonstrou que quando na avaliação das vibrações é utilizada este tipo de análise, parâmetros como VDVsum (Sum Vibration Dose Value) e VDVmax

(Maximum Vibration Dose Value) são melhores que parâmetros como A(8) que tem em conta o tempo. Bovenzi conclui que parâmetros de avaliação da exposição à vibração derivada da duração da exposição como o VDV são melhores “preditores” dos resultados que parâmetros como o A(8) (Bovenzi, 2010). Alguns estudos utilizam o parâmetro SEAT que classifica a performance do assento e o parâmetro Sed que pretende avaliar a saúde na coluna vertebral.

Alguns estudos apresentam mais que uma variável como avaliação da exposição em estudo. Os resultados obtidos pelos diferentes métodos podem ser comparáveis tal como (Verschoore, Pieters, & Pollet, 2003) testou no seu estudo. Contudo os valores obtidos a partir de diferentes métodos podem nem sempre ser comparáveis.

Muitos estudos (Johanning, 2011) focam-se na avaliação dos efeitos adversos por transmissão das vibrações pelo eixo vertical, z, contudo começa a tornar-se importante ter em conta os efeitos nos três eixos de transmissão, x, y e z, tendo em conta o seu total, ou seja, a sua soma.

Os limites estabelecidos pela ISO 2361-1 podem não ser suficientes para realizar uma avaliação, visto que apenas tem em conta o valor da aceleração, não tendo em conta fatores individuais e de trabalho como seja a duração e intensidade da exposição, condições climatéricas, postura corporal ou tarefas adicionais que necessitam de elevação ou flexão. É sentida a necessidade de ter em conta um histórico do trabalhador, das tarefas já desempenhadas anteriormente e principalmente dos postos de trabalho com exposição a vibrações.

Para além da avaliação numérica da exposição podemos ter presente outro tipo de avaliação que poderá ser vista também como uma caracterização da população exposta. Esta avaliação passa pela utilização de um questionário. O autor (Bovenzi, 2010) adotou um questionário desenvolvido com o VINET (European Project Vibration Injury Network), para a avaliação da população, sendo que inclui 4 secções: informação pessoal, histórico ocupacional, histórico médico e outros sintomas.

Também (Noorloos, Tersteeg, Tiemessen, Hulshof, & Frings-Dresen, 2008) avaliou as dores lombares através do questionário VIBRISKS WBV Questionnaire, sendo este dividido em 5 secções e 42 questões. A secção 1 é relativa a características pessoais, a secção 2 consistia no questionário VINET e uma pesquisa de satisfação. A secção 3 e 4 eram relativas a queixas e lesões musculosqueléticas, sendo que a secção 3 sobre LBP (Low Back Pain) nos últimos 7 e 12 meses através do questionário nórdico, e a secção 4 sobre queixas físicas. GWBQ (The Generic Work Behavior Questionnaire) foi um questionário desenvolvido para avaliar sintomas gerais, não específicos, incluindo sintomas emocionais, cognitivos, comportamentais, fisiológicos (Griffiths, Cox, Karanika, & Tomás, 2006). Este questionário permite obter respostas sobre a exaustão e a tensão a partir de 12 outros sintomas. O WOAQ (The Work and Organisation Assessment Questionnaire) é um questionário que não avalia a parte psicológica.

São também realizados ensaios em laboratório por forma a testar diferentes fatores que não sejam passíveis de avaliar em campo por algum motivo, ou pelo facto de tornar mais fácil utilizar algum aparelho de medição (Lariviere, 2008). Alguns testes podem utilizar um banco com

(32)

14 Estado da Arte

Alguns testes em laboratório permitem avaliar a resposta da reflexão do músculo, utilizando por exemplo a eletromiografia de modo a avaliar se a fadiga foi fruto da exposição a vibrações ou não (Lariviere, 2008).

2.3.4 Estratégias de redução e medidas corretivas

Por forma a reduzir a exposição às vibrações é possível intervir em diferentes frentes, como sejam: diretamente na duração da exposição; nas condições de trabalho associadas; no comportamento e atitude do condutor; no próprio veículo ou no piso de circulação.

