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A expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) nas instituições superior privadas no Rio Grande do Norte - Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE

CURSO DE PEDAGOGIA

VANESSA MARTINS BENIGNO DE AQUINO SILVA

A EXPANSÃO DO FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) NAS INSTITUIÇÕES SUPERIOR PRIVADAS NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL

NATAL/RN 2019

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VANESSA MARTINS BENIGNO DE AQUINO SILVA

A EXPANSÃO DO FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) NAS INSTITUIÇÕES SUPERIOR PRIVADAS NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL

Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Andreia da Silva Quintanilha Sousa

NATAL/RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE

Silva, Vanessa Martins Benigno de Aquino.

A expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) nas instituições superior privadas no Rio Grande do Norte - Brasil / Vanessa Martins Benigno de Aquino Silva. - Natal, 2019.

25 f.: il.

Artigo (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Graduação.

Orientadora: Profa. Dra. Andreia da Silva Quintanilha Sousa.

1. Expansão - Artigo. 2. Educação Superior - Artigo. 3. Fies - Artigo. I. Sousa, Andreia da Silva Quintanilha. II. Título. RN/UF/BS - Centro de Educação CDU 378.018.593

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VANESSA MARTINS BENIGNO DE AQUINO SILVA

A EXPANSÃO DO FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) NAS INSTITUIÇÕES SUPERIOR PRIVADAS NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL

Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Licenciada em Pedagogia.

Aprovada em: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________ Profa. Dra. Andreia da Silva Quintanilha Sousa (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

______________________________________________________ Prof. Dr. Gilmar Barbosa Guedes (Examinador interno) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

________________________________________________________ Prof. Mestre Marcos Torres Carneiro (Examinador externo)

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AGRADECIMENTOS

É com gratidão que venho aqui agradecer a todos os que revelaram a bondade de seus corações, que espalharam o seu melhor e tiveram a sabedoria para entender meu momento de luta, motivo pelo qual estive ausente, e que mesmo assim me acolheram e me entenderam, mostrando-me que na vida há sempre um motivo para sorrir.

Aqui vai o meu muito obrigada primeiramente a Deus pelo dom da vida, por Sua força, Seu amparo e por nas horas mais loucas e confusas colocar pessoas tão especiais na minha vida. São elas:

Carlos Antônio de Aquino Silva Benigno, que é um amigo fiel, esposo dedicado e companheiro de todas as horas. E meu amado filho Miguelito.

Professora Dra. Andreia da Silva Quintanilha Sousa, orientadora desta dissertação. Obrigada pelos ensinamentos, dedicação, competência e especial atenção nas revisões e sugestões, fatores fundamentais para a sua conclusão.

Amanda Fhilladélfia Bezerra Silva de Menezes, a quem me surpreendeu com sua amizade firme e forte nos momentos mais loucos, corridos, desesperadores, em que achei que não teria solução e ela simplesmente dizia: “amiga, nós conseguiremos!”. A você, minha amiga, o meu muitíssimo obrigada.

Clara Capistrano; Daniele Antônia; Debora Araújo; Suellen Alves; Suzana Sena e a queridíssima Professora e amiga Elizabeth Cristina. Agradeço a vocês, que durante todo o nosso percurso de formação me acolheram, me ajudaram. Aqui vão as minhas sinceras palavras e sentimentos: muito obrigada!

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A EXPANSÃO DO FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) NAS INSTITUIÇÕES SUPERIOR PRIVADAS NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL

Vanessa Martins Benigno de Aquino Silva1 UFRN

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo apresentar a expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no Brasil e Rio Grande do Norte nos últimos oito anos. A pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica e documental e encontra-se estruturada em duas partes. No primeiro momento, apresentamos o Fies e a expansão da educação superior privada no Brasil. A segunda parte traz o financiamento concedido pelo Fies no Brasil e no Rio Grande do Norte no período de 2010 a 2018. Concluiu-se que a expansão da Educação Superior no Rio Grande do Norte acompanhou a dinâmica do desenvolvimento dos processos de acumulação do capital no Brasil e das recomendações internacionais, cujas consequências podem ser traduzidas pela ampliação das universidades do setor privado-mercantil.

