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Vista do Gestão financeira descentralizada | Acta Científica. Ciências Humanas

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Academic year: 2021

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GESTÃO FINANCEIRA DESCENTRALIZADA

Daiane Muller

1

Kátia Rossetti

2

Tatiana Dutra

3

Gustavo Portes

4

Andressa Oliveira

5

Resumo: Este trabalho apresenta um estudo sobre a gestão escolar e a

descentralização das decisões acerca dos investimentos financeiros re-cebidos pela EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”. Além do levantamento das necessidades e planejamento, cabe ao gestor disponibilizar as alter-nativas e atender as sugestões dos Órgãos Colegiados, porém é necessá-rio seguir os criténecessá-rios estabelecidos que proporcionam uma autonomia parcial à escola. O objetivo é analisar a importância do planejamento da gestão financeira, democrática e transparente dos recursos. A meto-dologia deste trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica seguida

1 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: daiane20sm@gamil.com. 2 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: katiacrossette@hotmail.com. 3 Pós-graduada em MBA em Gestão Educacional e Escolar. E-mail: tati.dutra@yahoo.com.br.

4 Mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Pós-graduada em

Mis-siologia. Graduada em Teologia ambos pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenhei-ro Coelho. Graduada em Administração com habilitação em Comércio Exterior pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: gustavoeportes@gmail.com.

5 Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mestre em Educação pela

Pontifícia Universidade Católica de Campinas. graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Pós--graduada em Metodologia de Ensino. Graduada em Pedagogia e em Licenciatura em Educação Religiosa

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de uma pesquisa através da aplicação de questionário semiestruturado com funcionários, professores, pais e comunidade escolar acerca do conhecimento sobre os recursos financeiros recebidos e administrados pela escola, onde serão analisados os pressupostos estudados com as in-formações coletadas, estabelecendo uma articulação entre a prática e a teoria. Após análise ficou evidente que apenas gestores e APM têm co-nhecimento efetivo sobre os recursos financeiros, já docentes e funcio-nários reconhecem que os recursos existem e a comunidade escolar, em sua maioria, desconhecem. Conclui-se que apesar de toda democracia e ética empregada nas suas ações, os gestores ainda precisam estreitar as relações a fim de construir realmente uma gestão escolar/financeira democrática e participativa.

Palavras-chave: Gestão Escolar; Planejamento; Descentralização;

Recur-sos; Financeiros.

Abstract: This work presents a study of school management and the

de-centralization of decisions about financial investments received by the EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”. In addition to the survey of needs and planning, it is the responsibility of the Manager to provide alterna-tives and take suggestions from collegiate bodies, however it is necessa-ry to follow the criteria that provide a partial autonomy to school. The goal is to analyze the importance of planning for financial management, democratic and transparent resources. The methodology of this work consists of a bibliographical research followed by a search through the application of semi-structured questionnaire with staff, teachers, parents and school community about knowledge about the financial resources received and administered by the school, where they will be analyzed the conditions studied with the collected information, establishing a link be-tween the practice and the theory. Upon examination it became apparent that only managers and APM have effective knowledge about the finan-cial resources, faculty and staff recognize that the resources exist and the school community, mostly unaware of. It is concluded that although every democracy and ethics employed in their actions, managers must still closer relations in order to build a school management/democratic and participatory finance.

Key words: School management; Planning; Decentralization; Financial

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INTRODUÇÃO

A falta de conhecimento administrativo-financeiro pode gerar grandes prejuízos ou até encerrar as atividades de uma empresa. O planejamento financeiro constitui-se como um dos itens mais importantes da instituição, seja ela de fins lucrativos ou não.

Uma porcentagem significativa das empresas de pequeno porte tem suas finanças ad-ministradas pelos próprios proprietários. Matias e Lopes (2002) destacam que o excesso de atribuições, falta de tempo e qualificação profissional deficitária, impede-os de desempenhar essa função com os cuidados essenciais e, com pouco recurso disponível, a contratação de um administrador financeiro fica inviável, gerando assim má administração, que segundo os autores, causa grande parte dos fracassos.

Para Rodarte ([s. d.], p. 8) “toda essa estrutura precisa ser planejada e controlada para uma adequada gestão financeira, proporcionando resultados positivos às organizações”.

Uma boa administração financeira é baseada em instrumentos de gestão que visem pla-nejar, operacionalizar e controlar a instituição.

