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Relação entre a aptidão cardiorespiratória e alguns factores de risco de doenças cardiovascular : um estudo numa população estudantil pós-púbere, de ambos os sexos, matrículada no ano 2006/2007 na Escola Secundária de Valongo

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(1)Relação entre a Aptidão Cardiorespiratória e alguns Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares. Bruno Rafael Nogueira Ferraz. Porto, Maio 2007.

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(3) Relação entre a Aptidão Cardiorespiratória e alguns Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares Um estudo numa população estudantil pós-púbere, de ambos os sexos, matriculada no ano 2006/2007na Escola Secundária de Valongo. Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na opção de Recreação e Lazer, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Orientador: Professor Doutor José Carlos Ribeiro Autor: Bruno Rafael Nogueira Ferraz Porto, Maio 2007.

(4) Ferraz, B. R. N. (2007). Relação entre a Aptidão Cardiorespiratória e alguns Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares. Porto: B. Ferraz. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. PALAVRAS-CHAVE: APTIDÃO CARDIORESPIRATÓRIA, DOENÇAS CARDIOVASCULARES, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, PERÍMETRO DA CINTURA, TENSÃO ARTERIAL.. II.

(5) Agradecimentos Certamente, este trabalho não chegaria ao fim sem um número de contributos pessoais muito importantes, pelos mais diversos motivos. Não sendo possível referir todas essas pessoas que de alguma forma contribuíram, um muito obrigado a todos! Importa, no entanto, deixar uma palavra de agradecimento àqueles que se revelaram como elementos fulcrais no desenrolar do processo que agora termina. Assim, começo por agradecer ao Professor Doutor José Carlos Ribeiro, em primeiro lugar por ter aceite ser meu Orientador e por me ter encaminhado para um projecto que estava a decorrer no gabinete e em segundo, pelo apoio e esclarecimentos prestados nos momentos mais críticos do processo. Um muito obrigado à Professora Luísa Aires, que me recebeu no referido projecto, onde colaborei e pude retirar os meus dados, e que me ajudou e esclareceu prontamente sempre que necessitei. Agradeço ainda a duas pessoas profundamente importantes na minha vida, e que sem eles nada disto tinha existido ou fazia sentido…os meus pais. E finalmente à Joana…por tudo!. III.

(6) IV.

(7) Índice Geral Agradecimentos…………………………………………………………………. III Índice quadros………………………………………………………………….... VII. Índice figuras…………………………………………………………………….. IX Resumo………………………………………………………………………....... XI. Abstract…………………………………………………………………………... XIII Lista de Abreviaturas……………………………………………………………. XV. I. Introdução…………………………………………………………………….... 1. II. Revisão da Literatura……………………………………………………….... 5. 2.1 Aptidão Cardiorespiratória………………………………………………… 7 2.1.1 Aptidão Cardiorespiratória e os Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares………………………………………………………………... 8 2.2 Doenças Cardiovasculares………………………………………………... 10 2.2.1 Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares………………... 12. 2.2.1.1 Obesidade……………………………………………………….. 12 2.2.1.1.1 Índice de Massa Corporal………………………………... 14. 2.2.1.1.2 Perímetro da Cintura…………………………………….... 15. 2.2.1.2 Tensão Arterial…………………………………………………... 17. III. Material e Métodos…………………………………………………………... 21. 3.1 Concepção Experimental do Estudo…………………………………….... 23. 3.2 Caracterização da Amostra………………………………………………... 23. 3.3 Instrumentos e Variáveis Recolhidas …………………………………….. 24. 3.3.1 Medidas Antropométricas……………………………………………. 24 3.3.2 Tensão Arterial………………………………………………………... 25 3.3.3 Aptidão Cardiorespiratória…………………………………………… 25 3.3.4 Estádios Maturacionais………………………………………………. 26 3.4 Procedimentos Estatísticos………………………………………………... 27 IV. Apresentação dos Resultados……………………………………………... 29. 4.1 Estatística Descritiva ………………………………………………………. 31 4.2 Correlações ……………………………………………………………….... 35. V. Discussão …………………………………………………………………….. 37. VI. Conclusões…………………………………………………………………... 43 VII. Bibliografia…………………………………………………………………... 47. V.

(8) VI.

(9) Índice de Quadros. Quadro 1– Tabela de referência de sobrepeso e obesidade infantil relacionada a tabela de IMC dos adultos Cole et al, (2000)………………... 15. Quadro 2– Pontos de corte para a classificação do perímetro da cintura para ambos os sexos…………………………………………………………… 16 Quadro 3 – Características antropométricas da amostra. Número (n) de sujeitos, média ( X ) e respectivos desvios padrão (DP) da Idade, Peso, Altura e IMC……………………………………………………………………... 23 Quadro 4 – Caracterização da amostra (n=110)…………………………….. 31. Quadro 5 – Caracterização da amostra – sexo feminino (n=74)………….. 32 . Quadro 6 – Caracterização da amostra – sexo masculino (n=36)………… 32 Quadro 7 – Enquadramento do PC de acordo com os pontos de corte de Taylor et al. (2000), e respectiva comparação com os factores de risco…. 34 Quadro 8 – Enquadramento de acordo com o ponto de corte de Guerra (2002), para a TAD e TAS e respectiva comparação com os factores de risco………………………………………………………………………………. 34 Quadro 9: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (amostra total)…………………………………………………………………… 35 Quadro 10: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (sexo feminino)…………………………………………………………………………. 36 Quadro 11: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (sexo masculino)………………………………………………………………... 36. VII.

(10) VIII.

(11) Índice de Figuras. Figura 1: Percentagem de sujeitos do sexo feminino e masculino segundo o IMC……………………………………………………………………………….. 33. IX.

(12) X.

(13) Resumo Actualmente, os principais problemas relativos à saúde pública dizem respeito às doenças crónicas não transmissíveis, tal como as Doenças Cardiovasculares. Marques e Gaya (1999) referem que a promoção da saúde é cada vez mais uma preocupação e uma prioridade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Contudo, refere Bento (2004) que se assiste cada vez mais a um desinvestimento nas ofertas estatais de actividade física e desportiva.. Com. este. estudo. pretende-se. verificar. se. a. aptidão. cardiorespiratória está relacionada com os factores de risco de doenças cardiovasculares (índice de massa corporal, perímetro da cintura e tensão arterial) na amostra total e em cada um dos sexos, numa amostra de 110 jovens pós-puberes, pertencentes à Escola Secundária de Valongo. O presente estudo foi realizado com uma amostra de 110 indivíduos, sendo 74 do sexo feminino e 36 do sexo masculino. Para a obtenção do peso foi utilizada uma balança electrónica (Tanita); a altura foi medida com estadiómetro SECA®, modelo 206; o índice de massa corporal foi calculado através da fórmula: Peso/altura2, expresso em Kg/m2; o perímetro da cintura foi medido com fita métrica marca Roche®, flexível e inextensível com escala em centímetros; a medição da tensão arterial foi feita com um esfigmomanómetro electrónico Dinamap BP 8800; e a aptidão cardiorespiratória foi avaliada através do teste shuttle-run de 20 metros. Os procedimentos estatísticos utilizados foram a estatística descritiva (média, desvio-padrão, valor mínimo e valor máximo e ainda frequências), os quartis para a tensão arterial e ainda a Correlação de Pearson. Os resultados obtidos indicam que há uma prevalência dos factores de risco de doenças cardiovasculares significativa, sendo superior no sexo masculino para índice de massa corporal e para o perímetro da cintura, apresentando valores percentuais inferiores só na tensão arterial. A aptidão cardiorespiratória correlacionou-se negativa e significativamente com o índice de massa corporal e apenas no que diz respeito ao sexo feminino.. XI.

