,
SORTE
VIA
SA
TELIT
Catarinenses
gastam
milhões
na
Pimba,
a
loteria eletrônica
lançada
há
um
mês
pelo
governo do estado
e
que
já
virou
vício
entre
os
apostadores
ZERO OUT 95
se, eram os velhos camponeses
ingleses
que, entre1811 e1813,
quebravam
máquinas
emprotesto contra a
revolução
industri-al).
Algumas
pérolas
de Sale: "acivilização
écatastrófica,
porque destróia simesma e oambientenatural";
"o uso da ciênciaedas suastecnologias
é um atentadoà
Natureza,
é uma tentativa decriar umanatureza
tecnológica,
de modo que a humanidade
possa controlar todas as coisas
da
Natureza";
"nós,
luddistas,
nãosomoscomo osFlintstones: naminha
opinião,
osFlintstonesdispunham
demuitatecnologia
supérflua"
.No
paraíso
vislumbrado porSaledesaparecem
osprodu
tos
tecnológicos
: docomputa
dorao forno de
microondas,
davideocâmera ao telefone
digital.
Atéoautomóvel éumdemônio:
melhor sair por aí numa velha
bicicleta.A
utopia
doúltimodosluddistas é uma volta ao passa
do . Como quase todas as uto
pias
anticientíficas contemporâneas.
C
umaom esteedição
numero,
por
semana.oZERO consolidaAexperiência
seuprojeto
tem sedemostradolançar
válida. Maiores
responsabilidades
estão sendo cobradas dos alunos que sepropuseram a encararodesafio.
Faremos,
porém,
uma
pausa
em nossos trabalhos. De 17a 19 deoutubro,
amaioria dos alunos do Curso deJornalismo
estará em PortoAlegre
partici
pando
do go SetUniversitdrio,
ofestival
de laboratórios de comunicação promovido pela
PUC-RS. Mas o ZERO voltará a serproduzido
na semanaseguinte
aofestival.
Nesta
ediçãoy
ZERO denuncia umaforma
imoral de se conseguir
uma boa nota na Universidade. Por trás dos anúnciosofe
recendo
serviços
dedigitação
de trabalhos se esconde umaprática
que aos
poucos
se torna comum na UFSC:profissionais
sâopagos
por alunos
para
não somentedigitar
mas também elaborar todo otrabalho.
ZERO
explica
comofunciona
aPimba,
a nova loteria do governodo estado
lançada
hápoucomaisdeummês.EmFlorianopolis,
já
existempessoas
queestãoficando
viciadasenãoperdem
umsorteio
-que é
feito
a cadacinco minutos.Mais um candidato à reitoria é entrevistadopor ZERO. Des
ta vez é Nilcéa
Pelandré,
dachapa
Universidade Cidadã. Nilcéa deixou o cargo de vice-reitora e agora querocupar
o cargo de Diomário
Queiroz. Apoiada pelo
atualreitor,
ela quervenceraeleição
disse
Monad,
é a base da negação
da cultura científica.É
paracom ossubprodutos
tecnológicos
da ciênciaque a aversão se manifesta mais claramente: a bombaatômica,
adestruição
da
Natureza,
a"explosão
demográfica".
Confunde-se ciência e
tecnologia (quando
nãoseidentifica ambas com ideolo
gia).
Não sepercebe
que o emprego da
energia
nuclear setornará
indispensável
à sobrevi vência da humanidade;
que adestruição
daNature-Mais
responsabilidade
Nosso"
XX"registrou
breve séculoosmais extraordinários
avanços nas ciências e suas
apli
cações,
transformando o mundoe o nossoconhecimento dele. Sem a
ciência,
avidaquotidiana
em todo oplaneta
seria inconcebível. Basta lembrar
algumas
tecnologias
- das maissimples,
como a
geladeira
e asvacinas,
às mais
complexas:
raioslasers,
energia nuclear,
veículos motorizados,
computadores,
satélites,
meios decomunicação,
etc.
Todo esse progresso foi
acompanhado
dereações
dedesconfiança
emedo,
quando
não de ódio e
rejeição
do conhecimento científico. As ciên ciaserradicarammuitascertezas,
sem
deixar,
em troca, nenhumaconsolação:
nemantropomór
ficas nem
antropocêntricas,
elasnão
projetam
o mundo apenas emfunção
dos nossosdesejos
ou valores.Afinal,
trata-se deconhecimento
objetivo,
e estenão tem
compromisso
com a"felicidade" humana ou com a
resolução
de todos osproble
mas daespécie.
Estadilaceração
éo preço da modernidade.
Esse "mal da
alma",
comocom uma
plataforma política
baseada naexperiência
acadêmica.No
artigo
desta semana, oprofessor
Orlando Tambosi "disseca" os neo
luddistas,
pessoas
que sâo totalmente contrárias ao desenvolvimento
científico
etecnológico. Organizações
que mandambombas a cientistas e universidades e intelectuais que
quebram
computadores
agolpes
de martelo. Paraeles)
qualquer espécie
de desenvolvimentotecnológico
é altamente nocivo à natureza e àhumanidade.
O
jornalismo cientifico,
pauta bissexta noZERO)
é abordadocom um
pesquisador
da UFSCque estáentreosque maisproduzem
trabalhos acadêmicos no Brasil. Ele
faz
parte de uma listapubli
cada no
jornal
Folha de S. Paulo com ospesquisadores
maisprodu
tivos do
país.
O
julgamento
do nome dacapital
no dia cinco de outubro élembrado,
maspara
falar
de outrasimulação
de tribunal dojúri
na
UFSCy
um diadepois.
