O7-8 ¡-1
O
283 UFSC-BUVANILDO
SILVEIRA
Melhoramento
Genético
em
Soja
na
.t
`
COODETEC
Este trabalho é apresentado ao Centro
de
Ciências Agrárias
da
UniversidadeFederal de Santa Catarina
como
partedos requisitos exigidos para a obtenção
do Grau
de_Engenh_eiroAgrônomo.
Florianópolis,
setembro de
1998.p-r¬
/Bfiië*
Agradeço...
...a Deus, pela
minha
existência......a
minha
família, pelaminha
formação......a
meus
amigos
do
curso de agronomia, pela alegria......ao Sr. Arlindo Harada, pela supervisão
no
estágio e amizade... V...ao Prof.
Rubens
Nodari, pela orientaçãono
estágio......ao Prof.
Miguel
Guerra, por tudoque
me
ensinou......ao Sr.
Marco
Antônio de Oliveira, pelo apoio durante o estágio......ao Prof. Maurício Sedrez, pelo apoio
na
viabilizaçãodo
estágio..._
...a Sra. Beatriz, Coordenadoria de Estágios
da
UFSC,
e ao Sr. Isvaldino,Departamento
pessoal
da
COODETEC,
peloempenho
na
regulamentaçãodo
estágio......a equipe técnica
da
COODETEC
(Senhores: Arlindo,Marco
Antonio, Franco, Celso Aguiar,Edson, Dorival, Azambuja, Celso Palagi, Beni, Rudimar,
me
perdoem
se esqueci alguém) peloconvívio e pelo conhecimento que adquiri...
...a equipe de apoio
da
COODETEC,
especialmente ao Júlio e ao TiãoGodoy,
pela amizade......a administração
da
COODETEC,
pela concessãodo
estágio......a todos
que
diretaou
indiretamente contribuíram paraminha
fomaação profissional eAcA1›ÊM1coz
. ,vzmflóo
silveiraas.
ORIENTADOR:
Prof. Dr.rRubens Onofre NodariSUPERVISOR:
Eng°
Agrônomo
ArlindoHarada
BANCA
EXAMINADORA:
~Prof. Dr.
Rubens
O.
Nodari
Prof. Orientador ` . Area: Genética /1 gy' \._ , ' ' \ f .H_ \ _ › ._ ,f A A
;*
¿.f>'”/
_,,, ..1_>`rf.:,/V
" uerra ` ^ eV:"'Fisiologia Vegetal â A ‹ A-Tt_,
4
"'7
Prof. Dr. aurício S.
dos
ReisI
Ar
'Genética
APRESENTAÇÃO
Este relatório aborda as atividades desenvolvidas
na
área demelhoramento
de genéticode soja, durante a execução
do
estágio curriculardo
curso deAgronomia
da
UniversidadeFederal de Santa Catarina
(UFSC).
O
estágio foi realizadona
Cooperativa Central Agropecuária de DesenvolvimentoTecnológico e
Econômico
Ltda.(COODETEC)
que
localiza-sena
cidade de Cascavelna
Região Oeste
do
Estadodo
Paraná e foi desenvolvidono
período de 01 de fevereiro a20
demarço
de 1997.A
orientaçãodo
estágio foi de responsabilidadedo
Prof. Dr.Rubens
Onofre Nodari,Professor Titular
do
Departamento de Fitotecniado
Curso deAgronomia
-UFSC
e asupervisão foi
do
Dr. Arlindo Harada, Melhorista Responsável peloPrograma
deMelhoramento
Genético de sojada
COODETEC.
As
atividadesacompanhadas
durante o estágiocompreenderam
processoscomo
ahibridação artificial,
condução
das populações segregantes e avaliação de linhagensem
préLISTA
DE
FIGURAS
Figura 1 - Corte Longitudinal
da
flor de soja (Miyasaka&
Medina,1981).Figura 2 -
Fluxograma do
Método
SSD
Figura 3 -
Fluxograma do
Método
GenealógicoFigura 4 -
Fluxograma
deMétodo
PopulacionalFigura 5 -
Fluxograma do
Método
RetrocruzamentoFigura 6 - Hibridação artificial
em
soja. Dr. ArlindoHarada
realizandoum
cruzamento artificialem
plantas de sojaem
casa de vegetaçãocom
temperatura eumidade
controladas.Figura 7 -
Fluxograma do Programa
deMelhoramento
Genético de Sojada
COODETEC.
Figura 8 - Seleção de vagens
em
geraçãoF
3 (superior esquerda), Faixa demonstrativa (superiordireita),
Demonstração
denova
cultivarem
dia decampo
com
agricultores (inferior esquerda)e Colheita de
campo
de semente básica (inferior, direita).LISTA
DE TABELAS
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO
1 2.A
COODETEC
3.A
CULTURA
DA
SOJA
2 4 3.1.INTRODUÇÃO
3.2.ORIGEM
4.
GENÉTICA
E
MELHORAMENTO
EM
SOJA
4 5 6
4.1.
BIOLOGIA
DA REPRODUÇÃO
4.2.
MÉTODOS
DE
MELIIORAMENTO
EM
SOJA
4.2. 1.INTRODUÇÃO
4.2.2.
SELEÇÃO
4.2.3.
HIBRIDAÇÃO
' `4.3.
MÉTODOS
DE SELEÇÃO
PARA A
CONDUÇÃO
DE POPULAÇOES SEGREGANTES
4.3.1.MÉTODO
DESCENDENTE
DE
UMA
ÚNICA
SEMENTE
(SSD)4.3.2.
MÉTODO
GENEALÓGICO
4.3.3.MÉTODO
POPULACIONAL
4.3.4.
MÉTODO
DE
MELHORAMENTO
RETROCRUZAMENTO
5.
PROGRAMA
DE
MELHORANIENTO
DE
SOJA
NA
COODETEC
›-›-››-››-11-I \IU'|U.››-fl¢\OOO\l\I€\
19
5.1.
BANCO
ATIVO DE
GERMOPLASMA
5.2.CRUZAMENTOS
ARTIFICIAIS 5.3.SELEÇÃO Dos PROCENITORES
5.4.
CONDUÇÃO
DAS
POPULAÇÕES SEGREGANTES
5.4.1.GERAÇÃO
F1 5.4.2.GERAÇÃO
F2 5.4.3.GERAÇÃO
F3 5.4.4.GERAÇÃO
F4 5.4.5.GERAÇÃO
F5 5.4.6.GERAÇÃO
F6 5.4.7.GERAÇÃO
F7 5.4.8.GERAÇÃO
F8 5.4.9.GERAÇÃO
F9 5.4.10.GERAÇÃO
Flo 5.4.11.GERAÇÃO FU
5.4.12.GERAÇÃO
Fu
20 20 22 23 23 23 25 25 25 26 27 27 28 29 30 305.5.
CARACTERÍSTICAS
AVALIADAS
NA
CONDUÇÃO
DAS
POPULAÇÕES SEGREGANTES
5.5.1.CONSIDERAÇÕES SOBRES
As PRINCIPAIS CARACTERÍSTICASAGRONÓMICAS
DA
SOJA6.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
7.
