LNIVERSIEALE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIPS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO TTISIOL6GICO DO NUDE
"SANTO ANASTACIO" (FORTALEZA, CEARA, BRASIL) NO PERÍODO DE SETEMBRO A NOVEMBRO 1.1, 1978.
ESTUDOS FÍSICO-QUÍMICOS
sa
Gurgel FernandesDissertag-ao apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do CenLyo de Ciancias Agrarias da Universidade Fede-ral do Ceara, coiro parte das exigancias para a obtenç
ã
o do titulo de Engenheirode Pesca.
Fortaleza-Ceara-BRASIL DEZEMBRO /1978.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
F399c Fernandes, Eilson Gurgel.
Contribuição ao estudo limnológico do açude "Santo Anastácio" (Fortaleza, Ceará, Brasil) no período de setembro a novembro de 1978: estudos Físico-Químicos / Eilson Gurgel Fernandes. – 1990.
30 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1990.
Orientação: Prof. Edna Furtado Ogawa. 1. Açudes - Estudo limnológico. I. Título.
CDD 639.2 1978.
1978. Profa. Edna Furtado Ogawa.
EDNA FURTADO OGAWA Professor Assistente
- Orientador -
COMISSTD EXAMINADORA
JOSÉ WILLIAM BEZERRA E SILVA Auxiliar de Ensino
MOISÉS ALMEIDA DE OLIVEIRA Professor Colaborador
VISTO
GUSTAVO HITZSCHKY FERNANDES VIEIRA Professor Assistente
Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca
MARIA IVONE =ALVES Professor Adjunto
AGRADECIMENTOS
A Professora EDNA FURTADO OGAWA, do Departamento de Engenharia de Pesca, pela constante e dedicada orientação que me foi prestada, sem a qual não seria possível a realização deste trabalho.
Ao Laborat6rio de Ciencias do Mar (LABOMAR) da Univer sidade Federal do Cear, na pessoa do Sr. Diretor JADER ONOFRE DE MORAIS, pelo uso de suas dependencias e materiais.
A PILAR ENGENHARIA S/A, na pessoa do Sr. CARLOS CESAR MONTENEGRO, pelo empr4stimo de at lancha motorizada que serviu durante as coletas no período estudado.
Ao Engenheiro de Pesca NOISES ALMEIDA DE OLIVEIRA pe ias sugestões e comenta'rios sobre o estudo.
Ao concludente em Engenharia de Pesca JAIRO LACERDA BORGES pela inestim.ivel ajuda nas coletas e amizade dispensada.
Aos meus pais e irmãos pela singular amizade e apoio nas horas mais difíceis.
A CtLiA, pela ajuda necessgria e carinho dispensado. Enfim, a todos que de uma maneira direta ou indireta, contribuíram para a execução deste trabalho, os sinceros agrade cimentos do autor.
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO LIMNOLOGICO DO AÇUDE "SANTO ANASTACIO" (FORTALEZA, CEARA, BRASIL), NO PERÍODO DE SETEMBRO A
NOVEMBRO DE 1978. ESTUDOS FÍSICO - QUÍMICOS
Eilson Gurgel Fernandes
INTRODUÇÃO
A ecologia, uma das divisOes da biologia, trata das relagOes existentes entre os seres vivos e o meio onde se encon-tram em perfeitas condigOes de adaptação. Este meio, conhecido co mo "habitat", constitui o bioma, que se limita por determinadas greas onde vivem os seres, sofrendo conseqUancias ambientais de grande complexidade provenientes de fatores físicos e quimicosGUR GEL (1964).
0 presente estudo tem por finalidade ampliar os conhe cimentos sobre algumas das condigOes ambientais e fisico - qumi cas das gguas do açude Santo Anastgcio, locali7ado no Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Cearg, Brasil.
Nossas observagOes abrangeram um período de 3 meses, com inicio em setembro e termino em novembro de 1978. Neste perto do, foram efetuadas 6 (seis) excursOes ao referido açude. As amos
tras foram colhidas em 3 (tras) estagOes designadas por A, B e C, e situadas de acordo com a FIGURA 1.