A gestão financeira é uma das tradicionais áreas funcionais da gestão, encontrada em qual-quer organização e à qual cabem as análises, decisões e atuações relacionadas com os meios financeiros necessários à atividade da organização. Desta forma, a função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controle de recursos financeiros. Partindo dessa definição podemos fazer uma aproximação mais especifica na área financeira educa-cional, que tem basicamente os mesmos princípios da citada anteriormente (CARMO, 2011).

Assim como em uma empresa, a instituição escolar precisa de um bom administrador; por-tanto, é imprescindível que o próprio gestor compreenda a gestão financeira como sua competên-cia e, realize-a com consciêncompetên-cia e comprometimento, visando sempre o bem-estar escolar.

Além de seguir as etapas fundamentais da gestão financeira, o gestor precisa ter em mente que a escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educa-ção. Tendo o dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que cabem a ela. Sendo a instituição de gestão pública e uma unidade executora, devem-se aplicar os princípios básicos da administração pública: legalidade, moralidade, im-pessoalidade e publicidade (ALMEIDA, 2009).

É responsabilidade do gestor adotar esses princípios e aplicar com eficácia os recursos financeiros, pois a escola é uma instituição criada com o objetivo de proporcionar formação humana, a socialização de saberes construídos historicamente e de novos saberes. Para atingir os objetivos para os quais foi criada a escola precisa planejar suas ações e estabelecer priorida-des para que possa priorida-desenvolver e cumprir com estas finalidapriorida-des, inclusive financeiras.

Neste sentido, apresentamos alguns questionamentos: Como consolidar o planejamen-to participativo nas escolas, fundamentando as prioridades e visando à democratização e a

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transparência na tomada de decisões? Como destacar a importância dos Órgãos Colegiados, nas alternativas de gestão de recursos financeiros dentro do conjunto de programas existen-tes? Qual a origem dos recursos financeiros recebidos pela instituição escolar e quais são os critérios de utilização?

O princípio básico da administração ou gestão é a coerência do processo de conso-lidação da criação dos mecanismos básicos para participação de todos os sujeitos envol-vidos no processo educativo, tornando a gestão mais democrática, não perdendo de vista que sua gestão é dotada de um caráter eminentemente político-pedagógico. Isso quer dizer que o coletivo da escola deve participar da definição das prioridades, dos objetivos e de como eles serão atingidos, quais os recursos disponíveis para alcançar esses objetivos, como e onde as verbas recebidas pela escola serão aplicadas e o que pode ser feito para melhoria da instituição.

Em resposta aos questionamentos elencados, destacamos alternativas viáveis, explora-das nesta pesquisa: (1) fortalecer a efetivação de uma gestão financeira transparente e partici-pativa que busque a autonomia das unidades escolares na utilização dos recursos financeiros em busca da melhoria da qualidade no ensino; (2) incentivar por parte de todos aqueles que direta ou indiretamente tenham a responsabilidade de acompanhar ou fiscalizar as verbas públicas que primeiramente conheçam a natureza dos recursos financeiros e a forma correta de empregá-los, sendo visionários ao investi-los, assim como ter ciência do papel de cada órgão específico na execução e fiscalização dos recursos.

De acordo com Lopes (2013, p. 38) “todo profissional que lida com recursos precisa ser transparente na prestação de contas. É um princípio da administração e, quando se trata da esfera pública, isso é uma obrigação”. Os recursos financeiros são oriundos da União, estados, Distrito Federal e municípios, tendo origem nos impostos arrecadados pelos mesmos e par-tilhados ou distribuídos de acordo com os percentuais pré-estabelecidos. Esses recursos têm como finalidade auxiliar na segurança do acesso e permanência com qualidade social, além da melhoria da qualidade do ensino e da garantia dos cidadãos à educação.

O objetivo principal dessa pesquisa é analisar a importância do planejamento da gestão financeira, democrática e transparente dos recursos que chegam à EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”. Para alcançar este objetivo pretendemos definir a função de cada representante dos Órgãos Colegiados e do Gestor na administração, priorizando e programando a utilização dos recursos disponíveis. É fundamental estabelecer as diferentes origens dos recursos financeiros disponíveis, os critérios e objetivos de aplicação, as restrições que impedem o atendimento de algumas necessidades, os prazos de utilização e a prestação de contas.

