• Nenhum resultado encontrado

O Bacharel Em Ciências Contábeis: Sua Formação Acadêmica Frente Às Exigências Da LDB

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O Bacharel Em Ciências Contábeis: Sua Formação Acadêmica Frente Às Exigências Da LDB"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

O Bacharel Em Ciências Contábeis: Sua Formação Acadêmica Frente Às Exigências Da LDB

Jorge Expedito de Gusmão Lopes Marcleide Mara Macêdo Pederneiras Felipe Dantas Cassimiro da Silva Caio Eduardo Silva Mulatinho Márcia Reis Machado

RESUMO

Focando a problemática da adequação do processo de formação dos bacharéis em Ciências Contábeis as Normas Legais, o presente trabalho pretende identificar a tipologia evolutiva desses profissionais, através de um breve histórico sobre o ensino superior da Contabilidade no Brasil, analisando as diferentes concepções das Ciências Sociais, encontrando a situação atual dos docentes no país. Aponta as principais causas do difícil desempenho dos educadores do curso em tela na sala de aula, mostrando a necessidade de uma melhor infra-estrutura e de uma reestruturação da grade curricular, através de projetos pedagógicos homogêneos e balanceados, propondo a opcionalidade de disciplinas voltadas especificamente para a relevante participação da educação na formação de professores de Ciências Contábeis, oportunizando aos bacharelandos condições de refletir sobre a importância do ensino e da pesquisa, para promover um caráter de continuidade no aprendizado. O objetivo do trabalho é a qualificação do educador, levando-o a aumentar seu espectro face às exigências legais e as problemáticas encontradas no mercado, justificando-se, pois há um rápido crescimento do número de universidades com cursos de Contabilidade no Brasil, o que requer maior quantidade de docentes qualificados em um tempo pequeno. Constatou-se que a graduação não qualifica adequadamente para a docência no curso de Ciências Contábeis, como também a pós-graduação, pois não possui subsídios necessários para a preparação de técnicos profissionais voltados para a academia, o que requer atenção por parte das autoridades e dos envolvidos no processo de educar em Contabilidade, tendo o trabalho em questão sua participação como um alerta para tal problemática.

INTRODUÇÃO

Desejando identificar as relações mecanicistas e orgânicas, oriundas das atividades desenvolvidas nos procedimentos de formação e qualificação dos bacharéis de Ciências Contábeis, face à lei 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, investigar-se-á o embasamento dos critérios de análise curricular, as deficiências apresentadas pela ausência das

(2)

disciplinas didático-pedagógicas e metodológicas, não contidas no processo ensino-aprendizagem da formação dos bacharéis da área em tela.

A identificação da tipologia evolutiva dos bacharéis no proceder da sua grade curricular, até este momento não demonstra com clareza uma evidente preocupação de um compromisso de responsabilidade sócio-política-educacional, pertinente a cursos cujos objetos estão diretamente relacionados a princípios básicos como visibilidade, sensibilidade e comportamento, valores estes, exponenciais para que os seres humanos compreendam a necessidade da flexibilização e da optatividade impostas pelas mudanças ocorridas na última década do século XX e nos primeiros anos do século XXI.

A academia, centro de todas as discussões e práticas laboratoriais do pensamento científico sofre também processos endogênicos de salva guarda de manutenção, evidenciando absurdos ao apresentar distorções e lógicas para os nossos dias.

Para efeito de aprofundamento neste trabalho o foco estará concentrado no curso de Ciências Contábeis, que em virtude dos últimos acontecimentos que globalizaram a desconfiança e a descrença no setor contábil e sua relação com o sócio-ambiental, pois a postura como dizem autores de renome como Lopes de Sá, Marion e Guerra Leone, não pode manter um escopo de distância entre o foco técnico-científico do todo eminentemente social.

O presente trabalho estará configurando a clara função sócio-educacional do bacharelando no contexto brasileiro, constatando a não existência de um número suficiente de disciplinas que possam oportunizar uma capacitação adequada ao concernente.

Assim, nesta apresentação introdutória, fica clara a intenção da busca de um currículo de formação profissional técnico-científico, com opção para aprofundamentos didáticos-metodológicos-pedagógicos que visem à docência no ensino superior.

HISTÓRICO, FUNDAMENTAÇÃO E EVOLUÇÃO

A atual concepção de um sistema universitário possui raízes relativamente antigas.