BIBLIOGRAFIA
1.
INTRODUÇÃO
Í
A
alimentaçãona
espéciehumana
é baseada quaseque
exclusivamente das plantas.Devido
a esta importância primordial das plantas, é naturalque
oshomens
tenham, desdelonga data, se
preocupado
em
desenvolver tipos mais adaptados aos seus interesses (Allard,1971).
1
Desde
a época dos primeiros agricultores, as sementes dos tipos superioreseram
separadas para a propagação
da
espécie e após muitas gerações, originaram-se as variedadescrioulas.
O
melhoramento
como
conjunto de procedimentos teve iníciona metade
do século'XIX
com
os trabalhos de Vilmorincom
beterraba açucareira.As
primeiras tentativas deproduzir açúcar de beterraba não tiveram êxito,
em
grande parte devido ao baixo conteúdode
açúcar, gerahnente inferior a 7
%
nas variedades então disponíveis.Nos
175 anossubseqüentes,
foram
desenvolvidas variedadesque
podem
produzir consistentementede
15 a18
%
de açúcar (Allard, 1971).O
aumento
de produçãotem
sido o objetivo finalda
maioria dos melhoristas de plantas.Algumas
vezes, issotem
sido conseguido pelo desenvolvimento de variedades basicamentemais produtivas, não devido a melhoramentos específicos,
como
a resistência a doenças, porexemplo,
mas
como
o resultado deuma
maior eficiência fisiológica geral (Allard, 1971).Estima-se
que metade
do
incrementoda
produtividade das principais espécies agronômicas nosúltimos
50
anos seja atribuída aomelhoramento
genético (Borém, 1997).Uma
das contribuições mais importantesdo melhoramento
de plantastem
sidoo
desenvolvimento de melhores variedades para novas áreas agrícolas.
Mais
a mais conhecidacontribuição
do melhoramento
de plantas, consisteno
desenvolvimento de variedadesresistentes a doenças e insetos (Allard, 1971).
Em
geral a utilização de variedades resistentes éo
método
mais eficiente e barato de controle de doenças e pragas.Para cultura
da
soja algumas características desejáveisque
contribuem positivamentepara aumentar a estabilidade e o potencial de rendimento das cultivares são: maior resistência a
doenças, insetos e nematóides, resistência ao
acamamento,
resistência à deiscência precoce dasz
vagens,
boa
qualidade fisiológicada
semente e adaptação edafoclimática.Neste relatório serão abordados aspectos básicos relacionados à biologia
da
reprodução e ao
melhoramento
genéticoda
soja e serão descritos tópicos,do Programa
de2.
A
COODETEC
Em
1974, os dirigentesda
OCEPAR
(Organização das Cooperativasdo
Estadodo
Paraná) criaram
o Departamento
de Pesquisada
instituição,que
tinhacomo
objetivo principalatuar
de
forma complementar
aos trabalhos executados pelos órgãos oficiais.Em
1982,foram
inauguradas as instalações definitivas
do
Centro de PesquisaEloy
Gomes
em
Cascavel e,posteriormente,
em
Palotina e Goioerê, todos não Estadodo
Paraná.Durante vinte e
um
anos aOCEPAR
estruturou e administrou oDepartamento de
Pesquisa.
Em
abril de 1995,em
Assembléia Geral as Cooperativas integrantesda
OCEPAR
assumiram a responsabilidade administrativa
do Departamento
de Pesquisa, criando aCOODETEC
(Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico eEconômico
Ltda.).Associaram-se à
COODETEC
no
momento
de sua fundação, trinta e oito cooperativasagropecuárias
do
Estadodo
Paraná, a qual recebeu por transferênciada
OCEPAR
a estruturafisica e de pessoal
que
constituíram oDepartamento
de Pesquisa.A
sede administrativa está localizadano
Centro de Pesquisaem
Cascavel,que
possui aárea total de
474 ha
com
10.370mz
de área construída.Em
Palotina o Centro de Pesquisa deApoio
contacom
345 ha
e 6.100mz
de área construída(COODETEC,
1998).A
missãoda
COODETEC
é “Gerar e desenvolver tecnologia, contribuindo para oprogresso
da
agricultura, preservando o ambiente e ofertando produtos e serviçosque
satisfaçam as necessidades de todas as pessoas envolvidas
com
aCOODETEC”.
Para atendera sua missão, a Cooperativa desenvolve pesquisas
também
na
área demelhoramento
genéticode trigo, soja, milho e algodão, visando
a
obtenção de novas cultivaresque atendam
asdemandas
dos produtores(COODETEC,
1998). _.
Além
das linhas básicascomuns
para as espécies quevem
sendo melhoradas,como
rendimento, tipo
agronômico
e resistência a doenças, cada culturatem
suas linhas especiais,listadas
na
Tabela 01.A
COODETEC
coloca ainda a disposição das suas filiadas produtos e serviçosaplicáveis diretamente às suas atividades, ao
mesmo
tempo que geram
parte dos recursosnecessários à sua manutenção. Dentre os produtos
da
COODETEC
destacam-se: sementesbásicas de soja, trigo e triticale; sementes fiscalizadas de híbridos de milho e inseticida biológico (Baculovirus anticarsia).
U
Consultoria, palestras e treinamentos técnicos, ensaios e projetos técnicos, analise de
solo e corretivos, análises fitopatológicas, patologia de sementes e análise de sementes sao os
principais serviços prestados pela
COODETEC
às Cooperativas filiadas e aomercado
agricolada
região.Tabela O1 - Linhas de pesquisas dentro
do melhoramento
genético de cada espéciel
.
_ melhorada.
ESPÉCIE
INÍCIO
DO
PROGRAMA
LINHAS
DE
PESQUISA
SOJA
1974
Tolerância aos herbicidas
i
Tolerância à acidez
do
soloTolerância ao ataque de insetos
Amplitude
da
época desemeadura
Adaptação
a diferentes tipos de solo e climaResistência ao nematóide de cisto
Qualidade
do
Grão
TRIGO
1974
Tolerância ao alumínio
Tolerância às altas temperaturas e déficit hídrico
Qualidade industrial
Tolerância à germinação
na
espiga e debulhaMILHO
1982
Tolerância aos herbicidas
Tolerância ao alumínio
Qualidade
do
Grão
Amplitude de
época
de semeaduraPrecocidade
ALGODÃO
1990
Rendimento da
fibraQualidade industrial
da
fibraColheita mecânica
Tolerância ao ataque de pragas
Tolerância aos herbicidas
3.
A
CULTURA
DA
SOJA
3.1.Introdução
Entre os produtos agrícolas
que
alimentam omundo,
a soja está se destacando cadavez mais.
