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UNIVERSIDADE -FEDERAL D_E 'SÀILN-TA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAÍS,-.DÁz_.~sA'ÚDE ¬
›cUR'so 1-DE MEDI~cINA- -
> s. \ ¿-1>-.1~:__1_==_-_1›.`.$.fr'z§z;v1E&fr`o QE-_ CLINICA MED:-CA
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' - . ' ' ' “ ;y/Florianópolis, “¡junho'de› 1982. . ~am
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UNIVERSIDADE FEDERAL :E SANTA CATARINA '
zzcENTRo.DEvcIENc1As DA SAÚDE .'¬
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zcnaso na MEn1cINA ~
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Í ®EPARTAMENTO`DE CLÍNICA MÉDICA
` `. . _ ¿ V _H1PERPARAm1REb1DIsmo -1
«MARCIANO DIOGO DOS SANTOS .~ Í '
- SÉRGIO ROBERTO CARPES
' *
- * Alunos da 12ê Fase do Curso .d `
Médicinaz'V.- -É :`
4
Trabalho realizado como pre- requisito para a conclusao
do curso de graduaÇão em Me-
âi¢inâ;V - = ~~ " -
fi_Agradecimentos V
~ Ã DraQ Eliana Ternes Pere1raV~ - -
_ _ i._ Á»
.
- VProfessora e_médica do serviço de Ehdoerinologia do Hospital
~f Universitárió da Universidade Federal de Santa Catarina._1
- Ã Dra; Yara Medeiros'
Mêdica`Endocrinologista
--:Ã Karla Kirsten ¿' -
e "¿ vz _- _ _
A
f.Pe1à'co1abo.rja‹;â<>.na fzradu-ção da.›bib1io`gr_afia <zo'nsu_11¿ada._' _
Q
âu
~â§â2ë9t
4'
_ ~Os-autores fazem um estudo do metabolismo do calcio e
fósforo em condições normais e no hiperparatireoidismo , pri¬
mário. '_ - _ - ', , ' z -~
_ Sao descritos o quadro clínico e laboratorial(da` hi;
~ 4 ._
perfunçao paratireoidiana primaria_e.das formas normocalcemi-
cas da doença. ¿ . ~ . ' .V ~ ' , _ “_V .' _
V"
. O tratamento cirürgico_é considerado como de eleiçãp
no hiperparatireoidismo primário, e as técnicas - mcirurgicas
são apresentadas."_ ¿ * ~ d ' - _. i.' _' Q*
'J Sao também citadas as causas de hiperparatireoidismo"
secundário. ~ ' ~ - ` d d ~ 1 v à
:af - -._. “ _ S U M Ã R“I O 1 ¬ Lista-de'abreviaçoes_ 1 - INTRODUÇÃO ' *- 1;1. Histórico _ - __~ V V -_ '
1.2._Metab¢1ismo do cálcio; fósforo, e magnésio _
1.3. Química e estrutura óssea- 'V-
_ _ _
1.4. Hormônios que influem na homeostase do Ca., P.) e Mg.
1.5; Objetivo., › __“ ' -` ' _-' _ ' ` VA . _tV' 2 - HIPERPARATIREOIDISMO- . ' _ Â . 2.1, Hiperparatireoidismo Primário ' ' 2.1.1. Manifestaçoes clínicas ` _ - z z ' ' ` .-
2;1.2. Metodos laboratoriais de diagnostico» "' '
i
¢`
z ¿2.1.3._Hiperparatireoidismo normocalcemico e7Hipercaš¿d
` _-~¢iúria 1diopá:iâa~ ~ ' ¡z› __ 'Í -' _ '2.1.4. Tratamento -_ 2;2.Vñiperparatireoidismo.Secundário . 2.3. Hiperparatireoidismo Terciário _ 3 - coMENTÃRIos'_. 4Í- B1BL1oGRAFIA.cITADA I ×.
'‹cAMP Ca ~DHCC BCC. Hco3 HGH. mEq. .mg. M9 ml. mm. Pzf PTH. T TRP. `U.I. VLista Vde-~Abreviaçoes-
adenosina monofosfato cíclica Q
cálcio t $- dehidroxicolecalciferol . hidroxicolecalciferoí bicarbonato_ .~ › « hormônio de crescimento' milequivalentee * miligrama V~ Magnésio mililitro milímetro , »* fósforo-, paratormõnio'¬ teste . . ¿- ' V - ~
reabsorçao tubular renal de fosfato _
unidade internacional f
"V
'a~ f1
1 . › INTRODUÇÃO V T*1.1. Histórico . _ _ _ . ` a «
-Em 1880, o acadêmico sueco lvan Sanström descreveu pe-
la primeira vez glândulas_paratireóides em vários animais e_no homem. Esta descoberta passou desapercebida até 1891 '
quando
A
Gley demonstrou que a excerese destasiglandulas estava associa
da com tetania. Mais tarde, Mac Callum e Voegtin observaramÚ a
diminuição dos niveis séricos-de cálcio em animais tdroparati- reodectcmizados e verficiaram que a.infusäo_de sais de. cálcio corrigia a tetania. Em 1904,'Askanazy descreveu a “associação entre doenças ósseas e neoplasia da paratireóide ao f-realizar «estudo em uma paciente do sexo feminino que apresentaya dores nas extremidades e fraturas osseas espontaneasÇ Hanson, _em
1924, e Coplip, em-1925, prepararam, independentemente,os pri-
meiros estratos de paratireõide com atividade biológica.Ê f Os
estudos de Albright sobre a homeostasia-do cálcio e metabolis-
mo ósseo são clássicos; tendo.sido o_primeiro autor a ,descre-
A ' ~ '
ver a frequencia de complicaçoes renais no_hiperparatireoidis-
mo. Em 1959, Rasmussen, Craig e Aurbach, isolaram e .purifica-
ram o hormõnio produzido pela paratireÕide¿ Copp,-em 1962, iso
lou a calcitonina, um_agente hipocalcemiante potente, que '
se descobriu ser sintetizado_pela_tireÕide,_paratireoide e _timo,
-‹14,15,1ô› '-
"
z- “ f “ *1.2} Metabolismo do Cálcio, Fósforo e _
_ Magnésio _ " '
i_ _' V _f4
0- Cá1cio:_ _.-_
_ __ _ __
A ingestao diária de calcio encontra-se em torno '»-de uma grama; do qual 800 mg sao excretados pelas fezes e¬ 100 mg
_pela urina e suor. As glandulas do aparelho digestivo' secre-
tam e reabsorvem em torno de 600 mg diários de cálcio; o sendo
~
‹o` duodeno e jejuno alto -os locais de maior absorçao. Na cir-
culação; 47% encontra-se' sob a forma de cálcio ionizável, 47%
em combinaçao com proteínas plasmáticas e o restante sob a for
ma-de anions organicos. A forma ionizável sérica "'encontra-se
_em equilíbrio com a quantidade que está ligada a fração protei ca e ambos são dependentes do estado Ácido-Básico, V
'_
_ V
. ÚCerca de 99% do cálcio do_organismo-está a~ localizado
no osso e o»um por cento restante no líquido intersticial, ci-
Vtoplasma e superficie_õssea recém'formadaz Esta última fracao
porcentual pode ser mobilizada para atender as necessidades do
-.. ...z.z‹».».=~_ .-7 meio interno. ~ ` " je ` ' ' _ _ _ __- -_ _
'O valor normal do cálcio no soro, em um adulto é def 9
'a l1¬mg;100 ml, e na_criança é de 10 a 12 mg/ 100 ml. i i - ~ PÕSf0r0= i. f ›f 4-`_._“ " ` ' _ '
_ Ingere-se em torno de uma ~grama diária de Vfosfato,
dos quais 85% são captados.pelo esqueleto, e o restante locali za-se nos "pools" orgânico e inorgânico. '
-
' "
_
_"
" '
Vde fosfato varia cem a fida-
-
_ A concentraçao plasmática
`
torno de 70% do que é ingeri
de, dieta e_situaçao hormonaf@ Em
do é absorvido na porçao média do intestino delgado. A~ absor- ção-deste íon depende da presença 'de.íons sódio e cálcio. 5
A principal via de excreção do fosfato évo rim,; nor- malmente cerca de dois terços do fosfato alimentar são_elimina
dos por esta via. '_
_ 1 _-_'-' _ - ' ' 'Í --' ' .- “
_ .O valor normal de.fosfato no soro, em um adulto, e de
3,0 a 4,5 mg/ 100 ml,ena.criança é de 4,0 a 6,0 mg/ 100 ml. e
-
Magnésio: ¡ - ~ _."
