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Os materiais didáticos para o ensino da matemática na educação pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Escola de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação e Psicologia

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Os materiais didáticos para o ensino da Matemática na

Educação Pré-Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio

Cláudia Patrícia Vilela Moreira

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Escola de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação e Psicologia

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Os materiais didáticos para o ensino da Matemática na

Educação Pré-Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio

Cláudia Patrícia Vilela Moreira

Orientadora: Professora Doutora Ana Paula Florêncio Aires

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Relatório final, correspondente ao estágio de natureza profissional/prática de ensino supervisionada, elaborado para a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, de acordo com o Decreto-Lei nº43/2007 de 22 de fevereiro.

(4)

O milagre é continuar sonhando, esperar pelas realizações,

pois se desistirmos dos nossos sonhos, o que será dos nossos corações?

Sonhemos sonhos realizáveis, sonhemos sonhos de ilusão, mas nada são comparáveis, como a espera da realização.

(5)

Agradecimentos

Como todas as crianças, eu também tinha um sonho. Sonho esse de poder ensinar meninos e meninas de todas as raças, ensinar a contar, ensinar o a, e, i, o, u, ensinar a ler, ensinar a escrever, dar comida aos bebés, cantar e brincar com eles…

Este meu grande sonho está prestes a ser realizado e isso só foi possível com o apoio de algumas pessoas.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus pais pelo enorme apoio que me deram durante estes cinco anos, estando sempre presentes em todos os bons e maus momentos, nunca me deixando desistir. Eles sim presenciaram desde o início este meu sonho. Os meus pais, secretamente, viam-me no meu quarto a “brincar às professoras”. A prova está quando contam orgulhosamente algumas situações.

Quero agradecer à restante família por me acompanhar e apoiar em todos os momentos. Em especial, ao meu avô Vilela pelo fascínio que me transmitia, pois seria a sua primeira neta formada. Estejas onde estiveres, espero que estejas orgulhoso.

Também quero agradecer:

- à minha amiga Vânia pelo apoio e pelos momentos de desabafo nos dias menos bons; - a algumas pessoas que conheci nestes cinco anos e que foram bastante importantes pela amizade, pelo companheirismo e pelo apoio que sempre me proporcionaram. Um muito obrigado à Diana, à Liliana, ao Tiago, à Teresa e aos meus afilhados académicos Paulo, Cláudia e Adriana.

E, não menos importantes, quero agradecer à minha Orientadora Prof.ª Dr.ª Ana Paula Aires pela amizade e pelo apoio que me deu na concretização deste documento, à Educadora Cooperante Cristina Afonso e à Professora Cooperante Márcia Cabanelas que permitiram que os estágios fossem muito benéficos para a minha aprendizagem através da sua experiência, prática e amor que dedicam à profissão.

(6)

Resumo

O presente relatório incide sobre a Prática de ensino supervisionada levada a acabo de 4 de fevereiro a 8 de maio de 2013, na Educação Pré-Escolar, na Nuclisol – Jean Piaget de Vila Real e de 8 de outubro de 2012 a 15 de janeiro de 2013, no Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico (1º CEB), na Escola EB1 Nº 7 de Vila Real.

Esta Prática de ensino supervisionada decorreu no âmbito das Unidades Curriculares Estágio I e Estágio II, pertencentes ao Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, lecionadas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Os materiais didáticos para o ensino da Matemática na Educação Pré-Escolar e no Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico é o tema central desenvolvido ao longo dos

estágios.

A primeira parte deste relatório engloba uma contextualização de investigação relativamente aos Estágios desenvolvidos, fazendo-se uma pequena caraterização da cidade de Vila Real, do meio envolvimento, das instituições, dos espaços e materiais das salas, e dos grupos de crianças onde foram realizados os dois estágios.

A segunda parte terá uma contextualização teórica sobre o tema central, tal como: a história dos materiais didáticos, o conceito de materiais didáticos, a importância da utilização destes materiais na aprendizagem da Matemática no Pré-Escolar e no 1º CEB, os diferentes materiais existentes e uma pequena descrição dos mesmos. Abordaremos o papel do Professor e Educador quanto a esta utilização e faremos uma análise dos documentos orientadores oficiais para a Educação Pré-Escolar e para o Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico.

A terceira e última parte deste trabalho abordará a prática pedagógica desenvolvida nos Estágios I e II, onde abordaremos os materiais utilizados e as atividades realizadas durante a prática pedagógica. Também apresentaremos algumas propostas de outras atividades possíveis de se realizar nestes contextos educativos.

Palavras-chave: Educação Pré-Escolar. Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Materiais Didáticos. Materiais Manipuláveis Estruturados.

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Abstract

This report focuses on supervised teaching practice I have just taken February 4th to 8th of May of 2013, at the Pre-School Education in Nuclisol - Jean Piaget Vila Real and October 8th, 2012 to January 15th of 2013 in the 1st Cycle of Basic Education (1st CEB), at the EB1 School Nº7 of Vila Real.

This supervised teaching practice took place within the Curricular Units Stage I and Stage II, belonging to the Masters in Preschool Education and 1st Cycle of Basic Education, taught at the Trás-os-Montes e Alto Douro University.

“The materials for the teaching of Mathematics in Preschool Education and

Teaching 1st Cycle of Basic Education” is the central theme developed throughout the

stages.

The first part of this report includes a contextualization of research into the internship developed by making a small characterization of the city of Vila Real, through the involvement of institutions, spaces and materials of the classrooms, and groups of children which were performed two internships.

The second part will have a theoretical context on the central theme, such as: the history of the learning materials, the concept of teaching materials, the importance of using these materials in the learning of Mathematics in Preschool and 1st CEB, the different existing materials and a small description. Discuss the role of teacher and educator on this and we will use an analysis of official guidance documents for Preschool Education and the Teaching of the 1st Cycle of Basic Education.

The third and final part of this paper will address pedagogical practice developed in Stages I and II, where we discuss the materials used and the activities conducted during the teaching practice. Also present some proposals of other possible activities to accomplish these educational contexts.

Keywords: Preschool Education. 1st Cycle of Basic Education. Teaching Materials. Manipulative Structured

(8)

i

Índice geral

Índice de Tabelas……….………..ii Índice de Figuras………..………....iii Índice de Gráficos………..…………...iv Quadro de Abreviaturas………..………….v Introdução………..……….…...1

Capítulo I – Contexto de Investigação………..3

1. Caraterização da cidade de Vila Real………...3

2. Educação Pré-Escolar………..5

2.1.Caraterização do meio envolvente………....…...5

2.2.Caraterização da instituição……….………...6

2.3.Caraterização dos Espaços e Materiais……….………...…10

2.4.Caraterização do grupo de crianças onde foi realizado o estágio………....…..18

3. 1º Ciclo do Ensino Básico………..22

3.1.Caraterização do meio envolvente……….…...………...22

3.2.Caraterização da instituição……….……...………….23

3.3.Caracterização dos Espaços e Materiais………...26

3.4.Caracterização da turma de crianças onde foi realizado o estágio………28

Capítulo II – Os materiais didáticos para o ensino da Matemática na Educação Pré-Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico………...30

1. Materiais Didáticos e a sua história………30

(9)

iii 3. A importância da utilização dos materiais didáticos na aprendizagem da

Matemática………37

4. Tipos de materiais didáticos para o ensino da Matemática existentes e a sua descrição………41

5. Papel do Professor ou Educador quanto à utilização de materiais didáticos…………...51

6. Análise do Domínio da Matemática – Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar………...54

7. Análise dos documentos orientadores do Ensino Básico - Novo Programa de Matemática para o 1º Ciclo do Ensino Básico ……….…..58

