j
THESE
DE
THESE
OUE
SUSTENTA
P4BA
OBTER
•
CBAO
DOUTOR
EM
MEDICINA
PELASÓCRATES D ARAUJO BITTENCOURT
NATURAL
D'ESTA
PROVÍNCIA
Pour le yulgaire,
un
niedfcmestsimplement
un
g-uérissier patentecharg-é de traiter les maladies, (Ven arrêter lecours et de les auérir le
plus promptenlent possiole. Puur
1'homme éclairé,
un
médecin estun
savantdontleministèretient]du
sa-cerdoce. et quidoit,enraison deses foncfíòns,rétablir à lafoisetlasanté
ducorps etlasanté de Pâme.
BAHIA:
TY1\—
CONSERVADORA—
LADEIRA DO XfSMENDES
N. 28.FACULDADEDEMraA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O
EXM.
SR.CONSELHEIRO
DR.JOÃO
BAPTISTA
DOS
ANJOS.VICE-DIKECTOB
0 EXM. SNR. CONSELHEIRO DK. VICENTE FERREIRA DE MAGALHÃES.
OS SRS.DOUTORES 1'°
ANNO.
MATÉRIAS QUELECCIONÁO/>, \j' a ~n\ j Ai„/,.„n,s0c ) Physicaemgeral,eparticularmenteemsuas
Cons. Vjccnte Ferreira deMagalhães.
>j aJpii Caçõe? á Medicina.
FranciscoRodriguesdaSilva ChimicaeMineralogia.
Adriano AlvesdeLimaGordilho . . . Anatomiadescriptiva.
2.0
ANNO.
Antonio de Cerqueira Pinto Chimicaorgânica.
JerónimoSodré Pereira Physiologia.
Antonio Marianodo Bomfim Botânicae Zoologia.
AdrianoAlves deLimaGordilho . . . Repetição deAnatomiadescriptiva.
3.»
ANNO.
Cons. Elias José Pedroza. . . Anatomiagerale
pathologica-José deGóes Siqueira Pathologiageral.
.JerónimoSodré Pereira Physiologia.
4.°
ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Pathologiaexterna.
Pathologiainterna.
Matinas Moreira Sampaio !
Parío
. 8
'molestiasde mulherespejadasede
r
\ meninosrecemnascidos.
5.»
ANNO.
» • • Continuaçãode Pathologiainterna.
Joaquim Antoniod'Ohveira Botelho . . Matéria medicaetherapeutica.
JoséAntoniode Freitas i Anatomiatopographica, Medicina
operato-* ria, e apparelhos.
6.»
ANNO.
• •
_ Pharmacia.
SalustianoFerreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodiigues Seixas . . . Hygiene, eHistoria daMedicina.
• *. • • *,••-.* Clinica externado3.°e4.° anno.
AutomoJanuáriodeFana Clinicainternado 5."e6.°anno.
RozendoAprigio Pereira Guimarães
Ignacio Joséda Cunha . .
PedroRibeirodeAraujo }SecçãoAccessoria.
José Ignacio deBarrosPimentel.
Virgilio Clímaco Damazio . .
José Afíonso Paraizo de.Moura. . . .
j
Augusto Gonçalves Martins /
DomingosCarlosdaSilva > Secção Cirúrgica.
Dtmetrio Cyriaco Tominho
j
I
\
LuizAlvares dos Santos > Secção Medica.
Joí oPedrodaCunhaValle . . .
SECRETARIO
0 SR. DR. CINCINNATO PINTO DASILVA.
OtfK
IAI,RA
SECRETARIA
0 SR. DR. THOMAZ DAQUINO GASPAR.
DISSERTAÇÃO.
UALQUER
que
seja a etymologiada
palavra gangre-na,ou
seja esteestado mórbido, consecutivo,ou
idio-pathico,
ou
symptomatico, geralmente édefinidoporuma
lesãoque
consistena
mor
ificaçãode rimapartecircumscripta
do
corpo; isto é,—
á abolição completado
sentimento,do movimento,
e de todaacção orgânica dequalquer
parteda
econo-mia.
A
ausência de toda esta acção orgânica, è condiçãoabsoluta-mente
necessária paraque
exista gangrena, porquanto pôde
ani-quilar-se omovimento
ea sensibilidadedeuma
partesem
que
estadeixede viver.
Hebreard
acreditandoque a
extincçãoda
vidaem
um
pontodo
organismo, coexistia
sempre
com
areacçãodapotencia conservadora nas partes contiguas, eem
todaa constituição, ajun ava á definição essa ideacomplementar;
mas, estephenomeno
não
sendoconstante,nos pareceinjusta einadmissivel esta addição.
Estadefinição
com
quanto
correntee únicaacceita,não
estádeaccôrdo
com
as doutrinasde
Galeno, edemuitos
outroscirurgiões,que
lhetem
succedido, taescomo,
Fabricio deHildem, Ambrósio
Paré, Boerrhaave, eVan-Swieten, e
modernamente
alguns inglezes,como Thomsom, Samuel
Cooperetc.Todos
estesinterpretavam agan-grena,
como
a expressãodo
estado intermediárioentre amorte
e a vida, edavam
ao esphacélo asignificação,que tem
agangrena.En-tretanto, estadivergênciadeopiniõesderivada de
uma
discussão,qur
versa
apenas
sobre palavras,não
devemais
subsistir.Para
a maioria dos cirurgiões, adistincção entre osdous
estados 1de mortificação, é simplesmente pratica: Assim,
quando
somente
a pelle e o tecido cellular sãoferidosde morte,
ha simplesmente
gan-grena;
quando porém
todo a espessura deum
membro
atéoosso éinteressada,
temos
o casodo
esphacélo.
As laminas mais ou
menos
espessas dos tecidosgangrenados,que
cedoou
tarde sedestacam,denominam-se
escharas.£?édeda
gangrena.
A
gangrena
pôde
sobrevirem
quasi todos ostecidos e orgàos,donde
resulta sua divisãoem
internas eexternas,ou
propriamente
cirúrgicas.