(14) XII.

(15) Abstract Currently, the main problems related to the public health concern to chronic diseases not transmissible, as the cardiovascular diseases. Marques and Gaya (1999) refer that the health promotion is each time more a worry and a priority in developed and in development countries. However, Bento (2004) refers that each time more we assist a lower investment in the state offers of physical activity. With this study it is intended to verify if the cardiorespiratory fitness is related with the risk factors of cardiovascular diseases (body mass index, waist perimeter and arterial tension) in the total sample and in males and females, in a sample of 110 young after-pubers, belonging to the Valongo High School. This study was carried with a sample of 110 individuals, 74 females and 36 males. To obtain the weight it was used an electronic scales (Tanita); the height was measured with stadiometer SECA®, model 206; the body mass index was calculated through the formula: weight/height2, express in Kg/m2; the waist perimeter was measured with metric ribbon trade mark Roche®, flexible and not elastic with scale in centimeters; the measurement of the arterial tension was made with one electronic sphygmomanometer Dinamap BP 8800; and the cardiorespiratory fitness was evaluated through the 20 meters shuttlerun test. The statistical procedures used were the descriptive statistics (average, standard deviation, minimum and maximum value and frequency), the quartiles for the arterial tension and the Pearson Correlation. The obtained results indicate that there is a prevalence of the risk factors of significant cardiovascular diseases, being superior in males for body mass index and waist perimeter, only presenting inferior percentage values in the arterial tension. The cardiorespiratory fitness was negative and significantly correlated to the body mass index and only in what concerns to females.. XIII.

(16) XIV.

(17) Lista de Abreviaturas. ApCr – Aptidão Cardiorespiratória DCVs – Doenças Cardiovasculares TA – Tensão Arterial TAD – Tensão Arterial Diastólica TAS – Tensão Arterial Sistólica HTA – Hipertensão Arterial IMC – Índice de Massa Corporal PC – Perímetro da Cintura VO2máx – Consumo Máximo de Oxigénio. XV.

(18) XVI.

(19) I Introdução. 1.

(20) 2.

(21) Introdução. Não é preciso recuar muitos anos para relembrarmos que os principais problemas relacionados com a saúde pública diziam respeito à água potável, ao ambiente, aos esgotos entre outros. Actualmente, a preocupação recai em doenças crónicas não transmissíveis, tal como as doenças cardiovasculares (DCVs). Marques e Gaya (1999) referem que a promoção da saúde é cada vez mais uma preocupação e uma prioridade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Dentro das diversas abordagens a este tema, destacam-se as implicações do sedentarismo como um factor de risco na origem de um conjunto de doenças denominadas de hipocinéticas (doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, dores nas costas, entre outros). Verifica-se actualmente um crescente sedentarismo nos países industrializados e com o avanço da tecnologia e informação, este fenómeno tende a agravarse. No tocante às populações mais jovens, assiste-se em muitos países do mundo a desinvestimentos nas ofertas estatais de actividade física e desportiva, numa total desconsideração das consequências nefastas para os atingidos (Bento, 2004). Citando o mesmo autor, “a nossa sociedade parece cultivar indiferença e absentismo em relação à infância e adolescência e à sua sorte e destino. Dir-se-ia até que vivemos numa sociedade incompatível com o mundo infantil. E no entanto, como disse Fernando Pessoa, o melhor do mundo são as crianças”. As crianças, ao contrário de indivíduos maduros, estão em crescimento. Neste período as crianças experimentam mudanças físicas, hormonais, sexuais e sociais, que estão associadas com um rápido crescimento e com o aparecimento das características sexuais secundárias (WHO, 2003). Ainda. 3.

(22) segundo a mesma organização, a puberdade é um processo biológico de maturação reprodutiva que afecta praticamente cada tecido no corpo.. Tendo presente: 1. as diversas transformações que caracterizam a puberdade, 2. as actuais preocupações ao nível da saúde e que 3. a aptidão cardiorespiratória (ApCr) é uma componente fundamental da aptidão física relacionada à saúde (Tritschler, 2003) sendo o seu melhor indicador o VO2máx (Curenton e Plowman, 2001), surgiu o propósito do nosso estudo, o qual pretende verificar se a ApCr está relacionada com os factores de risco de DCVs (Índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura (PC) e tensão arterial (TA)) na amostra total e em cada um dos sexos, numa amostra de 110 jovens pós-puberes, pertencentes à Escola Secundária de Valongo.. Foram também traçados os seguintes objectivos específicos:. 1) Apresentar os valores médios das variáveis IMC, PC, TA e consumo máximo de oxigénio (VO2máx), fazendo a comparação entre sexos; 2) Verificar a prevalência de cada um dos factores de risco de DCVs, categorizando as variáveis estudadas segundo pontos de corte;. 3) Analisar a relação existente entre o VO2máx e os factores de risco de DCVs, IMC, PC e TA.. 4.

(23) II Revisão da Literatura. 5.

(24) 6.

(25) 2.1 Aptidão Cardiorespiratória. Segundo Weineck (1999), a ApCr está relacionada com a capacidade dos grandes músculos realizarem exercícios dinâmicos de moderada a alta intensidade por períodos prolongados. Já para Wilmore e Costill (2001), a ApCr tem relação com todo o corpo, tratando-se especificamente da capacidade do mesmo para sustentar exercícios rítmicos prolongados, estando a nossa ApCr muito relacionada com o desenvolvimento do nosso sistema cardiovascular e respiratório e portanto com o nosso desenvolvimento aeróbio. A maioria dos investigadores do desporto considera o VO2máx como representante da potência aeróbia e como a melhor maneira de medir em laboratório a ApCr (Wilmore e Costill, 2001). Este define-se como a quantidade de oxigénio que um indivíduo consegue captar do ar alveolar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar a nível celular na unidade de tempo (Marins, 1998). O estádio maturacional, conjuntamente com a hereditariedade explica substancialmente a aptidão aeróbia do indivíduo (Bouchard, 1990; Bouchard et al., 1992), estando de acordo Costa (1998), ao afirmar que o VO2máx não é igual em todas as crianças, pois indivíduos numa idade cronológica, poderão ter valores de VO2máx diferentes, dependendo do seu estado maturacional. Já as diferenças entre sexos, principalmente após a puberdade, podem ser explicadas pelo facto de a aptidão aeróbia depender da quantidade de massa magra (Pangrizi e Corbin, 2001), sendo portanto a maturação a responsável pela acentuação destas diferenças. Nos rapazes, o pico de VO2máx é atingido entre 18-22 anos e nas raparigas esse pico é atingido entre os 13-15 anos (Wilmore e Costill, 1994).. 7.

