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O perfil do trabalhador informal da Região Metropolitana de Salvador: uma leitura dos dados da pesquisa de emprego e desemprego

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Academic year: 2021

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(1)MANOELA FALCÃO DO AMARAL. O PERFIL DO TRABALHADOR INFORMAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR: UMA LEITURA DOS DADOS DA PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO. SALVADOR 2002.

(2) MANOELA FALCÃO DO AMARAL. O PERFIL DO TRABALHADOR INFORMAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR: UMA LEITURA DOS DADOS DA PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO. Monografia apresentada no curso de graduação de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Dr. Luiz M. Filgueiras.. SALVADOR 2002.

(3) AGRADECIMENTOS Gostaria de prestar meus sinceros agradecimentos a Deus. Aos meus pais e irmãos pelo apoio. Ao professor orientador, Luiz Antonio M. Filgueiras, pela competente orientação, ao professor Laumar pela cooperação e aos demais professores e funcionários desta instituição. Agradeço, também, aos funcionários da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) pela colaboração na realização deste trabalho. E ainda, aos amigos e namorado que sempre me incentivaram.. Enfim, agradeço a todos que contribuíram de maneira direta ou indireta para realização deste trabalho..

(4) RESUMO. O objetivo desta pesquisa é estudar, a partir dos distintos conceitos de informalidade encontrados em sua literatura especializada, o perfil do trabalhador informal da Região Metropolitana de Salvador, tendo por referência a segunda metade da década de 90, mais precisamente o período que vai de 1996 a 2001. As informações decorrentes deste trabalho estão baseadas nos dados sistematizados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Salvador. Através desta pesquisa, foi observado que, independentemente do conceito de informalidade que se utilize, o perfil do trabalhador informal é caracterizado por uma maior presença das mulheres, dos negros, dos mais jovens, dos ocupados com menores graus de instrução e que auferem um baixo nível de rendimento. Conclui-se, pela necessidade de se definir claramente o conceito de informalidade ao se iniciar um trabalho, pois, caso contrário, este termo por englobar fenômenos tão heterogêneos, irá dificultar a compreensão do mercado de trabalho..

(5) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO. 6. 2 A COMPLEXIDADE DO TERMO INFORMALIDADE 2.1 SETOR INFORMAL - PRIMEIRO CONCEITO DE INFORMALIDADE 2.2 ECONOMIA SUBTERRÂNEA - SEGUNDO CONCEITO DE INFORMALIDADE 2.3 ATIVIDADES NÃO FORDISTAS – TERCEIRO CONCEITO DE INFORMALIDADE 18. 14. 3. 20. INFORMALIDADE NO BRASIL. 9 9. 3.1 PRIMEIRA FASE DA INFORMALIDADE BRASILEIRA. 20. 3.3. SEGUNDA FASE DA INFORMALIDADE BRASILEIRA. 22. 4. A INFORMALIDADE NA RMS. 25. 4.1. SETOR INFORMAL.. 27. 4.2 ECONOMIA SUBTERRÂNEA. 29. 4.3 ATIVIDADES NÃO-FORDISTAS. 31. 4.4. 34. O PERFIL DOS OCUPADOS NA INFORMALIDADE. 4.4.1 Setor Formal X Setor Informal. 34. 4.4.2 Economia Registrada X Economia Subterrânea. 38. 4.4.3. Atividades Fordistas X Atividades Não-Fordistas. 42. 4.5. ANÁLISE DOS RENDIMENTOS. 46. 5. CONCLUSÃO. 52. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS. 55.

(6) 6. 1 INTRODUÇÃO. O presente trabalho teve por objetivo estudar o perfil do trabalhador informal da Região Metropolitana de Salvador (RMS), tendo por referência a segunda metade da década de 90, mais precisamente o período que vai de 1996 a 2001. Os trabalhadores informais foram agregados em grupos de trabalhadores definidos a partir das três concepções teóricas presentes na literatura especializada de Economia e Sociologia do Trabalho sobre informalidade.. Assim, o estudo ora proposto analisou, com base nas três concepções teóricas acerca do conceito de informalidade, o perfil dos trabalhadores que desenvolvem atividades na economia informal. Para tanto, estuda as origens e as características destes conceitos.. Apesar de ser um tema já muito discutido, o fenômeno da informalidade continua sendo o centro principal de muitas pesquisas, por dois motivos principais O primeiro consiste na sua complexidade, pois ele engloba muitas atividades distintas em um só fenômeno. E segundo, e mais atual, devido à ampliação da informalidade na economia, resultante dos processos de globalização e reestruturação produtiva, juntamente com a implementação de políticas neoliberais, em curso nos países subdesenvolvidos desde os anos 90 e nos países centrais desde os anos 80, que têm levado, portanto, a uma mudança significativa nos seus mercados de trabalho. Embora possuam especificidades em cada país, as conseqüências desses fenômenos têm as seguintes características comuns: a elevação das taxas de desemprego do país, a ampliação e o agravamento da precarização do trabalho, uma crescente desregulamentação do mercado de trabalho, a ampliação da terceirização e surgimento de outras formas precárias de contratação, o aparecimento e destruição de ocupações e, portanto, o crescimento acelerado das atividades informais.. Uma vez que esse estudo pretendeu analisar as características dos trabalhadores inseridos em atividades informais a partir das três concepções teóricas existentes na literatura sobre informalidade, tendo, portanto, de estudar as origens e as características de cada um desses conceitos, a sua questão central foi saber se existem diferenças nos perfis dos trabalhadores.

(7) 7. engajados nestas atividades a partir das suas distintas concepções e, se de fato houvesse estas diferenças, identificá-las.. A hipótese essencial que norteou este trabalho é a seguinte: apesar dos distintos conceitos de informalidade agregarem conjuntos de ocupações diferentes, o perfil dos trabalhadores informais, na sua essência, não se alterará, em razão desses fenômenos possuírem como principal característica a precariedade de suas atividades.. O estudo se constituiu a partir de duas fontes essenciais de informações. A primeira foi a pesquisa aprofundada da literatura existente sobre o assunto, tanto na economia quanto na sociologia do trabalho, de forma a estudar os distintos conceitos e suas respectivas origens de informalidade e trabalho informal.. A segunda fonte de informação foi os dados sistematizados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Salvador (PED/RMS) que é realizada pela Universidade Federal da Bahia, Dieese e SEI/Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia.. Sua metodologia permite, a partir da distribuição dos ocupados segundo a posição na ocupação, extrair o segmento específico de trabalhadores informais que se quer estudar, de acordo com a definição das distintas concepções do que seja informalidade.. Existem diversas formas de agregar os tipos de trabalhadores informais a depender do conceito que se queira trabalhar, o que vai ser observado no desenvolvimento do trabalho. Além disso, as maneiras de se agregar as categorias de trabalho informal variam dentro de um próprio conceito, gerando, portanto, resultados distintos para um mesmo conceito definidor de informalidade. Desta forma, os resultados poderão variar a depender dos grupos de trabalhadores que sejam agregados na definição de formalidade e informalidade..

(8) 8. Assim, comparam-se os resultados destes grupos de trabalhadores decorrentes de aplicações empíricas, através da utilização dos dados sistematizados PED \ RMS, analisando as características (sexo, cor, idade, grau de escolaridade e nível de renda) dos trabalhadores inseridos na atividade informal a partir de cada conceito.. Além dessa introdução, este texto é composto por mais quatro seções. A segunda seção apresenta a complexidade do termo informalidade, esclarecendo os distintos conceitos de informalidade/trabalho informal e suas origens. A terceira aborda o mercado de trabalho brasileiro e sua relação com a economia informal. A quarta seção trata da metodologia utilizada na elaboração do trabalho e a demonstração, através de tabelas, da hipótese. Por fim, a conclusão sintetiza os resultados encontrados e apresenta a comprovação ou não da hipótese do trabalho..