As estratégias ligadas diretamente ao veículo recaem sobre a suspensão dos assentos e sobre o tipo de pneus. A bibliografia indica que assentos com suspensão de ar e os pneus pneumáticos são a melhor opção, ajudando na atenuação das vibrações. Estudos realizados por ( Motmans R., 2012) comprovam a eficácia do assento com suspensão de ar na redução da vibração quando comparada com a suspensão mecânica.

No que diz respeito à ergonomia do assento, testes realizados por (Makhsous, Hendrix, Crowther, Nam, & Lin, 2005) entre um assento convencional e um assento sem encosto, resultaram em que este último demonstrou melhores resultados devido ao menor contacto entre o trabalhador e o assento e que permite menor transmissão das vibrações, obtendo-se valores mais baixos no eixo dos z. Relativamente ao ajuste do assento do empilhador é uma condicionante um pouco incerta, sendo que alguns estudos demonstram que o ajuste ampliou a vibração (Tiemessen, Hulshof, & Frings-Dresen, 2007). Nos assentos mais antigos, mesmo quando ajustados corretamente, não é possível esperar uma atenuação (34). De notar que a performance do assento deve ser obtida em campo, testando diferentes condições, e não apenas em testes de laboratório (Tiemessen, Hulshof, & Frings-Dresen, 2007).

Apesar das várias estratégias e medidas corretivas o ideal será combinar o uso entre elas. Um estudo realizado por ( Motmans R., 2012)) concluiu que melhorar a superfície do piso foi a medida mais eficaz, seguindo-se o parâmetro velocidade e por fim o assento. Como medidas combinadas, concluiu que melhorar o piso e reduzir a velocidade seria a combinação perfeita, contudo a velocidade interfere na gestão do trabalho. Assim a melhor hipótese será alterar a superfície do piso e a suspensão do assento ( Motmans R., 2012). Dado que as características do empilhador e o desempenho na condução têm ambos influência na exposição às vibrações, seria importante ter em conta medidas de redução que atuassem em ambos os aspetos. Numa revisão sistemática levada a cabo por Ivo J. Tiemessen, constituída por 37 estudos, revela que apenas um estudo apresenta uma estratégica de intervenção para reduzir as VCI, enquanto todos os outros apenas apresentam fatores que têm efeito sobre a exposição às vibrações. Estes efeitos são divididos em duas categorias: “design” e “competências e comportamento”. A segunda categoria é menos dispendiosa, contudo é menos promissora que a primeira. Ambas as categorias devem ser aplicadas de forma combinada. Foi constatada que a redução da velocidade de condução reduzia a magnitude das vibrações. A velocidade de condução e a suspensão do assento demonstraram ser os fatores estudados com mais significância.

A política da empresa perante a realidade e a necessidade da mudança é bastante importante. Um estudo realizado por (Hulshof, Verbeek, Braam, & van Dijk, 2006) demonstrou a influência desta condicionante em relação às VCI, atitude e comportamento dos condutores de empilhadores, e uma tendência para um maior conhecimento dos profissionais de SST (Segurança e Saúde no Trabalho). As medidas físicas como a redução da velocidade e alteração do piso não demonstraram redução dos valores de exposição.

Um estudo (Tiemessen, Hulshof, & Frings-Dresen, 2007) utilizou o modelo ASE (Attitude, Social influence and Self efficacy) que tinha como objetivo alterar a atitude, influência social e auto eficácia, não só dos condutores, como de todos os trabalhadores. Este programa estima que medidas como a alteração dos assentos e do piso tem um custo superior quando comparadas a medidas de atitude e comportamento. O programa baseia-se na mudança ou tentativa de

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mudança do comportamento, tornando assim que o efeito do programa de intervenção seja permanente.