No caso brasileiro, o histórico do ensino da contabilidade fundamenta-se na evolução do ensino comercial, desde a época do império, através da figura do “guarda-livros”, profissional definido pelo Código Comercial de 1850, que era o responsável pelos registros das transações ocorridas nos estabelecimentos comerciais.

É claro que o estudo histórico de uma instituição de ensino não pode ser vista separadamente do contexto global da sociedade e das conjunturas políticas existentes.

Evidencia-se que todo o processo de evolução do ensino da contabilidade fornece, mutuamente aos seus respectivos regulamentos, uma determinada crise teórica educacional, a falta de autonomia relativa - utilizada pela política partidária para a tender aos interesses de manutenção no poder, na medida em que permeia a prática educativa com suas respectivas ideologias.

(3)

Uma gama de decretos viabilizaram todo o processo de surgimento, evolução e concretização da Ciência Contábil, proliferando-se escolas técnicas e cursos superiores com currículos determinando disciplinas ou atividades dispostas pelas diferentes séries ou semestres e creditação. Embora a definição deste currículo esteja atada a uma estrutura formal, implicitamente pode-se perceber o conteudismo explícito.

Em uma visão sistêmica do currículo, pode-se adotar um enfoque cíclico, em contínuo movimento de reajuste e modificação, levando o problema do Currículo à idéia de escola e daquilo que se acredita que ela deva fazer e executar. Isto é, o papel que deva assumir perante o educando e a sociedade ou cultura.

Ao longo de um programa de ação evolutiva educacional, evidências sobre tais modificações curriculares devem-se reunir num contínuo esforço de corrigir, a tempo, as dificuldades que possam bloquear a plena expansão educacional no sentido mais profundo e mais elevado.

O mundo está sempre em constantes modificações e desta forma influencia a evolução das Ciências Contábeis, que foi bastante lenta se comparada às demais, tendo em vista abstrações e materialidade de objetos. A elaboração de procedimentos lógicos formais, ou seja, sem nenhum envolvimento pessoal com o objeto, evidencia as ciências naturais e exatas.

É constante a inclinação a empirismo na Ciência Contábil e à busca comprobatória para provar tendências e verdades estruturais de fatos. A postura empirista denominada positivismo teve em Condorcet, Comte e Durkheim expoentes que consagravam ser a ciência objetiva e verdadeira sem a interferência de uma ação humana.

Em seu livro intitulado Introdução à Metodologia das Ciências diz o autor:

“a posição neutra crê que a simples descrição dos fatos contém sua explicação, não percebendo que a descrição já implica uma montagem e que toda explicação é sempre uma interpretação, envolvendo compromisso com algum quadro teórico de referência. Não existe dado que se imponha mas, apenas dado que se interpreta. ( DEMO, 1990, p.101)”.

As concepções supracitadas incidem nas Ciências Sociais e neste contexto o foco do trabalho em tela ilumina as Ciências Contábeis e seus bacharéis. Mas precisamente os bacharelandos em sua formação e qualificação.

A formação do profissional contábil nasceu de uma necessidade humana, lógica, cristalina e evidente, logo deve plenamente atender e se empenhar no desempenho do processo técnico-social que é e deve ser imbricado em sua essência.

A realidade contábil extrapola resultados numéricos e exige uma visão crítica e compromissada com todas as partes envolvidas nos efeitos de seus resultados.

(4)

O bacharel em Ciências Contábeis tem como objeto profissional o patrimônio, que é um conjunto de bens variáveis e não pré-determinados, muito embora valorados na concreticidade da sua existência.

O fato de um acadêmico, ou seja, um bacharelando em Contabilidade adquirir conhecimentos, habilidades e preparo técnico-profissional, não pode inibir-se do desenvolvimento de convicções e análises críticas, morais, sociais, políticas e de cidadania, levando em consideração o fato da educação estar relacionada a vários âmbitos da realidade humana, possibilitando que várias outras áreas também contemplem o fenômeno educacional.

É necessário ultrapassar os limites do racional, encontrar as relações entre as partes e o todo, o sensorial e o racional, o concreto e o abstrato, o individual e o social.

O profissional de Contabilidade, como facilitador de conhecimento na sua respectiva área, assume a postura e responsabilidade de educador diante dos usuários da informação contábil, percebendo o status que a educação possui em relação à área citada.

