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claudia andrea pereira oyarce

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Perfil dos egressos do curso de Tecnologia em Gestão de Turismo

do IFSP e sua inserção no mercado de trabalho

The graduate student profile in the Technology in Management of Tourism course of IFSP and its insertion in the work market

Claudia Andrea Pereira Oyarce claudia.oyarce@yahoo.com.br Orientador: Brenno Vitorino Costa

RESUMO: Conhecer o perfil dos egressos do curso de turismo e suas experiências no mercado de trabalho é importante para aprimorar o ensino ministrado no IFSP. O presente trabalho objetiva conhecer os egressos do curso de Turismo da Instituição referida, suas avaliações sobre a Instituição, experiências no mercado de trabalho do setor e suas sugestões de melhoria para o curso. A pesquisa aborda apenas os graduados pela grade de cinco semestres, utilizando-se da técnica de questionário. A partir da pesquisa empírica realizada, observou-se que curso realizado, apesar de algumas falhas, de um modo geral, atendeu as expectativas dos entrevistados, o que justifica sua atuação no mercado turístico.

Palavras-chave: Mercado de trabalho; perfil de egressos; IFSP; Tecnologia em Gestão de Turismo; São Paulo; Brasil.

ABSTRACT: Knowing the graduate students profile of the tourism course and their work experiences is important to improve the education offered in IFSP. This research aims to know the graduate students of the Institution referred before, their evaluation about the institution, work experiences in tourism and their suggestions to improve the course. The research included only students graduated in a course of five semesters, using the questionnaire technique. From the empirical research, it was observed that the offered course, though it had some flaws, reached the expectations of the interviewee, fact that justifies their performance in the tourist market.

Keywords: Work market; graduate students profile; IFSP; Technology in Management of Tourism; Sao Paulo; Brazil.

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1. Introdução

O turismo como atividade econômica tem favorecido o crescimento e desenvolvimento de muitos países, inclusive o Brasil, e tem sido fundamental para a geração de riquezas. De acordo com Goeldner et al (2002, p. 275), “o turismo é uma força econômica poderosa que proporciona empregos, divisas, renda e receita de impostos. É a válvula de escape para momentos de crise”. Este conceito também é ressaltado pela OMT (2001, p.202), quando afirma que “o turismo representa a oportunidade de obter, de maneira rápida, as divisas necessárias que equilibram a balança nacional de pagamentos”.

A atividade turística é uma das maiores fontes geradoras de empregos diretos e indiretos no mundo. Estima-se que até o final 2010, o setor deve gerar 328 milhões de empregos e atingir uma atividade econômica de US$ 8 trilhões (GOELDNER et al, 2002, p.19).

O turismo é importantíssimo para o progresso de uma determinada localidade, mas se não houver desenvolvimento nos demais setores que o alimenta, não se mantém por si só de forma sustentável e lucrativa. Esta idéia é reforçada por Ascher (apud CAZES, 2001, p.80) que afirma que “não é o turismo que permite o desenvolvimento, mas é o desenvolvimento geral de um país que torna o turismo rentável”.

Sendo assim, para que o turismo se mantenha sustentável, agregando valor aos seus produtos e serviços, e para que esta atividade se fortaleça e permaneça em constante evolução, é necessário que os demais setores se desenvolvam conjuntamente.

É razoável afirmar que uma das formas mais eficazes para que a atividade turística se mantenha sustentável é ter suas bases firmadas na educação. A educação é indispensável para a prosperidade do setor, uma vez que este vivencia mudanças tão velozes em seus segmentos.

O conhecimento em turismo é trabalhado há cerca de 40 anos no Brasil e, como consequência, a produção científica ainda não é suficiente para uma compreensão completa da atividade no país.

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2 É preciso conhecer a fundo este fenômeno para que seu avanço seja constante através de um planejamento efetivo, de estudos que possam nortear o setor em momentos de crises, de profissionais que atuem de acordo com a necessidade do mercado, de políticas públicas que atendam a comunidade onde o turismo se inseriu, a fim de que suas diretrizes orientem seu avanço rumo ao desenvolvimento pleno.

2. Educação profissional no Brasil

2.1. Breve histórico

No Brasil, a preocupação com a educação voltada ao mundo do trabalho, entre os anos de 1940 a 1970, ficou bastante evidente com a criação do Sistema Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em 1946, e com o projeto de reforma da educação em 1947, que resultou na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A LDB foi fundamental para o ensino profissional, pois estabeleceu equivalência plena entre os cursos de mesmo nível, equiparando o ensino profissional em relação à ascensão ao ensino superior, ao ensino acadêmico (MATIAS, 2005, p.205-206).

Basicamente, a formação profissional que se tinha entre as décadas de 1950 e 1970 era limitada ao treinamento para a indústria e a produção em série. Mas com o aumento dos setores industrial, de comércio e de serviços, a necessidade de mão-de-obra qualificada para o trabalho, em níveis superiores de formação, era cada vez maior.

No final da década de 1960, devido ao sistema político vigente neste período, que buscava o crescimento e desenvolvimento acelerado do país e pela precisão imediata de trabalhadores qualificados, começou-se a pensar em curso profissional de nível superior, cuja formação aconteceria em um tempo menor do que um curso superior convencional.

