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Aulas práticas relacionadas à alimentação saudável: concepção de professoras de ciências nos anos iniciais

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMILA BEATRIZ KUMMER FOCHEZATTO

AULAS PRÁTICAS RELACIONADAS À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL:

concepção de professoras de ciências nos anos iniciais

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SANTA HELENA 2019

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CAMILA BEATRIZ KUMMER FOCHEZATTO

AULAS PRÁTICAS RELACIONADAS À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL:

concepção de professores de ciências nos anos iniciais

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado ao Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientadora: Prof.ª. Rosangela Araujo Xavier Fujii

SANTA HELENA 2019

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AGRADECIMENTO(S)

Agradeço a Deus por ter me abençoado para chegar até onde estou hoje, com saúde, uma família maravilhosa e o apoio de todos.

Agradeço a minha mãe Vilma Terezinha Kummer por tudo que já fez por mim para que eu consiga me dedicar aos estudos sempre muito presente e sempre me incentivou e esteve ao meu lado, me atribuindo suporte emocional e me dando conselhos para que eu pudesse alcançar o meu objetivo. Ao meu pai Ademir Fochezatto por toda ajuda sempre que necessária, aos meus sobrinhos Kauan Kummer de Carvalho e Bianca Kummer de Carvalho que mesmo sem compreender o que eu estava fazendo me davam forças para continuar, as minhas irmãs Maria Helena Kummer e Marineide Kummer por me ajudarem desde pequena até nos dias de hoje para que eu sempre pudesse realizar as atividades escolas, meus sonhos e desejos.

Agradeço também minha orientadora Profª Dr.ª Rosangela Araujo Xavier Fujii, que sempre se dispôs a me ajudar, não mediu esforços para me apoiar e incentivar, sempre com muita paciência para ensinar e corrigir sempre que necessário. Uma pessoa admirável, com uma história inspiradora, que vai servir como exemplo e sempre lembrarei e levarei seus ensinamentos para a vida. Que eu um dia consiga ser pelo menos metade da excelente profissional que você é. Obrigada por ser além de orientadora uma grande amiga.

Agradeço também aos professores que tive desde o Ensino Fundamental 1, passando pelo Ensino Fundamental 2 e meus professores da Formação de Docentes, que me incentivaram a estar aqui.

Agradeço a UTFPR, professores, coordenadores, servidores a todos que de alguma forma estiveram envolvidos para que eu esteja aqui nesse momento. Agradeço também a banca por aceitar assistir minha defesa.

Agradecer também a escola Municipal Marechal Deodoro da Fonseca e seus professores de Ciências por autorizarem realizar o questionário e o uso das respostas.

Também gostaria de agradecer meus colegas da universidade e a todos que estiveram envolvidos de uma forma ou de outra.

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RESUMO

FOCHEZATTO Camila. aulas práticas relacionadas à alimentação saudável: concepção de professoras de ciências nos anos iniciais. 2019. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas), Coordenação do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Santa Helena, 2019.

Atualmente percebemos que as pessoas não se preocupam com sua alimentação, estão em busca de alimentos rápidos e de fácil preparo o que acaba ocasionando uma mal alimentação, que acaba prejudicando a saúde das pessoas. Além disso percebemos que o ensino aprendizagem na escola influencia na vida das pessoas. Ao analisar essas duas situações levamos em consideração para realizar a pesquisa com livros didáticos, Projeto Político Pedagógico (PPP) e professores se está sendo trabalhado a temática alimentação saudável e quais os recursos, metodologias, métodos que veem sendo trabalhado. Para obter essas respostas realizamos uma pesquisa através de questionário com professoras de uma determinada escola do município de Santa Helena – Pr, livros didáticos e PPP da escola. O questionário foi aplicado para duas professoras da escola selecionada, o questionário conteve itens de identificação do perfil dos participantes (gênero, idade, formação, etc.) e itens relacionados a temática alimentação saudável. Os dados foram analisados qualitativamente segundo os pressupostos teóricos e metodológicos da Análise de Conteúdo. Conclui-se que os livros didáticos e PPP evidenciaram que essa temática esta presente nos documentos e deve ser abordada junto aos alunos e que os professores abordam a temática nas aulas de Ciências e em outras disciplinas de diversas maneiras, tentando sempre relacionar a realidade do aluno. Também se percebe que aos poucos as pessoas estão se conscientizando e mais projetos e programas vem sendo organizados para que haja uma melhoria na saúde das pessoas através da alimentação saudável.

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ABSTRACT

FOCHEZATTO Camila. Practical classes related to healthy eating: conception of science teachers in the early years. 2019. 30f. Course Conclusion Paper (Higher Degree Course in Biological Sciences), Coordination of the Degree Course in Biological Sciences, Federal Technological University of Paraná. St. Helena, 2019.

Nowadays we realize that people do not care about their food, they are looking for fast and easy food which ends up causing a poor diet that ends up damaging people's health. In addition we realize that teaching learning at school influences people's lives. In analyzing these two situations we take into consideration to conduct research with teachers whether the theme healthy eating is being worked on and what resources, methodologies, methods are being worked. To obtain these answers, we conducted a questionnaire survey with teachers from a particular school in the city of Santa Helena - Pr. The questionnaire was applied to two teachers from the selected school, the questionnaire contained items identifying the participants' profile (gender, age, training, etc.) and items related to healthy eating. Data were qualitatively analyzed according to the theoretical and methodological assumptions of Content Analysis. It is concluded that teachers approach the subject in science classes and other subjects in various ways, always trying to relate the student's reality. It is also noticed that people are slowly becoming aware and more projects and programs are being organized to improve people's health through healthy eating.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 7 2 OBJETIVOS ... 10 2.1 Objetivo geral... 10 2.2 Objetivos específicos ... 10 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 10 3.1 Aulas práticas ... 10 3.2 Alimentação saudável ... 13 4 MATERIAIS E MÉTODOS ... 17 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 18

5.1 ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS ... 18

5.2 ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ... 20

5.3 ANÁLISE DOS DIZERES DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS ... 20

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) no decorrer do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza deve se direcionar ao desenvolvimento do letramento científico, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), bem como transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências (BRASIL, 2017). Para tanto, é imprescindível que os estudantes “sejam progressivamente estimulados e apoiados no planejamento e na realização cooperativa de atividades investigativas, bem como no compartilhamento dos resultados dessas investigações” (BRASIL, 2017, p. 318).

O documento normativo esclarece que isso não significa a realização mecânica de atividades estabelecidas por um conjunto de etapas predefinidas, tampouco a restrição à mera manipulação de objetos ou realização de experimentos em laboratório. Ao contrário, pressupõe organizar as situações de aprendizagem partindo de “questões que sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica dos alunos e possibilitem definir problemas, levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções” (BRASIL, 2017, p. 318).