Dessa forma estes profissionais necessitam muito mais do que um conhecimento técnico-científico, precisam de uma formação crítica, com comprometimento político, relacionando as informações produzidas com o contexto sócio-econômico e cultural, com a capacidade de produzir conhecimento, não apenas de repassar.

A FORMAÇÃO DO BACHAREL

Permeando todo o trabalho, dada às condições do desenvolvimento histórico e cultural do País, a docência, enquanto atividade tradicional, coloca no centro da vivência professor-aluno, despontando como mediadores dessa relação e/ou veículos para instigar discussões, reflexões ou nova prática no contexto da universidade, especificamente no curso de Ciências Contábeis.

Entretanto, o nível de qualidade na formação dos bacharéis em Ciências Contábeis atingido é, no máximo, de excelente reprodução da técnica. Necessita-se elevar o preparo no que diz respeito ao docente, transformando-o em um educador. Educador é um agente de mudanças, transformador de comportamento que possibilita o desenvolvimento amplo das potencialidades intelectuais, afetivas e morais de cada indivíduo, nos espaços pedagógicos.

Focando a situação do docente no Brasil que é bastante contraditória, convivem, lado a lado, as preparações “carentes” do professor do curso de Ciências Contábeis. Talvez se tenha que atribuir a culpa ao processo de descompromisso político a que foi submetido, nos últimos tempos o ensino superior no País, contudo, não se pode admitir que esse fato seja desculpa para justificar a acomodação de muitos.

Segundo Nossa (1999, p.2) “ A questão da formação do professor de Contabilidade no Brasil é delicada”. O autor diz que professores da dita área ingressam na docência sem condições didáticas-pedagógicas-metodológicas concernentes e necessárias para desenvolver tal atividade, sendo muitas vezes para a maioria das universidades e dos docentes, o conteúdo a relevância especial: em geral, é o conteúdo da disciplina que define o plano, o exercício, a avaliação, a escolha dos professores e sua contratação, a importância e a atualidade da mesma disciplina. Em

(5)

síntese, uma disciplina vale pelo conteúdo que aborda, aprofunda, discute. Professores para ministrá-la são selecionados e contratados pelo domínio teórico e experiência que possuem sobre seu conteúdo, e é comumente aceita a crença de que “quem sabe o conteúdo daquela disciplina sabe transmiti-lo e sabe ensinar”, também Nossa (1999, p.2) afirma que “Isto fez com que muitos desses docentes não apresentassem um desempenho adequado em sala de aula”.

Sem dúvida o docente do curso de Ciências Contábeis precisa de uma diretriz para reconhecer e dominar educacionalmente as situações e suas exigências, de tal forma a moldar o profissional docente mais participativo, levando os discentes à formação de pesquisadores para em um futuro bem próximo alcançar níveis de qualidade dentro das Instituições de Ensino Superior.

De acordo com Nossa (1999, p.4), as principais causas para o difícil desempenho dos docentes nos cursos de Ciências Contábeis são:

“- a expansão extraordinária do número de cursos de Ciências Contábeis;

-círculo vicioso existente no ensino (falta de compromisso entre escola, professor e aluno) e o descaso com a educação;

-falta de investimento por parte das instituições; falta de pesquisa na área contábil e de conhecimento em cultura geral;

-maior atratividade por parte do mercado profissional contábil e falta de incentivo à carreira acadêmica;

-falta de reflexão do conteúdo ministrado na sala de aula principalmente pelos professores ligados ao mercado profissional; -falta de critérios adequados para a contratação de professores pelas instituições etc.”.

Schwartzman, (1989/1993) apud Sampaio, Helena (2000, p.218), ao analisar o desenvolvimento do sistema de ensino superior no Brasil, chama a atenção para as características do crescimento do setor privado, o carro-chefe da expansão. Destaca-se, entre essas características, a concentração da oferta de cursos nas áreas de Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas.

Dados mais recentes mostram sobre os cursos oferecidos pelos estabelecimentos privados que, as áreas de Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas continuam liderando mercado de ensino superior.

A mudança no mercado de trabalho é inevitável e os futuros profissionais precisam começar a se adequar a essa nova realidade, é preciso que o docente tome consciência das necessidades futuras do processo educacional, onde formadores devem ter grande contribuição para melhor preparar o futuro doutrinário e metodológico do ensino.

