7 E,VO
Autor:
Manuel Francisco Pinela Aires da Bica Orientador: Prof. Doutor Manuel RrjoEVORA
2010
BARRAcEM
Do
pIsÃo
-
aNÁlrsE
Dos
ASPECToS
coNDrcIoNAt\[TES
NA
suA coNSTRUÇÃo.
f-Iniversid
ade
de
E
rr«r
ra
Dissertação apresentada para
a
obtençãodo
grau
deMestre
em
Engenharia
dos
Recursos
HídricosEspec rabzação em Planeamento e Gestão da Água.
t f . r,
Jurt
" Esta dissertação não
inclui
as críticas e sugestõesfeitas
peloS rÍl s-7 *L. .-\
t- -p***u*-...
\,
:t I'-
-\r_ Ft--7
fJniversid
a.de
de
E,vo
ra
BARRAGEM
Do prsÃo
-
auÁr,ISE
Dos
ASPECToS
CONDICIONANTES NA
SUA CONSTRUÇÃO.
Disse rtaçáo apresentada para
a
obtençãodo
grau
deMestre
em
Engenharia
dos
Recursos
HídricosEspec rahzação em Planeamento e Gestão da Ágnu.
Autor:
Manuel Francisco Pinela Aires da Bica Orientador: Prof. Doutor Manuel RrjoEVORT{
2010
" Esta dissertação não inclui as críticas e sugestõesfeitas pelo
júri
"..-\81,
\
S
I
I
.t.t
I t|, h t '& *"-ttt":']ro1
ts ;**AcnA»T,CIMENTOS
O
presentetrabalho
foi
realizado
em
obediênciaao plano
de
estudos
do Mestradoem
Engenharia de Recursos Hídricos-
Edição
200812010-
Planeamento eGestão
da Água, da
Universidade deÉroru, relativo
ao tema"Barragem
do
Pisão -Aspectos Condicionantes na sua Implantaçáo"e teve como instituição de acolhimento a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva S.A.(EDIA S'A')'
Ao
concluir
este trabalhoo
sentimento é de grande satisfação. É,por
isso, meu desejo manifestar reconhecimento a todos aqueles que, de algum modo, me ajudaram na realizaçáo do mesmo.Aqui
deixo a devida referência,Ao
professor Doutor ManuelRijo,
o
agradecimentos peloincentivo,
as valiosas sugestões e a leitura cuidada e preciosa de todos os capítulos, bem como, pela amizade epermanente disponibilidade na orientação deste trabalho'
À
Eng." Isabel Grazina, Eng.oMartinho Murteira
e ao Eng.o Jorge Vasquez, um agradecimento especial pela força transmitida e pelos seus incansáveis apoios.A
toda a equipa envolvida na construção da barragem do Pisão, nomeadamente à Teixeira Duarte eCENOR
Consultores, nas pessoas do Eng.oAugusto
Canelas, Eng'o Manuel Romeiro e Eng.o Raul Sousa; ao Laboratório Nacional de EngenhariaCivil,
na pessoada
Eng.uLatra
Caldeira;
à
Aqualogus/Tetraplano'na
pessoada
Eng'u Anaeuintela.
A
todos, engenheiros de excepção com quemtive
oprivilégio
de trabalhar eaprender, os meus agradecimentos.
A
EDIA
S.A.,
que desdeo início,
disponibilizou
toda a informação necessiíriapara a sua concretização.
Aos meus Pais Por serem quem são...
À
Fátima, por todo o apoio que me tem dado ao longo da nossa vida em comum.DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃODAÁGUA
Rrsunno
O presente trabalho descreve as principais características da barragem do Pisão e aborda
as principais alterações efectuadas durante a empreitada de construção'
Descreve os materiais
utilizados
na
construção,caracteiza
a fundação, bem como, a metodologia adoptada paraarealizaçáo do aterro experimental da barragem'Simultaneamente procura
identiÍicar
e
caracteizar alguns dos principais problemas queforam
detectadosna
concepçãoe
construçãoe
que, como
tal,
condicionam
a
sua execução.Por
fim,
apresenta-se paralelamente algumas sugestões, que sirvam de orientação para futnros projectos a implementar de idêntica natureza'palavras-Chave:
Aproveitamentos Hidráulicos; Aterros; Barragens; Implementação de Projectos; Empreendimento de FinsMúltiplo
de Alqueva; Plano de Trabalhos'DTssERTAÇÂo oe MESTRADo EsPEcIALIznÇÃo sI\,Í
EM ENGENHARIA
PLANEAMENTO E
Dos RECURsos
HÍomcos
cssrÃooeÁcu.a,
AnsrnLcr
This
studyaim
to
describe the most relevant characteristicsof
Pisão dam atthe
same timeit
focus upon the main changes undertaken during the construction works.Construction materials description, foundation characterization and
work
method used during construction of the damlandfill,
are presented'Furthermore, the study seeks
to identify
and characteize the main constraints that havelimited
the project execution during the dam conception and construction.Finally,
some suggestions that may be used as major guidelinesin
similar
projects, arealso presented.
Keywords: Hydraulic
developments;Dams
embankments;Project
Implementation;Alqueva Multipurpose Project
(EFMA
-
Empreendimentode Fins Múltiplos
de Alqueva).DISSERTAÇÃO OE MESTRADO EM ENGENHARIA ESPEcIALIZaÇÃo EM PLANEAMENTo E
Dos RECURsos
sÍomcos
cesrÃo
pl
Ácua
ÍNorcn
1
-
Considerações prévias e objectivos2
-
Caracteizaçáo geral do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva(EFMA)-1 4 6 8 9 2.1
-
Subsistema Alqueva 2.2-
SubsistemaArdila
2.3-
Subsistema Pedrógão3 - Aspectos relevantes do projecto de execução da barragem do Pisão 3.1 - Recursos hídricos
3.2
-
Condições geológicas - geotécnicas3.2.1Caracteizaçio
geotécnica do local da barragem e sua fundação_
10 11 15 15 20
2l
24 25 25 36 37 37 37 38 40 404l
44 44 45 46 47 47 483.2.2Bmpréstimos para o aterro da barragem
3.2.2.1Materiais para o núcleo e maciços
estabilizadores-3.2.2.2 Materiais parafiltros,
drenos e enrocamentos3.3 - Concepção geral e características das
obras-3.3.1 Características gerais da obra
4 - Aspectos condicionantes na execução da barragem do
Pisão-4.1 - Considerações gerais4.2
-
Acompanhamento de obra. Partes intervenientes na execução 4.3 - Programação das obras4.4 - Fundação da barragem
4.4. 1 Prospecção complementar
4.4.2 Caracteizaçáo geral da fundação
4.4.3 Preparaçío da fundação, soluções preconizadas
-4.4.3.1 Profundidad e da
vala
4.4.3.2 Colocação de camada de
filtro
na face de jusante davala corta-águas-4.4.3.3 Remoção da argila aluvionar na fundação do maciço estabilizador de montante
4.4.3.4 Cota de saída do tapete drenante 4.4.3. Redução da espessura do núcleo 4.5
-
Manchas de empréstimo4.5.1 Prospecção complementar na
manchaB{
504.5.2 Prospecção complementar na mancha
E5
514.5.3 Prospecção complementar na mancha
El
524.5.4 Resumo da origem dos materiais utilizados no aterro da barragem
-
53
4.6 - Aterro experimental
4.6.1 - Definição da exploração da mancha de
empréstimo-
554.6.2 - Construção
e
caracteização dos aterros experimentais 56 4.6.3 - Apresentação e análise dos resultados 585 - Conclusões e recomendações
7l
5.2 Manchas de empréstimo7l
73 5.3 Aterros 73 75 55Bibliografia
77DISSERTAÇÃODEMESTRADOEM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EMPLANEAMENTO E GESTÃODAÁGUA
Íuorcn
nn
Qu.l»Ros
euadro
1: Barragens que integram o subsistema Alqueva.-
8
{)uadro 2:Barragens que integram o subsistema
Ardila'
9 Quadro 3: Barragemqre
integra o subsistema Pedrógão'
9 Quadro 4: Valorãs méàiosdoi
caudais dirírios e caudais diários mríximos na baciah-idrográficadabarragemdoPisão(Fonte:Projectodeexecução,2003)-|2
euadio
5: CaudaisdJponta
de cheia obtidos por aplicação da fórmula racional, paradiaçao
igual, dupla etripla
do tempo de concentração e período de retorno de 1000 anos'(Forite: Projàcto de ãxecução,)oo:1.