Nós
porém,não entramos na
apreciação destasdistincções, porquanto não ha
verdadeiramente linha dedemarcação
entreumas
e outras,
além
deque
o nosso pontoé genérico.Etiologia.
As
occurrencias,que
podem
dar lugar a appariçãoda
gangrena,quer
actuem
como
causas predisponentesquer
como
causasefficien-tes,
—
sãoimmensas
e variadíssimas: Citaremosaqui
as principaes, ou, pelomenos,
asmais
frequentes,esão
as seguintes: 1.°apouca
vitalidade da parte,
na
qualsedesenvolvea
mortificação:t.° a gran-de distancia desta parte,em
relação aocentroda
circulaçãoeda
in-nervação: 3.um
obstáculo á circulaçãodo
sangue,quer
resida ellenas artérias,
quer
nas veias,quer
no
órgão centralda
circulaãão: 4.a attenuação
ou
suspensão completado
influxo nervoso: 5. oabati-mento
e alteraçãoprofunda da
constituição,dependente da
idade,dos hábitos
da
vida,do
desarranjodosórgãosdigestivos,ou
consecu-tivo áalgumas
febres demáo
caracter: 6. a desorganisação dosteci-dos por lesõesexternas, taes
como, queimaduras,
contusões, ulcerasaap-—
3—
plicação
immediala
de cortas substanciascau
ticas e vesicantes: 9.a introducçâo
ou
inoculaçãode
certos virusou
peçonhas:10
ain-gestãonas vias alimentares de substancias sépticas. 11 a compressão
circular excessiva, exercida
em
um
órgão, e o estrangulamentoque
d*ahi
pode
resultar:12
a violênciaextrema
da
inílammação: 13 a infiltraçãono
tecido cellular de substancias irritantes, taescomo,
urinas, bilisetc. 14o uso abusivo
do
centeio espigado,que produz
a gangrena das extremidades inferiores,um
dos últimosphenomenos
do
quadro symptomatico
conhecido sob onome
deregotismo. Desta exposiçãonão
se devesuppor
que
a acção de todas estas causas seja idêntica; porquanto
umas
com
effeito.que
sepoderiam
chamar
directas,destruindo deprompto
a textura das partes vivas,determinam
logo a mortificação;em
quanto que
as outras,parecem
exercersua acção indirectamente, creando de
alguma
sortepredispo-sições,
em
virtude dasquaes a gangrena se manifesta: taes são por exemplo, osque
impedem
mecanicamente
o cursodo
sangue, eobs-tam
a influencia nervosa,Antes de tratarmos dos
phenomenos
da gangrena,convém
men-cionar
aqui as suasduas
forma de manifestação conhecidas, eque
nos
parecem
estar subordinadas á natureza da causa productôra delia:quero
fallarda gangrenahúmida
eda
gangrena secca.Quando
a causada
gangreua faz affluir para a parte, grandequantidade
dehumores,
o engorgitamento precede á mortificação, ea
gangrena
é seguida de perto pela putrefação—
temos a gangrenahúmida
;quando
ao contrario, a causa obracoagulando os liquidos, o órgãodiminúe
devolume
e desseca-se, as carnes tornam-se duras epor assim disercoriaceas, emais
difficies de cortar-seque
as car-nesvivas:—
temos então a gangrena secca.Divisão
da
gangrena.
Sob
o influxo detodas as causas^que
enumeaamos,
emuitas ou-trasque
omittimos, originam-sediAersasaffecçõesgangrenosas,seme-—
i
—
lhantes
quanto
ao resultado definitivo,mais
indubitavelmente diffe-ientesem
relação á séde, aossymptomas,
ámarcha
etc.Achamos
conveniente
acompanhando
a opinião de Nelaton, resumir estas affecçõesem
quatro gruposprincipaes, a saber: gangrenas produzidaspela inflammação; gangrenas produsidaspela acção dos agentes
ch'i-micos e physicos; gangrenas produzidas pela introducção
na
econo-mia
de certas substanciasdeletérias.Tratando nós
porem
da gangrena
em
geral, limitar-nos-hemosá descrever, o
que ha
decommum
quanto
aosphenomenos,
diagnos-tico, prognostico, e tratamento, entre estes géneros de classificação
oxpostos.
JPIíenomei&os
da
gangrena.
A
seriedetransformações,que
sedão
em
uma
partegangrenada, desde ocomeço do
mal
até sua terminação,pôde
ser dispostaem
quatro períodos nosquaes
comprehendemos
somente
ossymptomas
locaes.
Ao
primeiro, pertence tudoque annuncia
e precedea
morte
da
parte doente.O
segundo
abrange as alterações peculiares aoste-cidos mortificados;
O
terceirocomprehende a
eliminação destesteci-dos e o trabalho
que
se opèra nas partes contíguas á aquellasque
são feridas de morte;
O
quarto finalmente consisteno
trabalho dereparação,
que
completa eremata
a cura.De
todos estes períodos o único constante é o segundo; osmais
pódem
faltar.Primeiro
periodo.
Para
bem
exemplifical-o, figure-se agangrena
produzida pela inflammação, e o conjuncto demudanças
successivas,que
aprenun-ciam; e então ver-se-ha
que
osphenomenos
de
phlogôsepreviamente
existentes
começam
por modificar a côrda
pelle,que
se tornasen-timento de estupor; e ver-se-ha ainda,
que
osbatimentos arteiiacsque
se percebiamcom
um
tumultuar mais ou
menos
violento,attc-nuam-se,
tornando-se quasi insensiveis.Entre as experiências praticadas
com
o fim dereconhecer-seo({iie se passa
no
interior deuma
parte,que
seacha
no
p rimeirope-ríodo de mortificação, tornam-senotáveis as
do
Dr. Hastings, pelasquaes
refere-nos elle,que
nos paroxismosda
gangrena, o sangue perde sua cor vermelha,tomando
um
aspecto escuro;que pequenas
venulas cheias de serosidade fétida se
mostram
na
superfície daparte
que
se gangrena, e aindamais
que
alguns gazes sedesenvol-vem
no
tecido cellular.Ás experiências de HaleseMacbrid,
parecem
irmais
longe, que-rendodemonstrar
a natureza destes gazes; e por ellas pensando-seque
a gangrena provinhado
desprendimento deacido carbónico,de-nominado
por elles ar fixo, ensaiou-se todos os meios de restituil-oaostecidos
ameaçados
demortificação.Em
quanto
no
interior dão-se asmudanças
que acabamos
dedescrever, aparte se cobrede vesiculas de cor cinzenta,
que contém
um
liquido ora avermelhado, ora escuro; e logo a gangrenacomeça
a suaexistência .
