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Relatório de Estágio Profissional na equipa Sub-17 do Bairro Futebol Clube: época 2012/2013

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Relatório de Estágio Profissional na Equipa Sub-17 do Bairro

Futebol Clube – Época 2012/2013

Relatório de Estágio em: 2º Ciclo em Ciências do Desporto com Especialização em Jogos Desportivos Coletivos

Rúben André Lopes Leite

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Relatório de Estágio Profissional na Equipa Sub-17 do Bairro

Futebol Clube – Época 2012/2013

Rúben André Lopes Leite

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

Composição do Júri:

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

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III

Agradecimentos

Apesar do desejo e ânsia pessoal de conhecimento numa área que tanto gosto e do facto de estar a produzir o segundo documento desta índole, a criação deste Relatório de Estágio (RE) exigiu bastante empenho e dedicação da minha parte, mas, numa altura bastante atribulada a nível profissional, só foi possível ser concretizado graças à colaboração, compreensão e incentivo de várias pessoas, as quais desejo manifestar desde já o meu agradecimento.

Aos meus pais pelo imenso apoio em todos os momentos da minha vida e pelo extraordinário esforço em me proporcionar as melhores condições possíveis para me formar, tornando este momento possível.

Ao Supervisor Técnico (ST) José Pedro Castro Ferreira, pela imensa liberdade que me incutiu desde que entrei no clube aliada à máxima responsabilidade de dar resposta aos objetivos propostos e também pelo excelente profissionalismo demonstrado diariamente que me permitiu evoluir.

Ao Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João, que apesar dos contatos pontuais, demonstrou sempre uma disponibilidade, assertividade, simpatia, compreensão e profissionalismo inexcedíveis possibilitando uma reflexão adequada do meu trabalho enquanto Treinador no Estágio Profissional (EP) e a conclusão deste documento.

À minha namorada Alexandra Cunha, que num ano de imenso trabalho, revelou ser uma pessoa extremamente atenciosa, compreensiva e dedicada, prestando um auxílio fulcral para que todos os objetivos fossem atingidos.

A todos os meus professores pelos valores e conhecimentos transmitidos.

A todos os atletas do escalão de Juvenis (Sub-17), da época 2012/2013 do Bairro Futebol Clube (BFC), pelo respeito e amizade pela minha pessoa, pela dedicação e paixão com que praticaram a modalidade e defenderam os princípios do grupo e objetivos do clube durante toda a época, e, sobretudo, pelas dificuldades saudáveis que me criaram e me permitiram evoluir enquanto Treinador.

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V

Resumo

O relatório de estágio foi elaborado no âmbito das Unidades Curriculares de Relatório de Estágio I e II do Mestrado (2º Ciclo) em Ciências do Desporto de Especialização em Jogos Desportivos Coletivos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O objetivo deste Relatório de Estágio Profissional é apresentar todo o trabalho desenvolvido no Estágio Profissional realizado no Bairro Futebol Clube, realizar uma reflexão crítica dos problemas decorrentes do processo de treino e exploração de temas que se revelaram pertinentes durante o Estágio Profissional.

O meu Estágio Profissional foi desenvolvido no Bairro Futebol Clube, na freguesia de Bairro, concelho de Vila Nova de Famalicão. Este processo teve a orientação de um Supervisor Técnico no clube e um Orientador da Faculdade. A sua principal finalidade é desenvolver competências profissionais técnicas e pedagógicas para uma intervenção de excelência e promover um treinador reflexivo capaz de resolver problemas perante situações novas e não familiares.

Este documento apresenta duas partes distintas. Na primeira é feita uma descrição mais objetiva do trabalho desenvolvido, através dos capítulos de identificação do treinador-estagiário, constituição da equipa, competições, quantificação do trabalho, objetivos definidos no início da época, avaliação do trabalho e apreciação da formação. Após esta secção mais expositiva, pretendeu-se explorar outros assuntos que o treinador-estagiário considerou pertinente incluir e explorar, constituindo uma parte mais reflexiva do relatório de estágio.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL; FUTEBOL; TREINADOR;

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VII

Abstract

The internship written report was prepared in the ambit of the Curricular Units of professional internship I and II of the Masters (2nd Cycle) in Sports Science Specialization in Collective Sports Games in the University of “Trás-os-Montes and Alto Douro”.

The objective of this professional written report is to present all the work developed in Professional Internship in the Football Club “Bairro Futebol Clube”, perform a critical analysis of the problems arising from the training process and exploring themes that were relevant during the Internship.

My Internship was developed in the Football Club “Bairro Futebol Clube”, wich belongs to the parish of Bairro, located in the county of Vila Nova de Famalicão. This process had the guidance of a Technical Supervisor in the club and the Faculty Supervisor. Its main purpose is to develop professional teaching and technical skills for an intervention of excellence and promote a reflective coach able to solve problems towards new and unfamiliar situations.

This document presents two distinct parts. At first a more objective description of the work developed, through the chapters of personal identification, constitution of the team, competitions, quantification of the work, objectives defined early in the season, evaluation of the work and appreciation of formation. After this more expository section, it was intended to explore other issues that the intern-coach considered relevant include and explore, constituting a more reflective part of the internship report.

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IX

Índice

Agradecimentos ... III Resumo ... V Abstract ... VII Índice de Figuras ... XIII Índice de Anexos ... XV Índice de Abreviaturas ... XVII

Introdução ... 1 1. Identificação ... 5 1.1. Nome ... 5 1.2. Morada ... 5 1.3. Código Postal ... 5 1.4. Data de Nascimento ... 5 1.5. Cartão de Cidadão ... 5 1.6. Arquivo de Identificação... 5 1.7. Telefones ... 5 1.7.1.Residência ... 5 1.7.2.Serviço ... 5 1.7.3.Telemóvel ... 5 1.7.4.E.mail ... 5

1.8. Nº.de Carteira Provisória de Identificação de Treinador ... 5

1.9. Curso (parte curricular) realizado ... 6

1.9.1.Local ... 6

1.9.2.Data ... 6

1.9.3.Formadores ... 6

(10)

X

1.11.Escalão Etário e Sexo ... 6

1.12.Associação ... 6 1.13.Treinador: ... 6 2.Constituição da Equipa ... 7 3.Competições ... 9 3.1. Oficiais ... 9 3.2. Particulares ... 9 4. Quantificação do Trabalho ... 11

4.1. Número de treinos semanais e sua duração ... 11

4.2. Número de treinos da época ... 11

4.3. Data de início dos treinos ... 11

4.4. Data de final dos treinos ... 11

4.5. Número de semanas efetivas de treino ... 11

4.6. Nº. de jogos oficiais realizados ... 11

4.7. Nº. de jogos-treino realizados ... 11

4.8. Treinos observados ... 11

4.9. Jogos observados ... 11

5. Objetivos definidos no início da Época ... 13

6. Avaliação do Trabalho... 15

6.1. Condições gerais de treino ... 15

6.2. Qualidade global da equipa: estado inicial e evolução ... 15

6.3. Qualidade da competição em que participou ... 19

6.4. Como avalia os resultados do trabalho face aos objetivos definidos ... 20

6.5. Apreciação global do próprio trabalho ... 24

6.6. Principais dificuldades encontradas ... 25

(11)

XI 7. Apreciação da Formação ... 27 7.1. Na parte curricular ... 27 7.2. No estágio ... 27 8. Caraterização da Instituição ... 29 9. Modelo de jogo ... 31

9.1. A importância de criar e desenvolver um modelo de jogo e uma forma de jogar específica ... 31

9.1. Traços gerais do modelo de jogo da Equipa Sub-17 do Bairro Futebol Clube - Época 2012/2013 ... 32

10. Fatores que influenciaram a metodologia de treino... 36

10.1. Criatividade no Futebol ... 36

10.2. Jogos Reduzidos no Futebol ... 41

10.3. Tomada de decisão ... 45

Conclusão e perspetivas para o futuro ... 50

Bibliografia ... 53

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(13)