A primeira vez em que se falou de curso profissional de nível superior no país foi em 1968, com a Lei Federal n° 5540/68, que propunha a instalação e o funcionamento de cursos profissionais superiores de curta duração. Em 1970, foi estabelecido que estes cursos deveriam ter a duração necessária e que era imprópria a denominação

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3 de “curta duração”. Em 1973, o Parecer CFE n° 1.060/73 registra que tais cursos deveriam ser chamados de “cursos superiores de tecnologia” e os neles diplomados seriam chamados “tecnólogos” (MATIAS, 2005, p.208).

As escolas técnicas federais ofereceram os primeiros cursos de tecnologia, que foram implantados para proporcionar habilitações intermediárias de grau superior na área de engenharia. O tecnólogo viria preencher a lacuna existente entre o engenheiro e a mão-de-obra especializada, de acordo com Matias (2005, p.208). Esta proposta se estendeu a outras áreas do conhecimento, inclusive na área de turismo, como será apresentado mais adiante.

2.2. Educação superior em turismo e popularização da atividade no Brasil A educação em turismo começou a ser realidade no Brasil em 1971, com a criação da Faculdade de Turismo do Morumbi, em São Paulo, pioneira no ensino superior de turismo no Brasil (TRIGO, 2002, p.223). Dois anos mais tarde, o bacharelado em Turismo foi implantado na Universidade de São Paulo, que foi a pioneira no âmbito universitário. Outras mais surgiram posteriormente, aumentando assim o quadro de instituições que passaram a ofertar cursos nesta área. Nas décadas seguintes, a procura pelo curso de turismo aumentou significativamente, na medida em que este setor crescia e se destacava.

Efetivamente, o crescimento do turismo no Brasil, não apenas na prática desta atividade, mas também na educação para o setor, explicam o aumento progressivo da procura pelos cursos de turismo no país.

Pode-se dizer, ainda, que dois outros fatores são bastante relevantes para explicar o crescimento da educação neste setor: o incentivo do governo de expandir o ensino para todas as camadas sociais e o baixo custo de abertura dos cursos de turismo. O incentivo governamental para a democratização do ensino superior começou quando se percebeu a deficiência de vagas no ensino superior público. Com um número de vagas insuficiente para suprir toda a demanda, a solução foi investir em instituições privadas, que cederiam algumas de suas vagas para bolsistas, a fim de que a inserção destes candidatos em uma instituição de nível superior fosse facilitada, e para que as camadas sociais mais baixas também tivessem acesso ao ensino superior. Um exemplo desta ação do Governo, atualmente em vigor, é projeto

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4 PROUNI (Programa Universidade para Todos), que tem por objetivo exatamente a expansão do ensino superior para todos os concluintes do ensino médio que não têm condição financeira de custear sua graduação. Esta e outras medidas têm sido a causa do grande aumento do número de instituições privadas e cursos de nível superior, incluindo os de turismo.

De acordo com Barretto (2004, p. 28), a aplicação dos recursos públicos nas instituições privadas permite a proliferação de cursos privados de baixo custo e alta lucratividade, entre os quais, os de turismo.

O baixo custo se deve aos poucos recursos necessários para sua realização. “Quanto menor o custo do curso, quanto menos laboratórios precisar, maior será a lucratividade. Não é por acaso que se abrem inúmeros cursos de administração e áreas afins, que ainda hoje têm a lousa e o giz como principais ferramentas pedagógicas” (BARRETO, 2004, p.57).

A tendência para os próximos anos é que a procura pelos cursos superiores em turismo aumente, devido aos grandes eventos que o Brasil sediará, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.

Alguns setores da economia já começaram a se preparar para realização destes eventos, dentre os quais: a engenharia civil, arquitetura e o de transportes. O setor turístico também precisará preparar seus profissionais, uma vez que este setor é, basicamente, um setor de serviços, e a demanda por profissionais qualificados será crescente. É o que afirmam Cooper e Shepard (apud TEIXEIRA, 2003, p.2) quando diz que “o turismo é uma indústria baseada em pessoas e na qual o toque pessoal é o mais importante fator do serviço oferecido”. A qualidade dos recursos humanos é, portanto, crítica para o sucesso de empresas e de indústrias como um todo”. Investir no ensino em turismo, será, portanto, fundamental.

2.3. Educação Superior Tecnológica em Turismo

O curso superior de tecnologia em turismo, da mesma foram que os demais cursos neste modelo de formação, foi pensado para preparar profissionais qualificados, em um intervalo de tempo menor que a formação em bacharelado, aptos para exercer tanto trabalhos operacionais quanto o de gestão e planejamento, preenchendo a lacuna entre o bacharel e o técnico em turismo.

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5 O primeiro curso superior de tecnologia em hotelaria foi oferecido em 1968 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de São Paulo e no Hotel-Escola Senac de Águas de São Pedro, sendo que neste aconteceria um internato de 30 dias para a prática profissional (CAMPOS, 2005, p.907). No decorrer os anos, muitos outros cursos em turismo foram abertos, nos mais diferentes níveis de especialização.