A matéria mostra como essasimulação
foi
muito maisproveitosa
para a universidade epara os alunosdoque
aquela promovida pelo
curso de história.Para
fechar
o ZERO umperfil
deDozol,
ofilósofo fundador
da
((República
daCaverna",
uma casaconstruída dentro do campusda UFSC. Formado em
Filosofia)
Dozolluta contra a Universidade)
que quer lhedespejar
e atéjá pediu reintegração
depossena
justiça.
que é mais
apropriado
falar emracionalidades do que emrazão
(retardatários,
alguns
intelectuais brasileiros vão debater
o mesmo tema no final do
mês).
E tomeMarcuse,
Adorno e Horkheimer: "razão ins
trumental",
"razão unidimensional",
"razão técnica"-enfim,
crítica da
Civilização
eataque
à"sociedade industrial" ou "tec
nológica"
(não
por acaso, asociedade
moderna,
baseada naciênciae na t e c
-nologia).
Com a informatizaçâo,
au mentam a tecnofobia e arejeição
das tecnologias.
NosEUA,oUn
abomber envia cartas-bombas para
cientistas,
universidades elinhas
aéreas,
e umintelectual que escreveu livros como Rebeldescontrao
futuro
eArevolução
verde ilustrasuas conferências que
brando
computadores
agolpes
de martelo. Refiro-me a Kirk
patrick
Sale(ops!),
líder dos neoluddistas(luddistas,
recorde-"As
ciências
erradicaram muitas
certezas,
semdeixar nenhuma
consolação"
I za econse-qüência
detecnologia
insuficiente,
e não de muitatec-nologia;
e que a"ameaça
demográfica"
resulta do fato de milhões de pessoas serem salvasda mortea cada ano
(graças
aosavanços da
Medicina,
daEngen
haria
Genética,
ete.).
O mesmo "mal da alma"
gerou, durante o nosso
século,
discussões cíclicas sobre a "cri se da
razão",
numaépoca
emJornal Laboratório do Cursode
Silvestrini,
PabloC/audino,
Sérgio
SeverinoRedação:
Curso deJornalismo(UFSC
-JornalismodaUniversidadeFederalde Textos: Aline
Cabral,
CarlitoCosta,
EduardoÇÇf.),
Campus
Universitétio, Trindade,
Editoração: Clayton Wosgrau,
G/adinstonSupervisão:
Prof. Carlos LocatelliAs
ciências
no
banco dos réus
Or/ando
TambosiProfessor
adjunto
do cursoGoverno quer
rolar
dívida de
se
Dívidas
do estado
com
a
União
obrigam
Paulo
Afonso
a
exigir
menos
gastos
nas
secretarias
Crianças
sem-terra
protestam
na
capital
6
mva maisde aumentaruma tentatio dinheiro
disponível
nocaixa do
estado,
ogovernador
Paulo Afonso foi a Brasília na semana
passada
para discutir arolagem
da dívidapública
de Santa Catarina com o ministroda
Fazenda,
PedroMalan. A viagem foi um convite do
presi
dente da
República,
FernandoHenrique
Cardoso,
feito no último dia 25 durante a reunião
dos
governadores.
Aequipe
catarinense apresentou nú
meros da
situação
fmanceira doestado e espera uma proposta
de
negociação.
O Senado vemanalisando uma
diminuição
de11% para 7% nas
parcelas
dadívida,
mas o governo do estadonão acreditana
aprovação
daidéia. SantaCatarina deve
R$
2bilhões ao governo federal.
Esta semana, Neuto de Conto volta a Brasília para um
encontro de
negociação
comMalan. A
viagem
coincide com a proposta do governo federalde trocar a dívida dos estados
pelo apoio
às reformas consti tucionais. Mas Santa Catarinaprefere
ficar com adívida,
porque o secretário da Fazenda
não aprova as
mudanças
tributárias do
jeito
que estão. Asolução
seria aumentar a validade do Fundo de
Compen
sação
dos Estados de um paratrês anos e colocar um rendi
mento de 1% ao ano sobre o
valor. A reforma tributária
tam-Cerca de 300
crianças
fizeramumapasseataemFlorianó
polis
noúltimodia 11 deoutubro. Eram os filhos dos sem
terradas
regiões
oeste,planal
to e centro de Santa Catarina
reivindicando por melhores
condições
de vida no campo eurgência
na reformaagrária.
Munidos com faixas e cartazes
eles foram no Palácio do Go
verno, na Assembléia
Legisla
tiva e na Secretaria de Edu
cação
entregar o manifestofeito
durante
o 10Congresso
Infantil de Areas de
Acampa
mento e Assentamento de SC.
Acesso à escola aos acam
pados
e atendimento médicoodontológico
para as famílias sem terra sãoalguns
dos ítensapresentados
no documentoque, para
frustação
do líderin fantil ItacirPereira,
nãofoientregue
direto nas mãos dogo-bém vai ser discutida com o
ministro Nelson
Jobim
e com aComissão de Assuntos Eco nômicos da Câmara Federal
Com as
dificuldades,
PauloAfonso começou a sentir que seus secretários não estavam
com o mesmo entusiasmo do
início do ano. Assimquevoltou
de
Brasília,
reuniu ocolegiado
e deu uma bronca nos seus colaboradores,
exigindo
"criatividade" nas
soluções.
Imediatamente, os secretários combina ram reuniões para encontrar
saídas e adiantaram que vão fa zercortesnocusteio
-luz,
água,
telefone,
correios-para fazer sobrar dinheiro. O estado gasta
cerca de
R$
30 milhões comeste
tipo
dedespesa.
ComR$
7 milhõespoderia
construir oHospital
Infantil deJoinville.
