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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Francisco Miguel Ruela Forjaz de Brito Cirurgião

2014188 | 6º ano | Turma 4

Lisboa, Junho de 2020

Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Universidade Nova de Lisboa

R

ELATÓRIO

F

INAL

Estágio Profissionalizante – 2019/2020

Mestrado Integrado em Medicina

Orientadora: Dr.ª Teresa Libório

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1 Francisco Cirurgião

Índice

1. Introdução ……….pág. 2

2. Objetivos………..pág. 2

3. Síntese das Atividades Desenvolvidas ………..………...…pág. 3

3.1. Cirurgia Geral………..pág. 3

3.2. Medicina Interna ………..……….pág. 4

3.3. Ginecologia e Obstetrícia………..pág. 5

3.4. Saúde Mental……….……pág. 6

3.5. Medicina Geral e Familiar……….…………pág. 7

3.6. Pediatria ………pág. 7

3.7. Formação Extracurricular………..………pág. 8

4. Reflexão Crítica ………..pág. 8

5.

Anexos ………..……… pág. 10

Anexo I – Cronograma dos estágios do ano letivo 2019/2020..………..……… pág. 10 Anexo II – Certificado TEAM..……….……….……… pág. 10 Anexo III – Certificado de Colaboração na Biblioteca..………..…… pág. 11 Anexo IV – Certificado das II Jornadas de Medicina Geral e Familiar..………...…… pág. 12 Anexo V – Certificado das III Jornadas Médicas da NOVA..……….……… pág. 13 Anexo VI – Certificado do iMed Conference® 9.0 Lisbon..………..……… pág. 13 Anexo VII – Certificado do Workshop de Electrocardiografia ..……… pág. 14 Anexo VIII – Certificado do Workshop de Auscultação Digital..………...… pág. 15 Anexo IX – Certificado - “Practical Strategies for Obesity Management in Primary Care”………..pág. 16 Anexo X – Certificado CUF – Projeto de Notificação e Seguimento da COVID-19..……… pág. 17

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Anexo XI – Certificado AEFCM – Projeto de Notificação e Seguimento da COVID-19..……… pág. 18 1) Introdução

Neste relatório procurarei refletir os 6 estágios parcelares realizados durante o ano letivo 2019/2020 como parte integrante do “Estágio Profissionalizante”, uma unidade curricular (UC) do 6º ano do Mestrado Integrado de Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCM-UNL). Os estágios parcelares foram realizados em 6 especialidades distintas, cujos períodos de estágio, locais onde foram realizados e tutores atribuídos se encontram discriminadas no cronograma do ano letivo que se encontra em anexo. (Anexo I)

Perante a pandemia que atualmente vivemos, obviamente esta UC sofreu alterações na sua organização, pelo que alguns dos estágios práticos não puderam ser realizados nos moldes previstos; no entanto, foram realizadas várias atividades que serão sucintamente descritas e apreciadas na sua validade para a minha formação.

Assim, este relatório encontra-se organizado em 3 partes: uma primeira onde são discriminados os objetivos gerais e específicos deste estágio profissionalizante; uma segunda parte em que relatarei sucintamente as atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar; e, por último, terminarei este relatório com uma reflexão crítica. Esta reflexão crítica, para além de contemplar o cumprimento dos objetivos do estágio profissionalizante fará uma avaliação retrospetiva sobre o ano letivo onde se encontra incluída uma pequena apreciação sobre os contributos para a minha formação das unidades curriculares “Preparação para a Prática Clínica” e “Preparação para o exame de seriação para o ingresso nas especialidades médicas” que veio substituir o estágio opcional.

2) Objetivos

O estágio profissionalizante é uma UC incomparável e de notável importância pois representa a conclusão da nossa educação médica pré-graduada e assim, o culminar de 6 anos de aprendizagem contínua, teórica, prática e humana. Perante isto, pode-se dizer que os objetivos gerais deste estágio profissionalizante composto por 32 semanas em sistema de rotação pelas várias especialidades, são sobreponíveis à finalidade da educação médica pré-graduada, descrita na publicação “O Licenciado Médico em Portugal”, - “é ajudar o estudante médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista que constituiu o fundamento da prática médica e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que servem.” 1

Quanto aos objetivos específicos desta UC, consultando as fichas das unidades curriculares correspondentes aos 6 estágios parcelares, verifica-se que de forma unânime se relacionam com o

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desenvolvimento de competências clínicas e de formação social, que contribuam para o ganho progressivo de autonomia e responsabilidade, bem como para o aprofundamento do sentido ético e moral e interesse pelo próximo.