Palavras-chave: Expansão. Educação Superior. Fies.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RN – Rio Grande do Norte Fies – Financiamento Estudantil

LDB – Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira FHC – Fernando Henrique Cardoso

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação IES – Instituição de Ensino Superior

Enem – Exame Nacional de Ensino Médio

CFT-E – Certificados Financeiros do Tesouro Nacional Prouni – Programa Universidade para todos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8 2 O FIES E A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO BRASIL ... 8 3 CONCESSÕES DO FIES À EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO BRASIL ... 12 4 CONCESSÕES DO FIES À EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO RIO GRANDE

DO NORTE ... 16 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 22 REFERÊNCIAS ... 23

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8 1 INTRODUÇÃO

O presente artigo se caracteriza por discorrer sobre o processo da expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), tendo como referência os períodos de 2010 a 2018. Esse período apresentou grande volume de repasses do Programa às Instituições Ensino Superior privadas, além de mudanças e alterações no seu funcionamento. Cumpre destacar que a expansão da educação superior, contemplada pela política de Financiamento Estudantil tem relação direta com a questão do financiamento público, seja por meio de incentivos fiscais ou utilização do fundo público. Isso significa que o aumento do número de matrículas das instituições particulares de ensino é proporcionado e incentivado pela legislação educacional. O objetivo deste artigo é compreender o papel desempenhado pelo Fies, Lei n. 12.202/2010, e as implicações desse Programa para o processo de expansão das IES no setor privado-mercantil no Brasil e no Rio Grande do Norte.

A pesquisa tem caráter quantitativo e qualitativo, além de revisão bibliográfica, realizada através de pesquisas em documentos oficiais (leis, relatório de gestão do Fies, projeto de lei). Tais documentos norteiam a educação nacional, especialmente a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional de 1996.

O artigo encontra-se organizado da seguinte forma: em um primeiro momento, abordaremos o Fies e a expansão da Educação Superior privada no Brasil. Na segunda parte, apresentaremos o financiamento concedidos pelo Fies no Brasil e no Rio Grande do Norte, conforme dados disponibilizados no site do FNDE e Fies.

2 O FIES E A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO BRASIL

A Educação Superior brasileira foi palco de muitas transformações nas últimas décadas, pois ela “não é uma realidade separada e sim uma expressão historicamente determinada de uma sociedade”, conforme afirma Chauí (2001, p. 35). A compreensão da expansão da educação superior ocorrida nas últimas décadas se justifica ao longo de vários cenários políticos, econômicos e sociais, porém “o traço mais marcante dessa complexa expansão da educação superior brasileira é a proeminência cada vez maior do mercado educacional, de sua questionável regulação” (SGUISSARDI, 2008, p. 994).

A Educação Superior no Brasil começou com cursos isolados e que as instituições só começaram assurgir ao longo do período que vai de 1920 a 1960, resultado de um conjunto de mudanças socioeconômicas. É a partir da primeira Lei de Diretrizes de Base da Educação

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9 Nacional (Lei nº 4.024/60), que se inicia a Educação Superior com um modelo federativo da administração da educação nacional. Esse também é o momento em que surgem, a partir da união entre escolas isoladas, muitas universidades públicas, as quais, ao longo dos anos de 1960, serão federalizadas no modelo até hoje vigente no Brasil (CAVALCANTE, 2000).

A partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/1996, há a promoção formal e a criação de novos formatos institucionais, possibilitando uma grande diversidade de instituições e de cursos de Educação Superior, estabelecendo a possibilidade de instituições não universitárias poderem obter autonomia em função de sua competência, qualidade ou especificidade

O governo de 1995 a 2002 se ampara na lei n 9.394/96 (LDB), para intensificar o direcionamento da política educacional superior. Essa nova política de expansão da Educação Superior desse governo, iniciada em 1995, fortaleceria o viés privatista da oferta de Educação Superior. Essa política favoreceu a expansão do setor privado, visto que nos anos 1990 houve um crescimento na participação de Instituições de Educação Superior (IES) privadas no oferecimento de vagas. Segundo Bittar, Oliveira e Morosini (2008, p. 43),

No final dos anos 90 o ensino superior na sociedade brasileira, após um longo período de estagnação, deu mostras que estava recuperando sua capacidade de crescimento. As matrículas aumentaram em parte pela expansão do ensino médio, acelerada nos últimos anos, e pela pressão de uma clientela de adultos já integrados no mercado de trabalho, que procura as instituições de ensino superior para melhorar suas chances profissionais com a obtenção de um título acadêmico.

É ainda nesse mesmo período, que foram presenciadas as políticas de expansão da Educação Superior, que transcorreram em uma relação direta com o setor privado em detrimento da expansão das universidades públicas, pois “o objetivo era formar um contingente para atender aos diversos posto de trabalho, naquele momento, como uma promissora área de investimento para o capital em crise” (MIRANDA, 2017, p. 64).

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é criado ainda no governo FHC pela MP nº 1.827, de 27 de maio de 1999, tornando-se a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, que em seu artigo 1º afirma que será “destinado à concessão de financiamento a estudantes regularmente matriculado em cursos superiores não gratuitos” (BRASIL/FNDE, 2019).

Todas essas políticas resultaram, em termos quantitativos, em um expressivo aumento no número de instituições de ensino privadas. No governo de Fernando Henrique Cardoso, “se observou uma expansão total de 111% no número de instituições privadas, com aumento de

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10 129% no número de matrículas, acompanhado de uma redução de 7% no número de instituições públicas e de aumento de 50% de matrículas nas mesmas” (BRESSAN, 2018, p. 82).