.
-
-
t:
Quadro6:
Cuaitensticas geotécnicas das áreasEl;E5
e E6; (Fonte: Projecto deàecução,z}$).
23euadro 7:
Diâm"ilcuracte.í.ticos.
<limensão das partículas do materialtipo
3 ault.*
nosfiltros
da barragem (Fonte: Projecto de execução, 2003).-
24 {juadro 8: principais caracierísticas da albufeira e barragem do Pisão (Fonte: Projecto
d--e
execução,ZOOl1
ZSQuadro 9: Caudais
cotte.ponaorte.
aos períodos de retornode2,5,
10 e 50 anos(ionte:
Projecto deexecuião,2oo3)
32t2uadro 10: Níveis da albufeira correspondentes aos caudais com período de retorno de
i,5,l}e50anos(Fonte:
Projectodeixecução,2003)
.
33quadro
11: Distancia à origem (PK) e comprimento das trincheirasTl,T2
e T3-
41
Quaaro 12: Delimitagão da-profundidade
eisp"ssura
dacascalheira.-
44 Quadro 13:Limite
détquidiz,
índice de plasticidade e densidade das partículas dasÀostras
de referência dàs maciços estabilizadores. (Fonte: Laboratório de obra).-
60euadro
14:Limite
de liquidez, índice de plasticidade e densidade das partículas dasÀostras
de referência dà núcteo. (Fonte: Laboratório deobra).-
66DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOSHÍDRICOS
EM PLANEAMENTO E GESTÃO DA ÁGUA
DISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENGENHARIADOS RECURSOS HÍDNCOS
EMPLANEAMENTO EGESTÃO DA ÁGUA
ÍN»rcrc
»n
ForocRAFrAs
Fotografia 1:
vista
de montante e para jusante do descarregador de superficie'"""""'
Fotografia 2: Pormenor do
metavulr*itot
básicos do substrato rochoso no local da 30 42 barragem.Fotografia 3: Conduta da tomada de
encontro observando-se as afluências de água
esquerdo...
Foiografia 4: Metavulcanitos decompostos e descomprimidos no fundo do vale perto
PK
IOOFotografia 5: Escavação da valacorta-árguas' Encontro direito em material de
"caliço"
...43 água. Vista Geral da escavação da vala,piovenientes do maciço de fundação do
42 do
DTSSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDNCOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃODAÁGUA
1
-
Considerações
prévias
e
objectivos
situado no
Alentejo,
no sul
de Portugal,o
Empreendimento de FinsMúltiplos
de
Alqueva
(EFMA)
tem a sua área de influência directa distribuídapor
20 concelhos dos Distritos de Beja, Évora, SeÚbal e Portalegre'Esta abrangência, numa área que se estende
por
cercade
10 000kn2,
faz
desteprojecto
um
instrumento
estruturante,mobilizador de
um
diversificado conjunto
deactividades, sustentado num processo de desenvolvimento integrado'
O
EFMA
está centradona
barragemde
Alqueva,
principal
infraestrutura doprojecto.
Com elafoi
possívelcriar um
reservatóriocom
capacidade de regularizaçáo inter-anual e, a partir dele,distribuir
água por toda a região beneficiária'Das principais infra-estruturas
fazemparte
as
redesprimárias
e
secundária'estações elevatórias,
15
barragens intermédias, reservatóriose
redesde
drenagem e viária. Na vertente agrícola doEFMA,
está actualmente previsto a instalação de 110 000 hectares de novos regadios no Alentejo.O Sistema Global de Rega de Alqueva divide-se em três subsistemas:
o
subsistema de rega de Alqueva, com captaçãode
ágaana albufeira deAlqueva
(Estação Elevatória dosÁlamos),
é responsávelpor uma
área beneficiada com cerca de 59 690 hectares;O
Subsistemade
regado
Ardila,
com origem de
águana albufeira
de Pedrógão, na margem esquerda, beneficia uma iírea do cerca de29
578 hectares de área regada;o
Subsistema de rega de Pedrógão, com captação de água igualmente na albufeira de pedrógão, na margem direita, é responsável pela distribuição de água em cerca de20 935 hectares de regadio'DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃODAÁGUA
A
Barragemdo
Pisão está
enquadradano
subsistemade
rega
de
Alqueva' recebendoárgn
através do sistema adutorprimário
que, partindo da estação elevatóriados Álamo s,
faza
adução às barragens dosÁlamos
I,
II
eIII,
canal Álamos/Loureiro(com
12
km) e
Barragemdo
Loureiro,
infra-estruturasjá
construídas' Segue paru aalbufeira de
Alvito
através de1l
km
de tunel e deAlvito
paÍa a albufeira do Pisão, porum
canal com 36km
de extensão.A
albufeirado
Pisão beneÍicia directamente2
588 hectares, divididos por três blocos de rega'Numa fase em que
a
grandemaioria dos
projectosque
compõemo
sistemaGlobal de Rega de Alqueva estão em construções, é necessário que o seu planeamento e
a
sua construção se procedam cuidadosamente,de modo a prevenir
a
ocorrência de eventuais problemas, na fase de obra e posteriormente na fase de exploração'A
execução de projectos, como a construção da barragem do Pisão, implica uma adaptabilidade e constante verificação das soluções preconizadas de projecto, não sendo raro a necessidade dedefinir
novas soluções em fase de obra.Ao
estar envolvido nesta empreitada de construção, nos quase dois anos da sua duração, nas funções de Dono deobra
nomeado pelaEDIA
S.A'
e Director Técnico daObra, de
acordo
com
o
definido
no
artigo
9o,do
Regulamentode
Segurança deBaragens (RSB) e com
o
artigo
3o,do
Regulamentode
construção
de
Barragens(RCB),
numa altura
em que
é
muito
importante produzir informação
adequada desuporte
à
decisão
que sirva
de
orientação
para uma mais
adequada concepção'planeamento e execução dos novos projectos
a
implementar,o
autor da presente tese gosta de pensar que não se perde o"Know How"
que representou a maior valia técnica'inquestionável, proporcionada pela presença de vários técnicos especialistas afectos aos diferentes intervenientes numa empreitada desta natureza,
DISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃO DA ÁGUA
o
presente trabalho surge assimcom
o
objectivo de procederà
identificação eanálise
das principais
situaçõesque
condicionarama
empreitadade
construção da Barragemdo
Pisão, deforma
aintervir
adequadamentena
sua resoluçãoe
contribuirpara evitar que
situaçõessimilares
ocoÍram nas
restantes empreitadasa
realizar'alertando
os
técnicos
responsáveispara
a
eventualidadede haver
necessidade de efectuar alterações durante a concepção/construção dos futuros projectos'DISSERTAÇÃODE MESTRADO EMENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO E GESTÃO DAÁGUA
2
-
Caractertzação
geral do empreendimento
de
Íins
de
Alqueva
(EFMA)
A
resolução do conselho de Ministros n" 203197, de 13 de Novembro, aprovou aorientação contida
no
Estudo Préviodo
sistema de regado
Empreendimento de FinsMúltiplos de
Alqueva
(EFMA). Nos
termos
daqueles estudoso
sistemade
rega
éconstituído por três subsistemas:
Subsistema Alqueva' Subsistema Pedrógão' Subsistema
Ardila.
