‹
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
ÁREA
DE
CONCENTRAÇÃO
INOVAÇÃO
E
AVALIAÇAO TECNOLÓGICA
ORIENTADOR:
PROF.
Dr.BRUNO
HARTMUT
KOPITTKE.
A
IMPLANTAÇÃO DE
MODELOS
DE GESTÃO
EM
UMA
EIVIPRESA
PÚBLICA
O
MODELO
DE GESTÃO
PARTICIPATIVA
E
O
MODELO
DE CONTROLE
DA
QUALIDADE TOTAL
NA
CENTRAIS ELÉTRICAS
DE SANTA CATARINA
-CELESC
PAULO ROBERTO
MAY
DISSERTAÇÃO
DE
MESTRADO
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
OATARTNA
I
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO
DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
E SISTEMAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
A
IMPLANTAÇÃO DE
MODELOS
DE GESTÃO
EM
UI\/IAEMPRESA
PÚBLICA:
O
MODELO
DE GESTÃO
PARTICIPATIVA
E
O
MODELO
DE CONTROLE
DA
QUALIDADE TOTAL
NA
CENTRAIS
ELÉTRICAS
DE SANTA
CATARINA
-CELESC
PAULO ROBERTO
MAY
ENGENHEIRO
ELETRICISTA
Essa Dissertação de Mestrado foi julgada
adequada
para a obtençãodo
título deMESTRE
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO,
aprovadaem
sua forma final peloPrograma
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção.Prof.
hcardo
'anda
Barcia, Ph.D.UFSC
- o .do Curso
de Pós-GraduaçãoProf. Dr.
Bruno Hartmut
Kopittke -UFSC
- Orientador/ PresidenteÁ
I'7
Pro r. Francisco A. P. Fialh -
UFSC
-Membro
Prof. Dr. Carlos Raul Borenstein -
UFSC
-Membro
Comissão
Examinadora:AGRADECIMENTOS
Meus
agradecimentos pessoais vão para:A
Coordenação, secretárias, corpo docente e discentedo Curso
deMestrado
em
Engenharia
de
Produção, e para o Departamento de Engenharia deProdução
e Sistemas, peloapoio dado, possibilitando a elaboração desta Dissertação.
Ao
Professor orientador e amigo,Bruno Hartmut
Kopittke, pelas sugestões, orientações, observações críticas, estímulo e incentivos, e pelos conselhos dados neste períodode
convivência,
tomando
mais fácilo
desenvolvimentoda
pesquisa.¡
Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A. -
CELESC,
queme
liberou para a realizaçãodas disciplinas
do Mestrado
e para a realização desse trabalho. .Equipe de profissionais e colegas
da
CELESC
que
me
ajudaram tantona Área
de Planejamento e Gestão Empresarial -APGE, como
no
Escritórioda
Qualidade -TQC,
que
com
seu saberpuderam
enriquecerminha
dissertação, enfim aos Diretores e Presidentesque
durante as reuniões
me
iluminaramcom
suas falas.A
Marilú, pelo apoio e incentivo permanente.A
meus
pais, Pedro e Gerci, peloexemplo
de vida.Para todos que,
com
seu trabalho e senso crítico, contribuíram efetivamente para aSUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
... .. z ... ..LISTA
DE
FIGURAS
... ..LISTA
DE
TABELAS
... ..LISTA
DE
SIGLAS
... ..RESUMO
... ..ABSTRACT
... ..CAPÍTULO
1-INTRODUÇÃO
... .. 1 . 1 . Problemática ... .. 1.2. Objetivos ... .. 1.3. Organizaçãodo
Trabalho ... .. 1.4. Limitações ... ..CAPÍTULO
11-O
SETOR
ELÉTRICO
... ..\
2.1.Os
Modelos
Britânicosde
Controle dos Serviços Públicos ... ..\
2.2.A
Energia Elétricano
Brasil ... ..¬
2.3.A
Energia Elétricaem
Santa Catarina ... ..CAPÍTULO
111 -FUNDAMENTOS
TEÓRICOS
... ..3.1. Teorias e
Modelos
Organizacionais ... ..3.2.
A
Evolução dosModelos
de
Gestão pela Qualidade ... ..3.3.
Fundamentos
Teóricosdo
TQC
... ..3.3.1.
O
Gerenciamentoda
Rotina ... ..3.3.2.
O
Gerenciamento pelas Diretrizes ... ..3.3.3.
O
Gerenciamentodo
Crescimentodo
SerHumano
... ..3.3.3.1.
O
Programa
5S
... ..CAPÍTULO
IV
-MODELOS
DE GESTÃO IMPLANTADOS
NA
CELESC
CRL 4.1.
O
Modelo
de Gestão Participativa ¿ ... ..Página III
IV
VII VIIIX
XI
XII 13 14 15 16 17 18 1922
3046
47
55 5960
6364
67
70 704.1.1.
O
Processo de Implantação ... ..4.1.2. Níveis de Participação ... ..
4.1.2.1. Comitês ... _.
4.1.2.2.
Comissões
Mistas ... .. 4.1.2.3. Círculos de Controlesda
Qualidade -CCQ
... ..4.1.3. Estrutura
da
Gestão Participativa ... ..4.1.4.
Métodos
Utilizados ... ..4.1.4.1.
Método
deCondução
de Reuniões ... ..4.1.4.2. Plano de
Ação
... ..4.2.
O
Modelo
de Controleda
Qualidade Total -TQC
... ..4.2.1.
A
Implantaçãodo
TQC
na
CELESC
... .. 4.2.2.Os
Resultadosda
Implantaçãodo
TQC
... .. 4.2.2.1. Resultadosda
Implantaçãodo
TQC
em
1995 ... .. 4.2.2.1.1.O
Programa
5S
... .. 4.2.2.2. Resultadosda
Implantaçãodo
TQC
em
1996 ... .. 4.2.2.3. Resultadosda
Implantaçãodo
TQC
em
1997 ... ._ 4.2.2.4. Resultadosda
Implantaçãodo
TQC
em
1998 ... ..cA1>íTULo
V
-coNcLUsÕEs
E REco1vfl3NDAÇÕEs
ANEXOS
... _.A. 1.
Diagrama Causa
Efeito (Diagrama
de Ishikawa ) ... ..A.2.
Método REI
... ..A.3.
Método
GUT
... ..A.4.