Hoje convivem os dois tipos de formação superior em turismo: o bacharelado e o tecnólogo, sendo este último o foco desta pesquisa. As principais diferenças entre os dois são:

O programa de Tecnologia em Turismo poderá ocorrer em 5 semestres e ser parte integrante de um programa maior destinado ao bacharelado em 8 semestres. Assim, “a composição pragmática do curso de tecnólogo é a parte mais operacional do curso de bacharelado”. Ambos os cursos exigem como requisito a conclusão do ensino médio, mas apresentam finalidades diferentes. O curso de Tecnologia em Turismo prepara profissionais “para atuarem no mercado de turismo, tendo como foco principal a prestação de serviços de atendimento ao turista e a operacionalização de equipamentos turísticos”.

Já o curso de bacharelado em turismo prepara profissionais “para atuarem no planejamento, gestão, pesquisa e docência da área de turismo, tendo como foco o turismo como fenômeno econômico e social” (SHIGUNOV NETO, MACIEL, 2002, p. 49-50).

De acordo com Araújo (2008, p.79) os cursos superiores de tecnologia estão articulados com o mercado de trabalho e a justificativa de sua implantação deve demonstrar a demanda de oportunidade de trabalho para o profissional que pretende formar. Enquanto os cursos de bacharelado são estruturados por meio da articulação entre a academia e o conhecimento, os cursos de tecnologia articulam-se com os eixos profissionais, com o conhecimento e com a prática.

A prática é um quesito bastante importante na formação de um tecnólogo, mas não o único. Outras faculdades lhe são fundamentais como o desenvolvimento de competências objetivando mobilizar os conhecimentos, habilidades e atitudes na resolução problemas, no desenvolvimento e difusão de tecnologias. Trata-se de uma formação mais dinâmica e prática e, que propõe profundidade, conhecimento focado e contextualizado, autonomia e educação continuada (ARAÚJO, 2008, p.79).

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6 Campos (2005, p. 892) ressalta ainda que os cursos de formação de tecnólogos que, na prática, visam uma formação mais rápida e focada em determinadas áreas, propiciam ao egresso uma caminho mais curto para o mundo do trabalho.

As principais características de um profissional formado em um curso superior de tecnologia, segundo o Parecer CNE/CP nº 29/2002 do Ministério da Educação (MEC), devem ser:

Apto a desenvolver, de forma plena e inovadora, atividades em uma determinada área profissional, para aplicação de desenvolvimento de pesquisa e inovação tecnológica; difusão de tecnologias; gestão de processos de produção de bens e serviços; desenvolvimento da capacidade empreendedora; manutenção das suas competências em sintonia com o mundo do trabalho; e desenvolvimento no contexto das respectivas áreas profissionais.

Conforme o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (2006) do MEC, para o curso de tecnologia em gestão de turismo, as habilidades do profissional formado nesta área são:

O Tecnólogo em Gestão de Turismo atua no planejamento e desenvolvimento da atividade turística nos segmentos público e privado. Desenvolve ações no âmbito do planejamento turístico, agenciamento de viagens (emissivas, receptivas e operadores de turismo), transportadoras turísticas e consultorias voltadas para o gerenciamento das políticas públicas e para a comercialização e promoção dos serviços relativos à atividade. A identificação dos potenciais turísticos do receptivo, considerando a diversidade cultural e os aspectos socioambientais para o desenvolvimento local e regional constitui-se em atividade relevante desse profissional.

O ensino superior de tecnologia em Turismo forma profissionais qualificados para atuarem nos mais diversos segmentos turísticos mas, ainda sim, conforme afirma o MEC (BRASIL, 2010), “grande parte da população e dos educadores ainda tem dúvidas, que vão da validade do diploma de nível superior à duração dos cursos”. A proporção de alunos matriculados em cursos superiores de tecnologia e seqüenciais ainda não atinge 10% das matrículas totais no ensino superior (ARAÚJO, 2008, p.79-80).

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7 Segundo o MEC (2006), “ao contrário de muitos países desenvolvidos, o Brasil tem menos cursos superiores de tecnologia e mais bacharelados”.

Na área de turismo, segundo dados do MEC(2009), no Estado de São Paulo, existem 123 cursos superiores na área de turismo e 25 cursos de tecnologia.

Como pode ser visto, o número de formados por este tipo de graduação em turismo é pequeno em comparação ao bacharel. E, como conseqüência, as informações a respeito desta formação ainda são bastante tímidas.

Onzi e Botomé (2005, p.134) afirmam que “o curso de formação profissional, principalmente de nível superior, é uma espécie de projeto do profissional dos próximos vinte ou trinta anos”. Esta afirmação dá a dimensão da responsabilidade das instituições formadoras destes futuros profissionais e dos próprios profissionais que deverão atuar com bastante competência e destreza a fim de continuar a desenvolver o setor, tanto no âmbito econômico quanto no social.

Muito embora este trabalho pesquise os egressos de um único curso de tecnologia em turismo, de uma única instituição, pode-se dizer que esta é uma pequena contribuição para que outras pesquisas nesta mesma área do conhecimento se desenvolvam e, que cada vez mais, as estratégias de ensino se aprimorem para os cursos de tecnologia em turismo que se seguirão.

3. Caracterização do objeto de estudo

O objeto de estudo desta pesquisa são os egressos formados pelo Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP, cuja grade curricular tem a duração de cinco semestres. A seguir, serão apresentadas informações a respeito da instituição e do curso, juntamente com dados da pesquisa com os egressos.

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8 3.1. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Segundo sua página na internet (2010), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) é uma instituição federal, pública, vinculada diretamente ao Ministério da Educação.