Em relação às competências clínicas, resumidamente, o pretendido é que sejamos capazes de avaliar os doentes e gerir adequadamente os seus problemas médicos o que implica ser capaz de: efetuar uma história clínica abrangente e um exame físico detalhado; fazer emergir de modo fiável, na história, a informação adequada; detetar os resultados anormais no exame físico; identificar corretamente os problemas médicos dos doentes; formular uma hipótese precisa no que respeita às causas e soluções dos problemas; desenvolver as estratégias apropriadas para explorar as hipóteses colocadas e implementar um plano de gestão para lidar de modo eficaz com os problemas identificados.

Quanto às competências de formação social, pretende-se que sejamos capazes comunicar e interagir eficazmente com os doentes, famílias, pessoal médico e outros profissionais envolvidos na prestação dos cuidados de saúde, bem como demonstrar comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal. Outro objetivo essencial é a utilização de uma abordagem biopsicossocial abrangente na avaliação e tratamento dos doentes, que leve em consideração as suas crenças culturais, atitudes e comportamentos.

3) Síntese das atividades desenvolvidas

3.1) CIRURGIA GERAL

O estágio parcelar de Cirurgia Geral (CG) foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo (HBA) no serviço de CG dirigido pelo Professor Doutor Rui Maio e sob a alçada da orientadora de estágio Dra. Rita Garrido.

O Estágio compreendeu numa primeira fase uma abordagem teórica e teórico-prática num regime quase intensivo, preparador das atividades subsequentes, onde se incluiu a realização do curso TEAM (Trauma,

Evaluation And Management)(Anexo II). Posteriormente, ao longo de 4 semanas dedicadas em exclusivo ao

serviço de CG, pude desenvolver a minha atividade nas várias valências deste serviço: enfermaria, consultas e bloco operatório, integrando-me nas rotinas de um serviço hospitalar de referência, com a vantagem de apresentar uma multiplicidade de patologias enriquecedoras nesta fase da minha formação.

Na enfermaria acompanhei o internamento de vários doentes, realizei anamneses e exames objetivos, bem como os diários clínicos e uma nota de alta. Nalguns casos tive também a oportunidade de requisitar exames complementares de diagnóstico pertinentes, bem como proceder à realização de pequenas técnicas.

No bloco operatório, tive a oportunidade de observar 18 procedimentos cirúrgicos bem como de participar e até ajudar em alguns. Na consulta externa observei e participei em 27 consultas.

A última semana de estágio foi passada no Serviço de Urgência Geral (SUG). Esta foi uma semana que comparo às aulas teórico-práticas no sentido em que todos os dias estive com um médico assistente diferente que começava por dar uma introdução teórica inicial, explicando em que consistia cada posto e

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quais os objetivos e procedimentos que ali eram realizados, e de seguida me permitia observar e participar nas suas atividades, desde a recolha de uma história clínica até exames objetivos realizados de forma autónoma e pedidos de exames complementares de diagnóstico, bem como pequenos procedimentos cirúrgicos no dia da pequena cirurgia.

Das 8 semanas de estágio, 2 foram dedicadas ao serviço de Anestesiologia como estágio opcional. Graças à excelente organização deste estágio, tive a oportunidade de em apenas duas semanas ficar com uma boa amostra do espectro de intervenção da anestesiologia. Participei em consultas pré-operatórias, observei as várias técnicas anestésicas (anestesia balanceada, combinada, sequencial, bloqueios periféricos e sedação) e com a supervisão da especialista, procedi à entubação orotraqueal e ventilação de vários doentes.

No dia 25 de outubro decorreu o mini-congresso, em que participámos ativamente expondo a nossa capacidade de exposição, síntese e captação da atenção. O tema do trabalho apresentado pelo meu grupo foi: “Os Corticoides (quase) Assassinos”, onde abordámos o caso clínico de um doente sob corticoterapia que “mascarou” e atrasou o diagnóstico e tratamento de uma diverticulite complicada.

3.2) MEDICINA INTERNA

Este estágio decorreu no Hospital São Francisco Xavier (HSFX) sob a alçada da orientadora de estágio Dra. Inês Araújo na Unidade de Insuficiência Cardíaca (UIC) dirigida pela Prof.ª Doutora Cândida Fonseca, integrada no Serviço de Medicina Interna III dirigido pelo Dr. Luís Campos.