Método
de Solução de Problemas -“QC
Story” ... ..A.5. 5
W
1H
... ..A.6. Orientação Técnica
OT
- O1 ... ..A.7. Orientação Técnica
OT
-O2
... ..A.8. Orientação Técnica
OT
- 03 ... ._¢ - . z z ‹ - 6 . . » ‹ z ‹ ‹ . 6 . 6 6 . ‹ . . 6 . ‹ ‹ . . . ¢H . . . . z 6 6 ó z ú . . 6 6 6 6 ‹ . . . « . z ‹ . . « ¢ z . . - .- . ¢ ¢ . › . . . ¢ ú . z z z 6 . 66 . . . › . . . . ¢ » - . . . ‹ . . . . -6 . . . z . z ‹ › . . . . - ¢ ‹ . . . ¢ . ‹ . . . 6 . . . . .H z . . › « . . . ~ o . . . z . z ‹ . . » . . » . .- ¢ . . . ‹ . ‹ « « . . . ¢ . . . . - 6. . ú - . . . . - . . . « ú . . . z 6 ‹ . « - 6 ó 6 - . 6 - . 6. ¢ ‹ ¢ ‹ . . . 6 ¢ ¢ ¢ . 6 6 z 6 . . . » 6 . . . « z z . . z 6 ¢ 66 . ú ‹ z . . . › » ~ . - . z z › . 6 « . â u . . ¢ o ú . . z ¢ ‹ 6. « . - . . . - . . . . ¢ ‹ . . . » » z . . . ¢ . . . » . . .- . . ‹ . « . . . ¢ › . - . › ó ‹ . . . ‹ z . . - - z . . ‹ ú o ¢ 6. . . z z . . . ‹ . « . . . ‹ . . . « . . . ‹ « - « .- › ‹ . . . z . . . ¢ . . . z . - . . . ‹ 6. . › ‹ . . . » ‹ ¢ . . . . ‹ - . . ¢ . . . . ¢ . . . . ‹ . . ¢ .- - . . . z - . . . - ‹ . . » z . . . « ¢ . . . » ‹ 6. ¢ . . . ¢ . . . . - - . . - . . . ‹ . . . . - 6. ‹ » - . . . . - ‹ ¢ . . . . › ‹ . . ¢ - . - . ‹ ‹ . . . ‹ . ¢ ¢ «z . . . ¢ . . . ‹ . . . « ‹ . « . . . - . ¢ ¢ . 6. . . . ¢ . . . ¢ . . . - . . . ‹ . . . . z . « z ¢ . . 6. z - . . . .- o . . . . ‹ . . . 6 . ¢ . ¢ › . . . . ‹ « ¢ . ‹ . 6 ‹ 6. Página
72
7576
76
77
78 7979
` 81 8386
89 8994
100 112 119 128 135 135 136 136 137 138 139 141 142A.9. Orientação Técnica
OT
-04
.A.10. Orientação Técnica
OT
- 05A.11. Orientação Técnica
OT
-06
A.12. Orientação Técnica
OT
-07
A.l3. Orientação Técnica
OT
-08
BIBLIOGRAFIA
... .. . . . . « . . . - › . . . » - - . . . ‹ z z . . . - z . . . ~ . . . .M . . . « . . . z - . . . - . . - . . . › . . . ‹ - . .. ‹ . . . ‹ . . . . ‹ - . . . - . z . . . . ‹ ‹ z ¢ . . - . . . - . . . « \ . . . - . z › . . . az . . . . - . . . - . . . - . . . . - . . . - . . . - . . .- - . - › ‹ ‹ . . . ‹ - - . z › › › . . . . - . . . - ~ ‹ . . ‹ › ‹ › . . . z › ¢ ‹ . . « › ‹ ‹ - › . . . z ó z . . ¢ › › › « .- Página 146 148 151 155 159 164Figura 01 Figura
02
Figura O3 Figura04
Figura 05 Figura06
Figura07
Figura08
Figura09
Figura 10 Figura ll Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20: Figura 21 Figura22
Figura 23 Figura24
Figura25
Figura26
Figura27
Figura 28: Figura 29:LISTA
DE
FIGURAS
O
novo modelo do
Setor Elétrico Brasileiro ... ..Divisão
da
CELESC em
16 Agências Regionais ... ..Estrutura organizacional
do
PCQP
... ..Hierarquia das necessidades, segundo
Maslow
... .. Estilodo
Líder segundo a Liderança Situacional ... ..Os
Ciclosde Vida
das organizações ... ..PDCA,
ciclo de Derningou
do
planejamento ... ..Itens de Controle ... ..
Gerenciamento
da
Rotina e Gerenciamento pelas Diretrizes ... ..Conceituação
do
Gerenciamento de RecursosHtmianos
... ..Tradução
utilizada pelaFCO
para os Cinco Sensos ... ..Estrutura
da
Gestão Participativa ... _.Modelo
organizacionalda
CELESC
eModelo
de Gestão Participativa..Formulário para preenchimento
do
Plano deAção
... ..Estrutura organizacional
da
qualidade e a estrutura formalda
CELESC
.Cronograma
de Implantação 95-96 ... ... ..Fotografia
da
área de descartedo Dia do
5S na
Administração Central.Fotografia
do
interiorda
Administração Centralno Dia do
5 S.`
... ..
Análise das causas influentes nos resultados
da
implantaçãoda
qualidadeResumo
do
Plano de Trabalho para1997
... ..Modelo
de CartaCompromisso
... ..Os
quatro quadrantesdo
projetoNova
CELESC
... ..Períodos de gestão dos Presidentes
da
CELESC
de1987
à 1998 ... ..Diagrama de Causa
e Efeito ... ..(A) Frente e (B)
Verso do
Formuláriodo
MA
F
... ..Modelo
de Formulário de Avaliação ... ..Gráfico
deAcompanhamento
da
Implantaçãodo Programa
5 S ... ..Selos
Azul
eVerde
... ..Ficha de
acompanhamento do Programa
de Qualidade - 1997 ... ..Página
28
4143
5152
53 55 61 63óó
ós
75
78
8137
9197
97
110 113 114 113 131 135 145 153 154 154 162LISTA
DE
TABELAS
Tabela 01:
Evolução do número
deempregados da
CELESC
... ..Tabela 02: Evolução
da
Gestão Participativa ... ..Tabela 03: Títulos adequados e inadequados
em
Planosde
Ação
... ..Tabela 04: Resultados obtidos
no
ano de 1995 ... ..Tabela 05: Fatos relevantes
em
1995 ... ..Tabela 06: Objetivo dos Itens de Controle
da
OT
07
... ..Tabela 07: Ficha de
Acompanhamento
dos Itens de Controle, Agências RegionaisTabela 08: Ficha de
Acompanhamento
dos Itens de Controle, AdministraçãoCentral ... ..
Tabela 09: Classificação das áreas segundo o
Programa
5 S ... ..Tabela 10: Fatos relevantes
em
1996 ... ..Tabela 11: Fatos relevantes
que
poderiam ter influênciaem
1998
... ..Tabela 12: Processos executados
na
Supervisão de utilizaçãode
energia -SPUE
Tabela 13: Relação dos processos que não são executados pela Supervisão de Utilivação de Energia -SPUE, mas
em
outras áreasda
agência ... ..Tabela 14:
Método
R
EI
... ..Tabela 15:
Método
G
U
T
... ..Tabela 16:
Método
de Solução de Problemas -“QC
STORY”
... ..Tabela 17:
Cronograma de
lançamentodo Programa
5S
... .. Tabela 18: Itens de Controle adotadosna
OT
- 07 ... ..Página
44
73 82 93 100 101 102 103 104 112 119 123 124 136 136 137 148 155 VIIICELESC
ELETRQBRÁS
T
Q
C
F
C
O
IC
C
C
Q
PROGEP
CELOS
C
O D
P
R
D D
D A
D
E
F
D
E
O
ARCRI
ARTUB
ARFLO
ARITA
ARJOI
ARMAF
ARBLU
ARRSU
ARLAG
ARVID
ARJOA
ARCON
ARCHA
ARSMO
ARSBS
ARJAR
GABDEF
LISTA
DE
SIGLAS
Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A.
Centrais Elétricas Brasileiras S. A.