I * -f*,_ __ __ __ Uma pessoa adulta ingere cerca-de 25-mEq. diários de
magnésio, mas apenas oito a dez mEq. são absorvidos_e excreta-
dos pelo rim. _ ,_fl “_
" _ _ _i_ ' V ' _ _ _ i '
Estima-se que o conteúdo total deste íon-noJorganismo` adulto seja de 200 mEq: A metade desta quantidade localiza-se
no esqueleto, praticamente o restante está no meio 'intracelu-
lar, e nao mais que um por cento localiza-se nos líquidos ex-
Vtracelulares. _
'
1 '
-
- « -
O valor normal no soro de um adulto é de 1,7 a 2,8 mg/ 100 ml,e na criança e'de 1,4 a 1,9~mg/100 ml; ` `
7f
_ _ _ 1.3. Química e Estrutura Õssea~. -
. _ - ' ` '
_
-
_ O tecido esquelético consiste primariamente de uma ma-
triz extracelular contendo componentes orgânicoseëinorgânicos. Embora as células representam uma menor fração do volume 1 ós-
seo, elas executam dupla função no sistema esquelético} Regu- lando a distribuição da matriz inorgânica, as células "ósseas
4 - ~
v - '
mantem a concentraçao do calcio serico dentro de uma ~estreita
margem..As células ósseas também são responsáveis pela reabsor _' _ C _ ` . ' _ _ . `
çao e lormaçao_da matriz extracelular. .
'
- '
-
_O colágeno é Q maior componente orgânico da matriz ex-
-a é composta de 3 polipeptídeos.. . V _-i ' f_.-. A excreção de hidroxiprolina urinária tem sido `usada como um_índice grosseiro de metabolismo do colágeno. A hidro- xiprolina urinária representa_somente uma pequena fração_ da
degradação do colágeno total e não é específico para o osso.
Não obstante, em doenças caracterizadas por aumento-da reab- sorçao ossea (Doença de Paget¡ hiperparatireoidismo), a ahi;
droxiprolina urinária total está aumentada; V V ~
`
V' às
.
- A menor fração da matriz orgânica, cerca de
fi0%, con- siste de componentes não orgânicos, como as glicoproteínas,mu copolissacarídeos, e lipídios. .
'
V
¿
-_A porção inorgánica daVmatriz óssea ê composta prima¬
riamente de cálcio e fosfato. Inicialmente, o_cálcio e Q fos;
fato sao depositados como sais amorfos. Vários outros] _íonsf
incluindo o sódio, potássio, magnésio, em proporção variada.} podem ser encontrados nos cristais de hidroxiapatita.
'
_ Em torno de 80% 'w o esqueleto é_constituídoj de. =osso
i ' A
cortical e 20% de osso.trabecular. A matriz óssea organica ex
tracelular pode se apresentar como osso "woven" ou lamelar¿-O osso Éwoven", está irregularmente distribuído, enquanto V
no osso lamelar esta altamente ordenado; O primeiro; também =ex-
pressadQ.como osso imaturo ou fibroso, não é.notado após dois
anos de vida, e parece estar associado com estados de. rápida zu
~ , ~ , i
formaçao ossea e remodelaçao; e e desta forma encontrada na doença de Paget«e osteíte fibrosa." _
i l ' ' r if 1 ._ - ' 4 _ z -' ~ '
`. As tres principais celulas osseas reconhecidas sao. o
osteoblasto, osteócito, e.osteoclasto. Os osteoblastos estão
'
z ~ '
localizados na superfície ossea e sao responsáveis pela elabg raçao dos componentes'organicos da matriz extracelular;, 4VOs osteoblastos, depois da formação da matriz orgânica, eventual mente são envolvidos pela matriz, e_então expressados como os teócitos. Os osteoclastos, como os osteoblastos, estão pre- sentes na superfície óssea, mas estão localizados em “regiões de ativa-reabsorçao-óssea;(16) ‹
` '
`
V
'
A diferenciaçao das celulas osseas sao influenciadas por hormonios,como se apresenta no esquema abaixo(15,16):*
- pl « ' PTH _» ` V ' 1,25(QH)2D3 ` - T4 V ¬ V v HGHV - V V- Células osteóprogenitoras . u >Osteoclastos.“"-“__ V - _ . A _ ' ^ Calcítgnína ' l_V ___ ` . _ - ' Esçrogenio __ ` Stress “ ' Glicocorticoides _ Calcitonina ¿ V e _ p_V -Fosfato lnorganico- V ~ * V HGH - ~ ~',» . <
----¬+->
Osteoblastosn________>OsteÕcitos -4-à -+§-fi> PTH _ V V ~ á _ onde: = estimula' .1,25(oH)2 D3 V ~ b1~ u.i _ = _ 'gq _e' 3,.. '. ¡¿4. Hormonios.responsaveis pela homeostase do'
*
`
¬ z z z '
¬g calcio, fosforo, eqmagnesioz »
~ p ni tw Vitamina D;
¬"
V ¡ A _ ' _ _- A vitamina D,-ou_mais corretamente, as
vitaminas D,são um grupo de esteróides biologicamente ativos que exercem im-
portantes efeitos sobre o metabolismo mineral. . H '-
" A
As necessidades de vitamina D nos lactentes, J adultos
jovens, e gestantes é`de aproximadamente 400 U.I.-diárias, en-
quanto os adultos sadios, provavelmente, não necessitam de mais de 100 U.I. diárias; _
' . V - .- ' 'i '
V As duas vitaminas que existem naturalmente são o 7 ão-
lecalciferol e o ergocalciferol. O-colecalciferol é obtido tde
reservas endõgenas cutâneas do 7-dehidrocolesterol por irradia ção_ultravioleta, e o ergocalciferol é derivado da irradiação
do ergosterol, um derivado vegetal. Extensiva irradiação trans.
forma o ergosterol em taquisterol, o qual ê hidrogenado para a forma dehidrotaquisterol. Depois da absorçao pelo trato gas- trointestinal, e da irradiaçao de precursores na pele, 0 cole- calciferol e estocado no plasma, músculo, ou tecido adiposofou transportado para o fígado por uma globulina sericaueSpe¢í_
fica, onde é hidroxilado para produzir o 25-hidroxicolecalcife
rol. No rim, o 25-hidroxicolecàlciferol é hidroxilado~-t pela
1-hidroxilase, uma enzima mitocondrial, para produzir-o_ -1,25 dehidroxicolecalciferol, a forma mais ativa da vitamina_D3. A
atividade-desta enzima, a 1-hidroxilase, está aumentada nos ca
sos de_dieta pobre em cálcio e fosfato, nas hipocalcémias,`sƒe na administração de PTH.; e está suprimida na administração de
1,25 dehidroxicolecalciferol, na hipercalcemia, _pela calcito- nina, e nos indivíduos' paratireoidectomizados. -_» '
A -_
_ -_ , ..
_ O rim tambem sintetiza o 24,25-dehidroxicoleca1ciferoL
A síntese renal de 1,25 e 24z25(OH)2 D3 '
ë. mutuamente recí-
~ ø ..
procas e relacionadas com a concentraçao serica de calcio 'e fosfato. Em experiência com"ratos controle", a síntese - renal
de 1,25{OH)z D3 diminui e a síntese de 24,25(OH)2D3 p'aumenta quando a concentração sérica de cálcio está elevada e a concen traçao serica de fosfato está diminuída. d' V - 'p
r
_ _
_ A vitamina D age ligando-se_a um-receptor citozólico ,
que desencadeia suas açoes celulares. '1
p ` - q ` 1 Í '
A 1,25-dehidroxicolecalciferol.aumenta a absorção -in-
testinal ativa_de cálcio, e também pode aumentar a permeabili- dade intestinal passiva para passagem de`cálcioÇ'O'fosforo. Aê absorvido passivamente com o cálcio;Í .
V
:_ .. da
~'1Q
_ _ *A 25-hidroxicolecalciferol epa 1,25fdehidroxicolecalc1-
ferol diminui a excreção de fosfato; sódio,,e`cálcio¡ 'aumentam
do diretemente.a.reabsorçao tubularírenal proximal destes íons.