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, se dá continuidade às políticas que favoreceram a expansão do setor educacional privado, além de outros instrumentos legais, dentre os quais se destacam os decretos nº 4.914, de 11 de dezembro de 2003, que concederam autonomia aos centros universitários, e o decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta a Educação a Distância (EaD) no Brasil. Essa modalidade teve uma grande contribuição na expansão no número de matrículas, que foi de 3.295,78%, e um crescimento dos cursos no ensino superior de 2.395, 65%, nos períodos de 2002 a 2014 (SOUSA; MACIEL, 2016, p. 183). Além disso, a destinação de recursos para a Educação Superior privada foi ampliada por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni), juntamente com o Fies (MIRANDA, 2017).

Também no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Fies passou por uma nova alteração no ano de 2010, aderindo a uma postura consideravelmente mais expansiva. Essa alteração tornou o Programa um instrumento importantíssimo “para a permanência no ensino superior, não só ampliando fortemente o número de beneficiados, mas também proporcionando condições muito mais proveitosas aos alunos e, correlatamente, às IES privadas” (BRESSAN, 2018, p. 84). Ainda no mesmo período,

[...] ocorreu uma expansão de 28% no número de instituições de ensino superior, públicas e privadas, em conjunto de uma expansão geral de 40% no número de alunos em cursos de graduação. As instituições privadas representaram 86% desse aumento no número de estabelecimentos e 79% da quantidade de alunos. Ou seja, seguindo a tendência observada desde o governo FHC, observou-se uma expansão significativa da oferta privada de ensino superior, que passou a contar nesse momento (2010) com 73% das matrículas em cursos de graduação. Não obstante, o sistema público presenciou uma expansão significativa de 29% no número de graduandos (BRESSAN, 2018, p. 85).

Com isso, a Educação Superior privada teve uma ampliação nos números de matrículas e instituições que cresceram com as políticas governamentais desse governo, que consolidou “um projeto neoliberal para a sociedade brasileira, especialmente na educação superior, que se veem obrigadas a exercitar sua capacidade competitiva e busca de novas fonte de financiamento e parcerias” (MIRANDA, 2017, p. 112).

Escaparia aos objetivos deste artigo discorrer sobre a racionalidade neoliberal, mas basta reter que “o sistema educacional brasileiro já é muito mais neoliberalizado” (LAVAL, 2019, p. 163). Podemos, inclusive, concordando com Laval (2019, p. 13), afirmar que o “Brasil

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11 chegou antes do que outros países ao estágio do ‘capitalismo escolar e universitário’, caracterizada pela intervenção direta e maciça do capital no ensino”. Constatamos esse fato pela expansão das universidades do setor privado-mercantil, como detalharemos a seguir.

Nesse passo, o governo da presidenta Dilma Rousseff (2011-2016), com relação à expansão da educação superior privada apresentada nos governos anteriores, teve uma maior amplitude, principalmente do Fies, “que incluiu a possibilidade de financiamento ao estudante da educação profissional e tecnológica, em caráter individual, ou por empresas, para seus empregados” (QUEIROZ, 2015, p. 51). Outro aspecto desse governo foi a defesa de parâmetros internacionais de comparação e qualidade, do financiamento da Educação Superior baseado na eficiência e nas presenças dos grandes grupos educacionais estrangeiros, ocasionando uma nova configuração, organização e gestão das IES como o Fies (MIRANDA, 2017).

Contudo, um dos fatores de maior relevância do governo da presidenta Dilma Rousseff foi a reformulação do Fies em 2015. Em meio à crise econômica, as novas mudanças impostas ao Programa o tornaram, novamente, mais restrito. Porém, sob uma perspectiva de “democratização do acesso das classes trabalhadoras à educação superior e, nesses últimos anos, com a formação profissional técnica de nível médio intensificada pelo governo Dilma, com uma série de mudanças que visam a atender às demandas do mercado educacional” (QUEIROZ, 2015, p. 51). Não podendo negar, contudo, que apesar das reformas de um governo e outro, nos últimos anos os governos brasileiros do período aqui analisado vêm transferindo para a iniciativa privada os recursos públicos que são “direcionadas para as IES privadas por meio do FIES para o fortalecimento dos empresários da educação superior” (QUEIROZ, 2015, p. 51).

Dados do Censo da Educação Superior do INEP 2018 revelam que a educação superior no Brasil se expandiu pela via privada. De um total de 2.537 Instituições de Ensino Superior (IES), 2.238 são IES privadas (88,2%) e 299 (11,8%) são IES públicas. Com isso, percebe-se que há articulação entre educação e mercado, ou seja, uma educação pensada para o mercado e consolidada pelo setor privado, “que segue fortalecendo os empresários da educação superior e reforça o projeto de educação brasileira atrelado aos interesses do capital” (QUEIROZ, 2015, p. 52).