A
produção mundial de soja sofreu constantesmudanças
nas últimas décadas.Em
1966
a produção mundial foi de 35 milhões de toneladas,em
1974 foi de 63 milhões(Miyasaka
&
Medina, 1981) eem
1997
a produção estimada foi de 134 milhões de toneladasde grãos, sendo o Brasil responsável por
27
milhões de toneladas, aproximadamente 20%
do
total(EMBRAPA,
1997).Na
antigüidade, os chinesesusavam
a sojacomo
alimentobem como
se muitosmedicamentos
dela derivados.Na
época
de sua introduçãona América do
Norte eAmérica do
Sul, a soja, era utilizadacomo
feno para animais (Costa, 1996).A
Culturada
soja foi introduzidano
Brasilem
1882,na
Bahia, passando porCampinas
em
1892
eem
1900
chegou
ao RioGrande do
Sul.O
ano de1936
marcou
o início da fasede
expansão
da
cultura e,em
1941, aparecia pela primeira vez nas estatísticas oficiais (Costa,1996).
A
soja,que
contém no
seu grão40
%
de proteina e20
%
de óleo, é responsável por60%
da
proteína vegetal e30
%
do
óleo vegetalconsumidos no mundo.
A
proteína é usadaprimariamente
na
alimentaçãodo
animais e outros produtos de alimentaçãohumana.
O
óleo éutilizado
na
fabricação de margarina, maionese, molhos, óleo para fins culinários,na
confecção de tintas e sabão.Muitos
outros produtos são derivadosda
soja e cada vez mais estão surgindonovos
produtos, otimizando a utilização dos subprodutosdo
óleo de soja (Fehr, 1987).No
Brasil, atémeados
dos anos 60, a soja não tinha importânciaeconômica
em
relaçãoà cana-de-açúcar, algodão, milho, arroz, café, laranja e feijão.
No
entanto, a partirdo
finaldos
anos 60, a produção de soja teve
um
crescimento extraordinário, elevando sua importânciana
economia
nacional (Arantes&
Souza, 1993).Os mesmos
autores citam que dentre os fatoresresponsáveis pelo grande
aumento da
produção de soja brasileira destacam-se:a) trabalhos de
melhoramento
genéticoem
cultivares oriundasdo
sul dosEUA
na
região Suldo
Brasil;b) possibilidade de duas safras anuais
com
utilizaçãoda
sojaem
sucessão ao trigo,principalmente
no
Paraná e RioGrande do
sul;c) significativo
aumento
realno
preço intemacional dos produtos primáriosno
inícioda década
de 70;
d) condições favoráveis
do mercado extemo
à comercializaçãoda
'soja brasileira,que
acontecejustamente
na
entressafia norte-americana; V _O
aumento
de produção, oriundo de urna maior produtividade e principalmente peloexpansão
da
fronteira agrícola. `.
3.2.
Origem
_A
soja pertence à famíliaLeguminosae que
inclui, aproximadamente, 18.0008 espéciesagrupadas
em
650
gêneros.A
famíliaLeguminosae
é constituída de três sub-famílias,Mimosoideae, Caesalpinoideae e Faboideae.
A
soja pertence à sub-família Faboideae, aogênero Glycine, sendo seu
nome
científico Glycinemax
(L.) Merril (Costa, 1996).A
Glycine soja é consideradacomo
o mais provável ancestraldo
qual G.max
teriaevoluído. Acredita-se
que
a forma cultivada tenha derivado de G. soja peloacúmulo de
características qualitativas e quantitativas resultantes demutações
genéticas,sem
que houvessealteração
no
número
decromossomos
(Miyasaka&
Medina,l98l).A
soja é nativada
Ásia sendo consideradauma
das culturas mais antigas daquelecontinente.
Segundo
a tradição chinesa,o
ImperadorShen
Nung
era o paida
agricultura eda
medicina e
governou
a áreaque
hoje é a região Central-Esteda
China,onde
se concentra aprodução de trigo
no
inverno. Acredita-seque
naquelaépoca o povo
eranômade
eque o
Imperador ensinou-lhes
como
arar e semear a terra.A
mais antiga referência sobre a sojana
literatura seria a
que
consta.no
herbárioPen
Ts'aoKang
Um
(Matéria Médica), escrito peloImperador,
Shen Nung.
As
datas desta referência variam de2838
a.C. a 23 83 a.C.Porém
nasescavações arqueológicas realizadas
no
Norteda
China, nãoforam
encontrados vestígiosde
legumes.
Por
isso,Chang
eWatson
postularamque
somente as datas registradas na história4.
(ÍENÉTICA
E
MELHORAMENTO
EM
SOJA
4.1. Biologiada Reprodução
As
floresda
soja são completas eocorrem
em
racemos
terminaisou
axilares,em
número
de 2 a 35 por racemo.O
cálice é tubular eformado
por cinco sépalasou
lóbulosdesiguais, parcialmente unidos e persistentes.
A
corola éformada
por cinco pétalas decoloração branca
ou
púrpura.O
androceu écomposto
de dez estamesque
envolvem
o estilo,sendo
nove
unidosem
Luna única estrutura eum
deles livre.As
anteras são livres, dorsofixas eenvolvem
completamenteo
estigma, nele deixando cairo
pólen.“O
gineceu, caracterizado porum
pistilo único, possuíum
ovário séssil, oval e pubescente, contendoum
a quatro óvuloscampilótropos e
um
estilo glabro, curto e recurvado, terminado porum
estigma capitado”(Miyasaka
&
Medina,198l).Na
Figura 1 apresenta-se o corte longitudinalda
flor de soja.' ;¿1:;I_'.'- <;‹j.'.*§'.§.`0;-1 z Emfiäë
ÊÊ
ÊÊ
'Âre tarif ii ¬=- 'Jill mn 1:;-5* . zi-l¡`ͧÍ' ÍÊ'Ã;ÍzÍÍÍ'›}ÍÍÍ `%O¬iru1o A A Í Í :':Í'.'_?'.'.¡.Ã`-_Í'_ÍÍ: ' .._ É '_-'_f1':iíjÍ Í. HL.: 1 ff uz ͧ§$§§x§§§§“$ã#âsW
i' . tá Í i' Ji- - . .¡ _ , . -¿:¿,¿fl›_z¡|;›._.1 - V- __ .Í :já , ' 15 ¿.._Í_"- Í, ¬ _jV -É-¡_~1};_í.-V:Figura 1 -
Cone
Longitudinal daflor
desoja (Miyasaka
&
Medina,1981).“As
carenas (quilhas) não são soldadas,mas fomiam
uma
câmara
contendo os órgãosmasculino e femininos, favorecendo assim a autopolinização.
A
soja é planta cleistógama,uma
vez que ocorre a polinização
do
estigma antesda
aberturada
flor. Apesar disso, algunscruzamentos naturais ocorrem, sendo as abelhas e os tripses os principais agentes” (Miyasaka
&
Medina,198l).Em
estudos realizados entre 1958 e 1972 verificou-seque
aporcentagem
decruzamentos naturais
em
geral variam de 0,03 a 1,3%
em
funçãoda
cultivar, condições deplantio e ambiente (Miyasaka
&
Medina,l981). Fel1r (1987) atribui taxasmenores que
um
porcento para a fecundação cruzada
em
soja.Uma
plantapode
emitir até800
flores,porém
a percentagem de fertilização é baixa,oscilando entre 13 e
57%
dependendo da
cultivar e das condições ambientais (Miyasaka&
Medinz,19s1).
'
4.2.