A existência dos Órgãos Colegiados e seu funcionamento efetivo deve contar com a par-ticipação de representantes de todos os segmentos da comunidade local e escolar, possibilitan-do, assim, uma melhor aplicação dos recursos financeiros da escola, como também uma gestão mais transparente. Os órgãos colegiados das escolas (Conselho Escolar e Associação de Pais e Mestres - APM) são os responsáveis pela definição da forma de utilização dos recursos, que deve ser em conformidade com as decisões da comunidade.

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Neste sentido, Coelho (2011, p. 128) afirma que:

a inovação necessitará de processos mais flexíveis, abertos e menos hierárquicos, em que os dirigentes consigam ver que sua função primordial é incentivar e não dirigir. Será necessário criar uma cultura que privilegie a flexibilidade e a confiança, essencial à inovação.

Para que a escola possa planejar e executar seus projetos e planos de ação é neces-sário que tenha autonomia para executar seu plano de gestão pedagógica, administrativa e financeira. É fundamental, que todos os envolvidos que tenham a responsabilidade de acompanhar ou fiscalizar as verbas orçamentarias destinadas à unidade escolar, conheçam o conjunto de procedimentos estabelecidos por lei. A utilização de verbas públicas segue estes procedimentos que variam de acordo com o montante a ser gasto e com o tipo de serviço a ser adquirido.

METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consiste, inicialmente, em uma pesquisa bibliográfica sen-do utilizasen-dos diversos autores na construção sen-do texto, entre eles Lück (2011), Gitman (2004), Santos (2006) e Miranda (2007). Segundo Moresi (2003, p. 10) “pesquisa bibliográfica é o es-tudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”, onde serão realizadas análises entre os pressupostos estudados com as informações coletadas, estabelecendo uma articula-ção entre a prática e a teoria.

Sendo realizada também uma pesquisa com funcionários, professores, pais e comuni-dade escolar acerca do conhecimento sobre os recursos financeiros recebidos e administrados pela escola. A coleta de dados foi aplicada por meio de questionários semiestruturados (anexo 1), que é a junção de questões fechadas e abertas (MINAYO, 2004, p. 108). Podemos definir o que são questões abertas de acordo com Fachin (2003, p. 152):

São aquelas que dão condição ao pesquisado de discorrer espontaneamente sobre o que se está questionando; as respostas são de livre deliberação, sem limitações e com linguagem própria. Com essas respostas, pode-se detectar melhor a atitude e as opiniões do pesquisado, bem como sua motivação e significação.

Nas questões fechadas, segundo Moresi (2003, p. 63), “são fornecidas as respostas ao entrevistado, sendo que apenas uma alternativa de resposta é possível”.

A opção por questões abertas e fechadas tem o objetivo de possibilitar uma análise não apenas quantitativa, mas também qualitativa das respostas obtidas. Dessa forma podemos empregar dados estatísticos e também considerar as particularidades de cada uma. Com a

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finalidade de esclarecer como os métodos qualitativo e quantitativo podem ser empregados, Silva e Menezes (2005, p. 20) afirmam que:

Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa tradu-zir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pes-quisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento- chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Segundo Minayo (1994, p. 75), “cronologicamente, a análise de conteúdo pode abranger as seguintes fases: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação”.

A escolha da população pesquisada - professores, funcionários, pais e comunidade es-colar – ocorreu devido ao objetivo de identificar o conhecimento sobre o destino dos recursos recebidos e administrados pela EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”, assim como o reconheci-mento das melhorias e investireconheci-mentos realizados na Unidade Escolar.

Na instituição escolar o público alvo que compõe o planejamento participativo é for-mado por professores, funcionários, equipe gestora, estudantes, pais e comunidade escolar. O planejamento administrativo não visa só democratizar as decisões, mas definir a concepção de educação de mundo nos quais a instituição deve trabalhar.

FUNDAMENTOS DA GESTÃO EDUCACIONAL E ESCOLAR

A escola é um espaço de convivência, consonante com o ensino e a aprendizagem de valores e, onde através de ações planejadas dos professores, os alunos aprendem e adquirem autonomia. Porém há algum tempo, a escola complementou sua visão exclusivamente pedagó-gica com a visão estratépedagó-gica (ou empresarial) para que possa dar sustentação à instituição, no sentido de construir uma vitalidade organizacional.