(26) 2.1.1 A ApCr e os Factores de Risco de DCVs. Vários estudos têm sido desenvolvidos envolvendo a ApCr, tentando chegar a conclusões relativamente à sua importância ao nível da saúde. Num estudo realizado por Lakka et al. (1994), ficou demonstrado que elevados níveis de actividade física de lazer e de ApCr têm uma forte relação inversa com o risco de enfarte do miocárdio, defendendo a ideia que baixos níveis de actividade física e ApCr são factores de risco independentes em relação às doenças coronárias nos homens. Também Carnethon et al. (2003) chegaram a importantes ilações relativamente à baixa ApCr, e neste caso em adultos jovens. Segundo estes autores, a baixa aptidão em adultos jovens está associada com o desenvolvimento de factores de risco de DCVs, sendo que estas associações envolvem a obesidade e podem ser modificadas pela melhoria da aptidão, conclusões semelhantes às de Wei et al. (1999), que verificaram que uma reduzida ApCr é um forte preditor de DCV. No estudo realizado por Portela (2000), em que era sua pretensão verificar uma possível relação entre os valores de ApCr e os valores da TA em crianças do sexo masculino dos 8 aos 9 anos de idade, concluiu que os indivíduos com maior peso evidenciam maior TA e que existe uma correlação negativa entre a ApCr e a TA. Relativamente à associação entra a ApCr e a obesidade, Ribeiro (1998) constatou no seu estudo que o VO2máx apresenta uma correlação negativa com os indicadores de sobrecarga ponderal e obesidade utilizados no seu estudo IMC; pregas de adiposidade (SKf´s) e percentagem de massa gorda (% MG), chegando a resultados semelhantes Martins (2005), ao concluir que existe uma relação significativamente inversa entre o IMC e a ApCr dos adolescentes de ambos os sexos. Estes resultados vão ao encontro da afirmação de Cureton e Plowman (2001), onde referem que o excesso de. 8.

(27) gordura corporal está associado a desempenhos fracos no teste da milha e no shuttle run e consequentemente a valores mais baixos de VO2máx estimado através dos mesmos testes.. 9.

(28) 2.2 Doenças Cardiovasculares. Vários são os autores e organizações que se manifestam perante o enorme problema de saúde pública a que se assiste actualmente na nossa sociedade, a prevalência de doenças cardiovasculares (DCVs). “Indiscutível flagelo universal, as DCVs, não obstante toda a evolução tecnológica e conhecimentos adquiridos pela comunidade científica, continuam, em pleno século XXI, a ser responsáveis por 23% de todas as causas de morte no nosso planeta, embora sofrendo algumas modificações que, em alguns países, se traduzem por um aumento ou estabilidade da gravidade da situação ou, até, noutros países, por uma diminuição, fruto de medidas preventivas, melhoria. das. condições. ambientais,. aumento. da. sobrevivência. ou. competitividade com outras causas de morte”, (Silva, 2005. pp. 7). No que se refere a Portugal, e de acordo com o Ministério da Saúde (2006), as DCVs são responsáveis por cerca de 40% dos óbitos, sendo segundo o Instituto Nacional de Estatística (2002), a causa de morte nº1 em Portugal, tanto nos homens como nas mulheres.. Corrobora. Carrageta. (2006), ao afirmar que as DCVs constituem a principal causa de morte e de custos em saúde da população portuguesa, isto apesar de nas últimas décadas se terem verificado grandes progressos, quer a nível do diagnóstico, quer a nível terapêutico. Na explicação para tal facto poderá estar o advento da sociedade industrial, que nos levou desde há 150 anos a ter uma alimentação em que a gordura representa quase metade do aporte calórico da população e é gordura animal saturada, que se sabe ser lesiva para o aparelho cardiovascular, (Carrageta, 2005). Conclui o mesmo autor, “ enfim, houve uma grande mudança do estilo de vida em termos de actividade física, e de alimentação, o que condiciona que o homem continue a morrer através de epidemias, agora já não a epidemia da febre amarela, ou da peste negra da. 10.

(29) Idade Média, mas com outro tipo de epidemia que tem a ver com as doenças cardiovasculares.” De entre as patologias pertencentes ao grupo de doenças do aparelho circulatório, a DCV aterosclerótica tem sido considerada o maior problema de saúde pública, na Europa e América do Norte, (Lessa, 1988), tendo uma génese multifactorial, (Carrageta, 2005) e sendo as suas manifestações mais frequentes o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral, (Macedo, 2005).. 11.

(30) 2.2.1 Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares. Associados ao desenvolvimento prematuro das DCV, estão os factores de risco de DCV que de acordo com Wilmore e Costill (2001), podem ser divididos em dois grupos: os factores de risco das DCV modificáveis ou susceptíveis de controlo (dislipidemias, hipertensão (HTA), consumo de tabaco, inactividade física, obesidade, diabetes e factores psicossociais) e os factores de risco das DCV não modificáveis ou não susceptíveis de controlo (história familiar de DCV, género masculino e idade avançada). Ainda segundo os mesmos autores, quando um indivíduo encerra em si dois ou mais factores de risco das DCV, a previsão de ocorrência de um episódio cardiovascular aumenta de forma exponencial.. 2.2.1.1 Obesidade Afirma Carrageta (2006), que nos últimos anos surgiu uma nova ameaça para a população portuguesa e em particular para os jovens, como fruto do progressivo abandono da nossa tradicional dieta mediterrânica, que está a ser substituída pela denominada fast food, alimentação rica em calorias, gorduras saturadas, sal e açúcares, e pobre em fibra vegetal e micronutrientes essenciais. A prevalência da obesidade tem vindo progressiva e continuamente a aumentar, tendo atingido, nas últimas décadas, números verdadeiramente assustadores, (Kopelman, 1998 cit Silva 2005). Em 2000, os adultos obesos eram 300 milhões (IOFT, 2002). Hoje, esta mesma organização aponta para meio bilião de pessoas em todo o mundo com excesso de peso ou obesidade. Estudos recentes mostram que as crianças portuguesas são as segundas da Europa com maior excesso de peso e obesidade, o que leva a prever futuros problemas de saúde. Este drama da obesidade infantil é também. 12.

(31) explicado por outros estudos que mostram que a população portuguesa é das mais sedentárias da Europa (Carrageta, 2006). Num estudo realizado por Padez et al. (2004) em que um dos objectivos era avaliar a prevalência de excesso de peso e obesidade em crianças portuguesas entre os 7 e os 9 anos, foram encontrados valores de 20,3% de excesso de peso e 11,3% de obesidade. Estes resultados colocaram as crianças portuguesas em segundo lugar a nível europeu no que diz respeito ao excesso de peso/obesidade. Em 2002 a OMS, definia a obesidade como uma condição de excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem prejudicar a saúde. A obesidade resulta do desequilíbrio entre o aporte calórico e o dispêndio de energia, e do reajuste dos vários sistemas de controlo, que tendem a perpetuar-se e a influenciar-se mutuamente (Marques, 2006). Marques (2006) afirma que a obesidade, enquanto síndrome complexa, multifactorial, está claramente associada a várias doenças e patologias que favorecem o desenvolvimento da aterosclerose, agravam o risco cardiovascular e contribuem, directa ou indirectamente, para a maior morbilidade e mortalidade que lhe está associada. A DCV é a principal causa de morbilidade e mortalidade entre os indivíduos obesos. As crianças e os adolescentes com excesso de peso têm um risco cardiovascular precoce aumentado e independente do peso que venham a ter na idade adulta (Marques, 2006). Vários são os estudos realizados no que diz respeito à identificação do excesso de peso e de obesidade. Num estudo realizado em crianças e adolescentes da Região Autónoma da Madeira, a prevalência total de excesso de peso foi de 14,22% para o sexo masculino e de 10,99% para o sexo feminino. Já no que toca à obesidade, a percentagem foi de 2,61% para os rapazes e 1,86% para as raparigas (Gouveia, 2007). Outros estudos, nomeadamente ao nível Europeu, demonstraram resultados semelhantes como o de Krassas et al. (2001), onde o excesso de peso foi superior nos rapazes, com 25,9% e 19,1% raparigas, enquanto a obesidade foi de 5,1% para os rapazes e 3,2% para as raparigas. Num estudo realizado na Finlândia, com uma amostra de sujeitos dos 6-17 anos Kautiainen. 13.