XIII

Índice de Figuras

Figura 1 - Classificação final da participação no campeonato. ... 9 Figura 2 - Relação entre classificação e piso dos clubes que participaram no Campeonato distrital da AFB – 1ªDivisão – Série B – Jun. B (s17) – 2012/2013. ... 20 Figura 3 - Fotografia do Campo da Ribeira. ... 29 Figura 4 - Mapa topográfico do Campo da Ribeira. ... 29

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XV

Índice de Anexos

Anexo 1 – Dez planos de unidade de treino ... I Anexo 2 - Exemplo Ficha de controlo de presenças em treino (Semanal) ... XXII Anexo 3 - Ficha de identificação individual do atleta ... XXIII Anexo 4 - Cinco fichas de estatística de jogo ... XXIV

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(17)

XVII

Índice de Abreviaturas

Associação de Futebol de Braga (AFB) Bairro Futebol Clube (BFC)

Estágio Profissional (EP) Relatório de Estágio (RE) Supervisor Técnico (ST)

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1

Introdução

“O Futebol é indiscutivelmente uma modalidade de grande impacto nos hábitos culturais/desportivos dos nossos dias, em particular no nosso espaço geográfico, o que provoca uma enorme atracção para a sua prática, a muitas crianças e jovens, que assim têm possibilidade de “imitar” e “encarnar” os adultos seus modelos, por vezes elevados à qualidade de ídolos.”

(Ramos, 2009) Portugal, a par de muitos países da Europa e do Mundo, é, de facto, um país com tradição muito forte no que ao Futebol diz respeito. Observando o panorama atual, não é de estranhar, que para a dimensão do país, têm imergido, não só, cada vez mais jogadores de grande nível, mas, também treinadores de elevada competência com reconhecimento internacional.

Logo, a necessidade de acompanhar esta evolução leva a que a formação dos treinadores de Futebol se venha a tornar cada vez mais exigente e complexa, de que resulta a consequente necessidade de melhoria na qualidade e na robustez da sua formação, enquanto fator preponderante para uma melhor intervenção. Ora, é exatamente neste contexto, que resulta a enorme importância de criar um documento desta índole, que pretende retratar de forma rigorosa e reflexiva, o trabalho desenvolvido enquanto treinador-estagiário num clube de Futebol.

Procura-se retratar então, sob o ponto de vista do treinador-estagiário em questão, a época 2012/2013 da equipa sub-17 do BFC.

E, quando se trata do contexto específico do treino de crianças e jovens de Futebol, as responsabilidades do Treinador acrescem tendo em conta a sociedade, o sistema desportivo e a especificidade do próprio praticante. Pois, os efeitos positivos ou negativos associados ao Futebol, não resultam da participação em si, mas da natureza da experiência vivida. Concluindo, apesar de fundamentais, as funções do treinador não são puramente desenvolver aspetos relacionados com tática, técnica e capacidades físicas, mas, desenvolver tudo o que está relacionado com o comportamento desportivo do atleta e que está também diretamente relacionado, com a sua vida de cidadão comum. (Adelino, Vieira, & Coelho, 2000)

Os autores supracitados, referem ainda, que os treinadores de jovens desportistas, devem procurar alguns objetivos fundamentais, na formação de jovens

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2

atletas. Nomeadamente: contribuir para a formação do jovem em todas as suas facetas; criar premissas indispensáveis para jovens alcançarem, em cada etapa, o nível ótimo do seu desenvolvimento; desenvolver o gosto e o hábito de prática desportiva regular; desenvolver nos praticantes uma atitude positiva de participação e persistência; orientar corretamente as expetativas dos jovens.

O estágio profissional a que este relatório de estágio se reporta foi então realizado, de acordo com as premissas e valores que se podem subentender nos parágrafos anteriores, ambicionando aquele que é o seu principal objetivo de desenvolver competências profissionais técnicas e pedagógicas para uma intervenção de excelência e promover um treinador reflexivo capaz de resolver problemas perante situações novas e não familiares.

O BFC, clube onde realizei o estágio profissional, tem uma origem relativamente recente (2003) e pertence a uma pequena freguesia periférica do concelho de Vila Nova de Famalicão. Mesmo assim, o clube participa já com todos os escalões de formação e equipa sénior nos campeonatos federados da AFB. Importa acrescentar, antes de iniciar a função de treinador-estagiário no clube, contava já com alguns anos como atleta sénior, logo, perfeitamente integrando nos princípios do clube.

O relatório de estágio encontra-se estruturado da seguinte forma.

Foi realizada uma pequena introdução, em que se pretendeu enquadrar de forma breve e atualizada a temática central acerca da formação de treinadores, efetuar uma caraterização geral do estágio, deixando claro qual o seu principal objetivo e explanar a forma como documento foi elaborado.

De seguida, o documento encontra-se dividido por capítulos, organizados em duas partes distintas.

A primeira parte, engloba os primeiros sete capítulos onde é feita uma descrição mais objetiva do trabalho desenvolvido, através dos capítulos de identificação do treinador-estagiário, constituição da equipa, competições, quantificação do trabalho, objetivos definidos no início da época, avaliação do trabalho e apreciação da formação.

A segunda parte é mais expositiva em que se pretendeu explorar outros assuntos que o treinador-estagiário considerou pertinente incluir e explorar, constituindo uma parte mais reflexiva do relatório de estágio. Começa com o capítulo oito onde é feita uma caraterização geral do clube onde é feito o estágio profissional, no capítulo nove é

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3

explicada a importância de se criar um modelo de jogo e os traços gerais do modelo criado e no último capítulo são explorados alguns temas que influenciaram a metodologia de treino utilizada durante a época.

O documento termina com uma conclusão e perspetivas para o futuro, em que se fez uma consideração final acerca da experiência prática realizada ao longo do estágio profissional enquanto treinador-estagiário e dos conhecimentos adquiridos ao longo da realização do relatório, e, tecer algumas perspetivas quanto aos próximos passos a dar, quer no Futebol, quer na minha vida profissional.

“De acordo com a FIFA, entidade máxima que representa o futebol, a profissão de treinador é difícil e complexa, mas ao mesmo tempo é apaixonante e extremamente variada, em razão das atividades educativas e criativas que implica, assim como pelas inovações que continuamente devem ser consideradas. Nesse sentido, o treinador competente deve estar comprometido com um processo de formação completo de jogadores, segundo o seu modelo de jogo, devendo ser um líder convincente e credível pela coerência de ideias e eficiência no processo de treinamento e de jogo.”