Scgiintto
período
-Quando
uma
parte qualquerque
seja, éaílectada de gangrena, oííerece os caracteresque
passamos aenumerar.
O
sangue
dos vasosque
nella se distribuem, c negro e fluido,algumas
vezes coagulado, eformando no
interior delles cylindros;sólidos
que
osenchem
exactamente.A
circulaçãoparacompletamen-te,easensibilidadeseextingue inteiramente.
O
corpo perde suatempe-ratura normal,
procurando sempre
equilibrar-secom
á dosmeiosam-bientes; e sesão verdadeiros os resultados das observaçõesde Depuitren
aliáscontestadospor
muitos
outros, deve-se crer,que
nos casos degangrena
espontânea, as partes esphaceladasem
contactocom
—
6
—
ihermometro,
determinam
um
abaixamento
do
liquidothermo-metrieo
mais
considerável,do que
por ventura o fariam as partasvisinhãs.
Si por ventura fazemos incisões sobre o ponto gangrenado,
en-contramos
os tecidos revestidos deuma
côr escura^ assemelhando-sede
alguma
sorte, a carnemoqueada:
em
talcircumstancia, apelle édenegrida.
Convém
com
tudodeclararque
estacoloraçãopôde
falhar,visto que,
pôde
sertambém
cinzenta,algumas
vezes amarellada, e atébranca.As
metamorphoses
ulterioresque
seoperam
naspartes mortifi-cadas, estão subordinadas ao estadoem
que
seacham
no
momento
da
mortificação; ora ellas são engorgitadas de líquidos, ora ao con-trario são inteiramente desprovidas delles,Estesdous
estados cons-tituem, deum
lado, a gangrenahúmida,
e de outro, agangrena
secca.
Cada
um
destes estados,tem
o seucunho
característico toda-vianão
ha
entreestasduas
formas demortificação, senãodifferenças accidentaese, tanto assim é,que
sobreum
sómembro
gangrenado,,se
acham
asvezes reunidas escharas deambas
as espécies, eque
por
influencia
da
mesma
causa,podemos
deparar sobre as diversasre-giões
do
corpo deum
mesmo
individuo,com
asduas
variedadesde
gangrenas.
Vejamos
entretantoem
que
consistemestas differenças.Quando
agangrena
éhúmida,
ospontosmortificadosseengros-sam
e amollecem;tomando
o aspecto de esponja,ha
desagregaçãoda
epiderme, seguida de perto pela putrefacção,que
élogoannun-ciada pelaexalação de gazesde naturezas diversas, e
que teem
afu-nesta propriedade
de
accelerar amarcha
do
mal.Com
effeitouma vez desenvolvidosnas partes mortificadas, elles siinsinuam pouco
apouco no
tecido cellular das partes ainda vivas, edepoissiirradiamem
grandes distancias, seguindonaturalmente
o
trajecto dos vasos edos nervos,
como
pensavaThomson. São
ellesalém
disto,que
sees-palham na
athmosphera
com
outrasemanações
que
acarretamcom-sigo, e
dão
ocheiroinfecto característicoda
gangrena.Aos
phenomenos
referidos,succedem muitas
outras transforma-ções, as qiiaes postoque submei
tidas as leisphysicas, eemanadas
da
influencia
mutua
das partes elementares de nossos tecidosquando
privados de vida, diíTerem
com
tudoem
sua essência,,dasque tem
lugar
na
putrafacçãocadavérica, aindamesmo
presomindo-seque
haja trabalho de decomposição, nesta
forma
demortificação.Quando
aoem
vez disto, a gangrena ésecca,a
parte affectada vae seendurecendo
todos os dias progressivamente, atétomar
uma
consistência coriacéa e dureza lenhosa.
A
coloraçãosombria
desdeprincipio, vae
rapidamente
escurecendo, tornando-seafinalinteira-mente
negra, eocheiroque
deliaseexala, émenos
nauseante.Além
disto,
a
partegangrenada
perde de seu pêso,evaeretrahindo-se, e myrrhando-se, e nesteestadopermanece
indefinidamente,talcomo
o dasmúmias
egypeias, equasinunca
ha
decomposição,Terceiro
periodo*
Este periodo consiste,
em
um
(rabalhoque tem
por fimsepraradas partes vivas, as partes mortas; trabalhodescriptoe
denominado
por Hunter, absorpçào disjunctiva, seguido
sempre
dephenomenos
de phlogôse, e actualmente conhecido sob o
nome
deinflammação
eliminatória.
Este periodo é a expressão
do
esforçosupprêmo da
natureza;para desembaraçar-se
do
mal
que
tende a invadira organisaçãoin-teira. ComeíTeito, nos casosde terminação favorável, vê-se desenhar
nos limites
da
gangrena,uma
linha,que
distingue-se das partes mortificadas,porsuacorvivaeróseaeporsua apparencia francamente inflammatoria; verdadeirazônaque
circumsereve de todas as partes os tecidos gangrenados.No
fim depouco
tempo,que
varia de quatro á oitodiassegundo
a naturezado
individuo, estabelecem-se ligeirassoluçõesde continuidade ao longo da zõna inflammatoria;
pequenas
rupturas, que, por sua reunião,
formam
mais
tarde,um
sulcoem
torno dos pontos gangrenados. Este sulco
augmenta pouco
epouco
em
profundidade, e de sua superfície marejaum
liquidoseroso, de—
8
—
pus
perfeito. As escharaslevantasse,
o trabalhomarcha
da
circum-ferencia para as partes profundas, a
suppuraeão
acompanha4e
per-to o
phenomeno
phisio—
pathologico,que começa
pelodescollamen-to
do
tecido cellular mortificado, oqual
é separado por simples tracções.A
superfícieque
seapresentalogopor baixotem
acorverme-lha, é coberta de botões carnosos,
muito
sensíveisámais
simplespressão, e
sangram
com
facilidade.Pelos progressos
da
reacçãodo organismo
vão-sepouco
epouco
enchendo
as lacunas eanfractuosidades destasuperfície.O
trabalhode eliminaçãonão
percorre seus períodoscom
ames-ma
rapidezem
todos os tecidos;dequinze
á vintedias,quando
a es-charaésuperficial,enão
se estendealém do
tecido cellularsub-cuta-neo; é diffícil e
mesmo
impossível determinar-se o prasode sua
consummação,
ámedida que
a mortificação se vaeaprofundando,
e
sobre tudo,
quando
ellaabrange toda aespessuradeum
membro.