Capítulo III – A prática pedagógica desenvolvida no estágio………...62

1. Materiais utilizados e atividades realizadas na Prática de ensino supervisionada...64

1.1. Educação Pré-Escolar……….…....64

1.2. Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico………..70

2. Propostas de outras atividades que se poderão realizar nestes contextos educativos…..74

Conclusão………..………...82

Bibliografia………..………...84

Webgrafia……….………...89

Legislação………..………...91

(10)

iii

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Horário de funcionamento da Nuclisol - Jean Piaget………...7

Tabela 2 – Horário da Componente Pedagógica do Jardim de Infância………..…….7

Tabela 3 – Atividades extracurriculares que estão à disposição na Instituição e os seus horários………7

Tabela 4 – Horário das Refeições diárias………...7

Tabela 5 – Horário da Escola EB1 Nº 7 de Vila Real………...25

Tabela 6 – Horário da turma O7………25

Índice de Figuras

Figura 1 – Planta da sala dos 5 anos………...11

Figura 2 – Mapa do tempo………12

Figura 3 – Diário de Grupo………...12

Figura 4 – Mapa de Marcação do dia………12

Figura 5 – Área da cozinha……….………..13

Figura 6 – Área do Quarto de Bonecas……….…13

Figura 7 – Área dos Jogos de Chão...………...13

Figura 8 – Área da Mercearia……….………..………13

Figura 9 – Área do Banco da Cidade dos Cinco Anos……..………...…..13

Figura 10 – Área da Pintura……….……….15

(11)

iii

Figura 12 – Área da Plasticina……….……….15

Figura 13 – Área do Recorte……….………....15

Figura 14 – Área do Computador………..………15

Figura 15 – Área da Escrita………..……….16

Figura 16 – Área da Matemática………..……….16

Figuras 17 e 18 – Espaços Verticais da Sala dos cinco anos………..………17

Figura 19 – Planta da sala de aula……….………27

Figura 20 – Colar de Contas……….………43

Figura 21 – Ábaco Horizontal……….……….44

Figura 22 – Blocos Lógicos……….……….44

Figura 23 – Geoplano…….………..45

Figura 24 – Geoplano Circular……….46

Figura 25 – Barras de Cuisinaire……….……….46

Figura 26 – Tangram……….………...47

Figura 27 – Tangram Oval………..………..48

Figura 28 – Tangram de Coração……….………48

Figura 29 – Tangram Circular……….……….48

Figura 30 – Sólidos Geométricos………..………48

Figura 31 – Polydrons..……….49

Figura 32 – Material Multibásico……….………50

(12)

iii

Figura 34 – Área da Matemática………..……….64

Figuras 35 e 36 – Jogo dos Blocos Lógicos………..……….66

Figura 37 – Sala do 1ºO7……….……….70

Figuras 38 e 39 - Atividade em grupo com os blocos lógicos………..71

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Sexo das crianças da sala dos 5 anos………...18

Gráfico 2 – Idade das mães das crianças………...20

Gráfico 3 – Idade dos pais das crianças………20

Gráfico 4 – Habilitações literárias dos pais das crianças………..20

Gráfico 5 – Habilitações literárias das mães das crianças………..20

Gráfico 6 – Profissão das mães das crianças……….21

Gráfico 7 – Profissão dos pais das crianças………..21

Gráfico 8 – Sexo dos alunos da turma O7………..28

Gráfico 9 – Idade dos alunos……….28

Gráfico 10 – Frequências dos alunos……….………...29

Gráfico 11 – Idades das mães dos alunos……….29

Gráfico 12 – Idade dos pais dos alunos………...29

Gráfico 13 – Escolaridade dos pais………...30

Gráfico 14 – Escolaridade das mães……….30

(13)

v

Quadro de Abreviaturas

EB1 IPSS UDI CAO PAA PEA RI AEC NCTM 1ºCEB

Escola Básica do 1º Ciclo

Instituição Particular e de Solidariedade Social Unidades de Desenvolvimento Integrado

Centro de Atividades Ocupacionais Plano Anual de Atividades Projeto Educativo do Agrupamento

Regulamento Interno

Atividade de Enriquecimento Curricular National Council of Teachers of Mathematics

(14)

1

Introdução

Este documento apresentado consta de um conjunto de informações adquiridas durante os estágios I e II do 2º Ciclo do Estudos em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico.

O Estágio I decorreu no Jardim de Infância da Instituição Nuclisol – Jean Piaget de Vila Real com a Educadora Cooperante Cristina Afonso. O grupo orientado tinha vinte e quatro crianças com cinco anos, sendo que quinze eram do sexo masculino e nove do sexo feminino. Por isso, era um grupo que estava a frequentar a última fase da Educação Pré-Escolar e prestes a transitar para o 1º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico. De referir que este estágio foi realizado individualmente durante três dias por semana das 9h30 às 13h e das 14h às 16h. Iniciou-se a 4 de fevereiro e terminou a 8 de maio de 2013.

Quanto ao Estágio II, ocorreu na Escola EB1 de Vila Real nº7 – Centro da Araucária do Agrupamento Vertical de Escolas Morgado de Mateus, na sala 7 com a turma do 1º O. A Professora Cooperante foi a Professora Márcia Cabanelas. O grupo orientado tinha vinte e duas crianças, das quais dez eram do sexo feminino e doze do sexo masculino. Este estágio iniciou-se a 8 de outubro de 2012 e terminou a 15 de janeiro de 2013. Foi realizado em grupo com a colega Luciana Sousa durante três dias por semana, sendo que cada estagiária ficava responsável pela turma de 8 em 8 dias. O horário praticado era das 9h às 12h30 e das 14h às 15h30.

Ambos os estágios foram realizados de segunda-feira a quarta-feira.

Este documento não apresentará apenas uma descrição relativa à prática de ensino supervisionada desenvolvida na Educação Pré-Escolar e no Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Serão descritas, também, as aprendizagens significativas realizadas durante os mesmos. De referir que, estas aprendizagens só foram possíveis devido à observação e interpretação de dados, à cooperação mantida com a Educadora e com a Professora e à orientação dada nas mais diversas áreas curriculares ao longo deste percurso.

Inicialmente, será feita uma caraterização das instituições, dos grupos de trabalho e do meio envolvente dos contextos nos quais ocorreram os Estágios. Também, caracterizaremos os espaços e materiais que tivemos ao dispor durante os estágios.

(15)

2 De seguida, apresentaremos um enquadramento teórico que aborda os materiais didáticos de Matemática na Educação Pré-Escolar e no Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Neste capítulo começaremos por abordar uma pequena história sobre os materiais didáticos e o seu conceito. Depois abordaremos a importância da utilização dos materiais didáticos na aprendizagem da Matemática a partir da Educação Pré-Escolar, fazendo sempre referência ao domínio da Matemática presente nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Também falaremos sobre a continuidade da utilização dos materiais didáticos no 1º Ciclo do Ensino Básico, não esquecendo os conteúdos presentes no Novo Programa de Matemática para o 1º Ciclo do Ensino Básico e apresentaremos os vários tipos de materiais didáticos de Matemática existentes e a sua descrição. Aqui também que focaremos o papel que o Professor e o Educador devem de ter quanto à utilização destes materiais no ensino da Matemática.

No capítulo III, falaremos sobre a prática pedagógica desenvolvida nos estágios. Descreveremos os materiais didáticos mais utilizados durante a prática pedagógica e apresentaremos os tipos de atividades realizadas com esses materiais. Também demonstraremos alguns exemplos de outras atividades que se poderão realizar nestes contextos educativos.

(16)

3

Capítulo I – Contexto de Investigação

1. Caraterização da cidade de Vila Real

Para que seja possível fazer uma caracterização adequada do espaço e da comunidade que envolve as instituições onde decorreu a nossa Prática de ensino supervisionada, julgamos importante falar um pouco de Vila Real, uma vez que é nesta cidade que se situam estes estabelecimentos.