Comprometimento-A
falta de dinheiro no governo esta
dual se deve ao
pagamento
degratificações
por tempo deserviço
aosaposentados,
assim como são pagos aos ativos. Sãoporcentagens a mais no
salário,
que variam de acordo com o
tempo de
serviço.
Com a inflação estável,
o governo não. ..
consegulU mais Jogar com os
rendimentos. O
pagamento
deanuênios e triênios aos aposen
tados éumdos benefícios que a
reforma administrativa quer
cortar.
Afolha de
pagamento
também
guarda
outro motivo paravernador Paulo Afonso Vieira.
"Ele
escapuliu quando
viuquea gente estava
chegando",
gri
ta ogaroto
de apenas 13 anosàs demais
crianças.
Itacirmora noassentamen toUniãoda VitóriaemFraibur
go
onde,
segundo
ogaroto,
asituação
é dramática.Quando
alguém
fica doente por exemplo
tem'illf
acordarde madrugada,
andar 10km,
pegar umônibuspara
chegar
na cidadeeainda enfrentar fila para con
seguir
umaconsulta,
pois
oúnico
posto
do assentametoestá desativado por falta de
profissionais capacitados.
Mas isso não incentiva ogaroto
asair do campo e vir morar na
cidade. "No campo é
difícil,
mas
ninguém
é assaltado" diz o garoto quepretende
ser técnico
agrônomo.
Mais 5 milcri�nças
vivemo
ZERO OUT 95ofim dodinheiro. Oestadotem
que pagar 120mil
servidores,
oque compromete90% da recei
ta mensal. Além
destes,
aindaexistem outros 24 mil Admiti dos por Contrato
Temporário
-os ACTs. O secretário da
Qua
lidade e
Produtividade,
CésarBarros
Pinto,
não vê melhora para asituação
econômica deSanta Catarina e acha que os
problemas
ainda vão demorara ser resolvidos.
Flávia
Rodrigues
::::��:::;;;�::���!)
di���i§l���ii:
em 62 áreas de assentamentoe
quatro
acampamentosem todoestado. "Nós só queremos nos sos direitosde
educação,
saúde elazer",diz
olíderinfantil,
lembrando as normas do estatuto
da
criança
edoadolescente. Direitos que ele
gostaria
de ga nhar comopresentede dia dascnanças.
Sandra Vieira
Pimba!
Governo
lança
bingo
eletrônico
..,..,...
Sorteios
são
feitos
por
computador
e
divulgados
em
aparelhos
de
televisão
para
260
pontos
de
apostas
avidos
pela
tentação
deganhar
dinheirofácil,
ousimplesmente
por pura
diversão,
milhares decatarinenses foram
fisgados
pela
mais nova loteria instantânea doestado,
o Pimba. Só emFlorianópolis
existem cercade 65unidades de
apostas,
queem ape nas uma semana de funcionamento faturaram em torno de
R$
2 mil.O Pim ba
chegou
ao estado emquatro
de setembro desseano. Na
primeira
etapa
de implantação
do sistema 260 terminais foram instalados em seteci dades:
Florianópolis,
Criciúma,
Joinville,
Itajaí,
Blumenau,
Chapecó
eLages.
"Para a segunda
etapa
pretendemos
instalar 340terminais,
nas cidades deBalneário
Carnboriú,
Brusque,
Rio do
Sul, Tubarão,
J
oaçaba
eConcórdia",
diz o técnico daCompanhia
de Desenvolvimento do Estado de Santa Catari
na
(Codesc),
Izaías Silva.O
jogo,
administradopela
lo teriaestadual,
destina 65% dosrecursos à
premiação
eimpostos.
r f'
') T I.h
Dos 35%
restantes,
13% vãopara a empresa que
ganhou
aconcorrência para
explorar
ojogo
noestado,
a Racinec Informática
BrasileiraS.A.,
9% fazemparte
da comissão do revendedore osúltimos 13% vão
paraobras assistenciais. Todoos
gastos
com ainstalação
de terminais e a
divulgação
do Pirnba são
responsabilidades
da Racinec,
quedevegastar
cerca deUS$
2,4
milhões naimplan
tação
dasegunda
fase do sistema.
No Pim
ba,
oprêmio
máximo é de
R$
70 mil. A pessoaescolhe em
quantos
números
jogar
(de
1 a10)
etambém
estabelece o valor da
aposta,
quevaria de
R$
0,50
aR$
5,00.
Segundo
a funcionária da Roleta
Loterias,
TerezaKunner,
ovalor máximo ,pago em Santa Catarina foi de
R$
2mil. Elaexplica
queosvaloressuperiores
aR$
200 devem serretirados emqualquer agência
doBESC,
numprazo
de 90 dias.Os terminais de
computa
dor dascasaslotéricas estãoliga
dos
diretamente,
através deon-das de
rádio,
ao Centro de Processamento de Dados da Raci
nec em Curitiba. Lá são com
putadas
80 milapostas
por segundo.
Ocomputador
sorteia aleatoriamente 20números,
que são transmitidos para todos osaparelhos
ligados.
Os resultadossaem a cada cincominutos e os
jogadores podem
retirar oprê
mio em
qualquer
casa de aposta.
"Esse
jogo
vicia,
caso aspes soas não tomemcuidado",
dizocontador
S.l.
Segundo
ele,
somente os
jogos
de azar são capazes de reunir tanta
gente
nocalçadão
daFelipe
Schmidt emplena
tarde desegunda-feira.
Cerca de 50pessoas
estavamemfrente ao televisor anotando os
resultados do
jogo.