(9) 9. 2 A COMPLEXIDADE DO TERMO INFORMALIDADE. O termo informalidade, desde suas origens, se constitui num dos mais complexos da literatura, pois ele engloba diferentes categorias de trabalhadores com inserções ocupacionais muito distintas. Assim, os seus diversos significados e seus distintos usos podem variar a depender da concepção teórica e do objeto de estudo de cada autor. Desse modo, o trabalhador informal / a informalidade podem ser considerados como: o trabalhador autônomo, o empregado assalariado sem carteira de trabalho assinada, o pequeno produtor, o empregado doméstico, o trabalhador terceirizado, o trabalho a domicílio, as cooperativas de trabalho, as atividades criminosas, o trabalhador familiar, etc; ou um conjunto específico destes fenômenos. "O conceito de mercado de trabalho informal é bastante controverso na literatura, havendo uma variedade muito grande de estudos para caracterizar o papel deste mercado na economia capitalista" (BRAGA; FERNANDES, 1999, p. 27).. Apesar da sua grande heterogeneidade, a informalidade é empregada, na literatura, tendo por referência dois critérios distintos, que são trabalhados a partir de três diferentes conceitos e inúmeros formas de operacionalização. O primeiro desses critérios distingue o formal do informal a partir de um princípio econômico, ou seja, distingue as relações de produção em tipicamente capitalistas ou não; o segundo, aborda essa diferença a partir da legalidade ou ilegalidade das atividades.. A seguir serão examinadas as origens e características desses critérios e os seus respectivos conceitos.. 2.1 SETOR INFORMAL - PRIMEIRO CONCEITO DE INFORMALIDADE. O primeiro conceito foi elaborado no início de 1970, como resultado de um estudo sobre a estrutura produtiva e de emprego e renda no Quênia, realizado no âmbito de um programa de estudos de iniciativa da OIT (Organização Internacional do Trabalho), no final dos anos 60, denominado Programa Mundial de Emprego. O objetivo central dessa análise foi a de.

(10) 10. examinar a evolução do emprego e da renda nos países em desenvolvimento com ênfase naqueles em que o Estado tinha implementado um processo rápido de industrialização.. A principal contribuição deste estudo foi a criação de uma tipologia alternativa denominada de setor formal/informal, alternativa à concepção teórica e operacional dualclássica (setores moderno/tradicional) que era utilizada, até então, nos países em desenvolvimento.. Segundo este estudo, o setor informal é conseqüência de um elevado crescimento demográfico, que produziu um processo de migração de indivíduos das zonas rurais para as cidades, gerando, por sua vez, um excedente de mão de obra nos espaços urbanos em razão da incapacidade de absorção dos setores modernos associados ao processo de industrialização ocorrido no pós-guerra nos países periféricos. Assim, essa população não absorvida, desprovida de mecanismos institucionais garantidores de uma renda mínima, como por exemplo, o seguro desemprego, tem como única opção para sobreviver, a ocupação em atividades precárias, ou seja, fora das relações salariais e sem proteção social.. O rápido processo de industrialização apesar de ter gerado inúmeras e variadas atividades, destruiu atividades tradicionais, liberando força de trabalho em um volume maior do que a capacidade de absorção do processo de modernização. Dessa forma, foram criadas novas atividades às quais esse contingente de trabalhadores se inseria sem resistência, objetivando usufruir algum rendimento para a sua sobrevivência. Além disso, por essa população emigrante não ter em sua tradição o trabalho assalariado, havia o direcionamento direto desses para as atividades informais.. Deste modo, o processo de industrialização ocorrido nos paises em desenvolvimento gerou diferentes formas de atividades, que embora modernas, não tinham sua organização baseada nas relações capitalistas de produção, ou seja, não eram constituídas a partir do trabalho assalariado, possuíam rendimentos inferiores aos das atividades capitalistas e se situavam próximas dessas atividades..

(11) 11. A partir desse estudo, sobre o emprego e renda dos países em desenvolvimento, desenvolveram-se critérios para distinguir o setor formal do informal. Assim, o setor formal exprime as seguintes características: possui barreiras à entrada, dependente de capital externo, a propriedade do investimento é impessoal, produz em larga escala, trabalha intensivamente com capital e tecnologia que é importada pelo país, utiliza mão de obra qualificada pela educação formal e atua em mercados protegidos pelo Estado.. Por outro lado, o setor informal opõe-se ao anterior, pois se caracteriza pela facilidade de ingresso neste setor, e por conseqüência, quanto maior o volume de pessoas inseridas neste tipo de atividade, menor será a renda auferida individualmente, utiliza recursos nacionais, a propriedade do investimento é familiar ou individual, opera em pequena escala, os seus processos produtivos são intensivos em mão de obra e utilizam uma tecnologia adaptada, as qualificações profissionais são adquiridas à margem do sistema do ensino formal e se insere em mercados competitivos e não regulamentados pelo Estado.. Esta primeira fase de compreensão da informalidade, embora incorporada à literatura sobre informalidade, gerou dúvidas e críticas. Estas fundamentadas no fato desta abordagem não demonstrar a dinâmica do processo de produção e do emprego, logo continuar dual-estática tal como a concepção dos setores moderno/tradicional. E ainda, esse estudo considerava os dois setores independentes entre si, contrariando a realidade e associando a informalidade à pobreza.. Na metade dos anos 70, com o objetivo de superar tais dificuldades teóricas, o termo informalidade, na segunda fase, passa a ser definido como um conjunto de atividades e formas de produção não tipicamente capitalistas, caracterizadas em especial por não terem na busca do lucro o seu objetivo central e por não haver uma separação nítida entre capital e trabalho. "... pode-se definir o trabalho informal como aquele vinculado a estabelecimentos de natureza não tipicamente capitalistas. Estes estabelecimentos se distinguiriam pelos baixos níveis de produtividade e pela pouca diferenciação entre capital e trabalho" (O TRABALHO..., 1999, p.24). Nesta perspectiva, a informalidade está.

(12) 12. associada às atividades autônomas, também denominadas por conta própria ou autoemprego, e à pequena produção ou a produção familiar.. O processo de produção pode apresentar características de descontinuidade, o trabalho pode ser fragmentado em tarefas, mas isso não impede que o trabalhador compreenda a globalidade do processo produtivo. Além disso, esses trabalhadores não maximizam uma taxa de retorno competitiva e/ou um processo de acumulação, eles maximizam um fluxo de renda total que a atividade precisa obter para garantir a reprodução do produtor e da sua família e a manutenção da atividade.. A informalidade sob a ótica das relações de produção não tipicamente capitalistas pode ser considerada como setor ou segmento econômico. Este possui certas características específicas em sua estrutura e dinâmica, distintas daquelas presentes no setor tipicamente capitalista (formal). Portanto, o trabalhador informal se insere na economia essencialmente através do mercado de produtos, e não através do mercado de trabalho.. Esta abordagem rompe com a teoria dual estática substituindo-a por um enfoque dinâmico, uma vez que o setor informal passa a se relacionar com o setor formal da economia. O setor informal transforma-se ao longo do tempo subordinado aos perfis de demanda e de distribuição de renda do setor formal, assim o primeiro setor acompanha o ritmo das atividades capitalistas.. Esta subordinação é percebida ao se analisar os momentos de expansão e retração das atividades informais, pois esses movimentos dependem da concorrência imposta pelas empresas capitalistas, dos perfis de renda e demanda que essas empresas geram, das mudanças da força de trabalho no espaço capitalista, da intensidade das políticas públicas e do ritmo de expansão das empresas capitalistas. Este fato pode ser exemplificado ao se examinar os momentos de retração da economia, em que há uma redução da renda média da sociedade, o que reflete tanto numa menor demanda por produtos informais quanto no crescimento da migração de trabalhadores do setor formal para o setor informal, o que gera resultados negativos para os dois setores econômicos..