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(23)

5

1. Identificação

1.1. Nome

Rúben André Lopes Leite

1.2. Morada

Rua do Parque Industrial da Barca, nº203

1.3. Código Postal

4795-096 Vila das Aves

1.4. Data de Nascimento

8 – Outubro – 1986

1.5. Cartão de Cidadão

12922441

1.6. Arquivo de Identificação

Lisboa

1.7. Telefones

1.7.1.Residência (Não possui) 1.7.2.Serviço (Não possui) 1.7.3.Telemóvel 919873194 1.7.4.E.mail ruben_cda@hotmail.com

1.8. Nº.de Carteira Provisória de Identificação de Treinador

(Não possui)

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6

1.9. Curso (parte curricular) realizado

1.9.1.Local

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

1.9.2.Data

Anos Letivos 2012/2013 e 2013/2014

1.9.3.Formadores

Mestrado (2º Ciclo) em Ciências do Desporto de Especialização em Jogos Desportivos Coletivos

• Diretor do curso:

Prof. Doutor Luís Miguel Teixeira Vaz • Vice-diretor do curso:

Prof. Doutor Nuno Miguel Correia Leite • Vogal do curso:

Prof. Doutor Victor Manuel Oliveira Maças

1.10.Clube

Bairro Futebol Clube

1.11.Escalão Etário e Sexo

Juvenis (Sub-17) Masculino

1.12.Associação

Associação de Futebol de Braga (AFB)

1.13.Treinador:

• Função Treinador Principal

Supervisor Técnico (Coordenador do BFC):

José Pedro Castro Ferreira (Curso Técnico Nacional de Futebol – Nível II – Associação de Futebol do Porto)

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7

2.Constituição da Equipa

Nomes dos jogadores Datas de

Nascimento Altura Peso

Anos de prática dos jogadores

1-João Pedro Rocha Nunes 08-11-1996 1,81 85 6

2-Marcos Manuel Moreira Pinto 08-05-1997 1,56 53 5

3-Rui Miguel Alves Pereira 02-01-1996 1,77 76 6

4-Carlos Rafael Maia Martins 15-12-1996 1,49 50 6

5-Vítor Hugo Silva Malheiro 14-10-1997 1,71 68 5

6-João Filipe Sousa Miranda 02-02-1997 1,72 73 5

7-Vítor Hugo Azevedo Oliveira 03-06-1996 1,84 80 7

8-Manuel Joaquim Castro Nogueira 15-05-1996 1,79 83 6

9-José Nuno Costa Machado Araújo 06-09-1996 1,69 63 6

10-José Pedro Queirós Maia Moreira 01-01-1996 1,74 78 6

11-Francisco Costa Ribeiro 10-05-1997 1,78 75 5

12-Francisco Miguel Silva Coelho 07-05-1997 1,75 73 5

13-André Fernandes Oliveira 06-10-1997 1,59 64 5

14-Belmiro José Pereira Abreu 21-12-1997 1,66 63 5

15-Luis Miguel Moreira Fernandes 03-12-1996 1,70 58 7

16-Ruben António Souto Ferreira Carvalho 27-07-1997 1,62 63 2

17-Rafael Soares Faria 21-05-1997 1,65 61 6

18-Paulo Joel Coelho Carvalho 01-07-1996 1,74 76 6

19-André Pascoal Ribeiro Costa 15-03-1996 1,58 58 6

20-Luis Tiago Silva Carvalho 18-10-1996 1,76 75 5

21-António Alexandre Cunha Ferreira 02-07-1997 1,70 69 5

22-João Carlos Pereira Alves 06-06-1996 1,73 73 7

23-Rui Pedro Rebelo 29-10-1996 1,74 73 6

24-Fábio Xavier Pontes Nogueira 11-09-1996 1,75 78 6

25-José Miguel Carvalho Araújo 13-02-1996 1,75 73 5

26-Luis Carlos Almeida Oliveira 26-09-1996 1,73 72 2

27-Rui Manuel Ferreira Machado 21-07-1996 1,73 75 6

28-Horácio Miguel Abreu Pereira 05-12-1997 1,66 67 5

29-Carlos Daniel Costa Silva 08-02-1996 1,61 58 4

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8

31-Vítor César Silva Ribeiro 11-02-1997 1,71 68 2

32-Carlos Augusto Castro Abreu 23-03-1996 1,57 53 7

33-José Manuel Gonçalves Almeida 18-02-1996 1,80 81 5

34-Eduardo Miguel Araújo Lopes 01-12-1996 1,72 65 0

Nota: Como se poderá verificar mais à frente neste documento, este número inicial

elevado de atletas no plantel no início da época, prende-se com um dos objetivos e dificuldades crucial do clube.

Os atletas a negrito passaram para o escalão de Juniores, no início da época, a 14 de Setembro de 2012. Os atletas a negrito e sublinhado abandonaram a equipa durante o decorrer da época.

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9

3.Competições

3.1. Oficiais

• Campeonato distrital da AFB – 1ªDivisão – Série B – Jun. B (s17) – 2012/2013

Figura 1 - Classificação final da participação no campeonato.

• Taça da AFB – Jun. B (s17) – 2012/2013

A equipa foi eliminada pelo finalista, Arsenal Clube da Devesa, por 1-0, no Campo das Camélias, em Braga, a 23 de Dezembro de 2012, na 3ªeliminatória desta competição.

Ainda assim, foi a primeira vez que um escalão do BFC conseguiu chegar à 3ªeliminatória de uma edição da Taça da AFB.

3.2. Particulares

A equipa não participou em nenhuma competição particular, mas, foram realizados 12 jogos amigáveis durante toda a época 2012/2013.

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11

4. Quantificação do Trabalho

4.1. Número de treinos semanais e sua duração

Fase Época Nº Treinos Semanais Duração

Pré-Época e Períodos de Paragem nas Competições Oficiais

Média 5 (Incluindo

Jogos Amigáveis) 90’ Período de Competição Normal 3 + Jogo Oficial 90’

4.2. Número de treinos da época

Foram planeados e realizados um total de 126 treinos. (Os jogos das competições oficiais não fazem parte desta contagem).

4.3. Data de início dos treinos

27 de Agosto de 2012

4.4. Data de final dos treinos

11 de Maio de 2013

4.5. Número de semanas efetivas de treino

36

4.6. Nº. de jogos oficiais realizados

30

4.7. Nº. de jogos-treino realizados

12

4.8. Treinos observados

0

4.9. Jogos observados

3

(30)
(31)

13

5. Objetivos definidos no início da Época

Os objetivos para o escalão de Juvenis (s-17), do BFC, foram delineados em reunião com o ST José Ferreira, responsável pela coordenação das camadas jovens do BFC.

Antes de me referir aos objetivos definidos para a época 2012/2013 propriamente ditos, o clube tinha um objetivo importantíssimo de preparação da mesma, para o qual se começou a trabalhar muito cedo:

• Captação do maior número possível de atletas para cada escalão. Após uma breve análise ao meio envolvente em que o BFC se encontra, em termos de clubes e infraestruturas, concluímos que o clube parte em grande desvantagem uma vez que num raio de 5 a 7 km, existem 4 complexos desportivos com bastante melhores condições (relvados sintéticos) que o BFC. Por conseguinte, o grande objetivo da direção é acompanhar esta evolução e dotar o BFC de melhores condições para a prática desportiva, para isto, considera essencial manter todos os escalões do clube em campeonatos competitivos e com o maior número de atletas possível.

Posto isto, por ordem de hierárquica foram traçados os seguintes objetivos para o decorrer da época 2012/2013:

1. Desenvolvimento dos princípios humanos e desportivos. Fui informado

que, sobretudo, nos atletas com mais idade do clube, em anos anteriores, teriam acontecido alguns problemas de conduta e disciplina, pelo que este seria o objetivo mais importante, para ser alterada radicalmente a imagem do clube;

2. Respeito pelas normas de funcionamento. Este objetivo segue na linha do

anterior, todas as normas do clube e do treinador para o funcionamento do escalão teriam de ser rigorosamente respeitadas;

3. Desenvolvimento dos princípios específicos físicos, técnicos, táticos e psicológicos coletivos. Importante para o clube que a equipa apresente uma

evolução significativa ao longo da época.

4. Desenvolvimento dos princípios específicos físicos, técnicos, táticos e psicológicos individuais. Depois de em termos coletivos a equipa ser capaz

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14

de crescer, foi solicitado, que individualmente os atletas apresentem também um crescimento das suas capacidades.

5. Procurar o melhor resultado possível em cada jogo e garantir a manutenção. O resultado surge para este escalão já como um objetivo

importante. Desde logo porque é pretendido que neste escalão os atletas se habituem a responder a objetivos pontuais. A manutenção, pelo referido anteriormente, a importância de manter os escalões em campeonatos competitivos, ainda mais tendo em conta, que na época transata este escalão se tivesse classificado em 11ºlugar (lugar de despromoção), acabando por garantir a manutenção para a época 2012/2013 devido à desistência de equipas.