Vila Real foi fundadapelo Rei D. Dinis em 1289. É sede de concelho e capital de distrito, sendo constituída por catorze concelhos. Situa-se a norte de Portugal, mais precisamente em Trás-os-Montes e Alto Douro. Encontra-se a cerca de 450 metros de altitude, sobre as margens do Rio Corgo, sendo este um dos afluentes do Rio Douro. Esta cidade encontra-se rodeada pelas serras do Marão e do Alvão.

Vila Real tem uma área de 337,08km2 e 52 219 habitantes, estando subdividida em trinta freguesias: Abaças, Adoufe, Andrães, Arroios, Borbela, Campeã, Constantim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Ôlo, Lordelo, Mateus, Mondrões, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição, Parada de Cunhos, São Miguel da Pena, Quintã, São Dinis, São Pedro, São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho da Samardã.

Outrora, Vila Real– ainda Vila Real de Panóias – sofreu uma grande evolução em relação ao número de moradores. De cerca de 480 habitantes em 1530, Vila Real passa para cerca de 3.600 em 1795, devido à sua boa localização geográfica – com ligações ao Porto, Chaves, Bragança, etc.

Nos anos sessenta, Vila Real perde população devido, principalmente à forte taxa de desemprego que se fazia sentir nesta cidade. As pessoas decidem emigrar para outros países e, Vila Real fica, assim, novamente com um menor número de população.

A criação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986, permite um novo aumento demográfico e, consequentemente, uma revitalização da cidade. Hoje em dia, Vila Real é uma cidade bastante evoluída, com bastantes equipamentos disponíveis à população de interesse cultural relativos à saúde, educação, comércio e industrial, e assim, torna-se uma cidade procurada pelas circundantes, possuindo boas vias de comunicação.

(17)

4 O concelho de Vila Real apresenta caraterísticas rurais bem marcadas, dominando dois tipos de paisagem: a zona montanhosa e os vinhedos em socalco. Existem por todo o concelho linhas de água.

Vila Real tem mais de 700 anos de existência e foi outrora conhecida como a “Corte de Trás-os-Montes”, devido ao elevado número de casa brasonadas que tinha na altura.

Relativamente aos transportes, Vila Real é uma cidade que possui uma empresa de transporte urbanos – a Corgobus e empresas de transportes que asseguram autocarros até às mais diversas aldeias do concelho e várias localidades do país.

Existem alguns locais de interesse arqueológico como as Mamoas de Justes, a Mão do Homem, o Necrópole de S. Miguel da Pena e o Santuário de Panóias. Estes monumentos remetem-nos para o passado. São fundamentais para podermos desenvolver os mais diversos conhecimentos com o grupo de crianças e, ao mesmo tempo, fomentar outras curiosidades que poderão contribuir para o conhecimento cultural das crianças.

É de referir também a existência de alguns equipamentos culturais que irão influenciar o futuro das crianças, na medida em que podem abrir novos horizontes, ganhar o gosto pela música, pelo teatro, pela leitura e sentirem-se motivadas para trabalharem futuramente numa profissão ligada a estas áreas. São exemplos o Teatro Municipal de Vila Real, a Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira e o Conservatório Regional de Música de Vila Real.

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5

2. Educação Pré-Escolar

2.1. Caraterização do meio envolvente

A Nuclisol Jean Piaget – Vila Real está localizada na Rua da Tenaria do Almodena em Vila Real, pertencendo à freguesia de São Dinis.

São Dinis é uma freguesia do concelho de Vila Real, com 1,48 km² de área e 3 937 habitantes, segundoos últimos Censos realizados em 2011. Das 30 freguesias do concelho, é a menor freguesia em área, a 3.ª em população residente e a de maior densidade populacional (2 660,1 hab/km²). É uma das três freguesias oficialmente urbanas, ocupando a zona sudoeste da cidade, na confluência dos rios Corgo (margem direita) e Cabril (margem esquerda).

Os limites da freguesia têm sofrido profundas alterações aolongo dos séculos (a última das quais aquando da criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição), mas incluem sempre o que resta do povoamento original. A esta freguesia pertencem ainda alguns dos bairros típicos da cidade (Fonte Nova, Almodena).

Segundo o Ministério da Educação (1997), a inserção geográfica do estabelecimento de ensino influencia, indiretamente, a educação das crianças. Se o local onde a Instituição Educativa se encontra for rico em monumentos, paisagens, serviços e outras condições, as crianças poderão desenvolver-se nas mais diversas áreas de conteúdo.

Como edifícios patrimoniais mais importantes pertencentes a esta freguesia temos os Paços do Concelho, o Museu da Vila Velha, a Capela da Nossa Senhora de Almodena, a Casa de Diogo Cão e a Sé de Vila Real.

De acordo com Zabalza (1992), quanto mais diversificado for o meio ambiente mais distintos serão os comportamentos das crianças, daí ser fundamental um meio rico em termos históricos e geográficos.

(19)

6

2.2. Caraterização da Instituição

A Nuclisol – Jean Piaget é uma associação para o desenvolvimento da criança, integração e solidariedade. Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) associada ao Instituto Piaget que atua na área do ensino não superior.

Privilegia a adequação de cada escola ao meio sociocultural em que se insere, dando especial atenção à integração de crianças com necessidades socioeducativas especiais, e uma prática pedagógica personalizada.

As escolas da Nuclisol são designadas por Unidades de Desenvolvimento Integrado (UDI) e asseguram as necessidades educativas infantis desde a Creche até ao 1º Ciclo do Ensino Básico, dispondo cada uma de um projeto educativo próprio em função da comunidade em que está inserida.

Em todas as UDI, as mensalidades são estabelecidas em função do rendimento do agregado familiar, estando 10 % das vagas reservadas para alunos com necessidades educativas especiais.

Em Portugal, as UDI encontram-se em Arcozelo, Armador, Caldas da Rainha, Chelas, Galinheiras, Lourosa, Lumiar, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Santo André, São João da Talha, Vila Franca de Xira, Vila Real e Viseu. Atualmente, mais de 2000 crianças frequentam as UDI da Nuclisol.

Para além das suas valências na área da educação (creche, jardim de infância, 1ºciclo) a UDI de Vila Real integra também um Centro de Atividades Ocupacionais – CAO para jovens e adultos com Necessidades Educativas Especiais, tendo em vista a sua integração social e o desenvolvimento de saberes. Todos estes equipamentos são fundamentais para a criança, uma vez que não é somente a família o seu único influenciador, mas também “[…] o meio social em que a criança vive influencia a sua educação” (Ministério da Educação, 1997: 23)-

A Nuclisol integra também uma unidade direcionada para o apoio à terceira idade (lar de idosos) localizada em Viseu, e oferece serviços de apoio domiciliário aos idosos em cooperação com a Segurança Social.

A Nuclisol – Jean Piaget de Vila Real é constituída, atualmente, por duzentos e sessenta utentes dos quais quarenta e oito são trabalhadores.

(20)

7 O horário de funcionamento da Instituição é o seguinte:

Horário de funcionamento da Instituição

Entrada Saída

7h45 19h00

Tabela 1 – Horário de funcionamento da Instituição

O horário da componente pedagógica do Jardim de Infância da Instituição é:

Horário da Componente Pedagógica

Entrada Saída

Manhã 9h30 13h

Tarde 14h 16h30

Tabela 2 – Horário da Componente Pedagógica do Jardim de Infância

Para além da componente pedagógica, existem várias atividades extracurriculares que as crianças podem frequentar, mas que têm um custo a ser pago pelos pais. As atividades extras e os seus horários apresentam-se na seguinte tabela:

Atividades Extras

Dia Semanal Entrada Saída

Karaté 2ª feira 9h 9h45m

Dança Motivacional 3ª feira 9h 9h45m

Ballet 3ª feira 16h30m 17h15m

Educação Psicomotora 4ª feira 9h 9h45m

Educação Musical 5ª feira 9h 9h45m

Natação 5ª feira 10h30m 11h

Pré-Karaté 6ª feira 16h30m 17h15m

Tabela 3 – Atividades extracurriculares que estão à disposição na Instituição e os seus horários

Relativamente às refeições, a Instituição proporciona às crianças duas refeições diárias.