(6)

É inegável a assertiva de que a excelência de uma instituição de ensino é a qualidade de seu corpo docente e para garantir tal excelência, há que ser proporcionada aos profissionais docentes a indispensável segurança de uma carreira acadêmica, com constantes aperfeiçoamentos, onde professores dêem relativa importância ao ensino e a pesquisa.

Para Iudícibus 1 “as condições iniciais para alcançar os objetivos desejados se inicia com a vontade política da instituição”.

Neste sentido, encontra-se, Vieira Pinto (1969:4), uma valorização da ciência dentro do que ela pode nos oferecer.

“Para que o país que precisa liberta-se política, econômica e culturalmente das peias do atraso e da servidão, a apropriação da ciência, a possibilidade de fazê-la não apenas por si, mas para si, é condição vital para a superação da etapa da cultura reflexa, vegetativa, emprestada, imitativa (...)”.

Profundas mudanças no campo da educação vêm se vivenciando no Brasil nos últimos anos, ganhando significado especial a partir da implantação dos projetos educacionais. Um novo Currículo Mínimo para os cursos de Graduação em Ciências Contábeis já está implantado em todas as IES (Instituições de Ensino Superior).

E quanto à metodologia do ensino? Será que há a qualificação necessária para a formação dos bacharéis conscientes da grandeza da tarefa que lhes foi confiada?

Laffin (2001, p.25) destaca que, o Currículo de formação dos bacharéis em Ciências Contábeis, apesar de contemplar outras áreas do conhecimento é eminentemente técnico e não abriga uma preocupação de formação ampla, preocupando-se mais com a técnica de registro e controle isolados.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), ora em vigor, busca promover a formação do aluno num caráter de continuidade. O risco da perpetuação das rupturas está, portanto, na falta de percepção que é preciso formar professores para o Ensino Superior, em nível e qualidade superior, significando, assim, oportunizar aos bacharelandos a colocá-los em condições de cursos específicos, articulados entre si, com projetos de disciplinas optativas que venham trazer benefícios aos que têm pretensão à carreira do magistério.

É óbvio que isto não significa separar a formação de professores dos cursos de bacharelados, e sim, viabilizar que se estabeleça uma interação na importância dada a cada qual, quanto ao cumprimento do papel da universidade, quanto à complexidade na formação de profissionais distintos. Há a necessidade de uma melhor compreensão em identificar pontos relevantes nas funções da universidade, para cada profissional, levando a universidade a ser produtora de conhecimentos e co-responsável pela busca de solução para questões sociais do País.

1

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Novos paradigmas do ensino da contabilidade na pós-graduação. UnB Contábil/ Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília/paralelo 15- Brasília: Departamento, 2000. Primeiro semestre 1999.

(7)

Se há o interesse político, é possível detectar as dificuldades de todos os envolvidos nesse processo de mudança para obter a transformação do que tem-se e chegar-se-á ao que é necessário ter-se. A dificuldade existe, tanto para as instituições que precisam reestruturar a formação do profissional docente, quanto para os órgãos normatizadores.

Por isso, é imprescindível o trabalho conjunto, contribuindo para a formação de toda uma definição das diretrizes curriculares para o ensino superior.

A regulamentação, a adaptação de estatutos e regimentos das instituições de ensino superior, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, que reordenam a organização do ensino superior, as competências do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), e dá outras providências como a avaliação dos cursos e instituições.

Em suma, todo o aparato legal, todos os esforços realizados na direção da articulação internos passam a ser uma imposição gerada pela necessidade de fazer convergir suas ações.

Todo esse esforço é voltado para suprir a formação insuficiente do docente, cujos resultados trazem conseqüências desastrosas ao processo ensino-aprendizagem.

Para entender o significado das alterações necessárias, cumpre reconhecer, antes de tudo, que há uma revolução em andamento, de efeitos sócios econômicos, alicerçados nas atividades humanas comportamentais e no estabelecimento de novas concepções na administração das instituições de ensino.

Deve-se pensar e repensar que, como educador, não se pode ficar no ostracismo, na mobilidade, na discussão perene e eterna do problema, mas criar mecanismos que tornem possível a conjugação de dois elementos importantes ao processo educacional: ensinar e aprender.

A atual conjuntura social, política e econômica no Brasil demonstram uma crise alarmante e preocupante, contudo, sabe-se que não é privilégio nosso, ela está ocorrendo em todo o planeta.