Programa
CELESC
de Qualidade Total (Total Quality Control)Fundação
Christiano OttoniItem de Controle
Círculo de Controle
da
QualidadePrograma
de Gestão ParticipativaFundação
CELESC
de Seguridade SocialCentro de
Operação da
DistribuiçãoPresidência
Diretoria de Distribuição Diretoria Administrativa
Diretoria
Econômica
e Financeira Diretoria de Engenharia eOperação
Agência
Regional de CriciúmaAgência Regional de
Tubarão
Agência Regional de Florianópolis Agência Regional de Itajaí
Agência Regional de Joinville
Agência
Regional deMafra
Agência Regional de
Blumenau
Agência Regional de Riodo
SulAgência Regional de
Lages
Agência Regional de Videira
Agência Regional de Joaçaba Agência Regional de Concórdia Agência Regional de
Chapecó
Agência Regional de
São Miguel do
Oeste Agência Regional deSão Bento do
SulO
Agência Regional de Jaraguá Gabinete
da
DEF
DPEF
DPCÓ
DPIN
GABDA
DPSU
DPCP
DPAD
DPRH
DPJR
GABDD
Drsc
DPOM
DPSD
GABDEO
DPEM
DPOP
DPEC
DPGE
GAPRES
DPA1
APGE
DPMK
Departamento
Econômico
FinanceiroDepartamento Contabilidade
Departamento de Informática
Gabinete
da
D
A
Departamento de Suprimentos
Departamento de Capacitação de Pessoal -
CeFA
Departamento de Administração Departamento de Recursos
Humanos
Departamento JurídicoGabinete
da
D
D
Departamento de Serviços à
Consumidores
Departamento de
Operação da Manutenção
Departamento de Sistemas
de
Distribuição Gabinete daD
E
O
Departamento de Engenharia e Operação Departamento de
Operação
Departamento de Engenharia e Construção Departamento de
Geração
Gabinete da Presidência
Departamento de Auditoria
Assessoria de Planejamento e Gestão Empresarial
RESUMO
Nessa
dissertação mostra-se a experiênciada
CELESC
na
implantação dosmodelos de
gestão pela qualidade, os resultados obtidos e as soluções encontradas para adequar a metodologia a sua realidade de empresa pública.
Para permitir a
compreensão do
contextoem
que
está inserida aCELESC,
inicia-se pela apresentação sucintada
históriado
setor elétrico brasileiro eda
CELESC.
Após, discorre-sesobre os fundamentos teóricos relacionados ao
problema da
dissertação, prioritariamente os que orientam osmodelos
de gestão pela qualidade.Na
seqüência são apresentados osmodelos
implantadosna
CELESC:
oModelo
de
Gestão Participativa, 1987 à 1990, e o de Controle de Qualidade Total,
1994
à 1998. Buscando-se acompreensão
de seus pontos fortes e fracos, as reaçõesdos
“stakeholders”, ea verificaçãode
sua adequação a realidadeda
CELESC.
Com
a analise dos resultados obtidos, avalia-se a adequação das soluções aplicadasdurante a implantação dos
modelos
de gestão pela qualidadena
CELESC,
eda
relação dessesABSTRACT
This dissertation
shows
CELESC°s
experience with useof
management
models under the philosophyof
Total Quality, the resultsfrom
the experience,and
the solutions used toadjust this
methodology
to its public utility enviromnent.It starts with a short story
of
Brazilianpower
systemand of
CELESC
itself, in order toimdestand
CELESC'°s
context. Later, it considers the theoric grounds concerning theaim of
the dissertation, with priority to those that lead the
models
ofmanagement
under thephylosophy
of
Quality Control.In the sequence, it present the models used
by
CELESC:
The Model
of
PartakenManagement,
appliedfrom 1987
to 1990, and themodel of
Total Quality Control, appliedfrom
1994 to 1998. In addition, it givesan
insight into themodels
wea.kand
strong points aswell as into the reaction
from
the stakeholders. Also, it accesses the suitability of the models tothe
CELESC°s
reality.It ends with the analysis
of
the results, thepropemess of
the solutions during the periodof utilization
of
the models, and the relationshipbetween
themodels
and the Herseyand
Blanchard”s “Situational Leadership Theory”.
CAPÍTULO
1INTRQDUÇÃO
“Nada
é tão dificil de fazer, tão perigosode
conduzirou
maisincerto
em
seus resultadosdo
que tomar as rédeas para estabeleceruma
nova
ordem
de coisas, porque
aquelesque inovam
têm
porinimigos todos os
que foram
bem
sucedidosno
antigo estado de coisase só
encontram moderado
apoio dosque
poderão ser beneficiadoscom
a
nova
situação.”Maquiavel,
em
“O
Principe”Por
diversos motivos,mas
principalmente, por acreditar nas metodologias decomprometimento
global, Gestão Participativa, Qualidade Totalou
onome
que
tiverem, desdeque
defendam
a evolução dos sereshumanos
demeros
robôsda
era taylorista para seresmultidisciplinares,
que
possam
assumir as mais variadas posições e funções de acordocom
as sempre mutáveis exigênciasda
sociedade, foi possível ao autor participar ativamente dos processosde
mudança
que
sebuscaram
implantarna
CELESC.
No
processo de Gestão Participativa implantadono
períodode 1987
à 1990,o
autor inicioucomo
Multiplicadorem
Joaçaba e,quando da
sua extinçãoem
1990
era oCoordenador
do
Grupo
Técnicoda Apoio
junto ao Gabineteda
Presidência.No
processo de Qualidade1.1.
PROBLEMÁTICA
A
partir das observações dos fatos ocorridos durante os processos edos
resultadosobtidos, algumas questões
ficaram
sem
respostas claras:1.
Por que
a implantação destes processos suscitou tantas resistências ?2.
Por que não
despertouna Empresa
um
espírito demudanças
?3.
Por que
osempregados
não aderiram aosmesmos
deforma
mais significativa ?4.
Por que
os resultados nãoforam
os esperados?Consultando outras pessoas envolvidas
com
a implantação de programas participativos, consultores eempregados
de empresasque buscavam o
mesmo
objetivo, percebeu-seque
asdúvidas e angústias
eram
comuns. Observando-se,na
CELESC
eem
outras empresas consultadasque
existiauma
enorme
carência de estudos sobre o processo de implantação dosprogramas
participativos que analisassem as causas e ascomponentes
situacionaisque
influenciaram nos resultados e
na
continuidade desses programas, optou-se por escolher essetema
como
objeto de estudo dessa dissertação.A
importânciado
estudo dessetema
apresentauma
relevância econômica,em
funçãodo
grande montante de recursos investidos pelas empresas
em
geral, e pelaCELESC em
particular,
na
busca deum
novo modelo
de gestãoque
lhes permita obter resultados maisefetivos e principalmente, lhes pennita a sobrevivência neste
novo
cenário mundial.O
estudo apresenta,também,
uma
relevância social pela influência que osmodelos
de administraçãotem
na vida dosempregados
destas empresas, nas relaçõescom
os sindicatos ecom
a sociedade.Segimdo Yin
(1990),quando temos
um
fenômeno
a ser investigado dentro de seucontexto de vida-real, e as 'fronteiras entre o
fenômeno
eo
contextonão
são claramente definidas,uma
forma
de pesquisa socialque
sepode
utilizar éo
estudo de caso. Castro (1977),escreve
que
é muito melhor fazer o uso sofisticadode
uma
técnica simples,do que
procurar técnicas sofisticadas apenas porquepossam
estar disponíveis. Ainda, baseando-seno que
dizCampomar
(1991): _“O estudo intensivo de
um
caso permite a descoberta de relações que não seriam encontradas de outra forma, sendo as análises einferências
em
estudo de casos feitas por analogia de situações.respondendo principalmente às questões por que ? e
como
?"Tendo
em
vistao
problema de pesquisa formulado nos parágrafos anteriores, esta dissertação visa analisar alguns porquês das dificuldades enfrentadas na implantação dos programasde
qualidadena
CELESC
e os motivos mais relevantes que influenciaram nasdecisões tomadas.
