THE2E
PUBLICAMENTE
SUSTENTADA
ipmâ
©iiria©
@iaá©DE ei
DOUTOR
Em
MEDICINA
PELA
FACULDADE
DÂ
BAHIA
POR
AUGUSTO
JOSÉ
DA
SILVA
REIS,NATURAL DEMIMS-GERAES
o Pifêo tkiitiuio t)e %oòí ~òa líiíca 0Uti c 2). Cafcfola Joacjtiiua 3oi ípició.
Le succés...n'cst p.iscequi importe; cequl
im-porte,c'cst l'effort: car c'est la ce qui dépend d
3
1'hommc, cequi1'elóve, cequi le rend contentde
luimeme. L'accotnplissement du dcvoir, voilaet le
Véritablebutdelavieet levéritable bien.
DlSCOUHS—PAR THÈODOREJOUFFItOYPAG.34*.
(Nouveaux 3JêlangesPhilosopliiques.)
BAHIA:
TYPOGRAPHIA POGGETTI DE TOURINHO
&
C*
Rua
do Corpo
Santo n.°47
FACULDADE DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O
MZjc.™Sar. Conselheiro
J9r.Jíoão
Baptista
tiosAnjos.
Ex."10Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.
OSSUS.DOUTOR.ÍS l.-ANNO. MATBHIAS QBE LBCCIOBAH
"; physica cmgeral,cparlicuiarmenteem suas
Cons. Vicente FerreiradeMagalliaes.
,j apDlicaçõcs a Medicina. FranciscoRodrigues daSilva ÇhimicaeMineralogia.
AdrianoAlvesde
Uma
Gordilho . . . Anatomiadescriptiva.».•ANISO.
Antóniode Cerqueira Pinto Chlmfcaorgânica.
Anini.iíi\iiVi.inodòBomflm boianlcaeZoologia.
MKo^lvc^^
. • . Repetição deAnatomiadescripliva.3.* ANNO.
EliasJoséPedroza Anatomiageralcpathologica.
Joséde GôcsSiqueira Pathologlageral.
Physiologia.
4.'ANNO.
Cons.ManoelLadislaoAranhaDantas. . Palhologla externa.
tii>Yitwii-pJnsédo,Ouciroz Palhologiainterna.
Alcxanaicjoseutyuuioí
, Partos, moléstiasde mulherespejadasedemeninos.
MatliiasMoreiraSampaio
\ ,Ctemnaseidos.
B.°ANNO.
Alexandre José de Queiroz Continuação de Palhologiainterna.
JoaquimAntóniodWivelraBotelho . . Maierlamedica etherapeuUca.
.
J '
'
„ ,. > Anatomia lopographlca, Medicinaoperatória, e
JoséAntóniodeFreitas { apparelhos.
C*ANNO.
AntónioJosé Ozorio Pharmacia. Salusliano Ferreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodrigues Seixas Hygiene,eHistoriada Medicina.
AntónioJosé Alves Clinicaexternado3.*c*.« nnnn.
AntónioJanuáriodeFaria Clinicainternado5.'e0.' anuo.
(DJP£?<E>SS1?<D&3§«
RozenloApriglo Pereira Guimarães. .")
Ignacio Joséda Cunha /
PedroRibeirodeAraújo /Secção Acccssona.
José IgnaciodeBarros Pimentel• . -\
Virgílio CllniacoDamazio /
José ArTonso Paraizodejlloura, . . .n
Augusto Gonçalves Mmtins f
DomingosCarlos da Silva [Secção Cirúrgica,
PcmclrioCyriaroTourinbo
(
Luiz Alvares dos Santos \ SecçãoMedica. JoãoPcilro-daCunhaValle \
JerónimoSodrC Pereira ...
©
l!.im.Sr.£>r.Cincinuato(PintodaSilra.dSTJBlJAl!D& 93BTi3ÍA
-Ji31i
O
Sr. E>r.Thomaz
d'.&quii:n Gaspar.o
DISSERTAÇÃO.
IIYPERTROPMA
DO
BAÇO
E
SEliSRESULTADOS PARI
AS
DIVERSAS
FII.YCÇÔES
DA
ECONOMIA.
EM
como
ofumo
espessodotempo
encobre asinscrip-ções antiquíssimas dos
monumentos;
assim envolvemastheorias erróneasa partedasscienciasmedicas rela-tivaao baço:
como
um
ououtrosymbolo indeciso equa-si extincto transparece no fumo, que as encobre, se
mostrão algumas verdades atravez do véude hypothesesdiversíssimas.
Assim
como
importamuito aohistoriador interpretar os symbolos edar-lhes o seu valor exacto, á fim de chegar ao conhecimento dos
fac-tos, os quaes representão; assim compete-nosseparar a hyperlrophia
splenica da atmosphera de opiniõestão variadase de hypotheses Ião
absurdas, de
modo
áapresentarmol-a despida das extravagantesphan-tasias, dequese acha cercada desde aseras mais remotasda
splenolo-gia até osnossos dias.
Para issojulgámosconvenientea divisão doponto nas quatro partes
seguintes: l.a
—
Considerações anatómicas ephysiologicas sobreobaço;2."
—
Anatomia ephysiologia pathologicas do órgão; referindo-se
es-pecialmente áhypertrophia propriamente dieta: 3.a
—
Leucocy temia e 4."—
Symptomatologia;
comprenhendendo
estas ultimasos seusresul-tados parao organismo.
Conhecemos
bem
a importância do assumpto para julgarmosdo grau dedesempenho denosso dever: a plena consciência que temos dehavermos
ficado muitoaquém
do circulo traçadopela Faculdade,obri-ga-nos desdejáá invocar
em
nossoauxilio a indulgência dosIllustra-dos Mestres e aspalavras dedois distinctos cirurgiõesde
Lyon
(profe-ridas no
anno
passado) sobreos usos dobaço:«
Tudo
é vago.O
único facto bem conhecido seresume nascontrac-ções splenicas. »
CdnsaDERAÇ^iis
miat®iíííis©a3 n êw§o®il©@ii©ã§§©íri © ©a©
©=BAÇO,
o órgão talvez o mais obscuro da economiaem
seus usos desde osseus rudimentosaté o seu completo
desenvolvimento physiologico, é
bem
reconhecível noadulto, onde
devemos
examinal-ocomo
apresentando omáximo
de organisação deque é susceptível.Com
fcffeito:profunda-mente
situado no hypocondrioesquerdo, é sóelle que possueuma
corvermelha escuraespecial cessa forma elliptica, quelbe dáas
apparcn-cias de
um
crescente ou deum
segmento de ellipsoide, cuja secçãohouvesse sido feita
no
sentidodo grande eixoda figura.Appenso
á grandetuberosidade do estômago poruma
dobra frouxa doperitoneo,—
oepiploongastro-splenico, esuspenso por assimdizer áface inferiordo diaphragma por outra dobra da
mesma
sorosa,—
oli-gamento
phrenico-splenico, elle corresponde ás três penúltimas falsas costellas, dequeo separaodiaphragmaealguma vez aextremidadees-querda do figado.
De
mais, elle aindase achaem
relaçãocom
o rim, a capsula supra-renal, o pilar esquerdodo diaphragma ea extremidadecaudaldo pâncreas.
A
suaextremidadesuperioré mais espessa; ainfe-riordirige-se verticalmente e toca ordinariamente o angulo formado
pelasporções transversae descendente do cólon.
Pela simples disposição anatómica,já sevê que o baço deve
irresis-tivelmente
acompanhar
esses órgãos,em
seus movimentos, á queseacha tãointimamente ligado.
E
uma
prova manifesta éque o estômagorepleto faz
com
que elle resvale sobre sua grande tuberosidade eoceupe a parte postero-inferior d'esta víscera de
modoá
abandonar o lado esquerdo damesma,
com
queseachavaem
contacto no estadodevacuidade.
Como
uma
consequência d'estamudança
a extremidadein-ferior se transporta para diante, (Tonde resulta perderelle os demais
Ora, o
augmento
de volume resultantedos suecos provenientes dadigestão, podendo
em
rigorproduziromesmo
phenomeno,
julgamol-o,todavia, insuílieicnte para determinarporsi só similhanle translação,
cuja explicação mais racionaldeve ser especialmente baseada na dis
posição anatómicarelativa ás eonnexões do órgão
em
questãocom
os
querodeião-n-o.