Durante o período de estágio fui integrado na equipa clínica responsável pela UIC, e sob orientação da Dra. Inês, pude desenvolver a minha atividade integrando-me nas rotinas de uma unidade hospitalar de referência, com a vantagem de ter conseguido uma abordagem próxima e constante de uma síndrome com elevada prevalência, morbilidade e mortalidade, que representa uma sobrecarga económica e social de grande magnitude, - a Insuficiência Cardíaca (IC). Ao longo das 8 semanas, a minha atividade desenvolveu-se sobretudo no internamento da UIC, tendo ainda frequentado a consulta externa de IC e o SUG pelo menos uma vez por semana, onde contactei com uma multiplicidade de patologias.

A UIC tem 5 camas reservadas para doentes cuja principal preocupação é uma insuficiência cardíaca descompensada e permite um acompanhamento diferenciado, próximo e personalizado destes. Em relação às atividades desempenhadas, durante o tempo investido na UIC, foram-me atribuídos 25 doentes, realizei anamneses e exames objetivos, bem como os diários clínicos e uma nota de alta. Tive ainda a oportunidade de realizar duas histórias clínicas que para além de contribuírem para a minha formação, foram alvo de avaliação pela Dra. Inês. Em muitos casos tive também a oportunidade de requisitar exames complementares de diagnóstico, assistir à realização de alguns destes, nomeadamente, ecocardiografias e eletrocardiogramas, bem como proceder à realização de pequenas técnicas como punções venosas e arteriais.

Uma vez por semana, acompanhei a Dra. Inês Araújo ou a Dra. Célia Henriques no SUG, onde tive a oportunidade de frequentar o balcão de atendimento, a sala de observação e por duas vezes a sala de

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reanimação e que me permitiram observar e participar nas suas atividades, desde a simples recolha de uma história clínica até exames objetivos realizados de forma autónoma e pedidos de exames complementares de diagnóstico, bem como pequenos procedimentos técnicos, nomeadamente gasimetrias. Após a observação de cada doente, se houvesse oportunidade, fazíamos uma breve discussão sobre o caso.

A observação e participação na consulta externa de IC foi outra das atividades desenvolvidas no decorrer destas 8 semanas. Durante as 28 consultas que acompanhei, tive a oportunidade de relembrar e praticar a interpretação de eletrocardiogramas (EGC), uma vez que todos os doentes fazem uma avaliação por ECG e por análises clínicas prévia à consulta.

Por duas vezes foi-me proporcionado visitar o Hospital de Dia de Especialidades Médicas HDEM, onde acompanhei o Dr. Diogo Faustino na observação de 9 doentes provenientes da consulta de IC.

Durante o estágio tivemos ainda sessões clínicas, aulas teórico-práticas e workshops. Numa dessas sessões clínicas participei ativamente apresentando um trabalho. Foi uma sessão sobre técnicas realizadas na medicina interna e o tema por mim abordado foi a “intubação orotraqueal”.

3.3) GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (GO) decorreu no HBA no serviço de GO dirigido pelo Dr. Carlos Veríssimo e sob tutela do Dr. Gustavo Mendinhos. Este estágio encontrava-se organizado de forma específica e individual para cada aluno. A minha rotação no serviço contemplava 2 semanas dedicadas à obstetrícia e 2 semanas à ginecologia. Durante estas 4 semanas frequentei a enfermaria, as consultas de ginecologia, de ecografia ginecológica, de senologia, de obstetrícia, de ecografia obstétrica e diagnóstico pré-natal. Uma vez por semana frequentei ainda o serviço de urgência de GO (SUGO) e o bloco operatório, onde tive a oportunidade de observar a equipa do Dr. Gustavo Mendinhos em 6 procedimentos cirúrgicos.

No SUGO acompanhei a equipa no balcão de atendimento, no bloco de partos e participei ainda como ajudante numa cirurgia de urgência laparoscópica por gravidez ectópica tubária não rota. Num total de 36h divididas em 3 turnos de 12h, acompanhei e participei na abordagem e gestão de 28 doentes.

Apesar de na rotação estarem previstas duas manhãs de enfermaria, só pude estar presente numa devido à coincidência de horário com o workshop lecionado na Maternidade Alfredo da Costa. Nesse dia acompanhei a Dra. Mariana Gamito na observação de 4 grávidas internadas. Tive ainda a oportunidade de observar a realização de ecografia endovaginal para medição do colo do útero em 2 destas grávidas.