Nesse contexto, o processo investigativo deve se constituir como elemento central na formação dos estudantes, por meio de situações didáticas planejadas que possibilitem revisitar de forma reflexiva seus conhecimentos e sua compreensão acerca do mundo em que vivem. Sendo assim, o ensino de Ciências deve promover situações nas quais os alunos possam, entre outras competências, “conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias” (BRASIL, 2017, p. 318). Ou seja, estudar Ciências deve direcionar-se à formação cidadã, com o desenvolvimento de ações para melhorar a qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental.

Esses pressupostos vêm ao encontro aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que já preconizavam que no processo de ensino e aprendizagem deveriam ser exploradas estratégias que favoreçam a construção do conhecimento, da argumentação, do espírito crítico, criatividade e compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas, numa dinâmica de ensino que favoreça não só o

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descobrimento das potencialidades do trabalho individual, mas também, e sobretudo, do trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades, interagindo de modo orgânico e integrado num trabalho de equipe e, portanto, sendo capaz de atuar em níveis de interlocução mais complexos e diferenciados (BRASIL, 1998).

A Constituição Federal, em seu artigo 205 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seu artigo segundo, já estabeleciam como foco o pleno desenvolvimento dos indivíduos, a preparação para o exercício da cidadania e a qualificação para o mundo do trabalho. Especificando que a Educação Básica se configura no tempo, espaço e contexto em que o sujeito deve aprender a constituir e reconstituir a sua identidade, em meio a transformações corporais, afetivo-emocionais, sócio afetivo-emocionais, cognitivas e socioculturais, com respeito e valorização as diferenças.

As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (EB) que estabelecem as bases nacionais comuns para a Educação Infantil e outras modalidades de ensino, preveem que as instituições devem assegurar a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Assim, as práticas envolvidas nos atos de alimentação e higiene, respeitam o direito da criança de ser bem atendida e de apropriar-se dos modos estabelecidos culturalmente de alimentação e promoção de saúde (BRASIL, 2013).

Compreende-se então que, o ensino fundamental deve assegurar aos estudantes o acesso ao conhecimento e aos elementos da cultura para o seu desenvolvimento pessoal e para a vida em sociedade. Ou seja, por meio do currículo deve-se articular os conhecimentos acumulados historicamente, comas vivências e saberes dos alunos, contribuindo para construir as suas identidades. Os componentes curriculares obrigatórios, organizados em áreas de conhecimento, devem articular seus conteúdos com a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana, em nível global, local e individual, como por exemplo: saúde e educação para o consumo. Nesta perspectiva de integração, a Diretriz Curricular para o Ensino Fundamental sinaliza a interdisciplinaridade como uma das formas de trabalho, podendo as propostas curriculares ser ordenadas em torno de projetos interdisciplinares com base em temas geradores formulados a partir de questões da comunidade (BRASIL, 2013).

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Assim, é importante que os estudantes sejam envolvidos em um processo de ensino e aprendizagem ativo e significativo. Porém, conforme explica Krasilchik (2008) não existe um caminho único capaz de conduzir a esse tipo de aprendizagem, visto que inúmeras variáveis podem se interpor nesse processo, sendo recomendado que os professores recorram a um pluralismo metodológico, conduzido por objetivos claros e coerentes, de modo a garantir maiores oportunidades para a construção do conhecimento.

Nessa perspectiva, a utilização de distintos recursos e/ou modalidades didáticas no processo de ensino e aprendizagem pode contribuir para o atendimento às distintas necessidades e interesses dos estudantes.

Dentre as modalidades didáticas existentes o professor pode fazer uso das aulas expositivas dialogadas, discussões em grupo, demonstrações, excursões, simulações, instruções individualizadas, projetos de pesquisa, aulas práticas, entre outros (KRASILCHIK, 2008), compreendendo as modalidades didáticas como diferentes estratégias de ensino que o professor pode utilizar para melhorar o processo de aprendizagem estudantil.

Considerando que as aulas práticas têm como principal característica o uso de recursos que possibilitem a representação sobre fenômenos, princípios, fatos e/ou efeitos, favorecendo a relação da teoria à prática (SILVA, 2017) e que a ingestão inadequada de alimentos podem ocasionar uma série de problemas, entre eles a anorexia e a obesidade, considerada como um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade (RODRIGUES, 2006), o presente estudo se direcionou a investigar como livros didáticos, projeto político pedagógico e professores de Ciências dos anos iniciais de uma escola pública, localizada na região noroeste do estado do Paraná, compreendem a viabilidade de utilização das aulas práticas para abordagem da temática alimentação saudável.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Investigar junto livros didáticos, projeto político pedagógico e professores de Ciências dos anos iniciais de uma escola pública municipal da região de Santa Helena/Paraná a importância e contribuição das aulas práticas sobre alimentação saudável.

2.2 Objetivos específicos

 Levantar por meio dos discursos existente nos livros didáticos, projeto político pedagógico e dizeres de professores de Ciências dos anos iniciais, em um questionário estruturado, a importância da realização de aulas práticas;

 Verificar, por meio desses dizeres, a importância da temática alimentação saudável nas aulas de Ciências;

 Discorrer em relação aos limites e possibilidades da utilização de aulas práticas para abordagem da temática alimentação saudável junto aos estudantes das séries iniciais.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Aulas práticas

As aulas práticas, também denominadas de estudo do meio, experimentação, visita com observações, entre outras, “contribuem para o interesse e a aprendizagem em Ciências, especialmente quando investigativas e problematizadoras” (ANDRADE; MASSABINI, 2011, p. 835).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino de Ciências preconizam que as atividades práticas se constituem como fundamentais para o ensino, visto que permitem a investigação, a comunicação e o debate de fatos e ideias, possibilitados pela observação, experimentação, comparação, estabelecimento de

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relações, bem como o incentivo à curiosidade, o respeito à diversidade de opiniões e a persistência na busca de informações (BRASIL, 2000). Assim, a observação e a experimentação são indicadas pelos PCN como estratégias didáticas que auxiliam na obtenção de informação, as quais devem contemplar fontes variadas, como a leitura de textos informativos e projetos desenvolvidos preferencialmente em um contexto de problematização.

Portanto, dependendo da forma como estas são propostas e desenvolvidas com os alunos as atividades práticas possibilitam investigar e questionar as ideias prévias sobre determinados conceitos científicos, permite explorar outros conceitos envolvidos no fenômeno, assim como relacionar áreas do conhecimento, promovendo a interdisciplinaridade, a troca de opiniões e até interconexões entre a ciência, tecnologia, ambiente e sociedade (ANDRADE; MASSABINI, 2011).