Devemos
notarporém,
que
estas differenças de tempo,não
de-pendem
simplesmente dos órgãosaflectados,filiam-seainda
anatu-reza própria
da
causada
gangrena. Sabe-se alémd'isto,que
sobtalinfluencia, ora a
marcha
da
affecção é accelerada, ora retardada; eil'ahi a divisão
da
gangrenaem
aguda
e chronica.Quarto
pcriotlo.
Segundo
a opinião de algunscirurgiõesé esteo período de cica-trisação,que não
é constante, pela falibilidadedo
terceiro,do
qualnecessariamente,elle se deriva, e
que
resume-sena
chagasuppuran-te
que
deixa apoz si aquéda da
eschara. Esta chaga cêdoou
tardecicatriza, e sua cicatrização faz-se pelo
mesmo
mecanismo
que
odas chagas suppurantes.Symp
tomas
$eiae*.
—
9—
mal
sobre todo o organismo, etraduzem
ovacillarda
vida entredous
elementos
que disputam
a primazia.Raros,
quando
a moléstiaprovém
de causa externa, e cireum-screve-seápequena
extensão,oceupando
tecidosdepouca
vitalidade, tornam-se graves e aterradores,quando
provindo deuma
causain-terna generalisada
em
todo o organismo,vem
átomar
largas pro-porções. N'este caso, ossymptomas
mais
frequentes são; fraqueza,abatimento physico e moral, prostração, tristeza, e outras muitas perturbações
da
innervação, ás quaes seprendeo desarranjo deto-das as funeções; dando-se então constantemente, inappetencia,
em-magrecimento
ateo
marasmo,
pulço tão fraco,quanto
seenfraque-ce a circulação, o outros muitos visos de
um
êxito senão
fatal, aomenos
duvidoso.Diagnostico.
O
diagnosticoda
gangrena,na
maioria doscasos,é fácil;prin-cipalmente
quando
ellatem
chegado ao seu segundoperíodo;com
udo,algumas
vezesnumerosas
difficuldades se apresentamque
col-tlocam
em
embaraços não
só aosque começam,
senão
também,
aosque dispõem
já dos recursosda
experiênciaEstas difficuldades ás vezessão de tal
ordem,
que
custando aser removidas,
obrigam-nos
á suspender o juizo. E' assimque
noscasos
de
estrangulamento herniario, hesitamosna
maioria dos casosem
declarar se existeou não
gangrena, aindamesmo,
tendoopoato
lesado diante dos olhos: é assim ainda,
que
trepidaremosem
anun-ciar
a
nossa opiniãotodas as vezesque
aslesõesescapam-nos
á vista,por quanto,
um
diagnosticoem
taescondições,quando
muito
se ba-searáem
dados insufíicientes, enferidos directaou
indirectamente dos signaes racionaes. Entretanto forçoso é dizerque
a applicaçãoda
attencão e observação minuciosas, podesempre
prevenir enga-nos, eque
sem
ellas, è possívelque
commeltamos
constantemente erros, e eticorramosem
faltas de tal quilate,que não mereçamos
absolvição;
como
seja, por exemplo, confundircom
a mortificação,echymoses
e phlyctenasque
seobservam
algumas
vezesem
um
mem-bro fracturado nos primeiros dias
do
accidente, e outros estadosda
pelle;
embora
de coloração idêntica áda
gangrena,quando
ádes-peito
da
apparencia, os tecidos lesadosconservam ainda
vida.Não
admittimos
também
que
se possaconfundira gangrenacom
apara-lysia,
não
obstante aimmobilidade
e insensibilidade das partesal-iectadas.symptomascommunsasduas
entidadesmórbidas:porquanto
naparalysia,
a
circulação, acolorificação,ea nutriçãoque
persistem,claramente
demonstram
que
a vitalidade,apezarde
tudo,não
está extincta.Ha
entretautouma
ordem
delesõesnas quaes a maioria dasfuncçÓ3S, senão todos os
phenomenos
da
vida,parecem-nos
aniqui-lados durante
algum
tempo,edepoissevãoreanimando pouco
apou-co, até
reassumirem
toda a actividadeque
lhes é peculiar: éuma
forma de eslupôr deque
de laMottenos refereum
caso notávelem
seu Tractado de Cirurgia; é
um
simulacro degangrena
edeparaly-sia,
que
setem
disignadotechnicamente por asphixialocal;eque
nós definiremos por aquelle estado incidiosodo organismo no
qual si ostecidos realmente
não
estão mortificados, pelomenos
revelam
uma
disposição dicidida a serem
mais
tardeaffectados.N'esta conjunctura por tanto, é
muito
susceptívelcahirmos
em
erro, e, paraevital-o, nos
devemos
guiar pelos signaes seguintes,es-peciaes a asphexialocal: 1.
a
pellenão
muda
de cor: %. aepiderme
não
se destaca: e 3. finalmente,não
se observaem
condiçãoalgu-ma
a dissolução pútrida,gérmen
e alimentodo
máo
cheiropróprioda
gangrena.•No diagnostico
da
gangrenanão
basta simplesmenteexaminar
se existe
ou não
mortificação; éprecisoparacomplemento da
missão cirúrgica,e,mais
que
tudo, para formular-se o tratamento,reconhe-cer-se o gráo
em
que
ella se acha, o períodoque
ellaoceupa;acom-panhar
atransição deum
para outro, e definirfinalmente o seuter-mo
nos limites dos tecidos contaminados, oque
importa adetermi-nação de suaextensão e profundidade.