A 1,25«DHCC. pode antagonizar o efeito Íosfatúrico do'PTHz e
evidencias sugerem que este metabolico tem_um=efeito-diretov de
supressão.sobre a liberação de PTH- dês glândulas paratireõides assim diminuindo a-concentração séricalde cálcio. _V `4
rA_25-HCC;fe-a.1,25¿DHCC.-estimulamsa‹reabsorção_«õsseaÇ A vitamina D_e seus metabólitos ativos parecen1ammx¢zr.a ativida
de dos osteoclastos e osteoblastos existentes, e pode controlar
diretamente a atividade dos osteócitos-osteóides. Rasmussen '
e
colaboradores sugerem que o maior efeito da vitamina D e. tseus
metabõlitos sobre o esqueleto esta em elevar a osteõlise osteo- cítica, mobilizando os íons cálcio e fósforo que agem para ini¬. ciar a mineralizaÇao;¬¿s ` ~ _ `. Ú ' V t~ - c»
Embora a acao intestinal da 1,25~DHCC. e da 25-HCC. se-
jam independentes da presença-do PTH, ambas requerem PTH. 'para
a
mobilizaçao do calcio ósseo. A vitamina D ë um importante co-.. ø -
fator por aumentar a absorçao_de calcio necessario ao mecanismo
de açao do PTH. ‹12,15,1õ› “ ~ 1 «V
"'
" '.'f- `~ A Q . - Paratormonio: n ' . . . 'O paratormõnio, sintetizado pelas glândulas paratireõié
des, tem efeitos importantes sobre os ossos, rins¡€›intestino.A
sua síntese envolve a clivagem sucessiva de polipeptídeos 'pre_ curssores; segundo o esquema: ^
vz ›_A 1 ki ._ . b - z - , ' Pre-ProPTHz
f---
'ProPTH;.---»
PTH. (115Vâ.a.› - ' __‹9o'â.a.› _ » ;(84=a;à.›¡ ‹ ._ - z ~ ~ ¬A forma Pre-ProPTH e biosintetizada no ribossoma e entao trans- portada através de membranas do retículo endoplasmático i» Vcom
concomitante clivagem. No interior da cisterna do retÍculop_en¬ doplasmático, o Pró-hormônio e convertido para 1+84 aminoacido PTH.¡ Esta molécula de PTH é elaborada nos grânulos_ secretores
dentro-da circulação por interação com receptores específicos nos tecidos._` W' ` ›_ . _Í `= _ I. ` ~ `
O-PTH ë liberado através de estimulos mediados t Azpelo
~cAMP. Os fatores que regulam sua-secreçao sao(4 10 12_15l16)£ *
'_ _
l_l
Í I ‹_ _
ç Í
i'
à
Cálcio: a porção ionizada deste lon, no-plasma¡ _e, 0fator predominante da regulação do_PTH¬ O aumento do-cálcio blg queia a secreção do PTH., e a sua diminuição estimula aHÍsecref
zzâo,
~
~4
i ~
-1.1
'
b).MagnésiQz normalmente, a hipomagnesemia estimula a
secreção do PTH., eia hipermagnesemia inibe; mas a ',depleÇão
crônica de magnésio deprime a secreção de PTH.. '
"_
,`
' '
-c) Epinefrina: estimula a secreção do PTH. por um' e~
feito direto sobre a glândula através de receptores ÉÊ ¬adre- nérgicosz¬ .- 'ã H' u ' “ '. A-=`é' zu im VI' ` H ' '
d) 24,25(OH)2 D3: tem~se sugerido-que esta fqrma, não ativa no osso, possa suprimir a secreção de PTH. -"
_-.O mecanismo de ação do PTH envolve receptores de mem- brana; A porção NH2 terminal do PTH (19 mensageiro) V liga-se
a um receptor de membrana específico, com estímulo ã 'adenil-
ciclase e_provoca acumulo de CAMP (29 mensageiro). Concomitan temente ocorre aumento do cálcio (39 mensageiro) . intracelu-
lar. O CAMP ativa proteínas que iniciam a ação hormonal.)
.v I 4.
'
Açoes do PTH.Q,4,12,15,16): No rim, este hormonio re-
duz simultaneamente a reabsorção de sõdio,_cálcio, . fosfato,
e bicarbonato no tubulo contornado proximal. Ocorre. aumento
da reabsorção de cálcio no tubulo contornado distal, um efeiè
to que predomina sobre bloqueio da reabsorção no tübulo con- tornado proximalz' '_
`
V
. Í_' . A'
; A maioria do sódio não"reabsorvido no tübulo contorna
do proximal, é recuperado geralmente no túbulo contornado dis
tal, pela função renal. `
'¡ ~
g V
-A .V-em
g .
" VMas o fosfato e.0 bicarbonato geralmente se `perdem.
Há ativaçao da enzima 1éHidroxilase que converte a 25(OH)D3 em 1,25(OH)2D3, a qual é a forma mais ativa da vita-
mina. » ' ' i ` ' ~ ` '
Em recentes estudos, conclui-se que os efeitos doPTH} sobre o metabolismo do magnesio sao ainda pouco claros,, foi
observado tanto.um acréscimo como um decréscimo na excreção
E
rinária de magnésio. -' ~ _ V pf V -ã `_ -Os efeitos do PTH. no osso podem ser divididos de
duas maneiras .(15,16): Reabsorção óssea e formação Õssea,
a) ReabsorÇaO óssea: i
V» .` ` .- ~i . -
i '- Osteõlise osteocítica: este sistema constitui o sis
tema fundamental responsável pela regulação imediata dos ní- veis de cálcio sérico. `
'
V
' '
Vl
V - Osteolise.osteoclastica: ocorre uma mobilização len
ta de cálcio. ' ~ V í M '
~ Aumento de enzimas lisossõmicas, de colàgenases,' e
acido hialuronico. “
-
_
12 z b) Formação ossea; lá ^ ~ ç '- ' V
~ pela manutenção dos níveis de cálcio-
_~ pela síntese da forma ativa da vitamina D -
H devido a aumentada formação de'osteoclastes›quei se-
rao-convertidos-em-osteoblastosz Í *
. '
.' ' 'Í
No trato gastro intestinal, o PTH. estimula a absorção tanto de cálcio como deVfós£oro, de modo indireto, devido . a
formação de 1,25-DHC.(12,15,16) Q - ` `- , ' ~ _ ,_ .___ _ ¿, ` zw = Calcitonina: V ' - . ~' ~~ .
- «_ Uma molécula de calcitonina-contém
32 aminoácidos, e
a estrutura total ë necessária para a atividade biolõgica,v Ás
calcitoninas suínas, bovinas, ovinas, do salmão,-e do V homem
tem sido isoladas e purificadas. Embora todas sejam ativas no
homem, a calcitonina do salmão ë'a que tem maior atividade bio
1õgi¢a,« .- V _ -- V ' ›_ - V V* a '~
,_ _ 'Sua secreção é estimulada por níveis aumentados de cãl_
cio ionizado, e isto é mais marcante em pessoas com hipocalce-
mia, nos quais, a administração de_cálcio estimula a liberação
de calcitonina. A concentração sérica deste hormônio está ele- vada em alguns pacientes com hiperparatireoidismo, pseudohipoà paratireoidismo, anemia perniciosa, Síndrome de Zollinger-Elli
son, Doença de Paget, e insuficiência renal crônica. r
`
Â"
'_O mecanismo de ação da calcitonina também éVmediado-pe
lo ÇAMP; estudos mostram que a calcitonina causa aumento- fdo
CAMP no osso e este é atribuído a ativação específica da, ade- nil ciclase. A calcitonina também causa ativação da adenil ciclase renal e aumento da produção de cAMP no túbulo . renal
‹12,16› z V *' H ' `“ Í A V i. A '
4 Este hormonio age sobre os ossos, rins e intestino(12,
15,16), e o principal efeito biológico é~a homeostase dÓ~ cál- cio sérico por inibição.da reabsorção óssea induzida pelo_PTH.
e vitamina D. Age bloqueando a passagem de células osteoVprogÊ nitorasVpara osteoclastos e estimulando a passagem de '-osteo-
clastos para osteoblastos. Induz ao aumento da excreção» uri¬ nária de cálcio, sódio, cloro, e magnésio, e inibe a conversão de 25-(OH)D3 para 1,25(OH)2D3._Age também ä nivel celular, au+ mentando o fluxo de cálcio da célula, e baixa a concentração
no citozol de cálcio ionizado, ~ V
Vj f-
- - Outros Hormônios: -
- V
¡HormonioVde crescimento; seu principal efeito sobre
o esqueleto consiste em aumentar O Índice de formação Õssea,
‹ ~‹ _. f š › >: Í. g. ? Ê .fiwt sz f~ "!r'5"'= .z ~,, 1. «vz 3;_3;, kfi .»-‹.«-¿››
1..-.~.... . -». H.. 1.-_.,w,,
--13
o qual conduz a um aumento do remodelamento_õsseo, além de es-~
~ Q '
timular o aumento da reabsorçao de calcio. V f' .