Todas as semanas havia duas reuniões clínicas em que eram discutidos casos clínicos de doentes internadas ou em acompanhamento e frequentemente eram apresentados trabalhos e revisões de protocolos por internos de especialidade. A participação dos alunos do 6º ano nas reuniões da última semana do estágio era requerida e representou um método de avaliação. Neste contexto apresentei um journal club sobre as considerações reprodutivas e hormonais em mulheres com alto risco de cancros ginecológicos hereditários.

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3.4) SAÚDE MENTAL

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu no Hospital de Dia de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF) sob a alçada do orientador de estágio e coordenador do Hospital de Dia, Dr. João Carlos Melo, integrado no Serviço de Psiquiatria dirigido pela Prof. Doutora Teresa Maia.

Apesar do período de estágio previsto ser de 4 semanas, infelizmente, devido à suspensão dos estágios clínicos como medida de contingência no combate ao COVID‐19, acabou por ter apenas 3 semanas de duração – de 17 de fevereiro a 7 de março.

Durante este período e sob orientação do Dr. João Carlos Melo, fui integrado na equipa clínica responsável pelo Hospital de Dia, constituída por uma equipa multidisciplinar de médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e uma psicóloga. No seio desta equipa pude desenvolver a minha atividade, participando ativamente em todas as atividades, com a vantagem de ter conseguido uma abordagem próxima, constante e diversificada de um grande número de utentes com patologia psiquiátrica. Colaborei também com as terapeutas ocupacionais na organização e execução de diversas atividades, tais como: sessões de movimento, piscina, colaboração no bar que a unidade organizava semanalmente para os colaboradores do Hospital e participei ainda no projeto Fou pour la cuisine que é o nome escolhido para o restaurante que abre ao público uma vez por mês para dar a conhecer as iguarias preparadas pelos utentes do Hospital de Dia. Na piscina tive um papel particularmente ativo, na medida em que estive sozinho na água com os utentes a ajudá-los em exercícios de movimentação e de relaxamento.

Os primeiros dois dias de estágio decorreram sob a forma de seminários teórico-práticos lecionados na FCM|NMS. O primeiro seminário, lecionado pelo Prof. Doutor Miguel Talina sob a forma de 6 casos clínicos, permitiu abordar vários aspetos da saúde mental, desde a etiologia de algumas patologias psiquiátricas até à abordagem destas em diferentes contextos, passando ainda por aspetos como a entrevista clínica na psiquiatria, a relevância dos antecedentes pessoais e familiares, o risco de suicídio e algumas opções terapêuticas existentes. No segundo dia, o Prof. Doutor Pedro Mateus preparou um seminário sobre “O Estigma na Doença Mental (DM) e Programas para pessoas com DM grave”.

A população alvo do Hospital de Dia Psiquiátrico é maioritariamente adulta, pessoas autónomas do ponto de vista físico, mas que apresentam uma marcada incapacidade ao nível da gestão do quotidiano e dificuldade de gestão da própria doença. Os utentes encontram-se num regime de internamento parcial, entre as 9h e as 15h30/16h, de segunda a sexta-feira, e é seguido um modelo integrativo, psicofarmacológico e psicológico baseado numa abordagem bio-psico-social.

As ações desenvolvidas estão focadas na promoção da saúde mental, na ajuda ao doente para ultrapassar as suas dificuldades do dia-a-dia, assim como no apoio à família, considerando a extrema importância de evitar o agravamento da situação e a desinserção social do utente.

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Durante o período de estágio participei ainda noutras atividades do Hospital de Dia, nomeadamente em 3 entrevistas de admissão, 6 sessões de grupo psicoterapêuticas e 3 reuniões com as equipas comunitárias. Devido à suspensão dos estágios, infelizmente não foi possível frequentar o Serviço de Urgência de Psiquiatria.

3.5) MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O estágio profissionalizante de Medicina Geral e Familiar (MGF) teve ser convertido num estágio teórico-prático face à situação de confinamento que vivíamos. Para substituir o estágio profissionalizante foram indicadas várias atividades que culminaram na elaboração de um portfolio. Tal como é referido pela Professora Doutora Isabel Santos, a elaboração de um portfolio “ decorreu da necessidade de transferir o estágio para uma forma de ensino /treino que vise a aquisição de uma parte substantiva das aptidões requeridas na ficha desta unidade curricular permitindo a equivalência desta experiência ao estágio.”