A escola pública não apenas deve contribuir para a democratização da sociedade, como também ser um lugar de destaque para o exercício da democracia participativa, isto é,

uma democracia em que todos os cidadãos, como sujeitos históricos conscientes, lutam pelos seus direitos legais, tentam ampliar esses direitos, acompanham e controlam socialmente a

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execução desses direitos, sem deixar de cumprir, em contrapartida, os deveres constitucio-nais de todo cidadão (BRASIL, 2004a, p. 16).

Assim sendo, a escola pública tende a cooperar efetivamente na afirmação dos interesses coletivos e na construção de um país para todos, com igualdade, humanidade e justiça social.

Atualmente dentro da instituição, todos os profissionais têm um papel relevante no pro-cesso educativo do aluno independente da sala de aula, apesar dos professores serem os res-ponsáveis na concretização dos princípios políticos-pedagógicos em ensino e aprendizagem. Aos gestores, cabe garantir boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio a todos os

profis-sionais, propiciando ambientes físicos de qualidade, e, para Lück (2011, p. 102-103) essa função

é caracterizada pela realização de ações conjuntas, [...] que atende de forma negociada e ar-ticulada às necessidades individuais e às coletivas, [...] podendo influenciar essa energia po-sitivamente e encaminhá-la para as realizações educacionais, [...] observar a determinação de horários, a distribuição de turmas, o uso de espaço e de materiais, dentre outros aspectos.

Deve-se também gerir os recursos com responsabilidade. Segundo os Indicadores da qualidade na educação (BRASIL, 2004, p. 41), na gestão do espaço escolar, é preciso estar atento para “o bom aproveitamento dos recursos existentes (muitas vezes o que se tem pode ser insuficiente, mas é preciso cuidar para que tudo o que se tem seja aproveitado)”.

A gestão escolar deve basear-se na ação/administração estratégica, considerando o perfil educacional da escola, refletindo sempre no cidadão que se quer formar e abrir-se às novas habilidades e competências. Para Menezes (2002, p. 3),

isto requer muito mais talento humano do que somente conhecimento. O papel da escola não se restringe mais ao Conhecer e Fazer. Será necessário muito mais para que se cumpra a missão de ensinar a Ser e a Conviver e, a base disso, será a Ética e a Cidadania.

Em sua atuação como gestor escolar, o diretor deve ser um organizador social, tendo ha-bilidades de percepção, gerenciando a correta e plena aplicação de recursos físicos, materiais e fi-nanceiros da escola, além de trabalhar o indivíduo na sua essência. O diretor precisa direcionar seu trabalho a fim de constituir uma gestão escolar democrática, onde o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com relação custo-benefício e a transparência envolvam pais, alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunida-de na administração escolar. Para isso, é necessária a formação comunida-de Conselhos Escolares6 atuantes,

6 O Conselho Escolar, meio de representantes de pais, funcionários, professores, equipe gestora e comunidade local

que o compõem, deve conhecer a legislação, os indicadores educacionais e a realidade do bairro e da escola a que se vincula (BRASIL, 2006, p. 17).

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discutindo propostas e implementando ações conjuntas que visem a melhoria da qualidade escolar sem esquecer:

que, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente de nós e, juntos, negociar (BRASIL, 2004b, p. 31).

A gestão educacional objetiva a superação da administração educacional, meramente curricular e metodológica. A gestão educacional deve ser um entrelaçamento dos fios com o propósito de formação do todo, englobando as relações interpessoais (gestores-profissionais--alunos) e as análises de como a sociedade está organizada, avaliando as questões econômicas,

políticas e sociais existentes na comunidade e propondo considerações mais abrangentes, di-nâmicas e significativas, a fim de construir um projeto educacional competente, demonstran-do uma preocupação com os avanços da educação.

Lück (2011, p. 35) afirma que gestão educacional:

corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de ensino como um todo e de co-ordenação das escolas em específico, afinando com as diretrizes e políticas educacionais públicas para implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das escolas, compromissado com os princípios da democracia [...].

Todos concordam que uma escola de qualidade é aquela onde se aprende a ler e escre-ver, resolver problemas matemáticos e onde se adquire valores essenciais para a vida, mas é a própria comunidade escolar quem pode definir bem e dar vida às orientações gerais sobre a qualidade na escola, de acordo com os contextos socioculturais locais, opinando e cobrando ações dentro de uma gestão escolar democrática. Essas opiniões/informações são obtidas por meio de avaliações institucionais que na EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti” são enviadas às famílias, alunos, professores e demais funcionários no início ou final de cada ano letivo, que depois de tabulados são estudados e levantadas as reais necessidades da instituição de acordo com todos. Esses resultados são levados ao conhecimento dos Órgãos Colegiados7 (APM,

Con-selho Escolar, Grêmio Estudantil e outros).