(13) 13. O vínculo estrutural entre os setores formal e informal é concretizado por meio de um fluxo de renda permanente do primeiro para o segundo setor, através de vínculos de subcontratação, prestação de serviços, venda de mercadorias, poupanças acumuladas em empregos formais e aplicadas em atividades informais, etc. (CACCIAMALI, 1991, p.126). E assim,também, afirma Dedecca e Baltar: O setor informal aparecia como parte subordinada deste desdobramento da estrutura produtiva capitalista moderna, e oligopolizada, que, ao não absorver toda a força de trabalho disponível, ao mesmo tempo em que gerava um intenso aumento de renda, com uma distribuição extremamente concentrada, alimentava o surgimento de pequenos negócios e formas precárias de relação de trabalho assalariado ... O setor informal, deste modo, era visto como um conjunto de atividades que se reproduzia sob o movimento do setor moderno, não se notando maior interrelações entre eles (DEDECCA; BALTAR,1997,p.71).. Desta forma, a relação entre os dois setores se dava pelo circuito da renda ou pela ocupação das atividades informais em espaços econômicos que não eram interessantes para as empresas capitalistas, que aí não atuavam. As atividades informais pouco se relacionavam produtivamente com o segmento industrial, e quando se vinculava a ele era através de pequenas empresas que utilizavam pouca ou nenhuma tecnologia como, por exemplo, o setor de construção civil que demandava mão de obra pouco qualificada e estabelecia contratos não formais de trabalho. Assim, as firmas capitalistas concentravam todas as suas etapas de produção internamente, não havendo, portanto, quase nenhuma forma de subcontratação tanto de produção quanto de trabalho. Portanto, o vínculo entre o setor formal e o setor informal não era muito forte, e se concretizava mais pela transferência de renda entre os indivíduos do que entre as empresas.. Essa concepção sobre informalidade pode ser mensurada de duas maneiras. Na primeira a informalidade pode ser calculada a partir da oferta de trabalho através de painéis domiciliares de emprego, de categorias ocupacionais definidas a partir da posição na.

(14) 14. ocupação. Desse modo, obtém-se as características dos trabalhadores e das atividades informais como idade, sexo, grau de escolaridade, nível de renda, ramo da atividade, etc.. Uma segunda forma de apreender a economia informal é através de pesquisas diretas em unidades produtivas determinadas a partir de critérios sobre o modo de organização, como, por exemplo, número de trabalhadores, propriedade dos instrumentos de trabalho e separação ou não entre administração e produção. Como vai ser apresentado no terceiro capítulo, o modo de mensuração utilizado neste trabalho foi a pesquisa domiciliar.. 2.2 ECONOMIA SUBTERRÂNEA – SEGUNDO CONCEITO DE INFORMALIDADE. O segundo conceito foi elaborado no final dos anos 70 do século passado, e aborda a informalidade a partir de outras denominações que expressam atividades econômicas ilegais, em relação às regras vigentes da sociedade. Nesta concepção, a informalidade é conhecida como economia subterrânea, também denominada submersa ou não registrada.. Este segundo conceito difere do primeiro através de quatro considerações básicas. Primeira, a informalidade passa a ser definida por um critério jurídico e não mais econômico como no primeiro conceito. Segunda, a informalidade pode ser atribuída tanto a certas atividades e formas de produção quanto a relações de trabalho consideradas ilegais. Terceira, neste segundo conceito, o trabalhador informal se insere na estrutura produtiva, tanto através do mercado de trabalho (informal), quanto pelos mercados de produtos e serviços, diferente do conceito anteriormente citado em que o trabalhador informal só está inserido no mercado de produtos.. Por último, ela não pode ser identificada como um setor da economia, uma vez que o trabalho assalariado, por exemplo, que se insere essencialmente no setor formal, está presente tanto em atividades não registradas quanto em atividades capitalistas formalmente constituídas, de acordo com as regras jurídicas vigentes. Além disso, os autônomos, que se inserem apenas no setor informal, também podem estar presentes tanto na economia.

(15) 15. registrada quanto na subterrânea, a depender do cumprimento ou não das regulamentações legais referentes ao seu ofício. Para poder visualizar melhor esta superposição que ocorre tanto entre as atividades informais e subterrâneas quanto entre as atividades formais e registradas apresenta-se a seguir o seguinte diagrama.. DIAGRAMA 1 Relações entre as Economias Subterrânea e Registrada e os Setores Formal e Informal.. ER ES SF. SI Notas: ER= Economia Registrada ES= Economia Subterrânea SF= Setor Formal SI= Setor Informal. Fonte: CACCIAMALI, 1991, p. 133. A partir desse diagrama, pode ser observado que há uma tendência da contratação ilegal e de trabalhadores que não contribuem para a Previdência Social (economia subterrânea) se concentrarem na economia informal. Do mesmo modo que existe uma presença mais intensa dos trabalhadores que atuam conforme a legislação vigente (economia registrada) no setor formal.. Por outro lado, os assalariados, que por definição inserem-se essencialmente no setor formal, estão presentes tanto na economia subterrânea, quanto na economia registrada, embora haja uma maior incidência nessa segunda. E os trabalhadores autônomos e pequenos proprietários que por definição se inserem no setor informal também se.

(16) 16. apresentam tanto na economia subterrânea quanto na registrada, no entanto, se concentram mais na economia subterrânea.. Assim, através dessa análise pode-se concluir que há uma maior tendência das atividades situadas no setor informal também serem subterrâneas. Por outro lado, a maior parte das atividades inseridas no setor formal está presente na economia registrada.. Este segundo conceito que define informalidade pelo critério da ilegalidade surgiu a partir da realidade dos países capitalistas centrais. Nestes países, a informalidade, no período pós-guerra, não obteve espaço, devido à expansão das atividades capitalistas organizadas e ao desenvolvimento do Estado de Bem Estar Social, que favoreceu a criação de empregos assalariados tanto no setor privado quanto no público e dificultou o aparecimento de atividades ilegais. Assim, o Estado de Bem Estar Social através de políticas públicas como, por exemplo, o seguro desemprego, impede que o indivíduo se insira em atividades informais, pois mesmo que ele não encontre espaço para atuar na atividade formal, o Estado oferece condições para que ele sobreviva até conseguir se inserir novamente em atividades formais.. Porém, no final da década de 70, o cenário econômico presente nestes países se modificou. Há uma desaceleração do nível de atividade econômica, um aumento da taxa de inflação e do desemprego. Aliado a isso, ocorreu a crise do Fordismo1 e do Estado de Bem Estar, bem como os programas de liberalização econômica e a reestruturação produtiva. Deste modo, todos estes fatores contribuíram para o surgimento de atividades não regulamentadas pela legislação vigente destes países. Esse fenômeno apresentou-se na literatura especializada com a denominação de economia subterrânea ou submersa. A crise e/ou reestruturação produtiva desde meados dos anos 70 vêm rompendo aquela tendência de crescente dominância dos 1. “No início dos anos 70, após um período de mais de 25 anos de crescimento, iniciou-se uma profunda crise nas economias dos países capitalistas centrais, que se expressou, sobretudo, na aceleração das taxas de inflação, na redução da produtividade e dos níveis de crescimento, na elevação dos déficits públicos e no aumento do desemprego. Era um esgotamento de um padrão de desenvolvimento capitalista, que surgiu na indústria automobilística nos EUA e se expandiu, no pós-guerra, para a Europa, qual seja: o fordismo.” (FILGUEIRAS, 2000, p.49).