Quando
se adota o estudo de caso, segtmdo Triviños (1995), os resultados são válidospara o caso
que
se está estudando mas, serãotambém
relevantes para outras pesquisas esituações,
na medida que
fomecem
o conhecimento aprofundado deuma
realidade cujos resultadospodem
permitir e formular hipóteses parao encaminhamento
de outras pesquisas e soluções para situações similares.1.2.
OBJETIVOS
Os
objetivosdo
presente trabalhos são:1. Identificar
o
Modelo
de Gestão Participativa implantadona
Centrais Elétricasde
Santa Catarina S. A. -
CELESC,
sua metodologia e prática,no
período de 1987 à 1990;2. Identificar
o
Modelo
de Controleda
Qualidade Total -TQC
implantadona
CentraisElétricas
de
Santa Catarina S. A. -CELESC,
sua metodologia e prática,no
período de1994
até
dezembro
de 1998;3. Analisar os dois Modelos, identificando os seus pontos comuns, suas diferenças, seus
pontos fortes e fiacos;
4.
Comparar
os resultados obtidos,com
baseno
seumomento
histórico, as soluçõesencontradas, as reações dos “stakeholders”, e sua adequação a realidade
da
CELESC.
Estes objetivos
levam
àuma
proposta metodológica que envolve as seguintes etapas:l.
Busca
deuma
fundamentação teórica sobre osModelos
utilizados;3. Análise dos relatórios, trabalhos e cenários
que
influenciaram nos resultados obtidos;4. Manuseio, organização e interpretação das informações levantadas.
1.3.
ORGANIZAÇÃO
DO
TRABALHO
Visando atingir os objetivos propostos, o desenvolvimento desta dissertação é dividido
em
V
capítulos, culminandocom
a conclusão.Na
introdução aborda-se otema da
dissertação, formula-se o problema, justificando asua relevância teórica e prática, e apresentam-se os objetivos a
serem
atingidos.O
segundo capítulo permite a compreensãodo
contextoem
que
está inserida aCELESC,
atravésda
apresentação sucintada
históriado
setor elétrico brasileiro eda
CELESC.
São
apresentados os fatos principais que definiram o
modelo
institucionaldo
setor elétricobrasileiro, de privado
em
seus primórdios, estatalno
período de expansão e consolidação anível nacional e
no
presente, dos fatores que oencaminham
auma
possível privatização.No
capitulo seguinte (III) discorre-se sobre os ftmdamentos teóricos relacionados aoproblema
da
dissertação, prioritariamente os que orientam osmodelos
de gestão pela qualidade.p
O
capítulo quatro apresentao
Modelo
de Gestão Participativa e de Controle de Qualidade Total implantadosna
CELESC.
Completa-se pela análise dosmodelos
de gestãoimplantados
na
buscade
seus pontos comuns,na compreensão de
seus pontos fortes e fiacos, na delimitação das reações dos “stakeholders”, e na verificação de sua adequação a realidadeda
CELESC.
O
texto desta dissertação culminacom
a conclusão,onde
são compiladas e reforçadas asdiscussões dos capítulos anteriores, e analisada a relação dessas conclusões
com
a teoriada
“Liderança Situacional”,de
Hersey e Blanchard. São, ainda, apresentadasrecomendações
para possíveis estudos futuros relacionados aotema
da_ dissertação.1.4.
LIMITAÇÓES
Por
ter sido realizadoem
urnaempresa
específica, esse estudo de caso diz respeito as realidades enfifentadas por essa organização, e aosmodelos
de gestãoem
estudo, novasaplicações,
bem
como,
generalizaçõesmerecem
um
maior aprofundamento.Nessa
dissertação não é discutida a validade dosmodelos de
gestão aplicados,mas
tãosomente a experiência
da empresa na
sua implantação.Outro aspecto que deve ser considerado, é o envolvimento pessoal
do
autor nosprocessos de implantação desses
modelos
de gestão, fator esseque sempre
terá influencias,mesmo
com
todos os cuidadostomados
em
buscaruma
postura o mais isenta possívelna
análise e apresentação dos fatos.Uma
contribuiçãoque
julgamos importante, é a apresentaçãodo
estudode
caso deuma
empresa
deeconomia
mista,que buscou
a implantação de doismodelos
distintos de gestãopela qualidade, o
que
poderá ser muito útil para futuros trabalhosem
outras empresas,permitindo a
comparação
sobre os diversos aspectos envolvidos.Em
fimção
do
estudo dessetema
ser inesgotável, e por aempresa
analisada serum
laboratório fértil para outros estudos de casos, escolheu-se estudar apenas a implantação dosmodelos
de Gestão Participativa edo
Controleda
Qualidade Total,sem
aprofundar-se nasoutras ações semelhantes tentadas
na
CELESC.
_i
Como
não era objetivo dessa dissertação,não foram
aprofundados os estudos sobre ainfluencia
do
perfil pessoal dos profissionais envolvidos,podendo
ser esse o ponto de partida para análises mais profundascomo
proposto por Borenstein (1996).CAPÍTULO
11 -o sEToR
r:LÉTR1co
INTRoDUÇÃo
A
energiadesempenha
um
papelna
sociedade que deve ser conceituado a partirda
noção
de sistema energético. Essecumpre
a função de prover a sociedadeda
energia útilrequerida pelas atividades humanas.
Todos
osmembros
da
sociedade são parte deste sistema, enquanto usuários das diversas formas energéticas.O
sistema energéticopode
ser consideradoum
sistema social,com
atores individuais e institucionais que estäo tomando, constantemente,numerosas decisões.
Como
a energia se relacionacom
todos os setores produtivos, as decisõesreferentes a ela
produzem
efeitos nos diversos domíniosda
econornia.(ELETROBRÁS,
1986).
A
CELESC
- Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A., doravantedenominada
somentecomo
CELESC,
é aempresa
responsável por planejar, construir e explorar sistema de produção, transmissão e distribiúção de energiano
Estado de Santa Catarina de acordocom
o Decreto Estadual n°22
de09
dedezembro
de 1955, que a criou. Para permitir conhecer melhor essa empresa,compreender
melhor as decisões e os cenáriosque
a envolvem, énecessário conhecer primeiramente
um
pouco da
históriado
setor elétrico brasileiro eda
própria
CELESC.
Neste capítulo
foram
concentrados esforços adicionaisno
estudoda
históriado
setorelétrico e
da
CELESC
em
particular, por se entenderque ambos
estão relacionados, e que, osacontecimentos geopolíticos nacionais tiveram influência nas decisões e ações implementadas
na
CELESC.