Métodos
de
Melhoramento
em
Soja -Na
busca de novas cultivares, os melhoristastêm
utilizadométodos
demelhoramento
que vão desde instintivas seleções de plantas, aparentemente melhores, até a utilização
de
marcadores moleculares para a identificação de indivíduos superiores (Barros, 1996).
Na
soja, assimcomo
na
totalidade dos vegetaisempregados na
agricultura, cultivaresmelhoradas
podem
ser obtidas pelosmétodos
de introdução, seleção e hibridação (Fehr, 1987;Vernetti, 1983; I\/[iyasaka
&
Medina,l98l).Os
métodos
decondução
das populaçõessegregantes, após a hibridação, são basicamente: genealógico, de população (“bulk”),
retrocruzamento,
SSD
(“SingleSeed
Descent”) emétodos que
utilizam algumas combinaçõesou modificações
dosmétodos
SSD,
“bulk” e genealógico, Estesmétodos
tem
sido eficientespara elevar o potencial de produção das cultivares de soja (Fehr, 1987;
Miyasaka
&
Medina,1981).
4.2.1. Introdução
O
método
de introdução consisteem
trazer parauma
determinada localidadegennoplasma que
tenha sido desenvolvido e adaptado a condições agro-ecológicas análogas.Assim, a maioria das plantas cultivadas de soja iniciahnente cultivadas nas áreas de
produção
do
Suldo
Brasil,foram
resultantes de introduções diretas de outros países (Vemetti, 1983).Com
a consolidação dos programas demelhoramento no
Brasil, a introdução degermoplasma
para uso direto passou a termenos
importânciado que
para usocomo
progenitores para a obtenção de populações segregantes (Borém, 1997).
Pode-se
com
a introdução de germoplasma, visar à resistência a doenças, àNeste caso, o melhorista
tem
interesseem
um
gene.ou
um
grupo de genes presentesno
gennoplasma
e nãono
genótipocomo
um
todo G3orém, 1997). -4.2.2. Seleção t
A
diversidade genéticaque
fomece
a base para a seleçãotem
a sua origem nasmudanças
espontâneas herdáveis,que ocorrem
lentamente e de maneira completamente aoacaso (Allard, 1971).
As
principais causasda
perdada
homogeneidade
das populações dasespécies
autógamas
são os cruzamentos naturaiscom
outras variedades, a mistura acidental desementes e as
mutações
(Miyasaka&
Medina,l98l).A
dispersão de alelos mutantes naspopulações depende
da
sua hibridação natural e recombinação através de muitas gerações(Allard, 1971). ~
Nas
espécies autógamas, os indivíduos,em
geral, encontram-se,em
homozigose. Esteefeito foi descrito rnatematicamente por
Mendel
quedemonstrou que
partindo-se deum
heterozigoto Aa, a autofecundação contínua reduz
em
50
%
a heterozigose por geração.Uma
vez
que
os indivíduos homozigóticos(AA
ou
aa),com
a fecundação,produzem
progênieshomozigóticas, enquanto indivíduos heterozigóticos (Aa) segregarn progênies homozigóticas e
heterozigóticos
em
igual proporção (Allard, 1971).Esta redução manifesta-se
em
qualquer par de genes(em
heterozigose),independentemente
do
número
total de genesna
planta.Com
n
pares de genesem
heterozigose, a proporção de plantas completamente homozigóticas, após
m
geraçõesde
autofecundação, é
dada
pela fórmula [(2'" - 1)/2"']" (Allard, 1971).Como
conseqüênciado
sistema reprodutivo de espécies autógomas, o melhoristapode
estar razoavelmente seguro deque
qualquer plantaque
ele selecione seráhomozigota
e,portanto,
que
daráorigem
auma
linha pura que se reproduzcom
grande precisão (Allard,1971).
As
cultivares desenvolvidas atravésda
seleção de plantasem
populações heterogêneassão consideradas linhas puras (Fehr, 1987).
Os
programas de seleçãoseguem
dois padrõesque
diferem apenas quanto aonúmero
de linhas puras selecionadas para fomiar a
nova
variedade. Esses padrõestem
sidochamados
de Seleção de Plantas Individuais
com
Teste de Progênie e Seleção massal (Allard, 1971).Na
seleção de plantas individuaiscom
teste de progênie, anova
variedade é constituídapela progênie de
uma
única linha pura. Geralmente oprograma
envolve três etapas distintas.Na
primeira etapa seleciona-seum
grandenúmero
de indivíduosda
população original,que
égeneticamente variável (Allard, 1971).
A
segunda etapa consisteno
plantioda
progênies das plantas individuais selecionadasem
linhas, paraque
possam
ser examinadas visuahnente. Esta avaliação visual continua porvários anos. Linhagens
com
defeito são eliminadas de imediato.Deve
ser feita Luna reduçãodrástica
no
número
de linhagens durante esse período de observações,uma
vezque
a etapafinal
do programa
é trabalhosa e onerosa (Allard, 1971). .A
ultima etapa inicia-sequando
o melhorista nãopode
mais decidir,com
base apenasnas observações, precisando-se recorrer a experimentos
com
repetições, -afim
decomparar
entre si, e
também
com
as variedades comerciais, as linhagens remanescentes quanto as características agronômicas desejáveis (Allard, 1971).Na
seleção massal, as progênies de muitas linhas puras são combinadas para formar anova
variedade (Allard, 1971).A
seleção massal éum
dosmétodos
mais antigosde
melhoramento
de plantas.É
provávelque
as primeiras variedades melhoradastenham
sidodesenvolvidas por esse método.
A
seleção massal só é eficiente se recair sobre populaçõesheterogêneas, constituídas por mistura de linhas puras,
no
caso de plantasautógamas
(Borém,1997).
A
idéia principalda
seleção massal é melhorar o nível geralda
populaçãocom
a reuniãode fenótipos superiores nela existentes (Borém, 1997).
Segimdo
Allard (1971), a seleçãomassal
tem
duas funções importantesno melhoramento
de plantas.A
primeira é a segurança erapidez de
promover
omelhoramento
em
variedades locais, separando-se tipos tardios deprecoces, quanto a susceptibilidade a doenças
ou
ainda outros fatores que limitem suamáxima
produção.
A
segunda ftmçãoda
seleção massal consistena
purificação das variedadesexistentes para a
produção
de sementescom
qualidade.No
Suldo
Brasil,o
trabalho demelhoramento
pormeio
de seleção de introduçõesou
em
populações heterogêneas de ocorrência espontânea, possivehnente decorrentes dehibridações naturais
em
lavouras comerciais, resultouna
formação de muitas cultivarescom
importância
econômica
para a região (Miyasaka&
Medina,198l).4.2.3. Hibrídação _
Considerando
que
pelosmétodos
de introdução e seleção massal não é possível obter-se grandes ganhos genéticos
em
relação a população existente, é necessário recorrer aocruzamento de duas
ou
mais cultivares para conseguir plantasque reunam novos
e melhorescaracteres agronômicos.