A história do IFSP registra, em suas diversas fases, além da manutenção de educação pública de qualidade, a oferta de formação profissional orientada ao desenvolvimento econômico brasileiro, especialmente no Estado de São Paulo. Foi uma das primeiras instituições a formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho na cidade de São Paulo, principalmente para área industrial e da construção civil.

Atualmente, conta com aproximadamente 7.000 alunos matriculados em diversos campi instalados no estado de São Paulo e atua nos seguintes níveis e modalidades: Cursos de Engenharia, Cursos de Tecnologia, Cursos de Licenciatura, Cursos de Pós-Graduação, Cursos Técnicos e Ensino Médio.

Dentre os cursos de tecnologia está o de turismo, objeto desta pesquisa.

3.2. O curso superior de tecnologia em turismo do IFSP

O primeiro curso de turismo do IFSP foi também o pioneiro na área de ciências sociais aplicadas da instituição e o segundo de nível superior.

O contexto da abertura do curso de turismo na instituição foi o desaparecimento dos cursos técnicos integrados por determinação do MEC, no final dos anos 1990, levando a instituição a buscar outros caminhos com a abertura de cursos superiores de tecnologia. Assim foram planejados os cursos de Automação, Construção Civil e Informática, dentre outros. Nesses novos cursos planejados havia um pequeno número de aulas para professores das áreas de humanas, o que gerou a necessidade de cursos específicos que pudessem ocupar essa mão-de-obra. Uma consultoria externa fez um estudo de cursos "mais necessários" no contexto da sociedade brasileira naquela época. O curso de turismo foi indicado como um curso em alta, com grande futuro e capaz de ocupar os professores da área de humanas (COSTA, 2009). À época, o bacharelado em Turismo da USP registrava mais de 50 candidatos por vaga em seu vestibular.

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9 O Curso Superior de Tecnologia em Turismo e Hospitalidade do IFSP foi concebido em 2000 e a primeira turma ingressou em fevereiro de 2001. Após a formatura das primeiras turmas, em 2004, o curso foi reconhecido pelo MEC por meio da Portaria no 2.963 de 22 de Agosto de 2004 (IFSP, 2010).

Daí, algumas alterações se sucederam, como a reformulação da grade curricular com a diminuição de um semestre, de seis para cinco, a mudança no nome do curso, que passou a se chamar Curso Superior de Tecnologia em Turismo Receptivo e um aumento na ênfase no mercado de trabalho.

Com o lançamento do Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia pelo MEC em 2006, o nome do curso foi alterado e permanece até hoje como Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo.

A instituição oferta, para o curso de turismo, semestralmente, 80 vagas divididas entre o período matutino e noturno, 40 vagas cada período. A duração mínima da grade atual é de cinco semestres, podendo ser cursada em até nove.

Desde a abertura do curso de turismo até 28 de Agosto de 2009, ingressam 1400 alunos, divididos na grade de seis e cinco semestres como mostra a tabela a seguir.

Tabela 1: Matriculados e formados nas grades do curso

Grade Vigência Matriculados Formados Percentual

2001 2001 a 2004 640 275 42,97%

2005 *2005 até 2009 760 59 16,39%

*Permanece a mesma grade até momento desta pesquisa, entretanto, o período contabilizado foi somente até o agosto de 2009.

Dos 1400 alunos que já ingressaram no curso, 640 o fizeram na grade antiga, de seis semestres, cuja vigência foi de 2001 a 2004, 275 alunos colaram grau, o que represente 42,97 do total para este período. Já na grade de cinco semestres, houve até o momento o ingresso de 760 alunos. Desses, 360 já poderiam ter concluído o curso, mas apenas 59 colaram grau até 28/08/2009 (16,39%). Há, efetivamente, um número enorme de alunos pendentes apenas com o Trabalho de Conclusão de Curso ou com o Estágio Curricular Obrigatório, nas duas grades (COSTA, 2009). As próximas modificações na grade curricular prevêem o ajuste dos interesses dos alunos e professores com a ampliação do foco das disciplinas para o caráter

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10 tecnológico do curso, a necessidade do mercado e as funções que os alunos têm ocupado nas empresas do setor.

A implantação desta nova grade está prevista para março de 2011 e está sendo pensada também no sentido de evitar a evasão e aumentar a inserção do aluno no mercado de trabalho, promovendo mais atividades práticas e laboratoriais. Pretende-se ainda realizar as mudanças mais solicitadas pelos alunos e professores, como o fim das aulas aos sábados e a eliminação de disciplinas cujo conteúdo colide com o de outras, além de reduzir a carga de disciplinas nos dois primeiros semestres, pelo menos (COSTA, 2009).

No ano de 2009, foram realizadas as primeiras avaliações institucionais do curso de turismo, em que todos os alunos em curso participaram, avaliando as disciplinas do semestre correspondente ao matriculado, a instituição de um modo geral, o corpo docente e discente. Pretende-se que esta avaliação seja feita semestralmente para aperfeiçoar o curso cada vez mais.