Cremos
ainda ser estamesma
disposição anatómica, associada áscontracções bruscas do diaphragma, estômago, músculos respiradores,
abdominaes á, tão
communs
durante a vida, aque poderáservir de base parauma
explicação salisfactoriadas deslocações raras d'essavís-cera, queserião porcertofrequentessi a natureza previdente não
es-tabelecesse tão
commummente
adhesões anormaes entre ella c osórgãos visinhos.
Convém
estudarmol-oem
si depoisd'esta rápida descripção topo-grapbica.A
superfíciedo baçopodeapresentarum
aspectolisoouenrugado,on-de por vezes se notãosulcos ora profundos, ora simplesmentelineares, osquaes indicão quasi sempre a reunião incompleta daspartes primi-tivamente separadas. Talvez sejadevida a reuniões mais incompletas ainda a existência de vinte e mais baçosno
mesmo
individuo, indicada por alguns authores;quando
outros, pelo contrario, não fazemmenção
de similhante anomalia.(*) Ellase divide
em
face externaem
contactocomo
diaphragmae face interna concava, apresentandouma
saliêncialinearno sentido do grandeeixo correspondendoaunião dos
V
8ante-riores
com
oV
3 posterior: é o quesechama—
hilo.Do
encontrodasfaces resulta acircumferencia, dividida
em
bordoanterior delgado, quese amolda sobre o estômago, e posterior muito maisespesso na sua
parte superior. As vezes a extremidade superior é recurvada sobre si
mesma:
a inferior é cónicae achatada.Envolvido por todos os lados pelo peritoneo, que o prende aos
or-eicom quanto não'sejão communsos exemplosde baços supr.i-numerariosenão possamos
dar opinião sobreaveracidade, ou inexactidãode asserçõesde similhanteordem;lodavia
Ca-brol,Morgagni,Dominique de Marcbctis aiBrnião tervisto2;Cluseldcne Falloplo, 3;Fanton, 4;Guy-patincoutros,5.
gãos contíguos, deixa de sel-o no lugar correspondente ao hilo, onde
as suas folhas seseparão para dar lugar á passagem dos vasos enervos
splenicos. Estes são:
—
a artéria, a maisvolumosa das trêsque partemdo tronco cceliaco: considerável para o volume davíscera, costêa o
bor-do superiordo pâncreas, dirigindo-se da direitaparaa esquerda, e se
termina, depois de muitasílexuosidades,
em
um
certonumero
déramos,os quaes penetrão unspelos orifícios do hilo e os outros pela grande
luberosidade do estômago; constituindo os vasa breviora dos antigos,
que lhesderão tanta importância; por isso que, ligando entre si o
es-tômago
e o baço, devião elles representarum
papel importantíssimona hematemese
e na hypocondria, por exemplo.Os
que penetrão avíscera se convertem
em
outras tantas veias,que osacompanhão
e sereduzem
áum
tronco muito mais volumoso queo daartéria:sem
serílexuoso, passa pela face posterior do pâncrease vae concorrer á
for-mação
do systemaporta abdominal.Os
nervosprovem
do plexocce-liaco,
emanado
do plexo solar, e tornão-se notáveis pelovolume
deseus filetes: oslymphaticos communicão-se
com
os ganglios splenicos c vão selançar no canal thoracico.Comprimi
ndo-seo baço entre osdedos,um
ruido similhante aodo estanho, que se dobra, se manifesta: éuma
consequência dafragilida-de fragilida-de sua texturaespecial, a qualpassamosá descrever.
Façamos
uma
secção nosentido doseu grande eixo, parallela á
uma
de suas faces,e quepasse pelo hilo: desde logo não será difficil notar-se que
uma
substancia inconsistente de
um
vermelho escuro (comparado ás fezesdo vinho) se acha contida nas malhasde
um
tecido fibroso.Recorra-mos
á anatomia microscópica paraconhecer melhor estas duassubs-tancias.
Afora a
membrana
peritoneal, que lubrifica-lhe a superfície,ha
uma
outra de naturezafibrosaquelhe é muito adherente por sua faceexternae que o envolve reflectindo-se sobre os vasos, os quaes
a-companha
em
suas ramificações ainda as mais ténues, tornando-se demais
em
maisdelgada.Também
chamada
túnicaprópria oualbuginea, transparente e resistente, emitte de sua face internaum
sem numero
de septos (trabecular) cylindricosou achatados,que crusando-se
6
das as direcçõesimagináveis, vão terá íace externa da
membrana
en-voltora dosvasos.
Assim
acha-se o órgãodivididoem
um
sem
nume-rode cavidades irregulares communicantes entre si ordinariamente;
mas
queem
alguns casosdeixãodesêl-o, segundo Cruveilhicr, demo-do ásepararem o todo
em
dousoumais
departamentos.A
membrana,
que alguns
suppõem
forraressas cavidades, é imaginaria; pois nãose atem
podido demonstrar pelos processos os mais delicados. Tanto atúnica própria
como
os septos e bainhas são formados de tecidocon-junclivo defibras longitudinaes, de fibras elásticas e de grande
quan-tidadede fibras musculareslisas.
Os
ramos arteriaes, que penetrão o baço, são independentes unsdos outros, por isso
mesmo
que se irradiãosem
se anastomosarem atéa sua circumferencia; destribuindo-se, todavia, os mais finos no
bor-do posterior,eno opposto,os maisgrossos.
Acompanhados
semprepe-las veias, elles procedem diversamente ao attingirem 0,
mm 2á
0,mm
5 de volume.As
artérias dãograndenumero
deramúsculos e seter-minão
em
tenuíssimos ramos divergentes;justificandobem
similhan-tedisposição o
nome
depenicilli, que se lhes teem dado.Appensos aos ramúsculos de
um
certovolume achãose
corpúsculos arredondados, brancos, de estruetura análoga ao folliculo de Peyer,considerados por Gerlach
como
a origem empolar dos vasoslympha-tisos. Yesicula fechada por todos os lados de i
U'à
K
ji de millimelro,
segundoMorei,o glomerulo de Malpighi
éda
mesma
natureza dasbai-nhas dos vasos,
sem
epithelio que forre a sua cavidade, cheia deum
liquido albuininoso, onde se
vêem
cellulas arredondadas grandes epe-quenas, núcleos livres, glóbulos de sangue perfeitos ou modiíicados,
contidos
em
cellulas ou inteiramente livres. Kólliker, Frey, Ernst, eoutros descobrirão finissi
mos
vasos sanguíneos no interior d'essescor-púsculos.
As
veias, ao separem-se das artérias, dãouma
infinidade de ra-músculos, que partemem
angulo recto, imprimindoassim ás suasfa-ces internas oaspecto de
uma
laminacrivada.Alem
d'esses orifícios,existem muitíssimos outros independentes dos vasos
chamados
slitj-malos de Malpighi, cuja utilidade
écommunicar
osanguedos vasoscom
as cavidades supra-mencionadas: são tão numerosos que Hlasek ousou
a estructura splenica é por de mais philosophico para que
nos
occu-pemos
d'elleem uma
tão ligeira descripção dahistologia d'esseórgão.
Que
aartéria e a veia sãoenvolvidas por bainhas, que sevãotor-nando
de maisem
maisdelgadasá porporção quese ramificão, jáodis-semos: todavia, cumpre-nos notar que sendoa sua espessura
relati-vamente
maior nos pequenos do que nos grossos vasos, ella e abso-lutamentemenor
nas artérias do que nas veias correspondentes.Os
nervos
em
numero
de 3 ou 4acompanhão
a artériaanastomosando-seraravez.
Segundo
Kôlliker, sãocompostos de muitos tubos delgados,de poucoslargose de grandequantidade de fibras de
Remack;
sendobem
visíveis até ospenicilli.Os
lymphaticostambém
seguem
asarté-rias e são tanto maisvisiveis, quanto mais superficiaes são elles.
A
polpa éa substancia semilíquida deum
vermelhovariáveldesde o róseo acinzentado até oviolete o mais intenso, contida nascavidadesformadas pelos septos: estes,
porem,
envião outros mais delicadospara o interiorde cada
uma
dascavidades: assim, osvasos aotocarem os primeiros nãosóospenetrão,como
destribuem-se nos segundos;de
modo
á conservarem, por suassubdivisões, amesma
ordem
dedeslri-buicão dos troncosprincipaes na víscerainteira. «
On
sefera une trêsbonneidée de cette disposition, si Vou suppose que la
portwn
desubs-tance range circonscrite par les trabecules
dm
certain volumerepre-senteen petit larate touteentière. , f) Si cada cavidade por tanto de
um
certovolume
pode serconsideradaum
baço
em
miniatura; septos microscópicos, arteriolas e seuscorpúsculos,venulas e capillares
com
os seus eonteudos,
devem
ser os seus elementosconstitutivos.