(17) 17. estratos protegidos. O nível e a duração do desemprego têm aumentado, impondo gastos públicos crescentes com a atenção aos desempregados. O longo período de crise e suas implicações sobre o mercado de trabalho levam a que contingentes de exassalariados sejam induzidos à busca de uma ocupação nos extratos não protegidos. (DEDECCA; BALTAR, 1997, p.72).. Nos países subdesenvolvidos, diferentes dos países centrais, mesmo no período pós-guerra, o sistema fordista de produção e o Estado de Bem Estar Social foram incipientes e, assim, a informalidade, qualquer que seja o conceito que se lhe atribua, tanto pelo corte das relações não capitalistas, quanto pela questão da ilegalidade das atividades, sempre foi intensa nestes países.. A crise dos países centrais, aliada aos programas de reestruturação produtiva, leva as empresas formais a reorganizarem a sua cadeia produtiva, havendo um processo de desverticalização em suas enormes plantas. Deste modo, as empresas formais se concentram em suas atividades essenciais e subcontrata / terceiriza bens, mão de obra e serviços derivados de atividades informais. Assim, as empresas formais ficam menos expostas às oscilações na demanda, pois, quando essa diminui, elas repassam a ociosidade para o segmento informal.. A partir dessa transformação, o segmento informal passa a fazer parte do processo produtivo das atividades formais. Assim, além de absorverem os trabalhadores expulsos deste segmento, as atividades informais também passam a se incorporar no processo produtivo do segmento formal. Deste modo, as relações entre o setor formal e o informal se ampliam.. Este segundo conceito de informalidade pode ser mensurado a partir da produção não declarada, da evasão de impostos não declarados e da contratação de empregados de forma clandestina. Porém, o seu cálculo depende do objeto que se pretende medir. Existem três métodos para estimar o valor adicionado sonegado. O primeiro através da discrepância, ou seja, fixando o total do excesso dos gastos sobre o total da renda; o segundo a partir da.

(18) 18. estimação de equações de demanda por moeda; e por fim, pelo conjunto de parâmetros associados à carga tributária, ao nível de regulação da economia e à moralidade fiscal.. 2.3 ATIVIDADES NÃO-FORDISTAS -TERCEIRO CONCEITO. Por último, a informalidade pode ser considerada a partir da junção destes dois critérios apresentados anteriormente (ilegalidade e/ou atividades e formas de produção não tipicamente capitalistas). Nesse caso, ela abrange tanto as atividades e formas de produção não tipicamente capitalistas, sejam elas legais ou ilegais, quanto as relações de trabalho não registradas, mesmo que tipicamente capitalistas. Sob essa concepção, a informalidade pode ser definida como atividades não-fordistas. Por outro lado, o segmento formal é denominado de atividades fordistas, uma vez que engloba aquelas atividades que trabalham sob a ótica do assalariamento regulamentado. Essas atividades se expressam nos trabalhadores assalariados com carteira de trabalho assinada.. Nessa circunstância, a informalidade não pode ser considerada como um setor econômico, pela mesma razão que o segundo conceito apresentado não pode. Por este enfoque o trabalhador informal também pode se inserir no aparelho produtivo através tanto dos mercados de produtos e serviços quanto do mercado de trabalho.. Esse conceito que abrange a informalidade pelos dois critérios, atividades fora dos padrões capitalistas de produção e ilegalidade de suas atividades, surgiu, também, a partir da crise do Estado de Bem Estar Social, dos programas de liberalização econômica e da reestruturação produtiva, mas ao contrário do segundo conceito, ele retrata de forma mais expressiva a realidade dos paises latino-americanos. Nestes países, diferente dos países centrais, os estratos não protegidos sempre foram marcantes no processo de desenvolvimento econômico no pós-guerra, devido a debilidade do Estado de Bem Estar Social e da regulação pública do mercado de trabalho..

(19) 19. A partir da década de 90, a crise e os programas de liberalização econômica adotados por estes países, resultaram na redução do assalariamento regulamentado e, conseqüentemente, no crescimento dos estratos não protegidos, gerando, portanto, um fluxo de trabalhadores do segmento formal capitalista (e/ou legais) para as atividades informais (não tipicamente capitalistas e/ou ilegais). Assim, com a inserção desses trabalhadores oriundos da formalidade, a informalidade se amplia, pois passa abranger tanto aqueles trabalhadores provenientes do processo migratório quanto os trabalhadores expulsos de atividades formais, havendo, portanto, uma certa mudança nas características das atividades informais, tanto em relação aos perfis de seus trabalhadores, quanto à qualidade dos produtos e serviços oferecidos por essas atividades. Esse fato é uma conseqüência da inserção dos trabalhadores com experiência no setor formal e com alto nível de escolaridade no setor informal. Este processo deu origem ao fenômeno denominado de “nova informalidade”.. Este terceiro conceito, assim como o segundo, amplia as relações entre o segmento formal e informal da economia. Pois, as organizações dos países em desenvolvimento adotam, assim como as empresas dos países centrais, a produção enxuta, ou seja, a desverticalização das plantas com externalização de parte de suas atividades, terceirizando sua produção, força de trabalho e serviços. Assim, muitas dessas atividades terceirizadas, que se enquadram como atividades informais, passam a integrar o processo produtivo de uma empresa formal.. Assim, a informalidade a partir da junção dos dois critérios é mais ampla, quando comparada àquela definida por cada critério em separado, pois abrange as atividades não tipicamente capitalistas e as formas de produção ilegais.. A depender do objetivo que se queira estudar, deve-se escolher um desses conceitos explicitados acima, pois cada um deles vai apresentar questões teóricas e problemas distintos de pesquisa. Portanto, ao se iniciar uma pesquisa, é necessário esclarecer qual dos conceitos se vai trabalhar..

(20) 20. 3 INFORMALIDADE NO BRASIL. Este capítulo pretende analisar o fenômeno da informalidade no Brasil, suas causas e conseqüências para o seu mercado de trabalho e para a economia como um todo.. Como já foi mencionada, no capítulo anterior, a informalidade nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, não é um fenômeno atual, pelo contrário, ela está presente em nossas sociedades desde o período do desenvolvimento econômico do pósguerra.. A informalidade no Brasil se apresenta em dois períodos distintos, resultando, portanto, em informalidades de naturezas e dinâmicas diferentes. No primeiro momento, o seu surgimento está relacionado ao processo de desenvolvimento e de migração do país. Na segunda ocasião, ela está associada à desregulamentação do Estado e ao processo de reestruturação produtiva.. 3.1 PRIMEIRA FASE DA INFORMALIDADE BRASILEIRA. O processo de industrialização presente no país no período pós-guerra pretendia promover a modernização a fim de diminuir a pobreza e a miséria manifestada de forma marcante no país. Essa industrialização foi baseada em capital externo e possibilitou a implantação de grandes empresas estrangeiras e nacionais na região. Assim, essa modernização permitiu o surgimento de novos setores econômicos que produziam, muitas vezes, em níveis comparáveis com os padrões internacionais.. Porém, os postos de trabalho gerados por este desenvolvimento industrial desarticularam os setores tradicionais da economia, sobretudo o agrícola. Aliado a isto, o país se encontrava em um período de crescimento demográfico, assim, o conjunto destes dois fenômenos resultou em um processo de migração dos indivíduos do campo para a cidade.. Houve, portanto, um aumento da força de trabalho desproporcional à capacidade de absorção dos segmentos modernos, o que gerou entre os trabalhadores uma grande dificuldade em conseguir emprego em atividades produtivas mais estáveis, com melhores.