Sendo o referido local caracterizado por um envelheci Trento precoce denotado basicamente, belo acumulo de vegetais aqui ticos, e também pela presença de agentes poluentes de diversas pro cedências, torna-se necessgrio providencias urgentes, visando um aproveitamento futuro de suas gguas, como fonte de abastecimento de uma Estação de Piscicultura a ser instalada
a
jusante da barra-gem, para apoio do curso de Graduação em Engenharia de Pesca, do Centro de Ciancias Agrgrias da Universidade Federal do Cear, OLI VEIRA M. A. (1977).2. CARAULRfSTICAS FfSICAS:
(a) Morfometria
O Nude de Santo Anastgcio (FIGURA 1), fica localiza do no campus do Pici, da Universidade Federal do Cear, na cidade de Fortaleza, Estado do Cear, Brasil. Apresenta-se geograficamen te situado a 3044'30"S e 38035'00"W GRW, sendo diretamente ligado por um canal a lagoa de Parangaba.
tzli3A capacidade de armazenamento d'ggua do açude inicial mente era 560.000 m3, mas em face a presença de grandes depOsitos de materiais organicos decorrentes principalmente do assoroamento provocado pela vegetação, este volume se encontra bastante reduzi do.
A bacia hidrgulica abrange uma grea de 12,8 ha e a hi drogrgfica 134.400 m2. A profundidade maxima verificada 4 de 3,5m, e uma-minima media de 1,5m OLIVEIRA G. M. (1975). Sua represa pos sui140mde comprimento, e uma largura media em torno de 1Gm.
de importancia ressaltar a influencia das industri-as adjacentes
a
lagoa de Parangaba, que al lançam agentes quimicos altamente poluentes como, subprodutos de sabes, detergentes e de resíduos texteis, alem dos de rag-6es e, ainda, de um modo geral, dejetos que ali são despejados por esgotos"domesticos.(b) Transparencia
As medidas de visibilidade da ggua do açude Santo Anastecio, foram obtidas com auxilio de um disco de Secchi com qua drantes brancos e pretos alternados e suspenso por um cordel gra-duado em decímetros, em 18 ocasi8es diferentes. A, mgxima transpa-rencia, foi observada as 09:00 hs,-do-dia 14/10, na estação A; e a menor :is 15:00 hs do dia 22/9 na estagFo C, repetindo-se no dia 3/10 as 15:00 hs, na mesma estação. A, major transparencia foi ex pressa em 73 am e a mlnima em 40 am (TABELA 11).
3. A, menor visibilidade registrada na estagio C, e devida a pouca pronfundidade desta estação (1.200 e ocasionada tambem por continuo movimento destas gguas, que permitem a subida de materiais do fundo, por ocasião do lançamento do canal prove-niente da lagoa de Parangaba (FIGURA 2). Jg as estagOes A e B, que possuem, em relação a C, maior penetrabilidade de luz, devido apre sentarem maiores profundidades, apresentam deste modo uma menor in fluencia de detritos.
Atransparkcia
de uma ggua pode servir de indice pro visOrio e comparativo para sua produtividade em plancton e uma grande visibilidade, somente poder ser encontrada em açudes nos quais, esta produção seja pequena. Visualmente constatamos a pre-sença de grande quantidade de zooplanctcn no açude de Santo Mas tacio, coletada com rede para zooplancton.(c) Temperatura
A temperatura da ggua do açude Santo Anastgcio foi medida por meio de termametro clínico comum, sendo referida somen te
a
superficial. A maior temperatura foi verificada na estação C, que tinha menor profundidade, em 5/11/78 as 15:00 hs enquanto que a minima registrada ocorrem a 22/09/78, as 15:00 hs, na estação (TABELA 10).Não foram realizadas medigOes de temperatura em nenhu ma outra profundidade, ou feita qualquer determinação física ou química, pelo fato da mencionada coleção de ggua, apresentar uma pequena profundidade, divergindo os dados, deste modo, muito pouco com relação aqueles, obtidos
a
superfície. A maior profundidade re ferida para o local em trabalhos anteriores "4 de 3,50 m, o que não sugere uma estratificação considergvel do ponto de vista físico 5 químico e biolOgico.As medidas dos materiais em suspensão foram consegui dos, utilizando-se filtragem em papel de filtro, cuidadosamente co locado sobre um funil de Buchner, sendo o processo de filtragem acelerado com auxilio de uma bomba de vgcuo. Para cada filtragem utilizava-se 300 ml de ggua, e papel de filtro que depois de pesa-do era secapesa-do em estufa a 110°C.
Os maiores valores de materials em suspensão foram encontrados na estação C, devido ao afloramento de material de fun do pelo movimento das gguas devido a proximidade do canal e, tam-bem pela incidencia dos ventos. Jg os menores valores, foram veri ficados na estação A, provavelmente devido a vegetação al existen-te, e a maior profundidade desta estação em relação a C. A estação B apresentou valores intermedigrios em relação as demais (TABELA 16).