Assim
eL^SSfidaáJiialyse^emo.
seremosvasososmaisfinos, os septoso mais
ducados,
as fibras as mais ténues,glóbulos desangue,
mo-risonnão,
granulares, núcleos,^^^ZZZl
tpo rnmnonentes.
E
foi essa massa informe quea natureza escoineopara
"uUa
como
em
tantos outros pontosda organisação,
um
osseus maisimportantes segredos,cuja revelação
amda
naoopoudecon-seguir a sciencia hodierna
!
Peloque fica descripto o baçoé
uma
glândula euma
glândulavas-cular sanguínea;
mas
uma
glândula sanguínea deuma
texturaespe-cial e característica.
Ora, essa texturade accordo
com
amobilidade é a condiçãoanató-mica das diversas alternativas de ampliação e diminuição de volume,
tão variávelde
um
instante áoutro, nas diversasphases de suasfunc-ções.
E nem
podia deixar de ser assimquando
uma
artéria tãovolu-mosa
lança o seu sangne nas malhas doparenchyma
splenico, ondeelleseestagna e d'onde elevadopor
uma
veia mais calibrosa, éverda-de;
masque
encontratantosembaraços na circulação dosanguedosys-tema
porta-abdominal. Esta ultima circumstanciaé sufficiente para dara razão dacôrespecial dobaço, cujosanguese achasubtrahido á acção
colorante dooxygenio.
IVlas até aqui presenceamos
um
phenomeno
chymicoresultante deuma
disposição anatómica e tão somenteum
phenomeno
chymico.Outros, porem, de
ordem
maiselevadasepassão no interior do órgão, concernentes ácomposição do sangue.«La
rale, diz Béclard, reçoilunegrande quanlité de sang, et elle ne rend que
du
sang (elle ríapoint de canal excréteur ); cesl donc
dam
le sang luimême
qií\\ fautchercher Vexplication deses fonctions. » (*)
E
desdejá digamol-o: oexame
do sangue da veia splenica aosahirdo baço feito por Gray eBéclard, alem de outras modificações,
indi-cou-lhes
uma
diminuição notável nonumero
dos glóbulos vermelhos do sangue(16
partes pelamedia) relativamente ao do systemaveno-so geral.
Segundo
pensa o ultimo d'estes physiologistas, o trabalhodestruidor de glóbulos sanguíneosédirectamente proporcional ás boas
condições hygienicas e physiologicasdo individuo e
consequentemen-teá riqueza dosangue
em
glóbulos vermelhos, cujascondiçõesoppos-tas, a inanição por exemplo,
podem
reduzil-oazero.O
ter Moleschottverificadoo
augmento
dos glóbulos vermelhos no systema circulatóriodasrãs, cujos baços houverão sido excisados por elle, comprova-o.
Para estes physiologistas o baço,
bem
se vê, não passadeum
focodedestruição de glóbulos.
9
Schatíner, Gerlach, e Olto-Funcke,
em
vez de encararem o baçocomo
destruidor de glóbulos, creein pelo contrario queé n*elle queellesse formão. Fúlirer vaealem e pretendeserem as cellulas
fusifor-mes
de suapolpa as que seincumbem
de se metamorphosearem
gló-bulosvermelhos, dadas certas modificações intimas.
Parece-nos
que
á essa theoria hemato-genesica cabe quando muitoa gloria de associarao nosso espirito a idea de formação deglóbulos
no parenchyma
splenico.Com
effeito: Virchow, Bennett, Berne eDolore etc. etc. crêem
com
muita razão na formação de glóbulosbran-cos n'csse órgão, approximando assim o uso d'esta glândula ao dos
lympha
ticos; tão colligadas são ellasem
certase determinadasafifec-ções,
como
veremos
depois'Por
tanto destruição de glóbulos vermelhosc formação de glóbulosbrancos no
parenchyma
licnal são factos reconhecidos hoje porgrandenumero
de physiologistas e tanto mais dignos de fé quando seachãoempenhadas
n'essemodo
de considerar as palavras aulhenticas dosprofessores de Berlim e de Paris, ásquaes se reúne a imponente
opi-nião do sábio histologista de Wurlzburgo,já citado.
Mas, são esses
phenomenos
physiologicos, oudão-se pelo contrarioem
condiçõesanormaes?
Relativamente á hypertrophia splenica,es-forçar nos
hemos
por estabelecer o limite possível entre asmanifesta-ções mórbidase as puramente physiologicas, quando tratarmos da
pa-thologiado órgão.
As
outras modificações, que se dão no sangue da veia splenica,relativamente ao do systema venoso geral, consistem no
augmenlo
proporcional dos elementos que constituem normalmente o soro do sangue, alemdas modificaçõespelas quaesvimol-o passar no interior
do baço. Representando esta veia o papel de artéria
comparativamen-te ao fígado, concebe-se a importância subida que deve ter nas
func-ções e affecções hepáticas: não nos compete fazerconsiderações á
respeito.
Para
Beau
os seus usos seresumem
nos seguintes: a—
favorecera assimilação dos materiaes absorvidos; b
—
fornecerum
sangue maisassimilável á veia porta; c
—
encarregar-se por suas contracções deactivar (quando ha mister) acirculação do sangue da veia porta e do
ficado. Berne e Dolore parecendo ter razão quando emittem esta
IO
opinião sobre otríplice uso de Beau, n'estas palavras, i
O
quesignifi-ca de
um
modo
preciso essepapel de assunilador de maíeriaes absor-vidos?—
de fornecedor aosangueporia de qualidades maisassimilan-tes?'
i> não deixão de ser retrógrados,
quando
seexprimem
sobre osusos do baço n'estestermos: «
Tudo
é cago.O
únicofactobem
conhe-cido se resume nas contracções splenicas. » (*)
Alguns teem querido ver no baço uni « diverticulum» para
conser-var o equilíbrio dacirculação porta-abdominal (Haller); ou o tubo de
segurançado apparelho ebymico de Wolf. outros o considerão simples fornecedor de sangue ao estômago durante a digestão (Th. Bell), ou
como
ofornecedor dos princípios colorantes da bilis ele. ctc. Essaslheorias peccão por serem exclusivas altribuindo ao baço usos
prová-veis,
mas
cuja reunião íica muitoaquém
da solução dos grandespro-blemas estabelecidos pela physiologia. Outras extravagantese
mesmo
poéticas teem pretendido fazer d'ellc o foco, d'onde
emanão
o riso, osomno, a melancolia, a volupluosidade etc. etc, reputando-o
alguém
mesmo
—
como
um
órgãosem
uso especialna economia: estasmerecem
ser citadas
como complemento
da historia physiologica rápida d'esseórgão, a qualjulgámos necessária á comprehensão do ponto.
Todavia, por mais phantaslicos e imaginários que nospareção os antigos
em
suas crenças sobre as funeções do baço, nãodevemoscen-sural-os; pois certamente essacensuranão seria
compensada
pelostra-balhos dos sábios modernos, os quaespensão
com
os distincloscirur-giões de
Lyon
—
Berne e Dolore: «77 semble quil estdansVécono-mie quelquesorganes, dontVceilincestigateurcluphysiologiste ne puisse
avoir raison.
La
rateestdeceuxei»{**)e exclamãocom
o illustradoCru-veilhier.
«Et
cependant chczles individus queprésenlaientum
pareilétat de choses, cest-a-direchez les quelscet organe alrophié nexistait
plus
quà
Velai de veslige aucune fonclion ne paraissait troublée,preuve bien ocidente que la rateneremplit pus dans 1'óconomiedes
fonctions indispensablesàlacie.
En
prèsence defails d'anatomiepalho-(*) Infl.delaPhys.Mod.sur laMtd. pracl.p. HM.
i a
logiqne si concluanls qucst-il dono besoin do fairo dos ertirpations do
ralo chezlos animai/rpour détcrminer les vsmjcs doIa rate?« (*)
II.