O
EFMA
é constituído por um conjunto de infra-estruturas de diferentetatttÍeza,
dasquais
se destacam as barragens, canais,Úneis,
centrais hidroeléctricas, centraismini-hidricas,
condutas, estações elevatórias e reservatórios. Interligadas entresi,
estas infra-estruturas formamum
sistema que permite asseggrar o fornecimento deâgppara
fins
agrícolas, produçãode
energia eléctricae
abastecimentourbano e/ou
industrial (Figura 1).DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ESPECtALTzaçÃo EM
EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍNruCOS
PLANEAMENTO E GESTÃO DA AGUA
,t tç
dp
f,Amftffi
tr
c t a I t f I t t I uelorurncrdo Graculr & ano!$rrcar A flrrEtltosiliro ^l3t q\,PllMtmarɧ N §IRlOASrlaclç,lAl E uc^Clo rurqtebrlarlrrp E â&eoÍro E {noonor.o ts ror?o }DD.i T rtl,t'naa Ír D0SÍEH'[SÍtr,§l ÍD rcrcaorstrral $ ororrnqfoGru4 Í3 offirEÍvÍ:sprrÍRo) 111ryeb O roe,eqesrnae G ^ra,^u.,.c a,r OrmuÇÃO EI :l'. i ET íIt neo*ctetnrar É róuôrâ(rino a xDel^s rl4lEÀ*lA5 omnrrrr.çlo oo rcmrâo N N ÁEÀoe irÍÍErvfrÇloco alPrtlDrMtJID0a trrag r,ttÍlPLoll ta A.(ll.f\rt
UMlrEEBAOA tlgro6úÊc @'| #m 'o @,.1 EDIA ctc l o2148 fClri[áÍrPlroj toaruGAL rroMrúAoE corcÊrG r!9!ÇfqríIp-f atnanrr tr sr^áoaraüA !!fto I xrrmcalrt I mrcreoEruet D arosrudoCruet AÍgiíÍC(amdf l9!ft9f9r O rtD€orBsrrÍÍo O saD€Dtco{caro ulorgg411qg1çf9 umbe0.raa t- gtit RItOOrilttGNÍo l- FE6iAOA ç eísrEríÍer ç PmücÍaat E ROMlGO § úY*t rr. ,: i ! ,i:
Figura 1: Carta global de enquadramento do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva
-
EFMA. (Fonte: EDIA200e)-Ívv\
Caract e";1zaçáo Geral do Empreendimento de Fins Multiplos de Alqueva (EFMA) t s
CARTA DO EMPREENDIMENTO DE FINS MULTIPLOS DE ALQUEVA
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tt ;r aé I H tt -'t tJ t -lffi
&
ff§bübnng eenü4$o{
*lDISSERTAÇÃO OB MESTRADO
ESPECIALIz.a,cÃo
eu
EM ENGENHARIA Dos P.ECURsos
uÍorucos
PLANEAMENTo s
cpsrÃo oe Ácua
A
EDIA,
de
acordo
com
instruções recebidas,
deu
seguimento
aoaprofundamento
do
referido
EstudoPrévio
e
à
execução dosprojectos
das diversas infra-estruturas.No
ponto que se
segue,faz-se uma
breve
caracteizaçãodos
três subsistemas que integramo
EFMA,
com particular incidênciano
Subsistema Alqueva, onde está implementadaabanagem do Pisão.2.1 - Subsistema
Alqueva
O Subsistema de Rega de Alqueva é o maior dos três subsistemas que compõem o projecto de Alqueva e irá beneficiar com regadio uma área de cerca de 60 000 ha (v.d.
Anexo
I.I
-
Esquema de projecto da redeprimária do
subsistema deAlqueva
-
Fonte:EDIA
2010). Está também previsto, apartir
deste, a satisfação das necessidades de água para consumo humano e industrial nos concelhos de Évora, Viana doAlentejo,
Alvito,
Cuba,
Vidigueira, Alcácer
do
Sal,
Ferreira
do
Alentejo, Aljustrel,
Reguengos deMonsaraz, Mourão e Beja.
O
subsistematem
a sua origem na margemdireita
da albufeira de Alqueva, na estação elevatória dos Álamos, dimensionadaparauma potência de 42MW
e um caudal de bombagemde
41,4 m3ls.A
água é então adtzida às albufeiras dosÁhmos
III,
II
eI
pelo Canal Álamos-Loureiro, por onde é transportada à albufeira do Loureiro.Na
albufeirado
Loureiro, têm
origem2
circuitos, um em
direcção aNorte,
o canal Loureiro-MonteNovo,
com cercade24km
e um caudal nominal de 9,4 m3/s, que liga à barragem de Monte Novo, e outro para Sul, onde, pelo ninelLoureiro-Alvito,
coml
lkm
de comprimento e um caudalnominal
de32m3/s, abastece a albufeira doAlvito.
DISSERTAÇÃO OB MESTRADO
ESPECLALIZaÇÃo
rvt
EM ENGENHARIA Dos RECURsos
sÍop.lcos
PLANEAMENTo B
cpsrÃo oe Ácua
A
jusante destaalbufeira
desenvolve-seo
canalAtvito-Pisão, com 36
km
decomprimento
e
caudalmáximo inicial
de
40,6 m3ls.Este canal
chegapróximo
dabarragem
do
pisão,
com
um
caudal máximo
de
10,9 m3ls.
Abastece
ainda, graviticamenteao
longo do
seu traçado,o
canal
de
OdivelasA/alede
Gaio,
a
zona regada pelo eixo Cuba-Vidigueira-Pisão, o adutor Pisão-Beja e o canal de ligação Pisão-Roxo.O Adutor
Odivelas-Vale
de
Gaio, com uma
extensãode
30,34km e
caudalmáximo
inicial
de
6,25 m3ls,faz a
adução para as albufeirasde
Odivelase
Vale
de Gaio, fornecendo água aos blocos de Odivelas e Vale de Gaio'O Adutor Pisão-Beja, com uma extensão de 3,07
km
e caudal máximoinicial
de6,84
m3ls, desenvolve-seem
condutagravítica
atéao
reservatóriodo Álamo.
Neste reservatório será construída uma estação elevatória que elevaráa
âgaa, através de uma conduta elevatória, até ao reservatório de Beringel, de onde sairá uma conduta gravitica até à barragem de Cinco Reis.A
barragemdo
Pisão é,no
essencial, uma infra-estruturade
armazenamento ereg11a;1zação
que cumprirá
funçõesde
alimentaçãodos blocos de rega
do
Pisão eAltundão.
O
Adutor
Pisão-Roxo, com um comprimentode
18,85km,
termina na albufeirado
Penedrão, abastecendo graviticamente ao longo do seu traçado azona definida pelo eixo Pisão-Ferreira do Alentejo ,a
zona situada no eixo Ferreira doAlentejo-Ervidel
e aoeste deste, a barragem do Roxo. O canal poderá ainda abastecer, em caso de rotura do sistema
normal
de
distribuição, as
zonas dejusante
da
Infra-estrutura12,
mediante descargapaÍaaliúa
de árytta dabarragem do Monte Branco.A
derivação paraa
Barragemdo Roxo é
iniciada
a jusanteda
Barragem do Penedrãoe
é feita
atravésde
uma
condutagravítica
dimensionada paÍaum
caudalDOS RECURSOS HÍDRICOS
GESTÃODAÁGUA
máximo
de
5,7
lf
ls e
desenvolvimento
de
4,8
km
que termina numa
centralhidroeléctrica na albufeira do Roxo.
As barragens que integram o Subsistema Alqueva encontram-se no Quadro 1:
Quadro 1: Barragens que integram o subsistema Alqueva.
Barragem Fase Bacia hidrográÍica
Álamos I, II e
III
Concluída GuadianaLoureiro Concluída Guadiana
Alvito Pré existente (1979) Sado
Odivelas Pré existente (19721 Sado
Vale de Gaio Pré existente (1949) Sado
Pisão Concluída Sado
Penedrão Em fase de construção Sado
Roxo Pré existente (1968) Sado
Cinco Reis Em Proiecto de Execução Sado
2.2 - Subsistema
Ardila
O
subsistemaArdila
situa-se na margem esquerda do Guadiana e éo
segundomaior
de
todo o
projecto Alqueva
(v.d.