~ V <
`
'*
_ Neste último caso, o seu efeito é sinërgico ao PTH) ,
e¿e importante porque assegura um aporte suficiente de matriz imineral para calcificar uma maior quantidade de colágeno ósseo-
~ -
Os efeitos do HGH. sobre a excreçao renal de calcio e '
fosfato
~ ' ~ .
sao opostos ao PTH., tendo sido descrito-retencao de fósforo -e
excreçao de cálcio. (12j15) - . ` - d . .›" - ` _ _ { c
. Hormônios Sexuais: Estes-hormônios produzem um» balanà
~
ço de cálcio`positivo¡ estimulando a formaçao e inibindo a reab
sorçáo óssea. (12) ` ' ' ~" -l
z
V 'Glicocorticóides Suprarenais: Um dos principais -siste-
mas sensíveis aos efeitos antianabõlicos dos glicocorticoides e
O osso; Esta ação se manifesta por uma notável diminuição › da
síntese do colágeno ósseo, acompanhado de considerável faumento da.reabsorçao ossea. O cortisol altera o metabolismo 'mineral, provocando variações no cálcio plasmático, e consequentemente,
na excreçao de PTH. A administraçao de cortisol provoca- duma
~ . ~ 4
`
diminuiçao na absorçao de calcio e fosfato no intestino¿ e -au-
menta a excreçao destes íons pela urina. Este efeito do. corti-
sol sobre a absorção gastrointestinal de cálcio é uma ação zan- tivitamina D; e temàse observado que a administracao de' corti-
sol diminui os efeitos da vitamina D sobre a permeabilidade in- testinal para o cálcio e o transporte ativo deste íon.(12J5,16)
~ > ~
~'V Tiroxina: Aumentam os indices de formaçao e reabsorçao
óssea e, portanto, sao importantespararegular o-índice de remo
delamento osseo. Os níveis de cálcio sérico podem estar paumené
tados em ambos os estados de hipertireoidismo ou_hipotireoidis5 mo.‹12,15› - c“__ . ,' À V.¡ of --_ ` _» 1.5; objetivó V
-Por meio deste estudo, procuramos rever as formas de
hiperparatireoidismo, ressaltando os aspectos clínicos, diaqnoâ
._ '
'2., HI~PERPARA'rIREoIDIsMo- -
'
.-. - -
.-
V _ Existem geralmente quatro glandulas paratireoides, de
... ^ ' "~ '
funçao identica, localizadas comumente na regiao posterior de
' - '
cada um dos polos da-glandulaÀtireóideÍ.Entretanto já foram descritas até 10 localizações aberrantes, como no mediastino,
...
-.
_-
r\f.- _dentro da massa tireoidiana ou proximo ao-esofago. '_ _ Í O tamanho médio de cada glândula é de 5 x 5-x 3 mm no
adulto, motivo_pelo qual sua palpaçâo só é possível quando há
aumento de volume. 'VA-'_"' .. i
~
"
v"
- Q
' '
Existem dois tipos de células nas paratireõides: ~ as
, »
-'
células principais e as células oxifílicas. As células qprin- cipais podem ser encontradas em dois tipos ultraestruturais:
a) forma ativa com proeminente-aparelho de.golgi,secretora de
PTH., b) forma inativa com pobre aparelho de golgi e com gran
de concentração de glicogênio. As células oxifilicas só _apa- recem em torno da puberdade, com núcleo pequeno de abundante glicogenio; e nao sintetizam PTH.em condiçoes normais.' V` V
-
As Síndromes que cursam com hiperfunção paratireoidia
na apresentam uma amplificaçao dos efeitos fisiológicos ¬ do
A ` ` hormonio. _ V ._ ' " , ¿ ' ' _: ~
Sao reconhecidas três formas de hiperparatireoidismo:
(8,10,13,15,16) : -` - r ' é A. 'A Hiperparatireoidismo Primário. j Hiperparatireoidismo Secundário Hiperparatireoidismo-Terciário- 2.1._Hiperparatireoidismo Primário _ _ .
'_ .Consiste de uma desordem primária da glândula, e que pode se apresentar de quatro formas:
A . ¶'iH« ` . - Adenoma único' _ V - Adenoma múltiplo - Hiperplasia ` - Carcinoma
O adenoma benigno isolado constitui a.causa mais fre-
quente de hiperparatireoidismo, cerca de $0% dos casos. -Seu
- _1s
doença. Do ponto_de vista histoIóqico,_ós adenomas podem apre~ sentar um quadro variavel, indo desde camadas de~cê1u1as.: es~ treitamente agrupadas, com pouca ou nenhuma gordura, ã d áreas
de gordura suficiente a ponto de parecerem normais. O .adenoma múltiplo, envolvendo duas ou mais qlândulas,podef estar -asso~
ciado a incidencia familiar. _
-- 'q 'f "
¿,« '_
.
b n A hiperplasia da célula principal está sendo_reconheci
da com frequencia cada vez maior e constitui a segunda causa mais comum de hiperparatireoidismo primário. A condição de hi~ perplasia das quatro glândulas pode estar associada_a duas for mas de Poliadenomatose endócrina, que sao:* '
~
- _.
y' V TIPO I - Síndrome de Werner: associa-se_ com
úlcera péptica, pancreatite, adenoma funcionante do 'pãncreas,
tireóide, e adrenal, adenoma hipofuncionante da hipofise,_ hi- perplasia das paratireóides. ~ i
_ i- _
f_"
TIPO II - Síndrome de Sipple: associa-se com feocromocitoma, carcinoma medular da tireõide,_hiperplasia das paratireóides. » '. V ' V zz . `i ' ~ `
- O carcinoma da paratireóide é relativamente_raro, re-
lx) o\0
presenta cerca de das causas de-hiperparatireoidismo d`pri- mário.; Seu crescimento é lento e podem metastizar.para_linfo- nodos regionais, pulmao e fígado. '
V -
- .
V
" Ҧ'f
t O hiperparatireoidismo_primário, atualmente, constitui um distúrbio relativamente comum, incidindo principalmente en-
tre a terceira e quinta década de vida, sendo duas VeZes~ mais frequente no sexo feminino. V -...
V _.
» iƒi -'j
'-
-~
_ Independente do evento desencadeador, ocorre subsequen
temente secreçao excessiva de PTH., que provoca aumento `da
~ ¢ ~ ,
reabsorçao ossea, aumento da retençao renal de calcio, e au-
mento da absorçao intestinal de cálcio. Contudo, em alguns pa-
~ ~ ' ~
cientes nao sao observadas manifestaçoes clínicas no momento do_diagnóstico, mas_o-efeito final, geralmente, consiste prin¬
`
... - , 4 '
cipalmente na alteraçao do metabolismo do fosforo e calcio com
_ ._ _
- . .
consequentes manifestaçoes clinicas esqueleticas, renais, 'Í e
devidas ã hipercalcemia. (10,15,16) _ fz _
16
_ 2.1.1. Manifestações Clínicas
- Neuromusculares e neuropsíquicasz V
A .j
`
~ V _Fraque2a e atrofias musculares são manifestações
co-
muns<k3hiperparatireoidismo, e ocorre principalmenteVnos› mem-
bros inferiores. As_alterações são de origem neuropática. '-
A hipercalcemia pode causar apatia, depressão, mal-es-
~tar, fadiga, alteraçao de memória, retardo psicomotor, psicose,
_ - ' _ ' š V.
eqo estado de coma indica hipercalcemia grave. (10) `
-
- Gastrointestinais: -
V ^'-W -“ '- `
-A hipercalcemia provoca anorexia, náuseas, `vômitos,
constipaçao e dor abdominal vaga. `
.
V
f
'
l Ulcera peptica ocorre em 14% dos pacientes com hiperpa
ratireoidismo. Neste, ocorre aumento da gastrina com ,aumento do ácido gástrico, provavelmente devido a hipercalcemia. .Ape-
sar da frequência mais alta de hiperparatireoidismo nas mulhe-
res, a incidência de úlcera péptica juntamente com este distúr
bio tende a ocorrer principalmente nos homens- ._
-
V _. A pancreatite tambem ocorre com frequencia
_ aumentada
nos pacientes com hiperparatireoidismo. Em pacientes com .pan- creatite sem sinais de alcoolismo ou hiperlipidemia, deve ser
.lembrado um hiperparatireoidismb, O mecanismo desta é desconhe
cido, mas presume-se que seja decorrente da hipercalcemia man-
tida. A pancreatite é`do tipo aguda e encontra-se muitas vezes
associada com.cálculos pancreáticos; contudo, nem sempre ocor- re depósito de cálcio nos canalículos intraductais_ ido pân-
CI`€ã.S ., V ' - V _ ` ¬ › - Renais: iu ' « - - -
- ~ -Como resultado da hipercalcemia, pode ocorrerá
'
com frequência, poliuria e polidipsia¿ i `
V
- ~ _»=' _ Pode-se dividir as manifestaçoes renais em' anatomicas
e funcionais. ' V '_ z - . ` « e
Anatomicas: as alteraçoes anatomicas decorrem da hipercalciu -
ria, e sao mais graves quanto.mais avançada estiver a doenÇa;A
manifestacao mais comum é a nefrolitiase, e em 32 por 'cento
dos casos-pode ocorrer.como única manifestação da doença. Mui-
tos pacientes apresentam apenas um pequeno_cálculófirenalƒassin
tomático,-enquanto outros podem possuir cálculos de. repetição com obstruçao e infecçao das vias urinarias. A nefrocalcinose, que consiste na deposição de cálcio dentro do parênquima renal,
17
pode ocorrer também em pacientes.com hiperparatireoidismo, -e
geralmente e_uma manifestação tardia. ', _
. _x f
Funcionais: devido ã hipercalcemia mantida e ä aÇãQ'dQ- PTH.