«2&SRIÍl©A.
ifyperfrophia, quer dizer
—
excesso de nutrição.Cumpre,
porem,notar que a idéa do facto mórbido, baseada tãosomente no valor da expressão é inexacta e
quando
muito terá a utilidade de associar ophenomeno
mórbido á causa, que o produz.Com
etíeito: resultando a hypertrophia do predomínio do trabalho assimilador sobreo seuin-verso
—
a desassimilação—
,ella se liga mais á proporção que guardãoentre siosdousactosdanutriçãodo queafuneção nutritiva
em
simes-ma.
E
certamente, si a maior assimilação fosse sufíicicnte paraque
se a considerasse
um
excesso de nutrição; a desassimilaçãoem
excessoou
atropina—
deveracom
egual direito ser incluída na etymologiapois é a nutrição constituída por essa dupla corrente de sabida e en-trada de materiaes.Conseguintementepara chegarmosao
conhecimen-todo que seja ella convem-nos outras bases: seguirmol-a
em
sua evo-luçãoé o meio maisseguro.Jáo dissemos: « essa texturadeaccordocom a mobilidadeé a condi-ção anatómicadas diversas alternativas de ampliarão e diminuição de volume, tão variávelde
um
instante á outro,nas diversasphases desuas funeções» edevemos
repetil-o; por que n'essas palavras se achaim-plícita a idea de congestão áque o baço é tão eminentemente sujeito:
enão ha por certo condição mais favorável á producção de
uma
con-gestãodo que seja outra congestão, quese tenhadado anteriormente;
e não ha
sem
duvida causa mais determinante e palhogenica da lesãoquenos oceupa, do que similhantes congestões repetidas. «
A
consis-tência e a textura splenicas, dizem Monneret e Fleury, não
experi-mentão as mais das vezes modificação alguma anormal: o tecido
It
mico /
;
mais corado e impregnadode sangue; as veias dilatadas coníeem sangue coo/liado ou fluido. Parece qieesta alteração indica o
primei-ro grau da hypertrophia, representada n*essa epocha por
uma
simples hyperemia talvez, a qual não tem permittido á nutrição do órgão/em-po
sufftcienlepara que ella se modifique» (*)E
nem com
issoqueremos
dizer que a hypertrophiasejasempre
oresultadode congestões sensíveis no
parenchyma
do órgão; por quemuita vez ella resulta de congestões intimas dos tecidos: ainda assim o elemento sangue basta para explicar o
começo
dophenomeno
mór-bido. Acontece, porem, hypertrophias se
darem sem
causaapreciá-vel; n'esses casos é que invocão os authores estímulos, cuja natureza
ignorão paraexplicar por meiod'elles aevolução hypertrophica desco-nhecida
em
seu primeiro impulso.Mas
prescindindo da causa comodeterminar-seo punclum saliens(\&hypertrophia?
Em
quanto é mais oumenos
difficil aoanatomo-patholo-gista reconhecel-ona maior parte dos órgãos, sendo lhe
mesmo
fácil detcrminal-ocm
alguns; torna-selhe impossível marcal-o noba-ço, que começa ahypertrophiar-se.
De
feito:como
precizal-o n'essaglândula, quando Berthet diz tel-a extirpadoá
um
individuo, cujasaúdepersistiu perfeita por 13 annos,
sem
uma
modificação da diges-tão sequer?E
quando Planke, Crugor,Ferguson etc. citão exemplosanálogos?
Como
estabelecer-se similhanlc limite, si por outro lado seha
vistodesenvolvimentosnotáveissem
embaraçosensíveldas funeções?Longe
de nós, todavia, o concluirmos comErasistrato e Rufus defac-tos d'esta
ordem
para a inutilidade do baço no organismo; porquecertamente
ninguém
dirá queum
órgão erainútil; por isso que sobre-viveu sem incommodo o individuo, áquem
o extirparão. Atrophiai sipoderdes,
um
pulmãoem
um
individuorobusto evereis o seucongéneresubstituil-o
cm
suasfuneções.A
natureza tem-nosdado exemplosd'es-ta ordem, paraque possamos duvidal-o
um
só instante.O
nãoachar-sea glândula splenica nas
mesmas
condiçõesde duplicidade, nãoex-cluea possibilidade de existirem (corno defeito existem) órgãos
capa-zes desubstituil-o
em
seus usos: e por tanto não é forçada a analogia,m
Prescindindo, porem, da hypertrophia incipiente, ainda nãose
tor-na fácilreconhecei-a
em um
grau maisadiantado de sua evolução;poisessa difíiculdadeaindaé
um
corollariodoque acabamos dedizer.Depen-dendo similhante conhecimento decondições inherentes ao individuo
e á habilidade dopractico,
devemos
todavia consideraroaugmento
devolume
realcomo
o seu primeiro signal. Ora, oaugmento
de volumesó pode ser devido ou
—
ao simples desenvolvimento dos elementospreexistentes ou
—
á producção de novos, (constituindo no 1.° caso ahypertrophia pura e simples e no2.° hyperplasia,ouhypertrophia nu-mérica de Virchow) ou ainda
—
ácombinação de ambos.Assignalar na
ordem
de sua frequênciaessesmodos
dedesenvolvi-mento
é impossível noestado actualda sciencia; porque provado quefosse o simples desenvolvimento dos elementos preexistentes,
em
um
caso; a razão conceberia a reproducçãod'elles possível: e vice-versa:
reconhecidaa hyperplasia d'este ou d'aquelle tecido,
nenhuma
razão haveria para quese negassea possibilidadedo simples crescimento dosmesmos,
em
outrocaso; e tanto mais quandoesteultimo émuito maisgeralno elemento que se nulre.
Até
um
certo pontose pode suppôrquaesd'essesmodos
sedêem
depreferencia,attendendo-se aqueGh.Robin provou aproducção de
ele-mentos
novosem um
casode hypertrophia das arlerias parotidianas eem
outro das veias ovarico-uterinas, e attendendo-se ainda aque omesmo
microscopistareconheceua hyperplasiadotecido cellular eseus derivados, assimcomo
osimplesaugmento
de volume dos nervosute-rinos; ser-nos-ha permittido pensarque o
mesmo
se possa darcom
ostecidos idênticos, que entrãona textura do baço.
Seja
como
for esseórgão de4 e '/* pollegadas decomprimento
ede2
e */j deespessura, segundo Assolant, podeaquirir dimensõesenor-mes,
aponto
de oceupar acavidade abdominal, cujas paredespodem
ser distendidas, alem da compressão de que são susceptíveis as suas
vísceras e asdo thorax: Lamotte assevera tel-osentido tocar a
cavida-de axillar, Fabrício de Hilden a virilha e Lancereaux a
sympbyse
pubiana.
Não
admira portanto que authores hajão citado exemplos de baços de43
librascm
casosde hypertrophias excessivas eoutros pelocontrario de
2
oitavas nas atrophias extremas, quandoellepesa nosen estado normal, segundo Cruveilhier, de 2 á 8onças.14
Á
pezar de tão grande tendência ao desenvolvimento, a sua forniaconserva-se geralmente (tornando-se ordinariamente mais concava a
sua face interna), salvas raríssimas excepções
em
que ellaseapproxi-ma
á deum
cone, deum
quadrilátero ele. ele.Á
persistência defor-ma
dos bordosligaCruveilhieruma
importância,que nãodevemos
des-prezar, toda vez que tratarmos dodiagnostico das aífecções splenicas.
Raríssimaé a vez
em
que a hypertrophia se apresenta sob essafor-ma
ideal e abstracta; por que rara vez acometteuma
formapalholo-gicaum
órgão deum
modo
tão regular e para assim dizer geométrico.De
feito: ora éum
só tecido oque sedesenvolve,em
quanto os outrosseconservão
sem
alteração ou se atrophiãopela compressão, quesof-frem; ora
éuma
partesomente a lesadaem
algunsou na totalidade deseus elementos,
quando
o restante do órgão não se modifica oumes-mo
diminue de volume: o tornar-seo baço desconhecivelem
algunscasos rarosn'essascondições é mais que natural; pois o desvio da
for-ma
é a consequência immediata dairregularidade do desenvolvimento. Sae da esphera de nosso devero tratarmos d'essas hypertrophiaspar-ciaesou de tecidos: alem de serem de pouca importância,
podemos
concebel-asvariáveis ao infinito,
E
nãonosdeve surprehender a lueta reciproca das forças nutritivasnas profundezas do baço determinando á custa de uns elementos o
de-senvolvimento de outros,
uma
vez que o tecido cellular e seusderiva-dossão os que se
incumbem
pela maior parte da producção dahyper-trophia.