Lorenzetti (2000) argumenta que dentre os fatores que podem favorecer a realização de uma aula prática encontra-se a necessidade que o professor conheça seus alunos e sua realidade sociocultural, para que possa realizar um planejamento coerente com os anseios, necessidades e especificidades da turma, favorecendo um melhor entendimento e aproveitamento da aula. Segundo esse autor, também se faz necessário o levantamento dos conhecimentos prévios desses alunos para a partir desses, promover novas experiências direcionadas a novos aprendizados. Esses argumentos vão de encontro com pressupostos da BNCC no que tange ao ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental:

No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, é importante valorizar e problematizar as vivências e experiências individuais e familiares trazidas pelos alunos, por meio do lúdico, de trocas, da escuta e de falas sensíveis, nos diversos ambientes educativos (bibliotecas, pátio, praças, parques, museus, arquivos, entre outros). Essa abordagem privilegia o trabalho de campo, as entrevistas, a observação, o desenvolvimento de análises e de argumentações, de modo a potencializar descobertas e estimular o pensamento criativo e crítico. É nessa fase que os alunos começam a desenvolver procedimentos de investigação em Ciências Humanas, como a pesquisa sobre diferentes fontes documentais, a observação e o registro – de paisagens, fatos, acontecimentos e depoimentos – e o estabelecimento de comparações (BRASIL, 2017, p. 351).

Nas palavras de Muline e Souza (2017, p. 09) “é urgente que chegue até os nossos alunos um Ensino de Ciências mais comprometido com a realidade do

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educando”, de modo a proporcionar a quebra de obstáculos epistemológicos e uma vida mais autônoma, “a partir do momento que conhece com mais clareza e profundidade as questões à cerca do meio que o cerca” (idem).

Nascimento e Sasseron (2017) explicam que no Ensino Fundamental o ensino de Ciências como prática deve se organizar em torno de quatro dimensões: a conceitual, social, epistêmica e material:

(1) conceitual, abrangendo como teorias, princípios, leis e ideias são utilizadas pelos membros de uma comunidade científica no processo de argumentação;

(2) social, abrangendo como os membros de uma comunidade científica convencionam normas e procedimentos para desenvolver, criticar e utilizar ideias;

(3) epistêmica, abrangendo as bases filosóficas que sustentam o que conta como conhecimento para membros de uma comunidade científica;

(4) material, abrangendo as maneiras como membros de uma comunidade científica criam, adaptam e usam ferramentas, tecnologias, inscrições e outros bens no desenvolvimento do trabalho intelectual (NASCIMENTO; SASSERON, 2017, p. 03).

Neste sentido, as atividades práticas apresentam potencialidades para promover a construção do conhecimento, pois podem favorecer a interação com fenômenos e a revisão de conceitos anteriores por meio da interpretação da prática. No entendimento de Andrade e Massabini (2011) quando as atividades práticas requerem uma postura investigativa levam os alunos ao envolvimento com os fenômenos, porque podem fazer conjecturas, experimentar, errar, interagir com colegas e expor seus pontos de vista para testar a pertinência e validade das conclusões a que chegam durante tais atividades. Nesse sentido, atividades práticas investigativas podem integrar a parte experimental aos aspectos teóricos necessários ao entendimento dos assuntos abordados.

Mulini e Souza (2017) argumentam que para poder desempenhar bem estas funções, o professor precisa conhecer bem o conteúdo dos temas científicos que será mediado junto aos estudantes e ter a formação pedagógica requerida para este tipo de trabalho com os alunos. Todavia, no ensino fundamental das séries iniciais, normalmente o educador é responsável por todas as disciplinas, e sua formação em Ciências tende a ser mais limitada e/ou superficial (MULINI; SOUZA, 2017). Compreende-se então, como essencial reflexões relacionadas à formação docente para atuação no ensino de Ciências desenvolvido nas series iniciais do ensino

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fundamental e a necessidade do professor compreender seu papel como facilitador ou moderador da aprendizagem de seus alunos, de modo a desviar-se de um ensino conteudista, com excessiva exigência de memorização de termos, conceitos, fórmulas, algoritmos e terminologias e sem articulação com a realidade dos estudantes e com as demais disciplinas do currículo.

3.2 Alimentação saudável

Cardoso e Belo (2015) explicam que a preocupação com os hábitos alimentares se vincula diretamente à promoção de qualidade de vida. Assim, a alimentação saudável deve ser incentivada nas escolas a partir do ensino sobre nutrição alimentar, de modo a evidenciar as crianças o quão importante a mesma é para o seu desenvolvimento.

[...] A educação nutricional tem papel importante na promoção de hábitos alimentares saudáveis, desde a infância, é considerada uma medida de alcance coletivo com o fim primordial de proporcionar conhecimentos necessários e a motivação coletiva para formar atitudes e hábitos de uma alimentação sadia, completa, adequada e variada (FREITAS, 1997, p.01).

Nesse contexto, considerando que a primeira infância se configura como a fase em que são construídas muitas das bases para comportamentos e que a alimentação se constitui em um fator indispensável para um adequado funcionamento organismo, a promoção da alimentação saudável também deve ocorrer nas escolas, de modo a contribuir para o entendimento da importância da alimentação saudável e promoção da qualidade de vida (FREITAS, 1997).

A Lei nº 11.947/2009 dispõe sobre o atendimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que tem como objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. Para isso, os responsáveis pela execução do Programa devem ofertar refeições que contemplem as necessidades nutricionais dos escolares durante o período letivo, e realizar ações de Educação Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2009). O artigo 13 da Resolução nº 26/2013 define a Educação Alimentar e Nutricional como:

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O conjunto de ações formativas, de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, que objetiva estimular a adoção voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis que colaborem para a aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo. (BRASIL, 2013, artigo 13)

Em nível nacional o Ministério da Saúde também vem desenvolvendo eventos relacionados a alimentação saudável, um exemplo é o “Correio Debate” cuja temática foram as Doenças crônicas não transmissíveis relacionadas à alimentação não saudável: câncer, obesidade, diabetes e hipertensão (suas causas, prevenções, tratamentos e soluções) que aconteceu em Brasília – DF, no dia 14 de agosto de 2019 (BRASIL, 2019).

Além dos eventos o governo federal tem promovido e participando de projetos como “Governo e sociedades médicas juntos pelo combate à obesidade”, com o objetivo de ampliar as informações sobre alimentação saudável e aumentar ações relacionadas as atividades físicas junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2019).

Segundo o Ministério da Saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) a promoção da vida saudável começa na atenção primária, que, além de direcionar-se aos problemas de saúde comuns e frequentes da população brasileira, também promove a qualidade de vida e presta assistência para intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação, tabagismo, entre outros (BRASIL, 2019)

Todavia, apesar dessas ações a prevalência da obesidade no Brasil aumentou de 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018, segundo a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Por outro lado, a prática de alguma atividade física no tempo livre, pelo menos por 150 minutos na semana, aumentou 25,7% (de 2009 a 2018), saindo de 30,3%, em 2009, para 38,1% em 2018 (BRASIL, 2019).