(21) 21. condições de trabalho e baseada em um sistema social de proteção. Deste modo, o desenvolvimento industrial deixou à margem uma parte considerável da população que, apesar de ter modificado seu modo de vida, não pôde usufruir os benefícios trazidos pela modernização.. Essa população excluída teve como única alternativa para sobreviver a inserção em atividades com baixa produtividade, fora do sistema social de proteção, que auferem pequenos níveis de rendimento e que não necessitam o emprego de mão de obra qualificada. Encontravam-se, portanto, presentes na economia formas de produção modernas convivendo com formas atrasadas, o que resultou em um aumento da desigualdade social no país.. A convivência entre formas produtivas “modernas” e “atrasadas” fazia com que houvesse uma relação entre essas duas formas. Desse modo, os setores modernos incentivavam o surgimento de pequenos negócios e formas precárias de assalariamento como, por exemplo, o empregado doméstico. Esta relação também se fazia presente na transferência de renda do segmento moderno para o atrasado. Assim, quando o setor moderno se desenvolvia gerava conseqüências positivas para o atrasado e, por sua vez, quando ele se retraia, resultavam aspectos negativos para o setor informal. Essa relação, portanto, era de subordinação do segmento informal (atrasado) para com o formal (moderno).. A população não absorvida, como não tinha nenhuma resistência em aceitar qualquer tipo de ocupação que lhe gerasse uma renda e também não tinha em sua tradição o assalariamento, teve como única alternativa buscar emprego em atividades atrasadas como, por exemplo, o comércio ambulante e os serviços domésticos e de reparação, surgindo, deste modo, o fenômeno da informalidade.. De um modo geral, pode-se concluir que a industrialização brasileira não foi capaz de incluir a maior parte da população em seu mercado assalariado e regulamentado, devido a três fatores. O primeiro porque a modernização gerou um baixo nível de assalariamento dos trabalhadores; segundo porque apesar de ter ocorrido mudanças econômicas, não houve transformações sociais, ao contrário, foi um período de autoritarismo; por fim, o.

(22) 22. país continuou com sua mesma estrutura agrária, regional e urbana, não havendo, portanto, nenhuma dessas reformas.. 3.2 SEGUNDA FASE DA INFORMALIDADE BRASILEIRA. No início da década de 80, com os programas de liberalização econômica e processos de reestruturação produtiva, o Brasil vem sofrendo uma desarticulação em sua estrutura industrial constituída no período de desenvolvimento econômico no pós-guerra, impondo uma redução no nível de assalariamento do mercado de trabalho brasileiro e provocando uma alteração na composição das formas de ocupação.. Os programas de liberalização econômica e reestruturação produtiva resultaram, em primeira instância, na demissão de milhares de trabalhadores assalariados. Expulsos do segmento formal da economia entravam no desemprego aberto, aumentando, portanto, a taxa de desemprego, porém, na falta de mecanismos garantidores de uma renda mínima como, por exemplo, o seguro desemprego, não permaneciam durante muito tempo nessa situação, migrando para atividades informais.. Essa inserção de trabalhadores expulsos da formalidade para a informalidade gera um aumento no nível de informalidade na economia que, segundo alguns autores, é caracterizado como “informalização” do trabalho.. Segundo Ney Prado, o agravamento do problema da informalidade no Brasil pode ser conseqüência de dois fenômenos distintos. O primeiro relacionado aos elevados custos do emprego formal impostos pelo Estado. Assim, estes custos da formalidade podem ser divididos em dois: ao acesso a atividade e os da permanência nela. Ambos relacionados a despesas burocráticas enfrentadas tanto pelos empresários quanto pelos trabalhadores. Estes custos são conseqüências das exigências regulamentares a serem saciadas pelos Municípios, pelos Estados e pela União. Porém, estes custos além de serem econômicos, são também sociais e políticos, prejudicando, portanto, toda a sociedade brasileira. Pois, estes encargos sociais estabelecidos, por exemplo, pela legislação trabalhista, contribuem para elevar os custos do trabalho, e, portanto, os custos do produto brasileiro, reduzindo, então, o grau de competitividade das indústrias nacionais e o seu potencial de geração de.

(23) 23. emprego. Assim, devido a tantas dificuldades enfrentadas para formalizar um negócio, o individuo, muitas vezes, opta por permanecer ou migrar para a informalidade.. Porém, é importante destacar, que o trabalhador e o empresário informal também têm custos. Para o trabalhador, o custo da informalidade está na falta de qualquer proteção trabalhista ou previdenciária; e para o empresário, este custo está relacionado ao ônus de se manter a margem da lei, na impossibilidade de conseguir financiamento e na limitação ao progresso, em razão das dificuldades de superar escalas de produção.. O segundo fenômeno que explica o aumento da informalidade é tratado por Dedecca e Baltar e está associado à perda do dinamismo econômico e da submissão à imposição internacional de uma política de abertura econômica. A partir da abertura econômica os empresários adotaram um conjunto de inovações tecnológicas e organizacionais com o objetivo de enfrentarem a concorrência internacional. Assim, as empresas adotam os programas de racionalização conhecidos como “produção enxuta”, que significa a desverticalização das plantas das empresas e externalização de parte das suas atividades, produzindo o mesmo montante de produtos, porém, com uma menor quantidade de empregados. Estas empresas que adotam a produção enxuta passam a subcontratar parte da produção, força de trabalho e serviço, reduzindo sua responsabilidade no processo produtivo.. Com base neste segundo fenômeno, conhecido também como terceirização, as empresas demitem trabalhadores que, na falta de oportunidade de voltar para atividades formais, migram para o segmento informal.. Deste modo, a relação entre formal e informal se amplia. Pois, além das atividades informais receberem os trabalhadores assalariados expulsos do setor formal, devido ao movimento de racionalização produtiva, elas são incorporadas ao seu ciclo produtivo como conseqüência do processo de terceirização.. Estes processos resultam na ampliação da informalidade, pois esta absorve além dos trabalhadores migrantes e os ex-assalariados de baixa qualificação em atividades precárias como, por exemplo, o comércio ambulante, os ex-assalariados com melhor nível de.

(24) 24. qualificação e com experiências no setor formal passam a integrar também o setor informal. Estes últimos se inserem em atividades como prestação de serviço ou de fornecimento de produção ao setor formal, ou ainda, atividades direcionadas aos serviços.. Os serviços são atividades que vêm se desenvolvendo principalmente nos centros das grandes metrópoles, empurrando a produção de bens para fora dessas cidades. Este setor gera múltiplas oportunidades de emprego, sobretudo para o setor informal. Estas atividades demandam mão de obra qualificada e com elevado nível educacional e muitas vezes auferem elevados rendimentos.. Assim, pode-se concluir que através destas mudanças no cenário internacional e nacional, surge uma “nova informalidade” no Brasil, diferente tanto em relação à sua origem, quanto às suas conseqüências, daquela presente na década de 70 do século passado. Esta “nova informalidade” é marcada por trabalhadores expulsos do setor formal, logo com características diferentes daqueles trabalhadores que migraram do campo para a cidade. O “novo” trabalhador informal tem certas experiências que decorrem do trabalho executado no setor formal e possue um nível educacional e de qualificação elevados, alterando, portanto, as características de algumas atividades informais.. A informalidade deixa de ser associada a apenas atividades sem qualidade e de baixo rendimento, passando a fazer parte da informalidade atividades de serviços com alto nível de qualidade, tecnologia e que auferem rendimentos, muitas vezes, mais elevados do que as atividades formais.. Porém, não se pode deixar de mencionar que este aumento da informalidade é decorrente da redução da formalidade, o que resulta em graves conseqüências à sociedade brasileira. Essas mudanças provocam a destruição de um grande percentual de atividades baseadas no assalariamento, reduz o poder de barganha do sindicato e dos trabalhadores, deixando-os ainda mais expostos às imposições dos capitalistas..

(25) 25. 4 A INFORMALIDADE NA RMS. Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa empírica a partir de cada conceito de informalidade apresentado.. A informalidade pode ser estudada empiricamente de dois modos. O primeiro através das unidades econômicas, que é o critério internacional de definição que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) utiliza. Esta unidade é caracterizada pela produção em pequena escala, pelo baixo nível de organização e pela quase inexistente separação entre capital e trabalho. Este estudo é realizado através do CENSO. A segunda forma de se estudar a informalidade é através da pesquisa domiciliar, como por exemplo, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), produzida pela Fundação Seade em convênio com o Dieese. A PED constitui um levantamento mensal, por amostra de domicílios da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e seu escopo centraliza-se em diversos aspectos do mercado de trabalho.. A presente monografia, se utilizou dos dados da PED. Deste modo, a análise realizada é constituída de informações do total de pessoas ocupadas, dos desempregados ocultos por trabalho precário e dos inativos com trabalho excepcional, representando uma amostra de 166.907 casos divididos segundo sua posição na ocupação e recolhimento à previdência social. Em alguns momentos foram considerados apenas os ocupados da RMS representando, portanto, uma amostra de 148.294 casos.. Para a operacionalização dos conceitos de informalidade foram utilizadas as seguintes variáveis da PED:.