Anexo
I.IL -
Esquemade projecto da
rede primríria do subsistema doArdila -
Fonte:EDIA,
2010). Está previsto regar uma área de cercade 30
000
ha na
margem
esquerdado
rio
Guadiana, estandodividido em
4 circuitos hidráulicos:Circuito
Hidráulico
do Pedrógão Margem Esquerda; CircuitoHidráulico
Brinches-Enxoé;Circuito
Hidníulico
de SerPa;Circuito
Hidráulico
Amoreira-Pias.As barragens que integram o Subsistema
Ardila
encontram-se no Quadro 2:DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS EM PLANEAMENTOE GESTÃO DAÁGUA
Quadro 2: Barragens que integram o subsistema Ardila'
Barragem f,'ase Bacia hidrográfica
Furta Galinhas Em estudo prévio Guadiana
Amoreira Concluída Guadiana
Sema Concluída Guadiana
Brinches Concluída Guadiana
Pias Em estudo prévio Guadiana
Laee Em fase de construÇão Guadiana
Enxoé Pré existente (1999) Guadiana
Caliços Em estudo prévio Guadiana
2.3
-
Subsistema Pedrógão
O
Subsistema Pedrógão é o mais pequeno de todoo
sistema de rega do projectoAlqueva,
desenvolvendo-sena
margem
direita do
Guadianae
localizando-sea
sua origem de água na margem direita da barragem de Pedrógão.A
áreatotal
prevista paraos perímetros de rega a beneficiar é de cerca de 22 000 ha (v.d. Anexo
I.III-
Esquema de projecto da rede primária do subsistema de Alqueva - Fonte:EDIA,2010)'
A
adução
ao
subsistemado
Pedrógão
integra
três
circuitos
hidráulicosfundamentais, definidos com base nos patamares principais de elevação existentes: Circuito hidráulico do Pedrógão;
Circuito hidráulico de São Pedro; Circuito hidráulico de São Matias.
No
euadro
3,
encontra-se referenciadaa
única
barragemdo
Subsistema dePedrogão.
Quadro 3: Barragem que integra o subsistema Pedrógão'
Barragem Fase Bacia hidrográÍica
S. Pedro Em estudo Guadiana
DTSSERTAÇÃo
os
MESTRADoESPECLALIZIçÃo
eu
PLANEAMENTo PcrsrÃo
»e Ácua
EM ENcENHARIA Dos RECURSoS
nÍprucos
3
-
Aspectos relevante§ do
projecto
de execução da
barragem
do
Pisão
A
concepçãogeral
da
barragemdo
Pisão
foi
condicionadapelas
adversas condições geológicas e geotectónicas das fundações. Olocal
da barragem é interferidopela
falha da
Messejanae
o
maciço de
fundação apresentaum
gÍau de
degradação excepcionalmente elevado,traduzido pela
intensa aryilizaçáo
até profundidades naordem dos 30m.
O
grau de
degradaçãoé
responsável pelas precárias características geomecânicas emuito
baixa permeabilidade tendo conduzido à opção de uma solução de aterro para abarragem, com dispensa ao recurso de cortina de impermeabilização na fundação.por
outro lado, e na fase de projecto, a pesquisa de terras para empréstimosfoi
dificultada
pelas
características geotécnicas insatisfatóriasda maioria dos
solos
de alteração ocorrentesna
âreada albufeira. Acabaram por ser seleccionadas três manchas de empréstimo que permitiram, em projecto, conceber umperfil
zonado com um núcleo central a executar com solos de baixa permeabilidade, provenientes da alteração residual dos gabros, vulcanitos,pórfiros
ácidose
maciços lateraiscom
solos semipermeáveis, resultantes da alteração dos pórfiros ácidos.De
acordo
com
o
projecto de
execução(Aqualogus
e
Tetraplano,2003),
abaragem
do pisão dará origem a umaalbúeira
com capacidadeútil
de 8,23*106 m3 erírea de inundação de 2,02 km2.
É
umabaragem
de aterro zonadocom
14 metros dealtura
e
454m de
desenvolvimentodo
coroamento,que
perfazum
volume
total
deaterro
de
144000m3,
com núcleo
central argiloso
e
maciços
estabilizadores com materiais mais Permeáveis.DTSSERTAÇÃo oe MESTRADo ESPECIALIzaÇÃo Ptvt
EM ENGENHARIA Dos RECURSos
nÍonrcos
PLANEAMENTo s
crsrÃo
oa
Ácue
Os órgãos hidráulicos de segurança e exploração são o descarregador de cheias, com soleira em labirinto, a tomada de água e a descarga de fundo, estas constituídas pela torre de manobra e passadiço de acesso, conduta circular e câmara da válvula de
jacto oco. (v.d. Anexo
II.I
- Barragem, planta geral - Fonte: Projecto de Execução).No
essencial,é
uma
infra-estrutura
de
armazenamentoe
regúaização
que receberá águas provenientesdo
canalAlvito-Pisão
e cumpriní funções de alimentação dos blocos de regado
Pisãoe Alfundão,
aproveitando ainda as afluências da própria bacia hidrográfica.3.7 - Recursos
hídricos
A
barragem do Pisão localiza-sejunto
a Beringel,a
cerca de 10km
de Beja.A
sua bacia hidrográfica tem uma área de 49 Km2, com uma altitude média de 48,1 m. Com base nos registos do posto climatológico de Beja, pode dizer-se que a zona da barragem do Pisão apresenta uma precipitação média anual de 606 mm, ocorrendo os maiores valores de precipitação nos meses de Outubro a Março e os de menor valor em Julho e Agosto.
De
acordo
com
o
projecto
de
execução(Aqualogus
e
Tetraplano, 2003),
aestimativa do tempo de concentração da bacia hidrográfica
foi
efectuadapor
aplicação das fórmulas de Temez e do NERC§ational
Environment Research Council), tendo-se adoptado o tempo de concentração de 4,5 horas, com base nos valores obtidos para cada uma das sub-bacias e da bacia hidrográfica na barragem do Pisão.Na utilização das series de precipitação, foram utilizados os postos udométricos
que,
de
acordo
com
o
método
de
Thiessen,influenciam
a
bacia
hidrogrráfica da barragemdo
Pisão,isto
é, osde
Cuba (24J103), Ferreirado Alentejo
(25V01)e
Beja (zsJt02).DTssERTAÇÃo oB MEsTRADo EM ENcENHARIA Dos RECURSoS
uÍonrcos
ESpECTALIZAÇÃo EM pLANEAMENTo B
csstÃo
oa
Ácue
Na
utilização
das séries de escoamentofoi
escolhida, pela proximidade com abacia
em
estudo, número
e
qualidade
dos
registos
na
estaçãoe
semelhança dascaracterísticas
fisicas
e
geomorfológicas
nas
duas bacias hidrográficas,
a
estaçãohidrométrica de Entradas
(27V01),ptrà
análise de cheias na bacia hidrográfica do Pisão.A
análise dos caudais médios dirários na bacia hidrográfica dabanagem do Pisãofoi
efectuadapor
transposição dos caudais registados na estação hidrométrica(EH)
deEntradas, com base na relação de áreas entre
a
EH
e a bacia hidrogrâfrca definida no local da barragem.No
Quadro 4, apresentam-se os valores médios, de projecto, dos caudais diáriose caudais diários máximos, paru a bacia hidrográfica da barragem do Pisão.
Quadro 4: Valores médios dos caudais diários e caudais dirírios máximos na bacia hidrográfica
da barragem do Pisão (Fonte: Projecto de execução, 2003)
Face aos caudais apresentados no Quadro 4,
foi
definido, de modo conservativo,o
período de estiagem, que corresponde aos meses deMaio
a
Setembro,e
o
período húmido, correspondente aos meses de Outubro aAbril.
Na
determinaçãodos
caudais
de
ponta das
cheias afluentes,
utilizaram-se procedimentos fundamentados na análise de registos de precipitações dirárias máximasanuais
e
também
as
curvas I-D-F
estabelecidaspelo
INAG,
no
caso concreto
aestabelecidapara o posto de Beja (Brandão et
al.200l).
Mês Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set.