Em suma, a Educação Superior no Brasil, na lógica da criação do capital humano2, tem sua maior expressão na exploração do trabalho, nos quais o investimento é dirigido para a

2 O conceito de capital humano – ou, mais extensivamente, de recursos humanos – busca traduzir o

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12 promoção de uma educação mercantilista capaz de responder aos anseios do mercado, que enxerga na educação uma fonte segura para o desenvolvimento econômico e para o aumento da produtividade, e por sua vez, o aumento do lucro. O Estado imprime uma forma de organização às IES, buscando obter o máximo de resultados com os recursos destinados à educação. O que permite a melhoria das estatísticas educacionais, mas a clientela continua excluída “do mercado de trabalho e da participação ativa na vida da sociedade. Consuma-se, desse modo, a 'inclusão excludente” (SAVIANI, 2007, p. 439-440).

Como veremos a seguir, as concessões ocorridas nos períodos de 2010 a 2018 são expressivas e ratificam que de fato há uma captura dos fundos públicos para a iniciativa privada (MIRANDA, 2017).

3 CONCESSÕES DO FIES À EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO BRASIL

No site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no espaço destinado ao Fies, encontramos dois modelos de Programa: a primeira modalidade, o novo Fies, ofertará vagas com juros zero para os estudantes que tiverem uma renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos. Nessa modalidade, o aluno começará a pagar as prestações respeitando o seu limite de renda, fazendo com que os encargos a serem pagos pelos estudantes diminuam consideravelmente, sendo sempre esse financiamento operado pela Caixa Econômica Federal; a outra modalidade de financiamento, denominada de P-Fies, é destinada aos estudantes com renda per capita mensal familiar de até cinco salário mínimos. A referida modalidade funciona com recursos dos Fundos Constitucionais e de desenvolvimento e, ainda, com recursos dos bancos privados participantes, conforme escolha do contratante.

O Gráfico 1 mostra o número de concessões de financiamento de estudantes no período de 2010 a 2018. Os novos contratos de 2013 corresponderam praticamente ao total dos novos contratos de 2010- 2012. Somente em 2014, ano em que ocorreram eleições presidenciais, os novos contratos representaram quase dois terços do total de novos contratos do quadriênio anterior (2010-2013). E o ano de 2014 alcança o maior número de contratos concedidos no Brasil, apresentando um expressivo crescimento do número do Fies na expansão do financiamento da Educação Superior.

adicionais futuros. Do ponto de vista macroeconômico, o investimento no “fator humano” passa a significar um dos determinantes básicos para aumento da produtividade e elemento de superação de atraso econômico. Do ponto de vista microeconômico, constitui-se no fator explicativo das diferenças individuais de produtividade e de renda e, consequentemente, de mobilidade social. (FRIGOTTO, 2010, p. 51).

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13 Gráfico 1 – Concessões no Brasil (período de 2010 a 2018)

Fonte: FNDE/FIES, 2019.

Observa-se que no ano de 2010 o Fies registrou um total de 76 mil contratos no Brasil. Em 2014 foram 733 mil, contabilizando um crescimento de 964,4%. Em 2011, no governo da presidenta Dilma Rousseff, cerca de 154 mil novos estudantes foram beneficiados, representando um crescimento de 202,6% em contratações quando comparado a 2010. O Plano de Desenvolvimento da Educação estipulou, em 2007, para o Fies uma meta de 60 mil financiamentos nesse período, porém essa meta foi superada no período 2010-2011, com marca de 154 mil financiamentos (BRASIL, 2019).

Em 2013, o fundo de Financiamento atendeu 560 mil estudantes. De acordo com os dados do Censo da Educação Superior desse ano, das 5.373.450 matrículas realizadas em cursos de graduação das instituições privadas, 1.168.198 correspondiam a estudantes atendidos pelo Fies. Em 2014, 733 mil estudantes foram beneficiados para cursos de graduação em IES pertencentes a 1.290 entidades mantenedoras com adesão ao Fies (BRASIL, 2014). O aumento no número de financiamento do Fies ao longo dos anos de 2010 a 2014 foi o primeiro sinal de que nesse período estava acontecendo forte investimento público no Programa. Os dados trazidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2014, mostraram que o Fies custou ao governo federal 12,1 bilhões, o que trouxe modificações nas regras de concessões a partir de 2015 (BRASIL, 2019).

A alarmante redução substancial de novos contratos de 2014 para 2015 em cerca de dois terços, deve-se notar que, ao contrário, houve crescimento excessivo desse número no triênio

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14 2012-2014. A perspectiva de ampliar rapidamente um programa com forte apelo social parece ter sido atraente ao governo, considerando que se aproximava uma eleição presidencial no segundo semestre de 2014. Trazendo significativa contenção do programa em 2015, que acabou por desencadear a crise do Fies.