Este presente estudo visa conhecer os egressos do curso de cinco semestres, sua situação no mercado, a avaliação que os mesmos têm da instituição, do corpo docente e discente, do curso e suas sugestões de melhorias, que pode servir de base para estruturar o trabalho da coordenação de aprimorar a grade curricular, uma vez que os alunos formados não fizeram parte da avaliação institucional dito acima, e sua opinião também é tão importante quanto à dos demais. Esta é uma oportunidade para conhecer melhor quais os rumos tomados por estes profissionais dentro do mercado de trabalho e como o curso contribuiu para isso.

4. Método de Pesquisa

Para a obtenção dos dados da pesquisa empírica, questionários foram aplicados pessoalmente mas, em sua grande maioria, foram aplicados através da internet (correio eletrônico). Os participantes da pesquisa, como mencionado, são os egressos do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo do IFSP. A coleta de dados foi realizada de Outubro a Dezembro de 2009, utilizando como ferramenta questionários estruturados com perguntas fechadas, abertas e semi-abertas. As perguntas fechadas foram associadas a um conjunto de alternativas, sendo que o entrevistado pôde optar por uma delas. Já as respostas das perguntas abertas

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11 ficaram a critério do respondente. Foram considerados válidos todos os questionários que contiveram as questões respondidas de forma adequada. O questionário piloto foi aplicado a quatro egressos, pessoalmente e através da internet, na primeira semana de Outubro de 2009. Os questionários foram enviados a todos os outros 55 egressos. Entretanto, destes, somente 24 responderam. Ao todo, foram 28 questionários respondidos.

A abordagem da pesquisa é do tipo quantitativa e os resultados apresentados foram fundamentados a partir de análises estatísticas.

5. Resultados da pesquisa

5.1. Características da amostra

É importante enfatizar que nenhum questionário foi desprezado, totalizando 28 entrevistados envolvidos na amostra.

Os dados obtidos em relação às características da amostra apontam que 71% dos respondentes são do sexo feminino. A média de idade no período de sua formação foi de 27 anos, sendo que a maior freqüência aparece no intervalo de 20 a 25 anos, que corresponde a 50% dos entrevistados.

Com relação à renda individual mensal, a média foi de R$ 1.754,00.

Quando questionados pelo motivo da escolha do curso de turismo, 39% optaram pela justificativa de que não tinham certeza sobre qual carreira seguir no momento do vestibular.

Para 86% dos entrevistados, a justificativa da escolha da Instituição se deve por oferecer o curso gratuitamente e o curso de turismo foi primeira graduação que fizeram. A duração média do curso foi de sete semestres, dois semestres a mais do que a duração habitual, de cinco semestres. A maioria, 57%, se formou no primeiro semestre de 2009.

Dentre os alunos formados, 57% continuaram a estudar, sendo 19% em outras áreas do conhecimento e 38% relacionados ao turismo, cujas principais áreas citadas foram: Gestão e educação ambiental, Marketing, Guia Turístico Nacional, Políticas Públicas e Hospedagem.

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12 5.2. Egressos atuantes no mercado turístico

Dos entrevistados, 64% trabalham na atividade turística. Destes, 39% trabalham em agências ou operadoras de viagem. A escolha da área de atuação não teve qualquer motivo aparente, para 39% dos egressos.

Para 72%, não foi necessário fazer nenhum curso específico para conseguir ou manter sua vaga no mercado de trabalho, o que serve como um indicativo de que o curso possibilita, de fato, o acesso ao mercado. Para o restante, vale ressaltar que o curso mais procurado é o de idiomas.

É importante notar que, para 56%, a sua respectiva área de atuação não é a mesma de seu interesse. Isso é um fator bastante relevante quando se pensa na qualidade do serviço prestado, já que é possível que estes profissionais não encontrem motivação em uma atividade que não lhes desperta o interesse. Para estes, as áreas que mais apareceram como as de interesse foram: Planejamento, Marketing turístico, primeiro e segundo lugar respectivamente. Os demais são: Jornalismo voltado ao Turismo, Hospedagem, Meio ambiente, Consultoria, Treinamento, Lazer e Eventos.

Com relação à escala de trabalho, 33% trabalham de Segunda à Sexta-feira. 28% responderam trabalhar com outras escalas de trabalho, sendo elas: de Segunda a Sábado, de Quarta a Domingo, 4X2 ou sem escala, como free lancer.

O ingresso no mercado de trabalho ocorreu durante o curso para 78%. Destes, 72% adquiriram seus empregos através de processo seletivo.

Ao serem questionados sobre a dificuldade para a realização do estágio obrigatório, 56% alegam não terem tido qualquer dificuldade.

O conhecimento adquirido durante o curso é aproveitado no dia-a-dia de 83% dos egressos. O que sugere ainda mais a idéia de que o curso tem um contexto atualizado e que conversa com o mercado de trabalho, foco da graduação tecnológica.

Um dos pontos-chave desta pesquisa era saber se dentro do mercado de trabalho existia qualquer diferença de oportunidade entre o bacharel e o tecnólogo em turismo e para 100% dos formados atuantes, isto não ocorre. É um dado muito importante e satisfatório para os egressos e para o mercado. Isto revela que a

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13 formação tecnológica prepara tão bem seus educandos quanto o bacharelado. Em menos tempo, o que é imprescindível para o trade, que tem pressa em absorver tais profissionais para continuar a se desenvolver, e também para os alunos que desejam concluir o ensino superior e ingressar no mundo do trabalho em menos tempo. Mas isto, sem abrir mão da qualidade do ensino, claro.