Caudal médio dirírio (m3/s) 0,06 0,27 0,73 0,41 0,50 0,78 0,08 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 Caudal médio dirírio máximo (m3/s) 0,87 2,42 5,66 3,87 3,41 2,76 1,00 0,11 0,00 0,00 0,00 0,02
DISSERTAÇÃODEMESTRADOEM ENGENHARTA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO E GESTÃO DA ÁGUA
A
partir
do cálculo das precipitações máximas com diferentes durações na bacia hidrográfic ada
banagemdo
Pisãoe
das correspondentes intensidades, procedeu-se àavaliação dos
caudaisde ponta
de
cheia
medianteo
recurso
a
fórmulas
empírico-cinemáticas e, de entre estas, considerou-se a aplicação da fórmula racional.No
euadro 5, estão representados os caudais de ponta de cheia obtidos.euadro 5: Caudais de ponta de cheia obtidos por aplicação da fórmula racional, para duração igual, dupla
e tripla do tempo de concentração e período de retomo de 1000 anos (Fonte: Projecto de execução,2003).
t=tc
t:2
tct=3tc
I (mm/h)a
f-'lrl
I (mm/h)a
1m3/s1 I (mm/h)a
1m3/s1Análise estatística de precipitações
diarias máximas 12,5
ll9
8,077 6,2 59
Curva
I-f)-F
de Beja 16,0 196 9,4ll5
6,8 84Da análise do Quadro 5, pode verificar-se que os valores dos caudais de ponta de
cheia obtidos
pela
curva
I-D-F
de Beja foram
superiores aosobtidos
pela
análise estatística de precipitações máximas diárias. Esta situaçãofoi
explicadapelo
facto da determinação das precipitações estar menos sujeita aeffo
no caso de seutilizar
a curvaI-D-F
deBeja,
;ulmavez que foram utilizados valores observados de precipitações com duraçõesinferiores a
24
horas, não sendoutilizada
neste caso qualquer metodologia,como
ocorreu
na
determinaçãodas linhas
de
possibilidade udométrica,
onde
asprecipitações de duração
inferior
a24horas foram obtidas por repartição da precipitaçãodiáfiamáxima
anual. Desta forma, a determinação de hietogramas de cheia afluentes à barragem do pisãofoi
efectuada com base nas precipitações de projecto obtidas apartir
desta curvaI-D-F, utilizando o
hidrogramaunitiírio, HU,
doSoil
Conservation Service (McCuen, 1982) e por aplicação deste, às precipitações de projecto, atrás mencionadas, com o programaHEC-I
(U.S.Army
Corps Of Engineers, 1990)'DISSERTAÇÃO Og MESTRADO
ESPEcIALIzeÇÃo Ptvt
EM ENGENHARIA Dos RECURsoS
gÍonrcos
PLANEAMENTo B
cesrÃo oa Ácue
Os caudais/tempo afluentes obtidos estão apresentados na Figura
2,
qtrc contêm ainda a especificação dos correspondentes caudais de ponta de cheia, Qp..Caudal (m3/s) 250 200 150 í00 50 0 202m3ls 206m3/s 204m% 5 10
Duração da precipitação igual a:
---tc
-2tc
+
$fs15 20
Tempo (h)
0
Figura 2: Hidrogramas de cheia afluentes para a duração da precipitação igual, dupla e tripla do
tempo de concentração (Fonte: Projecto de execução, 2003).
Em
termos devolumes
de cheia afluentes, obtiveram-se de projecto 3,53x106, 4,12x106 e 4,53x106 m3, respectivamente, paru a duração da precipitação igual, dupla etripla
do tempo de concentração. O hidrograma relativo a uma precipitagão com duraçãotripla
do tempo de concentração (13,5 horas), a que colrespondeum
caudal de ponta de204 m3ls e o volume de cheia de 4,53x106,
foi
outilizado
no estudo do amortecimentoda onda de cheia na albufeira e no dimensionamento do descarregador de superficie.
DTsSERTAÇÃo DE MESTRADO EM ENGENHARIADOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃODAÁGUA
3.2
-
Condições geológicas
-geotécnicas
A
barragemdo
Pisão
está locali zadana
zona
tectono-estratigráficade
ossa Morena e, dentro desta, no maciço de Beja. Na Figura 3, apresenta-se a cartaGeologico-Estrutural,
realizadacom
basena
CartaGeológica l:200000,
folha 8,
dos
ServiçosGeológicos de Portugal
(Oliveira
etal.
1992) à qual se integrou odeseúo
da albufeira' o local da barragem e as áreas das manchas de empréstimo. Da leitura desta carta,pode-se obpode-servar que
o
local
da barragem se situanum domínio
de metavulcanitos básicos(vpl),
imediatamente a jusante dafalha
da Messejanae
dos gabrosde Beja
(t),
que constituem o substrato da albufeira.A
tectónicaque
caracteizao Maciço é
comptexa,e
é a
falha
designada por Messejana,que
atravessatodo
o
território
alentejano
com
orientação
NE-SW'
aestrutura
tectónica
que
desempeúa
um
papel
condicionante
das
característicasgeotécnicas locais, nomeadamente
na
degradaçãosofrida pelo
substrato afectado poresta falha.
o
projectode
execução (Aqualogus e Tetraplano, 2003), referencia também o facto de, tratando-se de uma falha activa, esta estrufura introduzirum
condicionamento dinâmico enquanto sede de sismos ou enquantozonafrágil
especialmente susceptível de reagir a sismos induzidos a partir de outros locais'3.2.1c*actefizaçlo
geotécnica
do local da barragem
esua
fundação
os
trabalhos de reconhecimento na fase de projecto, permitiram delinear o zonamento geotécnico, apresentado na Figura 3'DISSERTAÇÃO oS MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍ»ruCOS ESpECIALIzaÇÃo EM pLANEAMENTo s
cpsrÃo oa Ácue
i
{
1
DTssERTAÇÃo oB MESTRADo EM ENGENHARIA Dos RECURSoS
uÍorucos
ESpECrALrzeÇÃo EM pLANEAMENTo p
cssrÃo
»e
Ácua
I ., (nrü É (n) * (rü rtt ãü lrJ ê üln
roRr@Et 0E coBERruR (S0LOS)
c
PEI
drelgnoeõ.t
íkro (O madh (rn), gÍuo (g)
/ oolhcrr ü [§ c0REs Dos tonr mrmoh brqtco dnrcnto omorulo vannaho vrrd. t!c t ka- i*-i.É hi*F .hr.r, -.l
COME SOffiEA.EVTM PE.O ED(O tIA BIRR^IET
AIÉ tOM DE PROfISPIDIDE
Erc V-l:200
Ero H.t:1000
SUBSIRATO ROCHGO
oortaf 0ün ü çrddoô ô l1§g0 reHGO ,r,ototutaüü oarttbSo PÚ Ímd0emt
Ú0 tac rao
I
.r qrl lfrÂrrn
UT g. y. ,t gr be rl ee w JT ü bb /er h (.) o) LloU cr rytr bblnerü ôo.ílrc*t
* -,H.tg!tTJ*t-* cn ruPmilc mdc
mcd.í!ílo. htilütrrü nrtortOq rrodnô o hLrnrúr Íruonrub
4
r- ryL
rtr *L aÃtç
PS hr rffir
Lhlt (h lubrt ônÍú0.. uloilioóa Écrrfrúvor Éoofrorh ô gÍúD.CoCac
s Ufoçn
0!úc
ol t ctttc: lltologlo (robr)i gmur dr quolldod. (moctço roôm)
b) t qurrh rtbh lr anrdor dr hjccçpo dc 6guo (t upr)
- r rraúo: ô.{!!.. oorrrüb prr ô n Cfc cúô (^d -n lrglúltoór ô otürrrt, a.{ulrtoClo úü{ cortre HltRocEolootA
ll'd hlüudúÜr Oúfô ç!üü.dol m ftô lr cüçe ô tüu ô ruúrrcturb
(ô ,r. b Ír.lrt úr rúrú ($ lrr Érú (d I m Hrb ô rlrHnrü p lcfqc) /v /g /y /r Tmo vrectd Arl!o T §Í, nt g 0 (c)
u
(st, m, (G) olhroç0o rrdrlud) rrylFigura 4: Local da barragem. Corte pelo eixo com zonamento geotécnico (Fonte: Projecto de execução, 2003).