A medida de material am suspensão e de sumgria impor tancia, devido ao seu efeito no assoreamento dos reservatOrios, e na turvação da agua. Estes são geralmente provenientes do po arras tado pelos ventos, de argilas do piso do reservatOrio, ou arras tados pelas chuvas, de organismos planctOnicos contaminantes e de muitas outras origens.
Em ggua com bastante materiais em suspensão, g reduzi da a penetração de luz as camadas mais superiores, diminuindo assim, a pronfundidade efetiva, na qual se realiza a fotossintese, resultando uma diminuição na produtividade da coleção de ggua..Algm disso, dg-se. o aumento da temperatura da ggua em questão, pois es tas absorvem mais rapidamente as radiagOes solares, e as comuni-cam as comuni-camadas adjacentes.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
0 estudo químico do açude Santo Anastgcio foi feito coletando-se amostras de agua superficial nas 3 estagOes jg mencio nadas. Pesquizaram-se os seguintes elementos, sendo usados os mgto dos abaixo descritos:
5.
1. -
Maodos
(a) Oxigénio dissolvido - A, medição foi feita
utili-zando-se o metodo original de WINKLER (1988), que 6 o
processoclas
sico de determinação de oxigénio na ggua, tomando-se todos os cui dados necessgrios, quando das coletas diggua, para a obtenção dos resultados.
(b) Di:aid° de Carbono livre - As amostras
foram cole
tadas atreves de recipientes com capacidade de 1000 ml. As determi
nagOes foram procedidas segundo o STANDART METHODS OF ANALYSIS (1936), tendo como indicador a fenoitaleina.
(c) Potencial hidrogénio iOnico (pH) - Foi determina do atraves de papel indicador universal com amplitude de variação de 6,7 a 8,8, tendo-se em vista que o pH da agua de um reservat6-rio, sempre esta aproximado do ponto neu Lk).
i\j (d) Alcalinidade total, carbonatos, bicarbonatos e
hidr6xidos seguiram a metodologia indicada pelo STANDART METHODS OF ANALYSIS (1936) tendo como, indicadores, as solugOes de fenofte lelna e metilorange.
(e) Am6nia
- SOmente verificamos presença ouausencia,
pelo processo de Nesslerilaçgo direta, usando o reagente de NESS-LER.
(f) Nitritos e Cloretos - Os dados referentes foram extraidos do trabalho de BORGES (1978) - Os de nitritos são ape-nas qualitativos, sendo os de cloretos quanto - qualitativos,
6. • 2. - Gases dissolvidos
(a) Oxigenio
Na quase totalidade do estudo, a taxa de oxigenio es teve abaixo do normal, chegando algumas vezes a constituir perigo para a vida dos organismos aqugticos, como ocorreu a 25/10ea 5/11, onde o mesmo atingiu valores inferiores ou igual a 3ppm(TABEIA12). Ressalta-se que em 5/11, ocorreu uma diminuição no teor de oxige-nio dissolvido na ggua nas tres estagaes A
,
B e C, enquanto que, diaido de carbono aumentou sugerindo, deste modo que tenha ocorri do uma maior decomposição de materia orgânica no local.Fatores podem ser responsgveis pelo baixo teor de oxi genio no açude Santo Anastgcio, entre eles, podemos citar: a alta taxa respiratOria de animais e, principalmente de vegetais devido a euLvoficagão, a decomposição exagerada de materia orgânica, e ao actimulo de restos vegetais.
A, maior taxa de saturação de oxigenio registrada, ocor reu na estação B, e foi de 69,37%.
(b) DiOxido de C
a
rbono livreEste ggs esteve presente em todo o período estudado o que foi indicado pelo teste negativo ao indicador de fenoftalel na. 0 maicr teor obtido, verificou-se na estação A, as 15:00 hs, do dia 22/9,sendo este valor 4;75 ppm. 0 menor teor foi 2,25 ppm, na mesma estação as 09:00 hs do dia 25/10 (TABELA 13).