Uma das questões foi elaborada para tentar traçar o perfil das empresas onde os egressos trabalham/trabalharam e saber quais são estas, o tempo de casa do funcionário e a quantidade de promoção recebida. Dentre as empresas citadas, só uma se repetiu, a Ocean Air Linhas Aéreas. Referente ao tempo de “casa”: 33% estão na mesma empresa há até no máximo um ano, outros 33% estão na faixa de um a dois anos e os demais, acima de dois anos. Para o quesito estabilidade, este resultado é ruim. A quantidade de promoções recebidas também é ruim. Para 56% destes profissionais, a quantidade de promoção recebida é zero. Relacionando a quantidade de promoção com o tempo de trabalho, pode-se dizer que a primeira promoção acontece em até dois anos de carreira. E a tendência é permanecer assim. Apenas 11% obtiveram três promoções. Não houve quem recebesse mais do que isso. Das empresas citadas, a que mais promoveu no espaço de dois anos foi a Trend Operadora, ofertando três promoções neste período.

A satisfação com o salário recebido foi bem pontuada pelos egressos: 67% declaram-se satisfeitos com sua remuneração, entretanto, não houve quem se declarasse plenamente satisfeito. Com isso, pode-se inferir que a remuneração recebida está de acordo com as expectativas destes profissionais.

5.3. Egressos que não trabalham no setor turístico Do total de entrevistados, 36% não trabalham com turismo.

Ao serem questionados sobre o porquê, 50% informaram que já trabalhavam em outra área antes de se formar. Dos que não atuam no turismo, 70% pretendem trabalhar em turismo futuramente, em uma média de 10anos. O setor turismo está crescendo e evoluindo e é bem provável que, em 10 anos, estes egressos tenham que fazer novos cursos na área para se atualizarem, caso queiram, efetivamente, trabalhar no setor. O problema é que esta graduação representou, eventualmente, um gasto inadequado de verba pública, uma vez que o Governo investiu nos

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14 estudantes para que se retribuísse a educação adquirida à sociedade, e isto não aconteceu, até agora, com esses egressos.

Cinqüenta por cento escolheram este curso porque não sabiam qual carreira seguir no momento do vestibular. E isto também vale para os 19% dos que trabalham com turismo, mas que continuaram seus estudos em outras áreas do conhecimento. Estes dados permitem pensar que esta graduação contribuiu, unicamente, para a aquisição de diploma de nível superior, não que o conhecimento por si só não seja válido, mas foge à proposta de utilizar o conhecimento para o setor.

5.4. Avaliação Institucional

A tabela a seguir mostra a avaliação institucional dos de todos os egressos envolvidos nesta pesquisa.

Avaliação Institucional Muito Bom Ruim Muito

Bom Ruim

O curso

Duração 32% 61% 7% 0%

Conteúdo programático 11% 82% 7% 0%

Carga horária das disciplinas, em relação ao seu conteúdo 7% 71% 22% 0%

Atualidade do conteúdo 18% 71% 11% 0%

Estágio - Quantidade de horas 18% 64% 18% 0%

Média 17% 70% 13% 0% Corpo Docente Assiduidade 11% 64% 25% 0% Pontualidade 14% 61% 21% 4% Formas de avaliação 11% 61% 25% 4%

Domínio da disciplina ministrada 25% 61% 14% 0%

Envolvimento nos eventos e viagens do curso 21% 57% 21% 0% Respeito para com o corpo discente 29% 50% 21% 0%

Média 20% 58% 20% 2%

Corpo Discente

Assiduidade 4% 68% 25% 3%

Atenção e participação nas aulas 11% 61% 21% 7%

Respeito para com o corpo docente 21% 61% 18% 0%

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15 Dedicação e envolvimento nos eventos comuns a sala 25% 43% 28% 4%

Média 19% 57% 20% 4%

Infraestrutura

Laboratório 3% 36% 54% 7%

Biblioteca e seu acervo para o curso de Turismo 3% 32% 61% 4% Acessórios/materiais para aulas práticas 0% 32% 46% 22% Local de execução das aulas práticas dentro da instituição 4% 25% 46% 25% Ambiente da sala de aula (iluminação, climatização,

mobiliários) 4% 35% 50% 11%

Média 3% 32% 51% 14%

Instituição

Apoio/incentivo aos eventos do curso de Turismo 0% 39% 43% 18% Clareza nas informações sobre quaisquer alterações do

curso 7% 36% 43% 14%

Abertura para sugestões e críticas 4% 36% 46% 14%

Média 4% 37% 44% 15%

Coordenação

Comprometimento com o curso 29% 60% 11% 0%

Apoio e envolvimento nos eventos do curso 36% 53% 11% 0% Agilidade na resolução de problemas 11% 50% 28% 11% Disponibilidade de atendimento aos alunos - Estágio e

outros assuntos 39% 43% 18% 0%

Abertura para sugestões e críticas 28% 54% 11% 7%

Média 29% 52% 16% 4%

Para explicar a tabela acima, foram feitos cálculos da média do grau de satisfação para cada assunto pesquisado. As avaliações “muito bom” e “bom” foram agrupadas de modo que a soma de suas médias fosse considerada como aprovação por parte dos egressos com relação aos temas apontados. Do mesmo modo, para as avaliações “ruim” e “muito ruim” que, somando suas médias, será considerada como desaprovação pelos mesmos.