(32) et al. (2002), a percentagem de excesso de peso foi de 12,6% nos rapazes e 8,1% nas raparigas; já a obesidade foi de 1,8% nos rapazes e 1,0% nas raparigas. Resultados diferentes obtiveram Zimmermann et al. (2004), num estudo efectuado na Suiça com uma amostra dos 12-18 anos, onde os sujeitos do sexo feminino apresentam uma percentagem superior de excesso de peso, com 19,1% comparativamente ao sujeitos do sexo masculino com 16,6%. No que respeita à obesidade, os rapazes apresentam 3,9% e as raparigas 3,7%.. 2.2.1.1.1 Índice de Massa Corporal Um dos métodos indirectos para diagnosticar a obesidade é o índice de massa corporal (IMC). O IMC ou índice de Queletet foi estabelecido por Queletet, em 1969 (Poskitt, 1995) e é um método analítico, não laboratorial, que permite a avaliação da composição corporal de uma forma indirecta. O IMC expressa a relação entre o Peso (massa corporal) e a Altura de um indivíduo e traduz-se pelo quociente entre a massa corporal em quilos e o quadrado da altura em metros (Barata, 1997), [IMC = Peso (kg) / Altura (m 2)]. Este índice utiliza medidas simples (peso e altura) e pode ser aplicado independentemente do grau de obesidade do indivíduo, daí o seu interesse e preferência em estudos clínicos e epidemiológicos (Barata, 1997). O índice de massa corporal (IMC) continua, até hoje, a ser o indicador de obesidade mais utilizado (Jebb e Moore, 1999). O IMC é uma fórmula simples, mas que para populações “normais”, é quase tão exacto como alguns métodos mais complexos (Peres, 1996), tendo sido usado frequentemente para estimar o peso ideal ou a obesidade (Wilmore e Costill, 2001). No entanto, a utilidade do IMC em indivíduos do sexo masculino que se encontram na fase de transição para puberdade e na adolescência, pode ter limitações, uma vez que, nesta fase, a relação entre peso e altura se altera significativamente devido ao rápido crescimento, primeiro ao nível da estatura e. 14.

(33) depois do peso e ao significativo ganho de massa muscular (Malina e Bouchard, 1991). Entretanto, sabendo dessa necessidade de se utilizar referências que condizem em termos relativos a tabela de IMC dos adultos com a realidade de crescimento e desenvolvimento da criança, Cole et al. (2000) procuraram estabelecer internacionalmente referências que condizem com o sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes, compreendendo dos 2 aos 18 anos, relacionando com a tabela de IMC para os adultos. Para tal realizaram pesquisas em 6 grandes países representativos: Brasil, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Hong Kong, Singapura e Holanda. Foram utilizados 97 876 meninos e 94 851 meninas. Utilizaram o percentil 95 para determinação do ponto de corte da obesidade apesar de não ser universalmente aceite. Abaixo está a tabela de referência (Quadro 1):. IMC  25. IMC  30. kg/[m.sup.2]. kg/[m.sup.2]. Idade (anos). Meninos. Meninas. Meninos. Meninas. 15. 23.3. 23.9. 28.3. 29.1. 15.5. 23.6. 24.2. 28.6. 29.3. 16. 23.9. 24.4. 28.9. 29.4. 16.5. 24.2. 24.5. 29.1. 29.6. 17. 24.5. 24.7. 29.4. 29.7. 17.5. 24.7. 24.8. 29.7. 29.8. 18. 25. 25. 30. 30. Quadro 1. Tabela de referência de sobrepeso e obesidade infantil relacionada a tabela de IMC dos adultos Cole et al. (2000).. 2.2.1.1.2 Perímetro da Cintura O conhecimento científico mais recente aponta para que seja prestada atenção especial à obesidade abdominal pois segundo Maffeis et al. (2001) é. 15.

(34) considerada uma medida sensível na detecção do risco de DCVs em crianças. Esta representa a acumulação de gordura à volta e dentro das vísceras abdominais, tais como o fígado, pâncreas, etc. Ora, esta gordura intraabdominal é constituída por células gordas, os adipócitos, que são verdadeiros órgãos endócrinos, por produzirem substâncias tóxicas para o nosso coração, artérias e pâncreas. Para além de estimularem o desenvolvimento de factores de risco cardiovascular, estas toxinas têm um efeito pró-aterogénico directo na parede arterial, (Carrageta, 2006), ou seja, a gravidade da obesidade não depende apenas do seu grau, mas também da forma como a massa gorda se distribui. O perímetro abdominal é um indicador morfológico muito associado à adiposidade do tronco (Sardinha, 2000), constituindo-se um método simples e rápido para diagnosticar a presença de gordura intra-abdominal em excesso (Carrageta, 2006). Os critérios de referência utilizados para classificar o PC em crianças são sugeridos por Taylor et al. (2000) (Quadro 2).. Idade (anos) 14 15 16 17 18 19. Rapazes Raparigas Perímetro Cintura (cm) 79,0 81,1 83,1 84,9 86,7 88,4. 77,0 78,3 79,1 79,8 80,1 80,1. Quadro 2– pontos de corte para a classificação do PC para ambos os sexos.. Na literatura sugere-se uma divisão em dois grupos quanto ao tipo morfológico dos indivíduos, tendo em conta os perímetros da cintura e da anca: a Obesidade Ginóide e a Obesidade Andróide. A Obesidade Ginóide é o tipo morfológico característico das mulheres obesas, onde a distribuição da gordura se faz preferencialmente na metade inferior do corpo, glúteos e coxas e a Obesidade Andróide é mais usual nos homens obesos, onde a distribuição da gordura se acumula sobretudo na. 16.

(35) metade superior do corpo (região abdominal) (James et al., 2001 ; Ford et al., 2002) O. PC. associa-se. significativamente. com. a. TAS. e. a. TAD,. independentemente da idade e do estádio pubertário (Maffeis et al., 2003). No estudo realizado por Tavares (2006), os rapazes apresentaram em relação às raparigas. valores. médios. de. PC. superiores,. 72,58cm. e. 70,31. cm. respectivamente. Os resultados deste estudo mostram ainda que os sujeitos com menor PC são aqueles que têm maior VO2máx, com diferenças estatisticamente significativas apenas no sexo feminino.. 2.2.1.2 Tensão Arterial A Tensão Arterial (TA) é definida como a pressão que a corrente sanguínea exerce na parede das artérias, sendo causada pelo débito cardíaco e pela resistência periférica da parede das artérias (Ganong, 1991). A TA é representada pela Tensão Arterial Sistólica (TAS) e pela Tensão Arterial Diastólica (TAD). A TAS é a pressão arterial mais alta e está ligada à sístole ventricular cardíaca, a TAD é a pressão arterial menor e é causada pela diástole ventricular cardíaca (quando o sangue preenche as cavidades ventriculares) (Polito e Farinatti, 2003). Nos países desenvolvidos a HTA representa um dos maiores problemas de saúde pública, estimando-se que afecte um terço da população adulta. Em Portugal, só cerca de metade dos hipertensos (e são perto de 2 milhões) sabe ter a pressão arterial elevada, apenas um quarto está medicado e apenas um sexto (16%) está controlado (Carrageta, 2005) A HTA é um factor de risco importantíssimo de DCV, e a principal causa de morte e incapacidade no nosso País. É um problema que atinge mais de um quarto da população adulta em Portugal (25 a 30%). Inicialmente, a HTA não causa quaisquer sintomas: só se descobre medindo. A HTA não tratada implica um risco elevado de DCV, que pode progredir, silenciosamente, durante anos. Está bem demonstrado que uma TAS superior a 160mmHg ou uma TAD. 17.