O estudo supracitado aponta ainda mudanças significativas nos hábitos alimentares dos brasileiros. O consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 15,5% entre 2008 e 2018, passando de 20% para 23,1%. O consumo regular é definido pela Organização Mundial da Saúde como cinco porções diárias pelo menos cinco vezes na semana. O Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da

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Saúde configura-se no principal orientador de escolhas alimentares mais adequadas e saudáveis pela população, baseado principalmente no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. As informações também são úteis para a prevenção e controle de doenças específicas, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes (BRASIL, 2019)

Essas considerações vêm de encontro aos preceitos apresentados na BNCC no que diz respeito às unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades que devem ser abordadas no Ensino de Ciências nos anos iniciais, que enfatiza que também compete a educação escolar “Discutir a ocorrência de distúrbios nutricionais (como obesidade, subnutrição etc.) entre crianças e jovens a partir da análise de seus hábitos (tipos e quantidade de alimento ingerido, prática de atividade física etc.) (BRASIL, 2017, p. 337). Assim, assuntos como alimentação saudável, aditivos alimentares, alergias alimentares, aleitamento materno, desidratação, órgãos de vigilância sanitária, bem como as influências dos meios de comunicação (propagandas) nos hábitos e costumes alimentares, devem encontram na instituição escolar, e mais especificamente no Ensino de Ciências, um espaço apropriado para abordagens.

Gonzalez e Paleari (2006) argumentam que educação, na sua dimensão formal do ensino fundamental, tem como um de seus objetivos preparar a população infanto-juvenil para que se tome decisões conscientes sobre a sua alimentação e possa romper com hábitos nutricionais que prejudiquem o seu desenvolvimento, mesmo que esses sejam estimulados pelas propagandas veiculadas nos meios de comunicação.

Cardoso e Belo (2005) lembram que os comportamentos alimentares também sofrem alterações com o decorrer do desenvolvimento humano e história da humanidade:

Antigamente, a refeição era sagrada, sendo essa a hora que a família se reunia para fazer as refeições completas, como café da manhã, almoço e jantar. Isso foi trocado por refeições rápidas baseadas em alimentos congelados em que as pessoas se alimentam quando chegam em casa, quando estão na rua, no trabalho; são comidas de fácil acesso como: frituras, assados, congelados, etc. São alimentos que, em sua maioria, não são adequados para se consumir no cotidiano por conterem uma taxa alta de colesterol, mas, por conta da correria do dia a dia, são as refeições mais procuradas pela maioria das pessoas, isso devido à praticidade frente a correria do cotidiano da família (CARDOSO; BELO, 2015, p. 02).

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Segundo Triches e Giugliani (2005), para promover hábitos alimentares mais saudáveis, e consequentemente diminuir os índices de transtornos alimentares como obesidade e desnutrição, constitui-se como fundamental que os indivíduos, desde a infância, tenham acesso a informações relacionadas à alimentação e nutrição, uma vez que a informação sobre alimentação saudável influência nas escolhas alimentares dos sujeitos e manutenção da saúde.

A alimentação constitui um desafio à manutenção da saúde humana para as sociedades contemporâneas. O ato de comer, além de satisfazer necessidades nutritivas e energéticas, é fonte de prazer, socialização e expressão da cultura. No entanto, “saber comer” é reconhecer os alimentos adequados e, em quantidades recomendadas às necessidades diárias, ao longo das diferentes fases da vida (CARDOSO; MOREIRA, 2016, P. 01)

Assim, a escolha inadequada de alimentos pode ocasionar problemas de saúde em qualquer indivíduo independentemente da sua classe social e nacionalidade (CANO et al., 2005). Estudos na área da saúde e da educação em Ciências vêm discutindo a alimentação de adolescentes brasileiros indicando a inadequação alimentar (GAMBARDELLA et al., 1999; RODRIGUES; BOOG, 2006; VARGAS; LOBATO, 2007; LOPES; RIBEIRO; SILVA, 2013; GREENWOOD, 2014, CARDOSO; MOREIRA, 2016), principalmente pelo consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, desencadeando riscos de doenças que poderiam ser minimizadas por acesso às informações de qualidade à população (BRASIL, 2014).

Cardoso e Moreira (2016) lembram que nas além das aulas de Ciências, de forma interdisciplinar é possível abordar a temática alimentação saudável por meio de distintos recursos e modalidades didáticas, como por exemplo, os projetos de ensino, as atividades experimentais e aulas práticas demonstrativas e interativas. Nesse contexto, o presente estudo se direcionará a investigar, junto a professores de Ciências das séries iniciais seus entendimentos sobre a utilização de aulas prática para abordagem da temática alimentação saudável.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para levantamento das concepções em relação aos limites e possibilidades da utilização das aulas práticas no processo de ensino e aprendizagem da temática alimentação saudável, foi elaborada uma análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, dos livros didáticos utilizados do primeiro ao quinto anos e um questionário estruturado (com questões optativas e descritivas) para levantamento das concepções dos professores de Ciências das séries iniciais de ensino, de uma escola pública do município de Santa Helena/Paraná.

O questionário foi estruturado com perguntas direcionadas ao levantamento do perfil dos professores participantes da pesquisa, como por exemplo, idade, gênero, atuação docente, formação profissional, séries em que leciona, entre outros e levantamento de concepções relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem de Ciências, a utilização de aulas práticas no ensino de Ciências e o processo de ensino e aprendizagem da temática alimentação saudável junto aos estudantes (ANEXO 1). Assim, a pesquisa se caracterizou como qualitativa de caráter descritivo que, segundo Mattar (2001, p. 23), “tem por característica possuir objetivos bem definidos, procedimentos formais, bem estruturados e dirigidos para a solução de problemas”. Este tipo de pesquisa pressupõe conhecimento do problema que vai ser pesquisado e tem como objetivos: descrever as características de grupos e estimar a proporção de elementos em uma população específica que tenha determinadas características ou comportamentos; descobrir ou verificar a existência de relação entre variáveis.

Para análise dos dados, constituídos por meio da análise do PPP, livros didáticos e questionário, foi empregada a Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977), a qual se constitui:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 1977, p. 42).

Assim, a Análise de Conteúdo permitiu distinguir e classificar, de maneira exaustiva e objetiva, as unidades de sentido existentes em um texto, evidenciando os caminhos úteis aos objetivos da pesquisa. A autora supracitada destaca a existência

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de três fases distintas na Análise de Conteúdo: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Assim, na fase da pré-análise, realizaremos a leitura inicial das respostas obtidas via questionário e a construção dos quadros ilustrativos de agrupamentos (construção das categorias de análise) para posterior interpretação dos dados. Num segundo momento ocorreu a exploração dos dados, buscando a compreensão das respostas obtidas via questionário (essa exploração permitiu a organização de categorias mais abrangentes) e no terceiro momento, realizou-se o tratamento e a interpretação dos dados, o que permitiu a proposição de inferências de acordo com os dados e as fontes teóricas utilizadas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS

A pesquisa foi desenvolvida por meio do levantamento, junto a secretaria da escola participante da pesquisa, dos Livros Didáticos (LD) de Ciências (1º ao 5º ano) utilizados junto aos estudantes, constatando-se que foram utilizados no primeiro ano o livro “Aprender juntos”, uma obra coletiva de autoria das Edições SM (2017), no segundo ano o livro “Novo Pitanguá” de autoria de Karina Pessôa e Leonel Favalli (2017), no terceiro ano o livro “Buriti mais Ciências”, obra coletiva da Editora Moderna (2017), no quarto ano o livro “Novo Pitangá”de autoria de autoria de Karina Pessôa e Leonel Favalli (2017) e no primeiro ano o livro “Ligamundo” de autoria de César da Silva Júnior, Sezar Sasson, Paulo Sérgio Bedaque Sanches, Sonelise Auxiliadora Cizoto e Débora Cristina de Assis Godoy (2017).