Na EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti” esses órgãos são formados a cada início de ano letivo, conforme Ata de Formação da APM (anexo 2) e reúnem-se ao final de cada bimestre ou extraordinariamente quando necessário, para definir ações em relação aos aspectos peda-gógico, financeiro e administrativo do ambiente escolar. As opiniões de cada pessoa são res-peitadas da mesma forma, com o mesmo peso, sem haver a prevalência de opinião em função

7 Órgãos Colegiados Escolares constituem-se de mecanismos de gestão de escola que tem por objetivo auxiliar

na tomada de decisão em todas as suas áreas de atuação, procurando diferentes meios para se alcançar o objetivo de cooperar com o estabelecimento de ensino, em todos os aspectos, pela participação de modo interativo de pais, professores e funcionários (LÜCK, 2012, p. 66).

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do segmento representado, assim como há o respeito do dirigente pelas decisões do conselho, colocadas em prática por ele, indicando que a participação envolve a distribuição de poder e não apenas a colaboração.

O gestor escolar e todos aqueles que direta ou indiretamente tenham a responsabilidade de acompanhar ou fiscalizar as verbas públicas devem primeiramente conhecer os recursos e a forma correta de empregar as verbas (federais, estaduais ou municipais) que chegam à escola e serem cautelosos ao investi-las.

Na construção de uma gestão democrática, a EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti” procu-ra compartilhar com seus órgãos colegiados toda a aquisição de recursos financeiros, assim como sua aplicação, demonstrando o quanto os órgãos colegiados têm sido compreendidos como uma ferramenta de extrema importância para a consolidação de uma escola organizada e pautada na participação e na construção da cidadania de seus alunos.

O Conselho e a APM, juntamente com o gestor, definem as prioridades (compras, reformas, pagamentos) e programam os recursos (anexos 7 e 8), não se esquecendo do prazo disponível para gastar e as restrições de uso – porcentagem destinada às despesas de custeio (gastos diários com a manutenção da escola, como compra de material e contratação de serviços) ou capital (despesas com equipamentos, materiais permanentes e execução de obras) – e juntos, gestores e ór-gãos colegiados planejam o destino dos recursos e a ordem de prioridade de cada ação.

Durante a prestação de conta (anexo 3) é imprescindível a transparência do gestor e de todos os profissionais envolvidos. É um princípio da administração e, quando se trata da esfera pública, isso é uma obrigação. Portanto, segundo Lopes (2013, p. 39) “é essencial que a cada encontro com os órgãos colegiados, o gestor retome o balanço anterior, verificando o que foi gasto e arquivando as prestações de conta”.

GESTÃO FINANCEIRA

A gestão financeira é essencial para que as empresas sejam bem-sucedidas.

Para uma gestão eficiente e eficaz, os gestores da empresa ou de qualquer instituição precisam tomar decisões corretas, entretanto, necessitam estarem atentos às informações pre-cisas e significativas no tempo certo. Registros contábeis confiáveis (documentos fiscais, de-monstrativos financeiros etc.) interpretados de forma correta geram uma boa administração financeira, o que é confirmado por Gitman (2004, p. 9-11). Os administradores necessitam de informações que lhes deem suporte (anexo 4) em todas as etapas da gestão empresarial, seja no planejamento, na execução das atividades ou na avaliação de desempenho dos gestores e análise dos resultados.

A garantia de continuidade da instituição está no bom uso dos recursos financeiros (ane-xo 6). As tomadas de decisões, a aplicação com eficiência e as estratégias para se evitar desper-dícios estão diretamente relacionadas ao administrador financeiro.

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Ainda segundo Gitman (2004, p. 9) o administrador financeiro precisa estar atento para as consequências do ambiente externo que envolve atividades econômicas, sendo necessário possuir conhecimentos para atender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que consti-tuem as bases da administração financeira. Os profissionais financeiros devem ser especializa-dos, devem ser ágeis no processo de tomada de decisões, pois essa atitude poderá determinar o fracasso ou o sucesso das empresas.