2.4. Conhecimento Técnico

2.4.1. Vibrações ocupacionais

Podemos dizer que um corpo está em vibração quando este descreve um movimento oscilatório em torno de um ponto fixo. As vibrações ocupacionais, ou seja, no âmbito da segurança e saúde no trabalho, são designadas como uma forma de energia mecânica que se transmite ao corpo humano através dos pés, das nádegas ou de todo o corpo, de acordo com o sistema de coordenadas quando se encontra em contacto com uma superfície, máquina ou veículo em vibração, existindo um movimento oscilatório ou vibratório de um corpo sólido relativamente a uma posição de referência (RELACRE - Associação de Laboratórios Acreditados de Portugal, 2014). A vibração é caracterizada por vários parâmetros quantitativos entre os quais a frequência.

Define-se como frequência o número de vezes em que o ciclo completo do movimento se repete durante o período de um segundo, sendo medido em ciclos por segundo ou Hertz (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

A vibração é medida em metros por segundo ao quadrado e representa a aceleração do movimento vibratório, isto é, a rapidez com que a velocidade muda de valor (Associação Empresarial de Portugal, 2011)

O modelo vibratório é caracterizado pelo deslocamento ao longo do tempo, com a troca de energia potencial por cinética e vice-versa, resultando esta alternância num movimento oscilatório, inerente aos corpos dotados de massa e elasticidade.

O corpo humano possui uma vibração natural, e quando um sistema indutor de vibrações coincide com a frequência natural do sistema induzido, ocorre o efeito de ressonância, que resulta na amplificação do movimento, pelo somatório da intensidade da energia indutora e induzida, resultando no máximo de energia cinética e mecânica do sistema.

A energia vibratória é absorvida pelo corpo, como consequência da atenuação promovida pelos tecidos e órgãos. O corpo humano possui diferentes frequências de ressonância como se pode ver na Figura 2.3 (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

Figura 2.3 - Representação das diferentes frequências de ressonância sentidas no corpo humano.

A resposta às vibrações será distinta consoante a posição do corpo (sentado, de pé ou deitado) sendo igualmente importante o ponto de aplicação da força vibratória.

Relativamente às frequências, as massas pequenas estão mais sujeitas a altas frequências, e as massas grandes às baixas frequências (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

(34)

16 Estado da Arte

lombalgias e traumatismos da coluna vertebral” (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).

Este tipo de vibrações é de baixa frequência e alta amplitude, situando-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

Estas vibrações devem ser medidas segundo os três eixos de referência (x, y e z) do sistema de coordenadas ortogonal, sendo que no caso da posição sentado deve ser de acordo com o sistema definido na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Direção dos eixos basicêntricos do corpo inteiro na posição sentado (Associação Empresarial de Portugal, 2011).

A exposição às vibrações tem alguns fatores condicionantes, tais como a operação a realizar, o tipo de pavimento, os tipos de veículos, o tipo de condução e velocidade adotada pelo condutor. Assim, é necessário realizar a identificação de algumas características associadas às operações:

- Características da máquina utilizada (marca, modelo, idade, pressão dos pneus, regime de funcionamento);

- Operações que o equipamento se encontra a efetuar; - Natureza do pavimento;

- Estado de conservação, posição e características do assento;

- Tipo de vibração (contínua, intermitente, impacto) a sua direção predominante e origem; - Número de vezes que realiza a operação ou ciclo de trabalho por dia;

- Duração média diária da operação ou ciclo de trabalho.

2.4.2. Tipos de exposição

A medição das vibrações pode ser distinta dependendo do tipo de exposição em causa, podendo tratar-se de operações de longa ou curta duração, sendo que a primeira pode incluir operações estacionárias ou contínuas. As operações estacionárias consistem numa condução sem grandes variações de velocidade, onde as medições podem recair sobre uma parte ou uma operação completa, podendo abranger curtas interrupções devidas a paragens por exigências do trabalho. As operações contínuas não estacionárias consistem em operações em que os níveis de vibração mudam com o tempo, podendo-se agrupar períodos de vibração substancialmente diferentes que sejam estatisticamente estacionários. Relativamente às operações de curta duração as quais apresentam diferentes amplitudes de vibração, devem ser efetuadas medições para cada uma das operações e o resultado obtém-se a partir da combinação das mesmas.