(36) superior a 95mmHg, triplicam o risco de acidente vascular cerebral, duplicando também o risco de doença coronária (Carrageta, 2005). As principais doenças associadas à HTA, e por ela causadas, são: o acidente vascular cerebral, a cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, o enfarte do miocárdio e a morte súbita; a insuficiência cardíaca; o aneurisma dissecante da aorta e a insuficiência renal (Carrageta, 2005). A HTA é muitas vezes manuseada como se uma doença de números se tratasse. Acontece que, de acordo com o que hoje sabemos, a HTA é sobretudo uma constelação de distúrbios metabólicos e estruturais que aumentam a morbilidade e mortalidade cardiovascular. Por outras palavras a HTA parece ser uma manifestação tardia de um denominado e complexo “síndrome hipertenso”, no qual a doença coronária e a doença vascular se podem desenvolver mesmo ainda antes de a pressão arterial estar elevada (Pêgo, 2005). Segundo o mesmo autor, o controlo da HTA reduz o risco cardiovascular, mas não o reduz para todas as DCVs. A redução da TAS tal como a TAD tem de ser uma constante, pois alguns dos mais importantes estudos realizados até agora demonstram que a TAS alta é a mais frequente e a que mais sequelas deixa. Para crianças e jovens ainda não estão definidos internacionalmente valores de referência consensualmente aceites, pelo que consideraremos, tal como Guerra (2002), o percentil 75 (TAD e TAS) como o ponto de corte a partir do qual sujeitos são considerados em risco, isso é, com TA elevada. De acordo com Silva (2005), em 1996 foram notificados, pelos “Médicos Sentinela”, 746 novos casos de HTA (305 homens e 441 mulheres), com uma taxa bruta de incidência 15,4% superior à de 1995. Esta taxa de incidência aumentou progressivamente com a idade, atingindo o máximo nos homens de 65-74 anos e nas mulheres de 55-64, não tendo sido notificados casos de indivíduos com menos de 15 anos de idade. Em 1997 foram notificados 651 novos casos (274 homens e 377 mulheres). Num estudo realizado por Santos (2005), a TAD revelou-se superior no sexo feminino, enquanto a TAS alternou conforme a idade.. 18.

(37) Dwyer e Gibbons (1994), referem uma associação entre a aptidão física, quando analisaram a sua componente cardiorespiratória, e a TAS em crianças, no entanto apontam ainda uma influência maior por parte da ApCr relativamente à TAS, em relação à TAD. Também Hagberg (1995), ao estudar a capacidade cardiorespiratória, aponta para que o aumento da ApCr resulte numa diminuição do risco de desenvolvimento da HTA. Guerra et al. (2002), chegaram à conclusão que os rapazes são mais aptos e possuem menos gordura corporal que as raparigas, os níveis de ApCr parecem não ter uma importante correlação da variação da TA relativamente aos grupos de idade e sexo.. 19.

(38) 20.

(39) III Material e Métodos. 21.

(40) 22.

(41) Material e Métodos. 3.1 Concepção Experimental do Estudo. Este estudo foi desenhado para analisar a relação entre a ApCr (através do VO2máx), e os Factores de Risco de DCVs (IMC, PC, TA) numa população estudantil pós-púbere, de ambos os sexos, matriculada no ano 2006/2007 na Escola Secundária de Valongo Na concepção deste estudo partiu-se do pressuposto que os participantes cumpriram as indicações dadas para o momento da avaliação, em relação à avaliação da ApCr e da TA. Todos os indivíduos, e respectivos encarregados de educação, foram informados do propósito do estudo, do modo e tipo de avaliações e assinaram um termo de autorização.. 3.2 Caracterização da Amostra A amostra foi constituída por 110 indivíduos caucasianos, cujas idades oscilaram entre os 15 e os 18 anos, sendo 74 do sexo feminino e 36 do sexo masculino. A idade e algumas características antropométricas da amostra, em função do sexo, indicam-se no Quadro 3. Idade. Peso. Altura. IMC. (anos). (Kg). (m). (Kg/m ). 2. n. X. DP. X. DP. X. DP. X. DP. Sexo Feminino. 74. 16,1. 0,7. 59,2. 8,4. 1,63. 0,05. 22,3. 3,0. Sexo Masculino. 36. 16,3. 0,8. 70,3. 8,0. 1,75. 0,05. 23,1. 3,0. Quadro 3 – Características antropométricas da amostra. Número (n) de sujeitos, média ( X ) e respectivos desvios padrão (DP) da Idade, Peso, Altura e IMC.. 23.

(42) 3.3 Instrumentos e Variáveis Recolhidas. Na avaliação antropométrica, recolheram-se os dados do peso, da altura e do PC. Mediu-se, ainda, a TA e avaliou-se a ApCr. As avaliações foram realizadas por uma única pessoa com a finalidade de minimizar eventuais erros de precisão. Todas as avaliações foram realizadas no período da manhã entre as 8.30 e 12 horas e após o pequenoalmoço.. 3.3.1 Medidas Antropométricas Peso – Medido através de balança electrónica Tanita. O peso foi registado com o participante descalço, com roupas leves, na posição antropométrica (com o indivíduo erecto de calcanhares juntos e afastamento de cerca de 30º nas suas porções distais, membros superiores lateralmente pendentes, mãos e dedos em extensão apoiadas nas coxas, na zona lateral, cabeça e olhos dirigidos para a frente) e no centro da plataforma de pesagem. O registo foi feito em Kg com valores decimais.. Altura – Medida com estadiómetro SECA®, modelo 206. As medições foram realizadas na posição antropométrica. Após a colocação do sujeito nesta posição, deslocou-se a barra plástica horizontal da craveira até se apoiar no vertex, registando-se o valor correspondente à altura em centímetros. IMC – Foi calculado através da fórmula: Peso/altura2, expresso em Kg/m2.. Perímetro da Cintura – O PC foi medido com fita métrica marca Roche®, flexível e inextensível com escala em centímetros. A fita foi aplicada em torno do perímetro do local que se pretendia medir, e que estava previamente marcado sob a pele de forma a ficar justa, sem apertar. Todas as medições. 24.