O
melhorista utiliza a hibridaçãocomo
forma
de estimular aHibridação é a fusão de gametas geneticamente diferentes
que
resultaem
indivíduoshíbridos heterozigóticos para
um
ou
mais característica.Após
a hibridação, o objetivodo
melhoramento
de espéciesautógamas
é obter indivíduos homozigóticos por sucessivasgerações de autofecundação. Selecionam-se indivíduos
com
características desejáveisde
ambos
os progenitores,onde
estesformam
linhagensque
quando,em
testes comparativoscom
variedadesexistentes, demonstram-se superiores, são lançadas
como
novas variedades (Borém,1997). é
Na
hibridação de espécies autógamas, os progenitores são cruzados artificiahnente.A
maioria das hibridações artificiais envolve cruzamentos apenas entre dois progenitores.
Nos
processos de hibridação, os materiais genitores
podem
ser muito afinsou
quase não estaraparentados,
como
osque procedem
de diferentes partesdo mundo,
ou
os que pertencem adistintas espécies.
Com
freqüência,um
híbrido origina plantasque
sesobrepõem
aosascendentes
em
determinada característica.Por
exemplo,excedem
em
precocidade ao genitorde
menor
cicloou
alcançam maior altura que o genitor de porte mais elevado. Esta segregaçãotransgressiva proporciona ao melhorista, a possibilidade de alcançar
um
objetivo de maisrapidamente. Muitas vezes a progênie
pode
expressar características importantes não evidentesnos progenitores
(V
emetti, 1983). rAtravés
da
utilização de cruzamentos multi-parentais, eda
exploraçãoda
segregaçãotransgressiva, o melhorista de soja
pode
expandir os limites e intensidades de características desejáveis na fomiação de novas cultivares (Vemetti, 1983)._
4.3.
Métodos
de
SeleçãoPara
aCondução
de Populações
SegregantesO
objetivoda
hibridação artificialno melhoramento
de espécies autógamas éo de
combinar
num
só genótipo, genes desejáveis que se encontramem
doisou
mais genótiposdiferentes.
O
melhorista precisa decidir ométodo
decondução
das gerações segregantescomo
o qual terá maiores possibilidades de conseguir aquele objetivo (Allard, 1971).
Após
a obtençãoda
variabilidade genética, atravésda
hibridação artificial, duasindagações importantes são feitas: 1) qual o
número
de gerações seriam necessárias para seobter linhas puras? e 2) qual o
método
seria utilizado para acondução
das populaçõessegregantes? (Fehr, 1987).
Os
programas
demelhoramento
de sojapossuem
características próprias,onde
aseleção de linhas puras e de livre arbítrio
do
melhorista.Em
1985, nos EstadosUnidos da
América (EUA),
em
pesquisa realizada nos programas demelhoramento de
soja públicos e 10privados, constatou-se
que
1%
da
seleção de linhas para evolução a cultivares ocorrena
geração Fz,
20
%
na
geração F3, 45%
na
geração F4,24
%
na
geração F5, 9%
na
geração F6 e1
%
em
gerações mais adiantadas (Fehr, 1987)Para a cultura
da
soja os principaismétodos
decondução
de populações segregantessão o
SSD
(SingleSeed
Descent), ométodo
genealógico, ométodo
populacional (“bulk”) eo
retrocruzamento (Borém, 1997; Vemetti, 1983;
Miyasaka
&
Medina,1981).Nos
EUA
em
1985, 65
%
dos programas demelhoramento
de soja utilizaram ométodo
SSD
para aobtenção de linhas puras e 18
%
dosprogramas
utilizaram ométodo
genealógico (Fehr, 1987).Segundo
Fehr (1987) existem4
etapasno
desenvolvimento deuma
cultivarcomo
linha pura:1.
Obtenção
de variabilidade genética atravésda
hibridação artificial de progenitoressuperiores;
2.
Condução
em
autofecundação para a obtenção de linhas puras. Seleção para algumascaracterísticas durante o processo;
3. Avaliação de linhas puras
em
múltiplos testes por vários anos, quanto ao rendimentoe outras características agronômicas;
4.
As
sementes das linhas puras superiores são multiplicadas e distribuídascomo
urnanova
cultivar comercial.4.3.1.
Método
Descendente deUma
ÚnicaSemente
(SSD)O
método
SSD
(Figura 2) consisteem
avançar as gerações segregantes atéum
nívelsatisfatório de homozigose,
tomando
uma
única semente de cada indivíduo de Luna geraçãopara estabelecer a geração subsequente (Miyasaka
&
Medina,1981).O
usodo
SSD
foi descrito primeiramente porBrim
em
1966.Brim
se referiu inicialmente aométodo
como
sendoo método
genealógico modificado.É
ométodo
maisindicado para a
condução
em
populaçõesem
clima tropical e utilizando-se casa de vegetação(Fehr, 1987).
A
principal característicado
SSD
é a reduçãodo tempo
requerido para obtençãode
linhagens homozigóticas. Considerando
que
nessemétodo
o processo de avaliação e seleçãode genótipos só se inicia após a obtenção das linhagens
em
homozigose,podem-se
conduziraté três gerações por ano
como
acontece nosEUA
(Fehr, 1987).A
condução
de maisde
uma
Mlírrono
ssn
-“singu
sw:
Dmzm”
P1xP2
l
O n o Q uoceano:
O o o Q o Q u 0 O o o n u 0 Q Q I o Q o o U c O Q 0 0 Ooonoot
ii,:
J‹ lrGERAÇÃQ
Progenitores PlantasF
1(Campo ou
CV)
F2
aF4
- Colheruma
semente por planta
Sem
seleção artificial.¢. . N
F5
- Seleçao individual plantas. Colhe-se as plantas individuahnente (Todas as sementesda
planta).F6
- Teste de progênieSeleção entre linhas
F7
em
diante - ensaios derendimento
Vantagens:
-Menor
campo
experimental -Menos
emprego
de mão-de-obraDesvantagemz- Pouca
seleçãoem
gerações precocesseleção precisa ser conduzida sob condições representativas e,
em
geral, estas sóocorrem
uma
única vez por ano (Borém, 1997).
A
condução do
método
ocorrena
colheitade
uma
sementede
cada planta da geraçãoFz, as sementes provenientes darão
origem
a geração F3onde novamente
uma
semente de cadaindivíduo. Este procedimento é repetido até a geração F5,
na
qual selecionam-se plantasindividuais que, são submetidas ao teste de progênie.
As
progêniesque
semostrarem
superiores e uniformes são colhidas individualmente e avaliadas
no
ensaio preliminarde
avaliação de linhagens.
A
partir desta etapa, os procedimentosenvolvem
as avaliaçõesintermediárias, finais e regionais das linhagens (Borém, 1997).
As
principais vantagensdo método
SSD
são: a)menor
área por geração; b)menor
esforço e
tempo na
colheita; c)menor
trabalhoem
anotações; d) atinge facilmente o nívelde
homozigose
desejado; e)fomece
máxima
variância genética entre linhagensna
população final;Í) a seleção para caracteres de alta herdabilidade (altura, maturação, florescimento, qualidade
de semente, resistência a doenças); g) várias gerações
podem
ser plantadas por ano; h)pode
ser conduzido fora
da
região de adaptação.As
principais desvantagens são: a)apresentapequena
oportunidadede
seleção nasgerações precoces; b) não se beneficia
da
seleção naturalquando
estanão
lhe é favorável; c) aseleção para caracteres de baixa herdabilidade e resistência a
acamamento não
são eficientesem
plantas individuais; d) nãohá
descendentes de algumas plantas Fzna
população final(Borém, 1997; Vemetti, 1983;
Miyasaka
&
Medina,l98l).4.3.2.