(26) 26. •. os ocupados segundo a sua “posição na ocupação”: assalariado privado sem carteira; assalariado privado com carteira; assalariado público; assalariado não sabe2; trabalhador autônomo público3; autônomo empresa4; empregador;. •. doméstico mensalista; doméstico diarista; trabalhador familiar; dono de negócio familiar e outros5;. •. os ocupados segundo a sua relação com a “previdência social”: se contribuem ou não para ela; e. •. os desempregados ocultos por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional.. Estas categorias obedecem as seguintes definições: o Assalariados: aquele trabalhador que tem vínculo empregatício caracterizado pela legislação vigente, com ou sem carteira de trabalho assinada. Sua jornada de trabalho é prefixada pelo empregador e sua remuneração é normalmente fixa.. o Trabalhadores autônomos: pessoas que exploram o seu próprio negócio ou ofício.. o Empregador: identificado como a pessoa proprietária de um negócio e/ou empresa ou que exerce uma profissão ou ofício e tem normalmente um ou mais empregados assalariados, contratado(s) de forma permanente e remunerada. 2. Assalariado não sabe: trabalhador assalariado que não sabe informar se a empresa onde trabalha é uma firma privada ou uma instituição pública. Em todas as agregações foi considerado como assalariado sem carteira. 3. Trabalhador autônomo público: autônomo que trabalha para a população em geral (pessoas físicas ou pessoas físicas e jurídicas) sem utilizar a intermediação de uma empresa.. 4. 5. Trabalhador autônomo empresa: autônomo que está vinculado a uma empresa.. Outros: abarca o professor universitário, empregado remunerado exclusivamente em espécie / beneficio, empregado que presta serviço militar obrigatório, assistencial ou religioso com alguma remuneração..

(27) 27. o Dono de negócio familiar: individuo dono de um negócio ou empresa de sua propriedade exclusiva ou em sociedade com parentes, normalmente só trabalham parentes que não recebem uma remuneração salarial, podendo, porém, haver situações que trabalham um ou mais empregado remunerado de forma permanente.. o. Empregado doméstico: individuo que trabalha em casa de família, contratado para realizar serviços domésticos.. o Trabalhador familiar: pessoa que exerce uma atividade econômica em negócios ou no trabalho de parentes sem receber um salário, podendo, portanto, receber uma ajuda de custo em dinheiro ou mesada.. Os distintos conceitos trabalhados apresentam, do ponto de vista empírico, resultados quantitativa e qualitativamente diferentes, pois são delimitados a partir da agregação de diferentes categorias de trabalhadores, definidos segundo sua “posição na ocupação” ou de acordo com sua relação com a “previdência social”. Além disso, a maneira de se agregar às categorias de trabalho informal varia dentro de um próprio conceito; assim, o tamanho e a abrangência da informalidade podem se ampliar, caso se adicione, ao total de ocupados, os “desempregados ocultos por trabalho precário” e os “inativos com trabalho excepcional”. Portanto, pode-se gerar resultados distintos para um mesmo conceito de informalidade, a depender da forma de agregação que se utilize para operacionalizar este conceito.. 4.1 SETOR INFORMAL. As quatro primeiras tabelas, apresentadas a seguir, expressam os resultados do conceito de informalidade pela ótica das relações não tipicamente capitalistas. Desse modo, a economia é dividida em setor formal e setor informal, de acordo com a posição das pessoas na ocupação..

(28) 28. •. Setor Formal: assalariado privado com carteira, assalariado privado sem carteira, assalariado público, assalariado não sabe, empregador.. •. Setor Informal: trabalhadores autônomos, empregados domésticos e trabalhadores familiares, donos de negócio familiar e outros.. TABELA I Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico Setor. %. Formal. 63. Informal. 37. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. A partir desse primeiro conceito e com esta forma de agregação, a informalidade corresponde a 37% do total das pessoas ocupadas na RMS.. Na tabela 2, utiliza-se o mesmo conceito, porém com uma outra forma de agregação, pois se inclui no total dos ocupados na RMS o desempregado oculto por trabalho precário e o inativo com trabalho excepcional. Esses tipos de ocupações por serem considerados como subemprego, são associadas ao fenômeno da informalidade.. Assim, a economia continua sendo dividida entre o setor formal e informal, acrescentado a este ultimo os desempregados ocultos por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional.. •. Setor Formal: assalariado privado com carteira, assalariado privado sem carteira, assalariado público, assalariado não sabe, empregador.. •. Setor Informal: trabalhadores autônomos, empregados domésticos e trabalhadores familiares, donos de negócio familiar, outros, desempregados oculto por trabalho precário e inativos com trabalho excepcional..

(29) 29. TABELA 2 Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico Setor. %. Formal. 56. Informal. 44. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Essa nova conduta reduz a proporção de pessoas inseridas no setor formal para 56% e, em contrapartida, aumenta o tamanho do setor informal para 44%.. Assim, como pôde ser observado, a depender da agregação que se trabalhe, um mesmo conceito de informalidade pode gerar resultados distintos. Deste modo, o setor informal pode representar tanto 37% quanto 44% do total dos ocupados na RMS, nas tabelas 1 e 2, respectivamente. A maior abrangência da informalidade, apresentada na Tabela 2, ocorre em virtude de se ter agregado o desempregado oculto por trabalho precário e o inativo com trabalho excepcional ao conjunto das pessoas ocupadas.. 4.2 ECONOMIA SUBTERRÂNEA. As tabelas a seguir expressam duas outras formas de agregação, agora a partir do conceito de economia subterrânea, que aborda a informalidade sob a ótica da não regulamentação da atividade.. Na tabela 3 abaixo, a economia está dividida entre economia registrada e economia subterrânea. Essa segmentação é realizada a partir da separação entre as pessoas ocupadas que pagam a previdência social daquelas que não pagam, um dos critérios usualmente utilizado para identificar as atividades regulamentadas pelo Estado. Economia Registrada: ocupados que contribuem para previdência social (assalariado com carteira de trabalho assinada, assalariado público e parte dos empregadores, dos autônomos, dos trabalhadores domésticos, dos donos de negócios familiares e dos “outros”)..

(30) 30. •. Economia Subterrânea: ocupados que não contribuem para previdência social (assalariados sem carteira de trabalho assinada, assalariado não sabe, trabalhadores familiares, parte dos autônomos, dos empregadores, dos trabalhadores domésticos, dos donos de negócios familiares e dos “outros”).. TABELA 3 Distribuição dos Ocupados Segundo a Regulamentação da Economia Economia. %. Registrada. 55. Subterrânea. 45. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Deste modo, a informalidade, identificada a partir da ilegalidade das atividades, corresponde a 45% das pessoas ocupadas na chamada economia subterrânea. No entanto, ao acrescentar-se aos ocupados os desempregados ocultos por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional, a informalidade passa a abranger 51% do total das pessoas ocupadas na RMS – conforme pode ser visto na Tabela 4: •. Economia Registrada: ocupados que contribuem para previdência social.. •. Economia Subterrânea: ocupados que não contribuem para previdência social acrescido dos desempregados ocultos por trabalho precário e dos inativos com trabalho excepcional, que por definição não contribuem para a previdência social.. TABELA 4 Distribuição dos Ocupados Segundo a Regulamentação da Economia Economia. %. Registrada. 49.