Parao
representante
comercial Carlos Couto Pereira éains
tantaneidade de resultados que mais chama a
atenção
no Pimba. "A pessoa sabe na hora se
ganhou
ounão",
diz Pereira. Ele acha que essetipo
dejogo
tornou-se uma mania nacional
pela
falta de cultura do povo brasileiro. "Se tivéssemos bonsteatros, mais folcloree interes se
pela leitura,
nãoperderíamos
tempo
com isso". Sónaquele
dia,
Pereirajá
tinhaapostado
10 vezes.E a
tentação
dosjogos
continua. A
partir
do dia 23 de outubro a Codesclançará
oJogo
dosSímbolos,
uma novamodalidade de loteria onde o
apostador
escolhe seis dos 30 símbolosdisponíveis
na tabela."Esses
jogos
darão uma ótimareceita para o estado de Santa
Catarina",
diz Izaías.Michele
Oliveira
Renata
Lago
Florianópolis
terá
a
primeira
estrada
privatizada
do
país
A
duplicação
da rodoviaSC-401 no trecho entre o balneário
de Canasvieiras e obairro do Ita
corubi,
com19,6
km de extensão,
vai trazer à cidade umanovidade que deve causar
polêmica-
acobrança
depedágio.
Cada vez que um carro pas sar
pela
rodovia terá que deixarR$0,77
em dinheiro ou em for ma de cartão no caso de quemprecisar
passar
pela
estrada diariamente.. A taxa será cobrada
num
posto
com 11 boxes entreo acesso a Santo Antônio e a Polícia Rodoviária Estadual. As obras da
duplicação
começaramno último dia21 de
agosto
com uma solenidade no trevo de[u
rerê.
O sistema de concessão cria do
pelo
estado tevecomo vencedor daconcorrênciaa
empreitei
raEngepasa,
que tem três anospara
concluiraobraevai investirR$
30 milhões naduplicação.
Na
privatização
àbrasileira,
aEngepasa conseguiu
um financiamento
parcial
do custojunto
ao
BNDES,
que serápago
com olucro dacobrança
dopedágio.
Aempresafica
responsável
pela
manutenção
econservação
darodovia por um
período
de 25anos. O diretor
geral
doDER,
Renato
Faust,
calculaque a cobrança
sócomeçará
noverão de97,
mas nadaimpede
quea empresacomece acobrara taxaan
tes do término das obras. O
primeiro
trecho a ser concluído será exatamente o do pos
t�
de recolhimento dopcdá
glO.
Não há
precedentes
de cobrança
depedágio
demoradoresde bairro de uma cidade. Caso
haja
problemas
com atarifa,
aEngepasa
estáamparada
porumacláusulacontratual que
res-ponsabiliza
ogoverno
do estadopor
possíveis
indenizações
àempresasobreseus investimen tos.
Para o
gerente
dapousada
Petit,
emCanasvieiras,
MarcosFábregas,
quemmorano Norteda ilha e tem carro tem con
dições
depagarovalor dopedá
gio.
Para ogerente,
o mais importante
sãoasmelhoriase a segurança da
estradá.
A SC-401tem
capacidade
atualdetráfego
de 13 milveículos pordianaalta
temporada,
número que
poderá
chegar
a 30 mil com adupli
cação.
O
projeto
prevê
aconstrução
de cicloviaseacessos elevadosou
subterrâneosno
lugar
dostrevos.Ocomércio atualmenteestabele cido ao
longo
da SC-401 vaisertransferido
paraasviasmarginais.
Os acessos aos balneários de[u
rerê,
Ingleses
e Danielatambémserão reformados.
Preço
de banana-Para apassagem
danovaestrada,
ogo vernopretende desapropriar
80terrenos. O estado
prevê
umgasto
deR$
6 milhões com opagamento
deindenizações.
Osperitos
do DER calculamque
ometro
quadrado naquela
áreaestá custando
R$
26,60
emmé
dia. Há muita área
construída,
principalmente
naregião
dobairro Saco Grande. Assim , o
governo
estaria sepropondo
acomprar
os terrenos apreço
debanana,
mesmo que por umarazão
justificável.
A SC-401 foi
inaugurada
há
dezoito anos e se estende entre
mangues,
morros evegetações.
Sua
construção
causou a redução
deumaparte
domangue
no Saco Grande. Problemas com um relatório deimpacto
ambiental da Secretaria de
De-Um
dia
de
criança
de
rua
Eles não são
conhecidos,
massâo
meninos-prodígios
por seusfeitos. AmarildoFernandoda Sil
va e Leandro Pinheiro
Santos,
ambos de 12anos, estãoentreos
3,5
milhões decrianças,
nafaixade 10 a 14 anos, que trabalham noBrasil. Meninos que
perderam
-se é que conheceram - a
magia
da infância. A
responsabilidade
desustentar afamíliaosobrigou
a trocar as brincadeiraspela
jor
nada de trabalho de doze horas.
Amarildo,
umgaroto
franzino de
grandes
olhosverdes,
carrega uma caixa de
engraxate
nascostas de
segunda
asábado. Nas ceu em SãoMiguel
d'Oeste,
porém
não lembra o dia. Atualmente mora com os
pais
e maistrês irmãos - dois
excepcionais
-numacasinhade
quatro
cômodos emFormosa,
umbairropróximo
aForquilhas,
em SãoJosé
.. Ele éo
caçula
dafamília,
mas desdeossete anos de idade
ajuda
seupai,
umpedreiro
de 67 anos, a sustentar os irmãos.