Sabendo que a gestão financeira é encontrada em qualquer organização, não seria então diferente com as instituições escolares, inclusive com a EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”. Portanto, cabe ao gestor-diretor acompanhar, analisar, decidir e atuar juntamente com seus Órgãos Colegiados no destino dos recursos financeiros destinados à escola, resultando numa melhoria dos recursos, bem como na efetivação da participação de todos os segmentos no uso destes recursos.

Primeiramente, todos devem ter ciência que os recursos financeiros destinados às insti-tuições escolares são oriundos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tendo origem nos impostos arrecadados pelos entes e partilhados ou distribuídos de acordo com os percen-tuais pré-estabelecidos.

Esses recursos têm como finalidade auxiliar na segurança e permanência escolar com qua-lidade social, além da melhoria da quaqua-lidade do ensino e da garantia dos cidadãos à educação.

O direito à educação básica é ressaltado no artigo 149 da Constituição Federal de 1934 e na LDB8 de 1996 (Lei nº 9.394), definindo-a como fundamental para a construção da cidadania

e, para que a oferta da educação básica seja garantida, a Constituição Federal estabelece um percentual de recursos específicos:

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. A união organizará o sistema federal de ensino e o dos territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportuni-dades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

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§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessi-dades do ensino obrigatório, no que se refere à universalização, garantia de padrão de quali-dade e equiquali-dade, nos termos do plano nacional de educação (BRASIL, 1988).

Essa colaboração financeira entre os entes federados também está garantida na Lei nº 9.394/96:

Art. 9º A União incumbir-se-á de:

III – prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolarida-de obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

Art. 10º, II – definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fun-damental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público (BRASIL, 1996).

A elaboração financeira é composta por conjuntos de programas, projetos e ações desen-volvidas pelo Ministério da Educação, por meio das suas secretarias e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tendo como objetivo – além de garantir a educação como direitos de todos e dever do Estado – melhorar a qualidade educacional em regime de colaboração com as redes de ensino em âmbito estadual e municipal. Os programas oferecidos abrangem diversas áreas e devem ser gerenciados pela secretaria de educação ou pela escola a partir de normas e procedimentos estabelecidos.

Dentre os programas destacados, o PDDE será abordado de maneira especial, pois está diretamente ligado à gestão financeira da instituição EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”. A seguir, encontram-se os principais programas nacionais que englobam a gestão financeira:

Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE) contribui com os municípios e organi-zações não governamentais para a aquisição de veículos automotores destinados ao transporte escolar diário dos alunos de rede pública de ensino fundamental residentes na área rural e das escolas de ensino fundamental que atendam a alunos com necessidades educacionais especiais, já o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), foi criado para garantir o acesso e a permanência dos educandos, oferecendo assistência financeira da União, em caráter suplementar aos Estados, Distrito Federal e Municípios, para custear as despesas com a manu-tenção de veículos, tendo como foco os alunos transportados e informados no Censo Escolar.

Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE), criado em 1984, concede aos muni-cípios apoio financeiro, em caráter suplementar para realização de consultas oftalmológicas e aquisição de óculos para alunos com problemas visuais matriculados no 1º ano do ensino

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fundamental. Atende aos municípios que apresentam o maior número de alunos triados em exames de acuidade visual, sendo um por estado.

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) transfere recursos financeiros da União para os estados e municípios para garantir a alimentação escolar, vale ressaltar que os estados e municípios devem complementar a verba recebida de forma que o montante do recurso seja suficiente.

Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), este programa distribui obras didáticas e dicionários às escolas públicas e de educação especial definidas no censo escolar.

Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), desenvolvido pelo Ministério da Edu-cação, tem como objetivo incentivar o hábito da leitura e o acesso à literatura para os alunos, professores e a comunidade em geral. O programa distribui livros de literatura e outros mate-riais de apoio mediante ações de incentivo à leitura.

Esses recursos, que fazem parte dos programas dos entes federados, contribuem direta e indiretamente na formação de alunos e professores e na melhoria da unidade escolar.

Além destes, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) sob destaque nesta pesquisa, é determinado com base no número de alunos matriculados na unidade escolar e provém de recursos federais repassados anualmente às unidades escolares, diretamente em conta bancária. Esse recurso pode ser destinado à compra de materiais permanentes ou de consumo, capacita-ção e aprimoramento de profissionais da educacapacita-ção, conservacapacita-ção e reparos na unidade escolar, implementação de projetos pedagógicos e desenvolvimento de atividades educacionais.