Por conseguinte, buscou-se levantar, via Análise de Conteúdo, como está inserido o conteúdo Alimentação Saudável e a sugestões de atividades práticas nestes livros didáticos de Ciências. Para tanto realizou-se inicialmente uma primeira leitura flutuante dos cinco livros da coleção analisada. E posteriormente, elencou-se as categorias de análise (Unidades de Registros - UR).

Posteriormente buscou-se identificar como as unidades de registro estavam presentes nos LD, procurando investigar suas qualidades, contextos e frequências. Assim, considerou-se os textos e imagens dos LD quando constatada relação entre as unidades de registro e as aulas práticas

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Considerou-se como sugestões de atividades práticas para o conteúdo escolar Alimentação saudável a presença de propostas de elaboração de atividades práticas como experimentos (em laboratórios ou demais ambientes), projetos, teatros, músicas, desenhos, vídeos, trabalhos em grupos e em dupla, passeios, desenhos, coletas, entrevistas, oficinas e pesquisas.

Apresenta-se no Quadro 1 os descritores que sugerem atividades práticas para serem utilizadas pelos docentes no processo de ensino e aprendizagem do conteúdo escolar Alimentação Saudável junto aos alunos.

Quadro 1 – Resultados das Unidades de Registro sobre Alimentação Saudável nos Livros Didáticos de Ciências

Categoria 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano

Alimentação Saudável Texto e Imagens Forma direta Forma indireta Forma indireta Forma indireta Forma direta Sugestão de Atividades Práticas

Presente Presente Presente Presente Presente

Fonte: As autoras (2019)

Constatou-se que o livro do primeiro ano apresenta um capítulo sobre hábitos saudáveis com doze páginas abordando a temática alimentação saudável por meio de imagens, textos e sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas pelos alunos, inclusive com sugestões de atividades práticas.

O livro do segundo ano, embora não traga um capitulo específico relacionado ao conteúdo, como ocorreu com o livro do primeiro ano, aborda a temática alimentos transgênicos em seis páginas, trazendo explicações imagens e sugestões de atividades práticas que se relacionam com a alimentação humana saudável.

Semelhantemente ao livro do segundo ano, o livro do terceiro ano aborda a temática alimentação saudável de forma indireta, ao tratar das alimentações dos animais, a vida dos animais e como passaram a ser utilizados como fonte de alimentos para os seres humanos, além de apresentar atividades para serem realizadas pelos alunos no próprio livro.

No livro do quarto ano, a temática alimentação saudável é abordada junto a três conteúdos. Primeiramente no conteúdo relacionado aos microrganismos, a produção de iogurte e o processo de fermentação. Posteriormente nos tópicos relacionados à saúde humana, apresentando aos alunos que ter uma alimentação saudável é um dos

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fatores que contribuem para manter a saúde do corpo humano. E por fim, durante a abordagem da temática misturas, enfatizando-se as misturas alimentares.

No livro do quinto ano a temática a alimentação saudável é abordada em vinte e quatro páginas, abordando os tipos de alimento e sua função no corpo humano, análise das refeições percebendo se está equilibrada quanto a presença de nutrientes e suas proporções, entender por que a digestão é necessária, identificar o trajeto dos alimentos no corpo, reconhecer os níveis de organização do organismo e compreensão das células na unidades dos organismos. O capítulo apresenta atividades para serem realizadas no próprio livro, além de textos explicativos e imagens e ilustrações.

5.2 ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

A pesquisa foi desenvolvida por do exemplar impresso do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, fornecido pela direção escolar. O levantamento evidenciou uma organização em quatro eixos estruturantes: conhecimento do ambiente físico, social e cultural o conteúdo alimentação e como conteúdo especifico apresenta alimentação saudável.

Segundo o PPP as atividades práticas devem estar presentes nas aulas. Os conteúdos elencados para o trabalho na área de Ensino Fundamental e tem como Eixos Temáticos: 1- Noções de Astronomia, 2 – Transformação e Interação da Matéria e Energia e 3 – Saúde e Melhoria da Qualidade de Vida, os quais devem ser dinamizados pela inter-relação entre Ciência, a Tecnologia e a Sociedade.

Os conteúdos relacionados a hábitos alimentares: alimentação saudável, aditivos alimentares, alergias alimentares, aleitamento materno desidratação, órgãos de vigilância sanitária.

5.3 ANÁLISE DOS DIZERES DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS

O questionário foi respondido de forma individual por duas professoras de Ciências de uma escola pública municipal localizada na região central da cidade de Santa Helena-Paraná. Para apresentação e discussão dos dados optou-se pela utilização da letra P (para professora) e dos numerais 1 e 2 (P1 para professora que

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leciona Ciências no período matutino e P2 para a professora que leciona Ciências no período vespertino). Assim, para apresentação dos dados relacionados ao perfil dos participantes da investigação considerou-se separadamente os dados da docente segundo o período que ministra a disciplina de Ciências para os alunos do primeiro ao quinto ano na escola. Os dados relacionados ao perfil das professoras participantes da investigação são apresentados na Tabela 01:

Tabela 01: Perfil dos professores de Ciências participantes da investigação.

P 01 P 02

Turno em que trabalha Matutino Vespertino

Idade Entre 40 a 45 anos Acima de 50 anos

Sexo Feminino Feminino

Quantidade de escolas que leciona

2 escolas 2 escolas

Quanto tempo leciona nessa escola

Menos de um ano Menos de um ano

Forma de contratação Concursada PSS Quanto tempo atua no

Ensino Fundamental I

Mais de quatro anos Menos de 1 ano

Quais as series que está lecionando

1 a 5 ano 1 a 5 ano

Quanto tempo atua como professor de Ciências Há 2 meses Há 2 meses Formação Magistério (1997); Graduação em Pedagogia (2001) e Administração (2008); Mestrado (2016). Graduação: Pedagogia; Especialização: Inclusão.

Fonte: Pesquisa Direta (2019).