Todosos
dias,
ogaroto
acorda àsseis
horas,
pegaseumaterial de
serviço,
entra num ônibusque leva cerca de
quarenta
minutos para
chegar
ao centro deFlorianópolis
e só retoma paracasa às sete da noite. "Num dia
bom dá pra
conseguir
até trêsreais",
diz Amarildo. Tirando odinheiro da passagem -
R$
1,20
-o restante ele
entregue
para a�
Ai' d '
mae. em apassagem, as vez-es ele pega
quarenta
centavospara
almoçar
umcroquete.
"Quando
não tenho dinheiro eupeço
emprestado
paraalgum
colega
meu, ouentão nãocomo",
diz.
Quando
chega
em casa ànoite,
Amarildo aindaajuda
suamãea lavara roupae a
louça.
Sódepois
é que vaidormir,
já
der rotadopelo
cansaço. Semaopção
da televisão oudo
rádio,
quando
ele tem
tempo
-normalmente só
aos
domingos
-gosta
de brincar"de se esconder" com os ami
gos.
"Às
vezes eu tambémjogo
bola",
diz omenino,
se manifestando
pela
primeira
vez como umacriança
defato.Sonhandoser
pedreiro
quando crescer, Amarildo só deu ou
tra
demonstração
que era umacriança
quando
disse o que gostaria de
ganhar
nodia 12 de outubro. Emboranãosoubesse que
esse dia
existe,
tampouco
quandoseria
comemorado,
indagado
a
respeito
depresentes
olhou parafrente e, com um olhar
distante,
afirmou que
gostaria
deganhar
chocolates,
muitos chocolates.Leandro,
amigo
e companheiro de trabalho de
Amarildo,
encontra-se em
pior situação.
Com 12 anos e um pouco mais
alto emais falante queo
colega,
a
responsabilidade
de Leandro éaindamaior. Elesustentao
pai
e amãe
desempregados,
cinco irmãosmenores, a irmã mais
velha,
com13 anos e
já
casada,
e ocunhado,
também sem trabalho.
A vida
profissional
de Leandro começou cedo. Desde os seis anosde idade
já ajudava
opai
naroça-
quando
tinhamumaem SãoMiguel
d'Oeste. Trabalhou também colocandovenenos em
plan
tações
dealgodão
numa fazendaparaguaia. ''Aquilo
queimava
asmãos",
dizele,
queprefere
o trabalho de
engraxate.
Só com a
primeira
sériepri
mária'
ele acredita que o estudoseria uma forma de melhorar de
vida. "Seeutivesseestudadogos
tariade sercantor
sertanejo",
falacomo uma pessoa
vivida,
usandosempre os verbos no
passado
e semmuitasperspectivas
defuturo,
apesar da pouca idade. "Eu sem
pre tive que
trabalhar,
não possoestudar",
conclui.Leandro,
assim como Amarildo,
não sabia que no dia 12de outubro comemora-se o dia
da
criança. Porém,
quando
lembrado,
demonstrou-se mais ambicioso que o
amigo
e disse quegostaria
deganhar
uma bicicleta.
Sandra
Vieirasenvolvimento Urbano e Meio
Am biente e uma liminar na
justiça exigindo
o detalhamentodo queeraMataAtlânticaao
longo
da viaobrigaram
aEnge
pasa a alteraro
projeto original
da
duplicação.
O atual
projeto
nãoatinge
mais a reservabiológica
de Ca-"
rijós,
porissoaFatmapermitiu
que as obras
começassem.
ODER
ajudará
nasdemarcações
e na
fiscalização
dareserva.Umapedreira
emRatones,
a mesma#
que forneceu matéria
prima
ii'%.paraa
construção
daestrada,
vai serreativada para aduplicação.
Como
compensação
pelos
possíveis danos ao
ambiente,
aEngepasa
ficacomprometida
com acriação
de uma reserva biológica
com customínimode 1 %do valor total da obra.
AIi.1e
Cabral
ZERO OUT
95
runs sobre
Educação)
Cultura)
Qualidade
Vida eContribuiçâo
no
Projeto
Político Nacional deixaram clara que a
educação
é opassaporte para
acidadaniaequea universidade é a
instituição
mais
qualificada
para
construiro
projeto
de umapolítica
nacional)
já
que trabalhamos comtodasasáreas.
Qual
é a suaposição
sobre a Lei de Diretrizes e Ba
ses da
Educação},
Somosa
favor
daproposta
dosenador Cid Sabóia. Ela éa que
contemplá
amanutenção
dauni
versidade
pública
egratuita.
Enecessária a
democratizaçâo
doensino)
pesquisa
eextensão.Vice-reitora
quer agora
ser
a
titular do
cargo
e
continuar
o
trabalho de Diomário
Queiroz
Nilcéa é
a
candidata
da
situação
quena semana
passada
ocomitê de
articulação
já
tinha reunido 60 pessoas.
Eles têm
apoio
maiorjun
to aos
professores,
mas afir mam que o eleitorado entreosservidoresvemcrescendo. "Isso
acontece porque a
política
devalorização
de recursos humanos da atual
gestão
mostrapreocupação
com aqualidade
devida de nosso
funcionários",
contabiliza a candidata. o que si
gnific
a ser uma candi datura acadêmi ca? An -tesde tudo)
signi
ficu
terformação
acadêmi-ca. Osoutroscandidatostêmape
nas a
graduação.
Além disso épreciso
viverainstituição)
nósso mosprofessores
dededicação
exclusiva e temos
experiência
comensino)
pesquisa
eextensão)
alémda
administração.
O outro candidato tem somente a
experiên
cia administrativa e a universi
dadenão
pode
ser umtrampolim
político.
Se vocês
prometem
se-US$
100mileUS$
170mil". Arecomendação
de Nome é paraque o Brasil
siga
oexemplo
doJapão.