Aspectos Relevantes do Projecto de Execução da Barragem do Pisão
I
17*."-.a-ai\a.a"-dW w kq* Éae% ra qrt milt qÊâr r§ nl.
YF*
ir rÀw
tf ü/r tortr lg.fanr*a müctcúo c r0q le-o o nrod*trlcrrrtr ÍÍütmô\
O)v
DTSSERTAÇÃo op MESTRADo ESPEcLALIZaÇÃo sNÍ
EM ENGENHARIA Dos RECURSoS
gÍorucos
PLANEAMENTo B
cBsrÃo
oe Ácue
Ao
conjunto dos terrenos de cobertura (aluvião e eluvião) e do horizonteM3
do substrato(total ou
quasetotalmente
decomposto) designou-sepor
zona
geotécnica superior(ZGS).
Esta éa mais
importante das zonas geotécnicas consideradas, não sóporque
constitui
a
maior
parteda
fundação interessada pela barragem, mas tambémporque
exibe
fracas
características
gerais
de
resistência.
Dada
a
sua
grande representação,o
projecto diferenciou-a
em
sub-zonas,com
o
objectivo
de
mostrar alguma evolução das características geotécnicasou de
alguma estruturado
maciço rochosoque
nelas se reflectisse.Foi
assimque
sedistinguiram
as sub-zonas ZGS3, ZGS? eZGSI.
Segundo
o
projecto de
execução (Aqualoguse
Tetraplano,2003),
a
sub-zona ZGS3, a mais superior das três no corte da Figura4,
é constituídapor
solos areno silto argilosos, por vezes com cascalho abundante, e deve encontrar-se a maior parte do ano acimado nível
freático,
pelo
que se
encontra sub-saturada. Identiftca-se, quase porinteiro, com
o
horizonte
sísmico superior, cujas velocidades sísmicas, em regra, não ultrapassaram 500 m/s.A
sub-zona ZGSL, menos
espessano
bloco
ascendenteque
no
blocodescendente,
é
constituídapor
rochas decompostasou
solos coerentes. Previa-se, no projecto de execução, que se deveria encontrar saturada e identifica-se com o horizonte sísmicomédio,
do fundo do vale e da
vertentedireita,
cujas velocidades sísmicas, variam entre 700 e 1100 m/s.A
sub-zonaZGSI, a
demaior
desenvolvimentovertical
das três sub-zonas, éconstifuída, como a anterior, por rochas decompostas ou solos coerentes e também, no projecto de execução, se previa que esta deveria estar saturada. Distingue-se da anterior,
DOS RECURSOS HÍDRICOS
GESTÃODAÁGUA
em particular, pelas velocidades sísmicas mais elevadas, entre 1700 e 2000
m/s,
facto que é indicativo de maior compacidade.Na zona geotécnica
ZcMainda
prevalece o maciço rochosomuito
alterado, com graus de meteorizaçãoW5
eW4.
Estazona,
foi
identificada como
horizonte sísmicomédio
da vertente esquerda,com
velocidades sísmicas entre800
e
1300m/s.
É
uma zonatípicade transição para o substrato rochoso moderadamente a pouco alterado (com grau de meteorizaçãoW3
ouinferior)
queocolre
fiazona geotécnicainferior, ZGI
e que seidentifica com
o
horizonte sísmicoinferior
da vertente, cujas velocidades sísmicas variam, na parte quefoi recoúecida,
entre 2100 e 2500 m/s.Apesar das
diferenciações geotécnicas descritas, conclui-seno, projecto
de execução,que
todo
o
maciço de
fundaçãose
apresenta pouco diferenciadono
que respeita ao comportamentohidráulico e
que este responde deforma
pouco variada àspressões
de
água
instaladasnos
ensaiosde
injecção
tipo
Lugeon,
deformando-se regularmentee
rompendo
com facilidade
desdeque
aquelas pressões ultrapassem valores equivalentes induzidos pelos terrenos sobrejacentes. Concluiu-se também queeste comportamento hidráulico e mecânico pouco variado não deveria, porém,
significar
uniformidade geotécnica da fundação da barragem.
A
fundação da barragemfoi
prevista ocoÍrer nos solos areno-silto- argilosos da sub-zona geotécnicaZGS3
e a
existênciade
algumas ocorrências arenosasentre
osmateriais constitutivos
da
ZGS3
foi
a
razío
para que
o
projecto
de
execução recomendasseum
saneamentomais profundo
na
zorrado
núcleo
da
barragem, beneficiando assim também de uma melhor ligação do núcleo à fundação.A
permeabilidadeda
fundaçãona
(ZGS3)
é, de
acordocom os
ensaios de injecção de água efectuados a partir de 4 m de profundidade, da ordem de l0-7 m/s, peloDTssERTAÇÃo op MESTRADo ESPECIALIZaÇÃo Brvt
EM ENcENHARIA Dos RECURSoS
uÍonrcos
PLANEAMENTo s
cnsrÃo
ne
Ácue
que,
no
projecto
de
execugão,se
considerou
dispensávelprever
uma cortina
deimpermeabilização.
3.2.2
Empréstimos para
o
aterro
da barragem
Os
materiaisa
seleccionarpara
lutilizaçãona
construçãoda
barragem são, no essencial, solos para construçãodo
aterro, materiais granularespara
filtros,
drenos emateriais rochosos para enrocamentos.
No
referente a solos paru a construção do aterro,foi
dada prioridade, de projecto,ao
estudodos materiais que ocupam
a
âreada
albufeira
e
que
resumidamente sedescreve:
1.o
Etapa:
estudoda
áxea elementarE0, no interior do
perímetro
da albufeira (Figura 3). Dominam solos argilosos, de aluvião, resultantes do transporte e deposição de solos de origem gárbrica.Foram efectuados nove poços, em sete dos quais foram colhidas amostras
que
se
sujeitaram
a
ensaios
de
identificação
geotécnicas
e
decomPactação.
2." Etapa: estudo das iáreas elementares
El,
a jusante da barragem e dasâreas
p;2,83,
E4 e
E5, na periferia da albufeira(Figura
3). Nesta área,tem total
continuidadea
coberturade
solos
de
alteraçãoresidual
degabros. Apenas
a
manchaEl
se situano domínio
dos vulcanitos e, em parte,no
domínio
depórfiros
ácidos. Foram efectuados três poços em cada uma das iíreas elementares, com amostragem de solos em cada um dos horizontes atravessados.3.u Etapa: alargamento do
recoúecimento
das áreas elementaresEl
e E5 e, simultaneamente,recoúecimento
na periferia da pequena albufeira doDISSERTAÇÃO OE MESTRADO EM ENGENHARIA
ESPECIALIZACÃO BVT PLANEAMENTO E
Dos RECURsos
nÍorucos
cesrÃooe,Ácua
Monte
da
TramagUeira (área elementarE6
representadana
Figura
3). Executaram-se assim, mais dois pogos naá,r:eaEl alargada e mais quatro poçosna
âreaE5
alargada.Na
áreaE6,
abriram-seinicialmente
cincopoços e posteriormente mais quatro.
3.2.2.1Materiais para o núcleo e maciços estabilizadores
Foram seleccionados para os materiais do núcleo, que no projecto de execução, receberam
a
denominaçãode
material
tipo
1,
preferencialmentesolos
de
alteração residual de vulcanitos epórfiros
ácidos daârea de empréstimoEl,
localizada 0,8km
ajusante do local
da barragem (Figura3),
indicando disponibilidades de exploração daordem
de
200 000m3.
Em
alternativa,
consideraram-seainda como
exploráveis, também parao
núcleo, os
solosde
alteração dos gabrosda
âreade
empréstimo E5,localizadana vertente esquerda, na periferia da albufeira, a cerca de 1,2 km da barragem (Figura 3), com disponibilidades previstas de cerca de 200 000 m3.
Em
ambas as manchas,o
projecto de
execução, menciona queforam
abertospoços
de
reconhecimento,com
recolhasde
amostras remexidas, para realização deensaios laboratoriais de identificação e de caracterizaçdo mecânica e hidráulica.