Dados da tabela mostram que a avaliação do curso foi bem positiva. Em média, 87% dos egressos consideram o curso entre muito bom e bom, sendo que a duração e o conteúdo programático do curso foram os principais fatores de aprovação pelos egressos.

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16 O corpo docente foi considerado entre muito bom e bom por, em média, 78% dos ex-alunos. O corpo discente tem praticamente a mesma aprovação, com 76%.

A infra-estrutura da Instituição foi desaprovada por cerca de 65% dos entrevistados. Os principais quesitos de insatisfação foram: o local de execução das aulas práticas, os acessórios/materiais para as atividades práticas e o acervo da biblioteca.

A Instituição também teve uma avaliação entre “ruim” e “muito ruim” para, em média, 59%. A falta de apoio/incentivo aos eventos do curso de Turismo foi que gerou a pior avaliação da Instituição, causando desaprovação de 61% dos egressos, cuja avaliação ficou também entre “ruim” e “muito ruim”.

A avaliação da coordenação foi bem positiva para 81%, soma as médias entre “muito bom” e “bom”. Os principais pontos de destaque são o comprometimento com o curso e o apoio e envolvimento nos eventos do curso.

A auto-avaliação apontou um excelente desempenho em relação aos pontos citados a seguir, cuja avaliação obteve a nota máxima, cinco: com 54%, o relacionamento com o corpo discente foi o melhor quesito avaliado; com 50%, o relacionamento com o corpo docente; com 39%, o interesse; e com 36% cada, a assiduidade e a participação e envolvimento nos eventos propostos na grade.

A quantidade de horas dedicadas aos estudos fora da sala de aula é de duas a cinco horas semanais para 86% dos egressos, o que explica a auto-avaliação ter tido resultados positivos. 68% dos entrevistados avaliam seu desempenho durante todo o curso, de um modo geral, como bom.

As questões de auto-avaliação são importantes para revelar o perfil dos egressos enquanto estudantes. Se para as questões levantadas, os resultados foram positivos, a única justificativa plausível para o tempo médio de conclusão do curso ser de sete semestres e não cinco é, de fato, a pendência ou com o TCC (trabalho de conclusão do curso), devido ao tempo que leva para a sua produção, ou o estágio, como já apontado no texto.

Saber dos ex-alunos os pontos negativos e positivos do curso é fundamental para se conhecer onde estão as falhas e quais os principais acertos na elaboração da grade curricular.

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17 As respostas sobre os pontos positivos, negativos e as sugestões de melhoria, cada uma delas foram agrupadas de modo a viabilizar a contagem dos resultados.

Para os pontos positivos, foram obtidas 72 respostas, destes 29% apontam o conteúdo como um dos quesitos melhor avaliado. A atualização do conteúdo, a qualidade, a abrangência das diversas áreas do conhecimento, a preparação para o mercado de trabalho, divisão da grade por segmentos, foram os principais pontos do conteúdo citados.

O corpo docente foi bem avaliado nos seguintes pontos: preparo e competência, comprometimentos de alguns professores com o curso, apoio ao corpo discente em relação ao mercado de trabalho. Esta é a opinião de 18% dos entrevistados.

15%, 7%, 6%, consideram, respectivamente, as aulas práticas, a duração do curso, a bagagem cultural fatores positivos. Com 4% cada um, também aparecem nesta lista a coordenação e o emprego adquirido.

Com relação aos pontos negativos, 28% dos entrevistados avaliam como falhos os seguintes pontos sobre o corpo docente: faltas, greves, rotatividade de professores contratados, falta de preparo e empenho de alguns para lecionar, descompromisso de alguns com os eventos do curso, poucos com formação mercadológica e métodos de avaliação duvidosos e pouco eficazes.

Para 23%, a Instituição tem avaliação negativa nestes aspectos: falta de infraestrutura e materiais adequados para aulas práticas, laboratórios insuficientes e desatualizados, burocracia, acervo insuficiente da biblioteca, falta de apoio aos alunos pela direção para resolução de problemas e demora da secretaria em resolver as questões dos alunos.

As principais falhas da grade curricular, para 21% dos egressos, são: repetição e a falta de uma seqüência lógica, grande quantidade de disciplinas por semestre, aulas aos Sábados, disciplinas que não atendem a proposta do curso, superficialidade de disciplinas essenciais, poucas viagens técnicas e a mudança de orientador nas matérias de PI4 e PI5.

O mercado de trabalho é um ponto negativo apontado por 11% dos entrevistados. 7% afirmam que o curso não tem reconhecimento fora e nem dentro da própria Instituição.

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18 Para 4%, o corpo discente, e outros 4%, a falta de integração entre o corpo docente e discente e entre o próprio corpo discente, são fatores que impactam negativamente na avaliação do curso.

As sugestões de melhoria propostas pelos ex-alunos foram as seguintes: para 26%, o corpo docente poderia ser melhorado se o planejamento na contratação de professores acontecesse antes do início das aulas, evitando reposições; mais professores com experiência mercadológica; corpo docente formado apenas por professores efetivos; domínio e dedicação da disciplina ministrada; avaliação semestral dos professores pelo corpo discente; processo seletivo mais rigoroso, evitando apenas professores formados pela ECA-USP; maior envolvimento de todos nas atividades do curso como a Convenção e o CEFETUR; professores atualizados e participantes do trade.