"Muitospaíses
copiaram
oqueos outros
produziram
e sesaíram muito bem".
Química
fina - Outrasaídapara o
Brasil,
segundo
Nome,
seria investir na
química
fina.Esse setor da
química
fabricaprodutos
poucovolumosos,
mas com um custo elevado porquepassam por várias
etapas
e exigem
equipamentos
sofisticados. Estãoincluídasaíaperfumaria
e a síntese de remédios como oAZT,
já
produzido
naUFRJ.
"Empresas grandes
não tem interesse em
produzir
nessa área.Prefereminvestiremcoisas mais
simples".
Paraaumentar onúmero de
químicos qualificados,
oprofes
sor Faruk Nome e suaequipe
priorizaram
aformação
dedou-guir
o que foiproposto
pelo
atual
reitor,
o que ainda falta e deve ser feito se a
chapa
Universidade Cidadã for e
leita?
Nossa
chapa
vai ser eleita.Do atual
programa
nós aindaqueremos
implementar
a revisãodasnormasde
extensão)
oquejá
foi
avaliado dentro da universidade.
Agora
nós queremos sabera
opiniifo
dos usuários destesserviços.
Epreciso
também elaborar uma
política
cultural. Naeleição
anterior nós tínhamos aidéia de criarumaorquestrasin
jônica.
Com aestruturação
daOrquestra Sinfônica
de Santa Catarinafica
adúvida: será queFlorianópolis
comporta
duas orquestras?
Duranteomês de setem
bro sua can-
""""'c=-..",...---�--didatura
Joice
Sabatke
AI
ilcéalandréLemose Carlos AlPeberto Szücs encabe çam a
chapa
Universidade Cidadã,
quepretende
dar conti-nuidade ao trabalho do atualreitorda UFSC. Nilcéa deixou
o
gabinete
de vice-reitorapara concorrer à vaga titular da administração
universitária. Aos44 anos, ela está em dou
toramento na área de Educa
ção.
Ele tem 43 anos e é doutor em
Engenharia
Civil. Sãoprofesso-res de
dedica-
"O
outro
candidato
tem
somente
experiência
administrativa
e aUFSC
não
pode
servir
de
trampolim político"
Químico
aponta
saída
para
pesquisa
no
país
ção
ex clusiva à UFSC e se utili zam des ta carac terística para de terminar operfil
de suacampanha.
"Somosurna candidatura
acadêmica",
define Nilcéa.A
campanha
é financiada pordoações
desimpatizantes
epromoções.
Até o dia dois deoutubro,
já
tinhamsido arrecadados
R$
11.537,05
egastos
R$
6.362,49
empublicidade.
Nilcéa não avalia
quantas
pessoas estão diretamente en
gajadas
nachapa,
mas relataNãoháumaempresanacio
nalna área de
química
que pos sacompetir
emigualdade
decondições
com omercadoexterno.Tudo porque faltaao
país
urndos fatores essenciais para o de
senvolvimento
tecnológico:
profissionais qualificados.
Por issoasmultinacionais nãoinvestem no Brasil em
projetos
queexijam
mão-de-obramuitoespecializada , comoéo casodasin
dústrias de
ponta.
Aconclusão é doprofessor
FarukNome,
doDepartamento
deQuímica
da UFSC e um dos maisimpor
tantes cientistas do
país.
"E difícil desenvolvertecnologia
com urníndice de analfabetismo como o do Brasil".
Apesar
doquadro
desanimador,
oprofessor
Faruk Nomeapontou
urna alternativa: a cópia.
"Nãotem outrojeito
de produzir,
pois
formar um fármacoleva tempo e custa caro. Entre
promoveu
quatro
deba tes.Quais
propostas
fo ram recebi das através deles? OsFóruns da Universi dade Cidadã trouxeram ao nossoprogra
ma apartici
pação
quequeremos manter durante nosso ma n da to .
Queremos fa
zer da UFSC uma untverst dade matscomprometid,!,
coma comunsdade. Os
fó�
Nilcéa:perfil
acadêmicocontra administrador,
tores em
química
na UFSC."Esse foi o único
jeito
de amenizar a deficiência de espe
cialistas no estado". As estatís
ticas
apresentadas
pelo
professor
assustam.Há quase20anos em
presas
particulares
nos EUA tinham centros de
pesquisa
commaisde mil doutores em
quími
ca. O Brasil sóalcançou
essenúmero agora.
sorFarukNomeesósecompro
meteu a fazer a
divulgação.
Oapoio fmanceiro,
segundo
ele,
é"capenga".
No anopassado,
asecretaria liberou apenas
US$
400 mil dosUS$
8milhões des tinados apesquisa
científica.A
formação
profissional
doprofessor
FarukNornecomeçouno
Chile,
sua terra natal. Entre 1964e1970 estudouBioquími
ca na Universidade do
Chile,
únicocurso com
vagasna
época.
A
partir
de 1971 trabalhoucomo
presidente
Salvador Allendenaprodução
de leite apartir
dafarinha de
peixe.
Isso porque,segundo
Nome,
aprioridade
dogoverno era saciar a fome dos
chilenos. De 1974 a
1976,
Nome fez doutorado no estado
americano do
Texas,
e está noBrasil desde 1977. Central de
análises-
Alémda
formação
de recursos humanos, ocientistadecidiumon
tar uma Central de Análises.