XLEEREKOPER (1944), refere-se
a
grande produtividade de aguas cujo diOxido de carbono, se encontre entre 3 e 4 ppm.7. No período em estudo, a presença de bioarbonatos foi evidenciada em todas as excurssaes, fato que não ocorreu com os hidrOxidos e carbonatos. 0 valor minima da alcalinidade total, ocorreu na estação B, em 16/11, sendo de 1,7. 0 maxim° ficou en 3,2, em duas ocasiOes, ou seja, nos dias 22/09/78 e 14/10/71 (TA BELA 14). A presença de carbonatos, bicarbonatos e hidraidos, tem sido considerada como a principal causa da alcalinidade da ggua, dependendo deste modo da. geologia da região, e também da camada de gguas utilizada. Na criação de peixes em viveiros costuma-se aplicar metodos de adubação crganica e inorganica, ou de calagem, visando principalmente o aumento na produtividade.
4. - Concentração de hidrogenio (pH)
0 pH no period() em estudo, apresentou-se na faixa de 7,3 a 7,9 (TABELA 15). Valores extremos de pH podem caracterizar poluição quimica ou organica. A faixa de tolerancia para os peixes esta compreendida entre 4,0 e 10,0 enquanto o índice ideal 4 de 6 a 8 de acordo com OLIVEIRA F. J. (1975).
Em 16/11, a intensidade da radiação observada foi a maior registrada no penado em estudo, com conseqUente diminuição do diOxido de carbono dissolvido niggua, com aumento no teor de oxigenio livre, conforme TABELAS
12e 13
o que sugere elevação na taxa fotossintaica.5. - Ou Los elementos (a) Am6nia
A, ausência de amOnia foi constatada durante todo o pe rodo em estudo. Pequenas quantidades deste ggs, podem produzir efeitos fatais aos peixes, provocando nos mesmos uma perda da capa cidade de absorver o oxigenio dissolvido.
8. BROCKWAY, citado por BASTOS (1950), comenta o caso de que um tanque de criação de peixes onde a quantidade de oxigenio dissolvido era alta, houve mortalidade que se atribui fosse devi-do
a
amOnia, cuja concentração era de 0,90 ppm.(h) Nitritos
A presença de nitritos foi evidenciada nas 3 estagOes, no mesmo período, em 8 coletas feitas por BORGES, (1978).
0 conhecimento dos teores de nitritos, seria de gran-de importãncia para esse estudo, uma vez que Indices desse compos to acima de 1,0 ppm atestam poluição das gguas onde são detectadas, OLIVEIRA (1952), citado por OLIVEIRA, F. J. (1977), prop6e que o
-
maxim de nitritos tolergvel pelos ouganismos deve estar em redor de 0,04 ppm. (TABELA 17).
(c) Cloretos
0 teor em cloro na forma de cloretos varia muito nas aguas naturais e caracteriza frequentemente a biologia da agua. KLEEREKOPER (1944). FONTENETE (1964), refere-se ao teor de clore tos encontrado na Lagoa de Cajueiro (100 ppm) no ms de janeiro co mo sendo relativamente baixo. Deve-se tambem levaremcontaquea bi bliografiaespecializadasobreoassunto nos indicaquehg açudes em que esta taxa chega at 2.000 ppm.
Fatores outros influem de maneira decisiva sobre o teor de cloretos, como a evaporação, principaImente nas estagOes sec's, que provoca uma maior concentração dos sais dissolvidos na
agia .
No Santo Anastgcio a maior concentração em cloretos encontrada por BORGES (1978), foi de 171,0 Nut.
9. CARACTERÍSTICAS CLIMATICAS
As características climeticas são de suma importãn-cia em nosso estudo, devido a sua influgnimportãn-cia nas transformagOesdas condig6es fisico-quimicas da egua. Todos os dados referentes ao assunto, foram obtidos da Estação MeteorolOgica do Centro de Cien cias Agrerias da Universidade Federal do Cear.
(a) Precipitaç6es pluviometricas
Durante a realização deste estudo, somente ocorreu precipitação no dia 22/09, sendo esta de 0,4 mm (TABELA 3 ). Da-dos de 8 anos seguiDa-dos de acordo com PEQUENO (1971 a 1977), dão para Fortaleza uma media anual de 1773 HMI (TABELA 1, 2 e 3).
(b) Evaporação
0 volume de egua do reservatOric esta diretamente re lacionado com a sua evaporação, sendo esta, um dos fatores na redu gão do diOxido de darbono da egua,NormaImente a evaporação ele- vada nos açudes do nordeste brasileiro, acentuando-se mais ainda durante a estação seca_ DUQUE (1951).
No período estudado, a media evaporimetrica foi de 6,50 nuddia, para a irea do municipio de Fortaleza (TABELA 4).