Na esfera municipal, a instituição escolar conta também com outras verbas:

Art. 1º Fica criado e instituído o Programa Municipal Dinheiro Direto na Escola (PMDDE), com o objetivo de prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica da rede municipal, [...] ou de atendimento direto e gratuito ao público.

§ 1º A assistência financeira a ser concedida a cada estabelecimento de ensino beneficiário será definida anualmente, mediante Decreto do Poder Executivo e terá como base o número de alunos matriculados na educação básica no ano anterior ao da concessão, de acordo com os dados extraídos do censo escolar realizado pelo Ministério da Educação – MEC.

Art. 2º os recursos financeiros repassados para o PMDDE serão destinados à cobertura de despesas de custeio, manutenção e de pequenos investimentos, que concorram para a garan-tia do funcionamento e melhoria da infraestrutura física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino [...] (ARTUR NOGUEIRA, 2010).

Para atender as demais despesas que não são contempladas com os recursos provenien-tes de programas federais ou municipais, a EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti” dispõe também

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de recursos internos que são adquiridos por meio de produtos e serviços comercializados em festividades, que estão relacionadas ao planejamento pedagógico escolar.

As escolas públicas com número de alunos igual ou superior a cinquenta alunos matri-culados devem criar os Conselhos Escolares, Associação de Pais e Mestres ou entidades equi-valentes para que possam receber os benefícios do PDDE e, em especial no município de Artur Nogueira o PMDDE. Na escola “Prefeito Ederaldo Rossetti”, são criados dois conselhos: (1) o Conselho de Escola, cuja responsabilidade é de amparo pedagógico e (2) APM que fica com a responsabilidade de planejar e direcionar junto com a equipe gestora os recursos financeiros da unidade escolar.

Entende-se, que o planejamento

é o processo mediante o qual procura-se definir claramente o que fazer e como fazer, visando à utilização racional dos recursos disponíveis para que, com eficiência, eficácia, efetividade e humanização, os objetivos pretendidos possam ser atingidos (PÓLO, 2000, p. 444).

O planejamento é desenvolvido fundamentalmente por meio de projeções, englobando os aspectos financeiros e pedagógicos, estabelecendo diretrizes de mudanças ou implantação de novos projetos que estimulem a aprendizagem ou que sejam favoráveis à aquisição de pos-síveis recursos financeiros.

De acordo com os valores e o tipo de gasto, o governo institui a obrigatoriedade de haver uma ação que consinta com a comparação de preços (orçamentos) antes da contratação do serviço ou da compra, normalmente são necessários três (3) orçamentos. Esses orçamentos, ou seja, as buscas pelo menor preço podem ser pesquisadas pelo próprio gestor/diretor da unida-de escolar ou por um dos diretores/componentes da APM.

Tanto a APM, quanto o gestor da EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti”, são cientes da im-portância de estarem sempre atentos ao fluxo de caixa (dinheiro que entra e sai diariamente), mantendo uma reserva para possíveis imprevistos, acompanhando os extratos bancários e emitindo sempre cheques nominais.

Para prestar conta dos recursos, a unidade escolar apresenta às entidades compe-tentes, no caso a prefeitura ou secretaria de educação, a documentação adequada, sobre-tudo os balanços financeiros e orçamentos. Também são apresentados os recibos ou notas fiscais dos bens adquiridos ou serviços realizados, acompanhados de cópias dos cheques nominais utilizados como forma de pagamento. Toda pessoa física ou entidade que admi-nistra bens públicos deve prestar contas, de acordo com a Constituição Federal (art. 70, parágrafo único).

Na prestação de contas (anexo 3), a escola “Prefeito Ederaldo Rossetti” procura fazer um resumo de todos os gastos para expor à comunidade escolar, porém, para os órgãos colegiados todos os documentos (notas, orçamentos e cheques) são de livre acesso, inclusive com infor-mações detalhadas.

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tem de prestar contas à Secretaria de Educação à qual é vinculada, aos executores dos progra-mas de financiamento com os quais estabelece parceria – em períodos estabelecidos previa-mente por lei ou pelo regulamento da entidade financiadora (ALMEIDA, 2009).