Nela serãoestudadas amostrasde materiais. O
serviço
pretende
atender a todo o estado e issopermite
economia depelo
menosUS$
500 mil. Dinheirogasto,
atualmente,
com essetipo
depesquisa
feitaemlaboratórios doRio de
Janeiro
e São Paulo. Asecretaria de Ciênciae Tecnolo
Alunos
pagam para
não
estudar
Estudantes
desembolsam
até
R$
300
por
trabalhos
universitários
6ntre
anúncios de lu gares para morar ecomputadores
paravender,
nos murais da UFSCencontram-se também "fabri
cantesde trabalhos universitári os". Coma
garantia
desigilo
absolutoe o
pagamento
que variade
R$
100,00
aR$
300,00
qualquer
pessoapode
enc9men darseutrabalho escolar. E claro que amaioria dos anúncios ofe rece apenas adigitação
do conteúdo - obedecendoas
regras da ABNTeatendendo às
exigências
dos
professores
-mas
alguns
"prestadores
deserviço"
fazem todas asetapas
dotrabalho,
desdea
pesquisa
atéaelaboração
dotexto.
NemoMinistério daEdu
cação,
nem asinstituições
deensinorealizam
qualquer tipo
derepressão
a essa atividade que,embora
ilegal
efraudulenta,
temgrande
procurapelos graduan
dos. Aprofissão
deghost-writer
(escritor-fantasma)
não faz milionários,
mas garanteum bomreforço
noorçamento.J,M.
é formadoemHistória
pela
UFSCe,além de aulas
particulares,
faz trabalhos de História ediscipli
nas similares comoEducação
eGeografia.
S.S. éamiga
deJ.M.
Um dia
depois
que o cursode História resolvia
julgar
se onome da
capital
catarinense erahomenagem
ouhumilhação,
oDireito da UFSC realizouo Tri
bunal do
Júri
Simulado,
urntipo
de
julgamento-laboratório
envol vendoprofessores
ealunosdocurso. O Tribunalaconteceu no au
ditóriodocentroSócio-Econômi
codas 15 às 20horasdo dia
6,
eteveurn
público
razoável. Embo ra ojulgamento
tenha sido urnaatividade
acadêmica,
o casojulga
do foi verídico.
Em 1993 Pedro Antônio
Prudêncio,
de 54anos,matouseugenrocomseis
tiros,
emBraço
doNorte,
sul do estado. Nojulga
mento
oficial,
foi condenado porhomicídio
a 12 anos deprisão
.No
simulado,
a defesaconseguiu
a
absolvição,
alegando
legítima
defesa. Venceu com
quatro
votoscontratrês.
e tem como
característica
a polivalência. "Encaro
qualquer
disciplina",
gaba-se.
A maioriados textos que os dois
produzem
sâo trabalhos normais de
graduação,
custando
aproximadamente
R$
100,00.
Masaschamadasmonografias
de ba charelado também são"fabricadas", poden
dochegar
aR$
300,00. "Já
fiz até um trabalho de mestrado para um conhecido doParaná",
revelaJ
.M.Agilidade
naprodução
- O trabalho dos
ghost
writers é bem-feito epode
garantir
boasnotas. O custo para
cada
página
lida é deR$
0,80,
o que fez comque
J
.M.freqüentasse
um curso de leitura dinâmicapara
agilizar
aprodução.
Apá
gina
escrita saiporR$
4,00
ouR$
5,00.
TantoJ.M.
quantoS.S. sabem queo que estão fa
zendo não é certo. "Nós esta
moscometendouma
irregulari
dade,
mas é só porquealguém
nosprocura",
defende-se S.S.UmestudantedeDireito
da UFSC que tambémnão
quis
se identificar é cliente assíduo
de S.S. e, recentemente, tirou
nota
9,0
em umtrabalho sobredireitotrabalhista. "Trabalhoo
dia inteiro e não tenho tempo
para ler e
escrever",
explicava
o aluno de Direitoenquanto
pagava
R$
96,00
por um trabalho de 20
páginas.
"Sei quenão é nada
ético,
maspreciso
me
formar",
justifica
o futuroadvogado.
Segundo pesquisas,
osfantasmas não sâo um
privilé
gio
nacional. NaAlemanha
uma
investigação
recenteconstatouque
pelo
menos 300doutores se formam todos os anos
às custas de trabalhos alheios.
No Brasil não se tem idéia dos números emuitomenos do que
fazercom
relação
aoassunto. Apedagoga
Maria Scolatti de fende aaproximação
doprofes
sor com oaluno. "Um bomorientador,
exigindo
dedicação
eEm 93oréu
foi
condenadoadoze
anospormatarocunhadotestemunhas,
defesaeacusação
sevaleram dos autos do processo
paraas
argumentações.
Ojuiz
foiJúlio
César deMello,
do fórum daUFSC,
queiniciouoTribunaldidaticamente,
mostrandoosprolou a
acusação,
composta
pelos
alunos
Juliano
FrohnereVivianeNocetti Graciosa. Uma hora e
meia
depois
foiavezdadefesa,
acargo dos alunos Adolfo Penku
hn,
Werner Kurth e Marceloacompanhando
deperto
o trabalho de seu
aluno,
consegueevitar as fraudes e melhorar a
qualidade
dostrabalhos",
expli-ca.
J.M.
já
fezaproximada
mente 100 trabalhos para ter
ceiros.
Desses,
nenhum voltou para reclamar daqualidade.
Três
voltaram paraagradecer.
E
provável
que não tenhamtido dificuldades para a ob
tenção
de uma boa nota.Eduardo Mira
Tanto a defesa como a
a-s:
�
cusação
tiveramorientação
de�
professores
e encararam com sefi?riedade suas tarefas. Vestidos
::.
�
comastradicionais togas,capri-�
charamnasargumentaçôes,
mos�
trando conhecerooficio.Os âni-mosseacirraramemalguns
momentos,masnada
comparável
aoúltimo
Tribunal,
realizado há dois anos e que terminou emconfusão.