(43) foram realizadas duas vezes, com os participantes em posição antropométrica. No PC, o local de avaliação considerado foi a cicatriz umbilical, estando o sujeito com abdómen relaxado e com o técnico de frente para este. Registouse o seu valor em centímetros com valores decimais.. 3.3.2 Tensão Arterial. A TA foi medida no braço esquerdo que se encontrava apoiado e à altura do coração. Colocou-se o manguito do aparelho cerca de 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. Determinou-se a TAS e TAD. Esta medição foi realizada duas vezes com um intervalo de dez minutos e foi considerada a média das duas medições. Se o erro fosse superior a 2mmHg repetia-se a avaliação. O. sujeito. não. falou. durante a medição. Foi utilizado um esfigmomanómetro electrónico Dinamap BP 8800.. 3.3.3 Aptidão Cardiorespiratória. A ApCr foi avaliada através do teste shuttle-run de 20 metros proposto por Léger e Lambert (1982). Formaram-se grupos de dez alunos que corriam um percurso de ida e volta numa distância de 20 metros. O ritmo foi marcado por um compact disc, que emitia um sinal sonoro permitindo que os alunos soubessem quanto tempo tinham para se deslocarem de uma linha para a outra. Inicialmente a velocidade é de 8,5 km/h aumentando 0,5km/h a cada minuto. O teste termina quando os alunos desistirem voluntariamente, ou não conseguindo completar duas voltas consecutivas dentro do tempo permitido. A frequência cardíaca foi monitorizada através de um monitor de frequência cardíaca (Polar Team System, Kempele, Finland) como forma de verificar através da análise da frequência cardíaca máxima atingida durante o teste, se o esforço realizado. 25.

(44) correspondia de facto a um teste de esforço máximo. O número de voltas foi registado numa ficha, sendo utilizada para os cálculos de obtenção do VO2máx., a seguinte equação proposta por Léger et al. (1988): VO2máx. = 31,025 + 3,238 V – 3,248 ID + 0,1536 V ID Em que: VO2máx é expresso em ml. Kg-1. min-1 V = a velocidade atingida na última volta expressa em km/h ID = a idade expressa em anos do aluno a ser testado. 3.3.4 Estádios Maturacionais. Para a obtenção dos estádios maturacionais de cada sujeito, foi tomado como base a identificação das características sexuais secundárias proposta por Tanner (1962). Este autor descreveu as características do desenvolvimento mamário, para o sexo feminino, e da genitália para o sexo masculino e pêlos púbicos para ambos, classificando-os em cinco estádios de acordo com a evolução maturacional. Os alunos reconheciam a figura a que mais se assemelhava com o seu corpo e eram assinalados os respectivos estágios. Para este estudo apenas foram seleccionados os alunos que responderam o estádio 4 ou 5, de modo a ter uma amostra que se encontra já no final da puberdade.. 26.

(45) 3.4 Procedimentos Estatísticos. Os dados foram tratados em computador, através do programa informático estatístico S.P.S.S. (Statistical Package for the Social Sciences) para o Windows, versão 14.0, com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0,05). A estatística descritiva das variáveis emergiu da média, do desviopadrão, do valor mínimo e do valor máximo de cada uma das variáveis observadas. Foi ainda utilizada a frequência para enquadrar os indivíduos nas zonas de risco ou fora delas. Utilizou-se o T-Test para amostras independentes para identificar entre que variáveis em estudo existiam diferenças estatisticamente significativas Calcularam-se os quartis para a variável TA. Procedeu-se, ainda, a uma análise correlacional bivariada entre todas as variáveis estudadas, através da Correlação de Pearson.. 27.

(46) 28.

(47) IV Apresentação dos Resultados. 29.

(48) 30.

(49) Apresentação dos Resultados. 4.1 Estatística Descritiva. No quadro 4 apresentam-se as medidas descritivas (média, desviopadrão, valor mínimo e valor máximo) da amostra total (n=110), de todas as variáveis analisadas.. VO2 máx. IMC. PC. TAS. TAD. (m). (Kg/m2). (cm). (mm Hg). (mm Hg). (ml/kg/min.). 62,8. 1,67. 22,5. 75,1. 128,6. 67,9. 42,5. 0,7. 9,7. 0,08. 3,0. 8,1. 13,6. 7,7. 7,1. Valor Mínimo. 15. 42,90. 1,53. 17,4. 61,0. 96,5. 42,0. 26,6. Valor Máximo. 18. 96,6. 1,89. 34,2. 102,0. 163,0. 86,0. 61,6. Idade. Peso Altura. (anos). (Kg). Média ( X ). 16,2. Desvio-Padrão. Quadro 4 – Caracterização da amostra (n=110).. Da análise do quadro anterior verifica-se que o valor médio do IMC (22,5 Kg/m2) está dentro do patamar normal, tendo em conta os valores de Cole et al. (2000), apesar de o valor máximo ser bastante elevado. Nas restantes variáveis os valores médios situam-se dentro dos parâmetros considerados normais, realçando-se, contudo, o valor alto do desvio-padrão da TAS. No quadro 5 apresentam-se as medidas descritivas (média, desviopadrão, valor mínimo e valor máximo), dos sujeitos do sexo feminino (n=74), de todas as variáveis analisadas.. 31.

(50) VO2 máx. TAS. TAD. (m). (Kg/m2). (cm). (mm Hg). (mm Hg). (ml/kg/min.). 59,2. 1,63. 22,3. 73,6. 124,1. 67,5. 39,4. 0,7. 8,4. 0,06. 3,0. 8,4. 13,6. 7,3. 5,1. Valor Mínimo. 15. 42,9. 1,53. 17,4. 61,0. 96,5. 52,0. 26,6. Valor Máximo. 18. 89,1. 1,79. 33,5. 102,0. 161,0. 86,0. 58,8. Idade. Peso Altura. (anos). (Kg). Média ( X ). 16,1. Desvio-Padrão. IMC. PC. Quadro 5 – Caracterização da amostra – sexo feminino (n=74).. No sexo feminino, tendo igualmente em conta os valores de Cole et al. (2000), o valor do IMC (22,3 Kg/m2) também está dentro do patamar normal, apesar de o valor máximo ser igualmente bastante elevado. No quadro 6 apresentam-se as medidas descritivas (média, desviopadrão, valor mínimo e valor máximo), dos sujeitos do sexo masculino (n=36), de todas as variáveis analisadas.. VO2 máx. IMC. PC. TAS. TAD. (m). (Kg/m2). (cm). (mm Hg). (mm Hg). (kg/ml/seg). 70,3. 1,75. 23,1. 78,3. 137,9. 68,8. 48,9. 0,8. 8,0. 0,05. 3,0. 6,5. 11,9. 8,4. 6,3. Valor Mínimo. 15. 54,9. 1,65. 18,8. 69,0. 42,0. 114,0. 38,9. Valor Máximo. 18. 96,6. 1,89. 34,2. 98,0. 84,5. 163,0. 61,6. Idade. Peso Altura. (anos). (Kg). Média ( X ). 16,3. Desvio-Padrão. Quadro 6 – Caracterização da amostra – sexo masculino (n=36).. O valor do IMC (23,1 Kg/m2) está dentro do patamar normal, também de acordo com os valores de referência de Cole et al. (2000), embora o valor máximo seja igualmente bastante elevado. Nos quadros 5 e 6 observa-se que os rapazes apresentam valores médios superiores às raparigas, em todas as variáveis observadas. A realização do T-Test para amostras independentes permitiu concluir que as diferenças registadas entre os valores médios de algumas das variáveis observadas, entre os 2 grupos da amostra, são estatisticamente significativas, para um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0,05):. 32.