6. Motivação. Foi também definido como objetivo criar uma grande empatia

com os atletas e um ambiente quase familiar de grande amizade que ligasse os atletas o mais possível ao clube, colmatando de alguma forma a falta de condições.

7. Promover oportunidades para todos em competição, em cada jogo deverão ser realizadas todas as substituições e durante toda a época terão de ter oportunidade de competir todos os Atletas.

8. Especialização de funções. O ST do clube pretende que neste escalão, em

função das necessidades da equipa, os atletas se vão especializando em uma ou no máximo duas posições.

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15

6. Avaliação do Trabalho

6.1. Condições gerais de treino

As condições gerais de treino ao longo da época, nunca foram muito favoráveis, sendo mesmo escassas e limitadas em alguns momentos.

Comparativamente às equipas que participaram no campeonato oficial, em que a equipa de Juvenis (s17) do BFC marcou presença, apenas o BFC e mais 3 apresentavam campo de terra batida, todos os outros treinavam e jogavam ou em relvado natural ou relvado sintético. Ora, se por vezes em termos de resultados se retirasse vantagem desta situação, em relação aos princípios e comportamentos que se pretenderam desenvolver esta sempre foi uma limitação muito grande. Pode-se acrescentar, que claramente de todos os campos de terra batida, o campo da Ribeira, era de longe o que estava em pior condições, sendo por isso mesmo, como referi anteriormente, a colocação do relvado sintético, o grande objetivo da direção do BFC.

O espaço de treino foi também uma limitação, e este plantel foi sempre o mais numeroso do clube. Pelo menos uma vez por semana o campo tinha de ser partilhado com outro escalão, e, não raras vezes dois treinos por semana o campo teve de ser dividido, treinando-se apenas em meio-campo.

Relativamente ao material disponível (balizas de futebol 11/7/3 móveis, sinalizadores, cones, estacas, coletes, arcos, barreiras, garrafas de água…) a quantidade e qualidade era muito satisfatória. Com exceção de bolas disponíveis para cada escalão, que também foi uma das grandes limitações a dada altura da época. Tivemos sempre bolas suficientes para treinar, o grande problema é que com o decorrer da época, devido ao piso de terra batida, muitas bolas perderam qualidade, sendo repostas muito poucas, terminando-se a época com poucas bolas de qualidade.

6.2. Qualidade global da equipa: estado inicial e evolução

Antes de me reportar ao estado inicial da equipa, importa recordar que este foi um dos principais objetivos traçados para a época 2012/2013 e que norteou muito do trabalho realizado ao longo da época.

Da época 2011/2012, em que a equipa se classificou em 11ºlugar, apenas transitaram 4 atletas para escalão de Juniores, tendo-se mantido toda a base da equipa, este plantel ainda recebeu jogadores do escalão inferior e novos atletas. Assim a única

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16

informação que tínhamos é que em termos de resultados este plantel tinha tido uma época complicada, logo todos os parâmetros tinham de ser avaliados inicialmente.

Ora, foi exatamente neste momento, na necessidade de avaliar o estado inicial da equipa, que surgiram alguns dos temas que serão desenvolvidos neste documento. Algumas dúvidas e curiosidades derivavam já da experiência como professor de educação física, a importância de uma avaliação continua (formativa), que aplicada ao contexto do futebol e de uma equipa em competição levantava algumas questões pertinentes: O que avaliar? como avaliar? Quando avaliar? Porquê avaliar? Que impacto terá a avaliação?

“A avaliação do rendimento geralmente se efetua tendo como base o componente físico principal do rendimento, ou o componente técnico. Os esportes que utilizam registros quantitativos do rendimento, mediante sistemas métricos, não apresentam tantas dificuldades para sua avaliação, isto porque os próprios resultados da competição já são a sua avaliação. Porém, em compensação, os esportes de jogos coletivos e alguns agonistas, como a luta greco-romana, o boxe e o judô apresentam bastante dificuldades com sua avaliação, pelas suas características especiais.”

(Barbanti, 1997) Apesar de considerar que todos os parâmetros e todos os pormenores são importantes no Futebol, procurando não descurar nenhum componente do treino durante a época, a componente física foi aquela que menos me preocupou avaliar. Como indica o parágrafo acima transcrito, o que sempre me seduziu no Futebol, foi a dificuldade de avaliar e desenvolver a capacidade dos atletas e em articular assertivamente as componentes técnicos, táticas e psicológicas. Indubitavelmente, estas questões estão intimamente ligadas com a tomada de decisão também abordada neste relatório de estágio.

Desta feita, não procurei saber numa etapa inicial como estava a equipa física e tecnicamente num plano analítico, mas, quais os comportamentos dos atletas perante o jogo.

Para isto, logo no segundo treino da época, foram realizados jogos reduzidos 3X3/4X4 e jogo formal, para identificar as capacidades dos atletas e estabelecer prioridades no trabalho a desenvolver durante a época.

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De uma forma geral, foi possível identificar que o plantel não era equilibrado, o que iria tornar a evolução de todos mais complicada. Apesar da diferença de níveis dos atletas, tecnicamente, foi possível observar que a equipa apresentava boa qualidade, nomeadamente na receção e no passe não existiam grandes problemas, o problema era a intensidade com que realizavam as ações.

Embora a equipa apresentasse boa disponibilidade física, taticamente, nem sempre as ações faziam sentido, revelaram sempre uma boa ocupação do espaço e boa capacidade de circulação de bola, os maiores problemas prendiam-se com pressões individuais e coletivas muito deficientes. Assim, ofensivamente os princípios de penetração e coberturas ofensivas estavam bem presentes, em termos de mobilidade e espaço as coisas complicavam-se, ou não existiam ou eram realizados de uma forma desorganizada.

Defensivamente, apesar de não abranger todos os atletas, foi possível observar problemas a todos os níveis, algumas vezes contenções não eram realizadas, não existia qualquer preocupação com a cobertura do colega que estava a impedir o portador da bola, verificando-se em jogo formal, problemas graves de equilíbrio e concentração.

Psicologicamente ficou claro que comportamento e comprometimento dos atletas eram muito instáveis, muitos fatores influenciavam o rendimento dos jogadores, designadamente, evolução do resultado, decisões arbitragem, perceção pessoal da qualidade da própria equipa, consequência das ações individuais, etc. Para além deste problema foi possível verificar que o grupo não era totalmente unido.

Após identificar-se o estado inicial da equipa, foi altura de planificar a época e construir aquele que seria o modelo de jogo da equipa, que permitisse dotar os jogadores de referências de ação e organização, orientando-os individualmente e como equipa nos vários momentos do jogo.

Foi de facto, a preocupação com a evolução da equipa, aquele que foi o meu grande objetivo pessoal como Treinador durante toda a época. Conseguir chegar ao final e observar que muitas das debilidades e fraquezas da equipa foram ultrapassadas e que são melhores coletivamente no final em relação ao que eram no início.

Findada a época 2012/2013, considero que a equipa de Juvenis (s17) do BFC teve uma evolução muito significativa.

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Contudo, este caminho não foi fácil, sobretudo, a nível psicológico foi uma batalha diária para que a equipa se tornasse um grupo sólido, mais disciplinado e se unisse em torno dos objetivos. A equipa no início da época quase que desistia do jogo por grandes períodos sempre que sofria um golo, mas foi possível criar uma mentalidade mais forte, ficando patente várias recuperações no próprio jogo de resultados negativos, capacidade para marcar um golo nos primeiros 10 minutos após um golo sofrido e duas vitórias conseguidas já em períodos de descontos após os 80 minutos. Também o rendimento e comportamento dos atletas foram sendo mais estáveis, sendo possível que se concentrassem mais nos objetivos da equipa e nas suas funções e menos com aspetos externos ao jogo.