Refeições Diárias

Almoço Lanche

12h 16h

Tabela 4 – Refeições diárias

Relativamente aos equipamentos e compartimentos da Instituição, esta comporta um bom espaço de aprendizagem, uma vez que se trata de um local acolhedor e vivo onde podem acontecer mudanças que favoreçam as crianças (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

(21)

8 A entrada da Instituição é um lugar agradável onde podemos encontrar a secretaria. Trata-se de um espaço amplo com boa iluminação e de um expositor com tudo o que de mais importante ocorre na Instituição: informações, acontecimentos, atividades, etc.

Para os serviços administrativos, existem os gabinetes, a secretaria e um centro de recursos.

Na Instituição pode-se encontrar uma sala para o berçário (0-1 ano), duas salas para a creche (2-3anos), três salas destinadas ao pré-escolar (dos 3 aos 5 anos), quatro salas para o 1º CEB (6 aos 10 anos), uma sala de estimulação, seis salas destinadas ao Centro de Atividades Ocupacionais (CAO), dois refeitórios, um auditório, dois pátios, vestiários, instalações sanitários para crianças, arrumos, gabinete com espaço para arrecadação de material didático, instalações sanitárias para adultos e sistema de aquecimento/ar condicionado.

A Nuclisol - Jean Piaget tem um espaço exterior. Este espaço é um ótimo meio de estimular as crianças, uma vez que elas apreciam imenso o recreio. O espaço exterior é igualmente considerado um espaço educativo. É um local que pode propiciar momentos educativos propositados, delineados pelo educador e pelas crianças. É considerado um apêndice do espaço interior, pois possibilita uma diversificação de possibilidades educativas, pela aplicação de um espaço com outras características e potencialidades (Ministério da Educação, 1997). “Os pátios exteriores nos estabelecimentos do pré-escolar são, por excelência, espaços de brincadeira onde as crianças soltam toda a energia armazenada durante as atividades em sala” (Menezes, 1998: 34).

O espaço ao ar livre é muito amplo e rodeia todo o edifício. Está vedado a toda a volta por arame, tem muitas árvores para fazer sombra, alguns canteiros com plantas e alguns espaços verdes. Tal como Lobo (1988) afirma, deve ter espaços ao sol e à sombra, árvores e canteiros que podem ser cultivados e cuidados pelas próprias crianças. Como refere Menezes (1998), deve-se ter em consideração corredores de circulação, zonas de estadia com sombreamento adequado onde as crianças se possam sentar a conversar ou a jogar, zonas de atividades pré-definidas com equipamentos para trepar, escorregar, e zonas de atividades livres ou jogos de equipa. A Nuclisol-Jean Piaget tem estas áreas referidas.

Pode-se encontrar nas traseiras do edifício, o parque infantil com três escorregas com a possibilidade de subir, descer, trepar, percorrer um caminho suspenso e escorregar. Num dos escorregas tem uma divisão inferior na qual as crianças fazem de conta que é a “casinha” ou o “castelo”. “[…] É sempre apetecível para as Instituições ter um ou duas peças de equipamento

(22)

9 que deverá ser tão polivalente quanto possível, para oferecer maior diversidade ocupando um mínimo de espaço” (Menezes, 1998). Existe também um campo de futebol que está vedado em volta com arame e com pavimentação de areia. Encontra-se ao lado do parque infantil. O parque infantil tem o piso em borracha sintética para amortecer as crianças do impacto das quedas. “Estas áreas devem possuir uma superfície com propriedades de amortecimento de impacto e não podem intersetar os corredores de circulação ou áreas de segurança de outros equipamentos” (Menezes, 1998: 36).

Segundo Cordeiro (1996), deve-se verificar alguns aspetos relativamente aos parques infantis. O parque infantil desta Instituição tem boa acessibilidade, proteção das entradas e saídas em relação ao trânsito, proteção contra o ruído, infraestruturas (recolha de lixos, caixotes de lixo), áreas de sol no inverno e proteção com ensombramento no verão, manutenção do jardim, condições de visibilidade, segurança dos equipamentos e do mobiliário urbano, e segurança relativamente às superfícies do chão. É um espaço que é usado noutros momentos para se propor jogos e experiências diversas, aproveitando, desta forma, todo o seu potencial (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

Relativamente às instalações sanitárias, estão bem iluminadas artificialmente, são arejadas e limpas diariamente. Todos os acessórios estão adequados às idades, contendo sanitas e lavatórios mais baixos de modo a que as crianças não tenham nenhuma dificuldade em utilizá-los.

O refeitório da Instituição é comum a todos os usuários, por isso dispõe de cadeiras e mesas para adultos e para crianças. É um espaço amplo, limpo e bem iluminado.

A cozinha é ampla, limpa e tem os diferentes espaços e aparelhos necessários para preparar as refeições e fazer a limpeza posterior. Este espaço é aproveitado para se realizarem determinadas atividades relacionadas com a alimentação como os momentos de culinária (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

(23)

10

2.3. Caraterização do Espaço e dos Materiais

Todos os espaços devem ser organizados de uma maneira funcional de forma a criar uma dinâmica cômoda e eficaz (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

De acordo com Barbosa e Horn (2001), esta organização adequada do espaço e dos materiais disponíveis torna-se num fator decisivo na construção da autonomia intelectual e social das crianças.

A Educadora transmite os seus valores e fundamentos pedagógicos na organização do espaço (Lobo, 1988). E tal como é referido pelo Ministério da Educação (1997), esta organização do ambiente educativo determina a base do trabalho curricular de qualquer Educador.

A sala está organizada por cantinhos ou áreas, onde se podem encontrar vários materiais didáticos e de apoio indispensável às crianças nestas idades. A sala deve estar organizada em áreas bem delimitadas e definidas no espaço. Existem espaços diferentes, estimulantes e aliciantes, havendo concordância e coerência na sua organização, de forma a facilitar contactos entre elas (Lobo, 1988).

Na entrada da sala, há um espaço próprio para cada criança pendurar os casacos e as mochilas, guardarem as coisas que trazem de casa. Também tem um móvel onde os pais assinam quando chegam com as crianças e onde se encontram os avisos aos pais.

A sala do Jardim de Infância é uma sala com boas condições, com área suficiente para ser possível a coordenação de uma atividade entre os diferentes cantos e espaços onde as crianças desenvolvem as suas atividades. A organização do espaço deve permitir a circulação de modo a evitar que nas deslocações haja agitação e encontrões (Lobo, 1988). O material encontra-se todo ao alcance das crianças, podendo assim utilizarem esse material com responsabilidade e autonomia. A sala está organizada de forma a permitir às crianças a escolha de diferentes tipos de atividades (Cardona, 1992). É fundamental propiciar à criança um ambiente rico e estimulante, sendo importante existir uma organização espaciotemporal bem delimitada, permitindo-lhe situar-se e funcionar autonomamente dentro da sala. Os materiais encontram-se ordenados de forma lógica, devidamente identificados, para que as crianças os consigam encontrar e acomodar facilmente, sem auxílio do adulto (Cardona, 1992).