O
estudoda
históriada
evolução dos serviços públicos na Inglaterra, é importante porsua clara relação
com
o modelo
implantadono
Brasil,bem
como,
por sua influênciana
reestruturação
do
setor elétrico brasileiroque
está sendo delineadacom
a consultoriada
2.1.
os
Mom‹:Los BR1rÃN1cos
DE
coNTRoL1‹:
nos
s1‹:Rv1Ços
PÚBLICOS
A
energia elétrica é considerada na maioria das vezescomo
um
monopólio
natural,segundo Lavacek, o
monopólio
natural é caracterizado pelo fornecimento de produtosou
serviços a
um
grandenúmero
de usuários; pela necessidade de redes de infra-estrutura de dificil duplicação e/ou substituição fisica; pela exigência de grandes investimentosna
construção, expansão e/ou atualização tecnológica
da
infra-estrutura; e pela fundamental importância parao
bem-estarda
população e competitividadeeconômica da
respectivacomimidade.
Assim o
mesmo
consideraque
o nívelde
concorrência porventura existente,não
garante sozinho o atendimento dos interesses públicos
em
função das característicasdo
chamado monopólio
natural.Em
funçãoda
grande variedade de atividades sujeitas ao controle público, existeminúmeros
métodos
emodelos
institucionaisde
controle dos monopólios naturais.A
compreensão
dos atuaismodelos
de controle de serviços públicosfica
facilitada seconhecermos
a evolução históricado modelo na
Grã-Bretanha, apresentada por Lavacek, poiscomo
se sabe, a Grã-Bretanha foi o paísda
“revolução industrial” e deve grande influência nosmodelos
adotados eem
adoçãono
Brasil.Com
a sua longa tradição democrática econtinuidade legislativa
sem
interrupção por vários séculos, aliada a relativa sofisticação equalidade
dos
serviços públicos, lhe propiciou a busca de formas de controle mais adequadasas várias fases
do
desenvolvimento econômico.Por
esses motivos as práticas britânicasde
controle de serviços públicos serviram
como
modelo
para muitos países, inclusive o Brasil.Em
sua análiseLavacek
identifica seis fases descritas a seguir.A
fasedo
Controle pela Lei Específica,1706
- 1844, iniciou pela votação de leisespecíficas para cada obra pública, sendo que os primeiros serviços públicos prestados pela
iniciativa privada, as vezes municipal,
foram
as estradas, pontes e canais explorados mediantepedágios.
O
Parlamento estabeleceuuma
estrutura regulatóriaque
ainda é utilizadaem
algumas concessões de serviços públicos
de
hoje.Por
exemplo,na
concessão para aconstrução
da
primeira estrada pedágiona
Inglaterra,em
1706, a legislação determinou a validadede
21 anos para a concessão, prevendo assim a recuperaçãodo
investimentodo
construtor e a reversão aos cofres públicos das rendasdo monopólio
natural.O
crescimentodo
setor ferroviário,o
grandenúmero
decompanhias
e as discrepâncias entre as leis específicas,causadas pelo livre jogo das forças políticas criaram as condições para a
mudança
da
estruturaregulatória unificada.
A
fasedo
Controle pelo Parlamento,1844
- 1873, foi caracterizada pela primeira legislação global, o “Regulationof
the Railways Act”, influenciada pela grande importânciada
regularnentação dos principais serviços públicos
da
época, as ferrovias.A
opçãodada
ao Parlamento de comprar, nacionalizarou
revender, qualquer ferrovia após 21 anos de operações por 25 vezes oretomo
anual, até 10%,
foi o ponto principalda
lei.Assim
a ferroviacom
retornos altos, acima
de
10%,
teria suas tarifas cortadas, enquanto aque
tivesse retornosabaixo dos 10
%
anuais seriacompensada
pelo Tesouro Inglês.A
história mostrou que osretornos
médios
ficaram
entre4
e3%,
sendoque
acompensação nunca
foi paga.O
Controle pela Comissão, 1873 - 1914,ficou marcada
pela criaçãoda
“Railway andCanal
Commission”
com
a tarefade
julgarem
última instância as questões técnicas envolvidasna
atuação dos concessionários dos serviços. .A criação dessa cornissão foi motivada pelasreclamações de usuários contra as tarifas praticadas pelas companhias ferroviárias.
A
comissãorevisou e aboliu grande
número
de tarifas e forçou as ferrovias a equalizar as diferençasconsideradas discriminatórias.
As
companhias equalizaram as tarifas para cima.Assim
foi criado o “Railwayand
Canal Trafiic Act”,em
1894,que deu
poderes a comissão de questionaras
mudanças
de tarifas e colocou o ônusda
prova sobre o prestadordo
serviço público,favorecendo ao usuário.
O
processo competitivo entre ferrovias e canais criouum
crescentenúmero
de fusões e acordos operacionais, reduzindo onúmero
de companhias de 1.000 parauma
centenaem
1900, sendo que apenas 13 companhias controlavam mais de 88%
da
quilometragem total. _
Os
problemas gerados pelo impasse entre as necessidades econômicas das companhias eas restrições políticas tiveram
como
conseqüências: custos e tarifas altasem
termos intemacionais, greves e conflitos trabalhistas, e dividendos.insuficientes para atrairnovos
financiamentos.
Mas
esses problemasforam
adiados pela eclosãoda
Primeiro Guerra Mundial,1914 - 1918, período
no
qual ogovemo
britânico assumiuo
controle direto das ferrovias.A
faseda
Nacionaliza Ç ão aP
artir dos anos20
veiocomo uma
solu Ç ão aos “des rdícios”da livre concorrência,
como
uma
forma de prestar serviços ao públicosem
a pressãodo
lucro epara salvar as
companhias que
nãoconseguiam
concorrercom
os caminhões. Desenvolveu-seuma
grande pressão política, das mais diversas correntes ideológicas, para nacionalização dasinfra-estruturas, ferrovias, gás, eletricidade, aço e carvão.
Os
modelos
administrativos das empresas estatizadasforam
bem
estruturados mas, não existiam planos estratégicos de negóciosou
critérios objetivos para medir os resultados.As
decisões de investimentodependiam de
justificativas técnicas e estudos de viabilidade, muitas vezes sujeitos ajulgamentos subjetivos e até políticos.
Na
década de 70, época de alta inflaçãona
Inglaterra,na
busca de baixar a inflação as tarifas públicasforam
deprimidas, sendo as indústrias estatais utilizadascomo
instrumentos de política fiscal e/ou fontes de recursos.No
finalda
década de70
a situação financeira de grande parteda
indústria estatal era muito grave.A
faseda
Privatizaçãona
Inglaterra iniciou pelos setores competitivos e após pelas empresas de maior expressão pública: telecomunicações (1984), gás e aeroportos (1986),ônibus (1986-88),
água
(1989) e eletricidade (1990-91).Novamente
o argumento para privatização é a necessidade de coibir tarifas abusivas, discriminação entre usuários ecomportamento
predatório contra os concorrentes. Diferenciando-se somente pela criaçãode
uma
única agência coordenadoraque
busca definirmn
moderno
sistema de controle,com
as regrasdo
jogo definidas através deuma
licença pública. -A
sexta fase, definida por Lavacek, é ado
Controle Supranacional de Serviços Públicos,decorrente das necessidades advindas
da
formação e fortalecimento dos blocos supranacionais,como
aUnião
Européia, oNAFTA,
e oMERCOSUL.