Essas restrições visavam reduzir os gastos do governo federal com o Programa. As taxas de juros, que no ano de 2010 eram de 3,4%, voltaram ao índice anterior, de 6,5% a.a. Os critérios de seleção se tornaram mais rigorosos: adotaram-se novos parâmetros para ingresso de estudantes interessados em obter o financiamento, passando a ser exigida nota mínima de 450 (quatrocentos e cinquenta) pontos na média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nota diferente de zero na redação. No Fies de 2010, esses critérios de nota mínima não se aplicavam. A renda familiar mensal per capita era de até 20 salários mínimos, hoje, não possui renda familiar mensal per capita maior que 2,5 salários mínimos (BRASIL, 2017). Com isso, o Fies mostra nesse último critério que o acesso ao Programa se tornou mais restrito, focalizando sua ação apenas nos estudantes de renda mais baixa. Consequentemente, os contratos tiveram uma diminuição no ano de 2015.

As IES privadas, por meio do Fundo de Financiamento Estudantil, receberam os repasses através do Certificado Financeiro do Tesouro – Série E (CFT-E), emitidos em favor do FNDE, que repassa exclusivamente o pagamento às mantenedoras de instituições de ensino, que, por sua vez, concedem o financiamento a estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitos, cursos da educação profissional e tecnológica, e programas de mestrado e doutorado. Esses títulos só poderão ser utilizados para o pagamento de dívidas previdenciárias e tributárias das referidas instituições, conforme Lei nº 10.260/01, Art. 7º (BRASIL, 2019).

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15 Tabela 1 – Repasses a mantenedoras de Instituições de Ensino Superior por regiões de 2010 a

2018 no Brasil

Regiões Repasses de CFT-E

Nordeste 24,27%

Norte 6,11%

Centro-Oeste 11,38%

Sudeste 44,32%

Sul 13,92%

Fonte: Elaboração própria com base nos dados no FNDE, 2019.

Observa-se na Tabela 1 que no período de 2010 a 2018 foram desembolsados pelo Fies recursos da ordem de R$ 89 bilhões, dos quais 44,32% foram destinados à região Sudeste. A Tabela 1 também indica que a segunda região que mais recebe recursos é o Nordeste, com 24,27%. Os anos de 2010 a 2014 compreendem um período de grande expansão do Fies no Brasil. A quantidade de matrículas na rede privada mostra uma ampliação da entrada de estudantes nas IES. Isso mostra que há uma relação com o número de matrículas por região, pois na região sudeste conta com 2.251.575 milhões de matrículas, enquanto a região Nordeste apresenta 890.623 mil matrícula.

O Gráfico 2 a seguir mostra claramente a ampliação da entrada de estudantes pelo Fies nas redes privadas de ensino ao longo dos períodos de 2010 a 2018. Observa-se que o Fies, nos anos de 2013 a 2016, possui uma diferença bem evidente nos números de matrículas por meio do Fies em relação ao Prouni, a partir do ano de 2013, com 817.083 mil matrículas, e em 2014, com 1.303,202 milhões de matrículas no Ensino Superior privado em todo o Brasil.

Gráfico 2 – Matrícula na rede privada por tipo de financiamento/Bolsa (2010-2018)

Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base nos dados do Censo da Educação Superior – MEC/INEP. (2018).

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16 O setor privado-mercantil na educação do país por meio do Fies e Prouni, uma vez que este último viabiliza um financiamento público indireto ao setor privado para a educação superior, enquanto o primeiro utiliza-se de financiamento do fundo público. Estes programas apresentados mostra que o Fies se destaca na realidade educacional brasileira por abrir possibilidades de acesso ao Ensino Superior privado de forma mais intensa.

Gráfico 2 mostra a evolução de ambos ao longo do tempo em relação às matrículas da rede privada. O Fies, por sua vez, tem impacto considerável sobre o orçamento da União utilizando recursos do Ministério da Educação (MEC), que no ano de 2018 foi de R$ 114,31 bilhões, sendo destinados R$ 11.483.321.518,18 bilhões para concessões de financiamento estudantil – Fies (BRASIL, 2018). Isso mostra o impacto do Programa no orçamento da União ao longo de 2010 a 2018. Conforme os dados do Censo da Educação Superior 2018, o Fies representa 37,1% do total das matrículas da rede privada, enquanto o Prouni 21,1%. A rede privada conta com mais de 6,3 milhões de alunos, o que garante uma participação superior a 75% do sistema de Ensino Superior, ou seja, de cada quatro estudantes de graduação, três frequentam uma instituição privada (INEP, 2018).

A seguir, iremos discorrer acerca das concessões do Fies no Rio Grande do Norte, no período de 2010 a 2018.

4 CONCESSÕES DO FIES À EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA NO RIO GRANDE DO NORTE

O Estado do Rio Grande do Norte comporta uma população estimada de 3.506.853 habitantes, a maior parte concentrada em três municípios: Mossoró, Natal e Parnamirim; 78% da população reside na zona urbana e apenas 22% na zona rural (IBGE, 2019).