A
compactação de materiais a colocarna
zona do núcleo da barragem e na vala corta-ágUas, estava prevista,no projecto
de execução, ser executada comum
teor
em água médiopróximo
do teor em água óptimo do ensaio Proctor normal, sendo a faixa detolerância entre
teor óptimo
(Wópt)
-O,syo eo
(Wópt)
+l,sYo, devendoo
valor
médio situar-sepróximo
do teor em água óptimo. O grau de compactação deveria ser superior a 9g yo relativamente ao ensaio Proctor normal e com um desvio padrãoinferior
a 3 o/o. Na Figura 5, está representado o fuso granulométrico para estes materiais'DISSERTAÇÃO OB MESTRADO EM ENGENHARIA
ESPECIALIZACÃO NT'T PLANEAMENTO E
Dos REcuRsos
uÍonrcos
cpsrÃooaÁcua
't0 E zoH J !oEI
aoB.oE
G:
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il lY-o,2 o.6 20 ô0 2ú tm 0.002 0.oo8 0.02 0.oo oFigura 5: Fuso granulométrico para os materiais a utilizar no núcleo, tipo.(Fonte: Projecto de
execução,2003).
para materiais dos maciços de montante e jusante, que no projecto receberam a
denominação de
material
tipo 2, foram seleccionados os solos de alteração residual dospórfiros
ácidos
da
áreade
empréstimoE6,
localizadasna periferia
do
Monte
da Tramagueira (Figura 3), com disponibilidades de exploração, estimadas em projecto deexecução, da ordem de 400 000 m3.
A
compactação dos solos a colocarno
maciço de montante, estava prevista, no projecto de execução, ser executada comum
teor em água médio de compactação igual ao teorem
águaóptimo
do
ensaiode
compactação de referência,com uma faixa
de tolerância doWópt
-
lYo aWóPt+ l%.
A
compactação dos solos a colocar no maciço de jusante da barragem,indicou-se em projecto, que deveria ser executada com um teor em água médio de compactação ligeiramente
inferior
ao teor em água óptimo do ensaio de compactação de referência ecom a faixa de tolerância entre o Wópt
-
l,syo
a Wópt +0,5yo'Nos contactos com a fundação e com estruturas de betão,
afaixa
de tolerância indicada, deveria estar compreendida entreo Wópt
-
0,5Yo a Wópt+
l,syo,
devendo oDISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIADOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO EGESTÃODAÁGUA
valor
médio situar-sepróximo do
limite
máximo.
o
grau de compactação deveria sersuperior
a
98%o relativamenteao
ensaioProctor
Normal e
com
um
desvio
padrãoinferior
a3o/o.Na Figura
6,
estârepresentado o fuso granulométrico para estes materiais.il
I
il
il
i:.:/
il
[:. i::.. W:l
1t
il
,/.;.::::'....'..,I
il
r'
,:.j'..;
il
6 20 60 N 0 to o,oÊ
E sod E E10,
ts 508 G 60ã õ 703 a ao& U I go 100 90I
Áa 2 E 110 E í60I
ô50 G -4o U z !{ JO Tá*
E U E ío r00 0 2o.oo2 0.m6 0.o2 0.06 o.2 0.6
Figura 6: Fuso granulométrico para os materiais a utilizar nos maciços, tipo
2'
(Fonte: Projecto deexecução, 2003).
Em
termos
de
identificação
geotécnica
e
de
compactação,os
materiais seleccionados apresentam as características que se indicam no Quadro 6'Quadro 6: características geotécnicas das áreas E1;E5 e E6; (Fonte: Projecto de execução' 2003)'
Solos para:
Á,reas de
empréstimo
Granulometrias Limites consistência Compactação
tugila+Silte
(n
Areia (%) Cascalho ('/") LL (v") IP (Y") Ta"u* (lô[/m') Wopt(w
NúcleoEI 8 a62 12 a65 8a80 27 a49 6 a26 16a19 14 a24
E5 30a91
ll
a5l 4 a44 30 a52 l0 aZl 15a18 17 a29Maciço E6
9a31 3l a80 4 a52
<43 e
NP 13 eNP
17 a19
ll
a19Aspectos Relevantes do Projectode Execução da Barragem do Pisão / 23
ll
/:,,
/
iii.
t: Iil
4
1'/
tDISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENGENHARIADOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO E GESTÃO DA ÁGUA
3.2.2.2Materiais para
Íiltros,
drenos e enrocamentosNo
projecto, previu-se recoffer aos
areeirosde
Sb Margarida
do
Sado parafornecimento do materi
al
patafiltros,
que recebeu a denominação de materialtipo 3'
O fuso granulométrico deveria obedecer às condições que se apresentÍlm no Quadro 7'Quadro 7: Diâmetros característicos e dimensão das partículas do material tipo 3 a aplicar nos filtros da
barragem (Fonte: Projecto de execução, 2003)'
os
materiais para drenos e enrocamento previstos, que no projecto receberam a denominaçãode material
tipo
4
e 5,
respectivamente, deveriam ser provenientes depedreiras
de
gabrosem
exploraçãopróximo
de
Beringel,junto à
EN52, com
o
fuso granuloméhico do material a obedecer às condições que constam na FigUra 7'0 lm go ao 70 80 5(, iÍ(l §o 20 10 o ú I d É 3 U ô o 0 & z, U
-ut
z o G U G to o ô 208 É J Jo# U*E
u ô soB E ooE ã zoP E. U aoE 90 í00 o 20 !0 200 600 20ao 0.@ 0,06 o.2 0.6Figura 7: Fuso granulomético paÍa os materiais a]utilizat nos filtos drenos e enÍocamentos'
tipo 3,4 e 5. (Fonte Projecto de execução, 2003)'
Dimensões das Partículas (mm)
Diâmetros característicos
6-10
Droo 4,5-7,5
Dss2-4
D:o 0,3-1 Drs -0,6 Ds :l:f
rl t, i:lll
,ÍlI
,.] J I/,
ilt
I/
I
I lt lÍ
tli;li.:i//
il
I] :I:/
Iil
I/
/. '.1DISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRTCOS
EMPLANEAMENTO E GESTÃO DAÁGUA
3.3
-
Concepção
geral
ecaracterísticas das obras
3.3.1 Caracturtsficas
gerais
da obra
O Quadro 8 compila, com base no projecto de execução e de um modo sumário, algumas das principais características da albufeira e barragem do Pisão.
Quadro 8: Principais características da albufeira e barragem do Pisão (Fonte: Projecto de execução' 2003)
o
S ,,-t\'t
- Áreu do Pisão 49 km2 de água: bacia Bacia hidrográficaT:
l0 anos : 90 m3/sT:50
anos: l22m3ls de cheia: anos:222T:
Hidrologia- Nível de máxima cheia, NMC: 156'00 - Nívet mínimo de exploração, NmE: 150'00
- Volume total de
ur.-.nu..nto
(NPA): 8,23x106 m3155,00 de aÍmazenamento, - Area Albufeira - Cota do coroamento: 157,50 - Desenvolvimento do coroamento: 454 m - Altura miíxima acima do leito: I3,80 m
zonado com - Largura do coroamento: 8 m 144 000 m3 da - Volume do Banagem - Desenvolvimento da soleira: 80,15 m - Cota da crista: 155,00
- Comprimento do canal de descarga: 75 m - Largura do canal de descarga: 6,00 m
- Estãrtura de dissipação de énergia: bacia de dissipação de energia por
m3/s 2 com Tipo: t20 efluente 000 de
Caudal cheia
(r:l
anos):BUREC
Descarregador de cheias
- Tomada de água para descarga de fundo à cota 146,00 com comporta vagão
de 1,00x1,50
#
aócionada por servomotor; grelha metálica amovível dei,oo * z,sô m2 com barras ai a mm oe espes§ura e espaçamento liwe de 50
"i.;
p"á*a" ser instalada no seu lugar uma comporta ensecadeira deiguais dimensões; de com 147 comportavagão cota a para de x amoüvel metálica 3,3 2,0 accionada servomotor; X2,0m2 por grelha 80 de Ílm, livre podendo e 8 de mmde espaçamento barras espessura com 2,0 m2 de
ensecadeira lgualsdimensões;
uma
seu
no
instalada lugar comportâ
ser com e 56mdeextensão, de m diâmetro de com Conduta circular aço 2,50
de no de m Tomada de água e descarga de fundo
igual diâmetro a montânte;
- Conduta de DN 300 mm munida de duas válvulas de cunha para esvaziamento da conduta abaixo da cota do eixo da válvula de jacto oco;
- conduta de DN 65 mm munida de duas válwlas de macho esférico para
800 mm e de de
de jacto oco motorizada de
caudal Estrutura de saída da descarga de fundo Desvio proüsório Órgãos hidráulicos
DISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENcENHARIA Dos REcuRSos
HÍorucos
EM PLANEAMENTO p
cssrÃooa
Ácua
3.3.1.1Barragem
Como referido
no inicio
destecapitulo,
a
barragemdo
Pisãotem uma
altura máxima acima da fundação de 14m,
sendo constituída por umperfil
zonado comfiltro
a montante e a jusante do núcleo, conforme está representado na Figura 8. Estefiltro,
amontante, destina-se a proteger o núcleo nas situações de esvaziamento da albufeira e sob actuação de acções sísmicas.