À
extensão sópôde
ser fixada depoisda
formaçãodo
circuloque
precede á eliminação das partes—
11
—
murtas, condição
que não
obstante se fazeresperar, émais
fácilre-conhecer
que
a profundidade.Com
effeito, insufficientescomo
são, os dadose esclarecimentos fornecidos,quer
pela natureza eintensi-dade da
causa,quer
pelossymptômas
precursores, faz-seusual-mente
escarificações sobre ospontos gangrenados, para ver-seaonde
pára a invazão
do
mal.Este procedimento adoptado
sem
discrepância pelos cirurgiões,fundamenta
a veracidadeda
asserção,que
emittimos.JPro£çai©stie«.
Em
these geralpodemos
disercom
Mers.BerardeDenonvel
ires:—
ésempre
funesto o prognosticoda
gangrena, desdeque
seat-tendeá
perda de substancia, áque
irremissivelmente estácondem-nada
aparteou
órgão porella acommettido; ern relaçãoporem
aos perigosda
vidado
enfermo, o prognosticovaria, subordinadosempre
á causa, á séde e á extensão
do
mal.Em
referencia á causa, aindu-cçãocolligida
do
estudo das differentesespécies de gangrena, nosle-va á estabelecer diíinitivamente juisos diversos, de acordo
com
oseííeitos,
que
cadauma
delias comporta,Assim
é,que
agangrena decausainterna, presaga quasi
sempre
deum
máo
êxito é consideradaa
mais
funesta; e d'ahi até os casosmais
benignos,ha
indubitavel-mente
uma
progressão decrescente, cujos termos são personificadosnos outros
membros
da
grande classe dasmortificações, taescomo
agangrena
porinílammação, a gangrena por contusão&.
Racionalmente
também,
se deve suppôr;que
os perigos, áque
expõe
a
gangrena,devem
variarem
relação ã regiãoem
que
ella sedesem
volvenão
so pelossymptômas
geraesque
aacompanham,
etraduzem o
ressentimentovital,mas
também
pela pêrda desubstan-cia,
que
ellapode
occasionar. E' por tal motivoque
apresumimos
sempre mais
grave,quando
ella se localisaempartesou
órgãos dees-tructura delicada, taes
como
a boca, aspálpebras poisque,quan-do
por accidentes imprevistos, a mortificaçãose manifesta nesteslu-—
12
—
gares, deve-se receiar, á par dós perigos
da
vida, deformidades,que
nem
sempre
se poderácorregir.Quanto
a extensãodo
mal, é de intuiçãoque o
prognostico sededuz
directamente d'ella.Existem alem
destas,muitas
outrascir-cumstancias,
que não
se deve dispresar, porquanto
influem por suaparte
no
prognosticoda
gangrena, taescomo,
aforma
com
que
ellase manifesta, sãos progressos ora lentosora rápidos, a idade dos do-entes, e todas as
mais
causas individuaes; as condiçõesem
que
elles seacham
collocados, as complicaçõesmais
ou
menos
gravesque
po-dem
resultar; e ainda os accidentes,que
podem
intervirna
marcha
da moléstia.
Tratamento.
O
tratamentoda
gangrena, é formulado, quasi sempre, peiasduas
ordens desymp
tomas,que
a caraterizam. Consisteportantono
emprego de
meios, cuja acção se estenda a toda aeconomia, e na ap-píicação de substancias,que actuem somente
sobre a parteaffectada.K'natural
porem,
que
as ultimas principalmente,devem
diver-sificar conforme o periodo
da
mortificação, e a naturêzada
gan-grena.
Quando
em
um
tumor
inllammalorio, a phlogòse e excessivo, eameaça
terminarpela gangrena, para prevenir esta terriveltermina-ção, se deve
empregai
os aDtiphlogis.licos osmais
enérgicos afim
de desembaraçarprompkamenta
o tecido,no
qual o engorgitamentoex-terno,
ameaça
extinguiravida.A
diéta,o
repouso, as sangrias geraese locaes, segundo,os casos, as bebidas refrigerantes, as applicações
emolientes e anodynas. p?eencheráõ esta indicação.
Quando
aèeontearao,
a
gangrena
não
éacompanhada
,nem
precedida dephc-nomenos
de reaçãogeralmuito
pronunciados,ou
quando
esta reac-çãotem
sidocombatida
com
feliz resultado-y se deve cuidar
em
sus-tentar as forçasdo
doente,, e é entãoque
oemprego
dos tónicos é perfeitamente indicado. E' aquique
convém
faltarda
quina, cujas—
13
—
propriedadesantisépticas
teem
sidocelebradas por muitos cirurgiõesdo ultimo
século.Segundo
Cooper, estemedicamento
foiem
1715 empregado
pela primeira vez
como
especifico contra agangrena
pelo celebreRushworth,
cirurgião deNorthanpton.Amyande
Douglas, cirurgiõesde
Londres,confirmaram
depois a virtude deste remédio. Shipton,Monro,
Paisley,empregaram-no também,
enotaram que
aquédadas
escharas era
demorada,
quando
se suspendia o uzodo
medica-mento,
eque
a separação denovo começava
áfazer-secom
activida-de,
quando
se voltava ao seuemprego; mas,
observações ulterioresnão confirmando
os resultadosannunciados
pelos cirurgiõesque
a-cabamosde
citar, fizeramsobrevir duvidas sobre as virtudes tãoga-badas
da quina.Ja
Quesnay
escreviaem
1749
que
os effeitos obtidosna
França,náo
correspondiam, aosque seannunciava na
Inglaterra, e hojeestá perfeitamente reconhecido,que
os effeitosdas preparações de quina, resultamsomente
das propriedades tónicas destemedicamento,
e seadmitte geralmente,
que
só seo deveempregar
quando
os accidentesinflammatorios
teem
desapparecido, eha
necessidadedecombater
oenfraquecimento e prostração
que
a gangrena [faz apparecer.Ha
aindauma
circumstancia,em
que
oemprego da quina
po-de sermuito
util; équando
o doenteéaífectádodefebreintermittenle gangrenosa.M.