pode ocorrer desordens tubulares e glomerulares. Ocorre au~
mento da excreção de fosfato, sódio e HCO3. O aumento da exà creção de sódio no TCP. oferta mais sódio para ser reabsorvië
do no tubo contornado distal, aumentando a_excreção de potãs4
sio. Com o aumento na reabsorção de cálcio e íon hidrogênio ,
havera acidose hipercloremica moderada, a-qual auxilia- no
diagnóstico diferencial com outras causas de hipercalcemia. *
- - f -.. -
^
Hematuria, devido a nefrolitiase e infecçao, pode ser
observada. Também ocorre aumento da síntese de 1,25(OH)2D3- ›
Aminoacidúria, glicosüria e diminuição da capacidade
de concentração podem estar presentes, ,assim como aumento da
uremia, nitroqenio e creatinina. 'q _
'
à
- Articulares ejperiarticulares:-W -
_
. *_
_ ÀPOCÍG OCOIIGI COI'1d1C`OCâlCi1"1OSe` COITI
OU
Sem C]C`iS€S depseudogota, fraturas subcondrais, sinovite traumática, periar terite calcificada. A condrocalcinose e relatada em sete ã
dezoito por cento dos casos, e ocorre com depósito de _ cris-
tais de pirofosfato dihidratado de cálcio eiãs vezes com Isis nais de artrite recorrente. iv' '
- z-
. ~
Hiperuricemia é frequente no hiperparatireoidismo pri
mario, e ocorre devido a reduçao do clearance renal de'Y ura~
tos. - _ ' _ ` z _ V - Õsseas: ' ' M - ~ A manifestação patognomõnica é a osteíte A fibrosa cística, entretanto, como atualmente o diagnóstico ê realiza-
do mais precocemente, o mais habitual é a osteoporose,_princi
palmente na coluna. -
A _' '_
-'
V Os sintomas do paciente inclui desde dores vagas ate
dores ósseas intensas. ' `
'
. Radiologicamente, a osteoporose é o sinal mais comum.
._ ' _
, z ~ '
As lesoes osseas_cisticas radiologicas sao tanto os_ A cistos
õsseos verdadeiros como os tumores_marrons; os primeiros sao
cistos ósseos cheios de líquido, enquanto que os últimos_ sao
tumores de elementos ósseos vasculares e celulares, particu_ larmente osteoblastos e osteoclastos. Sinais específicos i de
osteite fibrosa pode ser_reconhecidos no cranio, nas-maos
-e maxilares. O crânio apresenta aspecto de "vidro moído",¿ pela perda da arquitetura trabecular normal, devido a substituiçao
'18
de osso lamelar por ossoflÊjovem"; A osteite fibrosa reflete num aumento da reabsorçao e_formaçao ossea com aumento dos .osteo- clastos-_As mãos sofrem desmineralização e reabsorção- . óssea
e subperiostea, inicialmente na face radial das falanges V mé-
dias. ~m , .' ' ~ ' i »_' ' -~ V .-. . V
._.~- f"As.deformidades ósseas são tardias e aparecem em pa-
cientes sem tratamento. Ao estudo radiologico pode-se observar
i _. ~¬-
.
_, . - i _
enourvamento dos ossos longos, deformidades da.pelvis e _ das
vértebras, sinal semelhante ao visto na osteomalácia¿ Observa-
se também diminuiçao da estatura e deformidades em"peito de pom bo"em alguns pacientes com hiperparatireoidismo. V "'
_ V
'
Deve-se lembrar de certas condições predisponentes â os
teite fibrosa no hiperparatireoidismo. A deficiência de vitami-
.... V - ~ z
'
._ na D com diminuiçao relativa da_absorçao de calcio, em -relaçao
a sua perda e os baixos níveis de fosfatos na dieta_podem = ser
citados como condições predisponentes, r-
- Outras manifestaçoes: '_ ~
_
'
_ _ *
.V 'Calcificação ectópica: a deposição de cálcio no inte-
rior da pele, dos olhos e.de outros tecidos moles pode ser lob- servada algumas vezes nos-pacientes com hiperparatireoidismo. A
. « - ~ 4 ,
-
ceratopatia em banda e causada pela deposiçao de calcio na cor-
~ _ '
.-. ._
nea. Estas lesoes sao acinzentadas e concentricas_em relaçao ao
`
. rw '
'
- '
. . _, , V ,
limbo e_sao principalmente identificadas_nas areas nasais e tem
porais; Pode ocorrer também deposiçao de cálcio na ffconjuntiva
bulbar e palpebral, causando lacrimejamento e irritação.. ..¬_
_ Cardiovascular: ê referido que a hipertensao arterial e
mais frequente que na populaçao em geral. Embora alguns estudos
_ , . ~
_sugiram que a hipertensao e corrigida com a normalizaçao ._ da
calcemia, isto nao é referido de uma forma generalizada, e esta
~ ` ` `
questao deve ser melhor-estudada.. '
_ j
“ '
~
. W
- A hipercalcemia provoca encurtamento do intervalo
Q ~~T
no eletrocardiograma e hipercalcemia leva ao alargamento da on-
da T;-Arritmias sao manifestaçoes incomuns do hiperparatireoi -
' `
~
dismo; com a elevação aguda da concentraçao de cálcio _ sérico,
-bradicardia e bloqueio de primeiro-greulpodenxocorrer;(S,6,8¡l0,
13,1-5,16) ~
- V
`
m
".19
2.1.2..Mêtodos^Laboratoriaiside'Diagnóstico
-
i As mais importantes mudanças na bioquímica do sangue
estão no cálcio, fósforo, cloro, e PTH. imunoreativo;*Tambëm a
atividade-da-fosfatase alcalina, no plasma, está elevada' E
em pacientes com doença ossea. (10,15,16)` A
Í ' ` T - Cálcio: u ' i
”
,_ z V-_ Hipercalcemia persistente, ou detectada por'ainais ie
sintomas da doença, ou encontrada em exames laboratoriais' de
rotina, é a razão mais comum para a avaliação do paciente; Es-
tes pacientes usualmente tem um aumento na concentração «'do
cálcio total plasmático, mas é referido que alguns pacientes com hiperparatireoidismo aparesentem uma concentração de' cál-
cio total dentro dos limites normais, e a concentração de cálé
cio ionizado acima dos limites da normalidade. A medição apu-
rada da concentração de calcio plasmatico total e das proteí-
nas totais continua sendo um dos mais importantes procedimen¬
tos para a avaliacao inicial quando ocorre a suspeita diagnós-
tica de hiperparatireoidismo primário. '
~ , - - z
-`
' '
_ _A excreção urinaria de calcio esta normal em 20 a. 30
por cento dos casos, e aumentada no restante. Mas é inapropria damente baixa quando relacionada com a sua concentração .Eno plasma. Em uma dieta pobre em cálcio, a hipercalciúria V [pode
diminuir. ` ' ` - _' ' . ' -A '
O magnésio plasmático está geralmente normal ou .dimi-
nuído, e não tem sido avaliado em grande escala. É citado, que
em pacientescom hipercalcemia hipercalciurica familiar, o íon
magnésio pode estar elevado. ' `
V
'
-_. 4
`
' - -
A excreçao urinaria de hidroxiapatita esta ^aumentada em pacientes com doença óssea evidente, embora este '
aumento também.ocorra em pacientes sem-doença óssea. E
'
E
A
excreção urinária de potássio pode estar aumentada., e a capacidade de concentrar e acidificar a urina, em *pacien-tes com esta_doença, está prejudicada. - V- ~ `
Bicarbonato:_d '
s ~
-`
V É Vfrequentemente. descrito que pacientes com hiperpa-
ratireoidismo ocorre redução da concentração de bicarbonato 7
zw
diminuição da concentração de cloro plasmático ocorre em hiper calcemias não associadas ã paratireõide. O defeito é revelado particularmente no teste para TmHCOš._A reabsorção de;bicarbo-
nato, expressada-como Tm bicarbonato, está
reduzida.porg"in-
._ -
.-. ~