PROCEDER METODOLOGICO PEDAGÓGICO CURRICULAR

A idéia da responsabilidade deste artigo é a consolidação da necessidade de uma avaliação mais sistemática por parte das autoridades no Ensino Superior, dando este esforço individual e da equipe de construção uma alternativa mais direcionada à adequação de uma grade curricular mais concernente às metodologias voltadas para o ensino superior no curso de Ciências Contábeis, visto que os cursos de graduação em quase totalidade, seguem exigências mercantilistas –mercadológicas, somente em que a grade curricular oferece na graduação a Disciplina Metodologia Cientifica com 60 horas e 04 créditos, cujas finalidades especificas é oferecer ferramentas para a realização de uma monografia de conclusão de curso.

(8)

Na concepção de Luckesi2 (2000, p.27):

“a proposta da Disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico é política (não confundir com politiquice partidária), como é toda e qualquer proposta educativa, todo conteúdo transmitido em classe, toda postura assumida pelo homem. Não alimentamos a ingenuidade de crer ser a educação algo neutro. Ela é política. No nosso caso, isso significa o seguinte: queremos uma universidade e, conseqüentemente uma sociedade diversa daquela que está aí. Sociedade que se manifesta mais justa, e mais participativa com espaço mais amplo para o homem ser mais homem”.

A formação verticalizante não oferece, no sentido dos cursos de pós-graduação acadêmica, como mestrado e doutorado, formação didática -pedagógica óbvia, e sim apenas a disciplina Metodologia da Pesquisa com 45 horas, para aplicar no projeto de tese ou dissertação.

Seria prudente, que os responsáveis, adicionassem as disciplinas de formação pedagógica-didática-metodológica na área das disciplinas optativas, oportunizando desta forma aos discentes de Ciências Contábeis, uma opção de melhor qualificação, para uma das carreiras mais carentes em profissionais qualificados, se observados o artigo 52, parágrafo II da lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta citação faz-se necessária, tendo em vista o enorme número de cursos criados nos últimos 07 anos. Hoje se pode verificar a existência de mais de 755 cursos funcionando no território nacional segundo Ministério da Educação3 e que por exigência da lei em 2004, deverão ter em seus quadros docentes um terço pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado e doutorado.

Enquanto que a realidade é de em média apenas menos de 80 doutores, 500 mestres, aproximadamente em atividade em todo o País.

Deve-se realçar ainda que, a formação stricto sensu de pós-graduação não enfatiza qualquer aumento na qualificação didática-metodológica-pedagógica docente, tendo em visto, ficar acrescentado um máximo de 60 horas de Metodologia da Pesquisa no 4º e 5º graus.

CONCLUSÃO

Este trabalho aborda especificamente a grade curricular, demonstrando os aspectos relevantes, a situação atual, as necessidades do curso e uma postura de alteração. Contempla ainda, a competência e a educação continuada, discorrendo sobre a necessidade da implantação de um programa de disciplinas optativas, para a formação profissional do bacharel em Ciências

2 LUCKESI, Cipriano Carlos,[ et. al ] . Fazer universidade:uma proposta metodológica. – 11. ed. – São Paulo:

Cortez, 2000.

3 BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Curso da Educação

(9)

Contábeis. Demonstra ainda que urge adequar o ensino superior de Contabilidade à uma reformulação de projetos pedagógicos por partes das IES, adequando corpo docente, condições de infra-estrutura e uma grade curricular ordenada e crescente na formação dos futuros bacharéis em Ciências Contábeis.

Pode-se antever a problemática acadêmica para os próximos biênios caso a lei exija seu cumprimento, também obscuro está, a qualificação em seu desenvolvimento, já que as exigências legais impedem por falta de docentes com doutoramento na área, a criação de novos cursos de mestrado e doutorado.

Em conclusão, constata-se que a graduação não qualifica opcionalmente a docência na área das Ciências Sociais, com também a pós-graduação não oferece um quantitativo disciplinar que viesse, não só preparar técnicos profissionais de alto nível, como também fizesse a inserção de um formador de opinião social, que pudesse na essência explicitar a importância sócio-político da palavra e do sentido patrimônio, objeto da ciência de aprofundamento neste trabalho.

REFERÊNCIAS

ABREU, Maria Célia de. O professor universitário em aula: a prática e princípios teóricos. M. Célia de Abreu, Marcos T. Masetto. 4 ed. São Paulo: MG. Ed. Associados, 1985.