Será explicado mais à frente no documento, a metodologia de treino utilizada, mas, a aposta forte em exercícios sempre com bola e jogos reduzidos, mais do que possibilitar a melhoria técnica dos jogadores, permitiu melhorar a intensidade das ações técnicas e uma utilização mais assertiva dos recursos técnicos de cada atleta no contexto específico de jogo.

A par da componente psicológica, considero que a nível tático, foram os parâmetros que a equipa mais evoluiu. Houve maior preocupação com a fase defensiva. Globalmente a equipa a aprendeu a posicionar-se de acordo com diferentes linhas de pressão e a adquirir alguns princípios coletivos de ação nesta fase do jogo. O setor defensivo foi aquele que ao qual foi dedicado maior atenção durante a época, este setor apresentava falta de velocidade, pela que a aposta na componente tática foi uma constante. Assim, as noções de contenção e coberturas foram as primeiras a serem exercitadas e consolidadas, numa fase mais avançada, foi possível introduzir e verificar bons comportamentos coletivos de equilíbrios e concentração defensivos. Ofensivamente a equipa já apresentava boa capacidade de penetração e coberturas ofensivas, com o decorrer da época desenvolveram-se os princípios defensivos de mobilidade e espaço, apostando sempre numa boa capacidade de manutenção de posse de bola, capacidade de ocupação de espaços livres, e ainda, com os atletas táticamente mais evoluídos algumas desmarcações de rutura e estruturar algumas ações ofensivas coletivas de maior amplitude e profundidade com trocas posicionais.

Em suma, a evolução é muito satisfatória, até na medida em que adquiriu padrões de comportamentos específicos nos diferentes momentos do jogo, ficando

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patente na competição a identidade deste grupo, caraterizando por alguns princípios de jogo mais vincados que serão mencionados mais à frente.

6.3. Qualidade da competição em que participou

Para se analisar a qualidade das competições em que a equipa participou penso ser importante situar primeiro de uma forma global, ou seja, perceber que competições existem no país para este escalão e entender em qual participou a equipa de Juvenis do BFC, e depois, enquadrar esse campeonato com a dimensão do BFC.

Por conseguinte, na época 2012/2013, para atletas federados do escalão de Juvenis (Sub-17), existiu apenas uma competição a nível nacional (mais competitiva), que se encontrava dividida em 6 séries.

As restantes competições encontram-se divididas por distritos. O BFC é o único clube de Futebol da freguesia de Bairro, que pertence a concelho de Vila Nova de Famalicão, estando portanto inscrito na AFB.

Na AFB, para o escalão de Juvenis (Sub-17), existiam 3 divisões, sendo o campeonato mais competitivo da Divisão Honra, depois Série A e Série B (Série onde participou a equipa) da 1ª Divisão, e por último, Série A, B e C da 2ª Divisão.

CLUBE PISO

1. Grupo Desportivo e Recreativo os

Amigos de Urgeses Relvado Sintético

2. Brito Sport Clube Relvado Sintético

3. Futebol Clube Famalicão (B) Relvado Sintético 4. Moreirense Futebol Clube (B) Relvado Sintético 5. Associação Desportiva Oliveirense Relvado Sintético

6. Bairro Futebol Clube Terra Batida

7. Desportivo Ases de São Jorge Relvado Sintético 8. Centro Cultural e Desportivo de Santa

Eulália Relvado Sintético

9. Grupo Desportivo de Porto D’Ave Terra Batida 10. Grupo Desportivo Recreativo Cultural

Os Sandinenses Relvado Natural

11. Operário Futebol Clube Relvado Sintético

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13. Vieira Sport Clube Relvado Sintético

14. Associação Recreativa e Cultural de

Pencelo Terra Batida

Figura 2 - Relação entre classificação e piso dos clubes que participaram no Campeonato distrital da AFB – 1ªDivisão – Série B – Jun. B (s17) – 2012/2013.

Ao relacionarmos a classificação final com o tipo de piso de cada clube, percebemos que os clubes com campo de terra batida tiveram piores resultados. Mas, mais importante do que isto é facto de uma grande percentagem (74,1%) dos campos serem relvados, pois, eleva bastante a possibilidade de se praticar um futebol de qualidade no campeonato, estando um pouco mais limitadas as equipas com campo de terra batida com foi o caso do BFC. Outro aspeto a ter em conta, já abordado anteriormente, para o contexto específico do clube, é que os atletas procuram clubes com campos com boas condições, o que tornou muito difícil para o BFC, formar o plantel em quantidade e qualidade satisfatória para disputar este campeonato.

Como já foi referido anteriormente, a equipa participou ainda na, Taça da AFB – Jun. B (s17) – 2012/2013, competição ainda mais difícil e competitiva, uma vez que participam também equipas da divisão superior (Divisão Honra), ainda assim, como já foi mencionado, esta equipa conseguiu pela primeira vez no clube, chegar à 3ºeliminatória desta competição.

6.4. Como avalia os resultados do trabalho face aos objetivos definidos

“A função de «avaliar» tem hoje um lugar preponderante em qualquer operação de planeamento sistemático e nos mais diversos domínios. Compreende-se, facilmente, porquê. Num plano modesto ou de grande dimensão, a curto ou a longo prazo, visam-se sempre metas ou objetivos que importa atingir. Para toda a operação planeada ser bem conseguida importa, por um lado, avaliar se está a decorrer como previsto e, por outro, averiguar se os resultados obtidos são, de facto, os previstos.”

(Ribeiro, 1990) Tal com indica a afirmação acima transcrita, independentemente do contexto que estejamos a trabalhar, é de extrema importância avaliar, se as metas que delineámos foram ultrapassadas. Logo, procurarei explanar nos próximos parágrafos, a minha avaliação pessoal, face a cada objetivo traçado. Importa acrescentar, que não foi feita qualquer alteração, aos objetivos iniciais inicialmente traçados.

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Como anteriormente foi explicado, antes do arranque da época 2012/2013 foi possível trabalhar para um objetivo fundamental para o funcionamento normal dos escalões do clube, ou seja, na captação do maior número possível de atletas para os escalões. Várias estratégias foram utilizadas para captar atletas, reuniões com os próprios atletas do BFC para convidarem amigos a conhecer o clube, contatos com coordenadores de outros clubes para se entrar em contato com eventuais dispensas e conversas informais com todo o tipo de pessoas ligadas ao Futebol que pudessem fornecer informações acerca de jovens interessados em ingressar no BFC. A dado momento o sucesso foi tão grande, que se pensou em formar duas equipas de Juvenis, mas, infelizmente, ao contrário deste escalão, os Juniores tiveram imensas dificuldades em formar o plantel, pelo que logo em Setembro, o BFC através do seu Coordenador teve de passar vários Juvenis para formar o plantel de Juniores. Ainda assim, ao longo de toda a época o escalão de Juvenis foi sempre o mais numeroso do clube, facto muito importante para os objetivos do BFC.

Seguindo as linhas orientadoras do ST José Ferreira, o objetivo mais importante da época para este escalão era o desenvolvimento dos princípios humanos e desportivos. O clube queria alterar por completo o histórico negativo de indisciplina a nível interno e em competição, sobretudo, nos escalões com atletas mais velhos para que fossem uma boa referência para os mais novos. No funcionamento diário dentro do clube, foi possível criar desde início boas regras de conduta, criando um bom ambiente assente na concentração dos objetivos de cada treino, havendo pouco espaço para os atletas terem comportamentos desviantes. Aos poucos foi ainda possível tornar o grupo mais sólido e responsável pelas suas próprias ações. Nos jogos amigáveis e de competição, foi mais difícil, corrigir alguns comportamentos, como por exemplo ter por hábito discutir decisões de arbitragem, discutir com os adversários e excessos de agressividade. Após a utilização de várias estratégias, reuniões de grupo, penalizações internas e conversas pessoais com alguns atletas, foi possível disciplinar o grupo, conseguindo-se antecipar vários problemas, não se registando nenhum incidente grave durante toda a época, ficando uma boa imagem disciplinar do grupo.