(51) Peso (p=0,000); Altura (p=0,000); PC (p=0,009); TAS (p=0,000) e VO 2máx (p=0,000) De forma a perceber qual o estado da amostra no que diz respeito à prevalência dos factores de risco de DCVs em estudo, foram adoptados pontos de corte internacionais que são apresentados de seguida:. - IMC – Pontos de corte segundo Cole et al. (2000), utilizados para caracterizar a amostra relativamente ao excesso de peso e à obesidade; - PC – Pontos de corte de acordo com Taylor et al. (2000); - TAD e TAS – Pontos de corte (percentil 75), critério definido para os sujeitos com factores de risco de DCVs (Guerra, 2002).. Relativamente ao IMC, verifica-se que a grande maioria das raparigas tem um IMC considerado normal (80%) enquanto as restantes têm excesso de peso (16%) ou são obesas (4%). No que respeita aos rapazes, a maioria também se encontra dentro do IMC considerado normal (69%), ainda assim com um valor inferior ao apresentado pelas raparigas. É nos rapazes que também se verifica o maior valor de excesso de peso (28%), tal como se apresenta na figura 1.. Obesidade. Obesidade Excesso de peso. 3%. 4%. 16%. Excesso de peso 28%. Normal 69%. Normal 80%. Feminino. Masculino. Figura 1: Percentagem de sujeitos do sexo feminino e masculino segundo o IMC. 33.

(52) No que toca ao PC, podem observar-se no quadro 7 os valores absolutos e em percentagem, por sexo, relativamente à divisão da amostra em sujeitos “sem risco” e “em risco”.. Sexo Feminino n %. Sexo masculino n %. Sem risco. 62. 83,8. 29. 80,6. Em risco. 12. 16,2. 7. 19,4. Quadro 7 – Enquadramento do PC de acordo com os pontos de corte de Taylor et al. (2000), e respectiva comparação com os factores de risco. Observando o quadro, verifica-se que a percentagem de sujeitos com um PC considerado “em risco”, é superior no sexo masculino com 19,4%, apresentando um valor mais baixo o sexo feminino com 16,2%.. Quanto à TA, estão no quadro 8 estão as percentagens dos sujeitos considerados “em risco” e “sem risco” para a TAD e a TAS e de acordo com o sexo.. Sexo Feminino % TAD TAS. Sexo masculino % TAD TAS. Sem risco. 74,3. 73. 78,8. 78,8. Em risco. 25,7. 23. 22,2. 22,2. Quadro 8 – Enquadramento de acordo com o ponto de corte de Guerra (2002), para a TAD e TAS e respectiva comparação com os factores de risco.. Da análise do quadro anterior, verifica-se que, o sexo feminino tem uma maior percentagem de sujeitos “em risco” quer para a TAD com 25,7% quer para a TAS com 23% relativamente ao sexo masculino que apresenta para as duas tensões o mesmo valor, 22,2%.. 34.

(53) 4.2. Correlações. Para a amostra total e para cada um dos sexos, fez-se uma análise correlacional bivariada entre todas as variáveis estudadas, através da correlação de Pearson (p<0,05). Os resultados mais importantes dizem respeito à relação entre o VO2máx e as restantes variáveis estudadas, pois este é o principal objectivo do trabalho.. No quadro 9 podem observar-se os resultados de todas as correlações entre variáveis, isto no que diz respeito à amostra total.. IMC. IMC. PC. TAD. TAS. VO2 máx. 1. 0,589*. -0,010. 0,242*. -0,038. 1. -0,008. 0,220*. 0,071. 1. 0,620*. 0,127. 1. 0,395*. PC TAD TAS VO2máx. 1. Quadro 9: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (amostra total) através da correlação de Pearson (*p<0,05).. Verificaram-se correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o IMC e o PC; entre o IMC e a TAS; entre o PC e a TAS; entre a TAD e a TAS e entre TAS e o VO2máx. Não se verificam correlações negativas, estatisticamente significativas. 35.

(54) Para o sexo feminino, os resultados constam no quadro 10.. IMC. IMC. PC. TAD. TAS. VO2 máx. 1. 0,643*. -0,045. 0,178. -0,285*. 1. 0,005. 0,119. -0,111. 1. 0,641*. 0,109. 1. 0,268*. PC TAD TAS VO2máx. 1. Quadro 10: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (sexo feminino) através da correlação de Pearson (*p<0,05).. Verificaram-se correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o IMC e o PC; entre a TAD e a TAS e entre a TAS e o VO2máx. Verificam-se correlações negativas, estatisticamente significativas entre o IMC e o VO2máx. Os resultados do sexo masculino, estão presentes no quadro 11.. IMC PC. IMC. PC. TAD. TAS. VO2 máx. 1. 0,425*. 0,022. 0,319. 0,132. 1. -0,209. 0,108. -0,156. 1. 0,644*. -0,053. 1. -0,153. TAD TAS VO2máx. 1. Quadro 11: Matriz de correlação entre todas as variáveis analisadas (sexo masculino) através da correlação de Pearson (*p<0,05).. Não se verificam correlações estatisticamente significativas, sendo todas correlações negativas à excepção do IMC, isto para o VO2máx. Verificou-se uma correlação positiva estatisticamente significativa entre o IMC e o PC e entre a TAD e a TAS.. 36.

(55) V Discussão. 37.

(56) 38.

(57) Discussão. A discussão deste trabalho resultará da comparação dos nossos resultados com resultados de outros estudos apresentados na revisão da literatura, tendo por base os objectivos deste estudo.. Estatística Descritiva: A prevalência de excesso de peso e obesidade encontrada no nosso estudo, respectivamente 16% e 4% para o sexo feminino e 28% e 3% para o sexo masculino, são superiores às encontradas por Gouveia (2007), onde o sexo feminino apresentou valores percentuais de 10,99% e 1,86% e o sexo masculino 14,22% e 2,61%. Apesar desta discrepância de valores, os resultados dos dois estudos, estão de acordo quanto à prevalência do excesso de peso por sexo. Outros estudos, fora de Portugal e nomeadamente ao nível Europeu, obtiveram resultados distintos, na medida em que alguns se assemelham aos nossos e outros não. Por exemplo, no estudo de Krassas et al. (2001), os valores de excesso de peso e obesidade encontrados estão mais próximos dos nossos, respectivamente com 25,9% e 5,1% para os rapazes e 19,1% e 3,2% para as raparigas. Por seu turno, num estudo efectuado na Suiça, por Zimmermann et al. (2004), com uma amostra de sujeitos com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, os sujeitos do sexo feminino apresentaram uma percentagem superior de excesso de peso, com 19,1% comparativamente aos sujeitos do sexo masculino com 16,6%. Apesar das discrepâncias, os nossos dados só vêm confirmar que a prevalência de excesso de peso e obesidade não mostra sinais de baixar, sendo estes a ameaça que vem surgindo nos últimos anos para a população portuguesa e em especial para os jovens, tal como refere Carrageta (2006).. 39.