Método
GenealógicaNo
método
genealógico(Figura 3), os tipos superiores são selecionados nas geraçõessegregantes, sendo mantido
um
registro de todas as relações entre os progenitores e asrespectivas progênies (Allard, 1971).
É
um
método que
permite fazeruma
seleção rigorosana
geração Fz para ascaracterísticas
como
altura de planta, maturação, resistência a deiscência de vagens e adoenças, contribuindo para a redução
do
número
de plantasque
serão estudadasem
geraçõesmais avançadas (Miyasaka
&
Medina,l98l).Na
maioria dos indivíduos híbridos deve segregarpara
um
grandenúmero
de genes e, assim, todos os indivíduos Fz serão diferentes entre si(Allard, 1971).
Nas
gerações F3 e F4, muitos locos estarãoem
homozigose,começando
a senotarem
MÉTODO
OENEALÓGICO
Pl
xP2
.l.
. iiil iii ||!!l|/
Áz-9-<-'9'9' ___./99€ Ê-99€É/Ê
- --‹-9 -_ -'-LVÇ __,%‹¬@+› .___ ___‹____eVantagens:
- Direciona a seleção- Controle de parentesco
- Evita competição entre plantas
Desvantagem:-
Controle de genealogia rigorosoGERAÇÃO
ProgenitoresPlantas
F
1(Campo ou
CV)
F2
- espaçadasSeleção intensa entre plantas
F3
- Progênies de plantasindividuais. Seleção intensa entre e dentro de linhas
F4
- Progênies de plantasindividuais. Seleção entre
e dentro de linhas
F5
- Progênies de plantasindividuais. Seleção intensa entre e ainda dentro de linhas
F6
- Progênies de plantasindividuais. Seleção entre
linhas.
F7
em
diante - ensaios derendimento.
- Exige
campo
experimental maiorgerações (Allard, 1971).
Assim
nessas gerações a seleção praticada envolve tipos superiorespara as
mesmas
características avaliadasna
geração Fz e para qualidade de semente, teoresde
óleo e de proteína e
acamamento
(Miyasaka&
Medina,l981).A
partirda
geração F5 e F6, as linhagens jámostram
boa
uniformidade, pois a maioriados locos se
encontram
em
homozigose
e, neste caso, intensifica-se a seleção entre famílias(Allard, 1971).
Quando
todas as plantasda
progênie estão aparentemente uniformes paracaracterísticas morfológicas e de semente, esta
pode
ser consideradauma
linha pura (Miyasaka&
Medina, 1981).Cada
geração deve ser conduzidaem
região eépoca
de plantiorepresentativas
do
ambienteonde
se desenvolverá anova
variedade (Borérn, 1997).O
princípio destemétodo
é o deque
a seleçãocom
teste de progênie e o conhecimentoda
genealogiados
tipos selecionadospennitem
a maximizaçãoda
eficiênciada
seleção.Por
exemplo, após as linhagens atingirem elevado grau de homozigose, aquelas
que
a apresentaremancestral
comum
auma
ou
duas gerações anterioresdevem
ser consideradas geneticamentesemelhantes e apenas urna delas deve ser preservada para avaliações fiituras (Allard, 1971).
As
vantagensdo
método
genealógico são: a) permiteo
controledo
grau de parentescoentre as seleções; b) permite o descarte de indivíduos inferiores
em
gerações precoces; c)permite a utilização de dados obtidos para estudos genéticos; c) possibilita
o
direcionamentoda
seleção (Borém, 1997; Allard, 1971).As
principais desvantagensdo método
são: a) só permite acondução
deuma
ímicageração por ano; b) exige elevada
demanda
de mão-de-obra ecampo
experimental c)tempo
eesforço despendido para o trabalho de anotações (Borém, 1997; Allard, 1971).
4.3. 3.
Método
PopulacionalO
método
populacional (Figura 4) é maiseconômico
e fácil de ser conduzidona
obtenção de linhagens homozigotas de
um
cruzamento ano após ano,sem
seleção, atéque
seatinja
um
certo grau dehomozigose
(Miyasaka&
Medina,1981).O
desenvolvimentodo
método
populacional inicia-secom
o
cruzamentode
doisprogenitores selecionados
conforme
o objetivodo
programa.As
plantas F1 são conduzidasde
forma a se obter grande
número
de sementes.Todas
as sementes Fz colhidas nas plantas F1são agrupadas e utilizadas para a obtenção
da
geração Fz (Borém, 1997).A
geração Fz é plantadanum
campo
com
capacidade de conter várias centenasou
MÉTODO
POPULACIONAL
GERAÇÃO
Pl
xP2
_$
Pro genitores ' ' ' ' PlantasF
1(Campo ou
CV)
F2
aF4
-Semeadura
de cultivo. Colherem
“Bu1k”,Sem
seleçãoI
1
||
I
I
F5
-Semeadura
em
menor
H
It l ii I I .I densidade. seieçâe dc plantas individual7'/í í _ im
v
V
W
F6
- Teste de progênieSeleção entre linhas
J‹
F7
em
diante - ensaios derendimento
Vantagens:
-Condução
de grande n° de populações- Ocorre seleção natural
Desvantagemz-
Plantas altas e tardias são mais competitivasamostra, ao acaso, das sementes são usadas para plantar a geração seguinte
da
mesma
forma.Este procedimento é repetido até o nível de
homozigose
desejado (Allard, 1971).A
geração seguinte à ultima colhidaem
conjunto,que
é gerahnentea
geração F5, éconduzida
com
o
plantio mais espaçado entre as plantas.Nessa
geração,o
melhorista inicia aseleção, identificando os tipos desejáveis
com
baseno
fenótipo das plantas.Os
indivíduosselecionados são colhidos e trilhados separadamente.
Cada
plana selecionada é plantadaem
uma
fileirana
geração seguinte para o teste de progênie.As
fileirasque
se apresentarempromissoras e uniformes para as principais características agronômicas são colhidas
em
conjunto e avaliadas
em
ensaio preliminar de rendimento.As
que
segregaram serão submetidasa
nova
seleção de plantas individuaisou
descartadas,quando
não promissoras (Borém, 1997).Durante
o
período de propagaçãoda
população, a seleção natural certamente atuará,contribuindo para
mudar
as freqüências gênicasda
população.A
seleção natural é maissignificativa quanto maior o níunero de gerações.
A
seleção de artificialpode
serempregada
em
qualquer etapada condução
das populações descartando-se indivíduos inferiores (Allard,1971).
As
principais vantagensdo
método
populacional são: a)economia
de mão-de-obrana
condução da
população segregante; b) possibilidade decondução
de grandenúmero de
populações
com
maior facilidade; c)aumento da
proporção de indivíduos mais adaptados ecompetitivos.