O respeito pelas normas de funcionamento está intimamente ligado com o objetivo anterior, e como se pode depreender pelo que foi dito anteriormente, de facto, a parte inicial da época foi crucial para que todo decorresse bem. No início da época o

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clube estabeleceu algumas regras, bem como o próprio grupo em conjunto com o Treinador. A intransigência e rigor no cumprimento das regras estabelecidas, com apoio fundamental dos dois diretores de escalão, foram cruciais para que a época decorresse sem problemas.

O desenvolvimento dos princípios específicos físicos, técnicos, táticos e psicológicos coletivos, era de facto, o meu grande objetivo pessoal como Treinador da equipa, e felizmente, que o BFC, também considerou como uma meta muito importante. Os problemas iniciais foram já descritos no ponto 6.2 deste documento, sendo importante relembrar que a evolução da equipa foi muito satisfatória, tendo em conta que mesmo existindo uma diferença de níveis de desempenho entre jogadores ela era menos acentuada do no final da época, a existência pelo desenvolvimento da capacidade de manutenção de posse de bola permitiu que a equipa desenvolvesse as capacidades de mobilidade e espaço, defensivamente consolidou-se as noções de contenção e cobertura defensiva, observando-se em algumas fases da época boa consistência defensiva, através de bons equilíbrios e concentração defensiva, adquirindo também a equipa maior rigor pelos posicionamentos defensivos e por linhas e zonas de pressão. Em suma, o mais importante foi a equipa ter adquirido uma postura mais disciplinada e competitiva e adquirir alguns padrões de comportamento coletivos, específicos deste grupo que definiram a sua identidade como equipa.

Partindo do pressuposto que o mais importante seria a evolução da equipa, como isso aconteceu, facilmente se depreenderá que também o desenvolvimento dos princípios específicos físicos, técnicos, táticos e psicológicos individuais foi conseguido. Por muito que o mais importante fosse sempre que o valor da equipa fosse sempre mais que a soma do valor de cada atleta, é claro que ao evoluir a equipa era sinal, que cada atleta também ia melhorando as suas capacidades, simplesmente, esta evolução era orientada pelas necessidades da equipa e não de cada individualidade que a componha.

A importância do resultado em escalões de formação é dos temas mais controversos no Futebol de formação. Independentemente do contexto vai assumindo maior ou menor preponderância, e, não raras vezes, os Treinadores defendem-se dizendo que o resultado não é o mais importante e depois são esquecidos todos os princípios humanos e desportivos para se conseguir uma vitória. Da minha experiência

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com atleta federado e como Treinador, assisto todas as épocas à dificuldade de transição de jogadores do escalão de Juniores para Séniores, e, de entre muitas razões considero que neste contexto específico de Futebol distrital, a falta de trabalho por objetivos e competitividade dificulta este processo, logo, considero importante sensibilizar os atletas desde cedo para o melhor resultado possível tendo por base um plano estratégico-tático, critérios bem definidos de gestão e a idade dos atletas. Desta feita, penso que o BFC, através do seu Coordenador, estabeleceu muito bem as metas para este escalão, no que ao resultado diz respeito, colocando sempre os princípios humanos e desportivos, regras de funcionamento e o desenvolvimento coletivo à frente de qualquer outra coisa. Apesar de ter sido pedido ao grupo apenas a manutenção, já justificado anteriormente, tendo em conta a avaliação inicial que fizemos, mesmo tendo em conta as condições de trabalho existentes, achamos que era um objetivo perfeitamente possível, mas, pouco desafiante, dai que, definimos internamente, como objetivo mínimo classificarmo-nos no sétimo lugar (meio da tabela classificativa) e a partir daqui procurar transcendermo-nos com as equipas que tem melhores condições de trabalho e mais experiencia desta divisão e procurar a melhor classificação possível. Findada a época, com alguns problemas de material de qualidade disponível, transição precoce de atletas para o escalão de Juniores e as limitações que o piso nos colocou, a obtenção do sexto lugar é plenamente satisfatório, ainda mais tendo em conta a evolução da equipa e dos atletas.

Dado o handicap do BFC no que às condições estruturais dizem respeito, a importância de ter um grupo motivado em torno dos objetivos, a preocupação com a motivação foi uma tónica durante toda a época. Aproveitando a minha disponibilidade e dos atletas como estavam de férias, e o facto de o clube ter um enorme salão de convívio, foi possível realizar alguns treinos bidiários na pré-época, em que os atletas conviviam bastante no intervalo entre os treinos o que permitiu desde muito cedo um bom ambiente e entrosamento do grupo. A par deste convívio alguns jantares de equipa foram realizados oportunamente, quando havia paragens no campeonato, reforçando os laços de amizade entre todos. A direção do clube como ambicionava a colocação do relvado sintético, organizou durante a época algumas atividades para angariação de fundos, sendo possível sensibilizar os atletas para os objetivos do próprio clube,

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participando nestas atividades, o que fez que se sentissem sempre parte importante do mesmo.

Uma das últimas diretrizes para a época 2012/2013 foi promover oportunidades para todos em competição, o que foi perfeitamente possível, embora, não fizesse uma rotação ainda maior na utilização dos jogadores, dado que tínhamos como objetivo mais importante garantir a manutenção e o plantel não permitia uma rotação equilibrada. Como indicado, em cada jogo foram sempre realizadas todas as substituições e durante toda a época tiveram oportunidade de competir todos os Atletas.

Por último, foi solicitado, que em função das necessidades da equipa, procurasse alguma especialização de funções. Foi dessa forma que a época foi gerida, aliás foi uma orientação fácil de cumprir, pois, penso que até aos 11/12 anos de idade os jogadores devem experienciar vários papéis e posições no terreno de forma a adquirir o máximo de recursos espaciotemporais, e, a partir dos 13/14 anos que se procure alguma especialização de funções aproveitando as características do jogador em função do que a equipa necessita.

Em jeito de conclusão, penso que os objetivos delineados no início da época estavam congruentes com o contexto e competição que encontrámos, pelo que foi possível, através de um bom planeamento e constante reflexão, dar resposta de forma muito satisfatória a todos eles.

6.5. Apreciação global do próprio trabalho

O último ponto abordado reflete já um pouco aquela que é a minha apreciação acerca do trabalho desenvolvido no BFC e a orientação que foi seguida durante toda a época 2012/2013.

Uma vez que nem o Treinador nem os atletas deverão estar acima do clube, penso que o mais importante foi ter cumprido adequadamente os objetivos delineados para a equipa de Juvenis. Foi possível começar muito cedo a preparação desta época, o que permitiu não só a captação de muitos atletas o que foi decisivo para o BFC, bem como exponenciar o resultado de todo o trabalho, pois, a par de um planeamento cuidado, para além do tempo passado dentro das instalações do clube, tive disponibilidade para realizar reflexões contínuas de todo o trabalho bem como preparar sempre atempadamente todos os treinos e jogos.

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6.6. Principais dificuldades encontradas

Foram algumas as dificuldades encontradas durante a época, as quais pretendo expor nos próximos parágrafos.

Desde logo, a preparação do plantel, tendo em conta que foi necessário realizar um período de captações de atletas e estabelecer imensos contatos para formar o plantel, sendo importante apenas para o clube a quantidade não podendo haver qualquer critério de qualidade para excluir um atleta.