(c) Radiação solar
No estudo, a media digna foi de 496 cal/cm2, sendo a mexima observada de 513 cal/cm2 em 16/11, e a minima de 477 cal/ cm2, em 05/11 (TABELA 5). A intensidade de radiação solar influi diretamente na fotossintese.
10.
O conhecimento do grau de insolação e importante, pois nos fornece o nGmero de horas durante o dia, no qual o sol permane ceu a descoberto.Os peixes tem no fotoperiodo e na temperatura os prin cipais fatores que determinam sensiveis alteragOes no seu metabo lismo. CASTAGNOLLI (1975). A media de insolagao apresentada duran te os dias de excurssOes ao açude foi de 10,15 hs (TABELA 6).
(e) Ventos
A agitação das aguas provocadas pelos ventos, favore ce grandemente a evaporação, provocando movimentos dos materiais do fundo, que se elevam em grande niimero de particulas, produzindo uma diminuição na penetração da luz.
Durante a realização do presente trabalho, foi verifi cado a predominancia de vento leste, com uma media de 5,5 m / s , aproximadamente (TABELA 7).
(f) Temperaturas maxima e minimas
Sao a maxima e minima temperatura diria observadas
a
sombra nos dias de excurssOes. A. minima observada, ocorreu no dia 03 de outubro, com valor de 22,5°C, sendo que a maxima regis trada no mesmo dia, atingiu a 31,80C (TABELA 8). A temperatura ele vada nessa poca em que se efetivou este estudo, vem contribuir pa ra entre outros fatores, elevar grandemente a evaporação e dimi-nuir o volume d'agua, aumentando deste modo a concentração de cio retos.(g) Umidade relativa
, Os mais baixos valores da umidade relativa do ar, fo ram observadas nas duas Gltimas visitas ao açude, sendo estas 54% e 52% respectivamente (TABELA 9). A maxima registrou-se no dia 25/ 10, atingindo o valor de 78%.
11.
Estudos linnol6gicos do açude Santo Anastgcio, situa do em Fortaleza, Cear, Brasil, foram feitos em 6 excurss6es, du rante o period() setembro, outubro e novembro de 1978. Observaram-se modificagOes no local, decorrente da eutroficação. Os dados me teorol6gicos para a cidade de Fortaleza nos relevou que: a veloci dade media dos ventos, atingiu 5,51 mils. As precipitagOes pluviome
tricas praticamente não se verificaram no período em estudo. A eva poração apresentou media de 6,50 mmidia, a intensidade de radia-ção solar apresentou media de 476 cal/em2. A temperatura mgxima me dia tingiu o valor de 30,8°C, e a minima de 24,23°C, A umidade relativa media no período observado foi de 67%.
A transparencia da agua situou-se entre 40 e 73 am. 0 material en suspensão apresentou-se com valores inferiores ao espe rado. Valores absolutos da temperatura
a
suIerficie ficaram comuma media de 28,50C.
Quanto ao fatores quImicos: o oxigenio dissolvido apre sentou sempre corn teor baixo, variando de 5,3 a 2,8. 0 diOxido de rarbono se fez presente durante todo o estudo. Não foi detectada a presença de amSnia, em nenhuma ocasião. Em amostragens feitas por BORGES (1978), no mesmo período, foi constatada em todas as amos tragens, presença de nitritos. Os cloretos apresentaram-se com mgximo de 17 ppm. 0 pH variou de 7,3 a 7,9, mostrando ser alcali no, o que vem favorecer a produtividade da coleção diggua.
12.,
BIBLIOGRAFIA
1. - BASTOS, J. A. M. -- 1950 - Notas preliminares do estudo limno 16gico dos açudes Riachão e Amanari (mimeografado).. 2. - BORGES, J. L. - 1978 - Exames químicos e bacteriolOgico do
açude Santo Anastgcio. (Fortaleza, Ceara, Brasil). Disser tagao apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciencias Agrgrias da Universidade Federal do Cear, como parte das exigencias para obtenção do titulo de Engenheiro de Pesca.
3. - DENDY, J. S.; SHELL, E. W.-& PRAETHER, E. E. - 1966 - Re1at6 rio inspeção a curto prazo do açude "Pereira de Miranda e da Estação de Piscultura do Amanari, Recife, 41p. (mimeo-grafado).