Com
effeito: alemdeser esse tecidoprimordial dotado depro-priedadeseminentementevegetativas ereproduetoras,elleseacha
sub-mellido á seguinte lei anatomo-pathologica:=o tecido cellular,
em
se hypertrophiando, ésusceptível de adquirir a organisação óssea,
passando pelosgraus intermédios de tecido fibroso e cartila£rem=. Similhantes transformações (quando se dão) trazem
um
augmento
de densidade, depeso, etc.aostecidos splenicos;
com
quantopossa pro-duzir omesmo
effeitouma
simples compressão.É
a esta ultima quedevemos
attribur especialmente omenoraccesso de sangue nashyper-trophias adiantadas, resultando d'ahi o embaraço da circulação c a
15
coalhada, chegando-se á petrificar muitas vezes no seio da trama
or-gânica. N'essas condições as injecções, as mais
bem
applicadas, nãopenetrão osvasos intraor-ganicos:
—
demonstrando assim a impermea-bilidade splenica.Ainda são muito
communs
nas hypertrophias d'esse órgão os focosapoplécticos e asadhesões, mais frequentes
com
odiaphragma,resul-tantesdas petitonites parciaes. Quanto ás transformações parciaes ou
totaesdas
membranas
envoltoras, ellas provem, no parecer deCru-veilhier, daorganisação de
um
exsudado, feito nasuperfície damem-brana sorosa; sendo consecutivas as modificaçõesdafibrosa edos
pro-longamentos que ella envia aointerior do baço. Monneret e Fleury pensão, todavia,seresta ultimaa lesada na maioria dos casos de
car-tilaginificação e ossiíicação. Grotanelli viu prolongamentos ósseos se
destacarem da face interna da
membrana
para o seu interior eScbmidt chegou aobservar grande parted'elleossificada:houve
quem
otivesse vistode tal
modo
reduzido á substancia óssea, que apenasre-presentava a víscera o núcleocarnosoocculto nocentroda massa phos-phato-calcarca.
Modificações não
menos
importantes se dão napolpa splenica:uma
alteração dasmais
communs éaque
seliga aum
certoestado damem-branacellular dos glóbulos vermelhos de
modo
á produzir a suaag-glutinação. Estaalteração, á despeito das mais, bastaria para explicar
a impermeabilidade do órgão, sia
columna
sanguínea, dotada demai-or impulsão, não desaggregasse muitas vezesa massa resultante da
cohesãoreciproca d'esses
mesmos
corpúsculos.Em
compensaçãoá desaggregacão dos glóbulos, outras circumstan•cias concorrem poderosamente á producção da impermeabilidade
splenica.
A
hemalosina—
o principio colorante do sangue, se achandoem
combinação no interior dos glóbulos, podeem
certascircumstan-cias se precipitar fora d'elles sob a forma de granulações
amorphas
de cor variável desde o amarello avermelhado até ò
carmim
o maisintenso.
Tendendo
sempre á crystallisar-se, não é raro perderem ellaso equivalente de ferro,
queconteem
normalmente e transformarem-secm
crystaes prismáticos oblíquos de basesrhomboidacs. Estescrysta-1G
es de hcmaloidina
embora
de diminutas dimensões,em
virtude tiaes-tagnação do sangue nosteeidos, se agglomerão c constituem massas mais ou
menos
consideráveis e persistentes: para proval-o basta-nosdizerqueas cicatrizes,resultantesdasbemorrhagias cerebraes, do
des-prendimento das vesículas de Graaf, são compostas quasi
exclusiva-mente
deum
numero
considerável d'elles.Ora
sendo assim,como
deixar deadmittir a influencia de similhantes corpos no facto daim-permeabilidade?
E
não seráem
grande partedevida á sua presença acorvermelha escuratão
commum
em
certosbaços hypertrophiados?Uma
variedade interessante de hypertrophia é—
a cerosa (por seassemelhar á cera) caracterisada por
um
numero
extraordinário devesículassemi-transparentes, róseas ou cinzentas no interior do baço,
as quaessão pouco adherentes
umas
ás outras; podendo attingirca-da
uma
o volume deuma
ervilha.É
provavelmente á esta variedadequese ligão a formalardacea e a quese apresenta sob o aspecto de
granulasde sagú
—
descriptaspor alguns authores.Alguns baços hypertrophiados deixão ver entre os seus elementos
uma
quantidade considerável de granulações pigmentares negras:devemos
consideral-ascomo
opuro e simplesaugmento
do pigmentonormal,
como
pretende Meckel, oucomo
uma
producção nova,se-gundo
Heschl? Serão o effeito de extravasações,como
crê Planer,ou
oresultadoda imbibição doepitheliopela hematosina decomposta,
co-mo
admitte Frerichs?Embora
repute Graves, sustentáveis todasestashypotheses e mais algumas desimilhante
ordem
nãodevemos
esque-cermos
da opinião de Virchow, o qual fazderival-as specialmente das modificaçõesda hematoidina.Á
vistada tendênciaque apresenta a hematosina á tomaruma
corde mais
cm
mais intensa,quando
passa por modificações intimas, pa-rece queelladeve teruma
parte importantíssimana produção da—
cor bronseada:ousplenica
—
specialaos indivíduos atacados de affecçõesdobaço,
em
seus últimos períodos; disseminando essa substancia nosdifferentes systemasoresultado de suasdecomposições ultimas
—
o
111.
No
estado normal deve o sangue a suacor intensa e viva áhema-tosina, queseacha
cm
combinaçãocom
os glóbulos vermelhos; sendoassaz
numerosos
deixão passar desapercebidoscertoscorpúsculosbran-cos, os quaesexistem pelo contrario
em
porporçãolimitadíssima:Dou-ders,e Moleschottavaliào a relação d'es(cspara aquelles
em
1:3o7 ou:: 9/8: 1000.
Mas
nem
perisso se julgue invariável estarelação; por
quanto eircumstancias taes
como
a edade, o sexo e ainda nomesmo
individuo os períodos da digcslão, a epocha menstrual, a prenhez, a alimentação, certos estados pathologicos, iníluem muito no seuaug-mento
ou diminuição. Assim: segundo este ultimo author cila é nacriança :: 1
:22G;—
nohomem
adulto :: 1:346;—
na mulher, namesma
phase :: 1:389 e
dunnte
a menstruação :: 1:24-7: nos últimos mezesda prenhez ella ultrapassa os limites physiologicos, produzindo o
mes-mo
effeitouma
alimentação ricacm
princípios albuminosos;bem como
assanariasreplidas.
Ê
claro, portanto, queamedia deve se acliarnos indivíduos moços, fórad'essas condições speciaes.Em
certos casos, porem, essenumero
se eleva á ponto decguala-remou mesmo
excederem os glóbulos brancos aosvermelhos: é esseestado do sangue que constitue a leucocylose quando c passageiro e
accidental, e no caso contrario—a leucocijtcmia— expressão proposta
por Bennet e que deveser preferidaa de leukãmie ou leucemia apre-sentada porVirchow,
uma
vez que significando esta sanguelactescen-te, deve ser especialmente
empregada
para designar o sangue chylosooulipoemia, cujo aspecto esbranquiçadoresulta de
uma
quantidadeim-mensa
departículas gordurosasem
suspensão no soro, o qual emulsi-onâo. Aquella, pelo contrario, determinando o elemento que constitueo estado mórbido,
em
questão, se achadeaccordocom
oaugmento
das leucocvtcsno svstema sauguinco.Não" obstanteo
augmento
daslcucocytes, o sangue conserva osseuscaracteres physicos de coloração sensivelmente normaes; salva
uma
ou outra vez
em
que por sua quantidadeenorme
esse liquido sepróxima
cm
cor a do chocolate;podendo
mesmo
ser alíecladode univerdadeiro albinismo
naphrasedo
eminente Virchow.Para tornarem-se visíveisas leucocytes
convém
recorrer á processosespeciaes,
quando
exlrahido o sangue dos vasos, ou explorar depre-ferenciacertaspartes no caso de
uma
autopsia. Assim: bastadesíi-brinar-se osangue c deixal-o
em
repousocm
um
vaso para (pie cilas»setornem patentes, formando
uma
camada
lactcscente sobreposta áoutra de glóbulos vermelhos:
devem
aindaser o coração, a cava, o cé-rebro, osystema porta abdominal etc. (emuma
palavra todos aquelleã órgãos, cuja impulsão sanguínea se acha diminuída), os que preildão a nossa attenção*, quandohouvermos
de reconhecei as nas profundezas daorganisação.As
vezes cilas se accumulão n'esses lugares demodo
tal, que simulão extensos focos purulentos, circumstancia esta queat-tenua
sem
duvida o engano deum
medico, que exclamara *eisum
abs-cessol* ao assistir a aulopsia, que practicava
Virchow
nocadáver deum
lcucocytemico; si é que se tratava realmente de similhantealtera-ção,
como
o aííirmao professorde Berlim.A
menor
densidade das leucocytes,comparada
com
a dos glóbulosvermelhos,
ea
extraordinária viscosidade deque são dotadas explicãotaes phenomenos. São ainda essas propriedades, que fazem
com
que
os glóbulos vermelhos, seguindo a direcção do eixo dos vasos,
venhão
oceupar os brancos a
camada
peripherica dacolumna
sanguíneaem
contacto sempre
com
as paredes vasculares; oquedeu
lugar áextra-vaganteidéade
Weber,
o qual considerava o capillar sanguíneocon-cêntrico á
um
lymphatico,—
'análogosem
sua disposição aosdous tubosdo siphão de Bloch, cujo externo contivesse leucocytes e o interno glóbulos vermelhos.