As primeiras Instituições de Educação Superior (IES) do Rio Grande do Norte surgiram em meados de 1945. Criadas para formar a elite intelectual do estado, segundo o modelo de escolas profissionalizantes isoladas, as primeiras instituições resultaram de iniciativas da sociedade civil, mas, em seguida, passaram a receber apoio de esferas estatais (municipal, estadual e federal) e sobreviver dele. Dessa forma, o Ensino Superior no estado do Rio Grande do Norte inicia sua trajetória marcada pelo aporte de recursos públicos (MEDEIROS, 2016, p. 115).

A iniciativa privada no estado teve início somente a partir de 1971, através da criação do Centro Integrado para Formação de Executivos, que objetivava prover cursos livres que atendiam às necessidades imediatas do mercado de trabalho. Segundo o Instituto Nacional de

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17 Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2006 p. 27), “o centro Integrado para Formação de Executivo seguia um modelo importado dos Estados Unidos, implantado principalmente no nordeste do Brasil”. Esse centro em Natal deu origem a uma Faculdade para Executivos (o atual Centro Universitário Facex) que atualmente atua em todos os níveis de ensino, do infantil ao superior (INEP, 2006).

Apenas em 1981 houve a criação de outra instituição privada no estado, a Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Unipec), também em Natal. Nessa época, já havia grande demanda no estado por Ensino Superior, que não era atendida pela rede pública. Tratava-se de uma forma de atendimento à expansão do capital internacional, que contava com a percepção dos empresários de que os estabelecimentos maiores, com maior oferta de cursos, “têm vantagens competitivas na disputa pela clientela de ensino superior”. (SAMPAIO, 1998, p. 3). Assim, tanto o Brasil como o Rio Grande do Norte buscam promover mudanças em suas legislações, sobretudo a partir de 1988, com a Constituição Federal.

Ao mesmo tempo, a adoção de uma política privatista para a educação superior no país, com incentivos diretos e indiretos (via bolsas de estudos e o benefício da isenção fiscal), criou condições favoráveis para a expansão do ensino superior privado. Dessa forma, em meados da década de 1990, tem início o terceiro período de grande crescimento da Educação Superior no país e, também, no Rio Grande do Norte, tanto em IES públicas quanto privadas. Alterações na Legislação (a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB nº 9394/96 e seus decretos complementares) permitiram a criação de novos formatos institucionais, possibilitando uma grande diversidade de instituições e de cursos de Educação Superior voltados exclusivamente ao ensino.

Essas condições conduzem à apropriação do fundo público pelo setor privado, desestruturando a concepção de direito universal e dever do Estado, porquanto o sistema privado passa a ser o grande executor das atividades de Educação Superior no Brasil, concentrando as matrículas, as vagas e os cursos ofertados (SGUISSARDI, 2008). É nesse contexto que se constituem a história do Rio Grande do Norte e das políticas governamentais que se organizaram em torno da promoção do desenvolvimento econômico e social do estado, compreendendo a lógica do capital.

O Rio Grande do Norte, de acordo com os dados do censo de 2018, conta com 24 IES privadas, sendo 14 delas na capital e 10 no interior. Muitas dessas instituições são oriundas de corporações internacionais ou de empresas advindas de outros estados, como a Estácio, a Ser Educacional, a Anhembi Morumbi, pelo grupo americano Laureate, e o grupo Kroton. Este

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18 último tem dominado, além das regiões mais ricas do Brasil, o mercado educacional do Rio Grande do Norte. “A empresa chegou a ser listada corno a 17ª mais valiosa da Bolsa no auge do gasto federal com o Fies, em meados de 2014, com valor de mercado de R$ 25 bilhões na época” (OLIVEIRA, 2017, p. 44). O grupo Kroton é

o proprietário da mantenedora que, na ocasião, era a campeã no número absoluto de alunos no Fies, a Anhanguera Educacional Ltda. Eram 80,7 mil estudantes matriculados no Fies em 2013 – ou seja, só essa mantenedora tinha mais alunos mantidos com dinheiro público do que qualquer universidade federal do País. O crescimento no uso do programa de financiamento estudantil na mantenedora entre 2010 e 2013 foi de 2.0000% (OLIVEIRA, 2017, p. 44).

A Anhanguera Educacional3 foi a segunda maior empresa privada de educação profissional no Brasil, tanto por valor de mercado quanto por número de matrícula. Com 67 campi, mais de 450 polos e mais de 650 centros de educação vocacional espalhados por todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Em 2014, obteve aprovação da fusão com a Anhanguera, tornando a Kroton a maior empresa educacional do mundo em termos de valor de mercado e alunos.