As
principais desvantagens são: a) impossibilita o uso de casas de vegetação e acondução
de mais deuma
geração por ano; b) Apresenta risco de perda de genótiposdesejáveis que
mostram
baixa capacidade competição; c) resultaem
um
grandenúmero de
plantas indesejáveis até a seleçãona
população F6 d) não perrnite ao melhorista conduzir aseleção para
mn
objetivo específico (Borém, 1997; Vemetti, 1983;Miyasaka
&
Medina,198l).4.3.4.
Método
deMelhoramento
RetrocruzamentoO
método
demelhoramento
retrocruzamento (Figura 5) constituiuma
maneira precisade melhorar variedades
que
são muito boas,com
relação aum
grandenúmero
de atributos,porém
são deficientesem uma
ou
duas características.Como
o próprionome
indica, ométodo
utiliza
uma
série de retrocruzamentos para a variedade a ser melhorada, mantendo-se o carátera ser melhorado por seleção.
No
finaldo
período de retrocruzamentos, o geneque
está sendotransferido estará
na
condição heterozigota, omesmo
não ocorrendocom
os demais genes.Depois
do
ultimo retrocruzamento, procede-se à autofecundaçãoque produz homozigose
paraMÉTo1›o
no
RETRocRUzAM1‹:NTo
Pai
Doador
Pai Recorrente(Resistente) (Suscetível)
AA
aaW
Resistentel
Suscetível Resistente SuscetívelAa
aa¢
ELIMINA
aaX
Aa
Resistente SuscetívelAa
aa¢
ELIMINA
RetrocruzaNovamente
Vantagens:
-Rapidezna
tranferência de genes desejáveis.Desvantagens:-Tranfere apenas
uma
característica.com
amesma
adaptação, produtividade e demais qualidadesdo
pai recorrente, sendo porém,superior a esse pai
na
característica específica para a qual oprograma
foi conduzido (Allard,1971).
Três requisitos básicos
devem
ser satisfeitos para o sucesso deum
programa de
retrocruzamento: a) deve existir
um
progenitor recorrente satisfatório; b) deve ser possívelmanter
com
boa
intensidade, o caráterem
transferência através dos vários retrocruzamentos;c)
um
número
suficiente de retrocruzamentos deve ser feito para reconstituir,num
alto grau,o
progenitor recorrente (Allard, 1971).
O
método do
Retrocruzamentopode
ser utilizadono melhoramento de
soja de trêsmaneiras distintas: a) para melhorar a base genética dos cruzamentos (concentrar genes
desejáveis
na
população segregante), fazendo-seum
ou
mais retrocruzamentoscom
omelhor
genitor, antes de iniciar a seleção, considerandoo
outro genitor portador de fatores ruins sobo
aspecto agronômico; b) para transferir resistência a moléstias
ou
nematóidesem
cultivaradaptada de alta produção, através de quatro a seis retrocruzamentos
com
o genitorrecorrente; c) para desenvolver linhagens isogênicas para serem utilizadas
em
estudoagronômicos e de herança de caracteres (Miyasaka
&
Medina,1981).A
principalvantagem do
retrocruzamento é a rapidezna
inserção deum
genede
interessenuma
cultivarcom
boas características agronômicas.A
principaldesvantagem
estána
mínima
variabilidade obtida nos cruzamentos, geralmente parauma
única característica (Allard,1971).
5.
PROGRAMA
DE
MELHORAMENTO
DE
SOJA
NA COODETEC
O
Programa
deMelhoramento
de Sojada
COODETEC
(PMSC),
teve seu inícioem
1974. Nestes
24
anoshouveram
lançamentos de22
cultivares de soja.O
melhoristaresponsável pelo
programa
é o Dr. Arlindo Harada,que
também
foi o responsávelquando
aCOODETEC
erao
departamento de pesquisada
OCEPAR.
A
participação das cultivares de sojada
OCEPAR/COODETEC,
na
área plantadano
Estado
do
Paraná, teve seu auge nos anosde 1989
(37,25 %),1990
(44,57%)
e 1991(42,54%).
Em
1996 aCOODETEC
participoucom
21,60%
da
área plantadano
Estado(COODETE,
1998).A
cultivar de sojacom
maiordemanda
no
Estadodo
Paranáem
1989,1990
e 1991 foi aOCEPAR-4
(Iguaçu).A
cultivar Iguaçu a partir de1992
teve sua aceitaçãophaseolorum
f. sp. meridionalis), sendo uns dos motivos para a reduçãoda
área plantadano
Estado
com
cultivaresda
instituição.Após
amudança
paraCOODETEC,
oPMSC
lançou três cultivares de sojacom
grandes perspectivas de mercado.
As
cultivaresCD-201,
CD-202
eCD-203,
são totahnenteresistentes ao cancro
da
hastena
soja,doença
responsável por grandes perdasno
Paranáno
inícioda
década de noventa.5.1.
Banco
Ativode
Germoplasma
A
COODETEC
mantém
em
sua áreaum
Banco
Ativo deGermoplasma
(BAG)
com
aproximadamente 100 genótipos, incluindo cultivares
do
próprioPMSC
e cultivares de outrasinstituições
do
Brasil e exterior.No
conceitoda
FAO,
este conjuntode
acessos se constituiuma
Coleção de Trabalho.A
Coleção de Trabalhona
COODETEC
édenominada
BAG.
O
objetivodo
BAG
na
COODETEC
é colecionar, caracterizar, avaliaro
comportamento
e manter as sementes ativasdo
PMSC.
As
principais características avaliadas nos acessos são:época de
semeadura, datado
florescimento, data
da
maturação, cordo
hipocótilo, corda
flor, corda
pubescência, cordo
tegumento
da
semente, cordo
hilo, corda vagem,
grupo de maturação, altura de planta,acamamento,
reações às doenças e peso de 100 sementes.Quando
um
acesso apresentaralguma
característicaque
o destaque, possivelmente será utilizadocomo
um
dos progenitorespara as hibridações artificiais
no
ano seguinte.O BAG
ocupa
urna área de aproximadamente250
mz
onde
cada genótipo selecionado ésemeado
em
5 metros linearesna
densidade de 15sementes por metro, a distância entre linhas é de 0,45 m2.
5.2.
Cruzamentos
ArtificiaisO
PMSC
utiliza-se dos cruzamentos artificiaisou
hibridações artificiaiscom
o objetivode criar a variabilidade genética para a obtenção de cultivares superiores
com
resistência àsprincipais doenças e
com
características agronômicas superiores.No
ano 97/98 realizou-se aproximadamente 100 cruzamentos,onde foram
utilizadasaproximadamente
1750
flores.O
trabalho de hibridação artificial é realizado pelo própriomelhorista, Dr. Arlindo
Harada
(Fig. 02), e pelo seu assistente SebastiãoGodoy.