Sientrámos nestas considerações sobrea leucocytcmia, é que
ho-je estádemonstrado haver
uma
ligação intima entre cila e ahyperlro-phia splenica.
Sonhada
por Haller, e entrevistamui vagamente
por outros, foimencionada pela primeira vez por
Virchow
em
13Í5
e porBennet
que
disputou-lhe aprimasiadodescobrimento: Parkcs portanto,Wals-hc, Piullerác., naInglaterra; Cbarcot, Leudet,Vidal, Craigieefee., na
fi-to
aerão mais do quesanecionar averdade projectada noespaço da
scien-eia pelos pathologistas d'Allernanha e
deEdhimburgo.
Estabelecida a veracidade do facto mórbido, as theorias
apparece-pao: Bennet e
Vírchow
sendoosprimeiros á dcscobril-o, forãotambém
os primeiros á apresental-as. Paraambos
a alteração dos sólidos é aque precede e pretendem proval-o referindo exemplos de leucocylc-mícos, cuja alteração glandular é o facto inicial, sendo as mais
conse-cutivas.Concordes atéahi,divergem quanto a seu
mododeproducção.
—
Para o primeiroos globos brancos se formão no systema glandular lymphatico (comprehendendo o baço, o corpo thyroideo, o thymus, acapsula supra-renal, a glândula pineal, a pituitária e osganglios
lym-pathicos); colorando-se elles por processos desconhecidos nos diversos
pontos desystema circulatório.ílypertrophiada queseja qualquer
uma
d'estas glândulas é natural o
augmento
das leucocytes nacirculação:—
no parecer dosegunlo, similhante alteração éespecialmente devida á maior actividadedafuneção splenica, a qual destruindocm
maiorescala os glóbulos vermelhos deixa livres as leucocytes.
Conseguinte-mente
aleucocytemia, para Bennet, resulta deuma
hematoseimper-feita e édevida á
uma
destruição mais considerável de glóbulosver-melhos no parecer de Yirchow.
Estas theorias,
com
quanto verosímeisem
alguns deseus pontos,forão taxadas de hypotheticas por Yalleix, Grisolle, Yidal,
Magnus
Huss
á
reputando-asestes authores derivadas de umaphysiologiaim-perfeita.
E
na verdade:como
admittirem-se namesma
classe,em
quese achão o baçoe os lymphaticos,—o corpo pituitário e a glândula
pi-neal, essencialmentediíTcrentes?
Gomo
explicar-sea não coincidênciada leucocytemia
com
as hypertrophias de órgãos, onde se faz otra-balho destruidor de glóbulos
vermelhos—
nas glândulas thyroideas, por exemplo?Gomo
ainda dar-se a rasão de sua não existênciana
maioria dos casosde febresintermittenles—
acompanhadas
dehyper-trophias manifestas do baço?
Mas,sejamosjustos:sirigorosamente casos doesta
ordem
embaraçãoessas theorias nascentes, trazendo o desanimo ao espirito, que
pro-curaresolver taes problemas de physiologia pathologica,
lambem
éverdade que tudo tende á provara veracidade de certos princípios
em
to
E
são tantos os exemplos de hypertrophius splenicas, isoladas delesões materiaes, que possãoexplicar asleucoeytemias coexistentes,
que não se pode deixar de buscar na estructura e funcções do baço as
bases de suas razões de ser.
O
dar sesimilhante alteração noscasosdehypertrophias dosglan-glios lymphaticos, não destroe esse
modo
deconsiderar,e, pelocon-trario, consolida-o siattendermos á
que
estas duas espécies deglându-las são análogas
em
sua eslrectura—
possuindoambas
um
elementocommum
e essencial—
o glomerulo de Malpighi,« J*ai distinguedeux formes de leucemie; Iaforme ordinaireou
lie-nale etla forme hjmphatiquc, formes, qui peuvent quelquefois se
com-biner entre elles»
.
Contendo oscorpúsculos de Malpighi elementos idênticos ás
leu-coevtes, não admira que espalhem, sob a influencia da hypertrophia,
o elemento branco
em
todo o systema vascular.< Elles ne diffòrentpas sculemenl,proseguco
mesmo
autrmr,encequedans un cas c'eslla rate dans Vautre les ganglions hjnipalhiqv.es qui sóiiffrait, mais encoreparceque lesctements quionrclrouvedans lesang nesonl pas fes
mêmes
». (')A
analysechymicae
microscópicademons-trarão áRobindifterenças entreessesglóbulos:elleredul-osás seguintes
espécies:
A
—
Globulinos ousimplesmentenúcleos;B
—
Glóbulosbran-cos deduas variedades: a
—
glóbulos perfeitamente esphericos, degra-nulações finíssimas e
sem
núcleo; b—
glóbulos quepossuem
um
nú-cleo.
Os
glóbulosd'estas duas variedades, submellidos á influenciado
acido acético, deixão ver no seu interior
2
á5
núcleos provenientesdasegmentação donúcleo de uns, e da massa intercellular dos outros.
Vircbow contestaa existênciade glóbulos anucleares asseverando pos-suírem ellesdesde o seu
começo
pelomenos
um
núcleo, quesemulti-plica pela evolução rápida d'esscs corpúsculos; e tão rápida, que diz
elle, não sei' raro verem-se glóbulos multinucleares poucas horas ou
momentos
depoisdesehaverem
manifestadocom
um
núcleo somente.91
Releva-nosfazerobservar a identidade das leucocytesc dos glóbulos purulentos,
uma
vez que tal distincção se faz impossível, ja pelosmaissubtis processoschymicos, já pela inspecção microscópica a mais
deli-cada.
Embora
creiaDonné
nadissolução quasi instantânea daleucocy-tesoba influencia do
ammoniaco, demorando
se areacção para ocor-púsculo purulento, julgamosesseprocesso engenhoso;
mas
nuncain-íallivel
como
reputa-o seu inventor.Fundado
em
differenças de mais e de menos, elle não pode estabelecer distincção positiva; poisconcebe-se
bem
a possibilidadedamaior solubilidade do pus, porum
lado, e por outro a maior resistência da leucocyte á acção do
mesmo
agente chymico. Similhante processo, portanto, não infirmaa
identi-dadedas duassubstancias, sustentada por Yirchow, Robin, Pouchet,
Bernee Dolore &c.
ác,
esi não fosseas condições differenlesem
quese
produzem
asduas espéciesde glóbulos, poderíamossem
incon-veniente denominal-os porum
só vocábulo nasciencia.Foisobre estas bases (sabem-no todos, para que prosigamos) que
erigiuo exprofessor de
Wurtzburgo
o seumonumento
da pyhoemia,em
cuja fachada inscreveu:«S'ila ètéformehors dusang, vous afprmerez que c'est du pus; s'il
a
ôté forme dans le sang au contraire soyez surs que ceslun
globule blanc!» (*)IV.