4. - DUQUE, J. G. - 1951 - Solo e ggua no polTgono das secas. M. V.O.P, Departamento Nacional de Obras Contra as .Secas. (Pub. 149, serie 1 - A), 220 p.
5. - FONTENELE, O. - 1969 - Estudos preliminares da Lagoa do Ca-jueiro. Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Bol Tc., Fortaleza, 27(1).
6. - GODENEZ, J. F. G. & GEORGES, M. S. A. - 1975 - Estudo limno-lOgico preliminar de La Laguna Aramuaca. Serv.. Pec. Pesq„ Soyapargo, _1(2): 3 - 29.
7. - GURGEL, J. J. S. - 1964 - Conhecimento limnolOgico das gguas do nordeste. Fauna (5-6).
8. - - 1970 - Aspectos limnolOgicos do açude Ama nari, em Maranguape. Departamento Nacional de Obras Con-tra as Secas. Fortaleza, 28(1): 1 - 47.
13. 9. - HARRIS, B. B. & SILVEY, J. K. G. - 1940 - Limnologioal inves tigation on Texas reservoir lakes. Ecol Monogr. Texas, (10): 111 - 143.
10. - HUTCHINSON, G. E. - 1957 - A Treatise on Limnology V. 1. New York, John & Sons, 1015 p.
11. - KLEEREKOPER, H. - 1941 - Estudos limnolOgicos da bacia Rio Mogi - Guassii. Dept° Nac. Prod. Animal - Divisão de Caga e Pesca, Min. Agric. Rio de Janeiro, 50 p.
12. - KLEEREKOPER, H. - 1944 - Introdução ao Estudo da Limnologia.
Serv. Int. Agric. Min. Agric., Rio de Janeiro, 329 p. 13. - MELO, H. A. R. - 1973 - Re1at6rio das pesquisas
limnologi-cas, realizadas no Nude pb1ico Jacurici, Itiutuba, Ba hia, e em instalag3es do posto de piscultura de Jacurici. 7 p. (mimeografado).
14. - OLIVEIRA, F. J. - 1977 - Aspectos limnol6gicos do Nude "Pe reira de Miranda" (Pentecoste, Cear, Brasil), no perio-do de março a junho de 1977. (Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ciencias Agrarias da Universidade Federal do Ceara, como parte da exigencia para obtenção do titulo de Engenheiro de Pascal 15. - OLIVEIRA, M. 1977 - Exame biolOgico pesqueiro do açude "Santo Anastgcio". Ciencia AgronOmica, Fortaleza, 7(1-2):
PrecipitagOes 01710 ANO
MESES 1 Precipitag6es 0310 MESES / Precipitagaes (nn0 TABELA 1
PrecipitagOes Pluviomgtricas no Açude Santo Anastacio, observa das pela Estação Meteorol6gica do Centro de Ciencias Agra.rias,
durante os anos de 1971 a 1977 1971 2.089,00 1972 1.418,00 1973 2.287,80 1974 2.796,60 1975 1.809,80 1976 1.416,50 1977 1.893,80 TABELA 2
PrecipitagOes Pluviougtricas no Açude Santo Anastacio, obser- vadas pela Estação MeteorolOgica do CenUo de Ciancias Agra
rias, durante os meses de janeiro a outubro de 1978.
Janeiro 78,30 Junho 79,20
Fevereiro 283,50 Julho 225,90
Margo 199,30 Agosto 10,00
Abril 241,10 SeteMbro 33,90
TABELA 3
PrecipitagOes Pluviometricas no Açude Santo Anastgcio, observa- das pela Estação Meteorologia do Centro de Ciencias Agrgrias,nos
dias de coletas, referentes ao presente trabalho.
DATA DATA 1T1M.
Setembro 22, 1978 0,4 Outubro 25, 1978 0,0 Outubro 03, 1978 0,0 Novembro 05, 1978 0,0 Outubro 14, 1978 0,0 Novembro 16, 1978 0,0
TABELA 4
Evaporação observada pela Estação Meteorologica do CentrodeCien cias Agrgrias, nos dias de coletas deste trabalho.
DATA inn DATA rrlIl
Setembro 22, 1978 6,70 Outubro 25, 1978 7,00 Outubro 03, 1978 8,00 Novembro 05, 1978 6,50 Outubro 14, 1978 3,80 Novembro 16, 1978 7,00
TABELA 5
Radiação solar, observada pela Estaga) MeteorolOgica do Centro de Ciancias Agrgrias, por dias de coletas do presente trabalho.