No que diz respeito ao perfil dos participantes da investigação, conforme já mencionado na apresentação, ambas identificaram-se como mulheres, com idade acima de 40 anos e que trabalham em duas escolas. Em relação ao tempo de atuação como docente no Ensino Fundamental, P1 afirmou que leciona a mais de quatro anos, enquanto P2 afirmou atuar como docente no Ensino Fundamental a menos de um ano. No que diz respeito a atuação como docente da disciplina de Ciências ambas afirmaram responder pela disciplina de Ciências há dois meses, sendo P1 como

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professora concursada e P2 como professora temporária (Processo Seleção Seriada – PSS) lecionando Ciências em turmas do 1º ao 5º ano.

Em relação a formação, P1 afirmou que possui graduação em Formação de Docentes (Magistério), graduação em Pedagogia e em Administração (bacharelado) e Mestrado. Já P2 afirmou possuir graduação em Pedagogia e especialização em Inclusão. Dessa forma, ambas professoras participantes da investigação revelaram possuir formação em pedagogia.

Cardoso e Belo (2015) lembram que nos anos iniciais do Ensino Fundamental normalmente o profissional pedagogo assume uma grande responsabilidade na formação da criança enquanto sujeito reflexivo e atuante frente às questões científicas, sociais e tecnológicas.

As Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia, promulgadas em 2006, apresentam como uma importante missão formar professores/as para atuarem nos anos iniciais do ensino fundamental, ou seja, formar o/a professor/a polivalente, compreendendo-se a polivalência como a capacidade de o trabalhador poder atuar em diversas áreas do conhecimento nessas séries iniciais.

Lima (2007) considera que o professor polivalente seria um sujeito capaz de apropriar-se e articular os conhecimentos básicos das diferentes áreas do conhecimento que compõem atualmente a base comum do currículo nacional dos anos iniciais do ensino fundamental. Em relação a essa questão, Gatti (2008) realizou uma pesquisa que teve como objetivo analisar os currículos prescritos para a formação de professores nos cursos de licenciatura, e entre eles os da licenciatura em pedagogia. O estudo constatou ser necessário ampliar a reflexão sobre a suficiência ou adequação das perspectivas polivalente em tais cursos, uma vez que verificou superficialidade no trato dos conteúdos das diversas áreas do conhecimento que compõem os currículos da educação básica. A pesquisadora constatou que do total de disciplinas obrigatórias, apenas 7,5% eram destinadas aos conteúdos a serem ensinados nas séries/anos iniciais do ensino fundamental, quando não apareciam apenas diluídos nas disciplinas referentes às metodologias, como por exemplo, na disciplina metodologia do ensino de ciências.

Nesse contexto, embora atenda-se às normativas legais que o profissional pedagogo ministre todas as disciplinas escolares na Educação Infantil, pesquisas

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tem se direcionado a eficácia do ensino frente a baixa carga horária das disciplinas específicas, como é o caso de Ciências na grade curricular do curso de pedagogia.

Quando questionadas sobre a importância da abordagem da temática alimentação saudável junto aos estudantes do Ensino Fundamental, P1 afirmou: “Muito importante, haja visto que está presente no planejamento e, portanto, devemos trabalhar”. Já P2 afirmou: “Sim, pois a nossa saúde depende da nossa alimentação”.

O entendimento das professoras vem de acordo com Scarparo, Marques e Del Pino (2015) que também compreendem o ambiente escolar como um espaço propício para o planejamento e desenvolvimento de ações que visem à melhora das condições de saúde e o estado nutricional de crianças e adolescentes. Segundo esses autores as escolas possuem papel importante na aplicação de programas de educação em saúde em larga escala, incluindo os programas de Educação em Alimentação e Nutrição, que devem consistir em processos ativos, lúdicos e interativos, que favoreçam mudanças de atitudes e de práticas alimentares. Segundo Triches e Giugliani (2005, p.542), “para promover hábitos alimentares mais saudáveis, e, consequentemente, diminuir os índices de obesidade, acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentação e nutrição”, uma vez que a informação sobre alimentação saudável influência nas escolhas alimentares dos sujeitos, melhorando, consideravelmente, a sua alimentação e a sua saúde.

Quanto as metodologias utilizadas em sala de aula a responda da P1 foi: “De forma diversa e de acordo com o ano escolar: utilizo atividades impressas, vídeos, registros de atividades no caderno, confecção de cartazes pelos alunos, realização de iogurte saudável na sala de aula, receitas de sucos e bolos, utilização de fantoches para teatros”. Já P2 afirmou: “Através de questionamentos de quais alimentos ingerem e também de que forma e orientações sobre a escolha dos alimentos e medir a dosagem de doce.”

Conforme já mencionado nesse trabalho, pesquisadores da área de Ensino de Ciências, como Krasilchik (2008) defendem que os professores recorram a um pluralismo metodológico, conduzido pelos objetivos de aprendizagem, de modo a garantir maiores oportunidades para a construção do conhecimento pelos alunos, visto que estes apresentam especificidades de interesses e formas de aprender. Nesse contexto, Krasilchik (2008) fala da importância de os professores utilizarem

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diferentes recursos, modalidades e metodologias no processo de ensino e aprendizagem de Ciências. Um exemplo citado pela pesquisadora é o uso das aulas práticas e aulas em laboratórios direcionadas à ampliação e entendimento de estruturas e fenômenos naturais abstratos e de difícil observação.

As atividades práticas, citadas por P1 possibilitam, no entendimento de Souza (2014) o ensino mais significativo, visto que direcionam-se ao entendimento dos conteúdos, promoção de significados, motivação, envolvimento e interação entre os alunos e os objetos de investigação, possibilitando novas e significativas aprendizagens.

P1 cita o exemplo da aula prática de fabricação de iogurte e receitas de sucos e bolos e P2 da quantificação de açúcares nos alimentos. No entendimento de Miranda, Leda e Peixoto (2014) as aulas práticas beneficiam e incentivam o interesse e atenção dos estudantes e possibilitam uma visualização dos dados, acontecimentos, fenômenos e comportamentos, trazendo um entendimento dessas reações. Isso ocorre, na medida em que os alunos manipulam, pesquisam, observam e relatam essas atividades desenvolvidas. Assim, as aulas práticas podem se configurar em aulas mais realista, extrovertida e interessantes, qualificando a aprendizagem dos alunos, todavia necessitam ser convenientes e interligadas com o contexto social e conteúdos a serem estudados.

Em relação a aulas práticas relacionadas à alimentação saudável, Cardoso e Belo (2015) discorrem que as práticas lúdicas viabilizam uma correlação entre alimentação e saúde, bem como entre o Ensino de Ciências sobre o corpo e alimentos com o bem-estar, saúde e qualidade de vida.

No entendimento de Albuquerque e Menezes (2010) o ensino alimentar pode ser considerado adequado quando contribui para a formação de um indivíduo mais consciente de suas escolhas alimentares, de seus direitos e deveres para manutenção da saúde e de sua obrigação com o meio ambiente e também com a qualidade de vida para as futuras gerações.