Marjolin citaum
casodeum
adultomuito
robustoque
elle
curou
assim. Nestehomem uma
gangrena dostegumentosda
perna,precedida de ligeira
inflammação
sehavia manifestado durante uniaccésso de febre intermittenle. Esta
gangrena
fez progressos durantjoaccésso seguinte,
épocha
em
que
sua verdadeira causafoi reconhe cida.O
emprêgoda
quina
em
altadóse interna e externamente,tor-nou
o terceiroaccéssomais
fraco, e sua administração pormais
tem-po, fez parar
a
gangrena, edesapparecer a febre perniciosa,da
qual esta mortificação eraum
dossymptômas
mais
gravesÁ
camphora
em
razãodesua
virtude nevrostenica eantiseptica'
tem
sidotambém
empregada,
ecom
bom
êxito,mormente quando
o doente apresenta
symptômas
geraes gravesdo
ladodosystema
so; taescomo,
movimentos
convulsivos,tremor muscular, esobretudosoluço.
No
tratamento localda
gangrena, omedico tem
á preenchertrez indicações principaes; 1.° fazer parar os progressos
Ho
mal
;
'2,° favorecer a
quéda
da eschara; 3.°cuidar dacicatrisaçãoda
chagaPara
preencher á primeira indicação,foram
aconselhados ostópicosopiáceos,
que
segundo a opinião deKirkland teem
aproprie-dade
de limitar a extensãodo
mal; nósporem
pouca
confiança temosna
sua eíficacia.A
applicacão dos vesicatórios edo
cautérioactual sobre os limites das partes gangrenadas,
tem
sidoconsideradacomo
um
excellente recurso para limitar a extensãoda
mo
1estia, fazendo apparecer
uma
inflammação
franca, idêntica à aquellaque
a natureza estabelece
quando
agangrena pára espontaneamente. Relativamente á segunda indicação, isto é, á separaçãoespon-tânea,
ou
ablaçãodas partes mortificadas, oprocederdo
pratico devevariar segundo a extensãoe a profundidade
do
mal, esegundo
oes-tado dos tecidos
que confinam
a gangrena.Quando
a natureza prepara pormeio
deum
circuloinílamma-torio a separação das partes mortas das
que
estãovivas,muitas
vezesha
necessidade deser ajudada nesta operação.Havendo
grandein-ílammação
convém
oemprego
dos antiphlogisticos; esi ao contrarioo trabalho de eliminação se enfraquece,
dando
em
resultado a inér-ciada
parte, deve-se reanimai-a pelosexcitantes.À
medida
que
as escharas vãose despregando,devem
sercorta-das, esobre as porções
que
ficarem,é denecessidode ir-seapplicandoquina
ou
carvãoem
pó, e depoisquando
setem
dispegado todos ostecidos mortificados, resulta
uma
chaga simples, suppurante,que
deve ser tratada
como
tal.Nas
gangrenasmuito
extensas,algumas
vezes é necessário separar-se inteiramente a parte mortificada, ope-ração
que
édo
dominioda
alta cirurgia.Quando
agangrena invadir toda a espessura deum
membro,
deve-se deixar a natureza
incumbida
de eliminar estemembro
es-phacelado,ou
se deve praticar aamputação?
E'uma
questãoda
mais
subida importância, eque
julgamos dever discutir, poisque
osfcifttfgioes <dèífossos ^fcsfcôTfOordam
em
consideraraamputação
dds memfcflos«Sftà&celãdos
Como
positivamenteindicada. Eis as ra-zóés éftt ípièèiles se(undam
para
prescrever aoperação: i.à
amputa-ção
desembaraça imHiediatamente ô
doentexieum
membro,
que
fi-caria tinidoao corpo durante muitos mezos,
edo
qual seexhalariamccínlm
Emente
vapora
infectos: 2. «pelaamputação»
se obtetnum
côto regular,com
cicatriz linear,em
quanto
que
a eliminaçãoes-pontânea, succede
uma
chaga
desigual,do
centroda
qual seelevam
òs ossos, cubertos poruma
cicatriz delicada,que
se ul-céra pelosmais
leves choques: 3. o perigoda
amputação
pormaior
-que seja,não
pode sercomparado
á aquelleque
ameaça
átodo instante o doente, entregue aos esforços da natureza, e ex-posto as funestas consequências
de
uma
suppuração
abundante, eda
absorpção continua de foqoiidos sépticos, fornecidos pelas partesgangrenadas.
Em
"vista destas razõ*s,somos
levados á concordarcom
a
opinião dos partidáriosda amputação,
enão
com
a
dosque
consideram
a eliminação espontânea,como
mais
vantajosa,atten-dendo somente
ás consequênciasou
perigos daamputação.
E uma
vez
que somos da
opinião,que
aamputação
deve ser preferida noscasosde esphncelo,
duas
questões se nosapresentam
á resolver: 1.deve-se esporar
que
a gangrenasejalimitada, para praticar-se aam-putação?