Lavacek,
com
base nos três últimos séculosda
históriaeconômica
apresenta o seguinteresumo:
“-
A
revolução industrial criou milhares de pequenas empresas privadas (e municipais), prestadoras de senriços públicos;-
A
filosofia “laissez faire” da época deu origem a crescimento efusões desordenadas, criando vários monopólios regionais.
A
percepçãopolitica de “interesse público” levou logo no início à instituição do controle
dos serviços pela autoridade pública;
-
Os
modelos de controle diminuíram gradativamente a viabilidadeeconômica dos empreendimentos. que foi subseqüentemente “preservada”
por cada vez mais controles, fusões dirigidas pelo próprio Estado e até
subsídios
com
dinheiro público;-
A
insustentável situação financeira das empresas e a fasesocializante da politica do pais levaram à estatização
em
massa
de setores- Finalmente, a ineficiência (real ou percebida) das estatais levou à
reprivatização dos monopólios, introdução parcial de competição
e
um
novo modelo de controle pelo poder público.”2.2.
A
ENERGIA ELÉTRICA
NO
BRASIL
O
federalismo adotadona
Constituição de 1891 assegurandoampla
autonomia aosgovemos
estaduais, restringiu a ação dos poderes executivo e legislativo federais.Ao
Congresso Nacional competia legislar apenas sobre terras e minas de propriedadeda União
e,ao proprietário
do
solo pertenciam as quedas deágua
nele existentes e as minasdo
seu subsolo.Por
sua limitação ao plano federal, o decreto lançava as primeiras idéias para oresguardo
dos
interesses nacionaisdo
setor,tomando-se
por estaforma
um
embriãoque
somente vingaria
na
terceira décadado novo
século (Aguiar, 1990).No
iniciodo
séculoXX,
omodelo
industrialdo
setor de energia elétrica,no
país,caracterizava-se pelo regime de concessão,
do
pleno e praticamente livre exercícioda
iniciativaprivada. Então as tarifas
eram
protegidas pela “cláusula ouro”, mediante a qual parteda
remuneração
da
concessionáriatem
paridadecom
a cotaçãodo
metal,com
autorização deprestação dos serviços geralmente concedidas diretamente pelos municípios.
Os
contratos de concessão regiam, principalmente, a área de atuação, as tarifas, o prazo e as condições deretorno
do
serviço ao concedente (Aguiar, 1990).A
regulamentaçãodo
usodo
potencial hidráulicodo
Brasil somente passou a sercogitada pelos nossos legisladores a partir
da
expansãodo Grupo
LIGHT.
Em
1904, oDecreto
N°
5.407do
presidente Rodrigues Alves veio estabelecer,no
âmbito federal, a concessãoem
exclusividade e pelo prazo rnáximo de90
anos, a reversão para aUnião
sem
indenizaçãodo
patrimônio envolvido pela concessão e a revisão tarifária a cada cinco anos.O
aproveitamento crescenteda
energia hidráulica suscitava o questionamentoda
ordenação jurídica vigente,da
propriedade edo
uso das águas, que era insuficiente paraassegurar a integração e o desenvolvimento
do
sistemaem
regime de exploração livre epluralista.
Em
1907, o presidenteAfonso Pena
apresentou ao Congresso as basesdo Código
de
Águas da
República, que restringia o domínio particular sobre as águas,mas
aindareservava aos estados e municípios importante parcela
da
administração dos serviços públicosligados ao seu uso,
em
obediência às disposiçõesda
constituição de 1891. Este projetonão
tratava
da
regulamentação dos serviços de energia elétrica, deixados pelo autor para leiespecífica
Após
intermináveis discussões o projetonão chegou
a ser aprovadoou
rejeitado,mas
teve apenas oandamento
sustado.A
matéria somente voltaria a ser enfocada depoisda
Revolução
de 1930
(Aguiar, 1990).Em
1930
foi criada aComissão
de Forças Hidráulicasdo
Antigo Serviço Geológico eMineralógico
do
Ministérioda
Agricultura,que deu
inicio là avaliaçãodo
potencial hidráulico de partedo
Sudeste brasileiro e a levantamentos hidrológicos dos principais cursos de água,sem
que
lhe fosse conferida qualquer competência normativaou
fiscalizadora.O
Serviço deÁguas, depois Divisão de Águas,
da
Diretoria deProdução
Mineral (antecessorado
Departamento
deProdução
Mineral)do
Ministérioda
Agricultura,como
órgãodescentralizado,
começou
a atuarem
escala nacional a partir de 1923, atravésde
distritossetoriais (Aguiar, 1990).
Na
década
de 30, os ideais desenvolvimentistasdo
paíseram
conduzidos pelos princípiosdo
EstadoNovo,
do
nacionalismo e intervencionismo econômico.O
intervencionismo estatalno
setor de energia elétrica foi paulatinamente sendo acirradocom
diversas medidas, dentre asquais a criação
do
Departamento Nacional deProdução
Mineral, que culminouna
promulgação
do Código
de Águas,em
1934.O
Código
regulamentou o preceito constitucionalque distinguia a propriedade
do
solo e a propriedade das quedas d'água, tornando aUnião o
único poder concedente para aproveitamentos hidráulicos. Assegurava ao poder público
um
controle mais rigoroso sobre as concessionárias.
Com
a caracterização das quedas d°águacomo
bens imóveis, distintos e não integrantesdas terras
em
que
se encontram, oCódigo
consagrouo
regime das autorizações e concessões para os aproveitamentos hidrelétricos. Por outro lado, as limitações impostas pelo referidoCódigo
como
afixação
de tarifascom
baseno
custo histórico dos bens,sem
aplicaçãoda
correção; a
fixação
em
10%
do
lucromáximo
permitido; a caducidade das concessões -considerada
um
verdadeiro confisco, tinham determinadomn
fator inibidordo
capital privado na indústria de eletricidade(Panorama do
Setor de Energiano
Brasil, 1988).Mais
tarde, oCódigo
viria a disciplinar a implantação de linhasde
transmissão e de redes de distribuição eaA
situação era agravada pela escassa produção de energia elétrica, levando-seem
contaque
oconsumo
de energia vinha crescendoem
todoo
país, tornando-seuma
das causasdo
estrangulamentoda economia
nacional eum
dos mais críticos problemas de infia-estrutura aser solucionado.
O
sistema de energia elétrica caracterizava-secomo
uma
atividade tipicamenteconfiada à
iniciativa privada, principalmente nos grandes centros,
onde atuavam
empresas estrangeiras,como
era o casoda
Light nas regiõesdo
Rio eSão
Paulo, eda
Bond
and
Shareem
Belo Horizonte, Curitiba, Maceió, Natal, Niterói, Porto Alegre, Recife, Vitória e Salvador.Paralelamente,
em
Santa Catarina, sobressaíatambém
a iniciativa privadana
construção depequenos
sistemas locais.Em
1934
encerrava-se o período contratualdo
setor.O
Estado era o poder concedente eabria a perspectiva de ser concessionário dos seus próprios serviços, isto é, de contratar
consigo
mesmo.