DATA cal / cn DATA cal / cm2
Setembro 22, 1978 483 Outubro 25, 1978 501 OutUblo 03, 1978 498 Novembro 05, 1978 477 Outubro 14, 1978 504 Novembro 16, 1978 513
TABELA 6
Insolação observada pela Estação Metecrol6gica do Centro de Ciancias Agrgrias, nos dias de coletas a que se refere este tra-
balho.
DATA Horas f DATA Horas
Setembro 22, 1978 9,70 Outubro 25, 1978 10,80 Outubro 03, 1978 9,90 Novembro 05, 1978 9,90 Outubro 14, 1978 10,40 Novembro 16, 1978 10,20
Temp. (o C) Temp., (°C) DATA
DATA
Min Max Min Max
TABELA 7
Ventos, predominancia e velocidade mgdia, observada na estação MeteorolOgica do Centro de Ciencias Agrgrias, nos dias de coleta
do período estudado.
Predo Vel Predo Vel
DATA minah- Media DATA min.iF ?dia
cia- (mis) cia- (m/s)
Setembro 22, 1978 6,80 Outubro 25, 1978 E 4,40 Outubro 03, 1978 SE 6,10 Novembro 05, 1978 E 5,40 Outubro 14, 1978 E 6,20 Novembro 16, 1978 E 4,20
TABELA 8
Temperatura (°C), minima e maxima, sombra, observada pela Esta 9go MetecrolOgica do Centio de Ciências Agrgrias, nos dias de
coleta do periodic em estudo.
Setembro 22, 1978 22,90 30,40 Outubro 25, 1978 27,20 30,40 Outubro 03, 1978 22,50 31,80 Novembro 05, 1978 24,40 30,40 Outubro 14, 1978 23,20 31,00 Novembro 16, 1978 25,20 30,80
TABELA 9
Unidade relativa observada pela Estação Meteorol6gica do OenLvo de Ciencias Agr5rias, nos dias de coleta referentes ao período
estudado.
DATA DATA
Setetbro 22, 1978 73,00 Outubro 25, 1978 78,00 Outubro 03, 1978 71,00 Novembro 05, 1978 54,00 Outubro 14, 1978 74,00 Novembro 16, 1978 52,00
Estaggo
Mgdia DATA
A C
TABELA 10
Valores absolutos e mgdios da temperatura superficie da agua em oC, por data e estação de coleta, medidos no period° de setembro a noverribro de 1978, no Açude Santo Anastacio. (Fbrtaleza-Cear).
Setembro 22, 1978 26,5 26,8 27,0 26,7 Outubro 03, 1978 27,5 27,5 28,0 27,6 Outubro 14, 1978 29,5 29,0 30,0 29,5 Outubro 25, 1978 27,0 29,0 29,5 28,5 Novembro 05, 1978 28,9 30,5 31,0 30,1 Novembro 16, 1978 29,5 28,9 29,0 29,1
TABELA 11
Transparancia da agua do Açude Santo Anastacio, em (cm), no perlo do de setembro a novembro de 1978. Estação DATA Hora C Setembro 22, 1978 15:00 55 45 40 Outubro 3, 1978 15:00 55 55 40 Outubro 14, 1978 09:00 73 61 47 Outubro 25, 1978 09:00 50 65 55 Novembro 5, 1978 15:00 65 50 49 Novembro 16, 1978 15:00 55 55 50 A
TABELA 12
Variação do Oxigenio na superficie das 5.guas do Açude Santo Arias tacio, em p.p.m. e em porcentagem de saturação, no período de 22
de setembro a 16 de novembro de 1978.
DATA Hora Estação A Estação B
Estação C p.p.m. % p.p.m. % p.p.m. % Setembro 22, 1978 15:00 4,7 59,34 3,5 44,35 3,9 49,61 Outubro 3, 1978 15:00 3,5 44,80 3,4 43,53 3,1 40,00 Outubro 14, 1978 09:00 4,2 55,40 5,3 69,37 4,3 57,10 Outubro 25, 1978 09:00 3,1 39,44 2,9 37,95 3,0 39,57 Novembro 5, 1978 15:00 2,8 36,60 3,0 40,16 2,9 39,08 Novembro 16, 1978 15:00 4,6 60,68 5,2 67,97 4,3 56,28
Estagao
A I B
DATA Hora
C
TABELA 13
Variação do CO2 livre (p.p.m.) na superfície das gguas do Açude Santo Anastgcio no período de setetbro a novembro de 1978.