(31) 31. Subterrânea. 51. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Como se pode observar, utilizando-se o segundo conceito para se definir a informalidade, o maior tamanho encontrado para a economia subterrânea, como seria de se esperar, é o resultado da Tabela 4, que agrega parte dos desempregados e dos inativos.. 4.3 ATIVIDADES NÃO-FORDISTAS. Por último, estão apresentadas a seguir, as tabelas construídas a partir da consideração dos dois critérios anteriormente utilizados para definir a informalidade. Assim, a economia é dividida em atividades fordistas, que constituem as atividades capitalistas registradas, e as atividades não-fordistas, as quais englobam as atividades capitalistas subterrâneas mais atividades não capitalistas, sejam estas últimas registradas ou subterrâneas.. As tabelas 5 e 6 expressam duas formas distintas de agregação, agora, utilizando-se a junção dos dois critérios de delimitação da informalidade/formalidade. A diferença está em que na Tabela 6 se agrega os desempregados ocultos por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional, como ocupados nas atividades não-fordistas. Na Tabela 5, a seguir, não há a presença de desempregados e nem de inativos, assim, as atividades nãofordistas representam 49% do total dos ocupados na RMS. •. Atividades Fordistas (capitalistas registradas): assalariado privado com carteira, assalariado público e empregador.. •. Atividades Não-Fordistas (capitalistas não registradas e atividades não capitalistas): trabalhador familiar, dono de negócio familiar, empregado doméstico, assalariado sem carteira, assalariado não sabe, trabalhador autônomo parte dos empregadores e outros.. TABELA 5 Distribuição dos Ocupados Segundo o Tipo de Atividade.

(32) 32. Atividades. %. Fordistas. 51. Não-Fordistas. 49. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Na segunda agregação, a magnitude das atividades não-fordistas é maior, correspondendo a 55% dos ocupados da RMS, como pode ser observado abaixo. •. Atividades Fordistas (capitalistas registradas): assalariado privado com carteira, assalariado público e empregador.. •. Atividades Não-Fordistas (capitalistas não registradas e atividades não capitalistas): trabalhador familiar, dono de negócio familiar, empregado doméstico, assalariado sem carteira, assalariado não sabe, trabalhador autônomo parte dos empregadores, outros e desempregado oculto por trabalho precário e inativo com trabalho excepcional.. TABELA 6 Distribuição dos Ocupados Segundo o Tipo de Atividade Atividades. %. Fordistas. 45. Não-Fordistas. 55. Total. 100. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Pode se concluir que, no resultado geral, o conceito de economia subterrânea é mais abrangente do que o de setor informal, porque ela compreende uma parte significativa dos assalariados que o setor informal não absorve, apesar de perder uma pequena parte das atividades não-capitalistas regulamentadas. Por outro lado, o conceito de atividade nãofordista, é mais abrangente do que os dois anteriores, pois só não incluem na condição de informalidade as relações capitalistas registradas (fordistas); e isto é verdade tanto para a base de ocupados quanto para a de ocupados, desempregados oculto por trabalho precário e.

(33) 33. os inativos com trabalho excepcional. Pode-se observar este fato comparando os resultados das Tabelas 1, 3 e 5, as quais representam 37%, 45% e 49%, respectivamente, dos ocupados informais da RMS.. Porém, ao se incluir o desempregado oculto por trabalho precário e o inativo com trabalho excepcional, a magnitude da informalidade aumenta para os três conceitos trabalhados, representando 44% dos ocupados no setor informal, 51% da economia subterrânea e 55% das atividades não-fordistas. Desse modo, esse último, apresenta a maior amplitude para a informalidade, comparada tanto aos demais conceitos quanto às suas respectivas formas de agregações.. Para facilitar a visualização das magnitudes dos conceitos de informalidade encontradas na RMS, será apresentado a seguir um tabela sintetizando as distintas dimensões da informalidade para os três conceitos, utilizando tanto a base de ocupados quanto a base desses mais os desempregados oculto por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional.. TABELA 7 BASE (%). CONCEITOS BASE 1. BASE 2. Setor Informal. 37. 44. Economia Subterrânea. 45. 51. Atividades Não-Fordistas. 49. 55. OBS: Base 1 refere-se à base de ocupados e a base 2 à de ocupados, desempregado oculto por trabalho precário e inativo com trabalho excepcional. 4.4 O PERFIL DOS OCUPADOS NA INFORMALIDADE. Nessa parte do trabalho, é realizada uma análise comparativa entre os perfis dos trabalhadores formais e informais para cada um dos conceitos de informalidade. Esses.

(34) 34. perfis são evidenciados a partir dos seguintes atributos: sexo, cor, idade, grau de escolaridade e nível de renda.. Apesar de se ter apresentado anteriormente seis formas distintas (Tabela 1 a 6) para a operacionalização do conceito de informalidade, serão utilizados para traçar o perfil do trabalhador formal e informal apenas as agregações usadas na Tabela 2, para tratar do primeiro conceito, ou seja, do setor formal/setor informal; na Tabela 4, para representar a economia registrada/economia subterrânea e na Tabela 6, para evidenciar as atividades fordistas/atividades não-fordistas. Portanto, cada uma dando conta dos três conceitos de informalidade, considerando sempre como o total das pessoas ocupadas os desempregados ocultos por trabalho precário e os inativos com trabalho excepcional. Serão trabalhadas essas três Tabelas (2,4 e 6), ou seja, incluindo o desempregado oculto por trabalho precário e o inativo com trabalho excepcional, porque essas atividades são desenvolvidas precariamente, assim como a grande maioria das atividades informais.. 4.4.1 Setor Formal X Setor Informal. O perfil dos trabalhadores informais referente ao primeiro conceito de informalidade, relações não tipicamente capitalistas, é trabalhado inicialmente. Segundo este conceito, a economia é dividida em setor formal e setor informal sendo que 56% do total dos ocupados encontram-se no primeiro setor e 44% no segundo setor, como pôde ser observado na Tabela 2.. Assim, de acordo com esse critério, do total de pessoas ocupadas na RMS, as atividades informais são exercidas mais por mulheres (52,1%) do que por homens (47,9%), apesar delas representarem menos da metade (45,1%) do total de ocupados na RMS (Tabela 8A). Este fato também pode ser observado ao analisar a Tabela 8B que demonstra que enquanto 38,8% dos homens ocupados exercem suas atividades no setor informal, metade das mulheres ocupadas (51,2%) se localiza nesse setor..

(35) 35. TABELA 8A Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico Segundo o Sexo Setor Formal Informal Total dos ocupados. Sexo Masculino 60,4% 47,9% 54,9%. Feminino 39,6% 52,1% 45,1%. Total 100,0% 100,0% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. TABELA 8B Distribuição dos Ocupados por Sexo Segundo o Setor Econômico Setor Formal Informal Total. Sexo Masculino 61,2% 38,8% 100,0%. Feminino 48,8% 51,2% 100,0%. Total dos Ocupados 56% 44% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Os negros quando comparados com os brancos se inserem no mercado de trabalho em situações mais precárias. Pois enquanto eles representam 83,2% do total de ocupados da RMS, 87,5% deles estão presentes nas atividades informais e 79,8% nas atividades formais. Em sentido oposto, os brancos, embora ocupem 16,8% do total de ocupados, correspondem a 12,5% do setor informal e 20,2% do setor formal (Tabela 9A).. Essa maior precariedade também pode ser constatada, principalmente, no fato de que do total de pessoas brancas ocupadas, apenas 33% exercem atividades no setor informal, enquanto que 46,7% de pessoas negras ocupadas encontram-se neste setor (Tabela 9B).. TABELA 9A Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico Segundo a Cor.