O
Conselho Nacional deÁguas
e Energia Elétrica -CNAEE
foi criadoem
1939,como
órgãoda
Presidênciada
República, passando a exercer ftmções normativas e fiscalizadoras dosserviços públicos de energia elétrica,
em
nível superior à Divisão de Águas,do
Ministérioda
Agricultura (Aguiar, 1990).
Ao
retraimento das concessionárias na aquisição denovos
equipamentos,vêm
juntar-se as restrições e dificuldades decorrentesda
2* Guerra Mundial.A
demanda
começava
ase
erguer acima
da produção
de energia elétrica.O
pós-guerra foimarcado
pela crescente urbanizaçãoda
população brasileira,com
oconseqüente avanço
da
indústria,do
comércio e dos serviços. Instalava-se a crise de energiaelétrica
em
todoo
país.Como
primeiramedida
corretora, foi estabelecido o racionamentoque
se estendeu por toda
década
de 50 e os primeiros anosda
seguinte.A
questãoda
energia elétrica tornava-setema
central de grande discussão nacional.Os
governos se sucediam,
tomando
medidas paliativas, pressionados por duas grandes correntes opostas: a associativa (privativista) que, por princípio, rejeitava a intervenção diretado
estadona
produçãode
bens e prestação de serviços, e a nacionalistaque condenando
a atuação das empresas estrangeiras, reivindicava a intervençãodo
Estado e a própria encarnpação dessasempresas.
Ao
longo das divergências entre as duas correntes, os governos Federais e Estaduaisse aliaram
na
reorganizaçãodo
setor elétricoem
bases estatais.Criado pela Lei
N°
3.782, de 22.07.1960, o Ministério deMinas
e Energia somente foiimplantado
em
1965,quando
se organizoutambém
oDepartamento
Nacionalde
Águas
e Energia Elétrica -DNAEE,
sucessorda
Divisão de Águas,com
os encargos de planejar,coordenar e executar estudos hidrológicos
em
todo o país; de supervisionar, fiscalizar e gerir concessões; e controlar o aproveitamento de águas e dos serviços de eletricidadeno
territórionacional
(CELESC,
1994).Em
abril de 1954, o PresidenteVargas submeteu
ao Congresso a segunda etapada
política
do
seu governo parao
setor de energia elétrica, constituída pelo Plano Nacional deEletrificação e pela criação
da
Centrais Elétricas Brasileiras S. A. -ELETROBRÁS.
Concebida
como
empresa
pública de âmbito nacionalcom
o principal encargo de executar o referido Plano,no que
coubesse aoGovemo
Federal.O
plano, entretanto, não logrouaprovação formal
do
Congresso naquela legislaturaou
nas seguintes,mas
a sua proposta já apontavanovos rumos
à indústria de energia elétrica brasileira(ELETROBRÁS,
1986).O
projeto de criaçãoda
Centrais Elétricas Brasileiras S. A. -ELETROBRÁS
encontrouforte oposição das correntes privativistas e das concessionárias estrangeiras,
além
de resistênciaem
alguns setoresdo
próprio governo.A
longa tramitaçãodo
projetono
Congressodeu
margem
a expressivoacúmulo
de recursosno
Fundo
Federal de Eletrificação -FFE,
o que acrescentou substânciaeconômica
ao conteúdo doutrinário e ao conflito de interesses, acirrando a disputa entre privativistas e nacionalistas. Durante sete anos o projetoda
ELETROBRÁS
segueem
marcha
lenta até a sua aprovação pela LeiN°
3.890, de 25.04.1961,promulgada
pelo Presidente Jânio Quadros.Sendo
a empresa constituídano
ano seguinte(ELETROBRÁS,
1986).Em
uma
abordagem
simplificada pode-se dizerque
as concessionárias de energia elétricaexperirnentaram
um
período de relativo equilíbriona
década entre 1964/74,quando
tinhamtarifas individuais correspondentes a seus custos, neles incluídos
uma
remuneração de 10 aA
partirda
década de70
0Governo
Federal dentro deuma
política de centralizaçãodo
poder econômico, adotou algumas medidas
que
acabariam por esvaziar e desestabilizar asconcessionárias estaduais:
- equalização tarifária;
- implementação de projetos de importância geopolítica;
~ - retirada das concessionárias estaduais dos recursos
da
Reserva de Reversão;- equalização
da
remuneração das empresas, eliminando assim, os estímulos à eficiência.Na
década de 80,quando
o recessono
crescimentodo mercado provocou
uma
menor
expansão das receitasno
setor, equando o
Brasil se defrontoucom
sérias dificuldadesna
rolagem
de sua dívida, as empresas se viram diante de graves dificuldades de caixa,provocando
atrasos cada vez mais freqüentes nos recolhimentos das reservas eno
atraso dospagamentos
dos fornecimentos de energia(ELETROBRÁS,
1986).A
crisedo
setor elétrico foiaprofimdada
e acelerada pelas seguintes medidasdo
podercentral:
- política de contenção das tarifas,
como
instrumento decombate
à inflação;- subsídios tarifários à indústrias, padarias, alumínio e outros;
- retirada dos recursos
do
ImpostoÚnico
sobre a Energia Elétrica-
IUEE
(Constituiçãode 1988);
A
.
- utilização das empresas
do
setor para captação de recursos externos(CELESC-APGE,
1994).
Outra reformulação revolucionária foi o preceito constitucional
da
Constituição de 1988,que prevê a realização de licitações para concessão de aproveitamentos hidroelétricos.
Com
essa e outras
mudanças
significativas, o setor elétrico deixa de seruma
comunidade
fechadanecessitando buscar pontos de contato institucionais
com
os demais setoresda
sociedadeatravés de fóruns
de
debates, incorporando os diversos segmentosda
sociedade, visando objetivar as diretrizesdo
setor Elétrico Nacional.Na
década de 90, ressalvando-se os congelamentos de tarifas dos tradicionais planoseconômicos, ocorreu urna recuperação nos valores das tarifas de energia e,
com
o encontro decontas entre as dívidas das concessionárias e
do Governo
Federal (Conta de Resultados aCompensar
-CRC1),
as empresas passaram a apresentar melhores resultadosem
seusbalanços.
Embora
os saldos resultantes deste encontro de contas nãotenham retomado
para asempresas concessionárias, pois os
mesmos
foram
utilizadosem
sua maioria para reduzir o endividamento dos Estados, somente a alteraçãoda
condição de inadimplentes já possibilitouàs empresas concessionárias aspirar novos recursos e pensar
em
investimentos. Permitindo,também, que
suas ações fossem valorizadas deforma
significativa nas bolsas de valores(CELESC-APGE,
1994).Na
década
de 90, face a consolidação deuma
políticade
globalização e de privatização,foram
adotadasuma
sériede
medidas legaiscom
vistas a introduzir a competiçãono mercado
de
energia elétrica e a induzir a desestatizaçãodo
setor de energia elétrica.Foram
restringidos os acessos a financiamentos pelo setor público, as empresas somentepoderiam
obterfinanciamentos
em
empreendimentos realizadosem
parceriacom
a iniciativa privada. Pela Lei 8631/93 foi elirninada a unificação de tarifasno
País,mantendo
aindao
Govemo
Federalo
controle
da fixação
das tarifas. Isso permitiuque
oGovemo
Federal pudesse influenciarno
processo
de
privatização das empresas pois,somente
autorizavaaumentos
tarifários as empresasque demonstrassem
avançosno
processode
desestatização.Com
o
objetivode
conceberum
novo
modelo
parao
setor elétrico,denominado
Projetode Reestruturação
do
Setor Elétrico Brasileiro(RE-SEB),
foi contratada a consultoriada
Coopers
&
Lybrand,em
1995, cuja proposta estabelecia oGovemo
como
formulador depolíticas, regulador e fiscalizador, transferindo a
novos
agentes as tarefas operacionais.O
novo
modelo
busca fundamentalmente a competição e à eficiência,com
presença marcante deagentes privados e
com
as funções interativas sendo exercidas por organismos independentes,cabendo ao
Govemo
0 papel de elemento regulador. Propondo, tarnbém, a desverticalizaçãodas empresas dividido-as nos segmentos de geração, transmissão, distribuição e
comercialização.