Rangel (2007) explica que muitas vezes pode ocorrer dos alunos sentirem dificuldade na compreensão de determinada atividade, em virtude da falta de contextualização e problematização conceitual. Diante disso, as aulas práticas constituem-se como uma modalidade diferenciada que possibilita a investigação, a comunicação e a troca de ideias, mas exigem por parte do professor de mediações direcionadas à observação, experimentação, comparação e estabelecimento de

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relações, possibilitando assim, um ensino mais contextualizado e significativo (BRASIL, 2000). A observação e a experimentação também são indicadas pelos PCN como estratégias didáticas que auxiliam no incentivo à curiosidade, no respeito à diversidade de opiniões e na busca de informações na obtenção de informação.

Entre os recursos diversificados uma das professoras participantes da investigação, P1 também cita a utilização dos vídeos em sala de aula. Pazzini e Araújo (2013) argumentam que, dependendo da infraestrutura existente na escola, vem se tornando muito comum o uso de vídeos, visto que este se caracteriza por facilidade de acesso e seleção, possibilitando ao professor criar seu próprio material ou adquirir de outra pessoa por meio de redes sociais, sites e na internet, favorecendo assim, a organização de uma aula mais dinâmica. Os autores argumentam ainda que os vídeos podem contar com imagens, simulações e exemplificações que podem auxiliar nas interações discursivas em sala de aula, favorecendo a maneira do professor explicar e a compreensão por parte dos alunos. Em relação ao ambiente escolar foi questionado às professoras participantes da investigação sobre a existência de um profissional responsável pela elaboração do cardápio e existência de algum acompanhamento nutricional aos estudantes. Ambas as professoras responderam que existe esse profissional apto para elaborar um cardápio adequado sendo uma nutricionista da Secretaria Municipal de Educação.

A afirmação das professoras vem de acordo com as normativas estabelecidas pela Lei municipal nº1.051, de 09 de abril de 1996:

Fica instituído o conselho municipal pró alimentação escolar, cujo objetivo é fiscalizar, auxiliar e cooperar nas atividades relacionadas ao fornecimento de merenda escolar, a todas as escolas da rede de ensino fundamental municipal e entidades filantrópicas existentes no Município devidamente cadastradas.

E pela Lei municipal nº 2.726, de maio de 2019:

Art. 1º Fica reformulado o Conselho de alimentação escolar, órgão deliberativo, fiscalizador e de assessoramento, que tem como finalidade assegurar a execução do programa nacional de alimentação escolar junto aos estabelecimentos de educação infantil, ensino fundamental anos iniciais mantidos pelo município suprindo parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos, com vistas a melhorar o rendimento escolar, colaborando para a redução da evasão e repetência, motivando a participação de órgão públicos e da comunidade na consecução de seus objetivos, competindo-lhe

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especificamente: Orientar a aquisição dos produtos alimentícios para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Ambas normativas legais direcionam-se a estabelecer melhorias na alimentação dos munícipes, com prioridade aos alunos da rede pública municipal de ensino. Nesse ano de 2019, a prefeitura local (prefeitura municipal de Santa Helena – PR) também deu início a um programa intitulado “Santa Helena Saudável” com o objetivo de incentivar a prática de exercícios físicos, boa alimentação e hábitos saudáveis direcionados à prevenção e controle de problemas relacionados a obesidade e doenças crônicas.

Para iniciar as atividades foram formadas equipes com dez participantes cada,

sendo que todos deveriam ter acima de 18 anos. A partir dessa definição, os

profissionais de saúde da prefeitura ficaram responsáveis por verificar o peso corporal, o Índice de Massa Corporal (IMC), glicemia e colesterol total. Com os dados, as equipes foram acompanhadas por 60 dias e orientadas à diversas atividades, como ciclismo, caminhada e alimentação saudável.

Também fizeram parte do programa atividades educativas, como palestras e oficinas culinárias. Passados os 60 dias, os participantes foram reavaliados e as equipes que apresentaram os melhores índices divulgadas e premiadas como vencedoras da competição.

Araújo e Rocha (2007) lembram que os trabalhos em equipes são importantes pelo fato de favorecerem uma lealdade mútua nos cuidados da saúde. Esses trabalhos tem como objetivo ter mudanças no processo saúde-doença. A ação recíproca possibilita a prática de um indivíduo se reconstruir por meio da prática do outro, no qual os dois ou mais envolvidos podem buscar a transformação de uma realidade.

A dificuldade do trabalho em equipe está relacionada com as diferentes concepções sobre o conceito de equipe. Dentre essas, se observam as definições: a equipe como um conjunto ou grupo de pessoas que desempenham uma tarefa ou trabalho não importando, nesse caso, os objetivos e as relações interpessoais; ou a equipe como um grupo de pessoas que tem um objetivo comum. Sendo, nesse caso, fundamental que tenham o mesmo objetivo, não importando como cada um pretenda alcançá-lo; ou a equipe como um conjunto de pessoas que além de um objetivo comum pretendem alcançá-lo de forma compartilhada; ou refere-se ainda à equipe como um conjunto ou grupo de pessoas cujo objetivo é resultante da negociação/discussão entre todos os membros do grupo e por fim com o conceito que considera equipe como um grupo de pessoas com habilidades complementares, comprometidas umas com as outras e

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pelo objetivo comum, obtido através da negociação entre os atores sociais envolvidos no plano de trabalho. (Araújo e Rocha, 2007, p. 459).

Em nível nacional o governo federal como incentivo à alimentação saudável da população lançou o “Guia Alimentar para a População Brasileira”. Segundo o Ministério da Saúde esse guia deve incentivar uma alimentação adequada e saudável via redução de 144 mil toneladas de açúcar de bolos, misturas para bolos, produtos lácteos, achocolatados, bebidas açucaradas e biscoitos recheados (BRASIL, 2019).

Em 2011 também foi lançado o projeto Programa Academia da Saúde direcionado à promoção e produção do cuidado com a saúde, a partir da implantação de espaços públicos, conhecidos como polos do Programa Academia da Saúde, os quais deveriam contar com infraestrutura apropriada, equipamentos e acompanhamento profissional para prática de atividades físicas (BRASIL, 2019)

No âmbito educacional no ano de 2007 também foi criado o Programa Saúde na Escola (PSE), nesse programa as políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira deveriam se unir para promoção da saúde e educação integral aos estudantes da rede pública de ensino (BRASIL, 2019).

Nesse ano de 2019 o Brasil participou da caminhada de promoção da vida saudável nos Estados Unidos (EUA) organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) essa ação direcionou-se a reunir indivíduos de diferentes nações para destacar a importância da atividade física e promoção do estilo de vida saudável para prevenção de doenças que ocorreu no dia 22 de setembro de 2019 (BRASIL, 2019).

Nesse contexto, as professoras participantes da investigação limitaram-se a mencionar a existência do profissional nutricionista junto a secretaria municipal de educação, não exemplificando outras ações ou projetos desenvolvidos no âmbito local ou nacional.