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11 Trata-se de uma sala acolhedora, em que se podem fazer modificações de acordo com as necessidades das crianças e onde se podem criar espaços diferenciados e pessoais. Os móveis são baixos e fáceis de deslocar, servindo de divisórias. Um dos lados da sala é composto por janelas, proporcionando uma boa iluminação natural. No entanto, a luz artificial é necessária para poder haver complemento da luz natural. As janelas são baixas, tornando-se vantajoso porque se pode controlar as crianças que saem. Assim, as crianças podem ver e ampliar as suas experiências. Os espaços amplos e com boa visibilidade produzem um ambiente mais tranquilo e relaxante (Bassedas, Huguett & Solé, 1999). Toda a sala está decorada com trabalhos das crianças.

Na figura 1, podemos observar a planta da sala dos meninos dos cinco anos.

Dentro desta sala, podemos encontrar vários lugares. Lugares de encontro que são favoráveis para as crianças conversarem, fazerem comentários. Lugares de ação individual aos quais intitulamos cantinhos ou áreas. Lugares de grupo onde se faz a reunião de grupo (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

Também é possível verificar-se a existência de instrumentos de gestão de grupo, tais como: o mapa de presenças, o mapa de aniversários, o mapa do tempo, o diário de grupo, o mapa de marcação do dia, o mapa da biblioteca itinerante, o mapa de marcação do responsável por levar e cuidar do Cuco (o pássaro) durante o fim de semana e o mapa de tarefas. Estes instrumentos são frequentes no Jardim de Infância e podem auxiliar a organização e a tomada

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12 de consciência de pertença a um grupo e, ainda, a atenção e o respeito pelo outro (Ministério da Educação, 1997).

Nas figuras seguintes podemos observar alguns instrumentos de gestão de grupo presentes na sala.

A área do acolhimento ou da reunião de grande grupo é constituída pelas cadeiras da sala que são adequadas ao tamanho das crianças. É a área mais frequentada, pois é onde se faz um pouco de tudo. Aqui é onde as crianças esperam pela Educadora, onde dialogam com a Educadora ou com a Auxiliar de Educação, onde aprendem as músicas, onde ouvem as histórias, onde discutem assuntos importantes, etc. Esta área deve ser vasta para poder acolher o grupo todo de modo a que todos estejam bem instalados. Aqui poderão realizar-se atividades de grande grupo, cantar, contar histórias, conversar, combinar coisas, dividir tarefas, planificar o trabalho, etc (Lobo, 1988).

A área do “faz-de-conta” está dividida por diferentes zonas: a cozinha (figura 5), o disfarce, o quarto das bonecas (figura 6), os jogos de chão (figura 7), a mercearia (figura 8) e, desde o início do Estágio, o banco da cidade dos 5 anos (figura 9), como se pode verificar nas figuras seguintes.

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13 É a área que permite às crianças representar tudo aquilo que conhecem das pessoas e da vida do dia a dia, o que viram, o que experimentaram, o que viveram. Podem brincar umas com as outras ou individualmente, exprimir sentimentos e desenvolver a comunicação. São zonas bem delimitadas, tranquilas, atraentes, acolhedoras, limpas, íntimas e estéticas.

À área dos jogos de chão também se pode juntar a área da garagem ou das construções. Encontram-se carrinhos de diversos tamanhos e formatos. Com os legos, as crianças podem

Figura 5 – Área da Cozinha Figura 6 – Área do Quarto das Bonecas

Figura 8 – Área da Mercearia

Figura 9 – Área do Banco da Cidades

dos cinco anos

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14 executar várias construções. O lego é um material que possibilita inúmeros combinações, permitindo a obtenção de varias formas por parte das crianças, dependendo da sua imaginação ou da reprodução que fazem do real. Trata-se de um material muito apelativo para as crianças devido ao seu carater lúdico, pois estimula a criatividade, a concentração, a motricidade, a orientação espacial e a perceção. O que se verifica é que os rapazes são os que frequentam mais esta área.

O equipamento e o material tem um tamanho que possibilita o “faz de conta” da criança imitando a vida real. A zona do disfarce existe para estimular, provocar, sugerir o jogo simbólico. Esta área é a mais procurada pelas crianças. Esta área é importante, uma vez que as crianças dos três aos seis anos de idade estão predominantemente na fase da função simbólica e da representação (Lobo, 1988).

A área da biblioteca é uma pequena área equipada com duas cadeiras e uma estante com diversos livros. Não é necessário ser um local muito amplo porque é para acolher grupos reduzidos de crianças. Situa-se num local bem iluminado, os livros estão arrumados na estante. Existem livros feitos pelas crianças (Lobo, 1988).

A área dos jogos de mesa (figura 10) tem vários materiais. Podem ser encontrados jogos didáticos como puzzles, dominós, legos, etc. Os materiais encontram-se em bom estado de conservação.

A área da pintura (figura 11) é composta por uma mesa circular grande, um cavalete e um expositor. Deverá ser suficientemente ampla de modo a permitir que várias crianças trabalhem lado a lado sem se perturbarem o que vem ao encontro de Lobo (1998) que recomenda que esta deve ser espaçosa e estar situada num local que não seja de passagem para que as construções não sejam derrubadas com a circulação de pessoas. A criança deverá ter possibilidade de pintar em plano vertical e horizontal, ou chão ou na mesa. Pode-se fazer uma variedade de atividades de pintura como pintura com cotonetes, com escova de dentes, desenho, digitinta, etc (Lobo, 1988).

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15 A área da plasticina (figura 12) é constituída por uma mesa em forma de meia-lua e dispõe de diversas cores de plasticina para as crianças poderem fazer modelagem.

Na área do recorte (figura 13) podemos encontrar uma mesa em meia-lua que serve para as crianças recortarem letras, pessoas, alimentos, objetos, etc., de jornais e revistas e depois colarem numa folha branca. Cada criança tem a sua tesoura e a sua cola.

A área do computador (figura 14) é uma área muito apetecida pelas crianças, uma vez que podem fazer diversos jogos na Internet, podem fazer desenhos no Paint e até escrita de letras ou palavras.

A área da escrita (figura 15) é composta por uma mesa retangular e tem vários cartões com palavras em letras de imprensa maiúsculas e as respetivas imagens. Cada criança tem o seu caderno e assim pode fazer cópia dessas palavras. Desta forma, as crianças começam a ter

Figura 10 – Área da Pintura

Figura 11 – Área dos Jogos de Mesa

Figura 12 – Área da Plasticina

Figura 13 – Área do Recorte

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16 contacto com as letras, as palavras e, neste momento, algumas crianças já sabem ler. Entretanto, começaram a ter contacto com o nome escrito em letras manuscritas. Nesta área, também existe o quadro da escrita.

A área da Matemática (figura 16) é composta por uma mesa circular e por vários materiais didáticos em bom estado. Nesta área, é desenvolvido o raciocínio matemático e a concentração. Desde o início do Estágio, também passaram a existir tangrams e um jogo de blocos lógicos construídos por mim.

A área das construções é uma área onde existe uma mesa em meia-lua e muito material de desperdício. Aqui, as crianças podem construir animais, plantas, tudo o que quiserem. Trata-se de uma área que apela bastante à criatividade.

Através dos espaços, pode-se promover as seguintes competências (Barbosa & Horn, 2001):

- promover a identidade pessoal das crianças: está ligado às construções relativas a pensamentos, memorias, crenças e valores, preferências e significados;

- promover o desenvolvimento da competência: a criança vê-se constantemente desafiada com novas tarefas e desafios;

- promover a construção de diferentes aprendizagens: planeamento intencional com as metas a que as crianças se propõem a atingir;

- promover oportunidades para o contacto social e a privacidade: promover espaços para o convívio social e variar o tamanho dos espaços;

Figura 15 – Área da Escrita

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17 Os espaços verticais da sala estão totalmente preenchidos. As paredes da sala do Jardim de Infância estão cobertas por trabalhos realizados pelas crianças. Existem espaços específicos, consoante o tipo de trabalho a expor, tendo assim cada trabalho o seu devido lugar. Neste espaço, para além dos trabalhos executados pelas crianças, também se podem encontrar os instrumentos de gestão de grupo.