SYINPIfôRBATOLQâllA.
Agora
resta-nos dizer algumas palavrassobre asymptomatologiadahypertrophia splenica e seudiagnostico.
Occulto
no
estado physiologico pelasparedes thoraco-abdominaescorrespondentes aohypocondrio esquerdo, o baçoseria inaçcessivel á
['jObracil.p. 129.
mão, que otentasse explorar;sipor
um
ladose não deixassem deprimiras paredesabdominais e si por outro não fosse susceptível o
diaphra-gma
dedesfazera sua concavidade impellindo-o sobre os dedos que procurassem sentil-o.Tangível, portanto, àfortiori,
quando
ellcexcede o rebordo costal,obaçodeixa de sei o
em
todos os casosem
que oseu desenvolvimento'é ascendente. D'abi resulta que a apalpaçâo de persi não é
um
meioseguro dediagnostico; pois cila podelevar omedico á desconhecer
uma
hypertrophia considerável,
quando
se confinar essa glândula dentro,dos limites thoracicos, ou pelo contrario, induzil-o á aventurar o
diag-nostico de
uma
hypertrophia adiantada no caso deuma
simplestrans-lação do órgão.
Bastãoessas considerações para o medico dar preferencia á percus-são nos primeiros graus do
augmento
splenico, ou seja elle devido á simples congestão ou áuma
hypertrophia real.Embora
seja ellain-suficiente paradistinguil-as; todavia offerecc a grandeutilidadede
cir-cumscrcvera arca oceupada pelo baço; sendo-lhe possível
em
muitos,casoslimital-a por
uma
linha corada traçada sobre os tegumentosda
individuo.
Sendo, conseguintemente, preferível a percussão na hypertrophia
incipiente e
em
todos os seus períodos,quando
o desenvolvimento éintra-thoracico, não
devemos
demodo
algum
excluir a apalpaçâono
caso de se fazer o
augmento
para a cavidade abominai; porque entãoella torna-se indispensável.
Com
eíTeilo: n'essas condições alravéz das.paredes abdominaes, a
mão
exploradora podeatéum
certo pontoapre-ciar, qual a conformação doórgão, aforma de seus bordos, o maisou,
menos
lisoourugosodesua superfície, amaior oumenor
convexidade desua faceexterna &c. áe., e até o seu grau de compacidade,pezo, tfee ,
em
muitas occaziões; instruindo assim o medico sobre tantasmodifi-cações preciosas,que debalde elleprocurara saber si empregasse
ou-trosprocessos.
Algumas
vezeso órgão, sob a influencia d'esse estimulo, é a sédc deuma
dor ordinariamente gravativa ou oppressiva, que podecon-verter-se
em
verdadeira dòr lancinante, aqual não é raro cstender-sccorpo, cortsliluíndo
uma
perfeitahcmi-nevralgia,como
o afíirmaStein-heim.
Todavia ella pode dar-se independentemente da compressão pro-vocada, ousejapelamaior irritabilidadedodoente, ou porquea
hyper-trophia excessiva influenciando sobre os nervos sensitivos dobaço(ou extranhosá elle) tenha |)odidoproduzir o
mesmo
effeito.Á
estasmo-dificações da sensibilidade local, conhecidas pelo
nome
de dorsple-nica não
devemos
ligar maior importância do que realmente mere-cem, allendendo-se á sua frequênciaem
outras moléstias e ásmani-festaçõesvariadas e porextremo caprichosas dos
phenomenos
nevrál-gicos.
O
baço,á pesar da uniformidade de sua estruetura,nem
sempre
sedesenvolve egualmentesob a influenciada hypcrtrophia: oppondo-lhe
o diaphragma
um
obstáculo constante ao seuaugmento
ascendente,elleprocura ordinariamente a cavidade abdominal, cujas vísceras lhe
ofíerecem
menor
resistência, e não é sinão quando esta seacha mais oumenos
oceupada, queellevem
comprimir osórgãos thoracicos. Essa grandeinconstância nadirecção que toma o baçoem
sehypertrophi-andoe
adiversidadedos pontos influenciadosmechanicamente por elle,scriãosufíicientes para dar a razão da iminensa variedade dos
symp-tomas dahyperlrophia nos diversos indivíduos; si ella exercesse
uma
acçãopurae simplesmente mechanicasobre osdemais órgãos.Circumstancias individuaes, entretanto,
podem
fazer variarocom-plexo de
symptomas
sob os quaes costuma mostrar-se esta affecção:assimé que
vemos
muitasvezesum
baço deenormes dimensões trazerpequenos desarranjos á saúde, e pelo contrariobaços pouco desenvol-vidosser a origem de
imeommodos
e soffrimentos gravíssimos. D'ahié que
vem
dizer-se que a hyperlrophia é relativa nos diversosindiví-duos
—
o que se acha de accordocom
as palavras deMonneret
á
Fleury: til est vraidedirequesi l'on navait pas pour diagnosíi-querTengorgemcnl splenique tíautres symptomes que ceuxfournis par
les Iroubles generaux, onrisqueraitfort de meconnaUre lamaladie dans
Ml
bon nombrede cas. » (*)Todavia ella se revela por symptomas, que nos
merecem alguma
94
altenção;
embora
a maior parte (Tellescoincidacom
outros estadospa-Ihologicos c especialmente a hypertrophia hepática.
No
seucomeço
ella se confunde
com
acongestão splenicá levada áum
certo grau deintensidade: assim iVcsse período o doente aceusa de ordinário
um
sentimento de peso ou oppressão e
quando
muitouma
dor tensiva,mormente
depois deuma
marcha
forçada ou deum
exercício violento.Em
seus períodos ulteriores, prescindindo das mui variadasmodifica-ções, que a acompanhão, tacs
como
os—
vómitos, omau
appetite, adiarrhéaou constipação.... (£, relativamente á digestão;
—
a dyspepsia,a tosse,a compressãopulmonar...á, qnanto áfuneção respiratória;-as
intlammações parciaes, ascongestões, compressões,de qualquer
ordem
que sejão &c.,... os
symptomas
mais notáveis são:A
anemia, que não merecemenção
spciial.A
ascile. Resultando oaugmento
da glândula splcnica quasisempre
das febres intermittentes,muitosteem queridoligai -a á alteração
dosangu3
proveniente da acçãotoxica doprincipio miasmatico.
Com
quantoseja valioso—
oss;; parecerMonneret
&
Flcury seexprimem
d'cste modo.... «nous admellons seulementcomme
possible la produclion d'une ascile etde loedèmcpar
la compression
quune
rate(Fm
grand volume peul exercer sur laveineporte, clta veineave infericure. Ç)* Valleix a confirma citando o facto
de
um
individuo de 14 annos de edade, o qual cahira deuma
alturadetresandares, resultando-lhe
uma
violentacontusão do hypocondrioesquerdo. Seis mezesdepois o baço se achavaassaz desenvolvido, ca
ascileconsiderável não poudeser attribuida ácomplicação alguma.
Pa-ra elle a idéa dairritação peritoneal,
dando
em
resultadoum
derra-men
activo c supposição que não pode sercomprovada
n'esse caso:preferiu consideral-o
como
eíTeito da compressão da veia porta.»
Á
coincidência, porem, da suíTusão sorosacom
aanemia
conslituepara Cruveilhier
um
signal de grande importância; pois, diz elle,cra-rissimo ver-sea chlorose
acompanhada
deinfiltração. (")À
hematemesetambém
tem
sido consideradaum
de seus maiscon-stantes symptomas. Está fora de duvida, dizF. Hoflfmann, que
el-la
provem
dos vasos curtos: outros consideravão-na produzida pelaC) obracil. p.3H.
95
obstrucção dos
mesmos
vasos;mas
hoje está provado que ella se dápor simples exalaçãoda
mucosa
estomacal.Ou
seja elladevida áuma
alteração do sangue
como
pretendem Monneret&
Fleuryou aoemba-raço dacirculação do estômago, no parecerdeGrisolle, o certo é que
constitue
um
symptoma
gravíssimo da hypcrtrophia splenica.Quanto
ás hemorrhoidas, ás epistaxis, as ulceras nas pernas (fec,&c., descriptas pelos antigos
como
frequentíssimas nas hypertrophiaslienaes,julgamol as effeitos por demais remotos e mediatos para que
possamos incluil-os nos
symptomas
mais oumenos
constantes d'esta aífecção.SECÇÃO
AGCESSORIÂ.
lia signacs certos de prenhez?