Assim, também foi questionado às professoras participantes da investigação sobre a existência, na escola, de algum projeto relacionado a alimentação saudável, a P1 explicou: “Não existe, entretanto, a temática é trabalhada em sala de aula.” E a P2 “Os professores constantemente desenvolvem atividades em todas as disciplinas envolvendo a alimentação saudável.”

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Segundo Fernandes (2007) um projeto configura-se em atividades, empreendimentos, serviços, criação de produtos que possuem um início e um fim, além disso um projeto tem como resultado um produto final. Existem diversos tipos de projetos entre eles Projeto de Pesquisa, Projeto Social, entre outros. O projeto social, por exemplo, tem como objetivo contribuir para melhoria das condições de vida de determinado grupo social. Podem ser executados de diversas maneiras: através de palestras, medidas educativas e de conscientização e através de ações conjuntas para compreensão e alteração de alguma realidade. Como exemplo de projetos sociais Fernandes (2007) cita os projetos das hortas comunitárias e hortas escolares.

O autor supracitado discorre em relação ao projeto “A Horta Escolar como

Eixo Gerador de Dinâmicas Comunitárias, Educação Ambiental e Alimentação Saudável e Sustentável” explicando que no Brasil, em virtude do crescimento da urbanização e industrialização alimentar que ocasiona mudança nos hábitos alimentares e estilos de vida, nosso país se encontra em um processo de transição entre desnutrição e obesidade. Frente a esta realidade, o projeto de horta escolar configura-se como um eixo gerador ao possibilitar a abordagem de múltiplas dimensões e aspectos que contribuem na formação integral dos alunos e da própria comunidade escolar, via fortalecimento das estratégias metodológicas, materiais didáticos e a capacitação de docentes em relação a educação ambiental, alimentar e nutricional. (FERNANDES, 2007).

Fernandes (2007) sugere que a horta seja utilizada como mecanismo para desencadear uma educação sobre a alimentação saudável, reeducação alimentar, nutricional e ambiental através das políticas educacionais e de processos cognitivos. Esse projeto pode ter a participação de alunos, docentes, merendeiras, nutricionistas, comunidade escolar, agricultores, familiares e gestores de políticas públicas, direcionando-se aoobjetivo de estimular o ensino de temas relacionados com educação ambiental, alimentar e nutricional. (FERNANDES 2007)

Como ressalva o autor explica que as atividades relacionadas a horta sejam realizadas diariamente, valorizando assim o trabalho e o conhecimento dos estudantes sobre alimentação, relacionando o conhecimento do aluno com as explicações científicas.

Assim, com base nos discursos das professoras participantes da investigação infere-se que existe uma preocupação municipal em relação a

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alimentação saudável dos alunos, que está sendo aplicado através do cardápio de lanches dos alunos e das aulas de Ciências, embora não exista nenhum projeto além desses que visa a melhoria da alimentação dos alunos e de seus familiares.

6 CONCLUSÕES

O presente estudo apresentou como objetivo geral investigar junto aos livros didáticos, Projeto Político Pedagógico (PPP) e professores de uma escola municipal da região de Santa Helena/Paraná a importância e contribuição das aulas práticas sobre alimentação saudável, levantando por meio da análise documental (livro e PPP) e dos dizeres de professores de Ciências dos anos iniciais, em um questionário estruturado, a importância da realização de aulas práticas e a importância da temática alimentação saudável nas aulas de Ciências, viabilizando discorrer em relação aos limites e possibilidades da utilização de aulas práticas para abordagem da temática alimentação saudável junto aos estudantes das séries iniciais.

Para tanto foi solicitado exemplares dos livros didáticos e PPP e elaborado um questionário para que fosse respondido por professores de Ciências dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública do município.

A análise dos livros didáticos e PPP evidenciaram que essa temática esta presente nos documentos e deve ser abordada junto aos alunos.

No que diz respeito ao perfil dos participantes da investigação foi possível identificar que ambas foram mulheres, pedagogas, com mais de quarenta anos de idade, que trabalham em mais de uma escola e embora tenham experiência na docência, estão atuando a pouco tempo como professoras da disciplina de Ciências

No que diz respeito à utilização das aulas práticas para abordagem da temática alimentação saudável junto aos estudantes, as professoras participantes da investigação revelaram entender essa prática como importante, visto que pois muitas vezes a escola se constitui como um dos poucos locais que os alunos podem ter acesso a esse tipo de conhecimento via socialização de conhecimentos.

Após analisar os questionários e realizar algumas pesquisas pode-se obter informações de que na escola não está sendo realizado nenhum projeto relacionado a temática, mas é trabalhado em sala de aula em diversas disciplinas. Já no município está sendo criados e melhoradas Leis para que de alguma maneira possa influenciar

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na saúde das pessoas, também estão sendo criados projetos abertos para toda população com objetivos de incentivar a realização de atividades físicas, hábitos alimentares e melhorar a vida dos munícipes.

Como trabalhos futuros, sugere-se a realização de uma pesquisa junto a mais docentes de outras escolas públicas do município de Santa Helena - Paraná, de modo a levantar-se mais informações de diversas instituições.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO(S)

ANEXO A – Questionário aplicado aos professores de Ciências do Ensino

Fundamental I.

QUESTIONÁRIO - MARQUE (X)

1) Sua idade:

( ) menos de 20 anos ( ) entre 20 anos a 25 anos ( ) entre 25 anos a 30 anos ( ) entre 35 anos a 40 anos ( ) entre 40 anos a 45 anos ( ) entre 45 anos a 50 anos ( ) acima de 50 anos

2) Há quanto tempo leciona nessa escola? ( ) menos de um mês ( ) menos de um ano ( ) um ano ( ) dois anos ( ) três anos ( ) quatro anos

( ) mais de quatro anos _______________ 3) Em quantas escolas leciona?

( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) quatro ou mais 4) Forma de contratação: ( ) PSS ( ) Concursado ( ) Estagiário ( ) Outros_______________________________ 5) Seu gênero: ( ) masculino ( ) feminino ( ) outro

6) Turno que trabalha: ( ) manhã

( ) tarde ( ) noite 7) A quanto tempo atua no Ensino

Fundamental 1? ( ) menos de um mês ( ) menos de um ano ( ) um ano ( ) dois anos ( ) três anos ( ) quatro anos

( ) mais de quatro anos

8) Qual sua formação? E ano de conclusão? ( ) Magistério ___________________________ ( ) Pedagogia ___________________________ ( ) Licenciatura em:_______________________ ( ) Bacharelado em: ______________________ ( ) Tecnólogo em: ________________________ ( ) Outra: _______________________________ 9) Série/Ano que está lecionando:

( ) Primeiro ( ) Segundo ( ) Terceiro ( ) Quarto ( ) Quinto ( ) Outras _________________________

10) há quanto tempo atua como professor(a) de Ciências?

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

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