A
protecçãodo
paramentode
montante,
que
apresentauma
inclinação
no paramentoexterior
constantede l:2,75 (V:H),
contra
a
acção das ondas geradas na albufeirapelo
vento,foi
asseguradapor
uma camada de enrocamento, colocada sobre uma camada de transição (material 4), que assegura as condições defiltro
entre aquele e o maciço de montante.A
protecçãodo
paramento de jusante, que possui uma inclinação constante del:2,25 (V:H)
sendo interrompidapor
duas banquetas, é garantidapor um
revestimento vegetal.Na
basedo talude
e
na
banqueta localizam-se valetaspara
escoamento das águas das chuvas, desaguando em duas descidas perpendiculares a este e terminando nabase da barragem
junto
ao dreno de pé.DISSERTAÇÃODE MESTRADO EM ENGENHARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS
EM PLANEAMENTO E GESTÃO DA ÁGUA
ffi
EIXO I}AI
H.u.c=tsn.on11,P,À=155,00
+
2.75 1l-ts7.B5 +1,00?12.00+ Etxo Í)A BAREÊEEM tI8.5:, 10.80 z.Zn-lt
J.00 1ff.5t1 2,?3 t'lme=I50.ffi 147-50 2.25 ,*1.í5,6tl 1 Bd
T, l{. -§{ il r$d t tflfi 0, i r1) 1.75 +-+@-LEGENDA :Q
-
NÚCLE0: solos de olteroçôo residuoldos vulconitos, pórfiros e gobros
@
-
UnCtç0, solos de olteroçõo residuol dos pórfiros @-
ntmOS, oreios e coscolho fino o médio@
-
Dntuo E 0A}.IADA DE TRANSIÇÃo: coscolho0
-
runocluruT0 DE PRoIEcÉo E DRENO DE PÉ: Dso =0.J5m@
-
rfnnl/
REVESIIMENI0 vEGttAL esp.=Q.l§6@
-
urtraons DE PAVTMENIo1.50
Figura 8: Perfil transversal esquemático (Fonte: Frojecto de execução, 2003)
DOS RECURSOS HÍDRICOS
GESTÃO DA ÁGUA
A
fundação da barragem deveria ser isenta de solo orgânico eraizes,pelo quefoi
previsto, em projecto,um
saneamento da ordem de 0,30m. sob
o
núcleo deveria ser abefiaumavala
corta-âgaas, com profundidade variável entre 1,50 e2,50m,
consoantea altura de aterro e o estado de alteração da fundação'
O
sistema de drenagemprincipal
é constituído porum filtro/dreno
de areia com 3m
de largura, desdea
cota 154,50, a jusante do núcleo.Na
sua base, localiza-se umdreno colector com largura
variável
entre6 e
10m,
constituídopor
uma camada com1
m
de espessura debrita,
envolta em areia defiltro,
afim
de garantir a transição querpara a,fundação, quer para os materiais do maciço de jusante'
No
fundo
dovale,
existeum
tapete colector (Figura9)
constituído igualmente por brita (dreno) envolta em areia(frltro),
cominício
no paÍamento de jusante do núcleoe
terminandono
dreno de
pé.
Este
tapetepossui
uma
inclinação
conespondente àinclinação média da ribeira.
zrs (') --'l I @
,l
os+ + Ilr ãtàútrigura 9: Pormenor, ajusante, do tapete colector e dreno de pé (Fonte: Projecto de execução,
r
*t''
{@
{-,4H-+
2003).
Aspectos Relevantes do Projectode Execução da Barragem do Pisão / 28
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA
DISSERTAÇÃO OS MESTRADO
EsPECLALIzeçÃo
eu
EM ENGENHARIA Dos RECURsos
sÍomcos
PLANEAMENTO EcESrÃO DA AGUA
o
sistemade
drenagem secundário destina-sea
recolher
as
águaspluviais
provenientes do paramento de jusante da barragem
e
das vertentese
aencamiúá-las
paraaribeira.
Este sistemaé
constituídopor
uma valeta em meia cana de 0'30m
no intradorso da banqueta àcota
152,50 e por outra valeta na inserção do talude de jusante no terreno natural, acima do dreno de pé. Na margem esquerda esta valeta prolonga-seao longo do muro lateral do descarregador de cheias'
o
coroamento da barragemtem
8m
de largurae
454 metros de comprimento'tendo
cada
via
de
rodagem
uma
inclinação
de
2,5 Yono
sentido dO
extradorso'processando-se
a
drenagemdas
águas afluentesa
montantee
a jusante
através de sumidourose
drenosem PVC.
O
projecto
previu
tambémuma
guardade
betão
a
montante e uma guarda metálica a jusante'
3.3.1.2 Descarregador de cheias
o
descarregador de cheias da barragem do Pisão, na vertente esquerda da ribeira do Pisão, é constituído Por :Soleira descarregadora tipo labirinto; Canal de descarga rectangular em betão; Estrutura de dissipação de energia'
O
descarregadorfoi
dimensionado considerandoo
amortecimentoda
cheia afluente comperíodo de retorno de 1000 anos, que apresentaum caudal de pontade222
m3/s.o
caudal máximo descarregado é de 120 m3/s, situando-se oNMC
à cota 156'00'A
soleira descarregadora (Fotogafia
1), é dotipo labirinto
com dois módulos'A
cristado
tabirinto
situa-seà
cota
155,00(NPA),
apresentandoum
desenvolvimentoútil
de 80,15m
e
uma alturade 3,00
m.
Em
planta, os muros quedelimitam
lateralmente aDos REcuRsos HÍPrucos
cssrÃo
DA AGUAsoleira são
divergentes
para
montante,
encontrando-se distanciadosde
18m'
A
plataforma de entrada, a montante do
labirinto,
é horizontal à cota 152,00'Imediatamente
a
jusante
da
soleira, inicia-se
o
canalde
descargaem
troço convergente na transição da soleira passandoa
canal de secção rectangUlar, com largurade6m(Fotografial).
Fotografia
l:
Vista de montante e paÍaiusante do descarregador de superficie'Este
troço
inicial
apresentaum
comprimento de 20 m eum
declive de 10'15%'Após
o
convergente,o
canal
desenvolve-senuma
extensãode
cercade
45
m'
com inclinaçãode
10,15%.A
altura dos muros do canal é variável comum mínimo
de 3'10m,
sendo que, desdea
estrutura de entrada atéà
travessia da barragem, osmuros
sesituam à cota do coroamento 157,50 (altura máxima de cerca
de7,6
m)'
Com a altura adoptada para os muros do canal, a folga disponível é superior à definida pelo BUREC em função da altura e da velocidade do escoamento(mínimo
1,0 m).O troço terminal do canal, com cerca de 10 m de extensão, de ligação à estrutura de dissipação de energia, apresenta muros divergentes para jusante (passando o canal de 6,00
m
de largurano início
deste troço,
para8
m)
eo
rasto com tragadocircular
em perfil.Aspectos Relevantes do Projecto de Execução da Barragem do Pisão / 30
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA
EM PLANEAMENTO E I