Todos esses grupos se beneficiaram das políticas públicas de acesso no período de 2003 a 2014, que foram os anos em que o Fies mostrou-se mais aberto a empresas educacionais. O Gráfico 3 mostra que grupo Kroton possui 8.413 mil matrículas, inclusive instituições no Rio Grande do Norte, como as instituições Uninassau, Anhanguera, Unopar e Pitágoras.

Gráfico 3 – Número de matrículas por grupos empresariais – 2017

Fonte: Gráfico elaborado pela autora (2019) com base nos dados da Consultoria Hoper Educação (2017).

Conforme o Gráfico 3, a Estácio está em segundo lugar, com 4.417 mil matrículas, e a rede Laureate em terceiro, com 2.712 mil matrículas. Isso mostra o quanto as empresas do setor

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19 de educação ganharam com o Programa de Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), principalmente no período de 2010 a 2014, em que o Fies ganha força e contribui para o surgimento e expansão do setor privado e dos grupos educacionais, em especial os de capital aberto, no Ensino Superior brasileiro (SGUISSARDI, 2015).

E assim, o Rio Grande do Norte cresce no setor da educação privada movido pelo Fies, através desses grandes grupos educacionais resultantes de fusões e/ou aquisições de grupos financeiros atuantes em outros setores da economia, intensificando seu processo de acumulação para um crescimento contínuo. Entre o mercado e o Estado, o setor privado, em um contexto de estagnação da demanda de Ensino Superior e de acirramento da concorrência entre as instituições, credita cada vez mais ao Estado a responsabilidade pela manutenção de seu crescimento.

As concessões ocorridas entre 2010 e 2018 no Rio Grande do Norte, conforme o Gráfico 4, mostram os números de contratos firmados. O gráfico indica também que 2014 foi o ano com maior número de concessões na história do RN, alcançando contratos em valores de milhões.

Gráfico 4 – Financiamento concedido de 2010 a 2018 no RN

Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base no FNDE/MEC – Financiamento concedidos (2019).

Pode-se observar que no ano de 2010 o Fies, no Rio Grande do Norte, registrou um total de 1.883 mil contratos e que no ano de 2014 chegou a registrar 10.522 mil contratos, um crescimento de 558,7% no período entre 2010 a 2014 no Estado. O repasse do CFT-E para o Rio Grande do Norte no ano de 2014 foi da ordem de R$ 199.826.727,34 Milhões. No ano

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20 seguinte, os contratos foram de 4.848 mil estudantes contemplados, representando um crescimento de 257% em contratações quando comparado a 2010. Os gastos ocorridos no ano de 2014 levam o governo da então presidenta Dilma Rousseff a mudanças no Programa de financiamento estudantil.

Com isso, nos anos seguintes, os contratos começam a decair, mostrando que o novo Fies restringiu o acesso às IES no Brasil e consequentemente no Rio Grande do Norte. As contínuas alterações ocorridas no ano de 2015 podem explicar as novas regras do Programa, que entraram em vigor em 30 de março. Dentre as mudanças, de acordo com o relatório geral do Fies (BRASIL, 2017 p. 17), destacam-se:

(i) priorização de cursos, tendo por base: (a) os melhores indicadores pelo Sinaes, (b) a região em que estavam localizados, priorizando-se as regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, e (c) áreas prioritárias (engenharias, licenciaturas e área da saúde);

(ii) realinhamento das condições de financiamento (nova taxa de juros, redução do prazo de amortização do contrato e ajuste da parcela trimestral referente aos juros que incidem sobre o financiamento durante os prazos de utilização e de carência;

(iii) novo modelo de coparticipação, com a limitação do público-alvo do programa para estudantes com renda familiar mensal bruta per capita de até 2,5 salários mínimos; e

(iv) realização de processo seletivo de estudantes para acessarem o financiamento pelo Fies, utilizando como critério de seleção a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Dentre essas regras, está a que direciona os alunos para instituições com melhor avaliação do MEC, cuja maior concentração de matrículas é para nota 3. Isso mostra uma das razões para uma redução nos números de contratos, conforme observado no Gráfico 4, chegando a 1.479 mil contratos no Estado do Rio Grande do Norte em relação ao ano de 2014, com 10.522 mil contratos concedidos aos estudantes.

As principais concentrações de instituições aqui no Rio Grande do Norte com as maiores notas, de acordo com o MEC (2019), são: Universidade Potiguar (UnP) com nota 5; Faculdade Estácio de Natal com nota 4; Centro Universitário do Rio Grande do Norte com nota 4; Unifacex com nota 4 e a Uninassau com nota 4. Essas instituições foram as que, pela nova regra do Programa, continuaram dentro do regulamento do novo Fies e consequentemente com o número crescente de estudantes matriculados. Apesar da restrição de recursos para investimentos nas universidades mantidas pelo poder público, essas ainda continuaram

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21 expandindo e atendendo a demanda crescente do Ensino Superior privado no Brasil e no Rio Grande do Norte através de outros tipos de financiamento como o PRAVALER4, que se tornou uma alternativa para os que não conseguem ser aprovados pelo Fies. “Esses desdobramentos da “formação de cartel por grupos privados na área educacional intensifica o processo de mercantilização da educação”, no Brasil e consequentemente no Rio Grande do Norte (AGAPITO, 2016 p. 134).

