Volume 8, Número 1, agosto de 2020
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Editor-chefe/Comissão de
Publicação
Élida Mara Braga Rocha
Comissão Editorial
Dayse Christina Rodrigues Pereira Luz
Willma José Santana
Comissão de Revisão
Teresa Maria Siqueira N. Arrais
Publicação e Marketing
Jéssica Maria Silva Leal
SUMÁRIO
O IMPACTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS PARA A SAÚDE
PÚBLICA
Claúdio Gleidiston Lima da Silva
4-5
PERSPECTIVAS NO TRATAMENTO DA COVID-19 NO BRASIL: O USO DE
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE
Jose Claudio Garcia Lira Neto
6-7
INSEGURANÇA ALIMENTAR NO CENÁRIO DA PANDEMIA DO COVID-19
Maria Elisabeth Medeiros Feitosa, Jéssica Maria Silva Leal, Guilherme
Correia Alcantara, Roberta Larissa Rolim Fidelis, Élida Mara Braga Rocha
8-9
PROTEÇÃO E SUSTENTABILIDADE: 30 DICAS SOBRE COMO SE PREVENIR
DE ABUSOS E CONSUMIR COM MAIS CONSCIÊNCIA
Clarisse Pereira Zifirino, Mateus da Silva Nogueira, José Leonardo Gomes
Coelho, Willma José de Santana
10-11
21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21
João Cláudio Leite de Sá, Dário Rodrigues de Oliveira, José Leonardo Gomes
Coelho, Willma José de Santana
12-13
“O OLHO QUE PROTEGE É O MESMO QUE FISCALIZA”: UMA ANÁLISE DA
IMPLANTAÇÃO DO HÓRUS EM JUAZEIRO DO NORTE–CE
Karoline da Silva de Siqueira, Francisca Keylane Pereira Gomes, Luana
Miriam Alves Pereira, Poliana Moreira de Medeiros Carvalho
14-19
ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR DO POLEGAR COMO PREDITOR PARA
DESNUTRIÇÃO EM IDOSOS RENAIS CRÔNICOS
Caroline Firmino Marques Rodrigues, Gustavo de Oliveira Alencar, Paulo
Felipe Ribeiro Bandeira, Karina Morais Borges
20-24
O CONTADOR COMO PARCEIRO DO EMPREENDEDOR DIGITAL: UM ESTUDO
SOBRE O USO DA CONTABILIDADE NO GERENCIAMENTO DE NEGÓCIOS
VIRTUAIS
Thainara dos Santos Gomes, Micaele Rodrigues Feitosa Melo, Lahyne Alves
Tavares, Juliana Coelho Andrade, Agna Ligia Pinheiro Máximo, Francisco Inaldo
Ferreira Sobreira, Ângela Maria de Souza, Pedro Anderson Santos Pereira, Aline
Bezerra Teles
25-32
PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL DE PESSOAS COM BAIXO PESO E
FATORES ASSOCIADOS
Mariana Gabriele de Souza Ferreira, Mariana Machado Bueno
33-38
TODO CAMBURÃO TEM UM POUCO DE NAVIO NEGREIRO? PERSPECTIVA
DE JOVENS NEGROS DO INTERIOR DA PARAÍBA
Orlando Júnior Viana Macêdo, Francisco Henrique Sousa Brito, Nadja
Gonçalves Almeida
39-45
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO E
URINÁRIO EM PACIENTES DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Ana Paula Agostinho Alencar, Maria Eugênia Alves Almeida Coelho,
Fernando Luiz Affonso Fonseca, Daniele Gomes da Silva, Estephani Vitorino
Correia da Silva, Gabriela Duarte dos Santos, Maria Williany Silva Ventura, Natana
de Morais Ramos, Petrúcya Frazão Lira
COMPORTAMENTO ALIMENTAR E OS ASPECTOS QUE INTERFEREM NA
ADESÃO E TRATAMENTO DOS DIABÉTICOS TIPO II: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
Jéssica Alencar Cavalcante, José Leonardo Gomes Coelho, Natália do
Santos Almeida, Suiany Emidía Timóteo da Silva, Guilherme Correia Alcantara,
Elida Mara Braga Rocha, Juliana Sampaio Ribeiro Francelino Sampaio, Willma José
de Santana
Por Claúdio Gleidiston Lima da Silva
1Volta e meia, bem antes de tempos bíblicos, a humanidade tem se deparado com situações cataclísmicas. Exempli gratia, o Pentateuco revela seus mitos, no dilúvio descrito em Gênesis 6,7; a destruição da torre de Babel pelo Criador em função da soberba humana, Gênesis 11: 1-9; a destruição de Sodoma e Gomorra, Gênesis 191. Em meados do
século VI da Era Cristã, o hemisfério norte é gravemente assolado por um resfriamento mais intenso e extenso dos últimos 2.000 anos, com prejuízos enormes na produção de alimentos, em consequência guerras, expansões de pestes e desaparecimento de cidades e culturas com um fluxo migratório intenso2.
Os relatos de epidemias e pandemias que assolaram a humanidade marcam ponto na linha dos cataclismos, o surto de Febre Tifoide durante a guerra do Peloponeso descrito por Tulcíades3; a Peste Bubônica, denominada Febre Negra,
responsável por dizimar 1/3 da população europeia (75.000.000/200.000.000), no século XIV, doença determinada por bactérias transmitidas por pulgas presentes em ratazanas oriundas das estepes mongólicas4. E no século
XIX a cólera gracejou durantes três grandes surtos, determinando quadros pandêmicos com milhões de mortes. No amanhecer do século XX, especificamente 1918, uma variante do vírus influenza dizima mais de 50.000.000 de pessoas em uma pandemia conhecida erroneamente de Gripe Espanhola5. Desde então os vírus têm determinado
calamidades endêmicas, epidêmicas e pandêmicas: HIV, Ebola, Febre Amarela e mais recente um grupo de vírus conhecido por coronavírus, conhecido desde meados de 1960, alguns deles são responsáveis pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), ensejando o acrônimo SARS-CoV6.