A
solucção desta questãonão
sendo amesma
para todasasespécies de gangrena,
deixamos
de desenvolvei-a pornão
tratarmos de cadauma
delias,em
particular:2. a gangrena estandolimitada,convém
praticar-se aoperação,na
parte morta,na
viva,ou
sobre os limitesdeuma,
ou da
outra?Os
antigostemendo
as hemorrhagias, enão
tendo outro fim,senão
desembaraçar
o doente deum
focodeinfecção,usavam
cortaromembro
nas partes gangrenadas, ápouca
distanciado
circuloin-flammatorio.Este
methodo
apenas livraem
parte odoente, das exa-lações sépticas, e nauseantes,que
sedesprendem do
membro
espha-celado,
mas
não
opreserva das outras consequênciasda
eliminação espontânea.A amputação
entre aparte viva ea morta,dáum
Comeffeito,segun-—
16
—
do
que
seamputar
mais
cedoou mais
tarde, ter-se-ha á cortaruma
certa espessura de carnesvivas,ou
entãonão
restará mais, senão algunstecidos fibrozos ádividir, e os ossos áserrar.No
primeirocaso, aamputação
deve sermuito
dolorosa, por termosde
cortar tecidosinílammados, e assuperfíciesdivididas
não
são susceptiveisde
expe-rimentar otrabalho de reunião por primeiraintensào.Alem
disto, se a linha dedemarcação
entre apartemorta
e a viva,não
for per-feitamente circular, ver-se-ha o operador obrigado á talharocôtoir-regular
como
ella.Não
podemos
pois approvar operações praticadasem
taes circumstancias.Quanto
ásecçãodo
membro
na
interlinhada
parte viva, eda
morta,
quando
não
restamais
senãoos ossos, e algu ns tecidos fibro-zosácortar, faremosnotarque
istonão
émais do
que a
eliminaçãoes-pontânea
deum
membro
esphacelado,que
o cirurgião favorece damesma
maneira
que
elleajuda aquéda
deuma
eschara.Desta discussão resultaque, si se quiser tirar
da
amputação
asvantagenspróprias deste
methodo
de tratamemto. taescomo,
preste-za
na
cura, cicatriz firme, e côto regular; a operação deve serpraticadanos tecidos sãos,
pouco
ácima do
circulo inflammatorioque
limita agangrena.E
taltem
sidoapratica seguida pelosSECÇÃO
9ACCESSORIA.
XAROPES
MEDIC&IYICNTCSOS
ESUA CONSERVAÇÃO
PROPOSIÇÕES.
I.
Xaropes medicamentosos
sãosacharoladoslíquidos,que
encer-ram
um
ou mais
princípios mineraes,ou
orgânicos.II.
Seis são os processos
mais
geralmente adoptados pelospharma-cologistas
na
preparação dos xaropes medicamentosos.III
O
primeiro processo consiste,na
simples-mistura e soluçãodo
assucar
no
liquidoque
encerra a matériamedicamentosa
.
IV,
Este processo
convém, sempre que
se tiver de converterem
xa-ropes, as aguas destilladas, e exige oemprego
de assucar de—
18—
V.O
seguudo
processo consiste,na
soluçãodo
assucarno
liquido medicamentoso,que
é posteriormente evaporado.VI.
O
terceiro consiste;em
misturar o assucar á soluçãomedica-mentosa, e clarifical-o por
meio
daalbumina,
como
sepraticana
preparação
do
xarope simples.VIL
Não
se deveempregar
este processo,quando
oliquidomedica-mentoso, encerrargrandes proporções, de matériasextractivas.
VIII.
O
quarto consiste,na
simples misturado
liquidomedicamento-so ao xarope simples,
que
setem
previamente elevado aum
major
gráode concentração.
IX.
O
quinto consiste,na
misturado
liquidomedicamentoso,
com
o xarope de assucar,
que
se evapora posteriormente até lhe restituir omesmo
gráo de cencentração.X.
al-i
—
19
—
leraveis,
em
presençado
assucar pelo calor necessário, á evaporaçãodo
excessode liquido.XI.
O
sexto consiste,na
misturado
liquidomedicamentoso
com
oassucar, clarificando-se depois por
meio da massa do
papelnão
col-lado,
como
aconselhaM.
Desmarets.XII.
Este processo
convém
sempre que
os liquidos medicamentosos, encerrando tannino,não
podem
ser clarificados pelaalbumina que
o precipitaria.
XIII.
O
melhor
processo de conservação dos xaropes, é o de Appertsimplificado por Mialhe.
XIV.
Este processo consiste
em
guardar o xarope ainda quente,em
botelhas préviamente aquecidas,
que
são rolhadasimmediatamente,
vascolejando-se oxaropedepois
do
resfriamento, para aellemisturaruma
pequena quantidade
d'aguaque sempra
seforma na
parte su-periordo
vaso.SECÇÃO
MEDICA.
INFLUENCIA DO CELIBATO
SOBRE
A
SAÚDE
DO
HOMEM
PROPOSIÇÕES.
i.
O
casamento
éuma
instituição util á saúde dohomem.
II.
O
homem
casado passauma
vida regular, entrega-semenos
aos prazeres venerios, porseachar
mais
aoabrigodeexcitações novas.III.
Os
cuidados prodigalisados pelamulher
e filhos afastam dellemuitas
causas morbificas.IV,
A
vidacalma do
seioda
família, lhe proporciona irosos,que
muito
emuito contribuem
parao seobem
estar.O
homem
casado adoecemenos,
e sua vida prolonga-se mais.—
22
—
VI
Os
resultados estatísticos deCásper,provam
evidentimente estaproposição.
VII.
A
mulher
casadaembora
exponha-semais
aosincommodos
da
prenhez e
do
parto,em
compensação,tem
oscuidados e consolaçõesda
familia e do marido.VIII.
O
casamento
quando
não
é contrahidocom
um
fim egoistico, faz quasisempre
a felicidade dos cônjuges.IX.
Os
celibatáriosentregando-semais
aos prazeresda
mesa,con-trahem muitas
vezes alterações gravesdo
tubo digestivo.X.
A
maior
parte dos individuos dados a bebidas alcoólicas, são celibatários.XI.
As
moléstias venerias sãomais
frequentes noscelibatários.XII
Segundo
arelação deM.
Desportes,ha 60
celibatários,para
SECCAO
CIRÚRGICA.
NO
TRATAMENTO
DO
HYDROCELE
A
INJECÇÃO
DE
TINTURA
DE
IODO
DEVE
SER
PPEFERIDA
A
INJECÇÃO VINOSA?
PROPOSIÇÕES.
1.
De
todos osmethodos
até hoje propostos, para a curaradicaldo
hydrocele, omais
geralmente empregado, eomais
efíicazéo dainjecção de liquido
na
cavidadeda
túnica vaginal.II.