Este portfolio era constituído por 6 elementos: resolução de um caso clínico; análise de situação; registo e análise de consultas videogravadas; cursos frequentados; outras atividades desenvolvidas e análise crítica. A análise e resolução do caso clínico, pela sua complexidade, traduzida num doente com várias comorbilidades e polimedicado (frequente na prática da MGF), contribuiu de forma significativa para a minha aprendizagem e formação porque me levou a consultar e estudar uma vasta bibliografia. Através desde estudo aprofundado consegui colmatar lacunas no meu conhecimento bem como adquirir conhecimentos novos, nomeadamente na área da Psoríase, da Hiperplasia Benigna da Próstata, dos sintomas do trato urinário inferior, da disfunção sexual masculina, dos distúrbios de ansiedade, das dislipidemias, da angina estável, do problema de saúde pública que é a utilização de benzodiazepinas e na abordagem biopsicossocial de um doente.

O registo e análise de consultas videogravadas contribuiu para a minha formação na medida em que me deu um ótimo exemplo de abordagem centrada na pessoa e de identificação e gestão de riscos de saúde. Tive ainda a oportunidade de exercitar o meu espírito critico e de identificar lacunas no meu conhecimento que motivaram o estudo e revisão das mesmas. Para a primeira semana de estágio foram-nos indicados 5 cursos online para realizar e posteriormente enviar os respetivos certificados. Estes cursos relacionavam-se com o COVID-19, com a gripe sazonal e com as competências fundamentais na prescrição de antibioterapia.

3.6) PEDIATRIA

Devido à suspensão dos estágios clínicos como medida de contingência no combate ao COVID‐19, o estágio de Pediatria foi outro que teve de ser adaptado e assim transformado num estágio teórico-prático, envolvendo a elaboração de um artigo de revisão, a realização de um trabalho de grupo e sessões de discussão de casos clínicos via plataforma “zoom”. O tema do meu artigo de revisão foi “O Rastreio da Atrésia Biliar”, visto que o pretendido era que fosse sobre um tema relevante da área da pediatria e que o diagnóstico precoce da atrésia biliar é um desafio crítico nesta especialidade. O trabalho de grupo realizado foi sobre a

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Doença Celíaca e foi apresentado via “zoom”. As sessões teórico-práticas realizadas através da resolução de casos clínicos, foram também muito uteis para rever a aprofundar conhecimentos.

3.7) FORMAÇÃO EXTRACURRICULAR

Relativamente a atividades extracurriculares que acredito terem enriquecido a minha formação académica, destaco a minha colaboração como trabalhador da Biblioteca da NMS|UNL desde 2015 até à presente data, a participação nas II Jornadas de Medicina Geral e Familiar organizadas pela CUF, nas III Jornadas Médicas da NOVA, e no iMed Conference® 9.0 Lisbon onde frequentei 2 workshops: auscultação digital e electrocardiografia. Realizei ainda um curso online durante o período de quarentena - “Practical Strategies for Obesity Management in Primary Care”, no site myCME, um site líder na educação médica.

Durante os meses de Abril e Maio deste ano, participei no “Projeto de Notificação e Seguimento da COVID-19” no Hospital CUF Sintra no âmbito de um projeto de voluntariado organizado pela AEFCM.

Todos os certificados destas atividades encontram-se na secção “5) Anexos”, do presente relatório.

4) REFLEXÃO CRÍTICA

Os estágios de Cirurgia Geral, de Medicina Interna, de Ginecologia e Obstetrícia e de Saúde Mental, representaram a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, aferir a agilidade com que conseguimos passá-los da esfera teórica para a prática e verificar no seu exercício quais as dificuldades e variáveis com que iremos deparar-nos na nossa futura atividade clínica. Permitiram ainda detetar algumas fragilidades em determinadas áreas do conhecimento e consolidar outras com a mais valia da experiência diária de frequentar áreas complementares das várias especialidades (consulta – enfermaria – serviço de urgência – bloco operatório - hospital do dia), experienciando ainda o sentimento de desenvolver já atitudes clínicas e não só uma observação passiva (como nos anos anteriores), como elemento integrante de uma equipa com as responsabilidades inerentes a esse papel.

Também resultaram em estágios facilitadores do contacto e comunicação com o doente, já que o facto de ser entendido como elemento participante da equipa me impeliu a estabelecer essa relação de forma mais profissional e próxima do que o contacto fortuito e fugaz dos estágios observacionais.