Em
que casos e com qne fundamentos pude o medico legisla assegurar que a mulher não está gravida?PROPOSIÇÕES.
i.
A
medicinalegal não concededireitos ao medico-legista paraaffir-mar
uma
prenhez antes do 3.° mez.ir.
Fazel-o serámentir ásua consciência; baseando-se
em
signaes pordemaisesquivosefalliveispara prestarem-se á
uma
decisãomedico-Iegal, d'onde deriva muitavez a deshonra para
uma
família inteira.III.
Contando
até esta epochacom
probabilidades de poucovalor, sóoútero e o feto
podem
d'ahiem
diante fornecer dados positivos parauma
asserção valiosa esegura. IV.É
assim que elle deve affirmar,sem
temor de erro, estar pejadauma
mulher, toda vez que forem evidentes os batimentos cardíacosdo
feto.V.
A
facilidadedeconfundir- se aprenhezcom
outros estadosmórbidos,»*
VI.Na
auzencia d'eslc signal essencial clle approximar-se-ha tantomais da verdade, quanto maior for a
somma
dos signaes sensíveis eracionaes verificáveis.
VII.
Embora
merecão pouco valor ossignaes (de qualquerordem
que
sejão) considerados de per si, não
devemos
ligar-lhesegualimportân-cia
quando
encararmol-os entre si.VIII.
Importa e muito ao medico legista, alem de seus valores relativos e
absolutos, consideral-os na mulher primipara ena multipara.
IX.
É
assim que as modificações sobrevindas ásmamas
deuma
primi-para, pelo facto da gestação, teem
summo
valor para elle;em
quantodecahem
muito de sua importância na mulher na condição oppostasuprà-mencionada.
X.
Portanto, a facilidade do diagnostico de
uma
prenhez édirecta-mente
proporcional á sua marcha.XI.
D'ahi resulta a difficuldade
em
que se acha para reconhecel-aem
seucomeço: n'essaepochatanto é difficil affirmal-a
como
negal-a.XII.
Releva ao medico-legista proceder á maisde
um
exame
pararcvali-daro seujuizo,
quando
haja acertado ourectifical-o no casode engano.XIII.
Em
conclusão:—
os batimentos do coração fetal são o único signalcerto de prenhez:
—
a não existência designaes essenciaes eSECÇÃO
MEDICA.
Acção physiologica c therapcutica do tártaro emético.
PROPOSIÇÕES.
I.
A
acçãodo tártaro emético é variáveldeum
á outro individuo; nomesmo
individuoem
diversos estados; nomesmo
estadocm
differen-tesdoses e na
mesma
dose,segundo o seumodo
de emprego.II.
E' assimque asua acção physiologica differe essencialmente da
the-rapeutica; manifestando
em
cadauma
d'ellasphenomenos
differentes,conforme é ministrado externa ou internamente. III.
Applicado
em
um
vehiculo conveniente sobre a pelle produzuma
vesicação especial; a
menos
que circumstancias physiologicas oumór-bidas individuaes tornem
immune
a região influenciada directamentepor este agente therapeutico.
IV.
Todavia, o
numero
dos casos deimmunidade
diminue considera-velmente; visto nãoser raraa manifestação dasvesico-pustulas naáreaque circumdaa região refractária.
V.
A
sua acção tópicanem
sempreévesicanle:apenas irritanteem
sua expressão mais simples, ella pode attingir a escaroticidade, levada áum
grau extremo.30
VI.
Á
essas propriedades, deve otártaro stibiado o seuemprego
como
derivativo
—
tãovantajosamente modificado e aconselhado porDebour-ge
em
certas nevralgias applicado loco dolenti.VIL
A
absorpçãodo emético,quando
applicado sobre o tegumentoex-terno, sustentada por Guérin, éinadmissível; atlenta a não existência
d'esse corpo nas urinas dos indivíduos submettidos á sua acção.
VIII.
Ingerido, no entretanto, o emético excita ligeiramente os folliculos
do tubodigestivo; sié dado
em
doses mínimas.IX.
Empregado
nadose deum
quinto de grão á três grãosquando
mui-to, é
um
dosmais enérgicos vomitivosdaMatéria Medica.X.
Quando
este medicamento é ministradoem
doses consideráveis,el-leretarda a circulação e
modera
osmovimentos
respiratórios deum
modo
notável.XI.
Os
seuseffeitos estão na razão inversadaquantidade dos alimentos. XII.Embora
sejãoosseuseffeitosdirectamente proporcionaes aorigordadieta, medicamentos e substancias ha, que
augmentão
as suaspropri-edades emeto-catharticas.
XIII.
Somente
tantas e tão variadas acções dão arazão dobom
êxitodo
emético
em
tantas e tão variadas affecções.XIV.
Só tanta variedade de acção explica o fanatismo de practicos. alias
eminentes, os quaes teem reputadoo emético
uma
panacea contramo-léstias diversíssimas, vistas átravczdo prismade hypotheses
mal
SECÇÃO
CIRÚRGICA.
Fistulas vcsico-vagiuaes.
PROPOSIÇÕES.
i.Fistula vesico-vaginal é
uma
solução de continuidade, 'anormal,comprehendendo
osepto vesico-vaginalem
toda asua espessura.II.
Relevaao operador estudal-a
em
simesma;
sem
com
tudodespre-sal-a
em
suas relaçõescom
o individuo ecom
as causas que possãoter influído
no
seuapparecimentoe marcha.III.
Sód'esse
modo
elle poderáchegar á escolha deum
meio racional e útildetratamento,combatendo
um
vicio geral,quando
exista;ou
re-correndo, ás operações
manuaes
ou ás prescripções medicasno
caso inverso.
VI.
Em
muitoscasos,no
entretanto, fistulas ha, quetendem
átermi-naçãoespontânea:isto se dá especialmente, quandoás boascondições
locaesde cicatrisação se
reúnem
uma
diminuta largura eum
trajectoconsiderável.
V.
Todavia, ájulgarmos pelo testemunhodospraclicos, algumavez
ob-tém
o operador a cura radicaldealguma
d'ellas, forad'essascondições,empregando
osprocessosdirectos doDesault,Le\vzinski, Malagodi á.. &., apropriadosás circunstancias.S9
VI.
Não
é raro, porem, effeiluar a natureza, oque não pode conseguirocirurgião.
VII.
D'entreos processosdirectos épara« a autoplastiavesico-vaginal ^por
locomoção) de Jobert» queelledeve appellarnos casos mais difficeis.
VIII.
Quanto ao
methodo
indirecto deVidal, repellimol-ocomo
inútil eexcessivamente bárbaro; privando amulher dasublime prcrogativa da
sexualidade.
IX.
A
mudança
de forma dos órgãos, primitivamente banhados pelaurina, cujocursose modifica, oppõesérios ereaes obstáculos á
cicatri-sacão dasfistulas de longa data.
X.
A
communicação
constante de líquidos diversos,em
contactocom
órgãostão distinctos e importantesem
seus usos, feita pelaaber-tura accidental, dãjs(arazão dos insupportaveis
incommodos,
que tantomartyrisão a doente.
XI.
Da
sede das fistulas, e muitas vezes dos seussymptomas
—
éque
deduzquasi sempreopractico a classe áque pertencem, eo seuvalor
prognostico.
XII.
Sendo
improfícuos ámulher osrecursos da arte e da natureza,res-ta-lhe dissimulare occultaros seus soffrimentos ás vistas da
OTIPMMTO
JMMSIl
«*
I.
Yita brevis, ars longa, occasio proeceps, experientia fallax,
jucli-ciunidiffieile.
II.
Hydropicis tussissuperveniens,
malum.
III.
Hydropicis ulcera in corpore orta
non
facilèsanantur,IV.
Qui lienosi á dyssenteria corripiuntur, his longa superveniente
dyssenteriâ, hydrops supervenit aut intestinorum líevitas et pereunt.
V.
In purgationibus talia è corpore sunt ducenda, qualia etiam sponte prodeuntiautiliasunt: contraria autem
modo
prodeuntia, sistenda.VI.
Qua; medicamenta
non
sanant, ea ferrum sanat. Qua? ferrumnon
sanat, ea ignis sanat. Qua3 vero ignis
non
sanat, ea insanabiliaexis-ti
marc
oportet.UAII1A