A
geração e comercialização ficariam potencialmente competitivos e, atransmissão e distribuição monopólios naturais
com
regulação mais rígida.O
processo de alteraçãodo modelo do
setor elétrico brasileiro foi sendo consolidadoatravés
da
instituiçãodeuma
série de leis e decretos:0 Decreto 915/93 - estabelece a possibilidade e as condições para a realização de
projetos de geração de energia por consórcios;
0 Decreto 1503 - inclui a
ELETROBRÁS
e suas controladasno Programa
Nacional deDesestatização;
0 Lei 8987/95, de 13/02/95 - regulamenta a concessão e permissão de serviços públicos, conforme previsto
no
Artigo 175 da Constituição Federal de 1988;0 Lei 9074/95, de 07/07/95 - define
normas
para outorga e prorrogação das concessõesepermissões de serviços públicos;
0 Lei 9.427/96 - institui a Agência Nacional de Energia Elétrica -
ANEEL,
responsávelpela emissão de atos regulatórios e
da
fiscalização dos concessionários de serviço público deenergia elétrica,
podendo
ser resumidos nos seguintes itens os papéis reservados à Agência::>
conceder licenças (contratos de concessão, autorizações e outros atos);2
administrar preços, tarifas e outras regras; :› estabelecer padrões técnicos e de qualidade;:> intermediar, administrativamente, disputas
em
todos os níveis;3
monitorar o cumprimento das regras e regulamentos;=> impor penalidades.
0
Em
agosto de 1998 foram assinados o estatutodo
Operador Nacionaldo
Sistema Elétrico -ONS,
e o acordo para criaçãodo Mercado
Atacadista de Energia -MAE.
Figura 01:
O
novo modelo do
Setor Elétrico BrasileiroReestruturação
do
Setor
Elétrico BrasileiroFuncionamento do Mercado
m:=1z>
Contrato 'de d**U5°-
Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica -
ANEEL
Como
a maioria dos países de desenvolvimento recente, o paísoptou
por alavancar a industrialização e expansão econômica, via investimentos estataisna
infia-estrutura, assumindoo
Estadoo
papel de canalizadorda poupança
nacional.A
isençãodo
setor capitalista de arcarcom
os expressivos investimentosna
infia-estrutura,
de
longa maturação e baixo retomo,mas
indispensáveis para a implementação e viabilização de setores produtivos e comerciais de maior lucratividade, representouuma
contraposição à “tendência declinante das taxas de juros” das economias capitalistas.
Assumir
elevados investimentos
do
setor elétrico implicouna
intervenção estatalnum
setor produtivoda economia
capitalista.O
Estado liberou o setor privado e monopolista de inversões de baixoretorno, possibilitando-lhe o acesso à maior parte
da massa
de lucros, realizadana
escala agregadada
economia.Isto, associado aos baixos preços impostos às tarifas
do
setor elétrico e aos contratos debens e serviços colocados junto ao setor privado,
em
níveis de preços superiores aosdo
mercado
internacional, permitiuuma
elevada capitalizaçãodo
último,configurando
um
intensoprocesso
de
concentraçãoda
renda (Greiner, 1990).O
processo acimaacabou
conduzindo e se esgotandocom
a crise fiscaldo
Estado, e porconseguinte das empresas públicas de energia elétrica, expressa pela crescente necessidade de
novos
investimentos,acompanhada
pela exaustão da capacidade depromover o aumento
correspondente
da
carga tributária.A
perversidade social deste processo, já duplamente concentradorda
renda, se acentuauma
vez atingida a crise fiscal,como
a que enfrenta o País. Para (re)financiar (rolar) sua dívidainterna, resultante de seu equilíbrio orçamentário, o Estado captura os haveres
do
setorprivado
no mercado
financeiro, atravésda
concessão de elevadas taxas de juros que correrão por conta de receitas tributárias futuras (aumento de impostos),com
os seguintes efeitos: concentraçãoda
rendana
mão
dos capitalistas (lucros financeiros,sem
produção),aumento do
déficit público devido aos custos financeirosda
rolagemda
dívida interna e, finalmente,redução
da
oferta deempregos
eda
produção, ao se desviar os investimentosdo
setorNeste quadro temos, portanto, exatamente o reverso
do que
ocorriana
década de 1950,quando
se inicia a estatizaçãodo
setor, estando hojeo
Estadosem
condições de investir,enquanto
o
setor privado se apresentacomo
titular de haveres expressivos.Em
contraposição, a interferênciado
Estado foibem
sucedidano que
se refere à criaçãode
um
amplo
setor capitalista, que graças às facilidadesque
lhe foram oferecidas apresenta,atualmente, alta liquidez
como
credorda
dívida pública.Mesmo
assim, segimdo Greiner (1990), seriauma
temeridade a teseda
simplesprivatização extensiva
do
setor elétrico, se nãoforem
antes introduzidasmudanças no mercado
e
no
setor, para assegurarum
regime competitivo real, diante das características cartelistas denosso setor privado, sócio-beneficiário
da
falênciado
Estado.Não
sepode
desconhecer o contexto nacional e intemacionalque
repetidamentetem
reconhecido a falência
do
planejamento eda
ação administrativa centralizada e centralizadora, optando preferencialmente pela iniciativa privadacomo
altemativa ao Estado empresário.2.3.
A
ENERGIA ELÉTRICA
EM
SANTA
CATARINA
Nos
primórdiosda
indústria de energia elétricaem
Santa Catarina, nota-se apreponderância
da
participação de particulares gerando energia para uso próprio e parapequenos
consumidores, através de dinamos.As
primeiras tentativas de geração de energiaelétrica
datam
de 1897, localizadas principalmenteno
Nortedo
Estado e Valedo
Itajaí onde,no
final de 1905, as municipalidadescomeçavam
a autorizar concessões. Destacavam-se as cidades de Joinville e Blumenau,em
1908ambas
estavam entre as dezesseis primeiras cidadesbrasileiras beneficiadas
com
energia elétrica.Nos
municípios deMafra
-SC
e RioNegro
-PR,
a concessão foidada
aEmpresa
deEletricidade,
Luz
e Telefonesem
1 de setembro de 1908.Em
março
de1910
foi inaugurado ofornecimento de luz elétrica à cidade, através
de
uma
locomóvelque movia
mn
dínamo.A
instalação
da
energia elétricaem
São Bento do
Sul ocorreuem
7 demarço
de 1912, viatermelétrica, através de concorrência pública vencida por