Para
obom
êxito destemethodo, não
é essencialque
ainflam-mação
adhesivaque
se busca produzir sejamuito
intensa,nem
que
á adherencia ulterior
da
serosa escrotal e testicular serealise,nem
seja completa.
III
A
simples modificaçãona
vitalidade destamembrana,
é muitasvezes sufíiciente para a curaradical
do
hydrocele.IV.
áquelle
que
na
menor
quantidade possível,produza
ominimu
deirritação precisa para obstara reproducção
da
collecção serosa.V.
Os
liquidosdemasiadamente
irritantes pela suaquantidade
equalidade, e pela temperatura
em
que
são empregados, sãomais
aptos a produzir
inflammação
excessivaque
termine pelasuppura-<;ão
ou
pela gangrena,pondo
atéem
risco a vidado
doente.VI.
A
injecção vinosa, remédio clássico até certa epocha,tem
sidojustamente
abandonada
por quasi todos os práticos; ovinho puro
ou
deluido,não
só pelas suas qualidades irritantes variáveis,au-gmentadas
ainda pela temperatura aque
era elevado, senãotambém
pelo seu volume,
não
sócomplicavauma
operação hoje tão simples,como
lheaugmentava
sem
necessidade os perigos.TIL
A
injecção de tinturade
iodonão
é sujeita, sóporsi, aoccasio-nar tão graves accidentes
como
osque tem
produzido ado vinho
na
cura
radicaldo
hydrocele.VIII.
A
vastaexperiência dos cirurgiões dos climas tropicaes,temde-monstrado
que
uma
oitava de tinturade iodopura ou
deluidaem
uma
ou duas
vezes o seuvolume
d'agua, eabandonada
na
cavidadeda
túnica vaginal é bastante para a cura radical deum
hydrocelede volume
ordinário.IX.
—
25
—
vezespelasimples evacuação
do
liquido, e outras pelafricçãoapenas dassuperfícies internasda
mesma
túnicauma
contraaoutra,ealém
disso a
de
também
se ter conseguido omesmo
resultadoem
algunscasos
com
injecção de liquidosextremamente
brandos, bastariam para justificar a rejeiçãodo
emprego
do.vinho quente, ede outras substanciasque
occasionam
excessiva inflammação.X.
Os
annaes
da
scienciaappontam
exemplos
de accidentesgra-vissimos consecutivos á injecção vinosa
no
hydrocele, aos quaesnão
poucas vezes sesegue a
morte do
operado.XI.
As
qualidadesirritantesdo
vinho empregado,não
sepodem
gra-duar
previamente,como
sepôde
fazercom
a tinturadeiodo.XII.
Alem
de tudo isso, o uso de tãopequena
quantidade deliquidoa injectar, e a circumstancia de
não
ser necessário retiral-o, o que, demais
amais não
permittiria calcular o quantidadeque sempre
fica,
tornam muito mais
simples a operação,com
a tinturadeiodo.XIII.
De
quanto
fica exposto concluimosque
ainjecçãode tinturade iodona
cura radicaldo
hydrocele,deve ser preferida,como
defacto éna
praticadosmais
notáveis cirurgiões, ás injecções yinosas,que
estão hoje quasi totalmente banidasdo
tratamento regular destamoléstia .
HYPOCRATIS
APHORISMI.
I.
4d
extremos morbos,extrema remedia
exquisitéóptima
(Sec. I*Aph.
6>)II.
À
sphacelo abscessusossis ( Sec. VIIAph.
77.jIII.
Ubi
fames,non
eportet laborare (Sec. IIAph
16.)IV.
Mulieri
menstrua
siveliscohibere,cucurbitam
quàm maximam
ad
mammas
appone
(SecV
Aph
50.)Mulieri, menstruis deíicientibus, é naribus
sanguinem
fluere,bonum
(Sec.Aph.
33.)VI.
Quoe
medicamenta
non
sanant,eaferrumsanat.
Quoaferrum
non
sanat, ea ignis sanat.Quoa
verò ignisnon sanat, eainsanabiliaexistimareoportet (Sec. VIII
Aph.
6.)wmx
'\1 A*o^h-w^A
Ák. \&$2>..(sÁiwcÂiYvaio qS^ÚA.
xjOJ>\^i(x\wexxaS ^'òUvkdai. (J/acvAAaAe At cWletUcAuuAu c&.aluu
\S At otaftjtJmliAia At
ERRATAS.
EKfíQS
EMENDAS
Napagina
3, linha 19,em
vezde formaNa
pagina 4, linha 5,em
vez de produsidasNa
pagina 5, linha 24,em
vez de cylindros;Napagina
5, linha 25^em
vez deparaNa
pagina 5^ linha 26,em
vez desencibilidadeNapagina
5, linha 28,em
vezdeDepuitrenNapagina
6, linha 4,emvezdesi
Napagina
7> linha 13,em
vez de sepraráNapagina
7$ linha 17,em
vez desuppremo
Napagina
9> linha 26,em
vez deenferidosNapagina
9, linha 30,em
vez de encorramosNapagina
10, linha 9,em
vez deColorificaçãoNapagina
10, linha 17,em
vez de disignadoNapagina
10, linha 20,em
vez dedicididoNapagina
10, linha 23^em
vezdeasphexiaNapagina
11, linha 16,em
vezdedifinitivamenteNapagina
12, linha 19,em
vezde e excessivoNapagina
15, linha 22,em
vezdesolucçãoNapagina
15, linha 30,em
vezdeexalaçõesNapagina
18, linha 13,em
vezdecencentraçãoNa
pagina24, linha 9,em
vezde deluidoleia-seformas,
leia-seproduzidas,
leia-se cylindros
leia-se pára.
leia-sesensibilidade,
leia-se
Dupuy
tren.leia-se se. leia-seseparar, leia-sesupremo, leia-seinferidos, leia-seincorramos, leia-se calorificaçao. leia-sedesignado, leia-se decidido, leia-se asphyxià. leia-sedefinitivamente . leia-se éexcessiva, leia-se solução, leia-se exhalações. leia-seconcentração, leia-se diluido. •