Talvez esta vertente da nossa área – o contacto médico-doente – seja a mais exigente em termos de desenvolvimento e empenho ao longo da nossa vida profissional sem que venhamos a descurar a formação contínua ou o aperfeiçoamento de técnicas.

Nesta perspetiva, considero que cumpri os meus objetivos pessoais definidos com o suporte dos objetivos de aprendizagem descritos nas fichas das UC, e resumidos na secção “Objetivos” do presente relatório, quer a nível de competências clínicas quer a nível de competências de formação social.

Tal como as Regências dos estágios parcelares de MGF e de Pediatria, se viram obrigadas a adaptar as suas unidades curriculares à situação de confinamento que vivíamos, adaptando assim os objetivos de

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aprendizagem das UC às ferramentas disponíveis, também eu tive de adaptar os meus objetivos pessoais a um estágio profissionalizante que teve de ser convertido num estágio teórico-prático.

Não obstante as implicações que isso teve, creio que cumpri os objetivos de aprendizagem propostos. No entanto, acho que é compreensível que alguns objetivos não possam ser atingidos com o mesmo rigor que outros, porque dependem da prática clínica para serem alcançados e aprimorados.

Em relação a resultados de aprendizagem mais focados, constato um amadurecimento na análise dos casos clínicos e integração dos aspetos práticos com a base teórica que trazia e que também aprofundei, ajudando-me a organizar um raciocínio clínico de avaliação e abordagem terapêutica a curto e longo prazo, quer medicamentosa quer comportamental, sem perder de vista o acompanhamento do paciente como um todo. Tenho mais facilidade em hierarquizar o que necessita de intervenção imediata e os aspetos que necessitarão de um acompanhamento mais prolongado, mantendo o foco na educação do indivíduo para a saúde.

Diria que, num estágio de medicina interna com a duração de 8 semanas, seria quase inevitável ter de me confrontar com uma situação de final de vida. Destaco este assunto, porque numa das vezes em que estava de urgência no SO, passei pela experiência de perder um doente; esta perda para além do efeito imediato de desalento, impotência e insucesso, fez vir à tona reflexões sobre a finitude, o papel do médico junto do doente instável e o medo do erro médico. Representou ainda uma forma dura de recolocação do médico na sua verdadeira dimensão: não de um deus, mas de um homem com indecisões, limitações e possíveis erros de juízo. Considero assim esta experiência, apesar de tudo, enriquecedora da minha formação médica e pessoal.

As unidades curriculares “Preparação para a Prática Clínica” e “Preparação para o exame de seriação para o ingresso nas especialidades médicas”, UC que veio substituir o estágio opcional, foram duas importantes mais-valias para a minha formação ao contribuírem para a integração global dos conhecimentos do MIM. Para além disso, gostava de destacar que a UC de preparação para o exame de seriação, pela forma como é lecionada é sem dúvida uma grande vantagem para os alunos da FCM |UNL.

Antes de terminar este relatório, gostava de partilhar um excerto de uma entrevista do Diário de Notícias ao Dr. Vítor Brotas, internista do Hospital dos Capuchos, esclarecendo o que considera mais importante na Medicina, e que me faz pensar em como devo encarar esta fase de transição que estou a viver bem como o meu futuro no mundo da Medicina:

“Há três coisas muito importantes: Primeiro, tomar atenção ao que se está a fazer e aprender com isso; segundo, não recusar e estar disponível; terceiro, vencer o medo, o medo é do caraças. Um gajo tem um medo do caraças, medo de se enganar, de não corresponder. (…) É um medo do carago, mas não se pode

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5) Anexos

Anexo I – Cronograma dos estágios do ano letivo 2019/2020

Cirurgia Geral Medicina

Interna Ginecologia e Obstetrícia Saúde Mental Medicina Geral e Familiar Pediatria Período de estágio 9/9/2019 a 1/11/2019 4/11/2019 a 10/1/2020 20/1/2020 a 14/2/2020 17/2/2020 a 13/300/2020 16/3/2020 a 17/4/2020 20/4/2020 a 15/5/2020

Local HBA HSFX HBA HFF

Tutor Dra. Rita

Garrido Dra. Inês Araújo Dr. Gustavo Mendinhos Dr. João Melo

HBA – Hospital Beatriz Ângelo; HSFX – Hospital São Francisco Xavier; HFF; Hospital Fernando Fonseca

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