O que valeu paraos dois la
dosfoia
reprodução
deum ambiente
profissional
do trabalhojurídico. "Participamos
destejul
gamento para
aprender
e, mes mosemganhar, atingimos
onos soobjetivo",
afirmouJuliano
Frohner. Foi um
julgamento
maisútil paraaUniversidade do
que
aquele
quejulgou
FlorianoPeixoto,
umex-presidente
queestáhá décadas debaixo daterra.
Julgamento
simulado absolve homicida
ZERO OUT
95
.::::#!��f
ii
A
república
da
caverna
Ex-aluno constrói
casa
no
campus
e
adota universidade
como
lar
Há
quatro
anos ex-aluno''filosofa
"...L
. '. \ Q�
'\'l
I I } ·i... escreveA Voz daCavernaà mão...
... equer odireito de vivernocampus
Dozol construiu a casa em 91 eéo único morador.
Vizinhos
nem ocumprimentam
araMoacirdeOliveira Dozolauni vetsidadenãoéo seu
segundo
lar-éo
primeiro.
Aos36 anos, ex-alunoda Universidade Federal de Santa
Catarina,
ele éoúnico habitante da"República
daCaverna".A casa,construída por
ele,
ficanumdos
lugares
mais bonitos do campus-a 100m
da
Igrejinha
daUFSC.Na porta, 10sementes de urucum
pendu
radase
algumas colagens.
Umrecortedejornal
diz: "HazelRodgers,
75,
furna maconha noCannabisBaver) Club de SanFrancisco." Urn adesivo sugere a
reformulação
do tratamentopsíquico:
"Manicômio. Tireessaidéiadacabeça".
Eum
pensamento
gregocompleta
adecoração
da entrada: "Ondeentraosol nãoentra-omédi
co".
coelhos que Dozol criava. Com a mortedos
coelhos,
queparaele foicriminosa,
nãotez maissentido continuaro curso de
Agronomia
iniciadoem 90.
Na varanda da
república,
as bandeiras doPC do
B,
do PTeda cidadecanadense deQue
bec combinam-se tanto quanto as linhas de
raciocínio de Dozol.
Perguntado
sobre a suaatual
ocupação, improvisa
urn discurso querelembra o
feudalisrno,
passapela
Revolução
Industrialeterminana
constatação:
"E... achoqueisso queeufalei não ficou muito claro...".
Dentro daCavernaaúnica coisanovaé a
geladeira
Consul-urnadas poucas
aquisições
depois
damotoHondaSuper
Sport.
Notanque da moto, um adesivo: "Use cinto". Orelógio,
quemarcasempreamesma
hora,
ficaI}a parede
próximo
àescada quelevaaosotão. Elá que ofilósofofazas suas reflexõesnoturnasedor me.Muro de
Berlim-Depois
detercomo moradoroatualcoordenador dacentral de segu
rança do campus, Sálvio
José Vieira,
a CEUabriga
hoje
estudantes que nemcumprimen
tam o morador da casa ao lado. ''Existe um murodeBerlimentre
nós",
confessaDozol.Em
83,
noprimeiro
dos cinconúmerosdojornalA
TfJzdaCaverna,
que eleescreveàmão,
Dozol
publicou
a carta docompanheiro
de faculdadeJúlio
Balthazar. Nacarta, urn conselhoquefez
questão
de nãoatender:"CósmicoDozol. Nósaboliremoso
Estado,
afamília,
aescola,
areligião,
oexércitoetodososapare
lhos de
dominação
do Estado. Continuecomigo quesereis
grande".
Doisanosdepois,
Júlio
se enforcoucom aprópria
cinta.O dinheiroqueDozolconseguecomopro
fessor defilosofiano
colégio
AníbalNunes Piresé osuficiente para a sobrevivência. Prestes a
terminar de lerO
Capital,
deKarlMarx,
elejá
defendeujunto
àreitoriaodireito depermane cer na casa. O argumento "Souum cidadão e nãotenhoparaondeir",
deucerto. Mesmocom opedido
dereintegração
de posse feitopela
UFSC,
que tramitanaJustiça Federal,
elecontinuano
lugar
queconsideraseupordireito. Em
1979,
Dozol deixouLaguna
paracursarFilosofiana
UFSC,
que apartir
daíseria a sua residênciadefinitiva. Até 81 ele morou empensão,
barraca e no Centro Acadêmico deFilosofia,
atéfundar,
commaissetecompanhei
ros, a Casa do
Estudante
Universitário-tam
bém chamadade CEU.
Dozol
já
haviaconcluídoobacharelado e alicenciatura
quando largou
após-graduação
em89. Namesma
época
surgiram
asprimeiras
intrigas
entreosmoradores daCEU."Quando
asdiferenças
dehábitosecostumestomaram-seinsuportáveis,
comeceia,construir
umacasinhademadeira do lado da
CEU",
conta.Depois
de teraintegridade física
ameaçada
porum
ex-boxeador,
Dozol diz que veioa"gota
d'água".
''Eucheguei
em casa evi a porta domeuquartoarrombada.Meuspertencestin'wn
sido
revirados",
conta.No dia 3 deagostode 91 ele fundou aRepública
da Caverna. O nomerepública
sugere umapensão
ondeo donoé oúnico
hóspede.
Apalavra
caverna define umlugar
quaseescondido.
Gatosecoelhos -Acasaéocentrodeum
pomar
onde,
entre apredominância
de bananeiras,
épossível
encontrar outros 16tipos
de fruta. Inclusiveumaamarela queomoradorda cavernachama de "cabeluda". Osgatosquerodeiama casa nãoseassustam