Na avaliação de 25% dos egressos, as sugestões para a melhoria grade curricular foram: a comunicação entre todo o corpo docente sobre a disciplina ministrada, evitando repetições matéria dada em sala e de trabalhos; iniciação do TCC desde o primeiro semestre; dar mais importância ao PI4, pois trata-se do planejamento de todo o TCC; fim dos trabalhos em grupo, exceto em sala de aula; diminuição da carga horária do estágio e que o mesmo possa valer, pelo menos, a partir do segundo semestre; implantar cursos de especialização e matérias optativas; organizar as disciplinas em uma seqüência lógica; mais aulas práticas; fim das aulas aos Sábados; mais trabalhos interdisciplinares para substituir trabalhos repetitivos; aumento da duração do curso, devido a quantidade de assuntos abordados; unificar do método de ensino e de avaliação.

Para 22% dos egressos, a Instituição deve melhorar nos seguintes aspectos: diminuição da burocracia; o curso deve ter espaço e materiais próprios dentro da Instituição para as aulas práticas; implantação de laboratório para aulas de agenciamento, alimentos e bebidas e hotelaria, dentre outros; melhorar o acervo da biblioteca; criar identidade com o curso de turismo.

Para 10%, a divulgação do curso é algo que precisa ser trabalhado dentro e fora da Instituição, tanto pelos alunos quanto pela própria Instituição, e também a divulgação de trabalhos acadêmicos em revistas científicas de Turismo.

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19 9% acreditam que o foco nas atividades práticas como as viagens, visitas técnicas e eventos, melhoraria o curso.

Com 3% cada um, os pontos seguintes também fazem parte da lista de sugestões: a) corpo discente: punição mais efetiva aos alunos que fazem algazarras em sala de aula; vestibular mais rigoroso, selecionando melhor os alunos; b) parcerias: com empresas do ramo na montagem de uma empresa junior, com escolas de idiomas para reforço da língua estrangeira; c) abertura para debates, sobre como melhorar o curso, entre o corpo docente e discente.

6. Considerações finais

Os resultados obtidos com a pesquisa empírica apontam que o curso realizado atendeu as expectativas dos egressos, e que a maior parte deles atua no setor. O curso cumpriu com o seu papel de oferecer uma formação tecnológica de qualidade, e não se verificou qualquer diferença de oportunidade entre a formação oferecida no IFSP e os bacharelados. O conteúdo está condizente com a realidade do mercado e é por isso que o conhecimento adquirido é utilizado no dia-a-dia destes profissionais. Esta é a razão do curso, de um modo geral, ter recebido uma boa avaliação.

É claro que em alguns pontos o curso, a Instituição, a coordenação, o corpo docente e discente precisam melhorar. E para estes, foram apresentadas sugestões de melhoria que seriam interessantes se a Instituição, juntamente com a coordenação do curso, considerasse e aplicasse o que for possível, a fim de elevar ainda mais o padrão do curso e a satisfação de seus alunos.

Algumas das respostas dadas pelos egressos são um pouco contraditórias no que diz respeito ao corpo docente. Na avaliação institucional e na questão sobre os pontos positivos, o corpo docente teve uma boa avaliação, mas nos pontos negativos foi alvo de muitas críticas. Pode-se deduzir, a partir destes dados, que o desempenho de apenas parte dos professores seja o problema. A Instituição e a coordenação precisam se atentar para que isso não desestimule os estudantes, realizando mais pesquisas e mantendo as conversas com os alunos.

Com relação aos egressos, há profissionais atuantes no setor, porém não em sua área de interesse. Acredita-se que a Instituição poderia ajudar os alunos neste sentido apresentando-lhes as opções de carreiras que o ensino tecnológico pode

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20 propiciar. Ajudar com, por exemplo, palestras ou workshop das possíveis áreas de atuação, de preferência, nas primeiras semanas de aula. Assim, o estudante pode conhecer melhor o mercado e focar no segmento que realmente queiram trabalhar. Faz parte da proposta desta pesquisa o levantamento dos pontos positivos e negativos do curso, para que sirva de base para aprimorar o curso de turismo ministrado no IFSP, fortificando-o no local de ensino e fora dele, a fim de que os alunos sintam-se satisfeitos com o curso oferecido e possam desempenhar um bom papel enquanto alunos e, principalmente, enquanto profissionais.

As questões formuladas para obter sugestões de melhoria são extremamente importantes, pois os egressos têm a oportunidade de opinar sobre o que pode ser melhorado no curso que já concluíram, uma vez que este passa por adequações e estas informações podem ser utilizadas neste processo.

Aperfeiçoar o ensino de turismo no IFSP é muito importante para a escola, para os alunos e para o mercado, pois um profissional bem capacitado, bem formado desempenha seu papel com destreza e conhecimento, ganhando credibilidade no mercado de trabalho. A Instituição, por sua vez, ganha confiabilidade e reconhecimento por parte das empresas prestadoras de serviços turísticos, que se sentem confiantes para incorporar a seus quadros de funcionários pessoas que tenham estudado nesta instituição. E para os alunos, sempre haverá oportunidades de iniciar sua carreira na área, dando continuidade ao processo de crescimento do setor.

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