Na comprovação dos gastos, os documentos fiscais originais são encaminhados ao órgão responsável pela contabilidade, ficando disponíveis ao Tribunal de Contas (do Estado e da União), por isso é imprescindível que o gestor-administrador conserve cópias de tudo, orga-nizando-as por data ou contrato e mantendo sempre a organização, a responsabilidade e a transparência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho emergiu de várias necessidades teóricas, especialmente no campo da ges-tão escolar, carecendo de uma discussão mais aprofundada sobre a gesges-tão democrática e fi-nanceira, reconhecendo-as como um processo político, onde as tomadas de decisões devem ser pautadas pelo diálogo e alteridade, com participação ativa dos sujeitos que formam a co-munidade escolar (gestores, docentes, discentes, funcionários, pais/responsáveis, vizinhança e órgãos colegiados) na construção de regras, na ampliação das informações e principalmente na administração/aplicação dos recursos financeiros disponíveis.

Apesar de pensado para o universo empresarial, o conhecimento administrativo-finan-ceiro, não está distante das organizações escolares, onde o próprio gestor/diretor é o responsá-vel em controlar, planejar e aplicar com comprometimento e transparência os recursos finan-ceiros disponíveis, juntamente com os Órgãos Colegiados.

Para que o gestor cumpra a função de governar e ao mesmo tempo controlar os recursos financeiros, este precisa ter em mente as bases de uma administração financeira, sabendo con-tornar os imprevistos e sendo ágil nas tomadas de decisões.

Numa Unidade Escolar o gestor é o grande facilitador e inspirador das mudanças ne-cessárias, visando sempre o aumento da qualidade e a eficácia da instituição educativa, porém sem esquecer-se de seu papel de administrador, pois a escola não é apenas um lugar onde se aprende a ler, escrever e calcular. A escola é sim, um ambiente educativo, mas com necessida-des que vão além da lousa e giz. E, para satisfazer essas necessidanecessida-des, a conectividade da equi-pe gestora, esequi-pecificamente do diretor, precisa estar evidenciada, equi-percebendo as obrigações e articulando com os demais órgãos no planejamento e na execução das ações.

Uma equipe gestora democrática, recebe as solicitações, principalmente por meio dos questionários socioeconômicos anuais, reflete sobre as prioridades, sobretudo quan-do estas envolvem recursos financeiros, planeja e compartilha com sua comunidade o destino das verbas públicas, levando sempre em consideração as porcentagens as quais se destinam e não se esquecendo dos prazos e das prestações de conta, sempre com muita ética e transparência.

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É relevante ressaltar que alguns recursos incidem diretamente nos resultados obtidos através de avaliações externas que medem o rendimento dos alunos e, no entanto, os planeja-mentos estratégicos que focam a melhoria da qualidade de ensino não podem ser esquecidos, assim como a tecnologia, que abrange um “mundo” que vai além do âmbito escolar.

No estudo realizado na EMEF “Prefeito Ederaldo Rossetti” por meio de um questionário semiestruturado, nas suas abordagens qualitativas e quantitativas ficou evidente que apenas os gestores e a APM têm total conhecimento do fluxo de caixa, tendo acesso direto aos depósitos dos recursos financeiros e de suas aplicações, fiscalizando e elaborando planilhas de controle, que servirão de embasamento nas prestações de contas. Já os docentes e funcionários, sabem que os recursos financeiros existem e que podem opinar sobre as prioridades as quais estes se destinam, porém, os demais sujeitos que fazem parte da comunidade escolar, na grande maioria, desconhecem esses recursos e principalmente a “autonomia” que a Unidade Escolar exerce sobre os mesmos.

Mesmo sabendo que os dados levantados no questionário não foram tão satisfatórios, ficou claro que fora dos muros da escola, uma minoria tem conhecimento destes recursos fi-nanceiros, sejam eles federais ou municipais, e principalmente do Órgão Colegiado, dentro da Unidade Escolar, que tem a responsabilidade de fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros. Apesar de não comprometer a sobrevivência da organização escolar, é evidente que os próprios gestores são responsáveis por estas informações serem tão distantes de toda comuni-dade, uma vez que seus planos de ação (anexo 8) não são divulgados como deveria.

Conclui-se, portanto, que este estudo traz pistas para o delineamento teórico-metodoló-gico de novos estudos e aponta perspectivas aos gestores - que apesar de toda democracia e éti-ca empregada nas suas ações -, no estreitamento das relações a fim de construir realmente uma gestão escolar/financeira democrática e participativa e, que a institucionalização de práticas democráticas e participativas no ambiente escolar forma cidadãos democráticos não apenas na escola, mas também nos demais espaços sociais aos quais pertencem, podendo contribuir inclusive na democratização da sociedade.

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