(36) 36. Setor Formal Informal Total dos ocupados. Branca 20,2% 12,5%. Negra 79.8% 87,5%. Cor Amarela 0,0% 0,0%. 16,8%. 83,2%. 0,0%. Total. Não Informa 0,0% 0,0%. 100,0% 100,0%. 0,0%. 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. TABELA 9B Distribuição dos Ocupados por Cor Segundo o Setor Econômico Setor Formal Informal Total. Branca 67,0% 33,0% 100,0%. Negra 53,3% 46,7% 100,0%. Cor Amarela 59,3% 40,7% 100,0%. Não Informa 50,7% 49,3% 100,0%. Total dos Ocupados 56% 44% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Em relação à idade, a faixa etária de 25 a 39 anos representa a maior parcela de pessoas ocupadas (42,0%), porém, 38,1% dessas encontram-se na informalidade, enquanto que 45,2% apresentam-se na formalidade, o que demonstra que a inserção de indivíduos no mercado de trabalho com essa faixa etária é menos precária que das demais faixas, embora o seu percentual no setor informal seja o mais alto em relação às demais faixas. Em sentido oposto, a faixa de 10 a 17 anos apresenta 9,4% dos indivíduos ocupados na informalidade, o que é uma taxa elevada se considerar que apenas 5,8% dos ocupados se inserem nessa faixa (Tabela 10A). Aliado a isto, pode-se observar na Tabela 10B que 59,7% dos ocupados com a faixa etária de 25 a 39 anos encontra-se na formalidade, enquanto que 71,5% dos indivíduos com 10 a 17 anos estão presentes na informalidade.. TABELA 10A Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico Segundo a Idade.

(37) 37. Setor Formal Informal Total dos Ocupados. Idade 10 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 3,0% 20,8% 45,2% 9,4% 20,4% 38,1% 5,8%. 20,6%. 42,0%. Total 40 anos e mais 31,0% 21,1%. 100,0% 100,0%. 31,5%. 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. TABELA 10B Distribuição dos Ocupados por Idade Segundo o Setor Econômico Setor. Idade. Formal Informal. 10 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 anos e mais 28,5% 56,1% 59,7% 54,7% 71,5% 43,9% 40,3% 45,3% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%. Total. Total dos Ocupados 56% 44% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Em relação à escolaridade das pessoas ocupadas, pode-se comparar os dois extremos, analfabetos e indivíduos com o terceiro grau completo e mais, os primeiros correspondem a 11,5% dos ocupados nos setor informal, em oposição a 3,8% no setor formal. No extremo oposto, embora apenas 0,6% do total dos ocupados, na RMS, possuam o terceiro grau completo e mais, 0,8% desses encontram-se no setor formal, e apenas 0,2% no setor informal. O baixo nível de escolaridade das pessoas ocupadas no setor informal também pode ser observado ao somar os percentuais correspondentes aos indivíduos que têm até o primeiro grau completo, que resulta em 71,7% do total de ocupados no setor informal (Tabela 11A). Adicionalmente, ao observar a Tabela 11B, 70,9% dos analfabetos ocupados se encontram na informalidade, enquanto que 80,8% dos ocupados que têm o terceiro grau completo e mais estão presentes na formalidade.. TABELA 11A Distribuição dos Ocupados por Setor Econômico.

(38) 38. Segundo o Grau de Escolaridade Grau de Escolaridade Primeiro Analfabeto Grau Incompleto. Setor. Primeiro Grau Completo. Segundo Grau Incompleto. Segundo Grau Completo. Terceiro Grau Incompleto. Terceiro Grau Completo e mais. Total. Formal. 3,8%. 25,5%. 8,7%. 7,6%. 34,9%. 18,7%. 0,8%. 100,0%. Informal. 11,5%. 50,5%. 9,7%. 6,8%. 16,6%. 4,6%. 0,2%. 100,0%. Total dos Ocupados. 7,2%. 36,6%. 9,2%. 7,2%. 26,8%. 12,5%. 0,6%. 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. TABELA 11A Distribuição dos Ocupados por Grau de Escolaridade Segundo o Setor Econômico Grau de Escolaridade Terceiro Total dos Grau Ocupados Completo e mais 80,8% 56%. Analfabetos. Primeiro Grau Incompleto. Primeiro Grau Completo. Segundo Grau Incompleto. Segundo Grau Completo. Terceiro Grau Incompleto. Formal. 29,1%. 38,8%. 52,8%. 58,1%. 72,5%. 83,4%. Informal Total. 70,9%. 61,2%. 47,2%. 41,9%. 27,5%. 16,6%. 19,2%. 44%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. 100,0%. Setor. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. 4.4.2 Economia Registrada X Economia Subterrânea. Como já foi observado, este segundo conceito de informalidade está baseado no critério da ilegalidade das atividades, sendo, portanto, denominado de economia subterrânea, não registrada e, ainda, de submersa. Através deste conceito, a informalidade compreende 51% do total dos ocupados na RMS que representam dos ocupados, dos desempregados oculto por trabalho precário e dos inativos com trabalho excepcional. De acordo com esse conceito, a participação dos homens e das mulheres na economia subterrânea tem, praticamente, a mesma importância, 52,7% e 47,3%, respectivamente.

(39) 39. (Tabela 12A). Porém, ao observar a Tabela 12B, percebe-se a maior presença relativa das mulheres na economia subterrânea, pois do total das mulheres ocupadas, 53,2% encontram-se na economia subterrânea, e apenas 48,9% dos homens ocupados se inserem nessa economia.. TABELA 12A Distribuição dos Ocupados por Tipo de Economia Segundo o Sexo Economia. Sexo. Total. Masculino. Feminino. Registrada. 57,1%. 42,9%. 100,0%. Subterrânea. 52,7%. 47,3%. 100,0%. Total dos Ocupados. 54,9%. 45,1%. 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. TABELA 12B Distribuição dos Ocupados por Sexo Segundo o Tipo Economia Economia Registrada Subterrânea Total. Sexo Masculino 51,1% 48,9% 100,0%. Feminino 46,8% 53,2% 100,0%. Total dos Ocupados 49% 51% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Ao se observar a variável cor, referente a este conceito, constata-se que assim como no setor informal, os negros se inserem no mercado de trabalho de forma mais precária. Do total dos ocupados na RMS 83,2% são negros, no entanto 86,6% estão presentes na economia subterrânea, contra 79,5% na economia registrada (Tabela 13A). Este fato também pode ser observado ao analisar a Tabela 13B, pois esta demonstra que mais da metade dos negros ocupados se encontram na economia subterrânea (53,0%), por outro lado, observa-se que do total dos brancos ocupados 59,8% exercem suas atividades na economia registrada.. TABELA 13A Distribuição dos Ocupados por Tipo de Economia Segundo a Cor.

(40) 40. Economia Registrada Subterrânea. Branca 20,5% 13,4% 16,8%. Negra 79,5% 86,6% 83,2%. Total dos Ocupados Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Cor Amarela 0,0% 0,0% 0,0%. Total. Não Informa 0,0% 0,0% 0,0%. 100,0% 100,0% 100,0%. TABELA 13B Distribuição dos Ocupados por Cor Segundo o Tipo de Economia Economia Registrada Subterrânea Total. Branca 59,8% 40,2% 100,0%. Negra 47,0% 53,0% 100,0%. Cor Amarela 67,2% 32,8% 100,0%. Não Informa 45,2% 54,8% 100,0%. Total dos Ocupados 49% 51% 100,0%. Fonte : PED – RMS 10/1996-2001: Elaboração Própria. Em relação à idade, os mais jovens possuem uma posição mais marcante na economia subterrânea, assim os indivíduos de 10 a 24 anos somam um total de 26,4% dos ocupados, porém, 36,5% estão presentes na informalidade, contra 16,1% na formalidade. Situação diferente é apresentada pelos trabalhadores mais velhos (25 anos em diante) que juntos representam 73,5% do total de ocupados, mas 83,9% da economia registrada e 63,5% da economia subterrânea (Tabela 14A). Este fato também pode ser constatado ao analisar a Tabela 14B, a qual demonstra que dos jovens entre 10 e 17 anos ocupados, 96,2% exercem suas atividade na informalidade, enquanto que mais da metade dos mais velhos estão presentes na formalidade (56,3%).. TABELA 14A Distribuição dos Ocupados por Tipo de Economia Segundo a Idade.

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