BRAGA, Hugo R. A responsabilidade do contador perante a sociedade. In: SEMANA DE CONTABILIDADE DO BANCO CENTRAL, 7 , 1998, Rio de Janeiro. Anais... Brasília: Banco Central do Brasil, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Censo da Educação Superior. Disponível na internet: : http://www.mec.gov.br

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível na internet: http://www.mec.gov.br.

______. Relatórios Estatísticos do Censo da Educação Superior. Disponível na internet: http://www.inep.gov.br.

_____. Metodologia para o ensino contábil: o uso de artigos técnicos. Disponível na internet: http://www.faculnet.com.br.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia das ciências. São Paulo: Atlas, 1990

DIAS, Fernando Correia. Construção do sistema universitário no Brasil; memória histórica do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, CRUB, 1989.

FAVARIN, Antônio M. Didática aplicada ao ensino de contabilidade em nível de 3º grau. 1994. Dissertação ( Mestrado em Ciências Contábeis e Atuarias)- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

(10)

FRANCO, Hilário. Aprimoramento técnico e cultural de professores e valorização profissional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 14, 1992, Salvador. Anais... Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 1992.

GARCIA, Walter E. Perspectivas em conflito na formação de professores. Revista de Administração Educacional da UFPE, Recife, v.1,n.7, p. 127-134, jan. /jul., 2001.

IUDíCIBUS, Sérgio de. Novos paradigmas do ensino da contabilidade na pós-graduação. UnB Contábil/Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília/ Paralelo 15 – Brasília: Departamento, 2000. primeiro semestre, 1999.

JOYCE, B.R.. A problem of categories: Classifying approaches to teaching. Journal of education, 1978. 160(3), p.67-95.

LAFFIN, Marcos. O professor de contabilidade no contexto de novas exigências. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, nº 127, 2001.

LUCKESI, Cipriano Carlos, et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. – 11. ed. – São Paulo: Cortez, 2000.

MARION, José Carlos. O Ensino da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1996.

_____. Introdução à teoria da contabilidade para o nível de graduação. São Paulo: Atlas, 1999.

____. Metodologia do ensino de contabilidade. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, nº 44, jan./mar., 1983.

____. Discussão sobre metodologia de ensino aplicável à contabilidade. Revista do Conselho de Contabilidade de São Paulo, São Paulo, nº 08, 1999

MIRANDA, J.L.C. de GUSMÃO, H.R. . Como escrever um artigo científico. Niterói. R.J.: EDUFF, 1997.27p.

NOSSA, Valcemiro. A necessidade de professores qualificados e atualizados para o ensino da contabilidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS, 6, 1999, São Paulo. Anais... São Paulo, 1999.

SERRA NEGRA, Carlos Alberto. Metodologia para o ensino Contábil: O uso de artigos técnicos. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: nº 117, Maio/Junho de p. 71-75.

_____. Metodologia para o ensino contábil: O uso de artigos técnicos. Revista de Contabilidade do CRCRS. Porto Alegre: Maio 1999, p.43-48.

____. Metodologia para o ensino contábil. O uso de artigos técnicos. Contabilidade Vista & Revista. Belo Horizonte : v. 10, n.1, mar.1999, p.13-17.

Referências

Documentos relacionados

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Ao longo deste trabalho, analisamos como os profissionais da Escola Estadual Normandia, localizada na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, promovem seus processos

De fato, na escola estudada, o projeto foi desenvolvido nos moldes da presença policial na escola quando necessária e palestras para os alunos durante o bimestre,

O Fórum de Integração Estadual: Repensando o Ensino Médio se efetiva como ação inovadora para o debate entre os atores internos e externos da escola quanto às

O objetivo principal desta ação será tornar o material pedagógico utilizado e as dinâmicas mais próximas às deficiências de aprendizado apresentadas pelos alunos,

A opinião dos alunos que frequentam o PA sobre a implementação do Programa de Correção de Fluxo Escolar é de extrema importância, visto serem eles os protagonistas

Para solucionar ou pelo menos minimizar a falta ou infrequência dos alunos dos anos finais inscritos no PME, essa proposta de intervenção pedagógica para o desenvolvimento

Preenchimento, por parte dos professores, do quadro com os índices de aproveitamento (conforme disponibilizado a seguir). Tabulação dos dados obtidos a partir do