A
técnicada
hibridação artificial na soja é
um
procedimento trabalhosoonde
opequeno tamanho
da flor ea
sua fragilidade constituem dificuldades ao ato de emasculação (Miyasaka
&
Medina,198 1).Figura 6 - Hibridação artificial
em
soja. Dr. ArlindoHarada
realizandoum
cruzamento artificialem
plantas de sojaem
casade
vegetaçãocom
temperatura eumidade
controladas.A
emasculação das flores consistena
extração das anteras pormeio de
estiletes*apropriados
A
polinização, se processa pela deposição de grãos de pólen viáveis, obtidasde
flores
do
progenitor masculino, sobre os estigmas das floresdo
progenitor femininopreviamente emasculada
(V
ernetti, 1983).Para executar a hibridação são necessários
um
par de pinças, etiquetas plásticas, frascospara armazenar as flores doadoras de pólen e
uma
lupa tipo óculos (Miyasaka&
Medina,l98l).
Os
botões escolhidos para emasculaçãodevem
estar entre osque
se abririam namanhã
do
dia seguinte ao cruzamento.São
facilmente identificáveis pela coloração das pétalas,visíveis entre as sépalas que as envolvem.
Todas
as demais flores e botões são removidosdo
racemo,
com
exceção daquelesque
serão emasculados (Miyasaka&
Medina,l98l).A
operação de emasculação consiste, inicialmente,em
pressionar o botão floralcom
osdedos indicador e polegar e,
com
as pinças, extrairo
cáliceem
movimento
circular.Com
aremoção
das sépalas, a corolada
florfica
exposta, permitindo aremoção
das pétalas (estandarte, asas e quilhas - Figura l) pormeio de
um
(micomovimento
vertical.Removidas
aspétalas,
permanecem
0 androceu eo
gineceu expostos, possibilitando a retirada das 10 anterasem
movimento
cuidadoso para não provocar lesõesno
gineceu.Após
a seleçãodo
progenitor masculino, retiram-se os estames deuma
flor aberta,com
uma
pinça.A
polinizaçãopode
ser praticada de duas maneiras, friccionando-seo
estigmaempregnado
de pólen suavemente sobre o estigmada
flordo
progenitor femininoou
depositando-se as anteras
maduras
sobre o estigmada
florda
mãe
previamente emasculada(Vemetti, 1983).
Não
é necessário proteger a flor após a polinização. Geralmente, três a quatroA
etiqueta, identificando o cruzamento, é colocadano racemo
ou
no nó
maispróximo do
cruzamento.
Duas
a três semanas após a polinização, examinam-se os cruzamentos, e todas asvagens que se
formarem
posteriormente são eliminadas.As
vagens originárias dos cruzamentossão facilmente identificadas pela ausência das sépalas (Miyasaka
&
Medina,l981).5.3. Seleção
dos
ProgenitoresA
escolha dos Progenitores e o planejamento dos cruzamentos são etapas cruciais parao sucesso
do programa
de melhoramento.A
escolha de progenitores deve obedecera
doiscritérios: ser feita
com
baseem
informações e procedimentos científicos, visando maximizar achance de obtenção
de
variedades superiores; e considerar aspectos legais ao utilizaro
germoplasma
desenvolvido por outras instituições.São
progenitores potenciais as cultivares comerciais, linhagens-elite, linhagenscom
características específicas e teoricamente qualquer
um
dos acessosdo
BAG.
Quando
utilizam-se variedades comerciais
como
progenitores a probabilidade de seobterem
linhagenssuperiores é alta, pois as variedades comerciahnente cultivadas
agregam
a maioria dascaracterísticas exigidas pelo mercado, incluindo
boa
produtividade e outras característicasagronômicas importantes.
Em
conseqüência, as variedades comerciais constituem a primeiraopção
como
um
dos
progenitores.
O
outro progenitor é, geralmente, escolhido porquecomplementa
deficiênciasespecíficas
do
primeiro progenitor .A
recombinaçãopode
conduzir,em
algumas ocasiões, aprodução de características desejáveis inexistentes
em
quaisquer dos progenitores. Entretanto,existe maior possibilidade de sucesso
quando
se escolhem os progenitoresque
apresentamentre si as características desejadas
na
nova
variedade (Allard, 1971).O
melhoristapode
selecionar linhagens-elitescomo
progenitores antesde
seulançamento
como
cultivar para agregar característicasque
o melhorista julgue necessárias.Para o caso
de
linhagensque
nãopossuam
bom
desempenho
geral,mas
são portadorasde
características específicas,
como
resistência a doençaspodem
ser utilizadas nos blocosde
cruzamentos.
A
utilização de acessos de bancos degermoplasma
nos blocos de cruzamentoproporcionam maior variabilidade genética
que
as anteriores.No
entanto, o melhoristadeve
ficar atento nas características
que
limitem o lançamento de futuras variedades.Os
melhoristasesperam
sempre oaumento
de produtividade, muitas vezes este éo
único objetivo
do
cruzamento.É
certoque aumentos
na produtividade muitas vezes sedevem
a
mudanças
quanto à reação a doenças,época
de maturação,tamanho da
plantaou
outroscaracteres específicos (Allard, 1971).
5.4.
Condução
das Populações
SegregantesO PMSC
utiliza ométodo
SSD
(SingleSeed
Descent),porém
com
algumasmodificações que
adaptem-no para as condições locais. Parao
momento nomeamos
0método
utilizado
como
SSD
modificado, cuja descrição é apresentada a seguir.A
Figura 7 apresentao
Fluxograma
das etapasdo
Programa
deMelhoramento
Genético de Sojana
COODETEC.
5.4.1.
Geração
F
1Após
os cruzarnentosque
são realizadosem
novembro/dezembro
em
casa devegetação, colhe-se as vagens
onde houve
sucessona
hibridação. Trilha-semanualmente
estasvagens,
com
rígido controle genealógico, e obtém-se as sementes F1.Na
mesma
safra plantam-se as sementes F1,
em
vasos individuais,em
casa de vegetaçãocom
temperatura eumidade
controladas.
Cada
vagem,
originadado
cruzamento artificial, constituiráuma
populaçãosegregante.
5.4.2.
Geração
FzColhem-se todas as sementes
da
geração F¡,aproximadamente
100 sementes porplanta.
As
sementes das plantas F1 constituem as sementes Fz.As
sementes Fz sãoarmazenadas para plantio
da
geração Fzna próxima
safra.A
geração F2 é plantada acampo, no
Centro de Pesquisa de Palotina,
sem
tamanho
de parcela definido.As
parcelas são isoladaspor
cruzamento e não por planta F1, mantendo-se
um
metro de espaçamento entre cruzamentos,o
espaçamento entre linhas dentro de cada cruzamento é
de
50
cm.Quando
possível inoculam-seartificialmente os agentes causais das doenças,
mancha
olho-de-rã e pústula bacteriana(causadas por Cercospora sojina e
Xanthomonas
campestris pv. glycines, respectivamente)eliminando-se as plantas sensíveis. Colhem-se duas vagens por planta, escolhendo-se as
com
três grãos
bem
formados, deixando-seem
pacotes separados.Uma
das vagensde
cada pacote éarmazenada
em
câmara
seca e fria,que
permanecerácomo
reserva.As
demais vagens sãodebulhadas