(58) No que respeita ao PC, no nosso estudo é confirmada a tendência que foi verificada por Tavares (2006), onde os rapazes apresentaram em relação às raparigas valores médios de PC superiores. Relativamente à prevalência de sujeitos com PC considerado na zona em risco, verificou-se uma percentagem superior (19,2%) de sujeitos do sexo masculino com PC considerado em zona de risco comparativamente ao sexo feminino com um valor percentual de 16,4. Provavelmente isto deve-se ao facto de o sexo masculino ter tendência de acumulação de gordura na metade superior do corpo, e mais propriamente na região abdominal, ao contrário do sexo feminino que a este nível, tem tendência a acumular a massa adiposa na metade inferior do corpo, mais propriamente na zona da anca, tal como referem alguns autores (James et al., 2001 ; Ford et al., 2002).. Quanto à TA, os resultados mostraram que o sexo feminino apresenta em média, valores inferiores, de TAD e TAS, mas aquando do enquadramento em zona de risco ou fora dela, as raparigas apresentaram uma percentagem superior na zona de risco comparativamente aos rapazes. Estes resultados acabam por ir de encontro aos encontrados por Santos (2005), onde a TAD se revelou superior no sexo feminino enquanto que o valor mais elevado de TAS alternou de sexo conforme a idade.. Correlações: Aquando da correlação entre o VO2máx com os factores de risco de DCVs, verificou-se no caso do IMC uma correlação negativa no que diz respeito à amostra total e ao sexo feminino, sendo neste último caso estatisticamente significativa, demonstrando que os sujeitos que apresentam um IMC mais baixo possuem uma melhor ApCr. Já para o sexo masculino a correlação foi positiva mas não estatisticamente significativa. Estes resultados não estão completamente de acordo com a literatura, já que Martins (2005) e Ribeiro (1998) constataram haver relação significativamente inversa entre o. 40.

(59) IMC e a ApCr dos adolescentes para ambos os sexos e não só o sexo feminino como verificado no nosso estudo. O IMC correlacionou-se ainda de forma positiva e significativa com o PC e a TAS no caso da amostra total e com o PC no que ao sexo feminino e masculino diz respeito. Os nossos resultados não vão ao encontro da afirmação de Cureton e Plowman (2001), excepto no que diz respeito ao sexo feminino, pois referem que o excesso de gordura corporal está associado a desempenhos fracos no teste shuttle run e a valores mais baixos de VO2 máx, quando estimado através do mesmo teste.. Relativamente ao PC, quer para o sexo feminino quer para o sexo masculino a correlação com o VO2máx foi negativa mas sem significado estatístico, resultados muito semelhantes aos obtidos por Tavares (2006), onde os sujeitos com menor PC foram aqueles que tiveram maior VO2máx, com diferenças estatisticamente significativas apenas no sexo feminino. Estes dados. sugerem. que. um. indivíduo. com. um. PC. elevado. não. tem. necessariamente uma baixa ApCr. Quando correlacionado com as outras variáveis em estudo, apenas se verificou uma correlação positiva significativa ente o PC e a TAS, isto no que diz respeito à amostra total, resultado parcialmente de acordo com Maffeis et al. (2003), pois segundo este autor o PC associa-se significativamente não só com a TAS mas também com a TAD, independentemente da idade e do estádio pubertário.. Relativamente à TA, e nomeadamente à TAS verificaram-se correlações positivas e significativas com o VO2máx na amostra total e no sexo feminino. Isto indica que são os indivíduos com a TAS mais elevada que têm uma maior ApCr, o que não deixa de ser bastante controverso. No sexo masculino a correlação verificada é negativa não sendo no entanto estatisticamente significativa. No seu estudo, Santos (2005) verificou não existir qualquer relação entre a TA e qualquer outra componente pertencente à aptidão física.. 41.

(60) Contudo são dados que vêm fortalecer a controvérsia existente na literatura, pois Portela (2000), num estudo em que pretendia verificar uma possível relação entre os valores de ApCr e os valores da tensão arterial em crianças do sexo masculino dos 8 aos 9 anos de idade, concluiu que existe uma correlação negativa entre a aptidão e a TA, sendo uma relação forte e inversa. Também Hagberg (1995) aponta que o aumento da ApCr resulta numa diminuição do risco de desenvolvimento da HTA.. A um nível global, estes resultados não permitem afirmar que uma baixa ApCr em adultos jovens está associada ao desenvolvimento de factores de risco de doença cardiovascular, tal como referiram Carnethon et al. (2003), ou que uma reduzida ApCr é um forte preditor de DCV como verificaram Wei et al. (1999), pois no nosso estudo, uma baixa ApCr apenas se mostrou significativamente associada a um factor de risco, o IMC, e exclusivamente no que diz respeito ao sexo feminino.. 42.

(61) VI Conclusões. 43.

(62) 44.

(63) Conclusões. Os resultados obtidos neste estudo sugerem as seguintes conclusões:. - No que diz respeito às médias e para todos os parâmetros observados, os sujeitos do sexo masculino apresentam valores superiores relativamente aos do sexo feminino;. - A prevalência do excesso de peso nos sujeitos do sexo feminino (16%) é inferior à registada nos sujeitos do sexo masculino (28%), enquanto a prevalência de obesidade é inferior no sexo masculino (3%) em relação ao sexo feminino (4%);. - O sexo feminino, com (16,4%), apresentou um percentagem inferior de sujeitos que estão com PC considerado em zona de risco, comparativamente aos sujeitos do sexo masculino com (19,2%);. - Relativamente à TA, o sexo feminino apresentou uma maior percentagem de sujeitos “em risco” quer para a TAD com 25,7% quer para a TAS com 23% relativamente ao sexo masculino que apresentou para a TAD e para a TAS o mesmo valor, 22,2%.. - A ApCr correlacionou-se positiva e significativamente com a TAS para a amostra total e para o sexo feminino.. - Uma baixa ApCr apenas se mostrou significativamente associada a um factor de risco de DCV, o IMC, e exclusivamente no que diz respeito ao sexo feminino.. 45.

(64) 46.

(65) VII Bibliografia. 47.

(66) 48.

(67) Bibliografia. Barata, T. (1997). Excesso de Peso, Obesidade e Actividade Física. Actividade Física e a Medicina Moderna. T. E. C. Barata. Odivelas, Europress, 266-268.. Bento, J. O. (2004). Desporto para crianças e jovens: das causas e dos fins. In: A. Gaya, A. Marques, G. Tani (org). Desporto para Crianças e Jovens: razões e finalidades. Porto Alegre: UFRGS.. Bouchard, C. (1990). Discussion: heredity, fitness and health. In: C. Bouchard, R.J. Shephard, T. Stephens, J.R. Sutton, B.D. McPherson (Eds.). Exercise, Fitness and Health. Champaign IL, Human Kinetics, 147-153. Bouchard, C., Dionne, F.T., Simoneau, J. e Baulay, M. (1992). Genetics of aerobic and anaerobic performances. Exerc. Sport. Sci. Reviews 20, 27-58. Carnethon, M.R., Gidding, S.S., Nehgme, R., Sidney, S., Jacobs, Jr e Liu, K. (2003): Cardiorespiratory fitness in young adulthood and the development of cardiovascular disease risk factors. JAMA. 290, 3092-3100.. Carrageta, M. (2005). Risco Cardiovascular Global. In: M. Carrageta e P. Marques (Coord). Risco Cardiovascular Global. Lisboa.. Carrageta, M. (2006). A Obesidade Abdominal e as Doenças Cardiovasculares. Ritmos do Coração, Nº 31 Julho/Agosto/Setembro 2006. FPC.. Cole, T., Bellizzi, C., Flegal, K., e Dietz, W. (2000). Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. BMJ 320, 1240-1243. 49.

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Referências

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