fluencia do paratormonio na reabsorçao tubular proximal »' de
bicarbonato. O teste_é executado por infusão de bicarbonato de
sodio intravenoso, e a anormalidade nomTm bicarbonato e“ cor- rigida com o paratireoidectomia}VOcasionalmente-a acidose tor- na-se mais severa nos primeiros dias seguintes da remoção de um adenoma da paratireóide. Áfpiora-da acidose pode estar rela cionada com a deterioração na função renal depois ida cirur-
gia, depleçao de fosfato, liberaçao do ion hidrogênio devido a
recalcificação óssea, e retorno da função do tecidoã 'residual da paratireõide. A ~ ¬ Fósforo: ' A t -› ' ,À _' l
- O fosfato plasmatico encontra-se diminuído ou-no limi-
te inferior; _ ' _ _. V` A ' - ,_ _ . '
_' “Teste de reabsorção de fosfatoz- ~
~ _Í““;
_
Í _ O hiperparatireoidismo caracteriza-se por uma¿ depura-~
nu I
na
Çao renal aumentada de fosfato. A reabsorçao tubular de fosfa-
to ê geralmente expressa como uma porcentagem da quantidade filtrada, e é calculada pela seguinte fórmula: __ ,
. »
'
_ UP x-sc
% T.R-P., - X 1 _
íõ-'šfi
'
onde: U = urina; S = soro; P_= fosfato; C : creatinina,
todos expressos em mg./100ml. _
_
“ '-' -~ '
~
No hiperparatireoidismo, a reabsorçao tubular de fosfato_ está' diminuída. -Contudo, Ó T.R.P. nao é seguro na presença de ,in- suficiência renal. Neste caso, deve-se calcular a depuração de
fosfato pela seguinte formula: -
C :I vu/t x UP~ _
P sP'- -
'
-V z
_
‹onde: Cp = depuração de fosfato em ml/min.; VU = volu-
me urinãrio em mililitros; e t = tempo. `
' '-
A depuração renal de fosfato está H aumentada nos z pacientes
com hiperparatireoidismo. Estas provas-requerem uma- ,ingestão normal de fosfato alimentar, porque-uma alimentacao com baixo
2z_
teor de fosfato resulta em valores falsamente.elevados do T.R‹ P., e, em contraposiçao, dietas de teor muito alto em 'fosfato
podem resultar em T;R.B; mais baixo. Alguns pacientes com ,hi-
perparatireoidismo apresentam provas falsamente normais. t
*
'
'Recentes estudos tem direcionados a atençao para a ane
mia nos pacientes portadores de biperparatireoidismo primario,
e está relacionada com a severidade-dafdoença. Aminoacidúria é
bastante comum, e tem sido observada nos casos de ádeficiência
. . Í
de vitamina D. '
r i
' "
z
Teste de infusão intravenosa de cálcio:- ng
~A resposta à infusão intravenosa de cálcio tem sido considerada como um teste de auxílio diagnóstico, baseado . no
fato de que a infusao deste íon deve levar â uma queda nas se-
~ . .-. ~ ` _
creçao do paratormonio, e por essa razao a uma diminuiçao -na
excreção urinária de fosfato, a qual pode ser mais apuradamen-
t V ~ . ~ '
te analisada pelas alteraçoes na reabsorçao tubular renal- de
' '
_» `
fosfato. O teste nao distingue pacientes com hiperparatireoi--
dismo de pacientes com outras formas de hipercalcemia, ey. res postas falso positivas e falso negativas sao observadas.V` ._
Resposta terapêutica â vitamina D3 ou ã 25(OH)D3:
, 'Quando pacientes portadores de hiperparatireoidismo re
- _. - z
¡- cebem 5 mg de vitamina D3, a concentraçao de calcio plasmatico aumentará nos próximos dias seguintes. O mesmo ocorrendo quan-
~ `~
do da administracao de 25(OH)D3. Essa resposta nao temi sido
` ' ~
muito considerada para o diagnóstico, quando nao ocorre outros dados úteis para o mesmo, exceto para o diagnóstico idiferen-
cial entre hiperparatireoidismo e osteomalácea quando_o`primei
ro se manifesta por sinais e sintomas de osteomalácia e Acon-
.. - 4 '
centraçao plasmatica de calcio normal. i' `
~ --
_
_
.
` › _
Teste com corticosteóides: c '
~
. O teste é um simples procedimento baseado na observa-
çao de que a hipercalcemia de outra causa, por exemplo;_sarcoi
dose, normaliza-se com a terapia com hormônios corticosterói -
' - ~ '
des; O teste consiste da administraçao oral de 100 a 200V mg/
dia de cortizona por um periodo de cinco a seis dias. O [nível
ø _ , t _.
de calcio plasmatico e determinado diariamente. A supressao da
^
_.
vhipercalcemia é uma boa evidencia contra o hiperparatireoidis-
mo, no entanto, a falta de resposta não afirma necessariamente
, _, ' >
, 4.
.22
que sugerem_que em alguns_pacientes com hiperparatireoídismo, o-nível plasmático de cálcio pode diminuir durante o teste;e
V-Teste de privaçao de fosfato: _ V
V -V
V
. . O teste esta baseado na obseryaçao de que .pacientes
' ' ~
com um aporte normal de cálcio e com uma restriçao V
marcada
de fosfato, apresentam diminuição do nível de fosfato plasmá-
tico e consequente elevação da concentração de cálcio plasmá-
tico. O paciente ingere uma dieta pobre em fosfato (abaixo de
350 mg/dia) e normal em cálcio-por um período de 3 dâas. A e-
ficácia da dieta pode vgser aumentada-pela '
administração simultanea de sais;de alumínio (hidroxido-de-alumínio), dimi- nuindo a absorção de fosfato no trato gastrointestinal. Neste
regime,-alguns pacientes com hiperparatireoidismo normocalcê- mico exibirâo um aumento significante na concentração de cál-
cio. Este teste é particularmente útil em pacientes.com.normQ
calcemia e hipercalciúria. l 'z A'
Í “t
Determinação urinária de 3',5' - CAMP.: ' Ío' i
'
~ '
A
uz No hiperparatireoidismo primário, a excreçao urinária total de CAMP. está aumentada. Determinações simultâneas 'de
CAMP. e creatinina, no plasma e urina, permite calcular V o
CAMP. excretado.O CAMP.urinário, como um parâmetro diagnósti-
co, tem sido expressado de várias formas. Geralmente o paráme
tro de maior importância-ê a expressão de CAMP. excretado em
nmol/dl. Discriminação quase tão grande pode ser obtida '
por uma simples determinaçao do cAMP.urinário. Este é prontamente
~ . .
aplicado em amostras obtidas na populaçao em geral e é ¬um
teste altamente-útil para o diagnóstico de hiperparatireoidis
mo primário. _ ' ' ' V ` . Determinaçáo‹da 1,25 - Dehidrocolecalciferol: s '
V As técnicas especializadas para esta análise
_ estáo
disponiveis apenas em laboratórios de pesquisa. De interesse,
~é a observação que pacientes com hiperparatireoidismo apresen
tam altas concentraçoes_de 1,25 - dehidroxivitamina D“e -que esta elevaçao é observada especialmente em pacientes com li-
tíase renal como a manifestação do hiperparatireoidismo ~pri_
mário. _ ' g ` V . á ' ' ' '“. ' . I V
,Absorção gastrointestinal de cálcioz' -'
r A absorção gastrointestinal de cálcio está ,aumentada no hiperparatireoidismo-primário e pode ser determinadaf no
estudo cinético do calcio pela sua transferência do trato gaã trointestinal para o_compartimento ósseo e sanguíneo. As
di-`
_ 23.
ficuldades técnicas para determinar a absorção de cálcio eí a
grande sobreposição de resultados com pessoas normais limita a utilidade deste procedimento para uso rotineiro no diagnõs_ tico desta doençaz , Q
~ AV ' , V a' ~ ..