Esta sala apresenta um ambiente de trabalho favorável às aprendizagens, uma vez que permite a realização em simultâneo de várias tarefas. As áreas existentes permitem a livre escolha por parte das crianças.

O espaço e os materiais da sala vão, ao longo do ano e à medida que o trabalho vai evoluindo, ganhando novas disposições, sendo alterada a sua organização de acordo com as necessidades vividas pelo grupo. Estas alterações são devidamente explicadas às crianças, para que elas consigam saber o que podem fazer e a localização dos materiais de que precisam para as suas atividades. Quanto mais definida e explicada for a organização espaciotemporal da sala, maiores são as possibilidades de desenvolver um trabalho muito melhor (Cardona, 1992).

A decoração da sala também é criada, ao longo do ano. Segundo Barbosa e Horn (2001), o espaço é uma construção temporal que se modifica de acordo com as necessidades. A decoração transforma-se, assim, em conteúdo de aprendizagem: a harmonia de cores, a apresentação estética dos trabalhos, etc (Forneiro, 1998).

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18

2.4. Caraterização do grupo de crianças onde foi realizado o estágio

Existem diversos fatores que influenciam o funcionamento de um determinado grupo, fatores esses como as características individuais de todas as crianças, o número de crianças de cada sexo, a multiplicidade de idades das crianças e o tamanho do grupo (Ministério da Educação, 1997).

O grupo de crianças da sala dos cinco anos do Jardim de Infância da Nuclisol – Jean Piaget de Vila Real é constituído por vinte e quatro crianças de cinco anos. “A turma de cinco anos de idade poderá ser considerada como um curso transitório entre a etapa da educação infantil e do ensino fundamental, em que se pode começar a estabelecer um ritmo um pouco diferente para aproximar a criança do ritmo do ciclo inicial da educação primária” (Bassedas, Huguett & Solé, 1999: 100). Segundo o Ministério da Educação (1997), o grupo em Educação Pré-Escolar tem um papel fundamental, pois proporciona uma aprendizagem cooperativa.

Este grupo é constituído por vinte e quatro crianças, das quais quinze são do sexo masculino e nove do sexo feminino.

Gráfico 1 – Sexo das crianças da Sala dos 5 anos[1]

Segundo Botelho (1988), as crianças com cinco anos têm comportamentos que lhes são próprios. Há continuidade e integração sequencial que amplia a idade anterior e prepara a seguinte.

[1] Fonte: Grelha de caraterização fornecida pela Educadora Cristina Afonso 15

9

Sexo das Crianças

Masculino Feminino

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19 Segundo o Departamento de Ensino, existe um número máximo de crianças, segundo a sua idade. Dos três aos seis anos de idade, o grupo pode ter no máximo vinte e cinco crianças (Bassedas, Huguett & Solé, 1999). Trata-se de um grupo homogéneo no que se refere à idade das crianças (cinco anos), mas é heterogéneo quer ao nível do comportamento, quer ao nível da participação. O facto de serem crianças com idade semelhante não assegura que tenham as mesmas necessidades educativas (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

A maioria das crianças deste grupo é acompanhada pela Educadora Cristina desde a entrada na Educação Pré-Escolar. O facto de estar há três anos com as mesmas crianças favorece um maior conhecimento do grupo e de todos os seus componentes, para além de permitir um conhecimento e uma relação mais continuada com as famílias e possibilitar que se vá verificando a evolução de cada criança.

O facto de existirem crianças em momentos diferentes de desenvolvimento e com saberes diversos, torna-se fundamental para o desenvolvimento e para a aprendizagem de todas as crianças. Para isso, o trabalho entre pares e em pequenos grupos deve ser valorizado, para que as crianças tenham oportunidade de confrontar os seus pontos de vista e colaborem na resolução de problemas. O Educador deve apoiar sempre este trabalho para poder permitir esse confronto (Ministério da Educação, 1997).

Consegue-se perceber que existem crianças com diferentes estádios de desenvolvimento, isto é, com idades semelhantes gastam diferentes tempos de execução numa determinada tarefa. “O ritmo de cada criança é único, porque ela é única como pessoa, porque é única como construção de uma relação entre um potencial individual e as experiencias de vida que fizeram dela, ser apenas ELA…” (Botelho, 1988: 3).

É considerado pela Educadora um grupo difícil, pois torna-se muito barulhento, mas bastante participativo e empenhado.

De uma forma geral, consideramos que o grupo é bastante desenvolvido, simpático, empenhado, muito participativo em todas as atividades e considero que é um grupo bastante autónomo. A sua autonomia torna a criança consciente de si e dos outros, fazendo com que seja cada vez mais sensível às atitudes à sua volta. A existência de relações de simpatia reciproca é forte incentivo à sua autoconfiança (Botelho, 1988).

Atualmente, é cada vez mais importante que haja uma interligação entre o meio envolvente, a instituição escolar e a família. Uma vez que é necessário uma coerência a nível

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20 de valores e critérios fornecidos por todos os intervenientes. Pede-se “[…] a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade” (Ministério da Educação, 1997: 16). Isto é, a família deve contribuir não só com informações para que o Educador conheça melhor o seu grupo, mas também deve participar nos distintos projetos desenvolvidos na sala.

A idade predominante dos pais das crianças é, então, entre os 41 e os 45 anos. Relativamente às mães das crianças, a idade predominante está entre os 36 e os 40 anos.

Dos pais que disponibilizaram essa informação, pode-se concluir que a maioria dos pais das crianças tem uma licenciatura.2

[1] Fonte: Grelha de caraterização fornecida pela Educadora Cristina Afonso 5 6 9 1 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 31 a 35 anos 36 a 40 anos 41 a 45 anos 46 a 50 anos 51 a 55 anos Idade dos Pais

Gráfico 2 – Idade das mães das crianças[1]

3 18 2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Ensino Secundário Licenciatura Pós-graduação Habilitações Literárias das Mães

Gráfico 4 – Habilitações literárias dos pais das crianças[1]

Gráfico 3 – Idade dos pais das crianças[1] 1 7 13 2 0 2 4 6 8 10 12 14 25 a 30 anos 31 a 35 anos 36 a 40 anos 41 a 45 anos Idades das Mães

3 18 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Ensino Secundário Licenciatura Habilitações Literárias dos Pais

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21 Relativamente à profissão dos pais, verifica-se que existem mais engenheiros, e quanto às mães, existem mais professoras conforme podemos constatar nos gráficos 6 e 7.3Todos os dados foram fornecidos pela Educadora Cooperante e relativamente ao grupo “outras profissões” não conseguimos saber exatamente que outras profissões englobava.

O nível cultural dos pais tem uma inter-relação com a atenção, concentração e cuidado, respeitante ao desenvolvimento das crianças. Quanto maior for o estímulo familiar, melhor e maior será o desenvolvimento da criança.

De uma forma geral, pode-se afirmar que os pais participam bastante tanto a nível educacional como em termos de eventos.

Relativamente à higiene das crianças, estas vão para o Jardim de Infância sempre limpas e apresentáveis, demonstrando que têm cuidados diários de higiene.

É considerado um grupo muito participativo, empenhado e dinâmico. Demonstram interesse em participar em todas as atividades. Uma vez que no próximo ano iriam para o 1º Ciclo do Ensino Básico, deu-se bastante importância ao grafismo, proporcionando oportunidades de forma a explorarem a escrita. Deu-se também importância à realização de atividades para desenvolver certos valores imprescindíveis à vida em sociedade, tais como, cooperar, participar, ouvir, esperar, observar, entre outros.