A expansão ocorrida no Rio Grande do Norte está ligada às condições e às necessidades históricas da economia local, das decisões de investimentos públicos e privados e das legislações educacionais, que possibilitaram a sua expansão principalmente nas redes privadas. As empresas localizadas no Estado vêm demandando uma crescente força de trabalho que, quando não atendida pela educação superior pública, passa a ser respondida com a oferta de cursos privados e profissionais habilitados mediante essa lógica. Assim, “a demanda por formação tem despertado o interesse de grupos que veem na educação as características de um grande mercado potencial” (CARVALHO, 2013 p. 772). Com isso, o Rio Grande do Norte, assim como a Ensino Superior no Brasil, concebe a ideia de uma educação mercadológica.

Foi nessa direção que ocorreu a expansão das IES do setor privado no Rio Grande do Norte, articulada às políticas educacionais adotadas pelo governo, que registrou um surgimento de um grande número de instituições, de formatos e de matrículas em redes particulares, configurando o princípio da privatização adotado na reforma do Estado brasileiro e em implantação nas políticas voltadas para o Ensino Superior.

Concluiu-se que a expansão da educação superior no Estado do Rio Grande do Norte acompanhou a dinâmica do desenvolvimento dos processos de acumulação do capital no Brasil e das recomendações internacionais, assinalando uma nova posição para a educação superior nesta dinâmica de desenvolvimento do país e, especialmente, do Estado do Rio Grande do Norte, em que as instituições de ensino superior privada se fortaleceu, no âmbito das políticas de acesso, por meio do Fies.

4 É um programa de financiamento estudantil privado instalado no Brasil que se apresenta como uma

alternativa ao fies e financia cursos de graduação, pós-graduação e técnico das IES privadas parceiras. A gestão do PRAVALER é realizada pela Ideal Invest, uma empresa brasileira especializada em movimentações financeiras para o setor de educação privada. O programa foi criado em 2006 pela equipe de profissionais da Ideal Invest e possui os seguintes parceiros: Banco Itaú, Ribbit Capital, A Ideal Invest é correspondente bancária autorizada do Banco Andbank (Brasil) S.A.; Mais de 260 instituições de ensino parceiras em todo Brasil; Quotistas do Crédito Universitário FIDC. Tem como acionistas: Fundo gerido pela Victoria Capital Partners, gestora de recursos de terceiros; IFC – International Finance Corporation, braço financeiro do Banco Mundial e Fundo gerido pela EOS Investimentos, gestora de recursos de terceiros; Executivos e ex-gestores de diversos setores. Disponível em: https://www.pravaler.com.br/sobre-o-pravaler/ Acesso em: 20 nov. 2019.

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22 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Convém considerar que o Fies tem contribuído para a transformação do ensino em um grande negócio. Com um número cada vez maior de candidatos a uma vaga nas IES privadas e com dinheiro público disponível para financiá-los, tornou-se lucrativo investir no setor de educação. Vê-se uma relação clara entre os benefícios recebidos e o fortalecimento do setor privado de ensino.

Frigotto (2011) ajuda a lembrar que as vagas nas IES privadas são garantidas com isenção de impostos, portanto, com aporte do fundo público, havendo sim um evidente incentivo do Estado para esse modelo de política de expansão. O interesse do capital especulativo sobre as faculdades privadas, para o referido autor, demonstra, também, que a educação não responde mais como direito, mas se mercantiliza a partir da lógica do serviço disponível no mundo dos negócios.

Os empresários da educação têm o Fies como um dos instrumentos fundamentais para a expansão do Ensino Superior privado por meio de recursos públicos. Por meio desse Programa ocorre o processo de expansão da Educação Superior no setor privado, sob a aparência de ampliação do acesso, atendendo aos interesses da elite brasileira e internacional. Como explica Agapito (2016 p. 136), a mercantilização da política de educação brasileira “legitima uma lógica de consumo dos serviços educacionais privados que utiliza o discurso da qualidade, facilidade e praticidade na oferta dos cursos tecnológicos e superiores”. É uma política para além de uma preocupação efetiva, com o acesso qualificado dos jovens brasileiros à formação superior, que figura como promotora do mercado educacional, tanto através da promoção de processos monopolista pelo fomento à criação de grandes conglomerados educacionais quanto pela financeirização desses serviços.

Esta pesquisa abre possibilidades para uma análise mais profunda a respeito da temática, pois pode-se analisar o quanto as políticas de financiamento estão investindo na educação privada no Rio Grande do Norte através dos grandes grupos empresariais, que se beneficiaram desses programas e que continuam se beneficiando dos recursos públicos.

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