2.4.3. Efeitos da exposição às vibrações

As vibrações são agentes físicos nocivos para a saúde, sendo resultantes da utilização de máquinas, equipamentos ou ferramentas. As vibrações mecânicas têm efeitos sobre a saúde e

(35)

segurança dos trabalhadores, podendo resultar em perturbações musculosqueléticas, neurológicas ou vasculares.

É possível enumerar os principais e mais danosos efeitos registados (Associação Empresarial de Portugal, 2011):

- Perda do equilíbrio e lentidão de reflexos;

- Manifestação de alteração no sistema cardíaco, com aumento da frequência de ritmo cardíaco;

- Efeitos psicológicos (exemplo: falta de concentração); - Distúrbios visuais (exemplo: visão turva);

- Efeitos no Sistema gastrointestinal, com sintomas de enjoo, gastrites e ulcerações; - Comprometimento, inclusive permanente, de determinados órgãos do corpo;

- Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente os submetidos a vibrações localizadas.

Para o caso das vibrações transmitidas ao corpo inteiro são registadas patologias na região lombar e lesões na coluna vertebral (Associação Empresarial de Portugal, 2011). As vibrações de longa duração e elevada amplitude sobre o corpo têm vindo a ser relacionadas com o aumento do risco de saúde da coluna dorsal e do sistema nervoso dos segmentos afetados, devido ao comportamento biodinâmico da coluna, isto é, deslocamento horizontal e torção dos segmentos da coluna vertebral. Este pode contribuir para processos degenerativos nos segmentos lombares, bem como agravar distúrbios patológicos endógenos da coluna vertebral. São também conhecidos efeitos sobre o sistema digestivo, o sistema genital/urinário e os órgãos reprodutores femininos. De notar que os efeitos na saúde demoram a processar, sendo importante que as medidas da exposição sejam representativas de todo o período de exposição (Instituto Português da Qualidade, 2007)

As consequências das vibrações no corpo humano dependem essencialmente do ponto de aplicação no corpo, da frequência e aceleração das oscilações, da duração da ação e da frequência própria e ressonância (Associação Empresarial de Portugal, 2011). No caso das VCI, na condução de veículos, a exposição e consequentes efeitos depende também da condução adotada pelo trabalhador.

2.4.4. Medidas preventivas

Os riscos associados à exposição dos trabalhadores a vibrações mecânicas devem ser eliminados ou reduzidos. No caso de o VAE (Valor de Ação de Exposição) ser ultrapassado devem ser aplicadas medidas técnicas e organizacionais de modo a reduzir ao mínimo a exposição (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006). As medidas técnicas têm por objetivo diminuir a intensidade de vibração transmitida ao corpo humano, atuando na origem da vibração ou na sua transmissão até ao corpo (Associação Empresarial de Portugal, 2011). As medidas organizacionais têm por objetivo a diminuição do tempo diário de exposição às vibrações, inserindo pausas no trabalho e rotação dos postos de trabalho. De uma forma geral podem ser aplicadas medidas técnicas e organizacionais, tais como:

- Métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a vibrações mecânicas; - Escolha de equipamentos de trabalho adequados, ergonomicamente bem concebidos e que

produzam o mínimo de vibrações possível;

- Instalação de equipamento auxiliar que reduza o risco de lesões provocadas pelas vibrações, nomeadamente assentos ou punhos que reduzam as vibrações transmitidas ao corpo inteiro ou ao sistema mão-braço, respetivamente;

- Programas adequados de manutenção do equipamento de trabalho, do local de trabalho e das instalações nestes existentes;

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Tabela 2.3 - Diplomas legais em matéria de vibrações de corpo inteiro.
Figura 2.2 - Diagrama de seleção de artigos para a revisão da literatura.
Tabela 3.2 - Valores relativos à amplitude de vibração no que diz respeito ao conforto
Tabela 4.10 - Percentagem de trabalhadores diagnosticados com pelo menos uma doença.
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Referências

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