As condições materiais do clube não eram más, apesar das exceções já apresentadas. As maiores dificuldades prendiam-se em conseguir planear um treino dando resposta aos objetivos específicos de cada treino, a maior parte deles de grande cariz tático, com apenas meio-campo disponível para mais de 20 atletas. A par disto o campo de terra batida em más condições dificultou imenso a opção por um modelo de jogo assente numa boa capacidade de manutenção de posse de bola e preferência pelo passe curto.

Apesar de ter alguma experiência ligada ao desporto, e em concreto ao Futebol, foi um desafio constante saber gerir um grupo de atletas com 15/16 anos, em que psicologicamente os jovens passam por imensas transformações e o comportamento é muito inconstante.

Tendo em conta que treinava uma equipa de futebol de 11, que exigia por si só um planeamento técnico-tático complexo, e muito embora tivesse já alguns anos de experiência futebolística, senti a necessidade de recorrer a alguma bibliografia e colegas de trabalho para clarificar alguns conceitos e ideias para conseguir fazer um planeamento congruente de toda a época e para tomar algumas decisões de forma mais confiante e assertiva.

O BFC encontra-se num meio, em que tanto os atletas como os familiares criam um compromisso ainda muito débil com o treino e a competição, essa mentalidade levou-me a constituir a assiduidade e rigor com que os atletas treinavam como um dos principais critérios para selecionar as convocatórias para os jogos, bem como, quais os atletas que participariam nos jogos.

Para finalizar, apesar do BFC ser um clube com condições estruturais limitadas e com ainda muito para crescer em termos de organização, penso que, o enorme apoio dos meus diretores de escalão e direção do clube e uma boa estruturação da época se

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conseguiu suprimir muitas das dificuldades sentidas e realizar uma boa época desportiva.

6.7. Reuniões com pais dos jogadores

Por indicação do ST e Coordenador do BFC José Ferreira, os Treinadores de cada escalão estavam proibidos de resolver qualquer problema diretamente com os encarregados de educação dos atletas. Estes teriam de se dirigir ao Coordenador do clube, e, depois, seriam tomadas as diligências que achasse mais adequadas.

Importa acrescentar que os atletas tinham 15/16 anos, e consegui resolver todos os problemas mais delicados diretamente com os próprios atletas, não sendo nunca necessária a intervenção do Coordenador.

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7. Apreciação da Formação

7.1. Na parte curricular

Relativamente à parte curricular, a minha apreciação global é muito satisfatória. Considero que foi fundamental ter sido abordado diferentes disciplinas no que aos jogos desportivos coletivos, e ao Futebol dizem respeito. O desenvolvimento de temas muito amplos permitiram não só, aperfeiçoar competências básicas para treino da modalidade, bem como, alertar para outras variantes importantes, tais como, incutir a necessidade de uma metodologia de investigação, análise de competições e atenção especial para o desenvolvimento do desporto e empreendedorismo.

Assim, ao longo desta formação teórica, reconheço que cada unidade curricular foi vista como parte significativa para uma formação holística, capacitando-me de competências essenciais, para o treino de Futebol.

7.2. No estágio

Foi excelente e gratificante ter a possibilidade de vivenciar na prática todas as dimensões do treino de Futebol num clube e funções explícitas e implícitas enquanto Treinador, que muito do trabalho foi espelhado ao longo deste documento de forma séria e minuciosa. O estágio facultou uma época desportiva, repleta de constante aprendizagem, reflexão e dificuldades que me permitiram, incontestavelmente, adquirir competências fundamentais para a minha futura carreira enquanto Treinador.

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8. Caraterização da Instituição

O BFC foi criado a 16 de Maio 2003 após a fusão dos dois clubes da freguesia até então, o Sporting Clube de Bairro e o Futebol Clube de Bairro. Atualmente estão inscritos como sócios 741 associados.

O clube pertence à freguesia de Bairro, do concelho de Vila Nova de Famalicão, com 3,70 km² de área. Densidade: 972,4 hab/km². Situada na margem direita do rio Ave e com uma extensão territorial de 370 hectares, Bairro, dista 12km da sede do concelho – Vila Nova de Famalicão.

Figura 3 - Fotografia do Campo da Ribeira.

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Foi com o propósito de constituir um clube mais forte, um clube mais coeso e demonstrar que a freguesia de Bairro pretende ter um clube/associação com expressão no concelho de Famalicão que foi possível este entendimento para o surgimento do BFC.

Ao ser criado o BFC, teve como objetivo prioritário desenvolver uma estação de serviços qualidade para a comunidade envolvente e por outro lado unificar as gentes da freguesia na causa do BFC e com isto fazer crescer o clube em termos estruturais e em termos de infraestruturas, como o exemplo que referirmos anteriormente, a colocação relvado sintético.

Assim sendo, a direção do clube, propõem como objetivos gerais: • Formação social e humana dos jovens praticantes;

• Formação desportiva (ensino teórico e pratico do futebol);

• Transmitir conceitos e valores tais como espírito desportivo, hábitos de vida saudável, higiene e alimentação;

• Remodelação das infraestruturas existentes, dando melhores condições aos jovens da freguesia e freguesias envolventes.

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9. Modelo de jogo

9.1. A importância de criar e desenvolver um modelo de jogo e uma forma

de jogar específica

«”(…) O êxito no futebol tem mil receitas. O treinador deve crer numa, e com ela seduzir os seus jogadores” (Valdano, 1998)”»

(Silva M. , 2008) Tendo em conta a afirmação anterior, podemos depreender que a criação de um modelo de jogo deverá ser sempre algo com significado pessoal em que o treinador acredita. Logo, ao longo da carreira, o treinador transporta para as situações de treino e de jogo todas as suas referências, valores, princípios e regras que lhe irá permitir criar um modelo.

Contudo, segundo Almeida (2011) a construção de um modelo de jogo, será interpretado pelos jogadores dentro de um contexto específico. E duas vertentes terão que ser definidas, a criação de um modelo de jogo ideal e tentar adaptar os jogadores para que o interpretem ao máximo, ou, adaptar o modelo às características dos jogadores que compõem o plantel e à realidade específica da competição.

De uma maneira ou de outra, o modelo de jogo de uma equipa deverá apontar um caminho, uma direção, de forma inequívoca, para que o processo seja intencional.

“A partir dele criam-se um conjunto de referências que definem a organização da equipa e jogadores nos vários momentos de jogo. Deste modo, o modelo orienta o processo para um jogar concreto através dos princípios coletivos e individuais em função do que é pretendido. Neste sentido, trata-se de desenvolver um jogar específico e não um jogar qualquer.”

(Silva, 2008). Podemos acrescentar portanto, que na operacionalização de um modelo, provavelmente mais importante que o modelo em si, são os princípios do próprio modelo, pois, permitirá aos jogadores através da interpretação que fazem e da sua criatividade criar diferentes soluções que lhes permitam ir ao encontro do que o Treinador pretende.

Tendo em conta, que a forma de jogar específica que o treinador pretende para a equipa não surgirá de forma espontânea, ela terá que ser desenvolvida e potenciada no

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treino, ou seja, os exercícios deverão ter como objetivo a criação de condições que permitam aos jogadores entender essa forma de jogar específica.

Importa então clarificar e expor a dificuldade desta especificidade, que se encontra, no facto de o Treinador ter de conseguir criar exercícios, que permitam aos jogadores operacionalizar a sua forma de jogar específica, ou seja, criar exercícios que consigam englobar todas as vertentes, sem nunca se esquecer de desenvolver o princípio de jogo específico que se quer incrementar ou melhorar. Torna-se então imprescindível a intervenção do treinador no exercício para direcionar a atenção dos jogadores para comportamentos específicos da forma de jogar, para que a equipa adquira determinada identidade.