[1] Fonte: Grelha de caraterização fornecida pela Educadora Cristina Afonso 4 1 1 6 4 1 1 6 0 1 2 3 4 5 6 7

Profissão das Mães

5 2 2 2 1 2 2 1 1 1 5 0 1 2 3 4 5 6

Profissão dos Pais

Gráfico 7 – Profissão dos pais das crianças[1]

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22

3. 1º Ciclo do Ensino Básico

3.1. Caraterização do meio envolvente

A Escola EB1 Nº 7 de Vila Real – Centro Escolar da Araucária pertence ao Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus e situa-se na freguesia de São Pedro.

Esta freguesia situa-se na margem oposta do Rio Corgo, tem uma área de 2,21 km2, possui, segundo os Censos de 2011, 4766 habitantes. É uma das freguesias que é oficialmente urbana e ocupa a zona sudeste da cidade de Vila Real. É muito diversificada porque no seu território está grande parte do centro histórico de Vila Real.

No que respeita às infraestruturas, todos os alojamentos da freguesia são servidos pela rede pública de distribuição domiciliária de água e está igualmente coberta pela rede pública de saneamento básico e pelo sistema de recolha de lixo.

A freguesia de São Pedro possui estabelecimentos de ensino público que vão desde a Educação Pré-Escolar ao Ensino Secundário e também algumas instituições privadas.

No que respeita à saúde, a freguesia tem estruturas adequadas ao número de habitantes. Para além do Hospital Distrital, a freguesia tem o Centro de Saúde e o Posto Médico, existindo também clinicas privadas, laboratórios de análises e farmácias.

Existem outras estruturas que são importantes para a fixação de população jovem, tais como, grandes e pequenos campos de jogos, campos de ténis, piscinas descobertas e cobertas e salas de desporto e pavilhões.

A nível cultural e de lazer, a freguesia de São Pedro dispõe de variadas estruturas como o Centro Cultural de S. Pedro, o Museu Arqueológico e Numismática e o Teatro Municipal de Vila Real.

O Bairro Dr. Francisco Sá Carneiro também conhecido como Bairro da Araucária foi construído no início da década de 80 e têm diferentes infraestruturas concedendo às pessoas que vivem neste bairro alguma independência, não necessitando de se deslocar para, por exemplo, irem às compras. O centro escolar, que está inserido neste bairro, é frequentado não só por crianças que moram no bairro, mas também por crianças que vivem nos arredores.

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23

3.2. Caraterização da instituição

A Escola EB1 Nº7 de Vila Real pertence ao Agrupamento Vertical de Escolas Morgado de Mateus e faz parte da rede pública.

Este Centro Escolar abrange duas valências, a Educação Pré-Escolar com crianças entre os três anos e a idade legal do ingresso no 1º Ciclo do Ensino Básico e este último com crianças entre os cinco e os seis anos até à saída para o 2º Ciclo do Ensino Básico. Possui um Plano Anual de Atividades (PAA), um Projeto Educativo de Agrupamento (PEA) e um Regulamento Interno (RI).

O coordenador de estabelecimento é o Dr. Álvaro José Cardoso e Costa. Relativamente ao corpo docente que leciona nesta instituição, este é constituído por onze Professores Titulares no 1º Ciclo e cinco Educadoras de Infância no Jardim de infância. Existem seis Professores a lecionar as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), uma Professora de Educação Especial, dois professores responsáveis pela biblioteca e mediateca, uma Professora que está prestes a entrar na reforma e, por fim, o coordenador da própria instituição.

Existem, também, quatro funcionários efetivos e três tarefeiras no 1º CEB e três funcionárias no Jardim de Infância.

A escola é constituída por dezassete salas de aula distribuídas por dois pisos, três delas acolhem os grupos da Educação Pré-Escolar, doze as do 1º Ciclo do Ensino Básico e, ainda, uma sala de apoio onde funciona o prolongamento do Jardim de Infância e uma sala de Expressões.

No piso zero existe três salas de Jardim de Infância, três salas do 1º Ciclo do Ensino Básico, uma sala de apoio, o gabinete da direção, a secretaria, a biblioteca, o refeitório, duas instalações sanitárias/vestiários para os funcionários, quatro para os alunos, duas para os adultos, uma destinada ao Jardim de Infância, uma adaptada a deficientes, varias arrecadações e um polivalente. O polivalente é utilizado para os alunos brincarem, principalmente nos dias chuvosos e aguardarem pela hora de irem para as salas de aula. É, também, utilizado para as atividades de enriquecimento curricular (AEC), nomeadamente para a educação física quando as condições climatéricas são adversas e os alunos não podem utilizar o espaço exterior. A biblioteca é um espaço onde os alunos podem ler de uma forma sossegada e tranquila e podem, também, pesquisar e fazer investigação. A biblioteca e a mediateca são geridas por dois

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24 professores. Relativamente à cantina, este é um espaço um pouco pequeno e, por isso, os alunos têm que almoçar por turnos, sendo os almoços fornecidos por uma empresa.

No primeiro piso existem onze salas do 1º ciclo, uma sala de educação especial, uma cabine telefónica, uma sala multiusos, a sala dos professores e quatro casas de banho (duas para os alunos e duas para os adultos).As casas de banho estão adaptadas às crianças, ou seja, estão equipadas com material sanitário adequado à faixa etária dos alunos e possuem, também, lavatórios.

Ainda no primeiro piso, encontram-se espaçosos corredores, onde se encontra localizado um computador e uma fotocopiadora. Estes dois recursos são utilizados pelas professoras quando necessitam de tirar alguma cópia, bem como imprimir algum instrumento de trabalho para os seus alunos. No entanto, quem está responsável por essa função é uma assistente operacional.

Em relação ao espaço exterior, a escola possui um enorme recreio com segurança para os alunos, pois é vedado. Contudo, verificámos que o chão não é o melhor para a brincadeira, pois é de terra. Esta possui, também, um grande campo de futebol, uma horta biológica, uma portaria, baloiços e não dispõe de pontos de água para as crianças beberem. O espaço de recreio é, por vezes, partilhado com o Jardim de Infância.

A escola fornece todos os dias um pacote de leite por criança na hora do lanche e tem em funcionamento um serviço de almoço e prolongamento das atividades não letivas. De salientar ainda que o almoço é confecionado fora da Instituição.

Uma vez que a Instituição não possui transporte próprio, as saídas ficam sujeitas ao aluguer de autocarro.

Os horários praticados nesta instituição são os seguintes:

Horário da Instituição

Abertura Fecho

8h00 19h00

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25 O horário da turma O7 onde realizamos a nossa prática de ensino supervisionada é o seguinte:

Horário da Turma

Tempos Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

9h00 – 10h30 Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva 10h30 – 11h00 Intervalo Intervalo Intervalo Intervalo Intervalo 11h00 – 11h45 Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva 11h45 – 12h30 EPV AFD

12h30 – 14h00 Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço

14h00 – 15h30 Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva Componente Letiva 15h30 – 16h00 Intervalo Intervalo Intervalo Intervalo Intervalo

16h00 – 16h45 AFD EPV ING1 Componente

Letiva

Componente Letiva

16h45 – 17h30 AFD EPV Apoio ao

Estudo ING1

Apoio ao Estudo

(39)

26

3.3. Caracterização dos Espaços e Materiais

De acordo com Carneiro e outros (1983), a participação dos alunos depende também da forma como o espaço está organizado e do lugar que cada criança ocupa.

Zabalza (1992) afirma que é necessário ter em conta que a disposição de um espaço deve ser compatível com o trabalho em grupo e o trabalho individual. Nunca esquecendo também que é importante ter em conta que o espaço é utilizado por todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem (Bassedas, Huguett & Solé, 1999).