Teste de infusao do hormonio`paratireoideo:
_
- O hiperparatireoidismo pode ser distinguido de outras
formas de-hipercalcemia por meio deste testeÇ Este está basea
do no fato de que o hormônio paratireoideo.leva a um¡signifi-
cante aumento da excreção urinária de fosfato. O teste ~ tem
provado ser o mais específico de todos aqueles utilizados pa-
ra avaliar o metabolismo renal de fosfato. É particularmente útil em distinguir casos de hiperparatireoidismo com_predomi- näncia de sinais e sintomas renais de outras causas de cálcu-
lo_ renal e hipercalciúriaƒ. V Em pacientes com hiperparatireoidismo,
¢ - ._ 1-
ocorre apenas uma minima alteraçao na reabsorçao tubular . de
fosfato, enquanto que em outras ~formas de hipercalcemia¡oco£
re um_significante decréscimo no T.R.P. .' V' _ - ` _ .'_ - _..-'“ .Radioimunoensaio para o PTH:. * . . ' V
O desenvolvimento de radioimunoensaios específicos su
ficientemente sensíveis_a detectação do hormônio paratireoi -
deo humano circulante tem fornecido um teste específico pa-
' ~ 4
` " i `
ra a funçao da paratireoide. Este exame tem grandes utilidade na distinçao entre hipercalcemia por hiperparatireoidismo pri mário e naquelas não relacionadas ã paratireôide. Em-
pacien-~
tes com hipercalcemia nao causadas por doença da paratereõide,
as concentraçoes do hormonio deveriam ser indetectáveis por-
' _. A 4 1 -
que a secreçao das glandulas esta suprimida.1 *Ai ‹-_ Há-um consenso geral de que a forma principal do hor- mônio detectado no sangue é_um grande fragmento biologicamen-
te inerte que compreendem o central e dois terços do carboxi- terminal do peptídeo; a extremidade aminoterminal biologica -
mente ativa tem sido removida deste fragmento proeminente. Há
uma baixa concentraçao de.hormonio intacto no-sangue,relativo a quantidade do fragmento central e carboxiterminal, _'eq a
concentração do fragmento aminoterminal deve ser relativamen-
te baixa. A maioria dos laboratorios tem encontrado que o an-
- - -
tisoro que reconhece a metade carboxil do hormonio e mais 'u-
til em detectar o hormonio imunoreativo no sangue. ju' _ '
. V
_ As dificuldades na-interpretaçao estao aumentadas em
proporção ao grau de insuficiência-renal. Recentes estudos in dicam que a concentraçao de hormonio circulante
biologicamen-n 24
te ativo é de aproximadamente_5 ã 15 pg/ml de plasma. No hiper
paratireoidismo primário,sem complicações renais, o radioimu- noensaio revela altas concentraçoes de hormonio imunereativo.« Nas hipercalcemias não relacionadas â paratireõide, sem .com-
.plicações_renais, revela quantias indetectáveis de .*hormõnio
no plasma. Altas concentraçoes de P.T.§. no plasmag periférico tem também sido encontradas em casos de hiperparatireoidismo` devido ä produção ectópica de hormônio paratireoideo¡'A 1
_
. _¿ -
_.
Outros métodos de diagnÕstico:_. - .
'
¡V~ '
p Atualmente, há muito interesse no desenvolvimento _ de
novas técnicas.para a localização de um tecido anormal. antes da intervençao cirúrgica. Sabe-se que em raros casos é possi-
~ ` '
vel a palpaçao de um tumor no pescoço e ocasionalmente um ade- noma no mediastino é observado por uma radiografia simples. Os
procedimentos técnicos.usados neste sentido inclui cineesofago grafia, mediastinografia, tomografia computadorizada, arterio- grafia, venografia com amostras seletivas e radioimunoensaio'
para PTH., ultra-sonografia, e termografia. Entretanto, o alto custo destes meios diagnÕsticos.e o fato de que a grande maiof ria dos casos de hiperparatireoidismo são atribuídos a um simf ples adenoma<kaparatireóide, terna-se difícil a_ _utilização destas técnicas. - - '- , ' ' ;.; ¬ Além das manifestaçoes radiolõgicas ósseas, anterior-
mente citadas, podeèse encontrar manifestações radiolõgicas em outros aparelhos. Nefrocalcinose, bem como nefrolitíase _podem
ser evidentes ao raio X de rim; desmineralização ao redor, dos dentes é evidenciada por perda da lâmina dura; coletitíase tem sido referido em pacientes com hiperparatireoidismo, sem no.en tanto ter importancia significante quando comparado com aÍ po- pulação em geral; e casos de calcificação ectõpica pode 'ser
também observadó. _ _ ¡, 1 _ `. ^ - 1 , (1, 5, 6, 7, 10, 13, 15, 16) _ 2.1.3. Hiperparatireoidismo Normocalcêmico e ~ Hipercalciúria Idiopática
Nos grupos de pessoas com normocalcemia e eosteomala--
cia, tem sido difícil definir se o paciente tem deficiência
primária de vitamina D-e hiperparatireoidismo secundário, Q Qu
se apresenta hiperparatireoidismo primario_e umaz deficiencia
relativa secundária de vitaminá D. A distinção é mais `
facil- mente observada pela resposta do paciente a terapia com vita- mina D; em pacientes com hiperparatireoidismo primário, a adë
- 25
ministraçáo de vitamina D leva a um aumento significanteiá do
cálcio plasmáticc. De modo oposto,
em
pacientes com” deficiën cia primária de vitamina D, usualmente resulta numa “diminui-cao-inicial da concentraçáo~de cálcio plasmático durante os
primeiros dias de terapia, que e seguido por um-retorno' aos
valores normais. (15) “
'
V 7» _ _
' '
'
~Outro problema de diagnóstico diferencial ocorre~ en-
tre hiperparatireoidismo primário e hipercalciúria idiopáti'-
- . - . -
. - . _ 1
ca. A ultima e de origem renal primaria na qual ocorre salte-
raçao na reabsorçao tubular de calcio com aumento da sua ,ex-
~ z ' .-
creçao urinaria. Isso induz no aumento da secreçao de PTH.,e
na síntese renal de 1,25 (OH)2D3 com consequente aumento' na absorção intestinal de cálcio. As duas condições, hipercalciá ria renal e absortiva, representam provavelmente as duas maio
res variantes da hipercalciuria idiopática. (1,15)' -
eu .V
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Os sinais clínicos característicos de hipercalciuria` idiopática são: urolitíase recorrente, hipercalciúria, hiper-
_paratireoidismo secundário, e normocalcemia. Presume-se que o
hiperparatireoidismo seja secundário, desde que a função nor- mal da paratireóide possa ser restaurada por uma carga oral
de cálcio ou pela correção da perda renal de cálcio com diu- réticos tiazídicos. (16)Í V' ' '_ _ ` `.×
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_' - z ~ z- --« A analise da composiçao dos calculos indica uma 'alta
incidencia de cálculos de oxalato de cálcio e cálculos '
de
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composiçao mista. Os calculos maiores sao geralmente- compos-
tos de magnésio, e fosfato de cálcio, enquanto que os calcu- los menores são compostos principalmente de oxalato_de_' cál-
cio: Em sua análise de 10.000 cálculos, 72,3 % apresentaram
Q
xalato de cálcio como o principal componente. A composiçâo_mi
neral pode ser determinada por microscopia,eanálise difracio- nária ao raio X. ~Uma_composição predominante`deÍ cistina,
4 4 '
acido urico, xantina, magnésio, ou mesmo fosfato de “ cálcio, limita as possibilidades diagnósticas- Cálculos puros de fos- fatos de cálcio são raros e sugerem hiperparatireoidismo pri-
mário ou outros estados com acidose tubular renal.*(16J "
z Frequentemente existe uma clara relação entre a compo
siçao da urina e do calculo. As variaveis importantes sao O
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cálcio, oxalato, uratro, e a concentraçao do íon hidrogenio.
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Em calculos de fosfato de calcio ocorre z ' . diminuiçao da solubi V -_.
lidade com o aumento do pH., e então esses cálculos são produ zidos quase que exclusivamente_em presença de urina alcalina, como no hiperparatireoidismo ou outros estados de acidose tu- bular renal; Em contraste, a solubilidade do ácido úrico
ele-2,6
va-se com o aumento do pH- AA solubilidade do oxalato de cál- cio está relativamente_independente do pH e_está.mais influen ciada pela variaçao da concentraçao-urinária¿de oxalato fi' e
cálcio." V Í.- V n V - ` u
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' , . z -À ii.l 'Y A atividade do íon-cálcio na urina é determinada_pela
carga filtrada de cálcio, múltiplos fatores que regulam- o mecanismo de filtração renal de cálcio¿ outros solutos, e 'á-
lgua livre.. ';
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.Muitos.agentes estao asSociadQs ao aumento daf egcre¬
~ z f .: 4 -
çao de_calcio urinario. A carga filtrada de calcio esta» au- mentada em estados-de elevada concentração de cálcio no plas- ma. Com a secreçao subnormal de PTH., causado pela hipercalce
mia, a reabsorçao tubular renal de cálcio decresce, produzin-
do hipercalciúria; Isto pode ocorrer com o aumento do 'fluxo de cálcio do intestino para o plasma (hipercalciüria absorti-
Va por excesso de vitamina D) ou_Oriunda do osso fihipercalcig
ria reabsortiva} doença de~Paget¿ tireotoxicose, metãstase es quelética, imobilizaçao).(7,16)~._ ~“ '
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Admite-se algum grau de autonomia da paratireõide no
hiperparatireoidismo normocalcêmico. Embora os exatos mecanis mos fisiológicos nao estejam definidos, hiperparatireoidismo
primario normocalcemico pode representar uma forma benigna de hiperparatireoidismo primário. (1,11)eV_ ›` '
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É fundamental que a hipercalciúria renal com hiperpa- ratireoidismo secundário seja claramente diferenciada de fhie
perparatireoidismo primário normocalcêmico.