9.1. Traços gerais do modelo de jogo da Equipa Sub-17 do Bairro Futebol

Clube - Época 2012/2013

“…o processo de jogo e treino em futebol pode ser concebido pela Teoria de Sistemas na medida em que representa uma intricada relação simbiótica entre diversos elementos que compõem o jogo de maneira hierarquizada em princípios, subprincípios e subprincípios dos subprincípios. Além disso, comportam decisões individuais subjacentes a critérios identificadores estabelecidos com base em um objetivo/finalidade, com meios de avaliar o sucesso de desempenho.”

(Pivetti, 2012) Estando responsável, por todo o processo de planeamento, realização e avaliação de toda a época 2012/2013 da equipa, a criação do modelo de jogo foi uma das tarefas mais difíceis, mas, ao mesmo tempo das mais desafiadoras e motivantes durante todo o estágio profissional. Pretendemos então, nos próximos parágrafos, expor em linhas gerais, o trabalho que se procurou desenvolver, assente em critérios, tal como indica a afirmação acima transcrita, explicando inequivocamente qual a finalidade e os principais princípios do modelo.

Pivetti (2012) fala da importância de se ter em conta na criação de um modelo de jogo, que cada jogador tem uma determinada área ou setor de ocupação no campo, logo, responsável pelo domínio de determinados espaços e por adotar determinados comportamentos em função de uma dinâmica coletiva e dos princípios da equipa. Assim, a principal finalidade do modelo de jogo, foi dotar a equipa de uma identidade, traduzida por princípios e subprincípios, que permitam moldar os comportamentos dos

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jogadores numa forma de atuar coletiva, nos diferentes momentos de um jogo de Futebol: organização ofensiva, transição ofensiva, transição defensiva e organização defensiva.

Interessa acrescentar que quer na criação deste modelo, quer no processo de treino e de competição, foi tido em conta as características dos jogadores, pois, de acordo com Silva M. (2008), a concretização dos principios de jogo depende fortemente da interpretação, carateristicas e capacidade dos atletas.

Como de pode depreender pela informação de capítulos anteriores, até para ajudar a resolver eventuais problemas de indisciplina, procurou-se também desde cedo a necessidade dos jogadores se envolverem por completo e estarem comprometidos na criação de uma forma de jogar coletiva, estando totalmente centrados nos comportamentos que se pretendiam atingir, para desenvolver o modelo de jogo o melhor possível ao longo da época.

Em organização ofensiva, quando a nossa equipa estava em posse da bola, com o objetivo provocar de desequilíbrios defensivos adversários e criar oportunidade de finalização, desenvolvemos os seguintes princípios gerais:

Capacidade de manutenção de posse de bola (quando não há superioridade numérica, espaço para progredir para a baliza ou oportunidade clara de finalização);

Ocupação do espaço à largura e em profundidade (“campo grande”), para provocar desequilíbrios ou manter e circular com qualidade a bola;

Saídas pelo Guarda-Redes ou faltas nos primeiros dois terços do campo preferência por saídas curtas;

Preferência pelo passe curto junto ao solo, passe longo só quando a oportunidade é clara e segura;

Circulação de bola rápida;

Superioridade numérica na zona da bola (apoios rápidos em função da pressão adversária);

Utilizar tabelas, triangulações e trocas posicionais para penetrar na estrutura defensiva adversária;

Em superioridade numérica ou espaço livre no último terço do campo realizar ataque rápido;

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Não forçar situações de finalização.

Por outro lado, em organização defensiva, no caso de a equipa não conseguir recuperar rapidamente a posse de bola, a equipa posicionava-se equilibradamente, com o intuito de condicionar o ataque adversário. Assim, desenvolvemos como princípios fundamentais o seguinte:

• Defesa à zona (salvo raras exceções tendo em conta o plano estratégico-tático de cada jogo);

• Fechar o espaço interior e capacidade de concentração rápida;

• Quando a bola está na zona de atuação de um atleta pressão individual forte e agressiva;

• Quando a bola não está na zona de atuação de um jogador, coberturas e equilíbrios defensivos bem marcados (problema detetado na avaliação inicial); • Sempre superioridade numérica na zona da bola;

• Em inferioridade numérica, contenção, até que a equipa se reposicione;

• Capacidade de atuação e posicionamento defensivo segundo diferentes linhas de pressão (bloco baixo, médio e alto);

Como já referimos anteriormente, o desenvolvimento dos princípios e subprincípios na fase ofensiva e defensiva, foram aqueles em que foi possível dispor mais tempo para a sua evolução e consolidação de processos, pelo que nos momentos de transição apenas se definiram e treinaram linhas orientadoras muito simples.

No exato momento em que a equipa recupera a bola, transições ofensivas, trabalhámos apenas segundo duas bases principais orientadoras de atuação. Se o adversário está muito desorganizado e existe excelentes possibilidades de ganhar profundidade com segurança realizar ataque rápido. Na impossibilidade de realizar ataque rápido, retirar rapidamente a bola da zona de pressão, garantindo a manutenção e circulação de bola com um posicionamento eficiente e equilibrado.

Em transições defensivas, ou seja, no preciso momento em que a equipa perde a bola, o comportamento mais importante definido e desenvolvido, foi reação rápida e agressiva do jogador que perde a bola e dos colegas de equipa na zona da bola, com intuito de rapidamente recuperar efetivamente a posse de bola ou impedir a progressão do adversário para a nossa baliza, possibilitando que a equipa entre em organização defensiva.

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10. Fatores que influenciaram a metodologia de treino

10.1. Criatividade no Futebol

A criatividade poderá ser explicada pelo ato simples de criar, produzir, gerar ou dar existência a alguma coisa. “Estes, de uma forma tangível ou não, devem ser únicos

apenas para o seu criador e devem ir ao encontro dos critérios de finalidade e de valor estabelecidos por ele.” (Teixeira, 2007)

Por outro lado, outros procuram definir a criatividade como uma forma de experienciar a realidade, existente em todos nós que é orientada por mecanismos de auto-perceção e que dependem fortemente do contexto. Pessoalmente sinto-me atraído por esta perspetiva de compreensão do conceito, sobretudo, quando o procuramos entender no contexto da modalidade de Futebol, pois, considero que um jogador é criativo, quando consegue encontrar soluções singulares e originais através da forma como ele próprio entende a realidade e contexto num determinado momento.

Pela enorme importância que a motivação tem quer na prática desportiva quer na própria relação com a criatividade, parece-me interessante a relação entre estes dois conceitos.

“A criatividade, quando posta em prática nas suas múltiplas formas, contém, necessariamente, os mecanismos próprios da motivação autónoma, geradora, ela própria, de criatividade.”

(Balancho & Coelho, 2005) Desta forma, se as propostas metodológicas propostas pelos Treinadores estimularem os interesses e as necessidades dos jovens futebolistas, a recetividade será, logo à partida muito maior. Se os atletas virem concretizados alguns dos seus desejos e gostos, terá muito maior motivação para a prática da modalidade.

Outra questão fundamental, principalmente com atletas mais novos, prende-se com a necessidade das tarefas propostas pelos Treinadores assentarem em objetivos alcançáveis a curto prazo, porque se forem metas muito difíceis ou inalcançáveis, elas tornaram-se bastante desmotivadoras.

Concluindo, é inequívoco que a criatividade e a motivação são inseparáveis. A expressão da criatividade alimenta-se da busca e de experimentação, de comprovação e de alternativas, de novidade e de originalidade, para isto, é necessário que os seres

Imagem

Figura 1 - Classificação final da participação no campeonato.
Figura 2 - Relação entre classificação e piso dos clubes que participaram no Campeonato distrital  da AFB – 1ªDivisão – Série B – Jun
Figura 3 - Fotografia do Campo da Ribeira.

Referências

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