A sala de aula onde é desenrolada a atividade letiva é bastante iluminada com luz natural direta e luz artificial. Possui, também, um sistema de aquecimento central que lhe confere bastante conforto. Contudo, é uma sala que, devido a se encontrar exposta, tanto de manhã como de tarde, à luz solar, se torna demasiado quente, principalmente nos dias de maior calor. Relativamente à higiene, encontra-se a cargo das tarefeiras e das crianças, uma vez que estas são incitadas a depositar o lixo nos caixotes do lixo.

No que respeita ao espaço horizontal da sala de aula, esta possui inúmeros recursos materiais. Contém dois quadros, o quadro interativo e o quadro preto, que se encontram colocados ao centro, de forma a serem visíveis por todos os alunos e, ao lado destes, um lavatório. Existe, também, um computador que é utilizado pela docente. Na parte do fundo da sala, existem três armários. Em termos da organização horizontal dos espaços de aprendizagem, as mesas estão dispostas por quatro filas, sendo que uma fila é composta por duas mesas, outra fila por três mesas e as outras duas filas por quatro mesas cada. Existem, também, uma mesa de apoio no fundo da sala. Os alunos estão distribuídos aos pares e alguns estão individualmente.

Como se pode ver na figura 19 da planta da sala, existe um corredor de passagem entre as filas. Este vai permitir a circulação tanto da docente, como dos alunos, quando é necessário, como por exemplo: ir ter com o professor, afiar o lápis, ir à casa de banho, ir realizar as tarefas, entre outras situações.

A docente possui uma secretária, assim como a respetiva cadeira. Esta está voltada para os alunos e situa-se numa das laterais da sala.

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27 Como é visível na planta da sala, existem três armários. Um dos armários guarda as capas com os trabalhos individuais de cada aluno. Os outros dois armários servem para guardar todo o tipo de materiais, folhas brancas, fichas de trabalho, lápis, borrachas, materiais didáticos, entre outros. Existem também duas estantes, uma com as pastas do Projeto Alfa de cada aluno e a outra pode ser considerada a biblioteca da sala, uma vez que contém diversos livros, de diversas áreas e, também, alguns jogos.

Relativamente ao espaço vertical, a sala dispõe de um grande placar de cortiça dividido em cinco partes, correspondendo cada parte a um dia da semana. Isto é, os trabalhos serão expostos nesse placar no dia de semana correspondente. Colado numa porta de um armário, pode-se verificar a existência de um quadro de presenças que os alunos vão marcando diariamente. Por detrás da secretária da Professora, encontra-se um quadro de comportamentos.

(41)

28

3.4. Caracterização da turma de crianças onde foi realizado o estágio

A turma é constituída por vinte e três alunos, um dos quais nunca apareceu nem frequentou a escola. Sendo assim, é constituída por dez raparigas e doze rapazes.

Gráfico 8 – Sexo dos Alunos

Dos vinte e dois alunos que frequentam esta turma, seis têm 5 anos e dezasseis têm 6 anos.

Gráfico 9 – Idade dos Alunos

Sendo assim, trata-se de um grupo heterogéneo quanto ao sexo e quanto à idade. A maioria das crianças frequentou o Jardim de Infância antes de entrar para o 1º Ciclo do Ensino Básico conforme podemos constatar no gráfico 7.

10 12

Sexo dos Alunos

Feminino Masculino 3 7 3 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5 anos 6 anos

Idade dos Alunos

Feminino Masculino

(42)

29

Gráfico 10 – Frequências dos Alunos

A grande maioria dos pais tem entre os 31 e os 45 anos, havendo cinco com mais de 46 anos e menos de 55 anos. Apenas cinco dos pais e sete mães possuem menos de 35 anos de idade. Estamos, portanto, perante uma turma cujos pais não são jovens. Comprova-se a ideia de que se atrasa cada vez mais o objetivo de serem pais em prol do trabalho.

Já no que se refere ao nível escolar dos pais (gráfico 9), constata-te que seis pais e dez mães são detentores de cursos superiores, nove mães e sete pais tem o 12º ano e os restantes com nível escolar igual ou inferior ao 9º ano de escolaridade. Ou seja, a maioria dos pais possui habilitações escolares que lhes permite acompanhar o desenvolvimento escolar dos seus educandos. Esta análise transporta-nos para o nível socioeconómico das famílias onde as crianças se inserem. A situação de emprego influencia bastante este nível socioeconómico.

1 4 5 5 2 3 0 1 2 3 4 5 6 25-30 31-35 36-40 41-45 46-50 51-55

Idade dos pais dos alunos

6 21 7 0 5 10 15 20 25

Creche Pré-Escolar Ama Frequências dos Alunos

Creche Pré-Escolar Ama 3 4 8 5 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 25-30 31-35 36-40 41-45 46-50

Idade das mães dos alunos

(43)

30 No que diz respeito à empregabilidade dos pais, a maioria está efetivo, apenas dois pais e uma mãe estão desempregados. Pode-se afirmar que a maioria das crianças vive numa situação financeira de classe média.

Gráfico 15 – Situação no emprego dos pais dos alunos

Relativamente às aprendizagens dos alunos, a turma é bastante heterogénea, com crianças em diferentes níveis de aprendizagem. É constituída por crianças muito faladoras e que se distraem muito facilmente. A priori, somos levados a concluir que muitas das dificuldades verificadas se devem ao pouco cumprimento de regras, ou seja, consideramos que a Formação Cívica será uma das áreas que terá de ser bem trabalhada para se poder vir a ter sucesso com estes alunos. 16 3 2 16 4 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Efetivo Contratado Desempregado

Situação no emprego dos pais

Pai Mãe 6 7 3 4 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Escolaridade dos pais

10 9 1 0 2 4 6 8 10 12

Curso Superior Curso Complementar

9º Ano

Escolaridade das mães

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31 Pode-se verificar também que a grande maioria dos alunos revela dificuldades em realizar, sozinhos, atividades que envolvam recorte e colagem.

Capítulo II – Os materiais didáticos para o ensino da Matemática na Educação

Pré-Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico

1. Materiais Didáticos e a sua história

Outrora, o ensino de matemática baseava-se apenas em regras e normas. Todavia, a utilização de materiais didáticos já existe há muitos anos.

Nas civilizações mais antigas, o homem sempre sentiu a necessidade de contar e de medir. Para isso, serviu-se de vários objetos de forma a simplificar e a estruturar as suas rotinas diárias. Provavelmente, os primeiros materiais manipuláveis a serem utilizados tenham sido seixos, varas, os dedos das mãos e os dedos dos pés.

No século XVIII, surgiu a necessidade de se adotar novos métodos de ensino.

Comenius foi professor, cientista, escritor checo, considerado fundador da didática moderna. Defendia a ideia de que a aprendizagem se iniciava pelos sentidos, pois as impressões sensoriais obtidas através da experiência com objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. O seu método didático compunha-se basicamente em três elementos: compreensão, retenção e práticas. Através delas, pode-se chegar a três qualidades fundamentais: sabedoria, integridade e crença, as quais correspondem a três capacidades que é preciso adquirir: inteligência, determinação e memória. Criou materiais para a sala de aula, uma vez que acreditava que os alunos aprendiam através da realidade e não meramente com as palavras.

Pestalozzi foi um Educador suíço e que recomendou no século XIX que o ensino da matemática deveria partir da utilização de materiais manipulativos (Serrazina, 1991). Antecipando conceções do Movimento da Escola Nova, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas.A base

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Tabela 2 – Horário da Componente Pedagógica do Jardim de Infância
Figura 1 – Planta da sala dos cinco anos
Figura 2 – Mapa do Tempo Figura 3 – Diário de Grupo Figura 4 – Mapa de Marcação do dia
Figura 5 – Área da Cozinha Figura 6 – Área do Quarto das Bonecas
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Referências

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