Em dezembro de 2019 uma nova entidade conhecida como COVID-19, determinada por uma nova cepa de coronavírus, o SARS-CoV-2, foi descrita em Wuhan (província de Hubei, na China). De morcegos aos humanos, passando por um hospedeiro intermediário, o tatuzão chinês, o Pangolin, o SARS-CoV-2 migrou da China para todos os cantões do planeta terra, acelerando como um fermento enzimático as discussões a despeito dos paradigmas que sustentavam a modernidade há algum tempo em debate7. As economias de mercado, a
teoria do Estado mínimo, os processos de educação escolar em todos os níveis, as inter-relações entre as pessoas em todos os níveis, da família aos das grandes corporações, os conceitos do espectro do sentimento e da afetividade, dentre tantos outros paradigmas, especialmente o do binômio saúde/doença foram surpreendidos pela pandemia determinada pela COVID-19. Hoje, 16 de agosto de 2020 já são 21.465.164 casos confirmados, com 765.362 mortes em todo o mundo8.
1 Diretor do Curso de Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA) – Departamento de Patologia e Clínica Médica. E-mail:
claudio.gleidiston@ufca.edu.br
Os sistemas de saúde que já algum tempo investiam prioritariamente na atenção básica, desfocando o paradigma hospitalocêntrico, desde a conferência de Alma Ata, foram surpreendidos pela pandemia da COVID-19. O mundo se viu indefeso ao inimigo microscópico. Hospitais de campanhas tiveram que ser arregimentados às pressas. Não havia leitos suficientes para o populacho gravemente enfermo, posto que os mesmos necessitavam de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com suporte ventilatório pela grave lesão alveolar difusa determinada pelo vírus9. A infraestrutura de suporte não existia
de forma a suprir a demanda, especialmente os equipamentos de ventilação pulmonar. O mercado não foi capaz de suprir o básico: luvas, máscaras, álcool a 70%. E durma-se com o pesadelo – ausência de equipamentos e kits suficientes para o diagnóstico da COVID-19.
A humanidade ainda se encontra em meio a esse cataclismo biológico resultado, provavelmente, do descaso humano com o meio ambiente, aos sistemas econômicos que deixam de lado o homem e a natureza, aos regimes políticos ditos democráticos que permitem uma criança morrer de fome a cada hora. PRECISAMOS REFLETIR E MUDAR. Parodiando John Lenon: Tudo nessa vida tem um preço, nada é de graça, ou nos esforçamos para uma melhor mudança ou esperemos o valor a pagar. Às vezes temos a impressão que o homem que criou ou acredita em um Deus e sua natureza, quer ser o próprio Deus recriando o homem e sua natureza.
REFERÊNCIAS
1. Albertz R. História de la Religión de Israel en tiempos del Antiguo Testamento. 1ª ed. Madrid: Trotta; 1999.
2. Lopes RJ. Miniera do Gelo criou a Idade Média, dizem pesquisadores. Folha de São Paulo [Internet]. Fevereiro de 2016 [citado em 16 de agosto de 2020]. Disponível em: <https://m.folha.uol.com.br/ciencia/2016/02/1742615-
miniera-do-gelo-criou-a-idade-media-dizem-pesquisadores.shtml>/ Assinatura necessária.
3. Guerra MPC. Guerra y peste en Atenas. Revisión sobre el posible origen de la epidemia ateniense de 430-426 a.C. Asclepio. 2019; 71 (1): 249-64. DOI:
10.3989/asclepio.2019.01.
4. Walløe L. Medieval and Modern Bubonic Plague: Some Clinical Continuities. Medical history. 2008; 55 (S27): 59-73. DOI: 10.1017/S0025727300072094.
5. Tsoucalas G, Kousoulis A, Sgantzos M. The 1918 Spanish Flu Pandemic, the Origins of the H1N1-virus Strain, a Glance in History. European Journal of Clinical and Biomedical
EDITORIAL
O IMPACTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS
PARA A SAÚDE PÚBLICA
Rev. e-ciência, 8(1): 4-5, 2020
DOI: 10.19095/rec.v8i1.956
5
Sciences. 2016; 2 (4): 23-28. DOI:10.11648/j.ejcbs.20160204.11.
6. Gobalenya AE, Baker SC, Baric RS, Groot RJ, Drosten C, Haagmans BL, et al. The species severe acute respiratory syndrome-related coronavirus: classifying 2019-nCoV and naming it SARS-CoV-2. Nat Microbio. 2020; 5: 536-544. DOI: 10.1038/s41564-020-0695-z.
7. Tao Z, Qunfu W, Zhigang Z. Probable Pangolin Origin of SARS-CoV-2 Associated with the COVID-19 Outbreak. Current Biology. 2020; 30 (7): 1346–51. DOI:
10.1016/j.cub.2020.03.022.
8. tableau.com [Internet]. Rastreador de dados mundiais sobre o coronavírus (COVID-19). 2020 [citado em 16 de agosto de 2020]. Disponível em:
<https://www.tableau.com/pt-br/covid-19-coronavirus-data-resources/global-tracker>.
9. Menter T, Haslbauer JD, Nienhold R, Savic S, Hopfer H, Deigendesch N, et al. Post-mortem examination of COVID19 patients reveals diffuse alveolar damage with severe capillary congestion and variegated findings of lungs and other organs suggesting vascular dysfunction. Histopathology. 2020; 77 (2): 198-209. DOI: 10.1111/his.14134.