A
recorrência -de anormalidades bioquímicas e nova.formação de_cálculos 'renais é esperada no seguimento pós-operatorio dos pacientes com hif percalciuria idiopática que foram.submetidos a cirurgia Í-daparatireôide.-(9,11) , ~ . ` '¶_ ~ z -'
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l 'Tem sido preconizados alguns métodos farmacológicos e
dietéticos para o tratamento da hipercalciúria idiopãticaflõã:
' ~ i`-Diuréticos Tiazidicos: . .A _. ,.V _ ~ ._ A administracao de hidroclorotiaiida ( 100mg
ao dia) pode diminuir o cálcio urinário em torno de 50% 'Vou
mais; na maioria dos pacientes. sem causar hipercalcemia. _Se
~ 4 ,
a absorçao intestinal de calcio esta aumentada, os tiazídicos tendem a normalizá-la. Além disso, essa droga tem 'g efeitos inibitórios sobre a formaçao de novos cálculos; z
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_ Nos casos de hiperparatireoidismo normocalcemico or
intermitente, os tiazidicos podem facilitar 0 diagnostico sando_hipercalcemia_persistente. '
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eexcreçáó urinária de cálcio em 50%-em muitos pacientes. Parte '27 '-Í£osfato.inorgânico¿ V ' _¡. ¿¿_ . _ l*¿_ r
Suplementaçao dietetica com fosfato, poder diminuir a
deste resultado pode~ser atribuido a'um aumento da . excreção
°urinária~de pirofosfato ou inibição na formação de cálculos.
‹- Allopurinolz .i ¬ `
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tÍ‹Foi~observado=que em alguns pacientes com hipernrico- zsêria, esta droga contribui para a' diatesis do cálcdloz' ~ “
-~-~Fosfato<Celúlose: ' . . ~ _ 4 ` -
“Tem sido recomendado para tratamento da hiperabsorçáo
,intestinal de cálcio. A excreção urinária de oxalato _aumenta
durante-o tratamento, certamente por causa da quelaçáo do O QM H-^
cio entërico. Durante o tratamento, a excreção urinária_ z de
cálcio pode diminuir em 50% » A - i « `~ _ _ '
Vários estudos tem sido realizados no sentido de. se
alcançar uma completa diferenciaçao entre hipercalcifiria idio
ipática'e hiperparatireoidismo primário normocalcemico, e para
isso torna-se importante a necessidade de se obter uma meticg losa avaliacao clínico-laboratorial¡ antes e depois da cirur-
_gia, dos casos de hiperparatireoidismo primáriÓ..Desta manei-
ra procura-se obter o diagnóstico correto e evitar ‹cirurgias
desnecessárias, como ocorre na hipercalciúria idiopática; 'na
qual¢fse tem completo conhecimento das contra indicações › de
uma exploração cirúrgica; pois, como já foi citado,_ trata-se de uma alteração na reabsorção tubúlar renal de cálcio. H, 9¡
11.16) l ' “ ' . - -
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' 2;1.4. Tratamento_
A
disponível utilidade de análises seguras doi cálciosérico tem auxiliado na descoberta de hipercalcemia em pacien tes.assintomáticos com hiperparatioidismo primário.‹O-controê le dos casos de hiperparatireoidismo primário assintomático tem sido um problema devido aos poucos conhecimentos sobre os
28 em alguns pacientes. O risco de progressão da_doença, o Fcusto para o seguimento destes pacientes, e fatores fisiológicos de-
vem-ser.pesados e correlacionados ã morbidade, custo, e 'risco de insucesso-cirúrgico-em pacientes-que podem levar uma *vida normal e_sem a intervenção cirúrgica. Mas-significante evidên-
cia de progressao da doença, por.exames subsequentes, és uma
indicação de cirurgia. (15,16) u 1 ._. _ V 1_ * _ . _ ~`--_
_» Em determinadas condições, está indicado o tratamento clínico, de modo temporário ou definitivo. Vários agentes po- dem ser-empregados na reduçáo‹do cálcio.sérico,-entre eles. o
sal de fosfato, sulfato de sódio, mitramicina, e calcitonina. Atualmente, o mais empregado é o sal de fosfato, administrado] por via oral ou endovenosa, sendo preferida a via oral, A -mi-
tramicina, quando-usada, é apenas por curtos períodos; e a'cal
citonina não tem provado, geralmente, eficácia no controle da hipercalcemia no hiperparatireoidismo primário. (10,15,16)
"
_
Ç Durante o manuseio pré-operatório, o paciente deveria
ser submetido a uma dieta enquanto aguarda a cirurgia. Se_ o
magnesio plasmático está diminuído, o paciente deve .' receber
uma quantia suplementar. Se o nível de cálcio plasmático esti-
ver acima de 11,5 mg/100ml, fosfato oral suplementar pode ser dado pré-operatoriamente. No caso de o teste de supressão com
cortizona for empregado no estudo pré-operatório, pelo 'menos duas semanas deveriam transcorrer até o dia da cirurgia. *(10,
15.16) - --
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A terapia definitiva para o hiperparatioidismo “primái
rio consiste na extirpaçao do tecido
guztüxmkkn
anormal.Antesde o paciente ser.submetido ã uma cirurgia das glândulas para- tireóidesj o cirurgião deve ter um pleno-conhecimento da anato
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mia e embriologia destas glandulas, das posiçoes que elas nor- malmente ocupam, ou para quais locais elas normalmente migram.
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As-glândulas paratireoideas superiores sao encontradas facil- mente, e localizam-se geralmente na superfície dorsal do lobo
da tireóide, ao nivel dos.dois terços superiores da glândula.
As glândulas inferiores são maiores, porém apresentam localiza
çao variavel, podendo ser encontradas desde a metade lsuperior da tireóide até a porção_inferior do mediastino. Se as~.glându
las superiores podem ser-identificadas, e apresentam um aspec-
to normal, porém as inferiores nao sao encontradas, deve-se e-
xaminar meticulosamente o pedículo tímico na extremidade infe- rior do pescoço. A maioria dos adenomas da paratireóide locali
zados no mediastino, podem ser retirados pela incisão c cervi-
cal. Se após a remoção do pedículo tímico não se encontra'
29
nhum tecido paratireoideo, deve-se examinar e palpar ambos os
lobos da tireoide, baseados no fato de_que ocasionalmente _ a
_paratireóide pode estar encontrada completamente encapsulada
no interior do parênquima tireoideo. Por vêzes indica-se a ex- cerese do lobo da tireóide no lado em que não se encontra '
a glândula tireóide; Não _ se encontrando \ qualquer adenoma da para
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tireoide apos cuidadosa exploraçao cervical, incluindoç também
no mediastino superior, espaço-retroesofãgico, bainhas" carotí-
deas, e glândulas tireoideas; deve-se considerar a possibilida
de de uma mediastinotomia. Uma vez que a opção recaia sobre es
se procedimento, não se deve realizã-lo-antes de duas â quatro
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semanas.apos a exploraçao cervicaló Na exploraçao mediastinal,
.o tecido tímico remanescente e isolado e examinado, em pvirtu-
A ' ` `
de da frequencia de localização de adenomas nesta estrutura.
Vários estudos tem sido feitos,visando.comparar_~] 'as
técnicas cirúrgicas empregadas nos pacientescom hqxrpflatheoi
dismo primario. Em uma experiencia com 71 pacientes portadores
deste distúrbio, no qual o adenoma solitário foi a mais_'.fre_ quente causa, os autores são partidários ã uma remoção da le-
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sao solitaria e sem nenhuma biopsia de rotina para as doutras glândulas. No caso de hiperplasia das glândulas, os autores re
comendam biópsia e excisão de š.5 do tecido glandular; e se há
persistência da hipercalcemia após a primeira cirurgia, a pre-
... . ,
moçao do tecido restante estara indicada;(13}. Em uma -1 outra
amostra de 242 casos de hiperparatireoidismo primário; os» au- tores recomendam remoção do adenoma sem biópsia de outras glân dulas, e no caso de hiperplasia_das quatro-glândulas, os '_au-
tores também indicam a paratireoidectomia subtotal.(6} »
Tem real importancia Q seguimento pôs-operatório des-
tes pacientes; tanto imediato como a longo prazo; Nos _pacien-
tes que apresentavam associação-com osteíte fibrosa, no põs-o- peratõrio_ocorre aumento do-volume osteôide e com rápida mine- ralizaçäo. Há uma abrupta queda na reabsorção õssea e um' -au- mento na formaçao óssea. A atividade osteoblástica está aumen-
tada, ocorrendo então estímulo na formação da matriz óssea. U-
sualmente há_uma queda do.cálcio,plasmático, que será "máxima em torno de quatro ã dez dias. O cálcio_e o fosfato na '
urina
'
.‹ ¢. '
praticamente desaparecerao. Um parametro_particularmente útil,
é o nível de fosfatase alcalina, quando_esta cai para o -nor-
mal* é indicativo_de cura da doença óssea. O magnésio plasmáti