Setembro 22, 1978 15:00 4,75 3,25 4,50 Outubro 3, 1978 15:00 3,00 3,50 4,00 Outubro 14, 1978 09:00 3,50 3,00 4,00 Outubro 25, 1978 09:00 2,25 2,50 3,00 Novembro 5, 1978 15:00 4,00 4,50 3,50 Novembro 16, 1978 15:00 3,00 2,50 2,00
TABELA 14
Variação na alcalinidade total a CaCO3 e, expressa em OH, CO3 e HCO3' na superfície por data, hora e estação de coleta, observada no período de setembro
a
novembro de 1978, no Açude Santo Anastgcio (Fortaleza-Ceara')
DATA Hora Esta gao
Elementos Químicos Alcal.Total OH 1 003= HCO3 Setembro 22, 1978 15:00 A 3,2 0 0 32 Setembro 22, 1978 15:00 B 2,3 0 0 23 Setembro 22, 1978 15:00 C 2,7 0 0 27 Outubro 03, 1978 15:00 A 2,3 0 0 23 Outubro 03, 1978 15:00 B 3,1 0 0 31 Outubro 03, 1978 15:00 C 2,3 0 0 23 Outubro 14, 1978 09:00 A 3,2 0 0 32 Outubro 14, 1978 09:00 B 2,2 0 0 22 Outubro 14, 1978 09:00 C 2,3 0 0 23 Outubro 25, 1978 09:00 A 2,55 0 0 25,5 Outubro 25, 1978 09:00 B 1,8 0 0 18 Outubro 25, 1978 09:00 C 2,6 0 0 26 Novembro 05, 1978 15:00 A 2,8 0 0 28 Novembro 05, 1978 15:00 B 3,1 0 0 31 Novembro 05, 1978 15:00 C 2,5 0 0 25 Novembro 16, 1978 15:00 A 3,0 0 0 30 Novembro 16, 1978 15:00 B 1,7 0 0 17 Novembro 16, 1978 15:00 C 2,1 0 0 21
Estação Hora
DATA
A TABELA 15
Variação do PH, das gguas do Açude Santo Anastacio observado superficie, no período de setembro a novembro de 1978.
Setembro 22, 1978 15:00 7,3 7,3 7,3 Outubro 3, 1978 15:00 7,6 7,6 7,6 Outubro 14, 1978 09:00 7,6 7,6 7,6 Outubro 25, 1978 09:00 7,9 7,6 7,6 Novembro 5, 1978 15:00 7,8 7,8 7,8 Novembro 16, 1978 15:00 7,6 7,6 7,6
Estação Hora
DATA
A C
TABELA 16
Material em suspensão (g/l) na superficie, das A-guas do Açude San to Anastgcio, no período de setembro a novembro de 1978.
Setembro 22, 1978 15:00 0,47 0,56 0,52 Outubro 3, 1978 15:00 0,34 0,36 0,41 Outubro 14, 1978 09:00 0,50 0,47 0,53 Outubro 25, 1978 09:00 0,38 0,39 0,47 Novembro 5, 1978 15:00 0,32 0,42 0,42 Novembro 16, 1978 15:00 0,36 0,41 0,40
Ordem de Amostragem Cloretos (p.p.m.) A Nitritos C A TABELA 17
Dados de cloretos e nitritos no Açude Santo Anast'Acio em 3 esta-gOes A, B e C, durante os meses de setembro a novembro de 1978,
segundo BORGES (1978). * 7. - 150,3 143,8 131,8 + + + 2T- 157,8 149,8 151,8 + + + 34 147,0 142,0 142,0 + + + 142,0 153,8 147,0 + + + 5T- 157,4 171,0 171,0 + + 64 164,2 171,0 164,2 + + .7 154,0 150,5 167,6 + + + 84 165,3 150,5 164,2 + + presente ** ausente
A
AÇUDE SANTO ANAST4C10
FIG -1, CONTUNO DA BACIA 1-11DR/AJLICA DO AÇUDE SANTO ANASTA°C10„EM FORTALEZA - CE, COM A
LOCALIZAÇA.0 DAS ESTAÇ6ES, A„D e C.
!JD
/ ... • Pp• ... k/ RODOLFO .:.» FIL40FIGURA 2 - Trecho do mapa do municipio de Fortaleza- (Ceara-Brasil), que mostra a Lagoa de Parangaba alimentando a de Pajussara, prin cipal afluente do Açude Santo Anastacio.